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Apostila de Lingua Portuguesa Esquematizada

O documento discute as regras de acentuação gráfica em português, distinguindo entre palavras oxítonas, que recebem acento agudo ou circunflexo dependendo da vogal tônica, e paroxítonas, que também recebem acento agudo ou circunflexo de acordo com padrões similares. Exemplos ilustram as diferentes regras de acentuação.

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Apostila de Lingua Portuguesa Esquematizada

O documento discute as regras de acentuação gráfica em português, distinguindo entre palavras oxítonas, que recebem acento agudo ou circunflexo dependendo da vogal tônica, e paroxítonas, que também recebem acento agudo ou circunflexo de acordo com padrões similares. Exemplos ilustram as diferentes regras de acentuação.

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GRAMÁTICA ESQUEMATIZADA

ACENTUAÇÃO GRÁFICA
A acentuação gráfica estuda os acentos gráficos (agudo, grave e circunflexo).
Esses são elementos essenciais para estabelecer organizadamente, por meio de regras, a
intensidade das palavras das sílabas portuguesas.
Acentuação das Palavras Oxítonas
As palavras oxítonas são aquelas em que a última sílaba é tônica (mais forte). Elas podem
ser acentuadas com o acento agudo e o circunflexo.
Oxítonas que Recebem Acento Agudo

Regras Exemplos

Recebem acento agudo as palavras oxítonas está, estás, já, olá; até, é, és, olé,
terminadas em vogais tônicas abertas (a), (e) ou (o) pontapé(s); vó(s), dominó(s), paletó(s),
seguidas ou não de (s). só(s)

bebé ou bebê; bidé ou bidê; canapé ou


Ao caso de palavras derivadas do francês e
canapê
terminadas com a vogal (e), são admitidos tanto o
caraté ou caratê; croché ou crochê;
acento agudo como circunflexo.
matiné ou matinê

adorá-lo (de adorar + lo) ou adorá-los


Quando conjugadas com os pronomes (lo(s)) ou
(de adorar + los);
(la(s)) terminando com a vogal tônica aberta (a)
Dá-la (de dar + la) ou dá-las (de dar +
após a perda do (r), (s), ou (z).
las)

Recebem, ainda, acento as palavras oxítonas com acém, detém, deténs, entretém,
mais de uma sílaba terminadas no ditongo nasal entreténs, harém, haréns, porém,
grafado (em). provém, provéns, também

As palavras oxítonas com os ditongos abertos anéis, batéis, fiéis, papéis, chapéu(s),
grafados (éu), (éu) ou (ói), seguidos ou não de (s). ilhéu(s), véu(s); herói(s), remói

Obs: Há exceção nas formas da terceira pessoa do plural no presente do indicativo dos
compostos de (ter) e (vir) ou terminada em (ens). Nesse caso, elas recebem acento
circunflexo (retêm, sustêm; advêm, provêm).

Oxítonas que Recebem Acento Circunflexo


Regras Exemplos

cortês, dê, dês (de dar), lê, lês


As palavras oxítonas terminadas nas vogais tônicas fechadas
(de ler), português, você(s);
que se grafam (e) ou (o), seguidas ou não de (s).
avô(s), pôs (de pôr), robô(s)

As formas verbais oxítonas, quando conjugadas com os


detê -lo(s); fazê -la(s); vê -la(s);
pronomes clíticos (lo(s)) ou (la(s)) terminadas com as
compô-la(s); repô -la(s); pô -
vogais tônicas fechadas (e) ou (o) após a perda da
la(s)
consoantes final (r), (s)ou (z).

Obs.: Usa-se, ainda, o acento circunflexo para diferenciar a forma verbal (pôr) da
preposição (por).

Acentuação das Palavras Paroxítonas


As palavras paroxítonas são aquelas em que a penúltima sílaba é tônica (mais forte).
Paroxítonas que Recebem Acento Agudo

Regras Exemplos

Recebem acento agudo as paroxítonas que apresentam,


dócil, dóceis; fóssil, fósseis;
na sílaba tônica, as vogais abertas grafadas (a, e, o, i, u) e
réptil, répteis; líquen,
que terminam em (l, n, r, x, s), bem como as respectivas
líquenes; Ímpar, ímpares
formas do plural, que passam a proparoxítonas.

fêmur e fémur; ónix e ônix;


pónei e pônei; ténis e tênis;
É admitida dupla grafia em alguns casos.
bónus e bônus; ónus e ônus;
tónus e tônus

Palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tônica, as órfã, órfãs; órfão, órfãos;
vogais abertas grafadas (a, e, i, o, u) e que terminam em órgão, órgãos; sótão, sótãos;
ã(s), ão(s), ei(s), i(s), um(s). jóquei, jóqueis; fáceis, fácil

bílis, íris, júri, oásis, álbum,


Nas formas singular e plural das palavras.
fórum, húmus e vírus
Obs.: Não se acentuam graficamente os ditongos representados por (ei) e (oi) da sílaba
tônica das paroxítonas:
Assembleia, boleia, ideia, onomatopeico, proteico, alcaloide, apoio (do verbo apoiar), tal
como apoio (substantivo), boia, heroico, jiboia, moina, paranoico, zoina.
As palavras paroxítonas não acentuadas são: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho,
voo; avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro; descobrimento, graficamente,
moçambicano.

Paroxítonas que Recebem Acento Circunflexo

Regras Exemplos

Palavras paroxítonas que contêm, na


sílaba tônica, as vogais fechadas com a
grafia (a, e, o) e que terminam em (l, n, r, cônsul, cônsules; têxtil, têxteis; plâncton,
x), assim como as respetivas formas do plânctons
plural, algumas das quais se tornam
proparoxítonas.

Também recebem acento circunflexo as


palavras que contêm na sílaba tônica
Estevão, zângão, escrevêsseis, ânus
vogais fechadas com a grafia (a, e, o) e
que terminam em ão(s), eis (s) ou us.

têm, vêm, abstêm (abstém); advêm (advém);


São grafadas com acento circunflexo as
contêm (contém); convêm (convém);
formas dos verbos ter e vir na terceira
desconvêm (desconvém); detêm (detém);
pessoa do plural do presente do
entretêm (entretém); intervêm (intervém);
indicativo. O mesmo é aplicado algumas
mantêm (mantém); obtêm (obtém); provêm
formas compostas verbais.
(provém); sobrevêm (sobrevém)

Não é usado o acento circunflexo nas


palavras paroxítonas que contêm um
creem, deem, descreem, desdeem, leem,
tônico oral fechado em hiato com
preveem, redeem, releem, reveem, veem
terminação (em) da terceira pessoa do
plural do presente do indicativo.

Não é usado o acento circunflexo com


enjoo – substantivo e flexão de enjoar
objetivo de assinalar a vogal tônica
povoo – flexão de povoar
fechada na grafia das palavras
voo – substantivo e flexão de voar
paroxítonas.
Regras Exemplos

Não são usados os acentos circunflexo e para – flexão de parar.


agudo para distinguir as palavras pela/pelo – preposição de pela, quando
paroxítonas quando têm a vogal tônica substantivo de pelar.
aberta ou fechada em palavras pelo – substantivo de per + lo.
homógrafas de palavras proclíticas no polo – combinação de per + lo e na
singular e plural. combinação de por + lo

Fique Atento!
O acento circunflexo é obrigatório na palavra pôde na terceira pessoa do singular do
pretérito perfeito do indicativo. Isso acontece para distinguir a forma verbal
correspondente do presente do indicativo pode.
O acento circunflexo é facultativo no verbo demos, conjugado na primeira pessoa do
presente do indicativo. Isso ocorre para distinguir da correspondente no pretérito perfeito
do indicativo demos.
Também leva acento circunflexo os substantivos fôrma como distinção do
verbo formar na segunda pessoa do singular imperativo: forma.

Vogais Tônicas

Regras Exemplos

Adaís – plural de Adail, aí, atraí (de atrair), baú, caís


As vogais tônicas grafadas (i) e (u) das
(de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, alaúde, amiúde,
palavras oxítonas e paroxítonas recebem
Araújo, Ataíde, atraíam (de atrair), atraísse (id.),
acento quando forem antecedidas de uma
baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca,
vogal com que não forma ditongo e desde
faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa,
que não constituam sílaba com a consoante
miúdo, paraíso, raízes, recaída, ruína, saída e
seguinte.
sanduíche

Recebem acento agudo as vogais tônicas Piauí


grafadas com (i, u) quando precedidas de teiú – teiús
ditongo na posição final ou seguidas de (s). tuiuiú – tuiuiús

Recebe acento agudo a vogal tônica grafada I


das palavras oxítonas terminadas em (r) dos
atraí -lo(s), atraí -lo(s) –ia, possuí -la(s), possuí -
verbos em (air) e (unir) quando combinadas
la(s) -ia – de possuir -la(s) –ia
com (lo(s), la(s)) considerando a assimilação
e perda do (r) nas palavras.
Regras Exemplos

As vogais tônicas grafadas (i) e (u) das


palavras oxítonas e paroxítonas não recebem
bainha, moinho, rainha, Adail, Coimbra, ruim, ainda,
acento quando forem antecedidas de uma
constituinte, oriundo, ruins, triunfo, atrair, influir,
vogal com que não forma ditongo e desde
influirmos, juiz e raiz
que não constituam sílaba com a consoante
seguinte nos casos de (nh, i, m, n, r, z).

Não recebem acento agudo as vogais tônicas arguir, redarguir, aguar, apaniguar, apaziguar,
nas palavras paroxítonas nas formas apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar,
rizotônicas de alguns verbos. obliquar, delinquir

Não recebem acento agudo os ditongos


tônicos grafados (iu) e (ui), quando distraiu; instruiu
precedidos de vogal.

Não é utilizado acento agudo nas vogais


tônicas grafadas em "i" e "u" das palavras baiuca; boiuno; cheinho; sainha
paroxítonas quando precedidas de ditongo.

Acentuação das Palavras Proparoxítonas


As palavras proparoxítonas são aquelas em que a antepenúltima sílaba é a tônica (mais
forte).
Proparoxítonas que Recebem Acento Agudo

Regras Exemplos

Árabe, cáustico, Cleópatra,


Recebem acento agudo as palavras proparoxítonas que esquálido, exército, hidráulico,
apresentam na sílaba tônica as vogais abertas grafadas com (a, e, líquido, míope, músico, plástico,
i, o, u), começando com ditongo oral ou vogal aberta. prosélito, público, rústico,
tétrico, último

Recebem acento agudo as palavras proparoxítonas aparentes


Álea, náusea; etéreo, níveo;
quando apresentam na sílaba tônica as vogais abertas grafadas
enciclopédia, glória; barbárie,
(a, e, i, o, u) ou ditongo oral começado por vogal aberta, e que
série; lírio, prélio; mágoa,
terminam por sequências vocálicas pós -tônicas praticamente
nódoa; exígua, língua; exíguo,
consideradas como ditongos crescentes (ea, eo, ia, ie, io, oa, ua,
vácuo.
uo).
Proparoxítonas que Recebem Acento Circunflexo

Regras Exemplos

Anacreôntico, cânfora, cômputo, devêramos (de


Recebem acento circunflexo as palavras
dever), dinâmico, êmbolo, excêntrico, fôssemos
proparoxítonas que apresentam na sílaba
(de ser e ir), Grândola, hermenêutica, lâmpada,
tônica vogal fechada ou ditongo com a vogal
lôbrego, nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo,
básica fechada e as chamadas proparoxítonas
trôpego. Amêndoa, argênteo, côdea, Islândia,
aparentes.
Mântua e serôdio

Recebem acento circunflexo as palavras


proparoxítonas, reais ou aparentes, quando as
Acadêmico, anatômico, cênico, cômodo, fenômeno,
vogais tônicas vierem grafadas e/ou estão em
gênero, topônimo, Amazônia, Antônio, blasfêmia,
final de sílaba e são seguidas das consoantes
fêmea, gêmeo, gênio e tênue.
nasais grafadas (m) ou (n) obedecendo ao
timbre.

Atenção!
Palavras derivadas de advérbios ou adjetivos não são acentuadas
Exemplos:
• Avidamente - de ávido
• Debilmente - de débil
• Facilmente - de fácil
• Habilmente - de hábil
• Ingenuamente – de ingênuo
• Lucidamente - de lúcido
• Somente - de só
• Unicamente - de único
• Candidamente – cândido
• Dinamicamente - de dinâmico
• Espontaneamente - de espontâneo
• Romanticamente - de romântico
EXERCÍCIOS
Q1 - Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por serem
oxítonos:
a) paletó, avô, pajé, café, jiló
b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis
c) você, capilé, Paraná, lápis, régua
d) amém, amável, filó, porém, além
e) caí, aí, ímã, ipê, abricó

Q2 - Aponte a opção em que as duas palavras são acentuadas devido à mesma regra:
a) saí - dói
b) relógio - própria
c) só - sóis
d) dá - custará
e) até – pé

Q3 - Marque a única alternativa que apresenta equívocos de acentuação das


palavras:
a) Goiânia é a única cidade que gostaria de morar.
b) Sábado vou à feira comprar pêixe e abóbora para fazer aquela receita.
c) Gostaria de saber o porquê de tanta rúcula e cará no meu prato.
d) O vigésimo colocado no concurso será nomeado a partir do último sábado do mês que
vem.
e) Hélio não pôde ver o número do ônibus porque estava sem os óculos.

Q4 - Assinale a alternativa que apresenta equívoco de acentuação:


a) ônibus, saída, Ilhéus.
b) óculos, Sabará, vídeo.
c) íntimo, sílaba, rúcula.
d) operário, sanitário, Goiânia.
e) Goiás, amônia, econômia.

Q5 - Aponte a única série em que pelo menos um vocábulo apresente erro no que diz
respeito à acentuação gráfica:
a) pegada – sinonímia
b) êxodo – aperfeiçoe
c) álbuns – atraí-lo
d) ritmo – itens
e) redimí-la – grátis
GABARITO

1. A 2. B 3. B

4. E 5. E
CLASSES GRAMATICAIS

É bom lembrar que a Língua Portuguesa é dividida da seguinte forma:


• Sintaxe, que estuda a relação entre as palavras dentro das frases.
• Fonologia, que estuda o som das palavras, suas sílabas e letras.
• Semântica, que estuda o significado das palavras.
• Morfologia, que estuda as classes de palavras, suas estruturas e origens.
A Morfologia estuda as palavras isoladamente, dividindo-as em classes de palavras,
também conhecidas como classes gramaticais. São elas:
1. Artigo
2. Advérbio
3. Adjetivo
4. Conjunção
5. Interjeição
6. Numeral
7. Pronome
8. Preposição
9. Substantivo
10. Verbo
Cada uma dessas classes de palavra tem uma função específica na Língua Portuguesa. Para
não errar questões no seu concurso será preciso entender as características de cada uma
delas.
SUBSTANTIVO
O substantivo é a classe gramatical que utilizamos para dar nome aos objetos e às coisas. A
própria origem da palavra “substantivo”, que vem de “substância”, se refere ao
fundamento de algo.
Exemplos: livro, bicicleta, homem, cachorro, prédio, nuvem, sonho.
Se você parar um pouco para pensar, verá que existem diversas classificações possíveis
para os substantivos.
Para começar, analise os substantivos “prazer” e “tesoura”. Ambos são substantivos, mas
você concorda que há algo de diferente entre eles?
Para explicar essas diferenças, vamos entender um pouco as classificações dos
substantivos.

Substantivos Concretos
São os substantivos que convencionalmente entendemos como substantivos. Eles possuem
existência independente.
Exemplos: mesa, cadeira, flor, balde.
Os substantivos concretos são aqueles que nomeiam objetos, coisas, lugares, animais e
plantas.
Substantivos Abstratos
Já os substantivos abstratos se referem a fenômenos que têm existência dependente.
Ações, sentimentos, estados e qualidades são substantivos abstratos.
Exemplos: amor, prazer, ódio, beleza, beijo, amizade.
Todos esses substantivos dependem da existência de um ou mais seres para fazer sentido.
Por isso não são concretos.
Substantivos Próprios
Vamos a outra classificação dos substantivos: os substantivos próprios.
São aqueles que individualizam um ou mais seres. O substantivo próprio identifica esses
seres para diferenciá-los dos demais, por conta de suas características.
Assim, os nomes de pessoas e países, por exemplo, são nomes próprios.
Exemplo: João, Argentina, Bahia, Magazine Luiza.
Teríamos muita confusão se os nomes próprios não existissem. Seria difícil identificar
alguém se chamássemos todos como “pessoas” ou “seres humanos”. Mais fácil identificar
alguém que chame Maria Raquel da Silva Barbosa.
SUBSTANTIVOS COMUNS
Já o substantivo comum é aquele aplicado a vários objetos e coisas. Ele não cria
identidades específicas nos seres que nomeia.
Exemplos: carro, motocicleta, gato, prato.

