3 - Interpretação de Desenhos Tecnicos
3 - Interpretação de Desenhos Tecnicos
Metalmecânica
Identificação do MDI:
Interpretação de Desenhos Técnicos
VISÃO
MISSÃO
VALORES
Transparência
Iniciativa
Satisfação ao Cliente
Ética
Alta Performance
Valorização das Pessoas
POLÍTICA DA QUALIDADE
CONSELHO REGIONAL
Jandir José Milan
Presidente em Exercício
3
© 2012 – SENAI/MT – Departamento Regional.
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema
sem o prévio consentimento do editor.
S477i
SENAI/MT
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Material Didático da Área Metalmecânica – Curso:
Fresador Mecânico. Departamento Regional. Cuiabá-MT 2012.
CDU 621.01(744)
SENAI - MT
4
APRESENTAÇÃO
Caro(a) Estudante,
É com prazer que apresentamos este material didático que foi desenvolvido para
facilitar seu aprendizado nos cursos de Educação Profissional do Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial – SENAI de Mato Grosso.
Esperamos que este material didático desperte sua criatividade, estimule seu gosto
pela pesquisa, aumente suas habilidades e fortaleça suas atitudes, requisitos
fundamentais para alcançar os resultados pretendidos no contexto profissional.
5
INFORMAÇÕES GERAIS
OBJETIVO:
Área Tecnológica:
Metalmecânica
- Eixo Tecnológico:
Controle e processos industriais
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ÍCONES DE APRENDIZAGEM
Durante a leitura deste material você encontrará alguns ícones de aprendizagem para
chamar sua atenção sobre um assunto destacado. Veja o significado dos ícones:
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SUMÁRIO
CAPÍTULO I ........................................................................................................................11
1. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO MECÂNICO .................. 11
1.1. Definição de desenho técnico ............................................................................11
1.2. O que é visão espacial ......................................................................................12
1.3. Tipos de desenho técnico ..................................................................................12
CAPÍTULO II .......................................................................................................................15
2. MATERIAL DE DESENHO TÉCNICO ........................................................... 15
2.1. O papel ..............................................................................................................15
APÍTULO II ..........................................................................................................................15
2.2. Dobragem ..........................................................................................................16
2.3. Legenda .............................................................................................................16
2.4. O lápis ...............................................................................................................17
2.5. A BORRACHA ...................................................................................................18
2.6. RÉGUA ..............................................................................................................18
CAPÍTULO III ......................................................................................................................19
3. CALIGRAFIA TÉCNICA E CORES ..................................................... 19
3.1. CORES ..............................................................................................................19
CAPÍTULO IV ......................................................................................................................20
4. COTAGEM ......................................................................................... 20
4.1. LINHAS DE COTAS (a) .....................................................................................20
4.2. LINHAS AUXILIAR (b) .......................................................................................20
4.3. COTAS (c) ...........................................................................................................20
4.4. COTAS QUE INDICAM TAMANHOS E COTAS QUE INIDICAM LOCALIZAÇAO
DOS ELEMENTOS.......................................................................................................22
4.5. COTAGEM DE PEÇAS SIMÉTRICAS ..................................................................23
4.6. COTAGEM DE ELEMENTOS ESFÉRICOS ..........................................................25
4.7. COTAGEM DE ELEMENTOS ANGULARES ........................................................25
4.8. USO DO GONIÔMETRO (TRANSFERIDOR) .......................................................26
4.9. COTAGEM DE ÂNGULOS EM PEÇAS CILÍNDRICAS .........................................26
4.10. COTAGEM DE CHANFROS ...............................................................................27
4.11. COTAGEM EM ESPAÇO REDUZIDO ...............................................................27
4.12. COTAGEM POR FACES DE REFERÊNCIA ......................................................28
4.13. COTAGEM POR COORDENADAS ..................................................................29
4.14. COTAGEM POR LINHAS BÁSICAS .................................................................29
4.15. COTAGEM DE FUROS ESPAÇADOS IGUALMENTE ......................................29
4.16. COTAGEM DE CORDAS, ARCOS E ÂNGULOS...............................................30
4.17. RAIO DEFINIDO POR OUTRAS COTAS ........................................................30
4.18. COTAS FORA DE ESCALA ............................................................................31
4.19. COTAGEM DE UMA ÁREA OU COMPRIMENTRO LIMITADO DE UMA
SUPERFÍCIE, PARA INDICAR UMA SITUAÇÃO ESPACIAL. .....................................31
4.20. COTAGEM DE PEÇAS COM FACES OU ELEMENTOS INCLINADOS ..........31
4.21. COTAGEM DE CONJUNTOS ...........................................................................32
CAPÍTULO V .......................................................................................................................33
8
5. ESCALAS ........................................................................................... 33
5.1. O QUE É ESCALA?...........................................................................................33
5.2. DESENHO TÉCNICO EM ESCALA ..................................................................34
5.3. ESCALA NATURAL ...........................................................................................35
5.4. ESCALA DE REDUÇÃO ....................................................................................35
