Carta Aos Hebreus
Carta Aos Hebreus
Carta aos
HEBREUS
עברים
1
SUMÁRIO
A. O AUTOR DA CARTA 4
B. DESTINATÁRIOS 4
C. INTENÇÃO DA CARTA 5
2
11. A CONFIANÇA (FÉ) (Hb. 11. 1-3) 44
12. 2 A Voz do Eterno no Sinai Que Ecoa Através de Yeshua (Hb. 12. 18-29) 50
13. 1 Conselhos Para Seguir O Exemplo Dos Mestres (Hb. 13. 7-17) 55
16. CONCLUSÃO 62
3
A. O AUTOR DA CARTA
O autor não se identifica na carta, porém acredita-se que Shaul (Saulo), também chamado
Paulo (At. 13. 9), possa ter sido o autor, pois faz citação a Timóteo e aos da Itália (Hb. 13.
23-24). Entretanto, apesar desta grande possibilidade, não se pode afirmar que ele seja o
autor.
B. DESTINATÁRIOS
O autor destina sua carta a uma comunidade hebraica que confiava ser Yeshua1 O
Mashiach (Ungido); que, pelo conteúdo e contexto da carta Sua morte e ressurreição já
haviam ocorrido.
1
Yeshua é o nome original, em Hebraico, que sofreu várias transliterações para diversos idiomas até chegar
na língua portuguesa, onde ficou conhecido como Jesus. Vale lembrar que na cultura hebraica os nomes são
palavra do cotidiano, diferente de muitos nomes em português e em outras línguas. Mais adiante será
abordado o significado do nome Yeshua.
4
C. INTENÇÃO DA CARTA
Na carta o autor tem a intenção de afirmar, àquela comunidade hebraica, que Yeshua é o
Cordeiro e o Sumo Sacerdote, de quem faziam referência os cordeiros e os Sumo
Sacerdotes nos tempos do Mishikam (conhecido como Tabernáculo), no deserto. E, para
isso, apresenta textos da Torah2, dos Profetas e dos Salmos. Portanto, percebe-se que as
pessoas dessa comunidade hebraica conheciam os textos que o autor se referia;
desmistificando assim que elas eram desinformadas quanto às instruções do Eterno nos
Escritos.
2
Torah é uma palavra hebraica que significa “Instrução” ou “Ensino”. Porém, traduzida para a maioria das
Bíblias em português como “Lei”. Dependendo do contexto, Torah pode tanto se referir aos Mandamentos
do Eterno (Ex. 20) quanto aos cinco (5) primeiros Livros da Bíblia, também conhecidos como Pentateuco (em
grego).
5
1. YESHUA, SUPERIOR AOS MALAHIM (MENSAGEIROS) (Hb. 1)
Ao dizer que Yeshua herdou mais excelente Nome, o autor está se referindo tanto ao
mérito de Yeshua por ocasião da obediência a Torah (os Mandamentos) quanto por Seu
sacrifício. Feito este que nenhum dos malachim realizou, e por isso, o Nome de Yeshua é
honrado ou condecorado pelo Eterno; tornando-se superior aos malachim e
assentando-se à destra do Eterno (Hb. 1. 13).
No início do capítulo 2 o autor chama novamente a atenção dos destinatários para que
creiam que Yeshua é o Mashiach (Ungido) escolhido e enviado pelo Eterno. E, para isso,
diz que se as palavras de juízo anunciadas pelos malachim (“anjos”) se cumpriram
naqueles que receberam o justo castigo por suas transgressões ou desobediências4,
quanto maior juízo viria sobre eles (o autor e os destinatários da carta) caso
negligenciassem a Palavra anunciada pelo próprio Eterno a respeito da vinda do Mashiach
Yeshua. Palavra essa que foi confirmada pelos que a ouviram através dos ensinos de
Yeshua sobre a obediência a Torah, isto é, os Mandamentos (Is. 42.4).
É muito importante conhecer o nome de Yeshua e seu significado, para compreender o
que o escritor está dizendo aos destinatários. Observe a tabela a seguir,
3
Na língua hebraica Malachim significa mensageiro, que dependendo do contexto pode ser um ser
celestial ou um ser humano. Na maioria das traduções bíblicas, a fim diferenciar estes dois (2) tipos de
mensageiros, os seres celestiais são traduzidos como anjos (ou anjo) e os seres humanos como
mensageiros (ou mensageiro).
4
Como a palavra de juízo que veio sobre Sodoma e Gomorra, anunciada pelos malachim que se
apresentaram a Ló.
6
NOME ORIGINAL TRANSLITERAÇÃO SIGNIFICADO FORMA
(HEBRAICO) CONHECIDA EM
PORTUGUÊS
5
Ruach HaKodesh é uma expressão hebraica que significa Mover Do Santo, ou seja, o Próprio Eterno
Movendo, Atuando, “Soprando” situações ou acontecimentos (Atos 2. 1-13). Para a língua portuguesa foi
traduzida como Espírito Santo.
7
O texto de Lucas diz que Shimon tomou Yeshua nos braços e pronunciou uma brachah
(benção) ao Eterno, dizendo
“(29) Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu
servo, segundo a Tua Palavra;
(30) porque os meus olhos já viram a Tua Salvação,
(31) a qual preparaste diante de todos os povos:
(32) luz para revelação aos gentios, e p
ara glória do
Teu povo de Israel” ( Lc. 2. 29-32)
Observe abaixo, na linha 1 do quadro, as quatro letras em hebraico do nome de Yeshua
a linha 2, pronunciada por Shimeon quando
dentro da expressão “Tua Salvação”, n
recitava a brachah (benção) ao Eterno.
8
“Sim, diz Ele: Pouco é o seres meu servo, para
restaurares as tribos de Jacó (Israel) e tornares a
trazer os remanescentes de Israel; também te dei
como l uz para os gentios, para seres a
minha
Salvação até a extremidade da terra” (Is. 49. 6)
Também, é com este mesmo sentido que Matityahu (Mateus) em sua carta se refere a
uma profecia em Yeshayahu (Isaías) 7. 14. Ao escrever,
“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e
Ele será chamado pelo nome de Emanuel”
(Mt. 1. 23)
está dizendo que O Eterno estava com ou a favor do povo de Israel naquela geração em
que nasceu Yeshua, bem como de toda a humanidade. Pois, o nome Imanuel (Emanuel)
significa “Eterno conosco” ou “O Eterno está conosco”.
9
está afirmando que Seus ensinos são conforme as orientações do Eterno, ou da forma
como o Eterno quer que obedeçamos; e, não que Ele (Yeshua) é o próprio Eterno, pois o
Eterno é um (1), conforme Dt. 6. 4.
O autor da carta diz, também, que o próprio Eterno e as pessoas daquela geração são
testemunhas de que verdadeiramente Yeshua é o Mashiach (Ungido), através de sinais,
prodígio, vários milagres e pela distribuição da Ruach HaKodesh (Mover do Santo),
segundo a vontade do Eterno.
Na Torah, especificamente em B’reshit (Gênesis), ao ser criado, o ser humano recebe
autoridade do Criador para ter domínio sobre todos os animais e a terra. Por isso, o
salmista diz que o Eterno coroou o homem de honra e de glória (Sl. 8. 9), pois está acima
dos animais e de toda a natureza, porém abaixo do Criador. Neste sentido, o Eterno
colocou sob o homem a responsabilidade de preservar a natureza que agora está em “seu
domínio” (Gn. 1. 26-31).
O autor da carta, partindo deste princípio, que dizer aos destinatários que Yeshua, homem,
filho de Yosef e Míriam (Mt. 1. 1-17; Lc. 3. 23-38), da tribo de Yehudah (judá), também herdou,
como homem, o domínio sobre toda a natureza. Porém, além da própria Criação, herdou
coisas superiores a estas. Isto é, por causa da obediência plena da Torah e da realização
de Seu sacrifício, tornou-se Cordeiro e Sumo Sacerdote, apresentando-se, após ser
ressuscitado, não no Mishkan (Tabernáculo) terreno, mas no Real Mishkan que está nos
Céus, diante do Eterno; do qual o Mishkan terreno era uma representação do que
realmente está no Céu; sendo portanto, sombra dele e de todo o seu significado. Por isso,
Yeshua se tornou superior aos Malachim herdando mais excelente Nome do que eles, e
assentou-se a Destra do Eterno.
Os sacrifícios que ocorriam no Mishkan apontavam para o que ainda viria em relação às
gerações antes de Yeshua; mas, já havia chegado em relação à geração dos destinatários
da carta. Ou seja, o Cordeiro (Yeshua) preparado pelo Eterno desde a fundação do mundo
(Ap. 13. 8) já havia sido sacrificado, e o autor da carta estava notificando eles disso; motivo
10
pelo qual já não fazia mais sentido continuar os sacrifícios no Mishkan. Por isso, já não
existe o Miskam; que, segundo a carta de Yochanan (João), em Revelação de Apocalipse,
na Nova Yerushalaim (Jerusalém), que descia do Céu, não havia mais o Mishkan
(Tabernáculo), pois O Próprio Eterno e o Cordeiro são o Mishkan (Ap. 21. 22).
11
4. NÃO ENDUREÇAIS O VOSSO CORAÇÃO (Hb. 3)
No capítulo 3 Yeshua é apresentado como superior a Moshe (Moisés). Vale lembrar que
Moshe também foi um mashiach (ungido) em sua época, separado pelo Eterno para
desenvolver uma missão em relação ao povo de Israel. Além de Moshe (Moisés), Yehoshua
(Josué) e Shimshon (Sansão), por exemplo, também foram ungidos ou separados pelo
Eterno para missões específicas. Portanto, cada um deles tem sua importância em relação
ao povo de Israel; porém, o escritor da carta quer mostrar que o trabalho desenvolvido por
Moshe é a base do plano do Eterno para conduzir ao Mashiach Yeshua. É neste sentido
que o autor da carta afirma ser Yeshua superior a Moshe.