SUBSTANTIVOS COLETIVOS
Outra classificação importantíssima dos substantivos é a dos coletivos. Mesmo estando no
singular, eles fazem referência a uma coleção de objetos, seres ou coisas.
Exemplos: laranjal, rebanho, cardume, vinhedo, constelação.
Note que cada substantivo coletivo agrupa um conjunto de seres. Considerando os
exemplos acima, temos:
• Laranjal – conjunto de pés de laranja
• Rebanho – conjunto de cabras ou ovelhas
• Cardume – conjunto de peixes
• Vinhedo – conjunto de videiras
• Constelação – conjunto de estrelas
SUBSTANTIVOS COMUNS
Essa é um tipo de classificação bem pouco cobrada em concursos públicos, mas vale a pena
atentarmos para ela.
Um substantivo primitivo é aquele que não é derivado de outra palavra.
Exemplos: pedra, limão, água, flor.
Para entender melhor os substantivos primitivos, veja a seguir o que são os substantivos
derivados.
SUBSTANTIVOS DERIVADOS
Os substantivos derivados, por óbvio, são aqueles que derivam dos substantivos
primitivos. Veja os exemplos a seguir, usando os substantivos primitivos anteriores:
Exemplos: pedrada, limoeiro, aguada, floricultura.
Note que há uma diferença entre os substantivos derivados e os substantivos coletivos. Os
coletivos expressam a reunião de seres iguais. Os derivados apenas se utilizam da
estrutura de um substantivo primitivo.
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS
São aqueles que possuem mais de um radical em sua estrutura.
Exemplos: guarda-chuva, couve-flor, erva-doce, passatempo.
Perceba que não necessariamente o radical precisa estar separado por hífen (como é o
caso de “passatempo”).
SUBSTANTIVOS SIMPLES
Já os substantivos simples são aqueles que possuem apenas um radical na sua estrutura.
Exemplos: computador, mesa, cadeira, garrafa.
É bom frisar que os substantivos variam em número, grau e gênero. Ou seja: podem ser
encontrados no singular e no plural (número), no aumentativo e diminutivo (grau) e no
masculino e feminino (gênero).
ADJETIVO
No Emprego das Classes de Palavras o adjetivo é um dos mais importantes. Ele tem a
função de delimitar e qualificar o significado de um substantivo.
De maneira geral, podemos dizer que os adjetivos dizem quais são as qualidades de um
substantivo.
Exemplos: azul, belo, feio, romântico, bom, mau, arredondada.
Veja cada um desses adjetivos ao lado de um substantivo:
• Carro azul
• Homem belo
• Sapato feio
• Menino romântico
• Cachorro bom
• Gato mau
• Bola arredondada
Fácil de entender, não é mesmo?
LOCUÇÃO ADJETIVA
Fique muito atento à possibilidade da utilização de locuções adjetivas nas questões de
concurso público. Isso porque elas são como adjetivos “disfarçados”.
As locuções adjetivas são a junção entre uma preposição e um substantivo, operando na
frase como um adjetivo.
Exemplos:
• Cachorro de rua
• Quadro com cupim
• Arroz de geladeira
• Livro sem capa
“De rua”, “com cupim”, “de geladeira” e “sem capa” fazem o papel de adjetivos nesses
casos. Por isso, são locuções adjetivas.
Caso você encontre uma questão com pegadinha que pergunte se “De rua” está
adjetivando a palavra “Cachorro”, responda corretamente.
SUBSTATIVAÇÃO DO ADJETIVO
Outra possível confusão que pode ser feita é quando um adjetivo é substantivado. Aqui o
que importa analisar é a função que a palavra está exercendo, e não necessariamente
memorizar que uma palavra é ou não um adjetivo.
Veja a frase a seguir:
O fraco sempre sairá por último
Nesse caso, “fraco” não é adjetivo. A palavra não está qualificando nenhum
substantivo. Ele é o próprio substantivo.
O adjetivo fraco foi substantivado!
GRAU DO ADJETIVO
Outro tema importantíssimo quando falamos sobre os adjetivos é entender o grau de
emprego deles. Como assim?
Quando falamos em graus estamos falando das relações entre as qualidades de um ou mais
seres. Os graus existentes são o positivo, o comparativo e o superlativo.
GRAU POSITIVO
É o menos conhecido, e menos cobrado em concursos. É o grau que simplesmente enuncia
a qualidade de algo.
Exemplo: A mulher é linda.
GRAU COMPARATIVO
É o grau onde o adjetivo está empregado em uma comparação entre dois ou mais seres.
Veja quais são as possibilidades do Grau Comparativo, e alguns exemplos:
• Grau Comparativo de Igualdade – “A mulher é tão linda quanto o homem”.
• Grau Comparativo de Superioridade – “A mulher é mais linda que o homem”.
• Grau Comparativo de Inferioridade – “A mulher é menos linda que o homem”.
GRAU SUPERLATIVO
O Grau Superlativo é utilizado quando se pretende dar ênfase na adjetivação. Existem duas
possibilidades de emprego – o Grau Superlativo Absoluto (não faz comparações) e o Grau
Superlativo Relativo (faz comparações).
• Grau Superlativo Relativo – “A mulher é a mais linda de sua sala”
• Grau Superlativo Absoluto – “A mulher é lindíssima!”
Importante dizer que no Grau Superlativo Absoluto existem duas possibilidades. A
utilização de expressões como “muito linda” ou a utilização do adjetivo modificado, como
“lindíssima”. Daí surgem mais duas classificações:
• Grau Superlativo Absoluto Sintético – “A mulher é lindíssima!”
• Grau Superlativo Absoluto Analítico – “A mulher é muito linda!”

ARTIGO
Entre as classes de palavras o Artigo é muitas vezes desconsiderado pelos candidatos a
concurso público. Mas ele tem uma importância fundamental na construção da nossa
comunicação.
O Artigo é o termo que vem antes do substantivo, esclarecendo três pontos
importantíssimos sobre ele:
• Se o substantivo é definido ou indefinido
• Se o substantivo é masculino ou feminino
• Se o substantivo está no singular ou no plural
Exemplos de artigos: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
ARTIGO DEFINIDO
O Artigo Definido é utilizado para apontar um ou mais seres especificamente. Veja o
exemplo de quatro frases onde o Artigo Definido é utilizado:
• “A Holanda vendeu seu petróleo”
• “As gatas comeram carne”
• “O homem saiu pela porta”
• “Os garotos compraram queijo”
Como você pode ver, nesses casos há uma delimitação do substantivo em relação a seres
específicos.
ARTIGO INDEFINIDO
Ao contrário do Artigo Definido, o Artigo Indefinido deixa oculto a quais ou qual ser se
refere. Ele generaliza o substantivo.
Veja alguns exemplos de Artigos Indefinidos sendo aplicados:
• “Um suspeito passou por aqui”.
• “Uns homens chegaram no bar”.
• “Uma barata apareceu na sala”.
• “Umas meninas tocaram o sino”.
Quando um artigo feminino definido (a/as) está junto com uma proposição “a”, usa-se o
sinal da crase. Se você não sabe quando utilizar esse sinal, veja o artigo que escrevi
sobre uso da crase.
PRONOME
Muita gente confunde bastante qual a real função do Pronome na Língua Portuguesa.
Certamente é um dos temas que os candidatos a concurso público mais erram nessa parte
do Emprego das Classes de Palavras.
Se é assim, nosso interesse aumenta, já que, para nós, importante é acertar nos assuntos
que a maioria dos candidatos erra. Então, vamos nos aprofundar no entendimento dessa
classe gramatical dos pronomes.
Primeiro, saiba que um pronome nada mais é que uma palavra que substitui ou pode
substituir um substantivo.
Isso pode acontecer de diversas formas, por isso existem seis tipos de pronome:
1. Pronome pessoal
2. Pronome possessivo
3. Pronome demonstrativo
4. Pronome indefinido
5. Pronome interrogativo
6. Pronome relativo
Você conhece cada um desses tipos de Pronome? Chegou a hora de conhecer!

PRONOME PESSOAL
Pronome pessoal é aquele que substitui o nome de alguém em uma construção gramatical.
Além disso, ele relaciona o nome a uma das 3 pessoas gramaticais. Veja quais são as três
pessoas gramaticais:
• Eu/nós (1ª pessoa) – a pessoa que fala.
• Tu/vós (2ª pessoa) – a pessoa com quem falamos.
• Ele/eles (3ª pessoa) – a pessoa de quem falamos.
O pronome pessoal pode ser de três tipos:
1. Reto
2. Oblíquo
3. De tratamento
Vamos conhecer, a seguir, as características desses três tipos de pronome.
PRONOME PESSOAL RETO
O Pronome Reto é aquele que representa o sujeito do verbo na oração. São eles:
• Eu
• Tu
• Ele
• Nós
• Vós
• Eles
Veja um exemplo dos pronomes pessoais retos acompanhados dos verbos:
• Eu compro
• Tu compras
• Ele compra
• Nós compramos
• Vós comprais
• Eles compram
Esses são os pronomes mais comuns na utilização cotidiana do Português.

PRONOME PESSOAL OBLÍQUO


O Pronome Oblíquo é aquele que tem como função a complementação do verbo. Veja quais
são os pronomes oblíquos:
• 1ª pessoa do singular – me, mim, migo
• 2ª pessoa do singular – te, ti, tigo
• 3ª pessoa do singular – o, a, lhe, se, si, sigo
• 1ª pessoa do plural – nos, nosco
• 2ª pessoa do plural – vos, vosco
• 3ª pessoa do plural – os, as, lhes, se, si, sigo
Agora, a aplicação de cada um desses pronomes oblíquos em orações:
• Chamaram-me
• Fez para mim
• Comeu comigo
• Amo-te
• Levei a ti
• Viajei contigo
• Declaro-o inocente
• Mando-a para casa
• Faz-lhe esse favor
• Diz-se que abriu o carro
• Presenteia a si
• Dormiu consigo
• Compram-nos um chocolate
• Jogam conosco
• Dão-vos o pão
• Saíram convosco
• Intimam-os a vir
• Retiram-as do recinto
• Pedem-lhes a bola
• Fazem-se de bobos
• Maltratam a si mesmos
• Meditam consigo

PRONOME PESSOAL DE TRATAMENTO


O Pronome de Tratamento é aquele que substitui a terceira pessoa do singular ou do
plural (ele/eles).
Alguns exemplos de pronome de tratamento:
• Você
• Vossa Senhoria
• Vossa Excelência
• Vossa Majestade
• Fulano
• Cicrano
• Beltrano
Os pronomes de tratamento são utilizados principalmente em referência a cargos.
Enquanto “Sua Majestade” é utilizado para um rei, “Excelentíssimo” é utilizado para um
Governador, por exemplo.
PRONOMES POSSESSIVOS
São aqueles que trazem a ideia de posse, em referência a alguém a quem pertence algo.
Conheça os pronomes possessivos:
• 1ª Pessoa – Meu (s) / Minha (s)
• 2ª Pessoa – Teu (s) / Tua (s)
• 3ª Pessoa – Seu (s) / Sua (s)
• 1ª Pessoa – Nosso (s) / Nossa (s)
• 2ª Pessoa – Vosso (s) / Vossa (s)
• 3ª Pessoa – Seu (s) / Sua (s)
Muito simples de compreender, não é mesmo?
PRONOME INDEFINIDO
Os pronomes indefinidos são muito pouco estudados, e quando são cobrados nos
concursos a maioria dos candidatos são induzidos ao erro.
Basicamente, podemos dizer que o Pronome Indefinido é aquele que determina o
substantivo de maneira vaga. Conheça os pronomes indefinidos:
• Algum
• Bastante
• Cada
• Certo
• Diferentes
• Diversos
• Mais
• Menos
• Muito
• Nenhum
• Outro
• Pouco
• Qualquer
• Quanto
• Quem quer
• Tanto
• Todo
• Um
• Vários
Tome cuidado com os pronomes indefinidos. Eles podem ser confundidos com outras
classes gramaticais.
PRONOME INTERROGATIVO
Os pronomes interrogativos são os mais fáceis de compreender. São aqueles que integram
orações interrogativas.
São eles:
• Que
• Quem
• Qual
• Quanto
PRONOME RELATIVO
O pronome relativo é aquele faz referência a um termo de outra oração, que não aquela
que ele fez parte.
Os pronomes relativos da Língua Portuguesa são os seguintes:
• O qual
• Que
• Quem
• Cujo
Exemplos de uso do Pronome Relativo:
• A mulher, a qual falou comigo, chegou em casa
• O cachorro, cuja pata foi curada, está andando