5.5. ESCALA DE AMPLIAÇÃO .................................................................................35
5.6. ESCALAS RECOMENDADAS...........................................................................36
5.7. COTAGEM EM DIFERENTES ESCALAS .........................................................37
CAPÍTULO VI ......................................................................................................................38
6. NORMAS TÉCNICAS E A PADRONIZAÇÃO DOS DESENHOS TÉCNICOS 38
6.1. NORMAS DA ABNT ..........................................................................................38
6.2. APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO – NBR 10582 .....39
6.3. DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS – NBR 13142 ...............40
6.4. EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS TÉCNICOS
NBR 8402 .....................................................................................................................40
CAPÍTULO VII .....................................................................................................................41
7. SIMBOLOGIA DO DESENHO MECÂNICO ........................................ 41
7.1. SÍMBOLOS EM MATERIASI PERFILADOS ......................................................42
7.3. SÍMBOLOS COM INDICAÇÕES COMPLEMENTARES ...................................44
7.4. SÍMBOLOS PARA DIREÇÃO DAS ESTRIAS ...................................................45
CAPÍTULO VIII ....................................................................................................................46
8. CONSTRUÇÃO GEOMETRICA ......................................................... 46
8.1. LOCAIS GEOMÉTRICOS ..................................................................................46
8.2. A “BORBOLETA” ...............................................................................................47
8.3. MEDIATRIZ .......................................................................................................48
8.4. DIVISÃO DE UMA RETA ...................................................................................48
8.5. TRAÇAR UMA RETA PASSANDO POR UM PONTO PARALELO AOUTRA
RETA 49
8.6. CONSTRUIR UM TRIÂNGULO SABENDO-SE OS TRÊS LADOS ...................49
8.7. CONSTRUIR UM HEXÁGONO REGULAR .......................................................50
8.8. CONSTRUIR POLÍGONOS REGULARES COM OS ESQUADROS.................50
8.9. TANGENTES .....................................................................................................51
CAPÍTULO IX ......................................................................................................................52
9. SUPRESSÃO DE VISTA IGUAL E SEMELHANTE ............................ 52
9.1. SUPRESSÃO DE VISTA DIFERENTE ..............................................................54
9.2. DESENHO TÉCNICO COM VISTA ÚNICA .......................................................56
9.4. SÍMBOLO INDICATIVO DE SUPERFÍCIE PLANA ............................................59
9.5. SÍMBOLO INDICATIVO DE DIÂMETRO ...........................................................60
9.6. SUPRESSÃO DE VISTA COM FORMA COMPOSTA ......................................60
9.7. REPRESENTAÇÃO COM SUPRESSÃO DE VISTAS EM CORTE...................61
9.8. REPRESENTAÇÃO COM SUPRESSÃO DE VISTAS EM MEIO CORTE ........62
9.9. SUPRESSÃO DE VISTAS EM PEÇAS COM VISTAS PARCIAIS.....................62
CAPÍTULO X .......................................................................................................................64
10. DESENHO EM CORTE ...................................................................... 64
10.1. HACHURAS ......................................................................................................64
10.2. MAIS DE UM CORTE NO DESENHO TÉCNICO.............................................66
9
10.3. MEIO-CORTE....................................................................................................67
10.4. MEIO-CORTE EM VISTA ÚNICA ..................................................................68
10.5. REPRESENTAÇÃO SIMPLIFICADA DE VISTAS DE PEÇAS SIMÉTRICAS 68
10.6. MEIA-VISTA ...................................................................................................70
CAPÍTULO XI ......................................................................................................................71
11. PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ........................................................... 71
11.1. TRAÇADOS DA PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DO PRISMA ..........................72
CAPÍTULO XII .....................................................................................................................78
12. TOLERÂNCIA DIMENSIONAL GEOMÉTRICA .................................. 78
12.2. INDICAÇÕES DE TOLERÂNCIA ....................................................................79
12.3. TOLERÂNCIA ISO (International Organization for Standardization) ..................80
12.4. CAMPO DE TOLERÂNCIA ............................................................................80
FUROS .........................................................................................................................80
EIXOS ..........................................................................................................................80
12.5. QUALIDADE DE TRABALHO ........................................................................81
12.6. GRUPOS DE DIMENSÕES ...........................................................................81
CAPÍTULO XIII ....................................................................................................................82
13. CONJUNTOS MECÂNICOS............................................................... 82
13.1. REPRESENTAÇÕES DE DESENHO PARA EXECUÇÃO ...............................82
13.2. DESENHO DE CONJUNTO ............................................................................82
13.3. INTERPRETAÇÃO DA LEGENDA ....................................................................84
CAPÍTULO XIV ...................................................................................................................88
14. SÍMBOLOS, INSCRITOS E INTERPRETAÇÕES DE DESENHO ...... 88
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................90
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CAPÍTULO I
A arte de representar um objeto ou fazer sua leitura através de um desenho técnico é tão
importante quanto à execução de uma tarefa, pois é o desenho que fornece todas as
informações precisas e necessárias para a elaboração de uma peça.