Em Hebreus 3. 7, o escritor cita um fato ocorrido com o povo de Israel no deserto,
registrado na Torah (Nm. 14. 21-23), dizendo
“(v. 7) Assim, pois, como diz o Espírito Santo6: Hoje,
se ouvirdes a sua voz,
(v. 8) não endureçais o vosso coração como foi na
provocação no dia da tentação no deserto...” ( Hb. 3.
7-8).
Portanto, o escritor está orientando os destinatários da carta a não endurecerem o coração
à Palavra do Eterno referente a Yeshua; assim como fizeram alguns da geração no deserto
que, mesmo presenciando a glória e os prodígio realizados por Ele, no Egito, se rebelaram7
às Suas Instruções. Neste sentido, o escritor diz que esses rebeldes não entraram no
descanso, ou seja, na terra prometida, porque não creram na Palavra da Promessa do
Eterno (Hb. 3. 16-19). Sendo assim, da mesma forma que os rebeldes não entraram na terra
por causa da incredulidade, o escritor teme que seus irmãos também não entrem no
Mundo Vindouro (a Eternidade) por causa da incredulidade em Yeshua HaMashiach (O
Ungido), O Cordeiro e Sumo Sacerdote.
6
raduzido para o português como Espírito
Ruach HaKodesh (Mover do Santo, referindo-se ao Eterno). T
Santo.
7
Os rebeldes puseram o Eterno a prova 10 vezes, e desprezaram-No desobedecendo a Sua Voz (Lv. 14.
21-24).
12
5. A ENTRADA NO SHABAT (DESCANSO) DO ETERNO (Hb. 4)
No capítulo 4, o autor da carta relaciona o “não endurecer o coração à Voz do Eterno,
através de Yeshua” com a entrada no Shabat8 (descanso) dEle. Isto é, o escritor traz a
tona o fato ocorrido no deserto onde os desobedientes a Voz do Eterno, pelo não
cumprimento aos Mandamentos, não entraram na terra prometida, ou seja, no descanso
(Shabat) de suas vidas no Egito e de suas caminhadas no deserto. Portanto, o autor quer
mostrar aos destinatários da carta que, assim como a Palavra do Eterno (Os Mandamentos)
ou as boas-novas que foi anunciada à geração do deserto, cujos desobedientes a Ela não
alcançaram a Terra Prometida, mas, apenas os obedientes; da mesma forma, essa mesma
Palavra (Os Mandamentos) ou boas-novas estava sendo anunciada à geração destinatária
da carta; e isto, através dos ensinos de Yeshua sobre a Torah.
É justamente sobre este aspecto de Yeshua que Yochanan (João) se refere quando diz,
“E o Verbo9 [os Mandamentos] se fez carne [ Yeshua]
e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e
vimos a sua glória como do unigênito do Pai”
(João. 1. 14).
Sendo assim, os ensinos de Yeshua são o Verbo, a Torah, a Palavra, os Mandamentos
que saíram da boca do Eterno no Sinai, e que na forma humana falou com o ser humano; a
geração de Yeshua. Portanto, o escritor apela aos destinatários para que confiem ou que
tenham fé nas palavras de Yeshua, pois Seus ensinos são sobre a maneira correta de como
se deve obedecer aos Mandamentos do Eterno; além de confiar (fé) que Ele é O Cordeiro e
O Sumo Sacerdote. Pois assim, entrarão no Shabat (descanso) do Eterno, isto é, a Vida
Eterna.
8
Shabat é uma palavra hebraica que significa descanso. Para a língua portuguesa foi traduzida como
Sábado.
9
O Verbo ou a Palavra (Êxodo 20. 1) de que Yochanan está referindo é justamente a Torah que saiu da
Boca do Eterno no Sinai; portanto, os Mandamentos (Êxodo 20).
13
5.1 O Ensino De Yeshua É A Prática Da Torah
Ora, se para entrar no Shabat (descanso) do Eterno é necessário ouvir e obedecer a Sua
Voz (Palavra). Faz todo sentido o escritor orientar os destinatários a confiarem (fé) nos
ensinos de Yeshua, pois os ensinos de Yeshua são exatamente a Palavra do Eterno. Por
isso, Yeshua fala sobre Seus ensinos e a Torah, dizendo
“(v.46) Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés [na
Torah], também creríeis em mim, porquanto ele
escreveu a meu respeito.
(v.47) Se, porém, não credes nos seus escritos, como
crereis nas minhas palavras?”
(João 5. 46-47).
Também, faz menção a Torah, os Salmos e os Profetas,
“A seguir, Yeshua lhes disse: São estas as palavras
que eu vos falei, estando ainda convosco: importava
se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei
de Moisés [ Torah], nos Profetas e nos Salmos”
(Lc. 24. 44).
Também, faz referência a Quem pertence o ensino que transmitia,
“Respondeu-lhes Jesus: O meu ensino não é meu, e
sim daquele que me enviou”
(João. 7. 16).
Ensinou sobre a Vida Eterna aos obedientes às suas Palavras, e juízo para para os
desobedientes
(v.47) Se alguém ouvir as minhas palavras [ Torah] e
não as guardar [ os Mandamentos], eu não o julgo;
porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para
salvá-lo.
14
(v.48) Quem me rejeita e não recebe as minhas
palavras tem quem o julgue; a própria palavra que
tenho proferido [Torah], essa o julgará no último dia.
(v.49) Porque eu não tenho falado por mim mesmo,
mas o Pai, que me enviou [O Eterno], esse me tem
prescrito o que dizer e o que anunciar.
Seu Mandamento é a vida Eterna.
(v.50) E sei que o
As coisas, pois que eu falo, como o Pai mo tem dito,
assim falo.”
(João. 12. 47-50)
Também disse,
“(v.57) Assim com o Pai, que vive, me enviou, e
igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim
se alimenta [ a Torah] por mim viverá10.
(v.58) Este é o pão que desceu do céu [ os
Mandamentos], em nada semelhante àquele que os
vossos pais comeram e, contudo, morreram; quem
comer este pão viverá eternamente”
(João 6. 57-58)
10
Yeshua estava se referindo a Torah - Levítico 18. 5 “Portanto, os Meus estatutos e os Meus juízos
guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles”
15
vivo que desceu do Céu”. Ou seja, Ele estava se referindo a Torah (os Mandamentos) que
desceu do céu e foi entregue nas mãos de Moshé (Moisés), no monte Sinai, cujas Palavras
foram escritas pelo Dedo do Eterno em 2 tábuas de pedra (Ex. 31.18; Ex. 32. 15-16; Dt.
9.10-11; Dt. 4. 12-13; Dt. 5.22).
O Eterno se refere as Tábuas chamando-as de Tábuas do Testemunho (Ex. 31. 18) e de
“Minha Aliança” (Ex. 19. 5). Testemunho porque, quando Falou no Sinai escreveu-as para
servir de Testemunho do que havia dito, e para que ninguém adulterasse Suas Palavras;
lembrando que Ele regularmente utiliza duas (2) testemunhas11. E, Aliança porque, quem
realmente está aliançado com Ele vive estas Palavras com amor. Além disso, no profeta
Yirmeyahu (Jeremias) 31. 31-33, o Eterno prometeu escrever estas Palavras na mente e
no coração; portanto, não mais em tábuas de pedras. Neste sentido, nossa vida
testemunha que realmente estamos aliançados com O Eterno quando praticamos os
Mandamentos do modo como Yeshua ensinou, evidenciando que estas Palavras (Torah)
realmente estão escritas em nossa mente e em nosso coração. Era sobre isso que Yeshua
estava se referindo quando disse
“(v.20) … Não vem o Reino do Eterno com visível
aparência.
(v.21) Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o
Reino do Eterno está dentro de vós”
(Lucas 17. 20. 21)
Por isso, o escritor da carta diz
“Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso
[Shabat], a fim de que ninguém caia, segundo o
mesmo exemplo de desobediência.”
(Hb. 4.11).
11
Duas testemunhas: 2 Tábuas de Pedra; céus e terra (Dt. 30. 19); as 2 testemunhas na carta de
Revelação de Apocalipse (Ap. 11. 1-14)
16
Ainda no capítulo 4 o escritor exalta a Palavra do Eterno, dizendo
“Porque a palavra do Deus é Viva e Eficaz, e mais
cortante que qualquer espada de dois gumes, e
penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas
e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e
propósitos do coração”
(Hb. 4. 12).
De fato, se os Mandamentos estão escritos pelo Eterno em nossa mente e em nosso
coração, o texto acima se cumpe em nossa vida. Ou seja, a Torah do Eterno alcança o
profundo do nosso ser, da nossa alma. Por isso, o escritor diz que Ela “...penetra até ao
ensamentos
ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os p
(mente) e propósitos do c oração. ..”.
No capítulo 5 o escritor enfatiza que Yeshua é o Sumo Sacerdote. Para isso, diz que “o
scolhido pelo Eterno, a favor dos homens, para oferecer tanto dons
Sumo Sacerdote é e
como sacrifícios pelos pecados, e é capaz de se condoer dos ignorantes e dos que erram,
próprio sacerdote está rodeado de fraqueza. E que, por isso, deve oferecer
pois o
sacrifícios pelos pecados t anto do povo como de si mesmo” (Hb. 5. 1-3). Aqui, o escritor
está evidenciando que Yeshua não se auto ungiu Sacerdote, mas foi Ungido12 pelo
próprio Eterno; por isso, Yeshua é HaMashiach (O Ungido).