NUMERAL
Agora vamos aprender sobre os numerais, que são as palavras que tem função
quantificadora definida em uma oração.
Enquanto o artigo indefinido “um” fala genericamente de uma quantidade possível de
seres, o numeral “um” quantifica exatamente.
Veja um exemplo de aplicação do numeral “um”:
• Eu só comprei uma cama.
Uma dica para verificar se o “um” encontrado em uma oração é numeral ou outra classe de
palavra é substituí-lo por outro numeral e verificar se faz sentido. No nosso exemplo, faria
sentido:
• Eu só comprei duas camas
Logo, trata-se de um numeral.
NUMERAL ORDINAL
Os numerais ordinais são aqueles que expressam ideia de ordem numa série.
Exemplos: primeiro, segundo, terceiro, quarto etc.
NUMERAL CARDINAL
São aqueles que simplesmente expressam quantidade.
Exemplos: um, dois, três, mil, um milhão, três bilhões etc.
NUMERAL MULTIPLICATIVO
Nesse caso, estamos falando de numerais que determinam o número de vezes de algo.
Exemplos: dobro, triplo, quadruplo etc.
NUMERAL FRACIONÁRIO
Enquanto o Numeral Multiplicativo expressa multiplicação, o Numeral Fracionário
expressa divisão.
Exemplos: meio, terço, doze avos, décimo etc.
VERBO
gora passemos para uma das mais importantes partes do Emprego das Classes de
Palavras, o estudo dos verbos.
O verbo é a palavra que expressa a realização de alguma ação, ou o resultado dessa ação.
Compreender o emprego dos verbos é essencial para conseguir um bom desempenho em
qualquer prova de Língua Portuguesa em concursos públicos.
Por isso, fique atento a cada detalhe desse assunto.
É possível analisar e classificar os verbos em relação a diversos aspectos. Vamos nos
dedicar a cada um deles.
PREDICAÇÃO DO VERBO
O verbo também é chamado de predicado, já que atribui uma ação a uma coisa ou a uma
pessoa. Essa predicação pode ser incompleta ou completa.
VERBO INTRANSITIVO
O Verbo Intransitivo é aquele de predicação completa, portanto não precisa de um
complemento. O verbo “chover”, é um exemplo. Veja:
• “Ontem choveu”
A oração é compreendida sem qualquer complemento ao verbo. Não é o caso do verbo
transitivo.
VERBO TRANSITIVO
Aqui o verbo precisa de um complemento, por não ser de predicação completa. Um
exemplo é o verbo “ver”. Confira:
• Saulo viu a morena
Na oração acima, dizer apenas que “Saulo viu” ficaria incompleto. Saulo viu o quê? É
preciso um complemento, nesse caso, a palavra “morena”.
É bom ressaltar que o complemento do verbo transitivo é chamado de objeto. E que os
verbos transitivos podem ser considerados transitivos diretos e transitivos indiretos.
Entenda:
• Verbo Transitivo Direito é aquele que a ação passa diretamente para a pessoa ou
coisa sobre que recai. Exemplo: ver, beber, derrubar.
• Verbo Transitivo Indireto é aquele que a ação não passa diretamente para a
pessoa ou coisa sobre que recai. Exemplo: gostar, obedecer.
O complemento do verbo transitivo direto é o objeto direto. O complemento do verbo
transitivo indireto é o objeto indireto.
VOZ DO VERBO
Outro ponto importante no estudo dos verbos é analisar em que voz ele se encontra. As
vozes verbais são ativa, passiva, reflexiva e neutra.
VOZ ATIVA
É quando a ação verbal é praticada pelo sujeito. Ele é o agente da ação verbal.
Exemplo: O rato comeu o queijo.
VOZ PASSIVA
Na voz passiva a pessoa ou coisa a quem se atribui a ação verbal recebe a ação, em vez de
praticá-la.
Exemplo: O carro foi lavado pelo menino.
VOZ REFLEXIVA
A Voz Reflexiva pode ser entendida como a união entre a Voz Passiva e a Voz Ativa. O
sujeito pratica e, simultaneamente, sofre os efeitos da ação verbal.
Exemplo: Tereza cortou-se.
VOZ NEUTRA
É o caso em que o sujeito nem pratica nem recebe a ação verbal.
Exemplo: Maria Joaquina é linda.
FLEXÃO DO VERBO
Você já ouviu falar em conjugação verbal? A conjugação nada mais é que o conjunto de
flexões de um verbo. Primeiro, vamos aprender quais são os modos verbais.
MODO INDICATIVO
Nesse modo, a ação expressa pelo verbo é exercida de maneira real e definida, seja numa
afirmação, seja numa negação.
Exemplos: fazem, compro, mando, tenho, estais, veem.
MODO SUBJUNTIVO
No Modo Subjuntivo o verbo precisa estar subordinado a um outro verbo para ter sentido.
Entenda melhor no exemplo a seguir.
Exemplo: “Quero que estude”.
O verbo “estude”, nesse caso, está no modo subjuntivo, pois seu sentido está dependendo
do verbo “quero”.
MODO IMPERATIVO
É o modo verbal dos “mandões”, pois são utilizados para a passar a ideia de ordem.
Exemplo: “Apareça agora em minha frente”.
“Apareça” está no modo imperativo.
FORMAS NOMINAIS DO VERBO
Sabia que os verbos podem se tornar substantivos ou adjetivos? Eles exercem essas
funções quando estão em suas formas nominais. São elas:
• Gerúndio
• Infinitivo
• Particípio
Entenda cada uma dessas formas a seguir.
GERÚNDIO
É a forma nominal do verbo terminada em “ndo”, que indica uma ação continuada.
Exemplos: amando, vivendo, correndo, fluindo, participando.
INFINITIVO
É o “nome” do verbo. Nessa forma, não há variação de modo, tempo, número ou pessoa.
Exemplos: crescer, amar, correr, partir, repor, vender.
PARTICÍPIO
Já o particípio, é a forma verbal terminada em “ado/ido”.
Exemplos: comprado, vendido, amado, corrompido, mesclado, vivido, construído.
TEMPO DO VERBAL
Já que o verbo indica a realização de uma ação, ou o resultado dela, faz muito sentido que
exista variações de tempo dessas ações. Afinal, elas podem ser realizadas, ou ter
resultados, no passado (ou pretérito), no presente ou no futuro.
Por isso, existem os seguintes tempos verbais:
• Presente
• Pretérito imperfeito
• Pretérito perfeito
• Pretérito mais-que-perfeito
• Futuro
• Futuro do presente
• Futuro do pretérito
Por enquanto, vale a pena você saber apenas quais são os tempos. Em breve publicaremos
algo mais detalhado sobre os tempos verbais aqui no Segredos de Concurso.
VERBO AUXILIAR
São auxiliares os verbos que complementam o sentido de outros verbos (chamados
principais). São verbos auxiliares na Língua Portuguesa:
• Ter
• Haver
• Ser
• Estar
Exemplos: “Eu tenho visto muitos pássaros”.
“Tenho”, neste caso, cumpre a função de verbo auxiliar.
VERBOS REGULARES
Os verbos regulares são aqueles em que o radical permanece invariável durante toda a sua
conjugação. Um verbo regular não modifica sua estrutura quando é modificado nas várias
pessoas.
Exemplos: louvar, vender, partir.
Veja a conjugação do partir vender no presente do indicativo:
• Eu parto
• Tu partes
• Ele parte
• Nós partimos
• Vós partis
• Eles partem
Em todas as pessoas o radical “part” é mantido.
VERBO IRREGULAR
Ao contrário do verbo regular, o verbo irregular sofre modificações em seu radical quando
é conjugado.
Exemplos: perder, fazer, ferir, caber.
Veja a conjugação do verbo ferir no presente do indicativo:
• Eu firo
• Tu feres
• Ele fere
• Nós ferimos
• Vós feris
• Eles ferem
Perceba a mudança no radical. De “fir” para “fer”.
VERBOS ANÔMALOS
Existem dois verbos anômalos:
• Ser
• Ir
Enquanto os verbos irregulares sofrem mudanças no radical, os verbos anômalos
simplesmente mudam de radical. Veja o verbo “ser” conjugado no presente do indicativo:
• Eu sou
• Tu és
• Ele é
• Nós somos
• Vós sois
• Eles são
VERBOS DEFECTIVOS
Os verbos defectivos são aqueles que possuem deficiência na conjugação. Eles não
possuem todas as formas verbais.
Exemplos: reaver, precaver, falir.
Como conjugar o verbo falir na primeira pessoa? Não existe!
VERBOS ABUNDANTES
São os verbos que possuem dupla forma, geralmente no particípio. Veja alguns exemplos:
• Findado/findo
• Limpado/limpo
• Benzido/bento
• Envolvido/envolto
• Emergido/emerso
• Frigido/frito
ADVÉRBIO
Vamos a mais uma classe de palavras importantíssima: o Advérbio.
Os advérbios nada mais são que palavras que modificam os verbos, os adjetivos e até
mesmo outros advérbios.
Existem advérbios de 7 tipos:
1. Lugar – abaixo/acima, dentro/fora, adiante/atrás…
2. Tempo – ainda, antes, depois, cedo, tarde, logo…
3. Modo – ademais, depressa, só, também…
4. Negação – não, nada…
5. Afirmação – deveras, sim, certo, certamente…
6. Dúvida – porventura, acaso, talvez…
7. Intensidade – bastante, mais, menos, muito, pouco…
É bom ficar atento também às locuções adverbiais. Expressões com duas ou mais palavras
que cumprem a mesma função dos advérbios, em qualquer dos 7 tipos citados.
PREPOSIÇÃO
As preposições são conectivos, palavras invariáveis (não têm variação de número, gênero
etc) que ligam o complemento à palavra completada.
O termo que vem antes de uma preposição é chamado antecedente. O termo que vem
depois é chamado consequente.
Preposições Essenciais
São aquelas que só desempenham essa função.
Exemplos: de, desde, a, até, para, por, trás, sob…
PREPOSIÇÕES ACIDENTAIS
São palavras de outras classes que são empregadas como preposição eventualmente.
Exemplos: durante, menos, mediante, salvo, conforme…
CONJUNÇÃO
Tal qual as preposições, as conjunções são conectivos, mas em vez de ligar palavras elas
ligam orações.
Exemplos: porque, mas, nem, e, que…
Lembre que um período é um conjunto de uma ou mais orações que fazem sentido. Veja
um período onde a conjunção “e ” é aplicada:
• Tereza viajou e Manoel ficou triste
“Tereza viajou” é uma oração. “Manoel ficou triste” é outra oração. A conjunção “e” faz a
conexão entre elas duas.
INTERJEIÇÃO
Chegamos à última classe de palavra: a Interjeição. Podemos definir a Interjeição como a
expressão sucinta do pensamento e/ou emoção.
Existem 10 tipos de Interjeição:
1. Dor (ai! ui!)
2. Alegria (ah! eh!)
3. Desejo (oxalá! tomara!)
4. Admiração (puxa! quê!)
5. Animação (eia! coragem!)
6. Aplauso (bravo! apoiado!)
7. Aversão (irra! chi!)
8. Apelo (olá! psit! alô! socorro!)
9. Silêncio (psiu! caluda!)
10. Interrogação/Espanto (hem!)

EXERCÍCIOS

Q1 - Assinale a frase cujas palavras sublinhadas sejam substantivo e pronome,


respectivamente:
a) A lata de doce é dele.
b) A Inglaterra é um país muito bonito.
c) Fale sobre tudo o que lhe perguntar.
d) As pessoas estão inconformadas.
e) Os refugiados não queriam sair do alojamento.
Q2 - As expressões sublinhadas correspondem a um adjetivo, exceto em:
a) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
b) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
c) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
d) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga sem fim.
e) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.

Q3 - A palavra 'encarecidamente' pertence à classe dos(as):


a) Substantivos
b) Verbos
c) Adjetivos
d) Advérbios
e) Artigos

Q4 - Marque a alternativa em que haja um artigo definido e um artigo indefinido,


respectivamente:
a) Roberta é a melhor aluna dessa classe.
b) Gostaria de comprar um celular novo e a sandália daquela loja.
c) Uma boa noite de sono é a melhor maneira de evitar o estresse.
d) A casa que comprei é um pouco antiga.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

Q5 - Assinale o item em que a classe da palavra destacada está correta.


a) Quem fala em flor não diz TUDO. - pronome indefinido;
b) Quem fala EM flor diz demais. - conjunção;
c) O poeta se torna MUDO. - substantivo;
d) Que mata MAIS do que faca. - pronome indefinido;
e) Mais QUE bala de fuzil - advérbio.

GABARITO
2. B 3. D
1. A
5. A
4. D
CONJUNÇÕES

Conjunção é um termo que liga duas orações ou duas palavras de mesmo valor
gramatical, estabelecendo uma relação entre eles.

Exemplos:
Ele joga futebol e basquete. (dois termos semelhantes)
Eu iria ao jogo, mas estou sem companhia. (duas orações)

Classificação das Conjunções


As conjunções são classificas em dois grupos: coordenativas e subordinativas.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
As conjunções coordenativas são aquelas que ligam duas orações independentes. São
divididas em cinco tipos:

1. Conjunções Aditivas
Essas conjunções exprimem soma, adição de pensamentos: e, nem, não só...mas também,
não só...como também.
Exemplo: Ana não fala nem ouve.

2. Conjunções Adversativas
Exprimem oposição, contraste, compensação de pensamentos: mas, porém, contudo,
entretanto, no entanto, todavia.
Exemplo: Não fomos campeões, todavia exibimos o melhor futebol.

3. Conjunções Alternativas
Exprimem escolha de pensamentos: ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, seja...seja.
Exemplo: Ou você vem conosco ou você não vai.

4. Conjunções Conclusivas
Exprimem conclusão de pensamento: logo, por isso, pois (quando vem depois do verbo),
portanto, por conseguinte, assim.
Exemplo: Chove bastante, portanto a colheita está garantida.

5. Conjunções Explicativas
Exprimem razão, motivo: que, porque, assim, pois (quando vem antes do verbo),
porquanto, por conseguinte.
Exemplo: Não choveu, porque nada está molhado.

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
As conjunções subordinativas servem para ligar orações dependentes uma da outra e
são divididas em dez tipos:

1. Conjunções Integrantes
Introduzem orações subordinadas com função substantiva: que, se.
Exemplo: Quero que você volte já. Não sei se devo voltar lá.

2. Conjunções Causais
Introduzem orações subordinadas que dão ideia de causa: que, porque, como, pois, visto
que, já que, uma vez que.
Exemplo: Não fui à aula porque choveu. Como fiquei doente não pude ir à aula.

3. Conjunções Comparativas
Introduzem orações subordinadas que dão ideia de comparação: que, do que, como.
Exemplo: Meu professor é mais inteligente do que o seu.

4. Conjunções Concessivas
Iniciam orações subordinadas que exprimem um fato contrário ao da oração principal:
embora, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por
melhor que.
Exemplo: Vou à praia, embora esteja chovendo.

5. Conjunções Condicionais
Iniciam orações subordinadas que exprimem hipótese ou condição para que o fato da
oração principal se realize ou não: caso, contanto que, salvo se, desde que, a não ser que.
Exemplo: Se não chover, irei à praia.

6. Conjunções Conformativas
Iniciam orações subordinadas que exprimem acordo, concordância de um fato com outro:
segundo, como, conforme.
Exemplo: Cada um colhe conforme semeia.

7. Conjunções Consecutivas
Iniciam orações subordinadas que exprimem a consequência ou o efeito do que se declara
na oração principal: que, de forma que, de modo que, de maneira que.
Exemplo: Foi tamanho o susto que ela desmaiou.
8. Conjunções Temporais
Iniciam orações subordinadas que dão ideia de tempo: logo que, antes que, quando, assim
que, sempre que.
Exemplo: Quando as férias chegarem, viajaremos.

9. Conjunções Finais
Iniciam orações subordinadas que exprimem uma finalidade: a fim de que, para que.
Exemplo: Estamos aqui para que ele fique tranquilo.

10. Conjunções Proporcionais


Iniciam orações subordinadas que exprimem concomitância, simultaneidade: à medida
que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto menor, quanto
melhor.
Exemplo: Quanto mais trabalho, menos recebo.

EXERCÍCIOS

Q1 - No período: "Da própria garganta saiu um grito de admiração, que Cirino


acompanhou, embora com menos entusiasmo", a palavra destacada expressa uma ideia
de:
a) explicação.
b) concessão.
c) comparação.
d) modo.
e) consequência.

Q2 - Assinale a alternativa que possa substituir, pela ordem, as partículas de


transição dos períodos abaixo, sem alterar o significado delas.
"Em (primeiro lugar), observemos o avô. (Igualmente), lancemos um olhar para a avó.
(Também) o pai deve ser observado. Todos são altos e morenos. (Consequentemente), a
filha também será morena e alta."
a) primeiramente, ademais, além disso, em suma
b) acima de tudo, também, analogamente, finalmente
c) primordialmente, similarmente, segundo, portanto
d) antes de mais nada, da mesma forma, por outro lado, por conseguinte
e) sem dúvida, intencionalmente, pelo contrário, com efeito.

Q3 - Em: “… ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas…” a


partícula como expressa uma ideia de:
a) comparação
b) causa
c) explicação
d) conclusão
e) proporção
Q4 - Marcos enfrentou congestionamento no trânsito e perdeu o início da reunião.
As duas orações do período estão unidas pela conjunção “e”, que, nesse caso, além de
indicar ideia de adição, também indica ideia de:
a) condição.
b) oposição.
c) consequência.

GABARITO

1. B 2. D

3. A 4. C

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL


Concordância verbal e nominal é a parte da gramática que estuda a conformidade
estabelecida entre cada componente da oração.

Enquanto a concordância verbal se ocupa da relação entre sujeito e verbo, a concordância


nominal se ocupa da relação entre as classes de palavras:
Concordância verbal = sujeito e verbo
Concordância nominal = classes de palavras

Exemplo: Nós estudaremos regras e exemplos complicados juntos.


Na oração acima, temos esses dois tipos de concordância:
Ao concordar o sujeito (nós) com o verbo (estudaremos), estamos diante de um caso de
concordância verbal.
Já, quando os substantivos (regras e exemplos) concordam com o adjetivo (complicados),
estamos diante de um caso de concordância nominal.
Conheça as principais regras em cada caso:
CONCORDÂNCIA VERBAL
1. Sujeito composto antes do verbo
Quando o sujeito é composto e vem antes do verbo, esse verbo deve estar sempre no
plural.
Exemplo:
Maria e José conversaram até de madrugada.
2. Sujeito composto depois do verbo
Quando o sujeito composto vem depois do verbo, o verbo tanto pode ficar no plural como
pode concordar com o sujeito mais próximo.
Exemplos:
Discursaram diretor e professores.
Discursou diretor e professores.
3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes
Quando o sujeito é composto, mas as pessoas gramaticais são diferentes, o verbo também
deve ficar no plural. No entanto, ele concordará com a pessoa que, a nível gramatical, tem
prioridade.
Isso quer dizer que 1.ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2.ª (tu, vós) e a 2.ª
tem prioridade em relação à 3.ª (ele, eles).
Exemplos:
Nós, vós e eles vamos à festa.
Tu e ele falais outra língua?
Veja também:
• Concordância Verbal
• Exercícios de Concordância Verbal

CONCORDÂNCIA NOMINAL
1. Adjetivos e um substantivo
Quando há mais do que um adjetivo para um substantivo, os adjetivos devem concordar
em gênero e número com o substantivo.
Exemplo:
Adorava comida salgada e gordurosa.

2. Substantivos e um adjetivo
No caso inverso, ou seja, quando há mais do que um substantivo e apenas um adjetivo, há
duas formas de concordar:
2.1. Quando o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o
substantivo mais próximo.

Exemplo:
Linda filha e bebê.
2.2. Quando o adjetivo vem depois dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o
substantivo mais próximo ou com todos os substantivos.

Exemplos:
Pronúncia e vocabulário perfeito.
Vocabulário e pronúncia perfeita.
Pronúncia e vocabulário perfeitos.
Vocabulário e pronúncia perfeitos.

