0% acharam este documento útil (0 voto)
96 visualizações10 páginas

Tipos de Variáveis

Este documento discute a análise estatística de variáveis quantitativas discretas e contínuas. Ele explica como construir distribuições de frequência para variáveis quantitativas e como representá-las graficamente. O documento usa como exemplo os dados do número de moradores em residências para ilustrar como construir e interpretar distribuições de frequência.

Enviado por

Barbara Bianca
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
96 visualizações10 páginas

Tipos de Variáveis

Este documento discute a análise estatística de variáveis quantitativas discretas e contínuas. Ele explica como construir distribuições de frequência para variáveis quantitativas e como representá-las graficamente. O documento usa como exemplo os dados do número de moradores em residências para ilustrar como construir e interpretar distribuições de frequência.

Enviado por

Barbara Bianca
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 10

~" ÀS Ci~NCiAs SociAis

:rnstr. l Tam. 1 Renda


3 4 2,7
2 4 2,4
2 4 3,6
3 5 6,4
3 2 11,3
i 5 3,8
2 3 4,1
5 1,8
3

2
5
3
6
7, 1
13,9
4,0
ÜAdos QUANTiTATivos
! 6 2,9
2 9 3,9
4 2,2
2 3 5,8
2 5 2,8
2 5 4,5
2 4 5,8
3 8 3,9
2

3
3
7
3
5
5
2,8
1,3
3,9
5,0
Q uando a variável em estudo for mensurada numericamente, temos
grande ganho em termos de técnicas de análise exploratória de dados.
Este capítulo trata da construção de distribuições de frequências de
1 5 0,1 variáveis quantitativas, bem como das interpretações que podemos fazer
2 3 4,6
2 4 2,6 sobre essas distribuições.
1 6 2 ,3
2 5 4,9
5 2,3 Uma variável quantitativa é dita discreta quando seus possíveis valores puderem ser listados.
3 3 ,9
! 4 2,1 O rulmero de filhos de um casal e o número de cômodos de uma casa
4 2,7
2 5 11, 1 são exemplos de variáve is discretas, pois a primeira só pode assumir
6 6,4 valores no conjunto {O, l, 2 , ...}, enquanto a segunda no conjunto {l, 2,
3 7 25,7
4 0,9 3, ...}. As variáveis discretas geralmente resultam de alguma contagem.
3 5 3,9
5 5, 1 Uma variável quantitativa é dita contínua quando puder assumir qualquer valor num
2 6 4,2
i 6 4,4 intervalo.
! 7 7,9
i 4 4,2
4 3,5 O peso de um indivíduo é uma variável contínua, pois pode assumir
2 6 11,4 qualquer valor no intervalo, digamos, de O a 300 kg. As variáveis contínuas
=-:e= âa familia pesquisada. costumam ser geradas por um instrumento de mensuração.

5.1 VARiÁvEis disCRETAs


A construção de distribuições de frequências de dados de variável
discreta pode ser feita da mesma forma que uma distribuição de
frequências de dados categorizados, desde que não haja grande quantidade
80 EsrA1ísricA AplicAd" Às c;r"ciAs SociAis ú pírulo 5 - DAdos º"

de diferentes valores observados. 1 Como exemplo, usaremos os dados da a


variável número de pessoas residentes no domicílio, considerando uma ~ 14-- - -- - - - - -
amostra de quarenta residências do Conjunto Residencial Monte Verde ·n~ 12L- - - - f - - - - ,
(anexo do Capítulo 4} . ·~
~ 10L----~t--jt-----
Dados ~ sL----+-it---
44454123646446353444
'8 6 L ----.r-+-11--1
-~ 4 L-- --1---11---J-r-
555484 5 3455252683553
.E 2 L--1-~l--t-Jt-iil
~ o
....
A Tabela 5.1 apresenta a distribuição de frequências dess es dados, "'- 2 3
construída através da contagem das repetições de cada valor. Núm~oc.r ~