Alguém, talvez, poderia afirmar dizendo
- Se os sacerdotes ofereciam sacrifícios pelos próprios pecados, antes de oferecer
pelos do povo, e o escritor afirma ser Yeshua o Sumo Sacerdote; logo, Yeshua
pecou.
12
A expressão Ungido vem da palavra hebraica Mashiach. Por isso, Yeshua é chamado pelos creem Nele
de Yeshua HaMashiach (Yeshua O Ungido).
17
Yeshua, sim, apresentou sacrifício pelos “seus” pecados ao Eterno; não porque ele
houvesse transgredido os Mandamentos, mas porque sobre Ele estavam os nossos
pecados, transgressões ou iniquidades; como disse o profeta Yeshayahu (Isaías)
“(v.4) Certamente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós
o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
(v.5) Mas, ele foi traspassado pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas i niquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas
suas pisaduras fomos sarados.
(v.6) Todos nós andávamos desgarrados como
ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho,
mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós
todos. ” (Is.53. 4-6).
E, também
“... O meu servo, o Justo, com o seu conhecimento,
justificará a muitos, porque as iniquidades deles
levará sobre si.” ( Is. 53. 11).
É importante lembrar que na Torah, em Vayikra (Levítico), o Eterno ordenou que se
impusesse as mãos sobre a cabeça do animal, antes do sacrifício, para que fosse aceito.
Isto ocorria para que os pecados fossem transferidos para aquele animal inocente, sem
culpa, a fim de que fossem apresentados diante do Eterno e consequentemente perdoados
(ou expiados). Em seguida o Sumo Sacerdote conduzia o sangue do sacrifício ao interior do
Tenda da congregação, e deveria aspergi-lo sete (7) vezes13 perante o Eterno, diante do
Véu (Lv. 4. 15-16).
Neste sentido, todo o processo de realização dos sacrifícios tem como significado o
principal sacrifício que viria; o Sacrifício de Yeshua. Que, em relação aos destinatários da
13
Aspergir o sangue diante do Eterno sete (7) vezes pode significar que os pecados foram plenamente ou
completamente perdoados.
18
carta, já havia acontecido. Por isso, o escritor ao ter esta compreensão instrui estes
hebreus a crerem que Yeshua é, ao mesmo tempo, O Cordeiro e O Sumo Sacerdote.
Portanto, as mesmas características dos sacerdotes se apresentaram em Yeshua. Ou seja,
assim como os sacerdotes eram homens rodeados de fraquezas, Yeshua também era14;
porém, não pecou ou não desobedeceu a Torah, como havia dito o Eterno pelo profeta
Yeshayahu (Isaías)
meu servo, a quem sustenho; o
“(1) Eis que o meu
escolhido, em quem a
minha alma se compraz; pus
sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito
para os gentios.
(2) Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua
voz na praça.
ão esmagará a cana quebrada, nem apagará a
(3) N
torcida que fumega; em verdade, promulgará o
direito.”
(Is. 42. 1-3).
Não esmagar a cana quebrada significa não desobedecer a Torah (os Mandamentos),
ou seja não pecar. Pois, pecado é a desobediência a Torah, conforme escreveu Yochanan
(João)
“Todo aquele que pratica o pecado também
pecado é a
transgride a Lei [Torah], porque o
transgressão da Lei [Torah].”
(1 João 3. 4).
A torcida que fumega se refere ao incenso que era queimado pelos sacerdotes, e que
representa as orações ao Eterno.
14
Yeshua foi tentado pelo adversário, no deserto, para pecar ou desobedecer a Torah (Mt. 4. 1-11; Mc. 1.
12-13 e Lc. 4. 1-13), entretanto, venceu as tentações.
19
6.1 Sumo Sacerdote Segundo A Ordem De Malki-Tsedek (Hb. 5. 1-10)
20
Na pessoa de Yeshua se faz presente todos este significados nominais, tanto do próprio
Yeshua quanto de Malki-Tsedek.
Ele é a Salvação do Eterno
“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de
Yeshua, porque ele s alvará o seu povo dos pecados
deles”
(Mt. 1. 21).
É Rei
“(v.31) Eis que conceberá e darás à luz um filho, a
quem chamarás pelo nome de Yeshua.
(v.32) Este será grande e será chamado Filho do
Altíssimo; Deus, O Senhor, lhe dará o trono de David
seu pai;
le Reinará para sempre sobre a casa de
(v.33) E
Jacó (Israel), e o seu Reinado não terá fim” (Lc. 1.
31-33).
É Justo e/ou Justiça, tanto no sentido de obediência a Torah (Mandamentos) quanto no
sentido de retribuir a cada um segundo as sua obras. A vida eterna aos obedientes aos
Mandamentos (Mt. 19. 17), e a condenação aos iníquos ou desobedientes a Torah (Ap. 22.
12; Mt. 25. 31-46; Mt. 7. 21-27).
21
6.2 A Maturidade Dos Destinatários Da Carta (Hb. 5. 11-14)
O escritor lamenta a imaturidade da comunidade em relação às Escrituras. Percebe-se um
descontentamento por haver uma desproporcionalidade entre o tempo de instruções da
Torah que haviam recebido e a maturidade que apresentavam. Por exemplo, sobre
Malki-Tsedek havia assuntos difíceis de explicar, mas que se a maturidade da comunidade
estivesse proporcional ao tempo de instrução que tiveram, certamente o escritor teria
plena certeza de que todos entenderiam se escrevesse na carta. Por isso, ele escreve
“(12) …; assim, vos tornastes como necessitados de
leite e não de alimento sólido.
(13) Ora, todo aquele que se alimenta de leite é
inexperiente na palavra da justiça, porque é criança.
(14) Mas, o alimento sólido é para o adulto, para
rática, têm as suas faculdades
aqueles que, pela p
exercitadas para discernir não somente o bem, mas
também o mal.” ( Hb. 5. 12-14)
Portanto, a maturidade do servo do Eterno está intimamente relacionada com a prática das
Instruções da Sua Palavra, isto é, dos Mandamentos. Pois, só assim é possível discernir
entre o bem e o mal, como o próprio escritor diz. Por isso, trazendo para os dias atuais,
pela falta de prática dos Mandamentos de forma correta, conforme Yeshua ensina, muitos
ainda tropeçam em assuntos básicos das Escrituras, não discernindo entre o bem e o mal;
quando na verdade, devido ao tempo de instrução que possuem, deveriam ser mestres ou
instrutores. Entretanto, necessitam de “leite”, e por isso, ainda estão incapazes de absorver
os “nutrientes do alimento sólido”, a Torah.
22
6.3 Uma Lição Para Mestres E Alunos
Todo mestre deve se auto analisar se sua postura está, por exemplo, como a de Ezra
(Esdras)
“Porque Esdras tinha disposto o c oração para
buscar a Lei (Torah) do Senhor, e para a cumprir, e
para ensinar em Israel os seus estatutos e seus
juízos.”
(Esdras 7. 10).
Portanto, o primeiro (1º) passo para se tornar um mestre ou instrutor da Palavra do Eterno,
ou seja dos Mandamentos, é ter o coração disposto a buscar a Sua Torah com amor e
humildade. Sobre isso, quando perguntado sobre qual o grande e primeiro Mandamento
da Torah, Yeshua cita a própria Torah (Dt. 6. 5) se referindo aos cinco (5) primeiros
mandamentos15 Escritos na primeira (1ª) Tábua, dizendo
marás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
“A
de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.”
(Mt. 22. 37).
O segundo (2º) passo para ser um mestre aprovado pelo Eterno é a prática dos
Mandamentos, após serem buscados de todo coração. Yeshua ensinava com autoridade
porque praticava o que ensinava, e exortava aos que ensinavam os Mandamentos de forma
equivocada (Mt. 18. 6). Yochanan, em uma de suas cartas escreveu
“(3) Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se
guardarmos os Seus Mandamentos.
15
Os cinco (5) primeiros Mandamentos são os que estão na primeira (1ª) Tábua, e se referem ao amor do
ser humano para com o Eterno. E, os outros cinco (5) estão na segunda (2ª) Tábua, que tratam do amor do
ser humano para como o próximo e, consequentemente com o próprio Eterno (I João 5. 2-3; João 4. 7-8;
Lv. 19. 18; João 3. 11).
23
(4) Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os
Mandamentos é mentiroso, e n
ele não está a
verdade.
(5) Aquele, entretanto, que guarda a Sua palavra,
nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o
amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele:
(6) aquele que diz que permanece nele, esse
também deve andar como ele andou.”
(I João 2. 3-6).
Portanto, andar como Yeshua andou significa obedecer aos Mandamentos como ele
obedeceu e ensinou.
O terceiro (3º) passo é o ensino da Torah. Mas, para se tornar um mestre aprovado pelo
Eterno temos que passar pelos dois primeiros passos (aprender e praticar), para então
ensinar. Caso contrário, como poderemos ensinar aquilo que não buscamos e não
praticamos?
Neste sentido, todo aluno ou discípulo de Yeshua deve buscar ou aprender sobre os
mandamentos e praticá-los, pois é assim que nos relacionamos com o Eterno. Além disso,
chegará o tempo em que precisaremos instruir nossos filhos (Dt. 6. 6-9) e os que estão
iniciando no caminho do Reino do Eterno.