EXERCÍCIOS
Q1 - Há uma concordância inaceitável de acordo com a gramática:
I. Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
II. Muito obrigadas! – disseram as moças.
III. Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
IV. A pobre senhora ficou meio confusa.
V. São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
a) em I e II
b) apenas em IV
c) apenas em III
d) em II, III e IV
e) apenas em II
Q2 - Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de acordo com
a norma culta:
a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
Q3 - (Mackenzie) Indique a alternativa em que há erro:

a) Os fatos falam por si sós.


b) A casa estava meio desleixada.
c) Os livros estão custando cada vez mais caro.
d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.
e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça.

GABARITO
2. C 3. D
1. C
CRASE
A crase, marcada pelo acento grave (`), é vista como a vilã. Mas a coitada é tão
simplesmente a + a, ou seja, a soma do artigo definido "a" com a preposição "a".
Os alunos vivem se queixando dela e perguntando sobre o seu uso depois do novo acordo
ortográfico. Ainda tem aqueles que colocam a crase em tudo com a ilusão que assim
correm menos risco de errar.
Quando usar crase
Antes de palavras femininas
• Fui à escola.
• Fomos à praça.
Quando acompanham verbos que indicam destino (ir, voltar, vir)
• Vou à padaria.
• Fomos à praia.
Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas
• Saímos à noite.
• À medida que o tempo passa as amizades aumentam.
Exemplos de locuções: à medida que, à noite, à tarde, às pressas, às vezes, em frente a, à
moda de.

Antes dos Pronomes demonstrativos aquilo, aquela, aquele


• No verão, voltamos àquela praia.
• Refere-se àquilo que aconteceu ontem na festa.
Antes da locução "à moda de" quando ela estiver subentendida
• Veste roupas à (moda de) Luís XV.
• Dribla à (moda de) Pelé.
Uso da crase na indicação das horas
Utiliza-se a crase antes de numeral cardinal que indicam as horas exatas:
• Termino meu trabalho às cinco horas da tarde.
• Saio da escola às 12h30.
Por outro lado, quando acompanhadas de preposições (para, desde, após, perante,
com), não se utiliza a crase, por exemplo:
• Ficamos na reunião desde as 12h.
• Chegamos após as 18h.
• O congresso está marcado para as 15h.

Quando não usar crase

Antes de palavras masculinas


• Jorge tem um carro a álcool.
• Samuel comprou um jipe a diesel.

Antes de verbos que não indiquem destino


• Estava disposto a salvar a menina.
• Passava o dia a cantar.

Antes de pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo


• Falamos a ela sobre o ocorrido
• Ofereceram a mim as entradas para o cinema.

Os pronomes do caso reto são: eu, tu, ele, nós, vós, eles.
Os pronomes do caso oblíquo são: me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, o, lhe.

Antes dos pronomes demonstrativos isso, esse, este, esta, essa


• Era a isso que nos referíamos.
• Quando aderir a esse plano, a internet ficará mais barata.
CRASE FACULTATIVA

Dica
Para saber se a crase é utilizada nos verbos de destino, utilize esse macete:

EXERCÍCIOS

Q1 - Das frases abaixo, apenas uma está correta, quanto à crase. Assinale-a:
a) Devemos aliar a teoria à prática.
b) Daqui à duas semanas ele estará de volta.
c) Dia à dia, a empresa foi crescendo.
d Ele parecia entregue à tristes cogitações.
e) Puseram-se à discutir em voz alta.

Q2 - É preciso suprimir um ou mais sinais de crase em:


a) À falta de coisa melhor para fazer, muita gente assiste à televisão sem sequer atentar
para o que está vendo.
b) Cabe à juventude de hoje dedicar-se à substituição dos apelos do mercado por impulsos
que, em sua verdade natural, façam jus à capacidade humana de sonhar.
c) Os sonhos não se adquirem à vista: custa tempo para se elaborar dentro de nós a
matéria de que são feitos, às vezes à revelia de nós mesmos.
d) Compreenda-se quem aspira à estabilidade de um emprego, mas prestem-se todas as
homenagens àquele que cultiva seus sonhos.
e) Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu pragmatismo não está à
salvo de ser o responsável pela frustração de toda uma geração.

Q3 - Assinale a frase em que o acento indicativo de crase foi empregado


incorretamente:
a) Ao voltar das férias, devolverei tudo à Vossa Senhoria.
b) O candidato falou às classes trabalhadoras.
c) Fiquei à espera de meus amigos.
d) Sua maneira de falar é semelhante à de Paulo.
e) Você só poderá ser atendido às 9 horas.

Q4 - Opção que preenche corretamente as lacunas: O gerente dirigiu-se ___ sua sala e
pôs-se ___ falar ___ todas as pessoas convocadas.
a) à - à - à
b) a - à - à
c) à - a - a
d) a - a - à
e) à - a - à

Q5 - Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto ao lado:


"Recorreu ___ irmã e ___ ela se apegou como ___ uma tábua de salvação."
a) à - à - a
b) à - a - à
c) a - a - a
d) à - à - à
e) à - a - a

Q6 - Assinale a frase em que à ou às está mal empregado.


a) Amores à vista.
b) Referi-me às sem-razões do amor.
c) Desobedeci às limitações sentimentais.
d) Estava meu coração à mercê das paixões.
e) Submeteram o amor à provações difíceis.

GABARITO
1. A 2. E 3. A 4. C 5. E 6. E

SEMÂNTICA
A semântica é o ramo da linguística que estuda os significados e/ou sentido dos vocábulos
da língua. Do grego, a palavra semântica (semantiká) significa “sinal”.

De acordo com duas vertentes, “sincrônica” e “diacrônica”, a semântica é dividida em:

• Semântica Descritiva: denominada de semântica sincrônica, essa classificação


indica o estudo da significação das palavras na atualidade.
• Semântica Histórica: denominada de semântica diacrônica, se encarrega de estudar
o significado das palavras em determinado espaço de tempo.
A fim de conhecer as palavras apropriadas para empregá-las em determinados discursos,
recorremos à semântica, ou seja, a significação dos termos.
Para isso, alguns conceitos são basilares para o estudo das significações, a saber:
SINONÍMIA E ANTONÍMIA

Os sinônimos designam as palavras que possuem significados semelhantes, por exemplo:


• andar e caminhar
• usar e utilizar
• fraco e frágil
Do grego, a palavra sinônimo significa “semelhante nome” sendo classificados de acordo
com a semelhança que compartilham com o outro termo.
Os sinônimos perfeitos possuem significados idênticos (após e depois; léxico e
vocabulário). Já os sinônimos imperfeitos possuem significados parecidos (gordo e obeso;
córrego e riacho).
Os antônimos designam as palavras que possuem significados contrários, por exemplo:
• claro e escuro
• triste e feliz
• bom e mau
Do grego, a palavra “antônimo” significa “nome oposto, contrário”.
PARONÍMIA E HOMONÍMIA

Homônimos são palavras que ora possuem a mesma pronúncia, (palavras homófonas),
ora possuem a mesma grafia (palavras homógrafas), entretanto, possuem significados
diferentes.
São chamados de "homônimos perfeitos", as palavras que possuem a mesma grafia e a
mesma sonoridade na pronúncia, por exemplo:
• O pelo do cachorro é curto.
• Pelo caminho da vida.
• Tenho que chegar cedo.
• Cedo meu lugar aos idosos.

Parônimos são aquelas palavras que possuem significados diferentes, porém se


assemelham na pronúncia e na escrita, por exemplo:

• soar (produzir som) e suar (transpirar);


• acento (sinal gráfico) e assento (local para sentar);
• acender (dar luz) e ascender (subir).

POLISSEMIA

A polissemia representa a multiplicidade de significados de uma palavra.


Com o decorrer do tempo, determinado termo adquiriu um novo significado, entretanto,
ainda se relaciona com o original, por exemplo:
• A menina quebrou a perna no acidente.
• A perna da cadeira é marrom.
• Que letra ilegível!
• A letra dessa canção é muito bonita.

CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO

A conotação designa o sentido virtual, figurado e subjetivo da palavra, alargando o seu


campo semântico. Assim, depende do contexto.
Na maioria das vezes, a conotação é utilizada nos textos poéticos com o intuito de produzir
sensações no leitor.
A denotação designa o sentido real, literal e objetivo da palavra. Ela explora uma
linguagem mais informativa, em detrimento de uma linguagem mais poética (conotativa).
É muito utilizada nos trabalhos acadêmicos, jornais, manuais de instruções, dentre outros.
Exemplos:
• Ele foi um cara de pau! (sentido conotativo)
• Não foi aquele cara que te pediu informação ontem? (sentido denotativo)
• Agiu como um porco. (sentido conotativo)
• No sítio do meu avô há um porco. (sentido denotativo)

EXERCÍCIOS
Q1 - Quanto à organização sintático-semântica do fragmento “Ninguém ama tanto a
vida como a pessoa que envelhece”, é correto afirmar:
a) As formas verbais “ama” e “envelhece” exigem complemento.
b) O conectivo “como” introduz oração que expressa ideia de conformidade.
c) Os termos “Ninguém” e “vida” exercem a mesma função sintática.
d) A forma verbal “envelhece” tem como complemento o termo “pessoa”.
e) A oração “que envelhece” expressa ideia de restrição.
Q2 - A palavra tráfico não dever ser confundida com tráfego, seu parônimo. Em que
item a seguir o par de vocábulos é exemplo de homonímia e não de paronímia?
a) estrato / extrato
b) flagrante / fragrante
c) eminente / iminente
d) inflação / infração
e) cavaleiro / cavalheiro
Q3 - Assinale a alternativa correta, considerando que à direita de cada palavra há
um sinônimo.
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país)
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
Q4 - Indique a letra na qual as palavras completam, corretamente, os espaços das
frases abaixo.
Quem possui deficiência auditiva não consegue ______ os sons com nitidez.
Hoje são muitos os governos que passaram a combater o ______ de entorpecentes com
rigor.
O diretor do presídio ______ pesado castigo aos prisioneiros revoltosos.
a) discriminar - tráfico - infligiu
b) discriminar - tráfico - infringiu
c) descriminar - tráfego - infringiu
d) descriminar - tráfego - infligiu
e) descriminar - tráfico - infringiu
Q5 - No ______ do violoncelista ______ havia muitas pessoas, pois era uma ______
beneficente.
a) conserto - eminente - sessão
b) concerto - iminente - seção
c) conserto - iminente - seção
d) concerto - eminente - sessão

GABARITO

1. E 2. A 3. A

4. A 5. D
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL
• Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e
de outros elementos de sequenciação textual.
• Emprego de tempos e modos verbais.

Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de


outros elementos de sequenciação textual
RECURSOS DE COESÃO
Palavras como preposições, conjunções e pronomes possuem a função de criar um sistema
de relações, referências e retomadas no interior de um texto; garantindo unidade entre as
diversas partes que o compõe. Essa relação, esse entrelaçamento de elementos no texto
recebe o nome de Coesão Textual.
Há, portanto, coesão, quando seus vários elementos estão articulados entre si,
estabelecendo unidade em cada uma das partes, ou seja, entre os períodos e entre os
parágrafos.
Tal unidade se dá pelo emprego de conectivos ou elementos coesivos, cuja função é
evidenciar as várias relações de sentido entre os enunciados. Veja um exemplo de um
texto coeso:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que o Brasil não vai atender ao
governo interino de Honduras, que deu prazo de dez dias para uma definição sobre a
situação do presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado na embaixada brasileira desde
que retornou a Tegucigalpa, há uma semana. Caso contrário, o governo de Micheletti
ameaça retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira no país, segundo
informou comunicado da chancelaria hondurenha divulgado na noite de sábado, em
Tegucigalpa”. (Jornal O Globo – 27/09/2009)
Quando um conectivo não é usado corretamente, há prejuízo na coesão. Observe:
A escola possui um excelente time de futebol, portanto até hoje não conseguiu vencer o
campeonato. O conectivo “portanto” confere ao período valor de conclusão, porém não há
verdadeira relação de sentido entre as duas frases: a conclusão de não vencer não é
possuir um excelente time de futebol. Analisaremos, a seguir, o problema na coesão:
É óbvio que existem duas ideias que se opõem, são elas: possuir um time de futebol x não
vencer o campeonato.
Logo, só podemos empregar um conector que expresse ideia adversativa, são eles: mas,
porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. O período reescrito de
forma adequada, fica assim:A escola possui um excelente time de futebol, mas até hoje não
conseguiu vencer o campeonato….,porém até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
…, contudo até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
…, todavia até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
…, entretanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
…, no entanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
…, não obstante até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
A palavra texto provém do latim”textum”, que significa tecido, entrelaçamento. Expondo
de forma prática, podemos dizer que texto é um entrelaçamento de enunciados oracionais
e não oracionais organizados de acordo com a lógica do autor.
Há de se convir que um texto também deve ser claro, estando essa qualidade relacionada
diretamente aos elementos coesivos (ligação entre as partes).
Falar em coesão é necessariamente falar em endófora e exófora. Aquela se impõe no
emprego de pronomes e expressões que se referem a elementos nominais presentes na
superfície textual; esta faz remissão a um elemento fora dos limites do texto.
A referenciação ocorre, basicamente, por meio de dois movimentos, chamados de
movimentos retrospectivo e progressivo, respectivamente anáfora e catáfora. Tomando
como objeto de análise o mesmo exemplo, vamos observar agora as anáforas e catáforas.
Vejamos as principais características de cada uma delas:
Endófora é dividida em: anáfora e catáfora.
a) Anáfora: expressão que retoma uma ideia anteriormente expressa.
“Secretária de Educação escreve pichação com “x”. Ela justifica a gafe pela pressa”.
Observe que o pronome “Ela” retoma uma expressão já citada anteriormente – Secretária
de Educação – , portanto trata-se de uma retomada por anáfora.Dica: vale lembrar que a
expressão retomada (no exemplo acima representada pela porção Secretária de Educação)
é, também, chamada, em provas de Concurso, de referente ideológico.
b) Catáfora: pronome ou expressão nominal que antecipa uma expressão presente em
porção posterior do texto. Observe:
Só queremos isto: a aprovação!
No exemplo, o pronome “isto” só pode ser recuperado se identificarmos o termo
aprovação, que aparece na porção posterior à estrutura. É, portanto, um exemplo clássico
de catáfora. Vejamos outros:
Eu quero ajuda de alguém: pode ser de você.
(catáfora ou remissão catafórica) Não viu seu amigo na festa.
(catáfora ou remissão catafórica)
“A manicure Vanessa foi baleada na Tijuca. Ela levou um tiro no abdome”.
(anáfora ou remissão anafórica)
Três homens e uma mulher tentaram roubar um Xsara Picasso na Tijuca: deram 10 tiros
no carro, mas não conseguiram levá-lo. (anáfora ou remissão anafórica)
Exófora: a remissão é feita a algum elemento da situação comunicativa, ou seja, o
referente está fora da superfície textual.
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL – QUESTÕES DE CONCURSOS
Mecanismos de coesão: é meio pelo qual ocorre a coesão em um texto. Os principais são:
1) Coesão por substituição:
Consiste na colocação de um item em lugar de outro(s) elemento(s) do texto, ou até
mesmo de uma oração inteira.
Ele comprou um carro. Eu também quero comprar um.
Ele comprou um carro novo e eu também.
Observe que ocorre uma redefinição, ou seja, não há identidade entre o item de referência
e o item pressuposto. O que existe, na verdade, é uma nova definição nos termos: um,
também. Comparemos com outro exemplo:
Comprei um carro vermelho, mas Pedro preferiu um verde.
O termo “vermelho” é o adjunto adnominal de carro. Ele é, então, o modificador do
substantivo.
Todavia, esse termo é silenciado e, em seu lugar, faz-se presente a porção especificativa
“verde”. Logo, trata-se de uma redefinição do referente.
2) Coesão por elipse: ocorre quando elemento do texto é omitido em algum dos contextos
em que deveria ocorrer.
-Pedro vai comprar o carro?
– Vai!
Houve a omissão dos termos Paulo (sujeito) e comprar o carro (predicado verbal), todavia
essa não prejudicou nem a correção gramatical nem a clareza do texto. Exemplo clássico
de coesão por elipse.
3) Coesão por Conjunção: estabelece relações significativas entre os elementos ou
orações do texto, através do uso de marcadores formais – as conjunções. Essas podem
exprimir valor semântico de adição, adversidade, causa, tempo…
Perdeu as forças e caiu. (adição)
Perdeu as forças, mas permaneceu firme. (adversidade)
Perdeu as forças, porque não se alimentou. (causa)
Perdeu as forças, quando soube a verdade. (tempo)
Observe que todas as relações de sentido estabelecidas entre as duas porções textuais são
feitas por meio dos conectores: e, mas, porque, quando.
4) Coesão Lexical: é obtida pela seleção vocabular. Tal mecanismo é garantido por dois
tipos de procedimentos:
a) Reiteração (repetição): ocorre por repetição do mesmo item lexical ou através de
hiperônimos, sinônimos ou nomes genéricos.
O aluno estava nervoso. O aluno havia sido assaltado. (repetição do mesmo item
lexical)Uma menina desapareceu. A garota estava envolvida com drogas.
(coesão resultante do uso de sinônimo)Havia muitas ferramentas espalhadas, mas só
precisava achar o martelo.
(coesão por hiperônimo: ferramentas é o gênero de que martelo é a espécie)
Todos ouviram um barulho atrás da porta. Abriram-na e viram uma coisa em cima da
mesa.
(coesão resultante de um nome genérico)
Observação: nos exemplos acima, observamos que retomar um referente por meio de uma
expressão genérica ou por hiperônimo é um recurso natural de um texto.
Muitos estudantes de concursos ou vestibulares perguntam se é errado repetir palavras
em suas redações. A resposta é simples: se houver, na repetição, finalidade enfática você
não será penalizado.
Todavia, a escolha dos recursos coesivos mais adequados deve ser feita, levando-se em
consideração a articulação geral do texto e, eventualmente, os efeitos estilísticos que se
deseja obter.
b) Coesão por colocação ou contiguidade: consiste no uso de termos pertencentes a um
mesmo campo semântico.
Houve um grande evento nas areias de Copacabana, no último dia 02.
O motivo da festa foi este: o Rio sediará as olimpíadas de 2016
EXERCÍCIOS
Q1 - No terceiro quadrinho, a palavra “isso” ajuda a estabelecer, no texto, um
processo de:

a) coesão sequencial.
b) coesão referencial anafórica.
c) coesão referencial catafórica.
d) coesão exofórica.
e) perda de coesão.
Q2 - Examine os trechos seguintes:
1. “O otimismo de Izaíra Silvino para os tempos vindouros do Curso de Música da UFC
reflete o contentamento da regente na celebração de duas datas históricas” (linhas
02-04);
2. “O Curso de Música começou a ganhar corpo na década de 1990. Em 2006, quando
foi institucionalizado, trouxe consigo a vertente pedagógica para a formação
profissional” (linhas 13-14).
Quanto à coesão textual, é correto afirmar que
a) em I há recurso de coesão por elipse.
b) em I há recurso de coesão lexical.
c) em II há recurso de coesão lexical.
d) em II há recurso de coesão por repetição.
e) em II não há recurso de coesão.

