01. Os modernistas trouxeram para a Literatura uma Condoreirismo romântico.
nova concepção de linguagem, desvinculando-se da d) da vanguarda estética do Naturalismo/do
estética parnasiana e apresentando ao público e à Indianismo romântico.
crítica inovações formais que denotavam um e) do interesse modernista pela arte primitiva/do
interesse pela experimentação. Em Macunaíma, Regionalismo da década de 30.
Mário de Andrade apresenta o que chamou de
03. Pode-se afirmar que Mário de Andrade filiou-se
língua brasileira, uma mistura do português com as
à seguinte corrente literária:
variações encontradas nos diversos falares do povo
brasileiro, além de influências estrangeiras e a) Realismo.
alterações advindas da criatividade popular. Tal b) Naturalismo.
afirmação pode ser confirmada nos seguintes c) Modernismo.
trechos da obra de Mário de Andrade: d) Pré-Modernismo.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
I. “ No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma,
herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do 04. (FUVEST) Assinale a alternativa correta:
medo da noite. Houve um momento em que o
silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do a) Macunaíma é "o herói sem nenhum caráter"
Uraricoera, que a índia, tapanhumas pariu uma porque, no âmbito individual, é múltiplo e
criança feia. Essa criança é que chamaram de contraditório e, no plano da representação de uma
Macunaíma. [...]”. coletividade, é inescrupuloso e mau caráter.
II. “[...] Ele dava risadas chatas, se espremendo de b) Macunaíma é "o herói sem nenhum caráter" por
cócegas e gostando muito. Quando elas paravam apresentar uma personalidade complexa,
pedia mais estorcendo já de antegozo. Vei pôs caracterizada a partir de traços psicológicos
reparo na senvergonhice do herói, teve raiva. [...]” delineados sob um ponto de vista objetivo e
científico.
III. “[…] O corpo dele relumeava de ouro cinzando
nos cristaizinhos do sal e por causa do cheiro da c) Macunaíma é "o herói de nossa gente" por
maresia, por causa do remo pachorrento de Vei, e retratar, a partir dos traços múltiplos e
com a barriga assim mexemexendo com cosquinhas contrastantes que o caracterizam, a coletividade
de mulher. [...]”. brasileira, formada pela miscigenação racial e
cultural.
IV. “[...] No outro dia Macunaíma não achou mais d) Macunaíma é "o herói de nossa gente" por ser,
graça na capital da República. Trocou a pedra Vató como os brasileiros, esperto e trapaceiro, valendo-se
por um retrato no jornal e voltou pra taba do mais da criatividade que da inteligência em suas
igarapé Tietê. [...]”. ações.
e) Macunaíma é "o herói sem nenhum caráter" por
a) Apenas I está correta.
reunir, de um ponto de vista psicológico e
b) Todas estão corretas.
antropológico, as características de um povo cujo
c) Apenas IV está correta.
comportamento se define pela preguiça e
d) II e III estão corretas.
imoralidade.
e) I e IV estão corretas.
05. O capítulo “Carta pras icamiabas” difere-se dos
02. (FUVEST) A presença da temática indígena
demais capítulos por:
em Macunaíma, de Mário de Andrade, tanto
a) Apresentar um narrador-personagem, o próprio
participa ______, quanto representa uma retomada,
herói.
com novos sentidos, ______.
b) Apresentar um apagamento do narrador na
Mantida a sequência, os trechos pontilhados serão narrativa.
preenchidos corretamente por: c) Apresentar o foco narrativo na terceira pessoa.
d) Apresentar um narrador-onisciente.
a) do movimento modernista da Antropofagia/do
e) Apresentar um narrador-observador.
Regionalismo da década de 30.
b) do interesse modernista pela arte primitiva/do 06. (UDESC 2010) Macunaíma o herói sem nenhum
Indianismo romântico. caráter (1928), a obra prima de Mário de Andrade e
c) do movimento modernista da Antropofagia/do
talvez a mais importante do movimento modernista, arranco dos remos repercutindo nas duzentas igaras
foi classificada também como rapsódia. ligadas, despejava uma batelada de bagos na pele do
Em relação à obra de Mário de Andrade, é incorreto. rio, deixando uma esteira de chocolate onde os
camuatás pirapitingas dourados piracanjubas uarus-
a) Mário de Andrade acrescentou livremente várias uarás e bacus se regalavam.”
histórias na obra, resultado de suas pesquisas sobre
o folclore brasileiro, em razão disso o personagem Um traço do estilo modernista presente no trecho é:
principal da obra, Macunaíma, assume no a) quebra dos padrões convencionais de pontuação
desenrolar da trama romanesca diversas gráfica.
identidades. b) caracterização do herói como ser nobre, sábio e
prudente.
b) A obra reúne lendas, ditos, provérbios, máximas,
c) linguagem impessoal, influenciada pelo discurso
mitos indígenas e sertanejos, fragmentos da cultura
jornalístico
sul-americana.
d) comparação das personagens humanas com
c) Mário de Andrade teve como base para a criação animais selvagens.
da sua rapsódia, embora com algumas modificações, e) abundância de conectivos lógicos, revelando
a leitura da obra Vom Roraima zum Orinoco do intenso racionalismo.
etnógrafo alemão Koch-Grünberg.