24
7. INGRATIDÃO COM A MISERICÓRDIA DO ETERNO (Hb. 6. 4-8)
No capítulo 6, a partir do versículo 4, o autor se refere às pessoas da comunidade que,
conforme o capítulo anterior, apesar do tempo de instrução que tinham, além dos que
ainda estavam “engatinhando” na Torah, havia aqueles que também foram iluminados,
provaram o dom celestial, se tornaram participantes da Ruach HaKodesh (Espírito
Santo), e provaram a Boa Palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram;
isto é, negaram através de suas atitudes as instruções de Yeshua. Segundo o autor da
carta é impossível renová-los ao arrependimento. Segundo ele mesmo, estas pessoas
estão sacrificando para si mesmos a Yeshua, ou seja, estão expondo-o à ignomínia
(vergonha pública ou opróbrio).
No Versículo 7 o escritor explica esta situação, dizendo
“(7) Porque a terra que absorve a chuva que
roduz erva útil para
frequentemente cai sobre ela e p
aqueles por quem é também cultivada recebe
bênção da parte de Deus;
(8) mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e
perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada.”
(Hb. 6. 7-8).
Neste sentido, o autor da carta está dizendo que estas pessoas que receberam de bom
grado a Misericórdia do Eterno, isto é, a Salvação dEle (Yeshua) e toda as bênçãos citadas
nos versículos 4 e 5; más que, a partir de certo momento, passaram a produzir frutos
(práticas) que não condizem com a Torah que haviam recebido de seus atuais mestres, cujo
ensino veio de Yeshua sobre a maneira correta de obedecer aos Mandamentos; é
impossível reconduzi-los ao arrependimento. Não que o Eterno não esteja disposto a
perdoá-los, mas, ao que parece, tais pessoas haviam decidido voltar a “seguir a Torah” da
forma como haviam aprendido com seus antigos mestres, e não mais da forma Plena que
Yeshua havia ensinado. Este é um exemplo de negação a Yeshua; por isso, o autor apela
para que creiam que Yeshua é o Mashiach, Cordeiro e Sumo Sacerdote.
25
Ao contrário dos que rejeitaram o Mashiach Yeshua, haviam pessoas da comunidade que
confiavam nEle e que auxiliavam no trabalho que era desenvolvido. Por isso, o autor
menciona o amor que evidenciavam para com o Nome do Eterno, pois serviram e
continuavam servindo aos santos; isto é, às pessoas que trabalhavam em favor do Reino do
Eterno.
“Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do
o amor que evidenciastes para
vosso trabalho e d
com o Seu Nome, pois servistes e ainda servis aos
santos”
(Hb. 6. 10).
Esta é uma grande lição sobre uma das maneiras de amar e honrar o Nome do Eterno.
Portanto, a prática da Torah estava intimamente relacionada, também, em auxiliar as
pessoas que trabalhavam em favor daquela comunidade hebraica. Neste sentido, se por
um lado houveram pessoas que desonraram o Nome do Eterno ao negar os ensinos de
Yeshua, por outro haviam aqueles que O honravam não apenas de palavra, mas com suas
práticas ou ações.
O autor ainda recomenda que permaneçam confiando no Eterno, bem como em Suas
promessas, e que não se tornassem indolentes (insensíveis ou negligentes).
26
7. 2 A Imutabilidade das Promessas Do Eterno (Hb. 6. 13-20)
Ao recomendar que permanecessem confiando nas promessa do Eterno, o autor faz
referência a forma como Ele fez promessas a Avraham (Abraão). O autor diz que quando
alguém faz um juramento a uma outra pessoa, jura por algo que lhe é superior, servindo
assim de garantia que cumprirá com sua palavra. Porém, quando o Eterno jurou ou
prometeu a Avraham (Abraão) que o abençoaria e o multiplicaria, não tendo alguém
superior a Si, jurou por Si mesmo (Hb. 6. 13-15); ou seja, o Eterno colocou sua Palavra como
garantia de que cumpriria com o que havia prometido a Avraham (Abraão).
Ora, o Eterno não necessitaria fazer juramento a Avraham para que confiasse em Suas
promessas, mas, agiu dessa forma por causa da imutabilidade do Seu propósito (Hb. 6. 17);
por isso, o autor escreveu
ostrar mais
“(17) Por isso, Deus, quando quis m
firmemente aos herdeiros da promessa a
imutabilidade do seu propósito, se interpôs com
juramento,
ediante duas coisas imutáveis, nas
(18) para que, m
quais é impossível que Deus minta, forte alento
tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim
de lançar mão da esperança proposta”
(Hb. 6. 17-18).
Ao dizer “duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta”, o autor está se
referindo a Palavra (Torah) e as Promessas do Eterno. Portanto, a Torah dá testemunho de
que Avraham tinha consciência disso e vivia com a plena certeza que o Eterno cumpriria
com Suas Promessas; pois, durante suas peregrinações não encontramos dúvidas em suas
palavras e nem em sua forma de agir, pois confiou plenamente na Palavra da Promessa do
Eterno. Por isso, é considerado o pai da fé, pois confiou no Eterno.
27
Neste sentido, ao dar como referência a forma como Avraham confiou nas promessas do
Eterno, o autor da carta encoraja os destinatários a confiarem da mesma forma que Yeshua
é o Mashiach, prometido pelo Eterno na Torah, nos salmos e nos Profetas.
Mais uma vez, agora no início do capítulo 7, o autor compara Yeshua com Malki-Tsedek.
Porém, vale lembrar que a sequência do que está escrito no final capítulo 6 tem sua
continuação no capítulo 7. Portanto, quando o autor diz
“(1) Porque este Melquisedeque, rei de Salém,
sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro
de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o
abençoou,
(2) para o qual também Abraão separou o dízimo de
tudo (primeiramente se interpreta rei de justiça,
depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz;
(3) sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve
princípio de dias, nem fim de existência, entretanto,
feito semelhante ao filho de Deus), permanece
sacerdote perpetuamente”
(Hb. 7. 1-3).
Está se referindo a Yeshua, e não necessariamente a Malki-Tsedek. Pois, no final do
versículo 3 do texto acima o autor diz que este “Malki-Tzedek” (Yeshua) permanece
sacerdote perpetuamente. Pois, se crermos que o texto se refere literalmente a
Malki-Tzedek, teremos que considerar que, além de Yeshua, Malki-Tzedek também está a
Destra do Eterno; Palavra essa que foi dada apenas à Yeshua, como o próprio autor
escreveu citando o Salmo 110. 1, dizendo
28
“Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à
minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por
estrado dos teus pés” ( Hb. 1. 13).
Também, o autor não está supondo que Yeshua é o Malki-Tzedek que se apresenta a
Avraham (Abraão) em B’reshit (Gênesis) 14. 18-24. Mas, que, assim como Malki-Tzedek era
sacerdote do Deus Altíssimo, mesmo não pertencendo a descendência de Aharon
(Arão), e nem da tribo de Levi, sendo este o sentido do texto quando diz que ele “não
tinha pai”, “nem mãe”, portanto “sem genealogia sacerdotal”, isto é, pela tribo de Levi;
da mesma forma, Yeshua possuía estas mesmas características. Afinal, Yeshua pertenencia
a tribo de Yehudá (Judá)16, assim como seus pais. Por isso, semelhantemente a
Malki-Tsedek e com o mesmo sentido, o escritor quer evidenciar que Yeshua é Sacerdote
do Deus Altíssimo, mesmo “não tendo pai”, “mãe” e “nem genealogia”.
16
Genealogia de Yeshua: Mt. 1. 1-17; Lc. 3. 23-38.
29
É importante estar atento neste texto quando o autor diz “aqui” e “ali”, para compreender
sobre a quem está se referindo. Neste sentido, “aqui” se refere a tribo de Levi e
Malki-Tzedek, e “ali” se refere a Yeshua. Pois, os sacerdotes da tribo de Levi e o próprio
Malki-Tzedek morreram; porém, o Sacerdote do Altíssimo Yeshua permanece vivo a destra
do Eterno, e se apresenta no real Mishkan (Tabernáculo) diante do Criador, não apenas em
favor das tribos de Israel, mas por toda a humanidade (I João 2. 1-2).
O autor vai além e questiona dizendo que, se o sacerdócio levítico é a perfeição ou a
plenitude do Eterno, que necessidade haveria de outro sacerdote (Yeshua) segundo a
ordem de Malki-Tzedek, e que não fosse da linhagem de Aharon (Arão)?
Sobre este outro Sacerdote (Yeshua), o autor diz
“(13) Porque aquele de quem são ditas estas coisas
pertence a outra tribo, da qual ninguém prestou
serviço no altar;
(14) pois é evidente que nosso Senhor procedeu de
Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes.”
(Hb. 7. 13-14).
Portanto, percebe-se na carta que o autor procura de várias formas evidenciar que Yeshua
é O Sumo Sacerdote, escolhido pelo Eterno.
O autor também destaca que, pelo fato de serem impedidos pela morte de continuarem o
sacerdócio, muitos homens foram constituídos sacerdotes ao longo da história da tribo de
Levi. Fato esse que não ocorre com Yeshua, Sacerdote do Deus Altíssimo, pois seu
sacerdócio é único e para sempre (Hb. 7. 24). Por isso, o autor mais uma vez faz referência
ao Salmo 110. 4, c onforme H
ebreus 7. 21, em relação a Yeshua, dizendo
“O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és
sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque.” (Sl. 110. 4).
30
Portanto, pelo fato de ter se tornado Sumo Sacerdote para sempre, sendo e oferecendo
sacrifício perfeito uma única vez, Yeshua pode interceder por todos que por Ele se
chegam ao Eterno.