Q3 - A respeito dos pronomes lhe e sua, que aparecem no segundo quadrinho, é


correto afirmar que representam:

a) elementos de coesão gramatical por tratar-se de referências anafóricas.


b) mecanismos de coesão semântica, já que evitam repetições de palavras.
c) mecanismos de coesão gramatical por tratar-se de referências catafóricas.
d) recursos de coesão textual utilizados para estabelecer a “amarração” entre as várias
partes da história.
e) elementos de coesão semântica, já que substituem um termo por outro, mantendo a
equivalência de significado.
Q4 - O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente
opõe duas ideias contrárias. Esse recurso linguístico como fator de textualidade
realiza uma
a) coesão referencial.
b) coerência argumentativa.
c) coesão sequencial.
d) coerência narrativa.
e) contiguidade.

Q5 - Preencha corretamente as lacunas do texto a seguir quanto aos elementos de


coesão textual.
A coesão __________ pode ser obtida por substituição e por reiteração, enquanto a coesão
__________ se constitui por paralelismo e paráfrase. Por último, a coesão __________ é temporal
e ocorre por conexão.
A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é
A) proposicional / elíptica / estilística
B) sequencial / proposicional / elíptica
C) referencial/ recorrencial / estilística
D) sequencial/ / estilística / recorrencial
E) referencial / recorrencial / sequencial

GABARITO

1. B 2. B 3. A

4. C 5. E
TEMPOS E MODOS VERBAIS
Seria o tempo verbal, ou seja, se o verbo indica algo que já realizou, está realizando ou se
ainda realizará.
TEMOS TRÊS TEMPOS VERBAIS:
PASSADO OU PRETÉRITO, PRESENTE E FUTURO.
Pretérito ou passado: Aconteceu antes do instante que se fala.
Ex.: Ontem fui à academia mais cedo.
Presente: Acontece no instante da fala.
Ex.: Eu treino nesta academia
Futuro: Acontecerá depois do instante da fala.
Ex.: Irei à academia daqui umas duas horas
O pretérito pode ser:
Pretérito perfeito: O fato passado foi concluído totalmente.
Ex.: Ele estudou toda a matéria hoje de manhã.
Pretérito imperfeito: O fato passado não foi concluído totalmente.
Ex.: Ele conversava muito durante a aula.
Pretérito mais-que-perfeito: O fato passado é anterior a outro fato também passado e
terminado.
Ex.: Quando eu cheguei na festa, ele já tinha saído
O futuro pode ser:
Futuro do presente: O fato acontece após o momento da fala, mas já terminado antes de
outro fato futuro.
Ex.: Quando sua mãe chegar, eu contarei tudo para ela.
Futuro do pretérito: Um fato futuro que pode ocorrer depois de um fato passado.
Ex.: Se eu tivesse os livros, estudaria nas férias.
Emprego de modos verbais:
Indicativo – mostra uma certeza. A pessoa que fala é precisa sobre o fato.
Ex.: Eu gosto de feijoada.
Subjuntivo – Mostra incerteza. A pessoa fala mostra dúvida sobre o fato.
Ex.: Talvez eu viaje no final de semana.
Imperativo – mostra uma atitude de ordem ou solicitação.
Ex.: Não jogue bola agora.
Formas nominais do verbo:
O verbo pode ter funções de nomes (nominais), como substantivo, adjetivo e advérbio.
Infinitivo impessoal (não flexiona o verbo): dá significado ao verbo de modo indefinido e
vago. Ele deve ser usado em locuções verbais, sem sujeito definido, com sentido
imperativo e etc.
Ex.: É preciso amar
Infinitivo pessoal (flexiona o verbo): Ele deve ser usado com sujeito definido, quando
desejar determinar o sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente e quando
uma ação for correspondente.
1ª pessoa do singular: sem desinências
2ª pessoa do singular: Radical + ES
3ª pessoa do singular: sem desinências
1ª pessoa do plural: Radical + MOS
2ª pessoa do plural: Radical + DES
3ª pessoa do plural: Radical + EM
Gerúndio: pode servir como adjetivo ou advérbio. A ação está acontecendo no momento
que se fala.
Ex.: eu estou falando com você
Na escola havia meninos vendendo picolés (função de adjetivo)
Quando estava saindo de casa, vi um carro branco. (função de advérbio).
Particípio: Resultado de uma ação que terminou, podendo flexionar em gênero número e
grau. È usado na formação dos tempos compostos.
O João tem dormido cedo nas últimas semanas.
DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO – RELAÇÕES DE
SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO.

DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO.

COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO.

Período Composto
Período composto é aquele formado por duas ou mais orações. Há dois tipos de períodos
compostos:

1) Período composto por coordenação: quando as orações não mantêm relação


sintática entre si, ou seja, quando o período é formado por orações sintaticamente
independentes entre si.

Ex. Estive à sua procura, mas não o encontrei.

2) Período composto por subordinação: quando uma oração, chamada subordinada,


mantém relação sintática com outra, chamada principal.

Ex. Sabemos que eles estudam muito. (oração que funciona como objeto direto)

RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO.

Período Composto por Subordinação


A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de orações
subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais.

I. Orações Subordinadas Substantivas: São seis as orações subordinadas substantivas,


que são iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante (que, se)

A) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal. Existem três estruturas de oração
principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva: verbo de ligação +
predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva.
Ex. É necessário que façamos nossos deveres.

Verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva.Verbo unipessoal só é


usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir, constar, parecer, importar,
interessar, suceder, acontecer.
Ex. Convém que façamos nossos deveres.

Verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva.


Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda.
B) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal.(sujeito) + VTD +
oração subordinada substantiva objetiva direta.
Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante.

C) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal.(sujeito) + VTI +


prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Ex. Lembro-me de que tu me amavas.

D) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração


principal. (Sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada substantiva
completiva nominal.
Ex. Tenho necessidade de que me elogiem.

E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração subordinada


substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas.
Oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva.
Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade.

F) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação daoração


principal.(sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa.Ex. A verdade é que
nunca nos satisfazemos com nossas posses.

Nota: As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras:


Pronomes interrogativos (quem, que, qual…)
Advérbios interrogativos (onde, como, quando…)
Perguntou-se quando ele chegaria.Não sei onde coloquei minha carteira.

II. Orações Subordinadas Adjetivas


As orações subordinadas adjetivas são sempre iniciadas por um pronome relativo.
São duas as orações subordinadas adjetivas:

A) Restritiva: é aquela que limita, restringe o sentido do substantivo ou pronome a que se


refere. A restritiva funciona como adjunto adnominal de um termo da oração principal e
não pode ser isolada por vírgulas.
Ex. A garota com quem simpatizei está à sua procura.

Os alunos cujas redações foram escolhidas receberão um prêmio.

B) Explicativa: serve para esclarecer melhor o sentido de um substantivo, explicando


mais detalhadamente uma característica geral e própria desse nome. A explicativa
funciona como aposto explicativo e é sempre isolada por vírgulas.
Ex. Londrina, que é a terceira cidade do região Sul do país, está muito bem cuidada.
III. Orações Subordinadas Adverbiais
São nove as orações subordinadas adverbiais, que são iniciadas por uma conjunção
subordinativa

A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa.


Conjunções: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, que.
Ex. Saímos rapidamente, visto que estava armando um tremendo temporal.

B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo


fica subentendido
Conjunções: (mais) … que, (menos)… que, (tão)… quanto, como.
Ex. Diocresildo era mais esforçado que o irmão (era).

C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão.


Conjunções: embora, conquanto, inobstante, não obstante, apesar de que, sebem que,
mesmo que, posto que, ainda que, em que pese.
Ex. Todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.

D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição.


Conjunções: se, a menos que, desde que, caso, contanto que.
Ex. Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce.

E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade.


Conjunções: como, conforme, segundo.
Ex. Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.

F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de conseqüência.


Conjunções: (tão)… que, (tanto)… que, (tamanho)… que. Ex. Ele fala tão alto, que não
precisa do microfone.

G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo.


Conjunções: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que,mal.
Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de Juvenildo.

H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade.


Conjunções: a fim de que, para que, porque.
Ex. Ele não precisa do microfone, para que todos o ouçam.

I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção.


Conjunções: à proporção que, à medida que, tanto mais. À medida que o tempo passa, mais
experientes ficamos.

IV. Orações Reduzidas


Quando uma oração subordinada se apresenta sem conjunção ou pronome relativo e com
o verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio, dizemos que ela é uma oração reduzida,
acrescentando-lhe o nome de infinitivo, de particípio ou de gerúndio.
Ex. Ele não precisa de microfone, para o ouvirem.
EXERCÍCIOS
1) Observe as orações.
1. A vida nas cidades se tornou difícil.
2. Despertou cedo e começou o árduo trabalho.
3. Vamos ao cinema ou qualquer outro programa.
4. Confesso que não sei a resposta.
5. Ele abriu o envelope e leu a informação de que fora demitido. Analisando as orações em
sua classificação quanto aos períodos Simples e Composto, é possível afirmar.
I. As orações 1 e 4 sinalizam um Período Simples, já que ambas nos apresentam uma
oração absoluta.
II. Apenas a oração 2 apresenta um período Composto por Coordenação.
III. A Oração 3 nos apresenta um período Composto por Coordenação, sendo uma Oração
Coordenada Sindética Alternativa.
IV. A oração 5 pode ser classificada como, período Composto por Coordenação e
Subordinação ou também período Misto.
V. Entre as orações descritas não há período Composto por Subordinação ou período
Misto.
Assinale a alternativa correta.
a) I e V, apenas.
b) II e V, apenas.
c) III e V, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) III, apenas.

Q2 - Assinale a alternativa correta.

a) O segundo período do texto mantém, de forma subentendida, o mesmo sujeito da


primeira frase e se constitui em um período formado por duas orações coordenadas entre
si. A segunda delas é uma oração coordenada aditiva.
b) Em: “Admite-se que os homens fiquem nus”, a oração sublinhada é subordinada
substantiva objetiva indireta.
c) Em: “Admite-se que sejam doentios”, a palavra sublinhada exerce a função sintática de
predicativo do objeto e qualifica uma condição humana de subdesenvolvimento.
c) Em: “É necessário a intervenção imediata do mundo para resolver o problema da fome”
a concordância nominal está correta.
e) As vírgulas empregadas na expressão sublinhada no texto justificam-se pela
necessidade de se dar ênfase à ação descrita, o que caracteriza a expressão como termo
integrante da oração.

Q3 - Assinale
“Sustentar essa ordem era acreditar na importância das relações hierárquicas.” (linhas 14
e 15) A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:
I. Há duas orações subordinadas substantivas, uma subjetiva e uma objetiva indireta.
II. O período apresenta duas orações reduzidas e nenhuma desenvolvida.
III. A oração principal é “era”.
a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
e) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Q4 - No período “É um problema multifatorial que deve ser prevenido desde a


gestação” (linhas 3 e 4), o conector “que” introduz oração
a) coordenada com sentido explicativo.
b) coordenada com sentido conclusivo.
c) subordinada adjetiva com sentido restritivo.
d) subordinada adverbial com sentido temporal.
e) subordinada adjetiva com sentido explicativo.

Q5 - Em “Quero que você perca peso”, a oração “que você perca peso” é complemento
direto da forma verbal “quero”, que constitui a oração principal do período; isso faz com
que a oração iniciada pela conjunção integrante “que” seja classificada como subordinada
substantiva.
a) Certo
b) Errado

GABARITO
2. B 3. A 4. B 5. B
1. B
SINAIS DE PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação são usados para estruturar as frases escritas de forma lógica, a fim
de que elas tenham significado. A pontuação é tão importante na linguagem escrita
quanto a entonação, os gestos, as pausas e até o tom de voz, são na linguagem oral. Bem
empregados, os sinais de pontuação são um grande recurso expressivo:
"Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?" (Almeida Garret)
Mal colocados, no entanto, eles podem provocar confusão ou até mudar o sentido das
frases:

Raquel não me respondeu. Quando a procurei, já era tarde.


Raquel não me respondeu quando a procurei. Já era tarde.

1. O ponto
O ponto (ou ponto final) é utilizado basicamente no final de uma frase declarativa:

"Não sou poeta e estou sem assunto." (Fernando Sabino)


Alguns gramáticos chamam de ponto final apenas o ponto que encerra uma
sentença. Ao ponto seguido por outras frases chamam de ponto simples. Além de finalizar
um período, o ponto é utilizado em abreviaturas (ponto abreviativo: etc., h., S. Paulo) e é
muito usado quando apenas uma vírgula bastaria. É um recurso estilístico:
"Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara."
(Graciliano Ramos)

Corintianos lotam o estádio. E rezam

2. A Virgula
A vírgula, em seus vários usos, é fundamental para a correta entoação e interpretação da
frase escrita. Como simples sinal de pausa, ela indica um tempo geralmente menor que o
do ponto. Todo cuidado, porém, é pouco para que ela não seja empregada como sinal de
pausa em situações equivocadas. Compare o ponto e a vírgula como sinal de pausa:

Era de noite, as janelas se fechavam.


Era de noite. As janelas se fechavam.
SINAIS DE PONTUAÇÃO

PONTO (.)

VÍRGULA (,)

PONTO-E-VÍRGULA (;)

DOIS PONTOS (:)

PONTO DE INTERROGAÇÃO (?)

PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!)

RETICÊNCIAS ( ... )

PARÊNTESES (())

TRAVESSÃO (-)

ASPAS (““)
O EMPREGO DA VÍRGULA

O uso da vírgula é basicamente regulado pela sintaxe. Assim, nem toda pausa é marcada
por vírgula:
Seus grandes e valorosos serviços em prol da causa revolucionária de seu país foram
tardiamente reconhecidos.

Na leitura em voz alta desse trecho, normalmente faríamos uma pausa após a palavra país.
O uso da vírgula nesse caso, porém, é incorreto porque estaríamos separando o sujeito do
verbo.
Como usar a vírgula
Em enumerações, para separar os elementos que as compõem:
Machado de Assis foi contista, romancista, poeta, dramaturgo e crítico literário.
Nosso maior contista, romancista, poeta, dramaturgo e crítico literário foi Machado de
Assis.