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a
representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes
necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da
arquitetura.
11
A Figura 1 está exemplificando a representação de forma espacial por meio de figuras
planas, onde se pode concluir que:
Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar
o que não é visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura
plana é chamada visão espacial.
Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo,
de um determinado carro, da sua casa etc., ou seja, a visão espacial permite a percepção
(o entendimento) de formas espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos.
Apesar da visão espacial ser um dom que todos têm, algumas pessoas têm mais facilidade
para entender as formas espaciais a partir das figuras planas.
Pela perspectiva pode-se ter a idéia do comprimento da largura e da altura daquilo que é
representado.
• Desenho Mecânico
• Desenho de Máquinas
• Desenho de Estruturas
• Desenho Arquitetônico
• Desenho Elétrico/Eletrônico
• Desenho de Tubulações
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Figura 2: Representação de desenhos.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
14
CAPÍTULO II
2.1. O PAPEL
PÍT
Figura 3: Representação de um desenho técnico.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
2.2. DOBRAGEM
Efetua-se o dobramento a partir do lado d (direito) em dobras verticais de 185 mm. A parte
A é dobrada ao meio.
2.3. LEGENDA
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Todo desenho deve ser complementado por uma legenda que, de modo geral, dever estar
situada no canto inferior direito das folhas de desenho. Na legenda devem estar incluídas
todas as indicações do desenho tais como:
2.4. O LÁPIS
O lápis é um instrumento de desenho para traçar. Ele tem características especiais e não
pode ser confundido com o lápis usado para fazer anotações costumeiras.
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Figura 8: Exemplo de classificação dos lápis.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
2.5. A BORRACHA
É um instrumento de desenho que ser para apagar. A borracha deve ser macia, flexível e
ter as extremidades chanfradas para facilitar o trabalho de apagar.
A maneira correta de apagar é fixar o papel com uma mão e com a outra esfregar a
borracha nos dois sentidos sobre o que se quer apagar.
2.6. RÉGUA
A régua e o escalímetro são os instrumentos de desenho que serve para medir o modelo e
transportar as medidas obtidas no papel. Devem ser usado somente para medição e nunca
como apoio para traçar retas ou para cortar papel.
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CAPÍTULO III
Assim como o resto do desenho técnico, as letras e algarismos também seguem uma
forma definida por norma. Até pouco tempo atrás as letras eram desenhadas
individualmente com o auxílio de normógrafos e “aranhas”. Hoje, tem-se a facilidade de um
editor de texto para descrever o desenho.
Exemplo de algarismos:
3.1. CORES
Desenhos técnicos, em geral, são representados em cor preta. Com as atuais facilidades
de impressão, tornou-se mais fácil usar cores nos desenhos, mas não se deve exagerar.
Cada cor utilizada deve ser mencionada em legenda. Pode-se usar cores para indicar
peças diferentes, ou indicar o estado atual de uma peça (a retirar, a construir, a demolir,
etc).
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CAPÍTULO IV
4. COTAGEM
É a indicação das medidas da peça em seu desenho. Para a cotagem de um desenho são
necessários três elementos:
• Linhas de cotas
• Linha auxiliar
• Cotas
São linhas contínuas estreitas, com setas nas extremidades ou traços oblíquos; nessas
linhas são colocadas as cotas que indicam as medidas da peças.
As setas são desenhadas com linhas curtas formando ângulos de 15º. A seta pode ser
aberta ou fechada preenchida.
O traço oblíquo é desenhado com uma linha fina curta e inclinado a 45º.