31
detalhes do verdadeiro Mishkan (Tabernáculo) que está no Céu. Ora, se o Mishkan terreno,
sombra do celestial, possui muitos significados em relação a todos os serviços e seus
utensílios, quanto mais o Mishkan (Tabernáculo) celestial erguido pelo próprio Eterno (Hb.
8. 2), onde Yeshua é o Sumo Sacerdote.
Portanto, o Mishkan (Tabernáculo) físico apontava para o verdadeiro Mishkan celestial,
bem como para o Real Cordeiro e Sumo Sacerdote que viria. Assim sendo, durante a
leitura dos textos que envolvem os serviços sacerdotais na Torah, bem como todo o
processo de sacrifícios e ofertas, devem ser lidos em conexão com Yeshua; pois assim,
será possível compreender muitos detalhes em relação ao Seu ministério e sacrifício.
A partir do versículo 6, do capítulo 8, o autor apresenta Yeshua como o mediador da B’rit
Hadashah (Aliança Renovada ou Nova Aliança), a partir de Seu sacrifício, baseada em
superiores promessas.
Ao celebrar Pessach (Páscoa) com seus discípulos Yeshua toma um pão, e após fazer a
brachá (bênção), partiu-o e deu aos discípulos dizendo ser o “Seu corpo”. Em seguida,
pegou um cálice com vinho e, após a brachá (bênção) entrego-o aos discípulos dizendo
ser o “Seu sangue”, o sangue da Nova Aliança. Obviamente, Yeshua com estes
elementos fez uma parábola para que entendessem que se tratava do Seu sacrifício, cuja
hora, se aproximava, e da Aliança ou Renovação de Aliança da qual seria Mediador.
Portanto, o pão e o vinho representaram duplo significado, o Sacrifício e a Renovação da
Aliança.
Na Torah está registrado a Aliança do Eterno,
“(6) Moisés tomou metade do sangue e o pôs em
bacias; e a outra metade aspergiu sobre o altar.
32
ivro da Aliança e o leu ao povo: e eles
(7) E tomou o L
disseram: Tudo que falou o Senhor faremos e
obedeceremos.
(8) Então, tomou Moisés aquele s angue, e o aspergiu
sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da Aliança
que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas
palavras” ( Ex. 24. 6-8).
Assim sendo, perceba que na Aliança com o Eterno dois (2) elementos estão presentes, o
(1) Livro da Aliança que é a Torah e o (2) sangue de um sacrifício. Semelhantemente
Yeshua, naquela celebração de Pessach, apresentou o Pão e o Vinho em sua parábola. O
Pão representa, além de seu corpo, como ele mesmo diz, as 10 Palavras que saíram da
Boca do Eterno no Sinai; isto é, o Pão Vivo que desceu do Céu (A Torah) (Ex. 20) que é o
verdadeiro alimento para nossa alma. O Vinho representa, além do seu sangue, Sua Vida
que seria entregue pela nossa, pois no sangue está a vida (Lv. 17. 11).
Portanto, na Aliança com o Eterno é necessário a Sua Palavra, i sto é, a obediência a
Sangue (vida) através de um sacrifício . Neste sentido, só
Torah (Os Mandamentos), e
está aliançado como o Eterno
(1) aquele que obedece aos Mandamentos da forma como O Cordeiro Yeshua
ensinou;
ida foi poupada e redimida pela v ida do Verdadeiro
(2) e, reconhece que sua v
Cordeiro que se entregou em nosso lugar em um sacrifício;
Porém, se as atitudes de uma pessoa, cuja vida não testemunha estes dois elementos em
sua forma de viver, conclui-se que não está Aliançada com o Eterno, e nem crer que
Yeshua é seu Mediador.
Neste sentido, A Nova Aliança ou Renovação da Aliança, através de Yeshua, não anula a
Obediência aos Mandamentos Do Eterno, pois é justamente a Obediência aos
33
Mandamentos, da forma que Yeshua ensina, que evidencia que estamos Aliançados com o
Eterno. Certa vez, o próprio Yeshua disse,
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas;
não vim para revogar, vim para cumprir” ( Mt. 5. 17).
Yeshua veio para cumprir a Torah, isto é, para obedecê-la, e desta forma cumprir tudo que
estava escrito na Torah e nos Profetas a Seu respeito. Ora, se alguém afirma que Yeshua
desobedeceu aos Mandamentos, logo está dizendo que ele pecou, pois pecado é a
desobediência aos Mandamentos (I João 3.4). Mas, se Ele pecou, então Seu sacrifício teria
sido em vão, pois o cordeiro na Torah só era apto para o sacrifício se estivesse sem
defeito, significando que o Real Cordeiro que viria (Yeshua), se apresentaria sem pecado
ou sem mancha em Seu sacrifício.
Entretanto, ao contrário disso, Yeshua além de obedecer a Torah nos ensinou a forma
correta de viver aos Mandamentos. Por isso, quando Ele dizia que é o Pão Vivo que
desceu do Céu (João 6. 47-58), não estava se referindo literalmente a sua carne ou seu
corpo, mas aos Seus ensinos sobre como obedecer aos Mandamentos que desceram do
Céu, pela boca do Eterno e foram entregues nas mãos de Moshe (Moisés) (Dt. 5. 22-24;
Ex. 20. 1-17).
Muitas pessoas que participaram da caminhada de Israel, no deserto, não sobreviveram até
chegar a Terra Prometida. Isso ocorreu porque muitos desobedeceram aos Mandamentos,
“quebrando” Sua Aliança. Porém, O Eterno, pela Sua misericórdia, disse pelo Profeta
Yirmeyahu (Jeremias)
“(31) Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei
Nova Aliança como a cassa de Israel e com a casa
de Judá.
(32) Não conforme a aliança que fiz com seus pais,
no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da
terra do Egito; porquanto eles anularam a minha
34
aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o
Senhor.
(33) Porque esta é a aliança que firmarei com a casa
de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na
mente, lhes imprimirei as minhas Leis, também n
o
coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles
serão o meu povo.” (Jr. 31. 31-33)
Isto é, O Eterno não mais escreveria Sua Torah (Os Mandamentos) em duas pedras, mas
em outros dois elementos; na mente e no coração de todo aquele que aceitar viver
aliançado com Ele, através do Mediador Yeshua. Sendo assim, espera-se que o coração e
a mente de uma pessoa, ou seja, os desejos e a forma de pensar sejam conforme os
Mandamentos do Eterno, pois dessa forma estará produzindo o Fruto do Mover do Eterno
(Gl. 5. 22-23) em sua vida.
35
10. O PERFEITO E ÚNICO SACRIFÍCIO DO CORDEIRO YESHUA (Hb. 9; Hb. 10)
No capítulo 9 o autor da carta relaciona a periodicidade da realização dos sacrifícios
levíticos e o único sacrifício de Yeshua; o Verdadeiro Cordeiro. É importante destacar que
tanto o período de sacrifícios levíticos quanto o sacrifício de Yeshua tiveram, cada um, sua
importância no plano do Eterno. Também, vale destacar que alguns dos principais
utensílios do Mishkan (Tabernáculo) possuem grandes significados como, por exemplo, a
Arca da Aliança. Talvez o autor da carta preferiu não comentar detalhes (Hb. 9. 5) pelo fato
de que ficaria muito extensa.
36
37
10. 2 Os Sacerdotes Levitas e o Sacerdote Judeu Yeshua
Após escrever sobre os itens do Mishkan, o autor da carta faz referência ao serviço dos
sacerdotes levitas, dizendo
“(6) Ora, depois de tudo isso assim preparado,
continuamente entram no primeiro tabernáculo os
sacerdotes, para realizar os serviços sagrados;
sumo sacerdote, e
(7) mas, no segundo, o le sozinho,
uma vez por ano, n
ão sem sangue, que oferece por
si e pelos pecados de ignorância do povo,
(8) querendo com isto dar a entender o Espírito Santo
que ainda o caminho do Santo Lugar não se
manifestou, enquanto o primeiro Tabernáculo
continua erguido.” ( Hb. 9. 6-8)
Neste trecho da carta percebemos que o autor destaca que o Sumo Sacerdote, sozinho,
uma vez ao ano e não sem sangue, isto é, com sangue, apresenta-se ao Eterno em favor
do povo. E, assim, é evidente a comparação que ele faz a Yeshua, com a diferença que
Yeshua entrou no Santo dos Santos e se apresentou uma única vez diante do Eterno,
sendo ele mesmo o Cordeiro e O Sumo Sacerdote para sempre, obtendo eterna redenção
(Hb. 9. 12).
O autor ainda afirma que toda a representatividade no Mishkan é uma parábola para
aquela época em que estava escrevendo aos seus destinatários hebreus. Logicamente
estava se referindo ao fato de que tudo o que era desenvolvido no Mishkan (Tabernáculo)
“apontava” para Sumo Sacerdote, judeu, Yeshua.
38
10. 3 A Condenação aos Negligentes em Yeshua, a Palavra do Eterno (Hb. 10. 26-31)
Após se referir a honra que Yeshua alcançou tornando-se Sumo Sacerdote, em Hebreus
10. 19-23, o autor da carta, a partir do versículo 26, diz
“(26) Porque, se vivermos deliberadamente em
pecado, depois de termos recebido o pleno
conhecimento da verdade, já não resta sacrifícios
pelos pecados;
(27) pelo contrário, certa expectação horrível de juízo
e fogo vingador prestes a consumir os adversários”
(Hb. 10. 26-27)
Mais uma vez, além de Hb. 6. 4-8, o autor faz referência às consequências ruins aqueles
que negligenciam os ensinos de Yeshua sobre a maneira correta de obedecer aos
Mandamentos; isto é, os que após receberem o pleno conhecimento da Verdade, em
Yeshua, e ainda assim insistem viver em pecado. O autor diz que para pessoas com este
tipo de comportamento existe a “expectativa horrível de juízo” e “fogo vingador”.