(geralmente, o último termo da enumeração vem separado pela conjunção e)


Em intercalações, quando palavras ou expressões se interpõem entre o sujeito e o verbo;
entre o verbo e seus complementos (objetos) ou entre verbo e predicativo:
Os funcionários, a pedido do diretor, alteraram o horário.
sujeito verbo
Os funcionários alteraram, a pedido do diretor, o horário.
verbo objeto
Os funcionários estavam, porém, conscientes de seus direitos.
verbo predicado

Atenção: quando se trata da intercalação de uma expressão curta, pode-se omitir a


vírgula:
Os funcionários alteraram imediatamente o horário da semana.

As crianças comem brincando uma lata de sorvete!


Para separar adjunto adverbial, sempre que ele seja extenso ou quando se quer destacá-
lo:
Depois de inúmeras tentativas, desistiu.

Escove os dentes, sempre, e diga adeus às cáries!

Para isolar o predicativo quando não for antecedido por verbo de ligação:

Furioso, levantou-se.
Para isolar aposto:
A minha avó, Maria, era suíça.

Para isolar o vocativo:


Estamos de férias, pessoal!

Para marcar elipse do verbo:

Sua palavra é a verdade; a minha, a lei.

Para separar orações coordenadas, exceto as iniciadas pela conjunção e:

"Sei que ele andou falando em castigo,mas ninguém se impressionou."


(José J. Veiga)
"Quis retroceder, agarrou-se a um armário, cambaleou resistindo
ainda e estendeu os braços até a coluna."
(Lygia Fagundes Telles)

Atenção: muitas vezes usa-se a vírgula antes de e, principalmente quando liga orações
com sujeitos distintos:
"Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali."
(Graciliano Ramos)
Para dar ênfase, marcando uma pausa maior:
"Disse, e fitou Don'Ana e sorriu para ela."
(Jorge Amado)
Quando forma um polissíndeto:
Levanta, e senta, e vira, e torna a se levantar.
Para isolar orações adjetivas explicativas:
Minha avó,que era francesa, não tolerava grosserias.
Para separar as orações adverbiais e substantivas quando antecedem a oração principal:
"Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado."
(Manuel Bandeira)

Como Cassiano chegou a prefeito, ninguém soube.


Atenção: quando pospostas à oração principal, as orações substantivas, com exceção da
apositiva, não vêm separadas por vírgulas:
Ninguém soube como Cassiano chegou a prefeito.
As orações adverbiais pospostas à principal geralmente se separam por vírgula, nem
sempre
obrigatória:
A chuva não veio,embora todos a esperassem.
As mesmas regras que valem para as orações desenvolvidas valem para as reduzidas:
"Para erguer-se, foi necessária a ajuda do carcereiro."
(Murilo Rubião)

3.Ponto-e-vírgula
O ponto-e-vírgula é usado basicamente quando se quer dar à frase a pausa e a entoação
equivalentes ao ponto, mas não se quer encerrar o período:
"A alma exterior daquele judeu eram os seus ducados;
perdê-los equivalia a morrer."
(Machado de Assis)
O ponto-e-vírgula também é utilizado para separar itens de uma enumeração:
O plano prevê:

a) internações;
b) exames médicos;
c) consultas com médicos credenciados.

4. Dois-pontos
Usam-se os dois-pontos, geralmente:
Para introduzir uma explicação, um esclarecimento:
"Cada criatura humana traz duas almas consigo:
uma que olha de dentro para fora,
outra que olha de fora para dentro..."
(Machado de Assis)
Para introduzir uma citação ou a fala do personagem:
O avô costuma resmungar:
"Quem sai aos seus, não degenera..."

5. Interrogação e exclamação
O ponto de interrogação marca o fim de uma frase interrogativa direta:
Quem te deu licença?
O ponto de exclamação marca o fim de frases optativas, imperativas ou exclamativas:
Como era lindo o meu país!

6. Reticências
As reticências interrompem a frase, marcando uma pausa longa, com entoação
descendente. São usadas basicamente:
Para indicar uma hesitação, uma incerteza ou mesmo um prolongamento da idéia:
"Há um roer ali perto... Que é que estarão comendo?" (Dionélio Machado)
Para sugerir ironia ou malícia:
"— Se ele até deixou a mulher que tinha, Sinhô.
É um fato. Estou bem informado... — e ria para
João Magalhães, lembrando Margot."
(Jorge Amado)

7. Aspas
As aspas são usadas para assinalar citações textuais e para indicar que um termo é gíria,
estrangeirismo ou que está sendo usado em sentido figurado:
O presidente afirmou em seu discurso: "Toda corrupção será combatida!"

Minha turma é "fissurada" nessa música.

8. Travessão e parênteses
São usados para esclarecer o significado de um termo:
Granada — último refúgio dos árabes — foi conquistada em 1492.

Granada (último refúgio dos árabes) foi conquistada em 1492.


Os dois sinais têm basicamente a mesma função, a diferença entre os dois está na
entonação, mais pausada no caso do travessão, além do caráter estilístico, mais objetivo no
caso dos parênteses.
Intercalar reflexões e comentários à seqüência da frase:
Mas agora — pela centésima vez o pensava — não podia admitir aquelas mesquinharias.
O travessão também é usado em diálogos para marcar mudança de interlocutor:
"— Peri sente uma coisa.
— O quê?
— Não ter contas mais bonitas do que estas para dar-te."
(José de Alencar)

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Próclise, ênclise e mesóclise são um fenômeno do português que se caracteriza pelo fato
de nenhuma palavra ocorrer entre os pronomes oblíquos átonos e o verbo. São três as
posições relativas do pronome em relação ao verbo:

1. Próclise pronome + verbo


... me observou ...
... me observa ...
... me observará ...
... me observaria ...
... me observado ...

2. Ênclise verbo + pronome


... observou-me ...
... observa-me ...

3. Mesóclise início do verbo + pronome + terminação verbal


... observar-me-á ...
... observar-me-ia ...

Todas as conjugações verbais permitem próclise e, com exceção do particípio e dos


tempos Futuro [fará, dirá, verá] e Futuro do Pretérito [faria, diria, veria], permitem
também ênclise. Somente os tempos Futuro e Futuro do Pretérito permitem mesóclise.

No Brasil, opta-se sempre por próclise independente da posição do


grupo/sintagma/locução verbal (pronome e verbo) na oração. Já em Portugal,
dependendo da posição do grupo verbal na oração, opta-se ou não pela próclise.
No Brasil
Me diz quem tem razão.
Te vi na rua.
Em Portugal
Diz-me quem tem razão.
Vi-te na rua.

Próclise
Em gramática, denomina-se próclise a colocação dos pronomes oblíquos átonos
antes do verbo.

Proibição
Não deve ser usada no início de oração ou período. Apesar disso, o uso da próclise é
generalizado no Brasil, de modo que na fala popular é comum o uso inclusive no início de
oração.
Ex.: *Se faz justiça com as próprias mãos naquele lugar.
Note que uma oração pode iniciar-se a meio de uma frase, por exemplo, depois de uma
vírgula.
Ex.: *Naquele lugar, se faz justiça com as próprias mãos.
Correção: Naquele lugar, faz-se justiça com as próprias mãos.
Nos infinitivos há uma tendência à ênclise, mas também é possível a próclise. A ênclise só é
mesmo rigor quando o pronome tem a forma o (principalmente no feminino
a) e o infinitivo vem regido da preposição a.
Ex.: Se soubesse, não continuaria a lê-lo.
Existem determinadas palavras da língua que são consideradas "atratores" dos pronomes
pessoais oblíquos átonos pois, nos enunciados em que elas ocorrem, esses pronomes
devem ficar em posição proclítica com relação ao verbo que complementam.
USO

Quando há antes do verbo:


palavra negativa
Ex.: Não se deve jogar lixo no rio.
pronome relativo
Ex.: Quanto se pode pegar?
pronome indefinido
Ex.: Alguém me perguntou as horas.
pronome interrogativo ou advérbio interrogativo
Ex.: Quem me busca a esta hora tardia?
Por que te assustas a cada vez?
Como a julgariam os pais se conhecessem a vida dela?
conjunção subordinativa, mesmo quando oculta na oração subordinada
Ex.: Quero que te cuides.
Que é que desejas te mande do Rio?. (conjunção oculta)
advérbio
Ex.: Ela descuidadosamente se machucou.
orações iniciadas por palavras exclamativas, bem como nas orações que exprimem desejo
(optativas)
Ex.: Que o vento te leve os meus recados de saudade.
Que Deus o abençoe!
Bons olhos o vejam!.
Se o verbo estiver no infinitivo impessoal e ocorrer uma dessas palavras antes do verbo, o
uso da próclise ou da ênclise será facultativo.
qualquer um dos casos citados acima atrai obrigatoriamente o pronome.

Caso Facultativo
Após pronomes pessoais do caso reto não é obrigatória a próclise.
Ex.: "Eu me garanto" e "Eu garanto-me" estão corretos.

ÊNCLISE

Em gramática, denomina-se ênclise a colocação dos pronomes oblíquos átonos depois do


verbo.
É usada principalmente nos casos:
Quando o verbo inicia a oração (a não ser sob licença poética, não se devem iniciar orações
com pronomes oblíquos);
Quando o verbo está no imperativo afirmativo;
Quando o verbo está no infinitivo impessoal;
Quando o verbo está no gerúndio (sem a preposição em)
Não deve ser usada quando o verbo está no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
Neste caso é utilizada a mesóclise.
Os pronomes oblíquos átonos o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las quando estão
ligados a verbos terminados em r, s ou z. Nesse caso, o verbo perde sua última letra e a
nova forma deverá ser re-acentuada de acordo com as regras de acentuação da língua. Por
exemplo:
"tirar-a" torna-se "tirá-la";
"faz-os" torna-se "fá-los";
"comes-o" torna-se "come-lo" (não há mudança de acentuação);
"Vou comer-o" torna-se "vou comê-lo".
No caso de verbos terminados em m, õe ou ão, ou seja, sons nasálicos, os pronomes o, a, os,
as assumem as formas no, na, nos, nas, e o verbo é mantido inalterado. Por exemplo:
"peguem-os" torna-se "peguem-nos";
"põe-as" torna-se "põe-nas";
"explorarão-as" torna-se "explorarão-nas".
Observação: Em linguagem coloquial, no Brasil, é comum utilizar o pronome reto em
substituição ao pronome oblíquo - Por exemplo: "peguem eles!". Este tipo de construção
não é adequada em linguagem formal.

MESÓCLISE

Denomina-se mesóclise a colocação do pronome oblíquo átono no meio do verbo.


Utiliza-se quando o verbo está no futuro do presente ou no futuro do pretérito do
indicativo e não há, antes do verbo, palavra que justifique o uso da próclise.
Ex.: Tê-lo-ia perguntado a(o) meu pai, se o tivesse visto na ocasião.
A construção da mesóclise é possível graças à origem do futuro sintético (formado por
apenas uma palavra): o futuro analítico, que no latim era formado pelo verbo principal no
infinitivo e pelo verbo habere (haver) no presente. Sendo o futuro analítico uma forma
composta, era possível colocar o pronome entre os dois verbos. Com a evolução da língua,
o verbo auxiliar foi assimilado como desinência do verbo principal, mas manteve-se a
possibilidade de deixar o pronome em posição mesoclítica.

Q1 - “Nada ______ como eu ________, mas sequer _______ atenção”.


a) se passou, dissera-lhe; deu-lhe.
b) passou-se; lhe dissera; deu-me.
c) se passou; lhe dissera; me deu.
d) passou-se; lhe dissera; me deu.
e) se passou; dissera-lhe; me deu.
Q2 - Indique onde há erro de colocação pronominal.
a) se não me contasse tudo, iria embora.
b) se me não contasse tudo, iria embora.

c) nunca se encontraria o culpado.


d) nunca encontra-se-ia o culpado.
e) todas estão incorretas.

Q3 - Em qual opção o pronome oblíquo não viola a norma-padrão da língua


portuguesa?
a) Eles lhe haviam contado que o Congresso é uma mamata.
b) Não ficarão órfãs porque deixei-as já adultas
c) Quando transferiu-se para Maceió, tudo foi resolvido
d) Havia formado-se em Engenharia, mas não exercia a profissão
e) Nem tudo perdeu-se naquela terrível noite chuvosa.

Q4 - Complete convenientemente as lacunas: “Logo que, ________, __________ cientes de


que não ____________ “.

a) os vir – os farei – os poderemos contratar


b) os ver – fá-los-ei- poderemo-los contratar
c) vê-los – fá-los-ei – poderemos contratá-los
d) os vir – fá-los-ei – podemos contratá-los
e) os ver – far-lhes-ei – poderemos contratá-los.