20
São numerais que indicam as medidas básicas da peça e as medidas de seus elementos.
As medidas básicas são:
• Comprimento
• Largura
• Altura
Linhas auxiliares e cotas sempre que possível não deve se cruzar com outras linhas.
Alinha de cota não deve ser interrompida, mesmo que o elemento seja
Para fabricar peças é preciso interpretar além das cotas básicas como as cotas de
elementos.
22
Figura 20: Exemplo de peças com elementos.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
23
Figura 22: Cotagem de peças simétricas.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
Raio muito pequeno cota-se através da linha de chamada, raio muito grande não se indica
o centro do raio, e linha de cota é representada incompleta. Outro jeito de se cotar raios
grandes é se destacando o centro do raio com linha de simetria com linha de cota
aparecendo quebrada, pode-se também cotar desta maneira quando o centro for
deslocado.
Os objetos simétricos representados em meio corte ou meia vista, a linha de cota deve
cruzar e se estender ligeiramente além do eixo de simetria.
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Figura 24: Representação de objetos simétricos em meio corte.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
Quando a linha de cota está na posição inclinada, a cota acompanha inclinação para
facilitar a leitura.
Há casos que é possível dispensar a indicação de um ou duas cotas básicas, às vezes até
três. Isso geralmente ocorre em peças de partes arredondadas, onde se representam os
valores de centro a centro de detalhes, ou centro até faces de detalhes de peças.
São elementos em formas de esferas. A cotagem dos elementos esféricos é feita pela
medida de seus diâmetros ou de seus raios.
Existem peças que tem elementos angulares. Elementos angulares são formados por
ângulos
25
Figura 27: Elementos angulares.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
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4.10. COTAGEM DE CHANFROS
Existem duas maneiras pelas quais o chanfro aparece cotado: por meio de cotas lineares e
por meio de cotas lineares e angulares.
Para cotar em espaço reduzido é preciso colocar as cotas conforma os desenhos abaixo.
Quando não houver lugar para as setas, estas serão substituídas por pequenos traços
oblíquos.
27
Figura 34: Cotas em espaços reduzidos
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
Na cotagem por face de referência as medidas da peça são indicadas a partir das fases.
A cotagem por faces de referências ou por elementos de referências pode ser executada
como cotagem em paralelo ou cotagem aditiva.
A cotagem aditiva é uma representação da cotagem em paralelo e pode ser utilizada onde
há limitação de espaço, desde que não haja problema de interpretação.
A cotagem aditiva em duas direções pode ser utilizada quando for vantajoso.
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Figura 36: Cotagem aditiva em duas direções.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
A cotagem aditiva em duas direções pode ser simplificada por coordenadas. Fica mais
pratico indicar as cotas em uma tabela ao invés de indicá-la diretamente sobre a peça.
Na cotagem por linhas básicas as medidas da peça são indicadas a partir de linhas.
Existem peças com furos que têm a mesma distância entre seus centros, isto é, furos
espaçados igualmente. A cotagem da distância entre centros de furos pode ser feita por
cotas lineares e por cotas angulares.
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Figura 39: Cotagem linear e angular.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
As cotas de cordas, arcos e ângulos devem ser indicadas como no desenho abaixo.
O raio deve ser indicado com o símbolo R sem cota quando o seu tamanho for definido por
outras cotas.
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Figura 42: Representação de raio.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
As cotas fora de escala nas linhas de cota sem interrupção devem ser sublinhadas com
linhas retas com a mesma largura das linhas do algarismo.
A área ou comprimento e sua localização são indicados por meio de linha traço e ponto,
desenhada adjacente a face correspondente.
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Figura 45: Cotagem de peças com faces.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
Nos desenhos técnicos de peças com faces ou elementos inclinados, relação de inclinação
deve ser indicada.
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CAPÍTULO V
5. ESCALAS
Antes de representar objetos, modelos, peças deve-se estudar o seu tamanho real.
Tamanho real é a grandeza que as coisas têm na realidade.
Mas, existem objetos, peças, animais, etc, que não podem ser representados no seu
tamanho normal e para resolver tais problemas é necessário reduzir ou ampliar as
representações desses objetos.
É uma forma de representação que mantém as proporções das medidas lineares do tipo
representado. Em desenho técnico, a escala indica a relação do tamanho do desenho da
peça com o tamanho real da peça. A escala permite representar, no papel, peças de
qualquer tamanho real.