Tabela 5.1 Distribuição de frequências do número de pessoas residentes


no domicílio , numa amostra de quarenta residências do Conjunto
Residencial Monte Verde, Florianópolis - SC, 1988.
Número de gessoas Freguéncia de residéncias Percentag_em de residências
1 1 2 ,5 EX E RCÍ C ÍOS
2 3 7,5
3 6 15,0 1)
4 13 32,5 de moradores p..=- _ _ _...
5 11 27,5 e m termos do ::-·
6 4 10,0
2} Considerando a s.
7 o 0,0
8 2 5,0 a) construa r:•,,:;,
satisfação cL
b)
Para representar graficamente a distribuição de frequências de uma e) interprete.
variável quantita tiva, devemos construir um par de eixos cartesianos. Na 3) As duas tabelas
abscissa (eixo horizontal} construimos uma escala para representar os
valores da variá vel em estudo, enquanto na ordenada (eixo vertical},
representamos a frequência de cada valor.
A Figura 5. 1 mostra duas formas alternativas de repre sentação N2 de fil hos
gráfica da distribuição de frequências da Tabela 5.1. A primeira consiste Frequê ncia
em traçar hastes verticais sobre os valores efetivamente observados (Figura
5. la). A altura de cada haste d eve ser proporcional à fre quência do
correspondente valor. Na segunda representação, su bstituimos os riscos
N~ de filhos
por retângulos (Figura 5 .1 b). Esses retângulos d evem ter a mesma largura
e podem ser justapostos. O eixo vertical (das frequências) deve sempre Frequê ncia

iniciar no zero; o eixo horizontal (dos valores da variável) pode iniciar


próximo ao menor valor da variável. Apre sente

1 Quando a variável apresenta grande número de diferentes valores, podemos usar os artificios
que descreveremos para variáveis contínuas (Seção 5.2).
~ ' \s Ci~NCiA~ SociAis CAphulo S - D11dos QUA'ITir11 1ivos 81

a) b)
-'"'-'-..- co:isiderando uma UI
ai 14 14
-e:::icial Monte Verde ·o
..,
d 12
10
12
'O
·e;;
.,.... 10' -~
•<l
10

.,
"«!
8
1 86
<.>
'O
·o
.
(!)
e:., ·o 4
,5:;,
2
i
~
o ~
.:: o
2

2 3 4 5 6 7 8
2 3 4 5 6 7 8
Númer o de pessoas residentes ~de pessoas residentes

-=..:: ;x:ssoas residentes Figura 5.1 Representações gráficas da distribuição de frequências da Tabela 5. L
- --cias do Conjunto

;agem de residências
2,5 ExeRcícios
7,5
15,0 1) Observando a Figura 5.1, descreva qual a quantidade típica (ou faixa típica)
32,5 de moradores por domicílio. Existe algum domicílio muito diferente dos demais,
27,5 em termos do número de moradores?
lO,O
0,0 2) Considerando os dados do anexo do Capítulo 2, faça os seguintes itens:
5,0 a) construa uma tabela de distribuição d e frequê ncias para o nível de
satisfação do aluno com o curso (item 3.g do questionário);
b) apresente essa distribuição sob forma gráfica e
c) interprete.
3) As duas tabelas de frequências seguintes referem-se às distribuições do
- -a..-a representar os número de filhos dos pais e dos avós maternos de uma amos tra de 212
alunos da UFSC, pesquisada p elos a lunos do Curs o d e Ciências Sociais,
-..ada (eixo vertical),
primeiro semestre de 1990.
Distribuição do número de filhos dos pais dos respondentes
representação N2 de filhos l 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
?:imeira consiste Frequência 10 45 32 50 23 23 9 7 6 2 3 2
~~=:!:=-~~ cbservados (Figura
_ ____,,.._---... à frequê ncia do
Distribuição do nú mero de filhos dos avós matemos dos respondentes
s:::::..::sd~imos os riscos
N2 de filhos 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
- mesma largura
-~:-a
~) deve sempre
Frequência 2 17 32 17 29 23 2 0 22 21 14 8 6 2 4 o 1 o
..:..~el) pode iniciar
Apresente e ssas duas dis tribuições em gráficos e faça uma descrição
comparativa entre elas.
82 EsTATÍSTiCA ADliCAdA Às CiÊNCiAs SociAis CApfrulo 7 - DAdos 9~ ~~--

