WBA0517_v1_0
Termodinâmica
Tema 03 – Segunda Lei
da Termodinâmica
Bloco 1
Maikon Bressani
Introdução
• Primeira Lei da Termodinâmica: trata
da conservação da energia. Diz respeito à
quantidade de energia e às transformações
de energia de uma forma para outra.
Para sistemas fechados:
𝑄 − 𝑊 = 𝛥𝐸( + 𝛥𝐸* + 𝛥𝑈
Para sistemas abertos:
⎛1 ⎞ ⎛1 ⎞ dEvc &
Q + ∑ me ⎜ Vele + gze + he ⎟ = ∑ ms ⎜ Vels + gzs + hs ⎟ +
& & 2
& 2
+W
e ⎝2 ⎠ s ⎝2 ⎠ dt
Introdução
É intuitivo imaginar uma xícara de café quente
transferindo calor para o ar ambiente
• Se o café perde 1 J de calor, o ar ambiente
deverá receber exatamente 1 J de calor,
respeitando assim a Primeira Lei.
Introdução
E o processo contrário poderia ocorrer? Seria
possível que o ar ambiente transferisse
espontaneamente 1 J de calor para o café que
se encontra numa temperatura superior? Isso
violaria a Primeira Lei da Termodinâmica?
Introdução
É possível aquecer um ambiente ao passar
uma corrente elétrica por uma resistência. A
energia elétrica será transformada em calor.
O processo inverso é possível? Aquecer uma
resistência gerará corrente elétrica?
Segunda Lei da Termodinâmica
• Segunda Lei da Termodinâmica: trata
das direções nas quais uma
transformação pode ocorrer. Nos diz que
além de quantidade, energia possui
qualidade. É usada também na
determinação dos limites teóricos do
desempenho de máquinas térmicas.
Um processo não pode ocorrer a menos que
atenda a Primeira e a Segunda Lei da
Termodinâmica!
Segunda Lei da Termodinâmica
• Reservatório de energia térmica:
corpo hipotético que não sofre variação
de temperatura ao receber ou retirar
quantidades finitas de calor.
Ex.: oceanos, ar atmosférico.
• Fonte: reservatório que fornece energia
térmica.
• Sumidouro: reservatório que recebe
energia térmica.
Segunda Lei da Termodinâmica
• Máquinas térmicas: dispositivos
utilizados para converter calor em trabalho.
Segunda Lei da Termodinâmica
1. Recebem calor de um
fonte a alta
temperatura;
2. Convertem parte deste
calor em trabalho;
3. Rejeitam o restante
para um sumidouro à
baixa temperatura;
4. Operam em um ciclo. Fonte: Çengel (2007, p.227).
Segunda Lei da Termodinâmica
Exemplo de
máquina térmica:
usina a vapor.
Fonte: Çengel (2007, p.227).
Segunda Lei da Termodinâmica
• Eficiência térmica: o trabalho líquido
de uma máquina térmica é sempre
menor que a quantidade de calor
fornecida ao sistema, pois uma parte
deste calor sempre é rejeitada.
Trabalho líquido
Eficiência =
Calor total fornecido
Wliq Qs QF
ηt = ou ηt = 1 − ou ηt = 1 −
Qe Qe QQ
Segunda Lei da Termodinâmica
A eficiência térmica é sempre menor que 1.
Exemplos:
• Motores de automóvel a gasolina: cerca
de 25%;
• Motores a diesel e grandes turbinas a
gás: cerca de 40%;
Segunda Lei da Termodinâmica
• Usinas de potência à gás e vapor:
cerca de 60%.
É possível economizar Qs?
Enunciado de Kelvin-Planck
“É impossível para qualquer dispositivo
que opera em um ciclo receber calor de
um único reservatório e produzir uma
quantidade líquida de trabalho.”
Mesmo sem qualquer tipo de atrito, é
impossível uma máquina térmica ter uma
eficiência de 100%.
Refrigeradores e bombas de calor
Refrigeradores: dispositivos cíclicos
utilizados para transferir calor de um
meio a baixa temperatura para um meio
a alta temperatura.
Fluido de trabalho: refrigerante.
Ciclo mais comum: ciclo de
refrigeração por compressão de vapor.
Segunda Lei da Termodinâmica
• Coeficiente de performance de um
refrigerador (COPR): representa a
eficiência de um refrigerador.
Efeito desejado
COPR =
Entrada necessária
QF QF 1
COPR = ou COPR = ou COPR =
Wliq QQ − QF QQ QF − 1
Segunda Lei da Termodinâmica
O COP de um refrigerador pode ser maior
que 1!
Bombas de calor: dispositivos cíclicos
idênticos aos refrigeradores, porém com
objetivos distintos.
Segunda Lei da Termodinâmica
Refrigerador: manter o espaço
refrigerado a uma temperatura baixa,
removendo o calor deste espaço.
Bomba de calor: manter o espaço
aquecido a uma temperatura alta,
removendo calor de uma fonte a baixa
temperatura e fornecendo calor a um
meio a alta temperatura.
Segunda Lei da Termodinâmica
• Coeficiente de performance (COP)
de uma bomba de calor:
Saída desejada
COPBQ =
Entrada necessária
QQ QQ 1
COPBQ = ou COPBQ = ou COPBQ =
Wliq QQ − QF 1 − QF QQ
O COP de uma bomba de calor é
sempre maior que 1!
Ordem de grandeza do COP
• Ar condicionado: COP = 2,0 a 3,5.
• Bomba de calor de alta eficiência:
COP = 3,3.
• Refrigerador de alta eficiência: COP = 5,0.
• Refrigeradores salas de corte e
preparação: COP = 2,6 a 3,0.