É importante observar que na maioria das vezes em que se fala em “fogo”, na Bíblia,
trata-se de juízo ou condenação, podendo ser realizado diretamente pelo próprio Eterno, e
também através de Yeshua, pela autoridade que recebeu do Criador para condenar Seus
adversários (Sl. 110. 1). Vale lembrar que o julgamento que Yeshua fará é exatamente o
julgamento da Palavra do Eterno; pois, quando Yochanan (João) escreveu
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...”
(Jo. 1. 14)
não estava afirmando que a Palavra (os Mandamentos) se transformou literalmente em um
ser humano (carne), mas que nos ensinos de Yeshua (homem) estava a Verdadeira Torah
ou Instrução do Eterno, isto é, a forma correta de obedecer aos Mandamentos. Portanto,
ouvir os ensinos de Yeshua é como ouvir o “próprio Eterno Falando”; sendo este o
39
significado que Yochanan queria transmitir quando disse “E o Verbo se fez carne e habitou
entre nós...” (Jo 1. 14).
Ora, se os ensinos de Yeshua são exatamente a Torah ou a Palavra do Eterno; logo, faz
todo sentido quando Ele disse
“(47) Se alguém ouvir as minhas palavras e não as
guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para
julgar o mundo, e sim para salvá-lo.
(48) Quem me rejeita e não recebe as minhas
própria palavra que
palavras tem quem o julgue; a
tenho proferido, essa o julgará no último dia.
(49) Porque eu não tenho falado por mim mesmo,
mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o
que dizer e o que anunciar.
(50) E sei que o Seu Mandamento é a vida eterna.
As coisas, pois, que eu falo, como o Pai mo tem dito,
assim falo.” (Jo. 12. 47-50)
Isto é, Yeshua está dizendo que o juízo será realizado pela Palavra do Eterno (Torah) que
está em Seus Ensinos. Portanto, sendo a Palavra do Eterno Fiel naquilo que promete, tanto
o justo receberá a recompensa pela justiça que praticou por causa da obediência aos
Mandamentos, quanto a condenação receberá aquele que procedeu de forma iníqua por
viver em desobediência aos Mandamentos. Portanto, a palavra fogo não se trata
literalmente de fogo físico, mas do juízo, condenação ou punição pela Palavra do Eterno, a
Torah.
O autor, fazendo referência a Torah, também diz
(30) Ora, nós conhecemos aquele que disse:
A mim pertence a vingança; Eu retribuirei17.
17
Dt. 32. 35
40
E outra vez:
O senhor julgará o Seu povo18.
(31) Horrível coisa é cair nas mãos do Deus Vivo”
(Hb. 10. 30-31)
18
Dt. 32 36
41
Ao citar o profeta Habakuk, quando o Eterno responde-o dizendo “o meu justo viverá pela
fé” ( Hc. 2. 4), está dizendo que o justo, isto é, aquele que vive em obediência aos
Mandamentos do Eterno alcançará a promessa de Vida Eterna pela confiança (fé) na
Palavra dEle (Torah), não importando quanto tempo esse justo tenha que esperar para
alcançá-la. Pois, ainda que morra antes de receber a Promessa, como um justo que confia
(fé) no Eterno até o último suspiro, certamente será ressuscitado por Ele para receber a
Promessa da Palavra de Vida Eterna (Dn. 12. 2-3). Esta é a situação dos justos que já
morreram e aguardam a ressurreição no Grande Dia do Eterno. É sobre esse tipo de
pessoa que o autor da carta se refere do capítulo 11 em diante.
42
11. A CONFIANÇA (FÉ) (Hb. 11. 1-3)
Após citar o profeta Habakuk encorajando os destinatários a confiarem (fé) na Palavra de
Promessa de Vida Eterna do Criador, o autor da carta fala de confiança (fé). Isto é, ele
explica o que é essa confiança (fé) dizendo,
(1) Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a
convicção de fatos que se não veem.
(2) Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom
testemunho.” (Hb. 11. 1-2)
Portanto, o autor aplica a confiança (fé) no Eterno em duas perspectivas: futuro e passado.
Neste sentido, ao dizer que “... a fé é a certeza de coisas que se esperam. ..” está se
referindo à Justiça futura do Eterno em retribuir a cada um segundo a justiça que
praticaram. Assim, está encorajando-os a permanecerem confiando na Palavra da
Promessa. E, ao dizer que a fé é a “convicção de fatos que se não veem” está se
referindo aos fatos que já ocorreram, sinalizando assim o passado; por isso, conclui
falando sobre o bom testemunho que os antigos alcançaram.
confiar tanto nos fatos
Assim, confiar (fé) na Palavra de Promessa do Eterno, no presente, é
que narram o bom testemunho dos antigos quanto na esperança do cumprimento do que
virá; a Vida Eterna. Daí a importância que se deve prestar aos fatos narrados na Torah (ou
Pentateuco) sobre o bom testemunho dos antigos, pois apresentam grandes lições para o
tempo presente servindo de exemplo para permanecermos confiando (fé) na Palavra de
Promessa do Eterno.
Após falar da confiança (fé), no tempo passado, em relação ao testemunho dos antigos, o
autor prossegue rebuscando um passado maior ainda dizendo,
43
“(3) Pela fé, entendemos que foi o Universo formado
pela Palavra de Deus, de maneira que o visível veio
a existir das coisas que não aparecem” ( Hb. 11. 3)
Isto é, o autor quer demonstrar que somente pela confiança (fé) no Poder Criador do Eterno
é que podemos conceber um Universo físico ou concreto que veio a existir a partir de
coisas que não são físicas ou concretas. Portanto, está afirmando que com o mesmo Poder
que a Palavra do Eterno criou o Universo também há de realizar a promessa de Vida Eterna
a todo o justo que confia Nela. Ora, se a Palavra do Eterno foi capaz de trazer a existência
um Mundo físico a partir do não-físico, quanto mais a Vida Eterna para um corpo mortal. Por
isso, haverá a necessidade de nosso corpo mortal ter que se revestir de imortalidade, como
disse Shaul (Paulo) em sua carta aos Coríntios dizendo,
“(53) Porque é necessário que este corpo corruptível
se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal
se revista da imortalidade.” ( I Co. 15. 53)
O corpo corruptível se refere ao corpo mortal, e o corpo incorruptível se refere ao corpo
imortal. Portanto, assim como foi no processo de toda a Criação somente a Palavra do
Eterno tem o poder de transformar nosso corpo mortal em imortal para a Vida Eterna no
Mundo Vindouro, sendo assim merecedora de nossa confiança. Então, se nenhum ser
humano estava na Criação do Universo quando a Palavra do Eterno o Criou, e nem na Vida
Eterna para descrever exatamente como foi preparada por Ela, como poderemos acreditar
nestas coisas senão pela confiança (fé) na Palavra do Eterno? Este é o apelo do autor da
carta no início do capítulo 11.
44
11. 1 Exemplos de Confiança (fé) no Eterno (Hb. 11)
A partir do versículo 4, do capítulo 11, o autor da carta faz citações de várias pessoas que
alcançaram bom testemunho por confiarem no Eterno. Primeiramente Abel, Enoque, N
oé,
Abraão, S
ara. É Interessante notar que ao citar Avraham (Abraão), o autor diz
“(13) porque aguardava a cidade que tem
fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e
edificador.” ( Hb. 11. 13)
Isto é, o lugar que o Eterno havia prometido a Avraham não era apenas uma terra física na
qual peregrinou, mas a Cidade que o Próprio Eterno edificou, a Nova Yerushalaim
(Jerusalém) que a Yochanan (João) foi mostrada, em visão, descendo do céu (Ap. 21. 1-3;
Ap. 21. 9-27).
Em seguida, no versículo 13, o autor diz
“(13) Todos estes morreram na fé, s em ter obtido as
promessas; vendo-as, porém, de longe, e
saudando-as, e confessando que eram estrangeiros
e peregrinos sobre a terra.” (Hb. 11. 13)
Desta forma, ao citar estes justos que já morreram, está dizendo que eles não deixarão de
receber a Promessa. Isto é, nem a morte impedirá que recebam a Promessa feita pelo
Eterno. O autor da carta continua as citações: Isaque, Jacó, José, Moisés, Raabe, Gideão,
Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os Profetas.
Após citá-los o autor diz
45
“(39) Ora, todos estes que obtiveram bom
testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a
concretização da promessa,
(40) por haver Deus provido coisa superior a nosso
respeito, para que eles, sem nós, não fossem
aperfeiçoados” (Hb. 11. 39-40)
No início do capítulo 12 o autor da carta encoraja os destinatários a perseverarem na luta
contra o pecado que os rodeia e seduz. Também, diz que na luta contra o pecado os
destinatários “não haviam resistido até ao sangue”; isto é, até a morte. Por isso, os
incentiva a “olhar” firmemente para Yeshua (Hb. 12. 2), pois é o maior exemplo de
perseverança de como vencer o pecado (Jo. 16. 33), até mesmo diante da morte; apesar
da vergonha pública (ignomínia) que passou em seu martírio.
O autor, também, os lembra da exortação (correção) do Eterno ao citar Provérbios 3. 11-12,
dizendo
“(5) … Filho meu, não menosprezes a correção
que vem do Senhor, nem desmaies quando por
Ele és reprovado;
(6) porque O Senhor corrige a quem ama e
açoita a todo filho a quem recebe.
(7) É para disciplina que perseverais (Deus vos trata
como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?