5.2 VARÍÁVEÍS CONTÍNUAS


Nas Ciências c:--
Para as variáveis contínuas, não faz muito sentido contar as centenas ou milha;i;;s
repetições de cada valor, pois, considerando que dificilmente os valores pontos fique impraãcz ::o
se repetem, não chegaríamos a um resumo apropriado. agrupando resul~­
pequenos intervalos===
abrangem todo o co:::::..: -
DiAGRAMA dE PONTOS ser construídas de :e..'.:
Quando temos um conjunto com poucos dados, podemos analisá-
lo através de um diagrama de pontos, isto é, representando cada resultado
(valor) por um ponto na reta de números reais (veja a Figura 5.2). Como exe mp~­
aleatória de quarer:~ ~
DadQ)2 2..~4 2,9 2,7 1,4 2,3 2,2 1,9 2,5 2,7 1,7 3,1

• •
1,5
• •
2,0
• • -• •
2,5
1 •
3,0
.. 57,25
72,81
54,70
59,07
76,85
66,0 1
67,95
68,04
Figura 5.2 Construção de um diagrama de pontos.
Observe que 1
menor valor é 45.3 ...,. e
É possível colocár duas ou mais distribuições num mesmo gráfico;
classes mutuame:!::~ ,_
basta identificar os pontos com símbolos diferentes , ou colocá-los em
todos os valores. :.:~

. ..
níveis diferentes, como ilustra a Figura 5.3 .
com amplitude ªP-' ·' ai
Sul • : * ..... * •. de 40,00 a .;!9 ~
Norte 1•
0,52
• •
0,62
1

IOH
-·· •• 1
0,72
• • • 1
0,82
>

sendo que o simbú~ '"' -


Figura 5.3 Diagrama de pontos do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de duas amostras incluindo o valor C.tJ T-=
aleatórias de quatorze municípios: uma da Região Sul e outra da Região Norte.2

Interpretação da Figura 5.3 - Os municípios da amostra da Região Sul


apresentam, em geral, IDH maiores do que os municípios da amostra da
Região Norte. Também observamos que as duas amostras de municípios
diferenciam-se quanto à dispersão dos valores. Enquanto na amostra da
Região Sul os municípios apresentam IDH relativamente próximos (maior
homogeneidade), na amostra da Região Norte os valores variam bastante
de município para município (maior heterogeneidade).
2
Dados extraídos do Atlas do Desenvolvimento Humano (www.pnud.org.br / atlas). O IDH,
calculado para cada municipio, foi constru.!do com base nos dados do Censo Demográfico
de 2000. Observe que neste exemplo os elementos das amostras são municípios. 3 Dados do Censo ~-
:\s CiÊNCiA~ SociAis CAphulo '.i - DAdos QuA~1iiA 1ivos 8~

Nas Ciências Sociais, geralmente trabalhamos com conjuntos de


-- sentido contar as centenas ou milhares de observações, fazendo com que o diagrama de
~""'Llllente os valores pontos fique impraticável. Podemos construir distribuições de frequências,
agrupando resultados em classes preestabelecidas. As classes são
pequenos intervalos mutuamente exclusivos, tais que, quando reunidos,
abrangem todo o conjunto de dados. Em outras palavras, as classes devem
ser construídas de tal forma que todo valor observado pertença a uma e
apenas uma classe. Por simplicidade, e para facilitar a interpretação,
:::s podemos analisá-
consideraremos todas as classes com a mesma amplitude.
= . .- .do cada resultado
Como exemplo, usaremos as taxas de alfabetização de uma amostra
aleatória de quarenta municípios brasileiros. 3
2,7 1,7 s,1 Dados:


3,0
.. 57,25
72,81
54,70
59,07
76,85
66,01
67,95
68,04
92,90
90,52
69,91
73,22
89,07
87,94
95,02
95,34
75,49 84,33
58,88 86,34
77,62 57,14
88,40 83,52
65,28
45,37
91,22
64,1 9
94,59
81 , 15
64,65
64,17
71,20
94,83
85,70
95,34
82,30
81,42
81,34
84,66

Observe que todos os valores estão no intervalo de 40 a 100 (o


menor valor é 45,37 e o maior é 95,34) . Devemos definir um conjunto de
_ =:!m m esmo gráfico;
classe s mutuamente exclusivas, tais que, quando reunidas, contenham
- -es ou colocá-los em
rodos os valores. Uma possível escolha seria construir 6 (seis) classes
com amplitude aproximada de 10 (dez), como segue:
.. * . . . . de 40,00 a 49,99; de 50,00 a 59,99; ... ;de 90,00 a 99,99
Para simplificar a notação, representaremos essas classes por:
0,82 40,00 1- 50,00; 50,00 l-60,00; ... ; 90,00 1- 100,00
sendo que o símbolo "1-" representa o intervalo entre os dois valores,
incluindo o valor do lado esquerdo e excluindo o valor do lado direito.
A tabela de frequências é construida através da contagem da
frequência de casos em cada classe, como mostramos a seguir:
classes contagem frequência
.:::=:zs ::as de municípios
401- 50 1 1
----:anto na amostra da 5 01-60 5
11111
~-::::e próximos (maior 601-70 11111111 8
-:-es ,·ariam bastante 701-80 111111 6
801- 90 111111111111 12
901- 100 11111111 8
:-r-.:'tiorg.br /atlas). O IDH,
:::.aos do Censo Demográfico
~._,.,,..,_
-= são m unicípios. Dados do Censo Demográfico, 2000 lwww.ibge.gov.br).
84 EsrArÍsricA AplicAdA Às Cií'NCiA~ SociAis CApírulo 7 - DAtlo~ OLA\i·'

Na a presentação de uma tabela de frequências, é comu m colocar Uma forma ~;:e_-- -


também os pontos médios das classes, isto é, para cada class e, a média de variâveis quantita..:: ~
dos seus limites. Por exemplo, na classe 40 1- 50 o ponto médio é 5. O e os polígonos de freq""::~--- -=-i
ponto médio representa o valor típico da classe. A Tabela 5.2 apresenta a
distribuição de frequências dos dados em discussão.

Tabela 5.2 Tabela de frequências de valores da taxa de alfabetização,


A Figura 5 .4 ~~
relativos a uma amostra aleatória de municípios brasileiros, ano 2000.
partir da Tabela 5.2. Sã:
Classes da taxa de Pon to Frequên cia Percentagem
ai fa b.etizacão mêdio d e municípios de municípios da variável em estuC:=
401-::>0 45 l 2,;:> frequên cia observada~
501-60 55 5 12,5
60 l-70 65 8 20,0 12
70 l- 80 75 6 15,0
80 1- 90 85 12 30,0 "'o
901- 100 95 8 20,0 :§. 10
Total - 40 100,0 .~
d
::i 8
O número de classes a ser usado na tabela de frequê n cias é uma E
V
escolha arbitrária. Quanto maior o conjunto de dados, mais classes podem 't:l
(lj 6
ser usadas . Uma tabela com poucas classes apresenta a distribuição de Ti
d
<V
forma bastante resumida, podendo deixar de evidenciar a lgumas 4
caracteristicas relevantes. Por outro lado, quando se usam muita s classes, 2-
a tabela pode ficar muito grande , não realçando aspectos re levantes da li: 2
distribuição de frequências.
o1 ..Y/'" -·