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Figura 49: Esquema redução e de aumento de objetos mantendo as medidas lineares.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
A figura A é um quadrado, pois tem quatro lados iguais e quatro ângulos retos. Cada lado
da figura A mede 2u (duas unidades de medida).
As figuras B e C são figuras semelhantes a figura A: também possuem quatro lados iguais
e quatro ângulos iguais. Mas, a medida dos lados do quadrado B foram reduzidas
proporcionalmente em relação às medidas dos lados do quadrado A. Cada lado de B é
menor que cada lado de A.
O desenho técnico que serve de base para a execução da peça é, em geral um desenho
técnico rigoroso. Esse desenho, também chamado de desenho técnico definitivo, é feito
com os seguintes instrumentos; esquadro, compasso, régua ou até mesmo por
computador.
Mas antes do desenho técnico rigoroso, é feito um esboço cotado, quase sempre a mão
livre. O esboço cotado serve de base para o desenho rigoroso. Ele contém todas as cotas
da peça bem definida e legível, mantendo a forma da peça e as proporções aproximadas
das medidas.
É aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. Veja na
figura 50 um desenho técnico em escala natural.
A indicação da escala do desenho é feita pela abreviatura ESC seguidas de dois numerais
separados por dois pontos. O numeral a esquerda dos dois pontos representa as medidas
do desenho técnico. Já o numeral a direito dos dois pontos representa as medidas reais da
peça.
É aquela em que o tamanho do desenho técnico é menor que o tamanho real da peça.
Veja o exemplo de desenho técnico em escala de redução
É aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior que o tamanho real da peça. Veja
o desenho técnico de uma agulha de injeção em escala de ampliação.
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Figura 53: Exemplo de escala de ampliação.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
Até aqui você já aprendeu a ler e interpretar desenhos técnicos em escala natural, de
redução e de ampliação. Recorde essas escalas.
Nas escalas de redução e de ampliação os lugares ocupados pelo numeral 2 podem ser
ocupados por outros numerais. Mas, a escolha da escala a ser empregada no desenho
técnico não é arbitrária.
As escalas recomendadas pela ABNT, através da norma técnica NBR 8196 são:
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selecionada deve ser suficientemente grande para permitir uma interpretação fácil e clara
da representação apresentada.
37
CAPÍTULO VI
Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar
seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de
normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente.
Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos os
países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma
internacional.
As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT,
registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial) como normas brasileiras-NBR e estão em consonância com as normas
internacionais aprovadas pela ISO.
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que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de
representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO
TÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 6402 – EXECUÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS DE
MÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS (Antiga NB 13), bem como em normas
específicas que tratam os assuntos separadamente, conforme os exemplos seguintes:
As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal,
conforme mostra a figura 54.
Os tamanhos das folhas seguem os formatos da série “A”, e o desenho deve ser
executado no menor formato possível, desde que não comprometa a sua interpretação.
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6.3. DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS – NBR 13142
Existem normas que regulam a elaboração dos desenhos e têm a finalidade de atender a
uma determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-se citar: a NBR 6409,
que normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR 7191, que normaliza a
execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR 11534, que
normaliza a representação de engrenagens em desenho técnico.
Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas vinculadas à
execução de algum tipo ou alguma especificidade de desenho técnico.
SITE:
www.abnt.org.br
40
CAPÍTULO VII
Estas duas linhas finas cruzadas indicam que se trata de superfície plana.
Quando, na vista cotada, for evidente que se trata de diâmetro ou quadrado, os respectivos
símbolos podem ser dispensados.
Exemplos:
v
Figura 60: Os símbolos são dispensados em quadrados.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.
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7.1. SÍMBOLOS EM MATERIASI PERFILADOS
Se, na mesma peça, houver superfícies com graus de acabamento diferentes dos da
maioria, os sinais correspondentes serão colocados nas respectivas superfícies e também
indicados entre parênteses, ao lado do sinal em destaque.
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FIQUE POR DENTRO
O desenho técnico, além de mostrar as formas e as dimensões das peças, precisa conter
outras informações para representá-las fielmente. Uma dessas informações é a indicação
dos estados das superfícies das peças.
Superfície em bruto é aquela que não é usinada, mas limpa com a eliminação de
rebarbas e saliências.
Superfície alisada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são pouco
visíveis, sendo a rugosidade pouco percebida.
Os graus de acabamento são obtidos por diversos processos de trabalho e dependem das
modalidades de operações e das características dos materiais adotados
7.2. RUGOSIDADE
Rugosidade são erros microgeométricos existentes nas superfícies das peças.