(8) Mas, se estais sem correção, de que todos se têm
tornado participantes, logo, sois bastardos e não
filhos” ( Hb. 12. 5-6)
Portanto, todo filho do Eterno é consciente que pode ser corrigido por Ele, pois sabe que
Ele, como um bom Pai, corrige Seus filhos porque os ama. Porém, aquele que não aceita
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ser corrigido pelo Eterno automaticamente está se colocando na condição de bastardo, isto
é sem Pai; logo, não considera o Amor do Eterno por não aceitar Sua correção. Neste
sentido, o autor da carta está dizendo aos destinatários hebreus que ao instruí-los e
corrigi-los em suas cartas o amor do Eterno é evidenciado para com eles. Por isso, faz um
paralelo entre um pai humano e o Pai Eterno, pois a correção conduz ao bem estar dos
filhos.
Alguém poderia perguntar:
- Qual o objetivo do Eterno em nos corrigir?
A resposta a essa pergunta está em Hb. 12. 10
“Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo
melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina
para aproveitamento, a fim de sermos participantes
de sua santidade” ( Hb. 12. 10)
Assim sendo, a correção por parte do Eterno tem o objetivo guiar Seus filhos para
torná-los participantes ou praticantes de Sua Santidade. A final, esta é uma das
instruções do Eterno àqueles que o amam e servem, pois Ele mesmo diz na Torah, em
Vaykra (Levítico)
“(1) Disse O SENHOR a Moisés:
(2) Fala a toda a congregação dos f ilhos de Israel e
dize-lhes: Santo sereis, porque Eu, O SENHOR
vosso Deus, Sou Santo.” ( Lv. 19. 1-2)
A instrução do Eterno sobre com ser santo ou separado, está na sequência do texto acima,
ou seja, Vaykra (Levítico) 19 e 20 . É importante que leiamos e pratiquemos estas
instruções do Eterno sobre santidade para sermos santos como Ele instrui, caso contrário
não estaremos buscando viver em santidade, isto é, afastados do pecado. Vale lembrar
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que ser santo ou separado, não é viver separado da sociedade, mas da prática do pecado,
conforme Vaykra (Levítico) 19 e 20.
Além disso, a instrução do Eterno quanto a santidade é tanto para o natural de Israel
quanto àqueles que consideram-se enxertados na oliveira (Israel) através de Yeshua;
conforme o contexto da carta de Sha'ul (Saulo), também chamado Paulo (At. 13. 9), aos
irmãos de Roma (Rm. 11. 11-24).
O autor da carta, também, diz
“Toda disciplina, com efeito, no momento não parece
ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois,
entretanto, produz fruto pacífico aos que tem sido
por ela exercitados, fruto de justiça” ( Hb. 12. 11)
Desse modo, a pessoa humilde e consciente de que a repreensão do Eterno é para o bem,
sabe também que a tristeza no momento da exortação futuramente se tornará em alegria;
pois, após refletir sobre seus erros e não mais cometê-los, suas atitudes passarão a
produzir fruto de justiça; isto é, passará a praticar com amor as Instruções do Eterno (os
Mandamentos). O “fruto de justiça” é produzido quando a pessoa passa a testemunhar
dos mandamentos através de seu comportamento ou atitudes; por isso, é visto pelo Eterno
como um justo.
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eterna. Isso faz todo sentido, pois no Reino do Eterno não haverá iniquidade ou pecado;
isto é, na eternidade não haverá lugar para os transgressores da Torah (os Mandamentos).
Por isso, Yeshua disse
“(21) Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará
as aquele que faz a vontade de
no reino dos céus, m
meu Pai , que está nos céus.
(22) Muitos naquele dia, hão de dizer-me: Senhor,
Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em
teu nome, e em teu nome não expelimos demônios,
e em teu nome não fizemos muitos milagres?
(23) Então, lhes direi explicitamente: nunca vos
conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a
iniquidade” (Mt. 7. 21-23)
Neste sentido, ao orientá-los quanto a santificação o autor está afastando-os de práticas
iníquas; isto é, de praticas pecaminosas que é a desobediência a Torah (os Mandamentos),
a Palavra do Eterno.
Ainda sobre a paz, o autor recomenda que não haja nenhuma “raiz de amargura” para que
não contamine as pessoas daquela comunidade. Também instrui para que não haja
nenhum impuro ou profano no meio deles, assim como foi Esav (Esaú). Vale lembrar que,
ao dizer “impuro ou profano” o autor está se referindo a prática pecaminosa.
12. 2 A Voz do Eterno no Sinai Que Ecoa Através de Yeshua (Hb. 12. 18-29)
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“(18) Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e
ardente, e a e
scuridão, e as trevas, e a t empestade,
(19) e ao clangor de trombeta, e ao som de palavras
tais, que quantos o ouviram suplicaram que se lhes
não falasse mais,
(20) pois já não suportavam o que lhes era
ordenado:
Até um animal, se tocar o monte, será
apedrejado”
(Hb. 12. 18-20)
está dizendo aos seus destinatários que não tenham medo de ouvir a Voz do Eterno
assim como a geração de Israel, no deserto, que presenciou aquele ocorrido único na
história da humanidade quando o Eterno Falou no Sinai; pois, a mesma Voz, ou seja, a
mesma Torah, ou a mesma Instrução que saiu da Boca do Eterno também saiu da boca de
Yeshua através de seus ensinos. Este é o significado do que o autor escreveu no início da
carta ao dizer,
“(1) Havendo Deus, outrora, f alado, muitas vezes e
de muitas maneiras, aos pais pelo profetas,
(2) nestes últimos dias, nos falou pelo Filho a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual
também fez o universo”
(Hb. 1. 1-2)
Portanto, o autor da carta está encorajando os destinatários a confiarem sem medo e
ouvirem com amor as instruções de Yeshua, que estavam sendo ensinadas por seus
discípulos na época em que a carta estava sendo escrita.
Neste sentido, tanto no Sinai quanto nas palavras de Yeshua é a Voz do Eterno, ou seja, é
a Sua Torah (os Mandamentos) que ecoa sendo anunciada de geração em geração,
chegando até os nossos dias, e às gerações futuras. Por isso, o autor adverte
50
ende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se
“T
não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem,
divinamente, os advertia sobre a terra, muito menos
nós, os que nos desviamos daquele que dos céus
nos adverte,”
(Hb. 12. 25)
Que nossa geração tenha a humildade de ouvir e praticar o que diz a Voz do Eterno (os
Mandamentos) com amor, da forma como Yeshua viveu e ensinou que a praticasse-mos;
pois, Ele é o maior exemplo de obediência à Torah, a Voz do Eterno.
No início do capítulo 13 o autor incentiva ao amor fraternal. Por isso, orienta-os a não
negligenciar a hospitalidade; a lembrarem-se dos encarcerados, dos que sofrem maus
tratos, de honrar o matrimônio, bem como o leito sem mácula e a viver sem avareza (sem
apego às riquezas).
É importante lembrar que estas recomendações do autor da carta resumem-se a uma
palavra hebraica chamada Tzedakah, que quer dizer justiça.
Observe a tabela abaixo.
Tzedakah Justiça
ְצ ָד ָקה
Tzadik Justo, reto
ַצ ִדּיק
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Portanto, uma pessoa realmente é um Tzadik (justo, reto) quando seu modo de viver
considera a prática da tzedakah (justiça) em suas ações, cuja algumas das características
são enumeradas pelo próprio autor da carta em Hb. 13. 1-6, que citamos no início deste
tópico. Neste sentido, a prática da justiça não resume-se apenas a distribuição de cestas
básicas de alimentos, apesar de ser uma das formas de praticá-la; mas também, por
exemplo, disponibilizar-se em dar atenção ao desabafo de uma pessoa angustiada,
consolar alguém que perdeu um ente querido, ajudar uma pessoa com dificuldades
motoras a atravessar uma rua ou avenida, prestar socorro, honrar pai e mãe, etc.
Agora, podemos perceber porque nos ensinos de Yeshua temos a forma correta de
obedecer a Palavra do Eterno. Pois, o ensino da Torah consiste exatamente na prática da
Tzedakah (justiça), que é o amor ao próximo; sendo essa a essência dos ensinos de
Yeshua. Por exemplo, na Torah, o Eterno diz
“Não te vingarás, nem guardará ira contra os filhos
marás o teu próximo como a tí
do teu povo; mas, a
mesmo.”
(Lv. 19. 18)
Yeshua fez referência a esta Instrução do Eterno ao responder a pergunta de um escriba
(Mc. 12. 31). Também, se observarmos atentamente um de Seus ensinos, conhecido como
Sermão do monte (Mt. 5. 6. 7), teremos uma compreensão mais ampla em diversas
situações do que é a prática da Tzedakah (justiça). Por isso, no próprio Sermão do monte
Yeshua disse
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão fartos”
(Mt. 5. 6)
Isto é, “ter fome e sede de justiça” é ter vontade ou desejo de praticar Tzedakah (justiça)
em favor do próximo; sendo esta a recomendação do autor da carta aos hebreus em Hb.
12. 1-6, pois Yeshua é seu Mestre. Ainda, segundo Yeshua, a pessoa que tem “fome e sede
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de justiça” será farta; ou seja, O Eterno dará condições em fartura para que consiga
realizar Tzedakah (justiça) em favor do próximo.
Shaul (Paulo) em sua carta aos romanos diz
“(8) A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto
uem
o amor com que ameis uns aos outros; pois q
ama o próximo tem cumprido a Lei [Torah].