Em geral, são usadas de cinco a vinte classes, dependendo da


quantidade de dados e dos objetivos. Dentro desta faixa, uma sugestão é
usar, aproximadamente, Fn classes, onde n é a quantidade de valores. 4
Em nosso exemplo: n = 40, resultando em rn
= 6,32 ' o que sugere seis ou
sete classes; adotamos 6 classes. Como os dados extremos são 45,37 (o
menor) e 95,34 (o maior), temos u ma amplitude total de 95,34 - 45,37 ';: : 50. Interpretação da Figura 5
Assim, se as classes iniciarem p elo menor valor, cada classe deve ter municípios com taxas ce :
%
amplitude : 5 = 8,33. Mas, para facilitar a leitura da tabela de frequên - adulta, mais de 80% de :(·-..!!
com taxas de alfabetizaçã:
cias, optamos por iniciar em 40,00 e usar classes com intervalos iguais a
10,00. Esquematicamente: por região demográfica ?·~
lntervA IO onde estão os da dos

45,37 95,34
O polígono de freq-_ -
Classes: Para construí-lo, toma-se e
1 1 )
de cada classe. Coloc~
40 50 60 70 RO 90 100
~ Quando as classes não têm a
4 Quando se têm valores discrepantes no conjunto de dados, recomenda-se que o número por exemplo, Bussab e Mm~
de classes seja maior. u sando percentagens no ei.w
_ ..\d.\ i\s CiÊNciAs SociAis 85

~s é comum colocar Uma forma alternativa de apresentar distribuições de frequências


carla classe, a média de variáveis quantitativas é através de gráficos, tais como os histogramas
;><>nto médio é 5. O e os polígonos de frequências , que apresentaremos a seguir.

HiSTOCjRl\MI\
:::2J:a de alfabetização,
A Figura 5.4 mostra um histograma de frequências, construído a
::as-_eiros, ano 2000 .
partir da Tabela 5.2. São retângulos justapostos, feitos sobre as classes
Percentagem da variável em estudo. A altura de cada retângu lo é proporcional à
de municí ios
2,5 frequência observada da correspondente classe. 5
12,5
20,0 12
15,0
30,0 (/)
o
20,0 "Si 10
100,0 :§
e
;:J 8
.,. ::equências é uma s
"""!3is classes podem 6
.a a distribuição de
_ãenciar algumas 4
. =sa...'11 muitas classes,
t:tos relevantes da 2

s. dependendo da 40 50 60 70 80 90 100
Taxa de alfabetização
Figura 5.4 Histograma de frequências de valores da taxa de alfabetização,
relativos a uma amostra aleatória de municípios brasileiros, ano 2000.

Interpretação da Figura 5.4 - Observamos um contingente razoável de


municípios com taxas de alfabetização acima de 80 (dentre a população
adulta, mais de 80% de alfabetizados). Mas também há muitos municípios
com taxas de alfabetização muito baixa (entre 50 a 80). Uma análise similar
por região demográfica poderia trazer mais informações relevantes.

PolíqoNo dE fREOUÊNCiAs

O polígono de frequências é uma representação gráfica alternativa.


Para construí-lo, torna-se o ponto médio (x) e a correspondente frequência (f)
de cada classe. Colocamos os pares (x, f) como pontos num par de eixos
100
s Quando as classes não têm a mesma amplitude, é necessário fazer alguns ajustes. Veja,
=-=aida-se que o número p~r exemplo, Bussab e Morettin (2002, p. 27). O histograma também poderia ser feito
usando percentagens no eixo vertical, mas a sua forma não mudaria.
86 E~ 1 A 1 b1ic:A AplirndA Às Ci?Nci11s SociAis CApírulo 5 - DAdos Ol~:·-- -