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A norma ABNT NBR 8404 normaliza a indicação do estado de superfície em desenho
técnico por meio de símbolos.
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Tabela 6: Símbolos complementares
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CAPÍTULO VIII
Neste capítulo será visto as relações geométricas existentes e como elas podem ajudar na
construção do desenho, através basicamente do uso de compasso e esquadros.
8. CONSTRUÇÃO GEOMETRICA
Retas paralelas são outro exemplo de local geométrico: são dois conjuntos de pontos que
nunca se cruzam, e que estão à uma distância fixa.
Têm-se dois pontos no espaço, denominados “A” e “B”, conforme mostra a figura
61, e deseja-se encontrar um terceiro ponto “C” que esteja à mesma distância “x” de
ambos os pontos.
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Veja a figura abaixo.
A interseção das duas circunferências é a nossa solução. Vemos inclusive que existem
dois pontos válidos, marcados como “C1” e “C2”, o que é perfeitamente plausível. Caso o
problema tivesse maiores restrições (por exemplo, escolher o ponto mais alto) somente um
dos pontos seria a solução correta.
Se escolhermos outras distâncias “x” veremos outras soluções. Veremos inclusive que
pode haver distâncias cujas respostas são somente um ponto, ou distâncias em que as
circunferências não se cruzam, não havendo solução.
Os conjuntos de soluções, conforme nós variamos a distância “x”, pode ser definida por
uma reta. Esta reta é outro local geométrico, neste caso definindo um conjunto de pontos
que são eqüidistantes de “A” e “B”, contendo inclusive “C1” e “C2”.
8.2. A “BORBOLETA”
Com a prática verá que não é necessário traçar circunferências inteiras para encontrar os
pontos. Usa-se somente um traço onde provavelmente estará o ponto.
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O cruzamento destes traços do compasso é chamado informalmente de “borboleta”.
8.3. MEDIATRIZ
A reta (c) encontrada nas figuras anteriores também é chamada de mediatriz. Ela define
um ponto médio entre os dois pontos. Caso os pontos definem uma reta, a mediatriz
cortará esta reta em seu ponto médio, dividindo-a ao meio.
Aqui utiliza-se uma escala conhecida (por exemplo, a régua ou escalímetro) para dividir
uma reta em várias partes iguais.
• Trace uma segunda reta (BC), com qualquer comprimento, mas com um vértice em
comum com a reta a ser dividida (AB).
• Divida a reta BC com sua régua. No exemplo, vamos dividir em 5 partes, faremos
uma reta de 5 cm, marcando cada centímetro.
• Ligue os extremos A e C.
• Com os esquadros, faça retas paralelas à AC, transferindo os pontos da reta BC
para a reta AB.
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Figura 69: Esquema de divisão de uma reta.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.
Este traço é feito facilmente com os esquadros. Caso não tenha disponíveis os esquadros,
há um método alternativo:
• Seja uma reta AB e queremos traçar uma paralela que passe pelo ponto P.
• Com o compasso centrado em P, traça-se um arco de tamanho qualquer que
intercepte a reta, achando-se C.
• Sem alterar o tamanho no compasso, centre no ponto C e trace um arco, que
passará pelo ponto P e interceptará a reta novamente, achando-se D.
• Com o compasso, ache a distância entre P e D e, centrando o compasso em C,
trace um terceiro arco, interceptando o primeiro arco em E.
• A reta paralela está definida pelos pontos E e P.
Este problema é similar ao ponto equidistante a dois pontos, com a diferença que as
distâncias não são iguais.
49
• Pegue a medida do terceiro lado e trace uma circunferência com centro no segundo
ponto.
• A interseção define o terceiro ponto, podendo haver duas soluções.
O hexágono possui a propriedade de ter seus lados com o mesmo tamanho do círculo que
o inscreve.
• Trace uma circunferência cujo raio é o tamanho de um dos lados do hexágono. Esta
é a circunferência no qual o hexágono estará inscrito.
• Define a posição de um dos vértices do hexágono.
• Com o compasso aberto no mesmo tamanho do raio, trace os vértices vizinhos, em
cima da circunferência, desta forma dividindo-a em seis lados iguais.
• Ligue os vértices, encontrando o hexágono.
50
8.9. TANGENTES
Uma reta tangente a uma curva é perpendicular ao raio da curva no respectivo ponto.
Logo, para traçar corretamente uma tangente, é necessário obter o ponto de tangência.
Caso o ponto P esteja sobre a circunferência, trace uma reta do centro (O) até o ponto P.
Com o auxílio dos esquadros, trace uma reta perpendicular a OP, que será a tangente.