(9) Pois isto:
Não adulterarás, não matarás, não furtarás,
não cobiçarás, e, se há qualquer outro
mandamento, tudo nesta palavra se resume:
Amarás o teu próximo como a tí mesmo.
(10) O amor não pratica o mal contra o próximo; de
cumprimento da Lei [Torah] é o amor”
sorte que o
(Rm. 13. 8-10)
Sendo assim, a prática da Torah é o amor, segundo Shaul (Paulo). Portanto, o amor é o
elemento principal na vida de um Tzadik (justo, reto), pois seu modo de viver, suas
práticas, sua forma de pensar e agir são baseadas naquilo que preenche seu coração; isto
é, a Torah (os Mandamentos) do Eterno, da forma plena ou completa como Yeshua, nosso
Mestre, ensinou que a praticasse-mos. Portanto, viver a Torah é viver conforme o Amor do
Eterno.
É importante estar atento ao Ensino da Torah, pois a prática da Tzedakah (justiça) deve ser
aplicada tanto em favor do próximo quanto à si mesmo. Pois, o Eterno diz “... amarás o teu
próximo como a tí mesmo.” (Lv. 19. 18). Portanto, não podemos esquecer de fazer
Tzedakah (justiça) à nós mesmos, como por exemplo:
I. Alimentação apropriada (Lv. 11. 1-47): Na Torah, o Eterno orienta sobre o que é, e o que
não é alimento para o ser humano. Sendo esta uma das formas de obedecer ao
mandamento de “...amar a si mesmo”. Pois, ao obedecer este mandamento estaremos
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cuidando da saúde de nosso corpo; uma vez que, pelo fato de certos tipos de animais
trazerem em seus organismos substância danosas à nossa saúde, apesar de terem um
papel importante na manutenção da natureza, nem todos servem como alimento para o
homem.
II. O Shabat (descanso) (Ex. 20. 8-11): Tanto o trabalho semanal quanto o Shabat
(descanso) são mandamentos do Eterno, e é preciso vivê-los cada um em seu momento.
Ao proporcionar descanso, no dia em que o Eterno escolheu, ao nosso corpo, a nossa
família e a nossos empregados, além de ser um dia de lembrarmos da Sua Criação,
estamos como que “repondo as energias” devido ao desgaste do trabalho semanal. Vale
lembrar que este descanso é tanto físico quanto mental. Talvez, seja a falta do Shabat
m muitas famílias a causa de tantos lares estarem destruídos, pois se o stress
(descanso) e
do trabalho semanal não for “aliviado ou descarregado”, certamente influenciará
negativamente no relacionamento familiar.
Sendo assim, todo Tzadik (justo, reto) reconhece que o Eterno nos instrui a cuidar tanto do
próximo como de nós mesmos, e assim busca viver cotidianamente, pois “... seu prazer
está na Torah (Instrução, Ensino) do Senhor, e Nela medita de dia e de noite” (Sl. 1. 2).
13. 1 Conselhos Para Seguir O Exemplo Dos Mestres (Hb. 13. 7-17)
19
Livros que compõe a Torah: Bereshit (Gênesis), Shemot (Êxodo), Vayikra (Levítico), Bamidbar
(Números) e D’varim (Deuteronômio). Todos os demais livros e cartas com suas respectivas mensagens
que compõem a Bíblia, como é conhecida em nossos dias, são baseados na Palavra do Eterno, a Torah.
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seguida, recomenda que considerem o fim da vida (ou, objetivo de vida) de seus mestres,
para então praticar a fé ou confiança que eles tiveram na Palavra do Eterno.
Portanto, se houverem dúvidas na compreensão de alguns pontos das cartas de Sha’ul (Paulo), por
exemplo, deve-se verificar qual texto da Torah ele está tomando por base em suas recomendações. Desta
forma, muitos erros de interpretação podem ser evitados na compreensão dos textos bíblicos. Este é um
dos objetivos do uso da concordância bíblica ou “referências cruzadas” em algumas bíblias. Por isso, é
importante o leitor saber utilizar esta grande ferramenta em suas leituras.
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João 3. 4) que era apresentado através de uma doutrina que ele chama de estranha, pois
certamente não era baseada na Torah, que é a Palavra do Eterno.
13. 3 Os sacrifícios em Vaykra (Levítico) apontavam para Yeshua (Hb. 13. 10-12)
“(10) Possuímos um altar do qual não têm direito de
comer os que ministram no Tabernáculo.
(11) Pois, aqueles animais cujo sangue é trazido para
dentro do Santo dos Santos, pelo sumo sacerdote,
como oblação pelo pecado, têm o corpo queimado
fora do acampamento.
(12) Por isso, foi que também Jesus, para santificar o
povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta.”
(Hb. 13. 10-12)
A forma como o Eterno ordenou que se fizessem os sacrifícios de animais por ocasião dos
pecados do povo apontavam para o sacrifício de Yeshua. Por isso, Ele foi morto “fora da
porta”, isto é, fora da cidade de Yerushalaim (Jerusalém), no lugar que em hebraico se
chama Gólgota (Jo. 19. 17); sendo depois disso ressuscitado pelo Eterno (Gl. 1. 1).
nova Jerusalém,
“(2) Vi também a Cidade Santa, a
escia do Céu, da parte de Deus, ataviada
que d
como noiva adornada para seu esposo.
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(3) Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo:
Eis o Tabernáculo de Deus com os homens. Deus
habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e
Deus mesmo estará com eles.” ( Ap. 21. 2-3)
Aqui, o autor da carta aos hebreus está se referindo ao Reino do Eterno, chamado em
Apocalipse de Nova Jerusalém, que será implantado na Terra. Este é o significado do que
disse a voz que vinha do trono, “...Eis o Tabernáculo de Deus com os homens. Deus
habitará com eles...” (Ap. 21.3). É importante lembrar que o cumprimento desta visão se
refere a uma promessa do Eterno na Torah,
“(11) Porei o meu Tabernáculo no meio de vós, e a
minha alma não vos aborrecerá.
(12) Andarei entre vós e serei o vosso Deus, e vós
sereis o meu povo”
(Lv. 26. 11-12)
Esta mesma promessa está registrada no profeta Yechezkel ( Ezequiel),
“(24) O meu servo Davi reinará sobre eles; todos eles
terão um só pastor, andarão nos meus juízos,
guardarão os meus estatutos e os observarão.
(25) Habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na
qual vossos pais habitaram; habitarão nela, eles e
seus filhos e os filhos de seus filhos, para sempre; e
Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente.
(26) Farei com eles aliança de paz; será aliança
perpétua. Estabelecê-los-ei, e os multiplicarei, e
porei o meu santuário no meio deles, para sempre.
(27) O meu Tabernáculo estará com eles; Eu serei o
seu Deus, e eles serão o meu povo.
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(28) As nações saberão que Eu sou o Senhor que
santifico a Israel, quando o meu santuário estiver
para sempre no meio deles.”
(Ez. 37. 24-28)
Yoel (Joel),
“(20) Judá, porém será habitada para sempre, e
Jerusalém, de geração em geração.
(21) Eu expiarei o sangue dos que não foram
expiados, porque o Senhor habitará em Sião”
(Joel 3. 20-21)
Zechariah (Zacarias),
“Assim diz o Senhor: Voltarei para Sião e habitarei
no meio de Jerusalém; Jerusalém chamar-se-á a
cidade fiel ,e o monte do Senhor dos Exércitos,
Monte santo”
(Zc. 8. 3)
e no Salmo 132
“(13) Pois o Senhor escolheu a Sião, preferiu-a por
sua morada:
(14) Este é para sempre o lugar do meu repouso; aqui
habitarei, pois o preferi.”
(Sl. 132. 13-14)
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14. CONSELHOS À OBEDIÊNCIA (Hb. 13. 17)
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15. CONSELHOS FINAIS DA CARTA (Hb. 13. 18-25)
O autor estava convicto de que todas as instruções na carta estavam baseadas na Torah,
conforme o ensino do Eterno, da forma como Yeshua ensinou a obedecê-los. Por isso
escreveu,
“Orai por nós, pois estamos persuadidos de termos
boa consciência, desejando em todas as coisas
viver condignamente.”
(Hb. 13. 18)
Ao término da carta o autor faz referência a Timóteo e aos da Itália (Hb. 13. 23-24), motivo
pelo qual se supõe que Sha’ul (Saulo), também chamado Paulo (At. 13. 9), teria sido o autor
da carta.
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16. CONCLUSÃO
Ao longo do conteúdo da carta, e fazendo jus ao nome dela, percebe-se que tanto o autor
quanto os destinatários são hebreus, apesar de não ser destacado de quais das 12 tribos
de Israel os destinatários pertencem, ou se são uma junção de várias tribos. Portanto, o
teor das instruções na carta baseiam-se na Torah; a Palavra do Eterno.
Percebe-se também que houve a necessidade da abordagem de vários ensinamentos da
Torah, e a consequente citação dos Profetas e dos Salmos, pois o autor buscou também
mostrar a harmonia entre este Escritos. Essa é uma das tantas lições que aprendemos na
carta, que não devemos ler e entender um texto bíblico isoladamente dos demais, mas em
conexão com todos os textos bíblicos; e, para isso, o hábito da leitura bíblica é essencial.
Obviamente o leitor não é obrigado a concordar com todos os pontos deste comentário, e
nem estamos reivindicando a única forma correta de entender a carta. Porém, é com
humildade que compartilho o que o Eterno nos tem dado a compreender nesta maravilhosa
carta que traz a essência da Torah, cujos ensinos são uma preciosidade para a prática
diária tanto dos destinatários dela quanto para a geração atual.
“Que o Eterno te abençoe te guarde…”
(Lv. 6. 24)
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