GABARITO

1. C 2. B 3. A 4. D
Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.
Este conteúdo também pode ser pedido na seguinte forma: Retextualização de
diferentes gêneros e níveis de formalidade
Os níveis de formalidade serão trabalhados aqui como níveis de linguagem. Eles têm
relação direta com a intenção comunicativa, isto é: Qual é o objetivo do texto? Qual o
contexto em que a comunicação é veiculada?
Quem é o emissor e para quem é dirigida a Comunicação?
Para entendermos melhor isso, pensemos no seguinte exemplo: recorte a fala de um juiz
em um tribunal e enderece a uma criança ou a um jovem.
Certamente o juiz não vai ser entendido, concorda?
Para que haja a devida comunicação, ele deve escolher palavras adequadas ao
entendimento daquele público-alvo: a criança ou o adolescente.
Assim, os níveis de linguagem levam em conta esses estratos (camadas sociais,
econômicas, culturais, etárias, situacionais), a cujo contexto a linguagem deve adaptar-se.
O que determinará o nível de linguagem empregado é o meio social no qual o indivíduo se
encontra. Portanto, para cada ambiente sociocultural há uma medida de vocabulário, um
modo de se falar, uma entonação empregada, uma maneira de se fazer a combinação das
palavras, e assim por diante.
Com base nessas considerações, não se deve pensar a comunicabilidade pelas noções de
certo e errado, mas pelos conceitos de adequado e inadequado, segundo determinado
contexto. Assim, não se espera que um adolescente, reunido com outros em uma
lanchonete, assim se expresse:
“Vamos ao shopping assistir a um filme”.
Naturalmente, ele vai reestruturar o seu texto (retextualizar) para se adaptar ao seu meio:
“Vamos no shopping assistir um filme”.
Com base nisso, vamos aos principais níveis de linguagem:
A linguagem culta ou padrão: É aquela ensinada nas escolas e serve de
veículo às ciências em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas
instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas
gramaticais. Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio
social e cultural. É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente em
diversos gêneros textuais, como nas aulas, conferências, sermões, discursos
políticos, comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
A linguagem culta pode ser formal ou informal. Isso depende da intenção comunicativa e
do meio utilizado para tal. Pode haver comunicação de acordo com a norma culta como no
exemplo:
“Dilma! Estou aqui pensando como o Brasil cresceu depois de que começou seu mandato.
Quantos ministros você dispensou, por envolvimento em falcatruas…”
Veja que todas as palavras estão de acordo com a norma culta, mesmo percebendo que o
pronome “você”, relacionando-se a uma personalidade política, não seria o ideal.
Mas não podemos dizer que esse emprego estaria incorreto gramaticalmente, pois, fora do
contexto político, formal, cabe o direcionamento a esta pessoa como “você”, como num
bate-papo entre amigos políticos, familiares de Dilma, por exemplo. O contexto não requer
o tratamento cerimonioso.
Muitas vezes essa informalidade é vista nos gêneros textuais crônicas, jornais, revistas,
textos literários, cartas pessoais e comunicações não oficiais.
Isso dá ao texto um desprendimento do rito, da formalidade, o qual a linguagem
jornalística muitas vezes procura implementar.
Claro que um crítico político não usaria o pronome “você” direcionando-se a um
presidente de qualquer país, pois o contexto não permite; mas cabe numa crônica livre,
humorística, por exemplo.
Reescrevendo a mesma comunicação feita acima de cunho informal, agora de maneira
formal, teremos:
“Excelentíssima Senhora Presidenta da República, Há de evidenciar em seu mandato a
clareza de procedimentos, principalmente nos eventos que culminaram na exoneração de
alguns Ministros.”
A linguagem popular ou coloquial: É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo.
Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem
(erros de regência e concordância; erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade;
cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias. A linguagem popular está presente nas
mais diversas situações: conversas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de
esportes, programas de TV (sobretudo os de auditório), novelas, expressão dos estados
emocionais etc.
Veja a relação entre a formalidade e informalidade nos dois gêneros textuais:
Textos científicos e publicitários:
O texto científico funciona como um outro texto qualquer: é necessário que ele tenha
começo, meio e fim, seja agradável de ler, gramaticalmente correto, compreensível,
coerente e mantenha conexões lógicas entre as ideias nele contidas.
Uma característica comum a praticamente todos os textos científicos é a organização nas
seguintes partes: Introdução, Objetivos, Materiais e Métodos, Resultados, Discussão e
Conclusões.
Também são encontrados nos textos científicos: o Título, a Autoria, Resumo, Figuras e
Tabelas, Agradecimentos e Referências Bibliográficas.
Assim, entendemos que neste gênero textual é necessária a formalidade, a padronização
da estrutura.
Texto publicitário:
O objetivo do texto científico é divulgar o resultado de experiências, assinalando a
comprovação do objeto científico. Já o texto publicitário tem por objetivo persuadir,
convencer o leitor a consumir o produto ou a ideia veiculados em anúncio de revista,
outdoor ou internet.
Como a linguagem da publicidade é centrada no receptor ou destinatário da mensagem,
utiliza a criatividade para seduzir o consumidor.
Muitas vezes, subverte a norma culta, para manter uma linguagem mais próxima do
público-alvo.
Veja o exemplo abaixo:
“Vem pra caixa você também.”
Realizando a reescrita, em uma situação formal de comunicação, seguindo as normas
gramaticais, o anúncio “Vem pra caixa você também.”
deveria ficar: Venha para a Caixa você também.
ou Vem para a Caixa tu também.
Nem sempre a linguagem apropriada para o texto publicitário é a norma culta. Isso porque
o texto deve atingir determinado público. Quando a abrangência é maior, a população
como um todo, muitas vezes se rompe a norma culta, para que o texto seja familiar ao
leitor, soando agradável àquilo que normalmente ele ouve nas ruas. Esse é o mesmo
processo de composição de músicas populares. Não importa tanto a norma culta, mas as
palavras serem agradáveis aos ouvidos, trazendo uma melodia. Por isso, nas
músicas, vemos algumas vezes a junção de verbo em terceira pessoa combinando
com pronome de segunda pessoa, o que a norma culta não admite, mas o ritmo,
a sonoridade e o público a que se quer atingir admitem.
Por exemplo: “Cantei pra ti dormir” é o verso de uma canção que possui ritmo, sonoridade
agradável e melodia; mas, de acordo com a norma culta, estaria errada.
Porém, tente cantar esta música usando a norma culta: “Cantei para tu dormires”!!!!. O
número de sílabas poéticas aumentou, assim, feriu o ritmo e a melodia, também a forma
verbal “dormires” soa artificial perante a massa popular.
Dessa forma, estaria de acordo com a norma culta, mas a estrutura frasal não estaria
adequada ao público e à musicalidade.
O mesmo ocorre com este slogan publicitário:
“Se você não se cuidar, a Aids vai te pegar.”
Perceba que o interlocutor (a quem o texto se dirige) é expresso pelo pronome “você”
(terceira pessoa do singular), reforçado pelo pronome oblíquo átono “se”. Porém, em
seguida, há o pronome oblíquo átono de segunda pessoa “te”. Dessa forma, percebemos
que esse é o registro coloquial, soa agradável ao público, mas não é a forma culta da língua.
Então, eu lhe pergunto: o que o autor do texto da propaganda quer?
Transmitir a informação, usando a forma como a massa fala; ou soar artificial, mas estar de
acordo com a norma culta?
Certamente, o comunicador quer é veicular a informação. Por isso, misturou os pronomes.
Isso fere a norma culta, mas é usual em texto publicitário, desde que tenha como público-
alvo a massa popular.
Podemos ter duas formas de realizar a reescrita: levar as formas verbais e os pronomes
para a segunda pessoa:
Se tu não te cuidares, a Aids vai te pegar.
ou para a terceira pessoa:
Se você não se cuidar, a Aids vai pegá-lo.
Na realidade, a retextualização já foi trabalhada na aula passada nas questões de
reescritura de fragmentos do texto. Aqui, esse trabalho é mais focado na adequação do uso
da informalidade ou da formalidade de acordo com o contexto social.
CORRESPONDÊNCIA OFICIAL
Os canais para direcionar cada mensagem oficial também carregam suas próprias
características. A seguir, confira quais são os principais tipos de documentos
na Correspondência Oficial.

É como são feitas as comunicações administrativas entre autoridades ou entre


Ofício
autoridades e particulares, tendo como foco assuntos oficiais.

ADEQUAÇÃO DO FORMATO DO TEXTO AO GÊNERO

3.3. Aviso e Ofício


3.3.2. Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo
do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de
vírgula.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do
remetente:
– Nome do órgão ou setor;
– Endereço postal;
– Telefone e endereço de correio eletrônico.
3.4. Memorando
3.4.2. Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença
de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos
Jurídicos
4. Exposição de Motivos
4.2. Forma e Estrutura
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício (v. 3. O
Padrão Ofício). O anexo que acompanha a exposição de motivos que proponha alguma
medida ou apresente projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante.
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas
de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para
a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao
conhecimento do Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido
para o padrão ofício.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República a
sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo
– embora sigam também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentários
julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato
normativo proposto;
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o
ideal para se solucionar o problema, e eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve
ser editado para solucionar o problema.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos,
devidamente preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II do
Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002.
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão equivalente) no ,
de de de 200.
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências
Síntese do parecer do órgão jurídico
• Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposta à luz das questões
levantadas no item 10.4.3.
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a critério da
Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo
para que se complete o exame ou se reformule a proposta.
O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos que proponham
a adoção de alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que
pode ter a adoção da medida ou a edição do ato, em consonância com as questões que
devem ser analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder
Executivo (v. 10.4.3.).
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na elaboração de atos
normativos no âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu anexo
complementam-se e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação
profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de certa providência ou
a edição de um ato normativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; a solução que se
propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da providência proposta:
por que deve ser adotada e como resolverá o problema.
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação, promoção,
ascensão, transferência, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, recondução,
remoção, exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é
necessário o encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos.
Ressalte-se que:
– a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não dispensa o
encaminhamento do parecer completo;
– o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode ser alterado de acordo
com a maior ou menor extensão dos comentários a serem ali incluídos.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção aos requisitos
básicos da redação oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e
uso do padrão culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a
principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos Ministros.
Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao
Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em parte.
5. Mensagem
5.2. Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da
margem esquerda:
Mensagem no
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do
destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizontalmente fazendo
coincidir seu final com a margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz
identificação de seu signatário.
TEXTO
Em linguística, a noção de teto é ampla e ainda aberta a uma definição mais precisa. Pode
ser entendido como manifestação linguística das ideias de um autor, que serão
interpretadas pelo leitor de acordo com seus conhecimentos linguísticos e culturais.
“Conjunto de palavras e frases articuladas, escritas sobre qualquer suporte”.
“Um texto é uma ocorrência linguística, escrita ou falada de qualquer extensão, dotada de
unidade sócio comunicativa, semântica e formal. É uma unidade de linguagem em uso”.

EFEITOS DE SENTIDOS DO TEXTO


Muitas vezes, os leitores reconhecem e compreendem as palavras de um texto, mas se
mostram incapazes de perceber satisfatoriamente o sentido do texto como um todo.
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que o texto nem sempre fornece todas as
informações possíveis. Há elementos implícitos que precisam ser recuperados pelo leitor
para a produção do sentido. A partir de elementos presentes no texto, estabelecemos
relações com as informações implícitas. Por isso, o leitor precisa estabelecer relações dos
mais diversos tipos entre os elementos do texto e o contexto, de forma a interpretá-lo
adequadamente. Algumas atividades são realizadas com esse objetivo. Entre elas está a
produção de pressuposições, inferências, implicaturas.
PRESSUPOSIÇÃO
É o conteúdo que fica à margem da discussão, é o conteúdo implícito. Assim, a frase “Pedro
parou de fumar” veicula a pressuposição de que Pedro fumava antes; “Pedro passou a
trabalhar à noite” contém a pressuposição de que antes ele trabalhava de dia, mas contém
também a pressuposição de que ele não trabalhava antes, dependendo da ênfase colocada
em passar a ou em à noite.
Vale lembrar que, nesses exemplos, a pressuposição é marcada linguisticamente pela
presença dos verbos passar de, passar a. Existem também pressuposições que não
apresentam marca linguística; esses tipos de pressuposições denominam-se inferências.
Os pressupostos são identificados quando o emissor veicula uma mensagem adicional a
partir de alguma palavra ou expressão. Há vários tipos de palavras com esse tipo de
“poder”. Segue alguns exemplos:
- verbos que indiquem: mudança, continuidade, término.
Exemplos:
• O concurseiro deixou de sair aos sábados para estudar mais. (Pressuposto: o
concurseiro saía todos os sábados.).
• O novo fiscal de rendas continua estudando para concursos. (Pressuposto: o fiscal
estudava antes de passar.).
• A espera dos candidatos pelo gabarito oficial acabou. (Pressuposto: os candidatos
estavam esperando o resultado.).
INFERÊNCIAS
São informações normais que não precisam ser explicitadas no momento da produção do
texto; são também chamadas de subentendidos.
O exemplo seguinte ajuda a entender esta noção: “Maria foi ao cinema, assistiu ao filme
sobre dinossauros e voltou para casa.”. Lendo esta frase, o leitor recupera os
conhecimentos relativos ao ato de ir ao cinema: no cinema existem cadeiras, tela,
bilheteria; há uma pessoa vendendo os ingressos etc. Enfim, isso não precisa ser dito
explicitamente. Se assim não fosse, que extensão teria nossos textos para fornecer, sempre
que necessário todas essas informações? Esta aí a importância das inferências na interação
verbal. Se quiséssemos dizer que Maria não conseguiu ver o filme até o final, isso teria que
ser explicitado, porque, normalmente, a pessoa vê o filme inteiro.
IMPLICATURA
É um sentido derivado, que atribuímos a um enunciado depois de constatar que seu
sentido literal é irrelevante para a situação. Se perguntarmos: Qual é a função de Pedro no
jornal? E ouvimos “Pedro é o filho do chefe”, podemos depreender dessa resposta que
Pedro não tem função nenhuma; que Pedro não faz nada ou que Pedro não precisa fazer
nada.
Nem as implicaturas, nem as pressuposições fazem parte do conteúdo explicitado. A
diferença entre elas está no fato de que, com respeito às pressuposições, a estrutura
linguística nos oferece os elementos que permitem depreendê-las; já com as implicaturas
isso não acontece – o suporte linguístico é menos óbvio e, portanto, elas dependem
principalmente do conhecimento da situação, compartilhado pelo falante e pelo ouvinte.
As pressuposições fazem parte do sentido literal das frases, enquanto as implicaturas são
estranhas a ele.
SUBENTENDIDOS
Enquanto os pressupostos seriam as mensagens adicionais, os subentendidos seriam os
escondidos. Devem ser deduzidos pelo receptor, e justamente por essa ideia de dedução,
podem não ser verdadeiros. Percebe-se aqui outra diferença entre os institutos, já que os
pressupostos são sempre verdadeiros, inclusive quando negamos a frase original. Por
conta da sua maior abstração, passemos aos exemplos para uma melhor compreensão:
(SITUAÇÃO EM QUE RECEBEMOS UMA VISITA):
- Nossa! Está muito calor lá fora! (possível subentendido: a pessoa está com sede).
Percebem que ao negarmos a frase, a ideia subentendida desaparece. Ao mesmo tempo
que é impossível provar que a pessoa esteja realmente com sede. É possível que o emissor
negue a dedução do receptor.
As informações implícitas estão por toda a parte, que atinge nosso subconsciente, usado
por meio de imagens, músicas e gestos da qual a mídia os utiliza muito.
• Implícito: é algo que está envolvido naquele contexto, mas não é relevado, é
deixado subentendido, é apenas sugerido.
• Quando lidamos com uma informação que não foi dita, mas tudo que é dito nos
leva identificá-la, estamos diante de algo implícito.
• A compreensão de implícitos é essencial para se garantir um bom nível de leitura.
• Há textos que nem tudo o que importa para a interpretação está registrado.
É bom ressaltar que no âmbito do direito, o implícito pode tanto ajudar como atrapalhar,
quando se direciona ao magistrado devemos evitar ao máximo escrever nas entrelinhas,
pois poderá prejudicar no andamento de certos processos.
HIERARQUIA DOS SENTIDOS DO TEXTO
Os textos, no geral, podem ser entendidos e devem ser expostos principalmente em
quatro sentidos.
1 – SENTIDO LITERAL – e esse é o que não ultrapassa a letra da narrativa ficcional, como
por exemplo as fábulas dos poetas. É o que chamamos de sentido real.
2 – SENTIDO ALEGÓRICO OU FIGURADO – é o que as palavras ou expressões adquirem em
situações particulares de uso. A palavra tem valor conotativo quando seu significado é
ampliado ou alterado no contexto em que é empregada.
3 – SENTIDO MORAL – é aquele que os leitores devem procurar descobrir nos escritos
para sua utilidade e dos seus descendentes.
4 – SENTIDO ANAGÓGICO - quer dizer supra sentido; e esse ocorre quando se expõe
espiritualmente um sentido. Ou seja, são os sentidos sublimes.
HIERARQUIA DAS IDEIAS
Para diferenciar a ideia central de um texto, das demais podemos também utilizar
os recursos de resumo de frases e textos. Resumo de frases e textos consiste numa
recolha fiel das ideias ou dados essenciais contidos em determinado texto. Por isso,
o resumo deve:
- dar o devido destaque às opiniões do autor; reproduzir a ordem; identificar a ideia
central e o gênero do texto (carta, panfleto, relato, discurso político).
- destacar as articulações e o movimento do texto;
- anotar as ideias secundárias; redigir o resumo das ideias e dos dados coligidos de modo a
não alterar as articulações lógicas do texto;
COMPREENSÃO DE TEXTO
A compreensão ou intelecção de texto consiste em analisar o que realmente está escrito,
ou seja, coletar dados do texto. Quando a diretriz não está clara, o leitor deve investigar, e
sugere que a maneira mais prática de se encontrar a temática do texto é durante a leitura,
quando se busca permanentemente respostas para as perguntas:
✓ De que trata este texto?
✓ O que mantém sua unidade global?
Nem todos os textos são redigidos com clareza. No caso de um texto confuso, o leitor tem
que procurar o processo do raciocínio do autor, e reconstituí-lo esquematicamente,
criando uma coluna vertebral do texto.
A análise temática será concluída quando o leitor conseguir estabelecer, com segurança, o
esquema definitivo do pensamento do autor. A análise temática trata da apreensão do
conteúdo, isto é, tema, problema, ideias (central e secundária), raciocínio e argumentação.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Interpretação é processo, num primeiro momento, de dizer o que o autor disse,
parafraseando o texto, resumindo-o; é reproduzir as ideias do texto. Depois, entende-se
interpretação como comentário, discussão das ideias do autor.
Para realizar a interpretação de texto, sugere o seguinte procedimento:
✓ Não se deixe levar pela subjetividade;
✓ Relacione as ideias do autor com o contexto filosófico e cientifico de sua época e de
nossos dias;
✓ Faça a leitura das entrelinhas a fim de inferir o que não está explicito no texto.
✓ Adote uma posição crítica, a mais objetiva possível, com relação ao texto.
✓ Faça o resumo do que estudou;
Ao finalizar a análise interpretativa, o leitor terá adquirido conhecimento qualitativo e
quantitativo sobre o tema estudado. Os concursos apresentam questões
interpretativas que têm por finalidade a identificação de compreender os níveis
estruturais da língua por meio da lógica, alem de necessitar de um bom léxico
internalizado.
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e
as inferências a que ele remete.

EXERCÍCIOS
TOCANDO EM FRENTE
(Almir Sater /Renato Teixeira)
Ando devagar
Porque já tive pressa É preciso amor
E levo esse sorriso Pra poder pulsar
Porque já chorei demais É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz, quem sabe Penso que cumprir a vida
Só levo a certeza Seja simplesmente
De que muito pouco sei Compreender a marcha
Ou nada sei E ir tocando em frente

Conhecer as manhas Como um velho boiadeiro


E as manhãs Levando a boiada
O sabor das massas Eu vou tocando os dias
E das maçãs Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia


Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua


história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Q1 - Após ler atentamente o texto, responda às questões. Assinale mais de uma
alternativa que esteja de acordo com o texto:
a. ( ) Para o poeta, a vida deve ser levada, tocada como uma boiada, pois não conseguimos
entender a imprevisibilidade de ambas.
b. ( ) Só é possível ser feliz nesta jornada, depois de um toque de Deus, o velho boiadeiro,
que nos impulsiona pela longa estrada da vida.
c. ( ) Só através do choro individual e de outros é que descobrimos o valor de um sorriso.
d. ( ) Manhãs, maçãs e chuva fazem parte da nossa história, já que somos donos do nosso
destino.
e. ( ) Segundo o poeta, para se viver, é necessário entender o andamento da jornada e
continuar vivendo.