08. No romance-rapsódia Macunaíma, Mario de
d) A obra escrita em 1922, e publicada dois anos Andrade cria uma narrativa épica cujo protagonista
depois, é a obra que sintetiza as propostas difundidas pode ser designado como "herói sem nenhum
pelo Manifesto Verde Amarelo do próprio autor da caráter". Sobre este romance, analise as afirmativas
rapsódia, muito embora a obra seja anterior a este abaixo colocando entre parênteses a letra "V",
manifesto.
quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra
"F", quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir,
e) Mário de Andrade buscou criar em Macunaíma o
assinale a alternativa que apresenta a sequência
herói sem nenhum caráter uma linguagem brasileira,
correta.
sintetizando a língua portuguesa falada no Brasil: as
( ) A ausência de caráter apresenta uma crítica
variações regionais, as influências estrangeiras e as
pessimista da alma brasileira.
criações populares.
( ) A caracterização do protagonista como anti-herói,
marca uma mentalidade cultural com potencial
07. Leia o trecho de Macunaíma, de Mário de
revolucionário.
Andrade, para responder às questão.
( ) Constitui um contradiscurso em relação à
consistência hegemônica que se firmou ao longo da
“Muitos casos sucederam nessa viagem por
história nacional.
caatingas rios corredeiras, gerais, corgos, corredores
( ) Integra o espaço, e o referencial mítico
de tabatinga matos-virgens e milagres do sertão.
maravilhoso e americano.
Macunaíma vinha com os dois manos pra São Paulo.
( ) Pela inversão parodística, o herói civilizado
Foi o Araguaia que facilitou-lhes a viagem. Por tantas
destrona o anti-herói.
conquistas e tantos feitos passados o herói não
a) F-V-V-F-F c) V-V-F-F-V d) F-V-F-V-F
ajuntara um vintém só mas os tesouros herdados da
b) V-F-V-F-V e)F-F-V-V-F
icamiaba estrela estavam escondidos nas grunhas do
Roraima lá. Desses tesouros Macunaíma apartou pra
09. Tendo como base a leitura do poema abaixo,
viagem nada menos de quarenta vezes quarenta
bem como do livro Esconderijos do tempo, de Mario
milhões de bagos de cacau, a moeda tradicional.
Quintana, assinale a alternativa que contém as
Calculou com eles um dilúvio de embarcações. E
afirmações corretas.
ficou lindo trepando pelo Araguaia aquele poder de
igaras, duma em uma duzentas em ajojo que nem
Seiscentos e sessenta e seis
flecha na pele do rio. Na frente Macunaíma vinha de
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer
pé, carrancudo, procurando no longe a cidade.
em casa. Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Matutava matutava roendo os dedos agora cobertos
Quando se vê, já é 6ª- feira... Quando se vê,
de berrugas de tanto apontarem Ci estrela. Os
passaram 60 anos... Agora, é tarde demais para ser
manos remavam espantando os mosquitos e cada
reprovado... E se me dessem – um dia – uma outra
oportunidade dizer que Macunaíma é um herói de nossa gente por
eu nem olhava o relógio seguia sempre, sempre em apresentar semelhanças com o povo brasileiro,
frente... apresentando aspectos de nossa cultura, sendo eles
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil primitivos ou civilizados.
das horas. (p. 50)
05. Letra A - O capítulo “Carta pras icamiabas” difere-
I) A partir do título, já se percebe que a temática se dos demais por destacar-se na narrativa ao
central do poema gira em torno da passagem do apresentar um narrador-personagem, pois o próprio
tempo, delimitada por horas e por dias. herói relata suas experiências em São Paulo para suas
II) Através da função metalinguística, do uso do súditas amazonas.
advérbio e das reticências, observa-se que o eu lírico
reflete poeticamente sobre a efemeridade da vida. Letra 06. A afirmativa está incorreta por vários
III) Há um desejo do eu lírico de poder voltar o motivos: primeiro, a obra foi publicada no ano de
tempo e de fazer tudo diferente. 1928; segundo, não sintetiza as propostas do
IV) Nos cinco versos finais, como em outros poemas manivesto Verde Amarelo, é uma obra surrealista
de Esconderijos do tempo, há um desejo de viver o que critica a linguagem culta vista no Brasil da época,
instante de modo mais livre e significativo. em uma tentativa de representar o multi-
culturalismo brasileiro; quanto à linguagem, a obra
a) I, III e IV. valoriza as raízes brasileiras e a linguagem dos
b) II e III. brasileiros, buscando aproximar a língua escrita ao
c) I e III modo de falar paulistano; além disso, o movimento
d) II e IV. verde-amarelo foi fundado no ano de 1924 (antes da
e) I e II. publicação de Macunaíma) pelos autores Cassiano
Ricardo, Menotti Del Picchia e Plínio Salgado e não
por Mário de Andrade.
Gabarito
07. Letra A.
01.Letra D - Nos fragmentos II e III, podemos
perceber a preocupação de Mário de Andrade com a
08. Letra A.
linguagem, apresentando o que ele chamava de
“língua brasileira”, utilizando termos como 09 letra A.
senvergonhice e mexemexendo por acreditar que era
assim que o brasileiro pronunciava essas palavras.
02. Letra B - A presença da temática indígena em
Macunaíma revela não só o interesse de Mário de
Andrade pela arte primitiva, mas também apresenta
uma releitura crítica do Indianismo Romântico. Se
José de Alencar criou o mito do “bom selvagem”,
Mário de Andrade, com a personagem Macunaíma,
criou a figura do “mau selvagem”, rompendo assim
com a imagem idealizada do índio brasileiro.
03. Letra E - Embora sua principal obra, Macunaíma,
apresente vários pontos de contato com o Manifesto
Antropófago, de Oswald de Andrade, Mário de
Andrade nunca se filiou a nenhuma corrente artística
da época.
04. Letra C - A obra Macunaíma, de Mário de
Andrade, é resultado das pesquisas do poeta e
escritor sobre a história brasileira a partir dos
aspectos da vida urbana e rural do país. Podemos