Ordem de grandeza do COP
• Refrigeradores armazenamento de carne,
laticínios e produtos agrícolas:
COP = 2,3 a 2,6.
• Refrigeradores para alimentos
congelados: COP = 1,2 a 1,5.
• Refrigeradores para unidades de sorvete:
COP = 1,0 a 1,2.
Enunciado de Clausius
“É impossível construir um dispositivo
que funcione em um ciclo e não
produza outro efeito que não seja a
transferência de calor de um corpo com
temperatura mais baixa para um corpo
com temperatura mais alta.”
Um refrigerador não pode funcionar a menos
que seu compressor seja acionado por uma
fonte externa de energia.
Moto-Contínuo
• Dispositivos teóricos que violam a Primeira
ou a Segunda Lei da Termodinâmica.
• Imagine uma usina de energia que é
capaz de produzir eletricidade
indefinidamente, sem exigir nenhuma
entrada de energia do meio externo!
• Muitos moto-contínuos foram propostos
ao longo do tempo. Nenhum, é claro, que
realmente funcionasse.
Termodinâmica
Tema 03 – Segunda Lei
da Termodinâmica
Bloco 2
Maikon Bressani
Processos reversíveis e irreversíveis
• Processos reversíveis: são processos
idealizados, dito com ideais. Representam
o limite teórico que determinado
processo pode atingir.
• Processos irreversíveis: todos processos
reais são irreversíveis em alguma medida.
A irreversibilidade representa uma perda
de energia. Exemplo de irreversibilidade:
atrito, transferência de calor.
O Ciclo de Carnot
• Ciclo reversível mais conhecido.
• Ideal, porém irreal.
• Representa a máxima eficiência que um
ciclo pode obter.
• Serve de parâmetro para ciclos reais.
• Pode ser executado em sistemas
fechados ou abertos, com escoamentos
em regime permanente.
O Ciclo de Carnot
Composto por quatro processos reversíveis:
• Compressão adiabática;
• Expansão isotérmica;
• Expansão adiabática;
• Compressão isotérmica.
Os princípios de Carnot
1. A eficiência de uma máquina térmica
irreversível é sempre menor que a
eficiência de uma reversível operando
entre os mesmos dois reservatórios.
2. A eficiência de todas as máquinas
térmicas reversíveis operando entre os
mesmos dois reservatórios é a mesma.
Escala termodinâmica de temperatura
A eficiência térmica de máquinas térmicas
reversíveis é função apenas das
temperaturas dos reservatórios.
Escala Kelvin de temperatura:
• Escala absoluta;
• Independe das propriedades físicas de
qualquer substância;
• Varia de zero ao infinito.
A máquina térmica de Carnot
Eficiência térmica de qualquer máquina
termina, reversível ou irreversível:
QF
ηt = 1 −
QQ
A máquina térmica de Carnot
Eficiência térmica de uma máquina de Carnot
ou qualquer máquina térmica reversível:
TF Eficiência
ηt = 1 −
TQ de Carnot!
A qualidade da energia
Energia tem qualidade, além de
quantidade.
Quanto mais alta a temperatura,
maior a qualidade da energia!
Trabalho é a forma mais valiosa de
energia, pois 100% de trabalho pode
ser convertido em calor.
A bomba de calor e o
refrigerador de Carnot
O COP de qualquer refrigerador ou bomba de
calor, reversível ou irreversível é calculado por:
1 1
COPR = COPBQ =
QQ QF − 1 1 − QF QQ
O COP de qualquer refrigerador ou bomba de
calor reversível podem ser calculador por:
1 1
COPR = COPBQ =
TQ TF − 1 1 − TF TQ
A bomba de calor e o
refrigerador de Carnot
< ηt,rev máquina térmica irreversível
ηt = ηt,rev máquina térmica reversível
> ηt,rev máquina térmica impossível
< COPR,rev refrigerador irreversível
COPR = COPR,rev refrigerador reversível
> COPR,rev refrigerador impossível
Entropia (S)
Entropia é uma propriedade termodinâmica
que nos permite tanto quantificar o grau de
irreversibilidade em um processo
termodinâmico como calcular a quantidade
de calor trocado em certas transformações.
Fornece um caráter quantitativo à Segunda
Lei da Termodinâmica.
Entropia
• Mensura o grau de desordem de um
sistema.
• Unidade: J/K.
Há no universo uma tendência para a
desordem. A desordem é espontânea.
Entropia
Para um dado sistema:
• Se Q>0 (ganha calor), então ΔS>0;
• Se Q<0 (perde calor), então ΔS<0;
• Se Q=0 (adiabático), então ΔS=0.
Para sistemas onde a temperatura é constante:
Q
ΔS =
T
Entropia
• Utilizada para definir se um processo é
reversível ou irreversível.
Sger > 0 Processo irreversível;
Sger = 0 Processo reversível;
Sger < 0 Processo impossível.
Entropia
• A variação da entropia de substâncias
puras, entre diferentes estados
termodinâmicos, pode ser encontrada nas
tabelas termodinâmicas.
• Processos onde não há variação de
entropia são denominados isentrópicos.
Terceira Lei da Termodinâmica
• A variação da entropia de qualquer
transformação física ou química tende a
zero, quando a temperatura tende a
Zero. ΔS→0 para T →0
Energia Livre de Gibbs
• Utilizada para definir se uma reação
ocorrerá de forma espontânea ou não.
Variação de Variação de Espontaneidade
entalpia entropia da reação
ΔH < 0 ΔS > 0 Espontânea
ΔH > 0 ΔS > 0 Depende de T
ΔH < 0 ΔS < 0 Depende de T
Energia Livre de Gibbs
Se ΔG < 0 Reação espontânea;
Se ΔG > 0 Reação não espontânea;
Se ΔG = 0 Reação em equilíbrio.