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CAPÍTULO IX
Neste capítulo você vai aprender a ler e interpretar desenhos técnicos representados em
duas vistas ou em vista única. Também ficará conhecendo certos símbolos que ajudam a
simplificar a cotagem de peças, tornando possível a supressão de vista.
Duas vistas são iguais quando tem as mesmas formas e mesmas medidas. E quando tem
apenas as formas iguais e medidas diferentes, são chamadas de semelhantes.
Você vai iniciar o estudo de supressão de vista analisando um caso bem simples. Observe
o prisma de a base quadrada apresentada a seguir.
No desenho técnico a direita estão apresentados as três vistas que você já conhece: vista
frontal, vista superior e vista lateral esquerda. Estas três vistas cotadas dão a idéia original
da peça.
Como a vista frontal e a vista lateral esquerda são iguais, é possível suprir uma delas.
A vista frontal é sempre a vista principal da peça. Então, neste caso, a vista escolhida para
a supressão é a vista lateral esquerda.
Veja como fica o desenho técnico do prisma com supressão da lateral esquerda. As cotas
deste prisma são:
• Altura 60 mm
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• Largura 40 mm
• Comprimento 40 mm
Veja outro exemplo. O desenho técnico a seguir representa um prisma retangular com um
furo quadrado passante em três vista.
Note que a vista lateral esquerda é semelhante à vista frontal. Neste caso, a vista lateral
esquerda pode ser suprimida.
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Nos dois exemplos analisados, a vista suprimida foi a lateral esquerda. Mas, dependendo
da característica da peça, a vista superior também pode ser suprimida. O desenho técnico
abaixo apresenta um pino de seção retangular em três vista.
Note que a vista superior e a vista lateral esquerda são semelhantes. Neste caso, tanto faz
representar o desenho com supressão de vista superior como da vista lateral esquerda.
Compare as das alternativas.
Em qualquer dos casos, é possível interpretar o desenho, pois ambos contêm todas as
informações necessárias.
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Figura 76: Esquema de um prisma.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
As três vistas são diferentes. Mesmo assim é possível imaginar a supressão de uma delas,
sem qualquer prejuízo para a interpretação do desenho.
Como você já sabe a vista frontal é avista principal. Por isso deve ser sempre mantida no
desenho técnico. Temos então que escolher entre a supressão da vista superior e a vista
lateral esquerda.
Você vai comparar os dois casos, para concluir qual das duas supressões é mais
aconselhável. Veja primeiro o desenho com supressão da vista superior na figura 77
abaixo.
Note que, apesar de o furo estar representado nas duas vistas, existe poucas informações
sobre ele: analisando apenas essas duas vistas não dá pra saber a forma do furo.
A vista lateral esquerda foi suprimida. Note que agora já é possível identificar a forma
circular do furo na vista superior.
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9.2. DESENHO TÉCNICO COM VISTA ÚNICA
Agora você vai aprender a ler e a interpretar desenhos técnicos de peças representados
em vista única. Acompanhe as explicações observando, a seguir, a representação da
perspectiva e as três ortogonais.
As três vista: frontal, superior e lateral esquerda transmite a idéia como o modelo é na
realidade. Veja agora o mesmo modelo representado em duas vista.
Observe que as cotas que antes apareciam associadas à vista lateral esquerda foram
transferidas para as duas outras vista. Assim, nenhuma informação importante sobre a
forma e sobre o tamanho da peça ficou perdida.
Mas este mesmo modelo pode ser representado em apenas uma vista, sem qualquer
prejuízo para interpretação. Veja.
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Figura 81: Desenho técnico vista única.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
Todas as cotas da peça foram indicadas na vista frontal. A largura da peça foi indicada
pela palavra espessura abreviada (ESP), seguida do valor numérico correspondente, como
você pode observar dentro da vista frontal.
As cotas básicas são: = 60, altura = 35 e largura = 15 (que corresponde a cota indicada por
ESC 15). Uma vez que o modelo é simétrico no sentido longitudinal, você já sabe que os
elementos são centralizados. Assim, para definir os elementos, bastam as cotas de
tamanho. O tamanho do rasgo passante fica determinado pelas cotas 10 e 15. Como o
rasgo é passante, sua profundidade coincide com a largura da peça, ou seja, 15 mm. E as
cotas 16, 48, 8 e 15 definem o perfil da geometria.
Analise outro desenho técnico em vista única. (Ver figura 82).