Q2 - Marque as alternativas com V para verdadeiro e F para falso, de acordo com o


texto:
a. ( ) Viver é um aprendizagem, fruto da observação atenta das alegrias e dos sofrimentos
pelos quais passamos.
b. ( ) Ser feliz é o destino de todos os seres humanos, independentes das chegadas e das
partidas.
c. ( ) A consciência do significado da vida e o dom da capacidade de construirmos a nossa
história nos deixa mais fortes, mais felizes.
d. ( ) O poeta tem hoje um sorriso de serenidade porque nunca levou a vida com ligeireza.
e. ( ) Para podermos saborear a vida, precisamos vivenciar a paz e o amor, entre outros
fatores que nos mostram que é possível compormos a nossa história com serenidade.

Q3 - Assinale a única alternativa correta:


Há varias comparações no texto que nos leva a concluir que o poeta fala:
a. ( ) da boiada.
b. ( ) do boiadeiro.
c. ( ) do sabor das frutas.
d. ( ) dos dias vividos.
e. ( ) do dom da felicidade de cada um de nós.

Q4 - Nos versos 5 e 6, o poeta demonstra que se considera um homem:


a. ( ) orgulhoso.
b. ( ) sem cultura.
c. ( ) experiente.
d. ( ) humilde.
e. ( ) sem rumo definido.
GABARITO

7. A.(v) B. 8. E 9. D
6. A,C,E
(F) C. (V)
D. (F) E
.(V)

A NOVA ORTOGRAFIA
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 veio substituir o Formulário
Ortográfico de 1943, definindo novas regras ortográficas para a língua portuguesa,
comumente chamadas de "nova ortografia" ou "ortografia oficial".
O novo acordo ortográfico visa unificar a escrita nos diversos países falantes do português.
Em vigor no Brasil desde 2009, o seu uso passou a ser obrigatório a partir do dia um de
janeiro de 2016.
Alfabeto
O atual acordo oficializou as letras k, w, y, anteriormente consideradas letras estrangeiras,
como letras do alfabeto português, que passou a ser formado por vinte e seis letras:
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
As letras k, y, w podem ser usadas em nomes próprios estrangeiros de pessoas e seus
derivados, em nomes próprios estrangeiros de lugares e seus derivados, em siglas,
símbolos, unidades de medida e unidades monetárias e em estrangeirismos de uso
frequente.
Palavras com k, y, w:
• darwinismo;
• malawiano;
• download;
• software;
• playground;
• kart;
• km.
Consoantes mudas
Nas sequência consonânticas cc, cç, ct, pc, pç e pt interiores são eliminadas a consoante c e
a consoante p quando mudas, sendo mantidas quando pronunciadas.
Palavras sem c e p mudos:
• teto;
• ação;
• atividade;
• ótimo;
• batizar.
Palavras com c e p pronunciados:
• adepto;
• pacto;
• rapto;
• erupção;
• convicção.
Está previsto a utilização facultativa dessas duas consoantes em diversas palavras,
conforme a pronúncia culta da região, sendo retiradas quando mudas e mantidas quando
pronunciadas. O mesmo acontece com outras consoantes (g, b, m).
Palavras com consoantes facultativos:
• fato e facto;
• concepção e conceção;
• recepção e receção;
• suntuoso e sumptuoso;
• indenizar e indemnizar.
Acentuação
O atual acordo ortográfico trouxe diversas alterações às regras de acentuação.
Acentuação dos ditongos abertos oi e ei
Nas palavras paroxítonas, foi abolido o acento agudo nos ditongos abertos oi e ei. Nas
palavras oxítonas esses ditongos continuam acentuados.
Ditongos oi e ei sem acento:
• ideia;
• europeia;
• jiboia;
• boia;
• joia.
Acentuação dos ditongos oo e ee
Nas palavras paroxítonas, foi abolido o acento circunflexo nos ditongos oo e ee.
Ditongos oo e ee sem acento:
• deem;
• leem;
• veem;
• voo;
• enjoo.
Acentuação da vogal i e u antes de ditongos
Nas palavras paroxítonas, foi abolido o acento agudo na vogal i e na vogal u quando
aparecem após ditongos.
Vogal i e u sem acento:
• baiuca;
• feiura.
Uso do trema
O trema foi abolido de todas as palavras portuguesas e aportuguesadas. Apenas deverá ser
utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros, como mülleriano (de
Müller) e hübneriano (de Hübner).
Palavras sem trema:
• frequente;
• cinquenta;
• consequência;
• tranquilo;
• pinguim.
Acento diferencial
Foi abolido o acento diferencial de vários pares de palavras, cuja distinção deverá ser feita
pelo contexto em que ocorrem. Mantém-se apenas os acentos diferenciais de pôr e por,
pôde e pode.
Palavras sem acento diferencial:
• para;
• pelo;
• pera;
• polo.
Acento diferencial facultativo
A utilização do acento na diferenciação entre a 1.ª pessoa do plural do pretérito perfeito
do indicativo e a 1.ª pessoa do plural do presente do indicativo passou a ser facultativa.
Em fôrma e forma a utilização do acento diferencial também é facultativa.
Palavras com acento facultativo:
• demos e dêmos;
• cantamos e cantámos;
• estudamos e estudámos.
Dupla grafia
Está prevista a dupla grafia de diversas palavras, sendo correta a utilização do acento
circunflexo no Brasil e do acento agudo em Portugal.
Palavras com dupla grafia:
• gênero e género;
• bebê e bebé;
• purê e puré;
• antônimo e antónimos;
• sinônimo e sinónimo.
Dois paradigmas de acentuação verbal
Estão previstos dois paradigmas de acentuação verbal, sendo correta a forma acentuada
no Brasil e a forma não acentuada em Portugal.
Palavras com dupla acentuação verbal:
• enxágue e enxague;
• averígue e averigue;
• delínquo e delinquo;
• apazígua e apazigua.
Acentuação verbal não alterada pelo acordo
Os verbos ter e vir mantêm acento agudo na 3.ª pessoa do singular e acento circunflexo na
3.ª pessoa do plural. Os verbos derivados dos verbos ter e vir mantêm acento agudo na 3. ª
pessoa do singular e com acento circunflexo na 3 ª pessoa do plural.
Palavras com acentuação verbal não alterada:
• ele tem e eles têm;
• ele vem e eles vêm.
• ele mantém e eles mantêm;
• ele contém e eles contêm.
HÍFEN
O atual acordo ortográfico trouxe diversas alterações às regras de hifenização.
Hifenização nas palavras formadas por prefixação
O hífen é utilizado quando o prefixo termina com a mesma letra que começa a segunda
palavra ou quando a segunda palavra começa com h. Nas restantes situações, o prefixo é
escrito junto à segunda palavra. Quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra
começa com as consoantes r ou s, ocorre duplicação dessas consoantes.
Prefixação com hífen:
• micro-ondas;
• anti-inflamatório;
• contra-ataque;
• sobre-humano;
• supra-hepático.
Prefixação sem hífen:
• autoestima;
• contracheque;
• sobreaviso;
• antissocial;
• antirrugas.
Casos específicos: mal-estar, bem-humorado, recém-nascido, sub-bibliotecário, sub-região,
copiloto, cooperar, pré-fabricado, predeterminar, circum-navegação, pan-americano, ex-
diretor, vice-presidente,...
Hifenização nas palavras compostas
O hífen mantém-se nas palavras compostas por justaposição sem elementos de ligação,
cujos elementos formam uma unidade com significado próprio. Contudo, foi abolido nas
palavras compostas por justaposição quando já não é significativa esta noção de
composição.
Palavras compostas com hífen:
• segunda-feira;
• meio-dia;
• decreto-lei;
• ano-luz;
• guarda-chuva.
Palavras compostas sem hífen:
• paraquedas;
• paraquedista;
• paraquedismo.
Hifenização nas locuções
O hífen não será utilizado hífen nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais,
adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, salvo algumas locuções consagradas pelo uso
que, sendo exceções a esta regra, mantêm o hífen. Também palavras que designam
espécies botânicas e zoológicas mantêm o hífen.
Locuções com hífen:
• cor-de-rosa;
• mais-que-perfeito;
• pé-de-meia;
• bem-me-quer;
• erva-doce;
• andorinha-do-mar.
Locuções sem hífen:
• fim de semana;
• dia a dia;
• à toa;
• sala de jantar;
• cão de guarda.
Hifenização na colocação pronominal
O hífen é utilizado na ênclise e na mesóclise, ligando o pronome oblíquo átono ao verbo.
Contudo, já não deverá ser utilizado nas formas monossilábicas do verbo haver, quando
conjugado com a preposição de.
Colocação pronominal com hífen:
• emprestou-me;
• ler-me-á;
• disse-te;
• vê-lo;
• abri-lo.
Colocação pronominal sem hífen:
• hei de;
• hás de;
• há de;
• hão de.
Maiúsculas e minúsculas
O atual acordo ortográfico trouxe algumas alterações ao uso da letra maiúscula e da letra
minúscula.
Uso de letra maiúscula
A letra maiúscula deverá ser utilizada em nomes próprios de pessoas, animais, lugares
(cidades, países, continentes,...), acidentes geográficos, rios, instituições e entidades.
Deverá também ser usada em nomes de festas e festividades, em nomes astronômicos, em
títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas. Nos nomes dos pontos cardeais
deverá ser usada apenas se empregues absolutamente, indicando uma região.
Palavras com letra maiúscula:
• Tiago;
• Brasil;
• Marte;
• Amazonas;
• Cruz Vermelha;
• Carnaval;
• O Estado do São Paulo;
• ONU.
Uso de letra minúscula
A letra minúscula passou a ser utilizada nos nomes dos dias de semana, meses e estações
do ano, nos nomes dos pontos cardeais (quando utilizados genericamente, indicando uma
direção) e nas palavras fulano, sicrano e beltrano.
Palavras com letras minúsculas:
• segunda-feira;
• outubro;
• primavera;
• sul;
• fulano.
Uso facultativo de maiúscula ou minúscula
O uso da letra maiúscula ou da letra minúscula é facultativo em títulos de livros
(totalmente em maiúsculas ou apenas com maiúscula inicial), em palavras de
categorizações (rio, rua, igreja,…), em nomes de áreas do saber, matérias e disciplinas, em
versos que não iniciam o período e em palavras ligadas a uma religião.
Palavras com maiúscula ou minúscula facultativa:
• Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas;
• Rio Amazonas ou rio Amazonas;
• Matemática ou matemática;
• São ou são.
REGRAS PRÁTICAS PARA O EMPREGO DE LETRAS

EMPREGA-SE O S:
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no radical. Exemplos:

Análise - analisar Catálise- catalisador

Casa - casinha, casebre Liso - alisar

2) Nos sufixos – ês, -esa, -isa e –ose, ao indicarem nacionalidade, título ou origem.
Exemplos:

Burguês - burguesa Inglês - inglesa

Chinês - chinesa
Milanês - milanesa
Profeta – profetisa

3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e –osa, indicando abundância ou


estado pleno. Exemplos:

catarinense Gostoso – gostosa amoroso– amorosa

palmeirense Gasoso – gasosa Teimoso – teimosa

4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -ose. Exemplos:


catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose

5) Após ditongos. Exemplos:


Coisa, pouso, lousa, náusea, faisão, etc.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus derivados. Exemplos:
pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos
quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
repus, repusera, repusesse, repuséssemos

7) Devemos empregar “são” em substantivos derivados de verbos terminados em:


“ender”, “verter”, “pelir” e “ndir”. Exemplos:
Apreender, apreensão; Ascender, ascensão; compreender, compreensão; distender,
distensão; estender, extensão; pretender, pretensão; suspender,
suspensão;subverter, subversão; repelir, repulsão; fundir, fusão, etc.

EMPREGA-SE O Z:

1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no radical. Exemplos:

deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar

raiz- enraizar cruz-cruzeiro

2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a partir de adjetivos.


Exemplos:

inválido- rígido-
limpo-limpeza macio- maciez
invalidez rigidez

nobre- surdo-
frio- frieza pobre-pobreza
nobreza surdez

3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar substantivos. Exemplos:

civilizar– civilização hospitalizar– hospitalização

colonizar– colonização realizar– realização

4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita. Exemplos:


cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita

5) Nos seguintes vocábulos:


azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz,
proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.
6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste entre o S e o Z.
Exemplos:
cozer (cozinhar) e coser (costurar)
prezar( ter em consideração) e presar (prender)
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)

EMPREGA-SE O X
1) Depois de ditongos:
ameixa, caixa, baixela, caixote, peixe, feixe...
2) Em palavras de origem indígena e africana:
Xingu – Xavantes – maxixe...
3) Palavras iniciadas pelas sílabas “em” e “me”.
México – mexilhão – mexerica – enxame- enxurrada...
Observação importante:
Caso houver o prefixo “-em” seguido de palavras iniciadas por “ch”, o dígrafo será mantido.
encher – derivado do substantivo cheio
encharcar - derivado do substantivo charco
enchumaçar – derivado do substantivo chumaço

EMPREGO DE S, Ç, X E DOS DÍGRAFOS SC, SÇ, SS, XC, XST

EMPREGA-SE O S:
Nos substantivos derivados de verbos terminados em "andir","ender",
"verter" e "pelir"
Exemplos:

expandir- expansão pretender- pretensão verter- versão expelir- expulsão

converter -
estender- extensão suspender- suspensão repelir- repulsão
conversão

EMPREGA-SE Ç:
Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer"
Exemplos:

ater- atenção torcer- torção

deter- detenção distorcer-distorção

manter- manutenção contorcer- contorção

EMPREGA-SE O X:
Em alguns casos, a letra X soa como Ss
Exemplos:
auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe
EMPREGA-SE SC:
Nos termos eruditos
Exemplos:
acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, fascículo,
fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível, plebiscito, rescisão,
seiscentos, transcender, etc.

EMPREGA-SE SÇ:
Na conjugação de alguns verbos
Exemplos:
nascer- nasço, nasça
crescer- cresço, cresça
descer- desço, desça
EMPREGA-SE SS:
Nos substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir",
"ceder" e "cutir"
Exemplos:

agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão discutir- discussão

progredir- transmitir- repercutir-


exceder- excesso
progressão transmissão repercussão

EMPREGA-SE O XC E O XS:
Em dígrafos que soam como Ss
Exemplos:
exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar

EXERCÍCIOS
Q1 - Assinale a expressão que está escrita corretamente:
a. Distânceamente.
b. Previdênte.
c. Medievalístico.
d. Individualmente.
e. Saúdavel.
Q2 - Assinale a alternativa correta em relação à ortografia:
a. Os trajes mulçumanos são muito bonitos.
b. A largatixa correu e sumiu no vão da parede.
c. Embreagou-se e depois dormiu.
d. Era um exímio corredor.
e. Na educação, toda renovação de matrícula já é autómatica, e os alunos das escolas
municipais aprender informática.

Q3 - Assinale a alternativa que contém o período cujas palavras estão grafadas


corretamente:
a. Ele quiz analisar a pesquisa que eu realizei.
b. Ele quiz analizar a pesquisa que eu realizei.
c. Ele quis analisar a pesquisa que eu realizei.
d. Ele quis analizar a pesquisa que eu realisei.
e. Ele quis analisar a pesquiza que eu realizei.

Q4 - Diretor, na ... de garantir a ... dos documentos, apôs sua ... a cada página.
a. intensão, veracidade, rubrica.
b. Intensão, verascidade, rúbrica.
c. Intenção, verascidade, rúbrica.
d. Intenção, verascidade, rubrica.
e. Intenção, veracidade, rubrica.

Q5 - Assinale a única opção em que todas as palavras devem ser grafadas com S.
a. le...ar, atrá..., destre...a, parali...ar.
b. defe...a, quero...ene, qui...er, va...inho, fu...ilar.
c. Brá..., Vene...a, Queiro..., Sou...a
d. ga... eificar, ga... olina, empre... a, anali... ar.
e. pre...ado, co...inha, fuga..., ro...áceo, xadre...

GABARITO
2. D 3. C 4. E 5. D
1. D

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