Instituto de Emprego e formação Profissional, IP
Delegação Regional do Centro
Centro de Formação Profissional de Viseu
CLASSIFICAÇÃO DO
VA_45/2021 Percurso
de Património
SUJEITO TURÍSTICO
Leitura complementar UFCD 4123- Património e Turismo
Formadora: Susana Marques
Classificação do sujeito turístico
Os turistas podem ser classificados de acordo com os tipos psicográficos. Um dos
modelos mais importantes, que permite esta segmentação, é o Modelo Psicocêntrico-
Alocêntrico de Stanley Plog.
O termo psicocêntrico traduz a concentração do pensamento ou das preocupações nos
pequenos problemas da vida. O termo alocêntrico traduz o interesse de uma pessoa por
várias atividades.
De acordo com esta terminologia, Plog criou uma nova tipologia do carácter dos turistas
que identificam dois grupos opostos: os psicocêntricos e os alocêntricos:
Psicocêntricos: Agrupam os turistas que concentram o seu comportamento nas
suas preocupações pessoais e têm um interesse limitado pelo mundo exterior.
Em termos turísticos, preferem viajar para locais familiares, muito frequentados
e praticamente não realizam atividades que os desviem da rotina. São mais
passivos que ativos.
Alocêntricos: São os turistas que se interessam por um grande número de
atividades, desejam descobrir o mundo e manifestam uma curiosidade geral por
tudo o que os rodeia. Distinguem-se pelo desejo de aventura e pela curiosidade.
Entre estas duas categorias extremas, encontra-se a maioria dos turistas, que se reparte
por três categorias intermédias: os quase-psicocêntricos, os cêntricos e os quase-
alocêntricos.
Os cêntricos representam a maior percentagem dos viajantes e caracterizam-se pelo
reduzido desejo de aventura e pela procura dos destinos mais na moda.
Preferências dos turistas de cada tipologia
Psicocêntricos
Destinos que não perturbem o seu modo de vida;
Atividades recreativas pouco originais;
Turismo sedentário;
Destinos acessíveis por automóvel;
Instalações e equipamentos turísticos tradicionais;
Viagens organizadas, estruturadas e bem preparadas.
Quase-psicocêntricos
Satisfação do ego e procura de estatuto;
Procura de conforto social;
Visitas a locais muito frequentados ou mencionados pelos meios de comunicação
social.
Cêntricos
Descontração e prazer, diversão e entretenimento;
Clima, sol, termas;
Mudança durante algum tempo;
Oportunidade de fuga aos problemas diários;
Gastronomia, descanso, conforto, bebida;
Prazer de viajar e apreciação da beleza: parques naturais, lagos, montanhas;
Compras para recordações e ofertas;
Prazer sentido antes e depois da viagem: planeamento da viagem,
aprendizagem, sonho e, depois, o prazer de mostrar fotografias, recordações
e descrever a viagem.
Quase-alocêntricos
Participar em acontecimentos ou atividades desportivas;
Viagens desafiantes; explorações, alpinismo, passeios a pé, peregrinações;
Viagens de negócios, congressos, reuniões, convenções;
Visitas a teatros, espetáculos especiais;
Oportunidade de experimentar um estilo de vida diferente.
Alocêntricos
Regiões não desenvolvidas turisticamente;
Novas experiências e descobertas;
Destinos diferentes;
Viagens de organização flexível (oposto de pacotes turísticos);
Atrativos educacionais e culturais;
Procura do exótico;
Satisfação e sensação de poder e liberdade;
Os grupos alocêntrico e quase-alocêntrico são os primeiros segmentos de mercado a
serem atraídos para um destino turístico que pretende crescer e desenvolver-se.
Relativamente aos destinos que visam um desenvolvimento turístico limitado, por
possuírem condições naturais e culturais que exigem cuidados especiais de preservação,
o grupo alocêntrico deve constituir o principal segmento de mercado.
Por isso, quando se pretende manter um centro turístico com pouca frequência de
turistas, a publicidade deve dirigir-se aos alocêntricos ou quase-alocêntricos.
Os cêntricos, que integram cerca de 60% dos turistas, são o grupo mais importante para
fomentar o desenvolvimento e crescimento dos empreendimentos turísticos de grande
dimensão.
Os psicocêntricos despendem a quase totalidade do seu tempo e recursos nos
empreendimentos que utilizam e, em, geral, têm uma permanência mais reduzida e
gastam menos do que os outros segmentos.
Não são o segmento adequado quando se pretende desenvolver um destino turístico,
mas pode contribuir para aumentar a sua frequência.
Retirado do Manual UFCD 4312 – Turismo, evolução conceitos e classificação