cartesianos. A ilustração ao lado mostra a representação f O leitor de\-e c-


do ponto (5, 1), num par de eixos cartesianos. Para explorar possíveis ;e -
completar o gráfico, devemos unir os pontos com se-
mirretas, ligando os pontos extremos ao eixo horizontal. ·--.s/ variável qualitativa ,
de frequências, de•. o
o 5 X dos valores), a di~:"S-
A Figura 5.5 apresenta o polígono de frequências construido a partir
da Tabela 5.2. O leitor deve notar que as informações fornecidas pelo Dizemos que uma d~~ ~
polígono de frequências são equivalentes às observadas num histograma. do outro lado.
14 -

"'o. 12 -
-~ É comum
:g 10 - simétricas. Por e::==:
5 assimétricas, pois e. ·;:
E 8-
"'
-o com alta renda (pr::. _
~ 6 -

,.,>:: 4,
;J
O'
~
ti: 21
o- í'
30 40 50 60 70
Ta.x a de alfabetização
80 90 100 1 10
_)__
Figura 5.5 Polígono de frequências de valores da taxa de
alfabetização, relativos a uma amostra aleatória de municípios
brasileiros, ano 2000.

A Figura 5.6 apresenta dois polígonos de frequências num mesmo


gráfico, usando dados do anexo do Capítulo 4. O uso de percentagens no
lugar de frequências absolutas foi proposital, porque facilita as
comparações entre as duas distribuições de renda. Deixamos para o leitor
a interpretação das informações contidas neste gráfico.
ExERcícios
~ 48
4)
E 40
~ 32
em relaçào ao se-:: :S..
···• ··· ?.1on te Verde de 12 professores: _._
"E 24 - - En costa do Morro
"f;f no Departamenw ::: = E
16 ··" .. pode-se dizer que ~­
........ ·•·..
5
cÍ'!::. o 1-•.
8
. •" .•. ·. .,
'\.~···· •
~ professor com o cie-~

o 5 10 15 20 25 30
Renda familia r (c m :;a.lúrios minimos)

Figura 5.6 Distribuições de frequências das rendas familiares no


Monte Verde (amostra de 40 familias) e na Encosta do Morro (amostra
de 37 famílias), Bairro Saco Grande II, Florianópolis-Se, 1988.
Apresente os dois ~-·­
análise compara.:--a..
~dl Às CiÊNCiAs SociAis CApí1 ulo 5 - DAcJo; OUAN1 i1A1ivo; 87

O leitor deve observar que um gráfico como o da Figura 5.6 permite


explorar possíveis relações entre uma variável quantitativa (renda) e uma
variável qualitativa (localidade). Ao comparar histogramas ou polígonos
de frequências, devemos observar a posição no eixo horizontal (nível típico
o 5 .~ dos valores), a dispersão e a assimetria.
~-"-'"""'~s construído a partir
- - :5cs fornecidas pelo Dizemos que uma distribuição é simétrica quando um lado da distribuição é o reflexo
~nu m histograma. do outro lado.

É comum medidas físicas terem distribuições razoavelmente


simétricas. Por outro lado, distribuições de renda em geral são
assimétricas, pois existem mais pessoas com baixa renda do que pessoas
com alta renda (principalmente no Brasil~. Veja a Figura 5.7.
(a) Distribuições diferentes em (b) Distrib uições diferentes
termos da posição cen trai quanto a dispersão

- .l>~
~ :zta
--o

de
__
_ /·) \>.. _ _
::::::dpios (e) Distribuição simétrica (d) Distribuição assimêuica

--...-..:.§::cias num mesmo


-- :::e p ercentagens no
_A
______:___)

~n:-qu e fac ili ta as Figura 5.7 Diferentes formas de distribuições de frequências.


~o s para o leitor

ExERCÍcios
4 ) Os dados a seguir são medidas da identidade social que os professores sentem
em relação ao seu departamento de ensino. Foram observadas duas amostras
de 12 professores: uma no Departamento de Engenharia Mecânica e a outra
= no Departamento de His tória, ambas na UFSC. Pelo instrumento utilizado,
pode-se dizer que quanto maior o valor, maior é a identificação social do
professor com o departamento de ensino a que pertence.
Valores de identidade social
_.:;: 30
Departamen to de Eng. Mecânica Departament o de Histõria
4 6 48 47 48 49 50 35 24 43 4 3 44 33
3 7 46 47 48 44 47 38 35 39 37 40 35
Fonte: Laboratório de Psicologia Social / UFSC, 1990.

Apresente os dois conjuntos de dados num diagrama de pontos e faça u ma


análise comparativa.
88 Es1ATÍSTiCA ApllCAdA ÀS Ci [ \ CiAs Socl1\IS CApfrulo ~ - D,,dos ot~:.·

5) Considere os dados do anexo do Capitulo 2.


a) Construa uma tabela de frequências para o desempenho do aluno no 57 76
curso (item 5 do questionário). 72 66
b) Faça um histograma. Interprete . 54 67
e) Construa um polígono de frequê ncias. 59 68
6 ) Considerando os da dos sobre renda familiardo anexo do Capitulo 4, construa a)
três histogramas, sendo um para cada localidade. Faça uma comparação
descrevendo as diferenças entre as três distribuições de renda familiar. 4 5
7) Os gráficos apresentados a seguir represe ntam distribuições de pressões 5
intraoculares para indivíduos normais e para indivíduos portadores de 6
gla ucoma. Quais a s semelhanças e d iferenças que podemos observar na 7
8
pressão intraocular desses dois grupos de indivíduos?
Jndivid\Jos normais lndividuos portad0<es de glaucoma
9
(amostra de 43 indivíduos) (amostra de 34 individuas)

~
~ 15
30~
8 25
20
g
l
40
50UL
30 O leitor deve
·.;; 10
,, 5
.,
-~ 20
,, 10
se a forma da distr..o.>-..... ._
.,. o .1.....-.1.._..___.__,___.____.___._~- $ o _.___.__ _,__,__..__.__..____.__..____ d eitado (compare e
9 10 11 12 13 14 15 16 16 20 24 28 32 36 40 44 Figura 5.4).
pressão inlfaocufar pressão intraocular

5J RAMO--E--fol~As

Quando a quantidade de dados não for muito grande (digamos, até res. Em nosso exe-
uma centena de observações), podemos construir, com relativa facilidade, igual a 1 (um), ou se:.,,_
um ramo-e-folhas, o qual fornece a forma da distribuição de frequências e naturalmente, e me:-=.:__
ainda preserva a magnitude aproximada dos valores. Num ramo-e-folhas, folha. Por exem plo ~ . -
os dados ficam ordenados crescentemente, o que facilita a obtenção de
Na construçã~
algumas medidas descritivas, como veremos no próximo capítulo.
a escolha dos alga.-::::
Voltemos a considerar as taxas de alfabetização de uma amostra de d epende do c o~~~­
municípios brasileiros. Para facilitar a construção do ramo-e-folhas, vamos análise . Tome mos
usar apenas os dois algarismos mais relevantes, desprezando os algarismos onde trabalharemos
decimais.
Dados da poptta· -
Para cada valor, o primeiro algarismo é colocado do lado esquerdo 6.512 8.453 3"
do traço vertical, formando os ramos. O segundo algarismo é colocado do 3.682 19.985 •
18.084 13.084
lado direito do traço, formando as folhas. Assim, o valor 57 fica representado 17 .189 9.709
por 517 (veja a segunda linha da Figura 5.8a), o 76 por 716 (quarta linha), Fonte: IBGE.
e assim por diante . Na apresentação final de um ramo-e-folhas, devemos
também ordenar as folhas, como mostra a Figura 5.8b. cinco, temos a me=a o;,, ""
respectivamente).

Você também pode gostar