Como não é possível concluir, pela análise da vista frontal, se os furos são passantes ou
não, a informação “Furos Passantes” deve vir escrita, em lugar que não atrapalhe a
interpretação do desenho.
Você notou que a indicação da espessura da peça foi representada fora da vista frontal.
Isso porque a indicação da espessura da peça dentro da vista prejudicaria a interpretação
do desenho. Com essas informações é possível interpretar corretamente o desenho
técnico da peça.
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9.3. SÍMBOLO INDICATIVO DE QUADRADO
O prisma de base quadrangular pode ser representado também com vista única. Para
interpretar o desenho técnico do prisma quadrangular com vista única, você precisa
conhecer o símbolo indicativo de quadrado e o símbolo indicativo de superfície plana.
Usamos o seguinte símbolo para identificar a forma quadrada. Este símbolo pode ser
omitido quando a identificação da forma quadrada for clara. É o que acontece na
representação da vista superior do prisma quadrangular.
A vista representada é frontal. Note que a vista superior foi suprimida nesta representação.
O símbolo ao lado esquerdo da cota 40 representa a forma da vista superior. A cota 40
refere-se a duas dimensões do prisma: a do comprimento e a da largura.
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Figura 85: Prisma quadrangular em vista única.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
Você reparou nas duas linhas diagonais estreitas cruzadas, representada na vista frontal?
Essas linhas são indicativas de que a superfície representada é plana.
A seguir você vai ficar conhecendo maiores detalhes sobre a utilização dessas linhas.
A vista frontal do prisma e a vista frontal do cilindro podem ser facilmente confundidas.
Para evitar enganos, a vista frontal do modelo prismático, que apresenta uma superfície
plana deve vir identificada pelas linhas cruzadas estreitas.
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Dizemos que a superfície é plana derivada de superfície cilíndrica quando, no processo de
execução da peça, partimos de uma matéria-prima de formato cilíndrico para obter as
faces planas, como mostra a ilustração abaixo.
Vamos chamar de peças com forma composta aquelas peças que apresentam
combinações de varias formas, como por exemplo, prismática, cilíndrica, cônica, piramidal,
entre outras. As peças com forma composta também podem ser representadas com
supressão de um ou de duas vista. Veja a seguir a perspectiva de uma peça com forma
composta, ou seja, com forma prismática e cilíndrica e, ao seu lado, seu desenho técnico
em duas vistas.
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Figura 90: Representação de supressão de vista composta.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
No desenho técnico desta peça, com vista única, todas essas informações aparecem
concentradas na vista frontal. O corte parcial ajuda a visualizar a forma e o tamanho do
furo não passante superior.
Agora você vai estudas a representação com supressão de vistas em desenhos técnicos
em cortes. Veja, a seguir, a perspectiva em corte total de uma peça cilíndrica com espiga
e furo passante redondo e, ao lado, duas vista ortogonais.
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Figura 93: Representação com supressão de vista em corte.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
Essa peça em corte também pode ser representada com vista única. Veja.
Não há necessidade de representar a vista superior, pois ela é semelhante à vista frontal.
A vista frontal, representada em meio corte, mostra a aparência extrema e os elementos
internos da peça. A vista lateral esquerda mostra a forma circulara da peça e das espigas.
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Figura 96: Representação de supressão de vista em peças parciais.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
Essa peça pode ser representada de várias maneiras, no desenho técnico. A forma de
cotagem varia em cada caso. Analise cada uma das possibilidades a seguir.
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CAPÍTULO X
Corte significa divisão, separação. Em desenho técnico, o corte de uma peça é sempre
imaginário. Ele permite ver as partes internas das peças.
10.1. HACHURAS
Na projeção em corte, a superfície imaginária cortada é preenchida com hachuras.
Hachuras são linhas estreitas que, além de representarem a superfície imaginada cortada,
mostram também o tipo de materiais.
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Para desenhar uma projeção em corte, é necessário indicar antes onde a peça será
imaginada cortada. Essa indicação é feita por meio de setas e letras que mostram a
posição do observador.
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Corte na vista lateral esquerda
Observações:
Até aqui foi vista a representação de um só corte na mesma peça. Mas, às vezes, um só
corte não mostra todos os elementos internos da peça. Nesses casos é necessário
representar mais de um corte na mesma peça.
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Exemplo de desenho em corte cotado.
10.3. MEIO-CORTE
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10.4. MEIO-CORTE EM VISTA ÚNICA
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Figura 108: Representação simplificada de vistas de peças simétricas.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
Outro processo consiste em traçar as linhas da peça um pouco além da linha de simetria.
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10.6. MEIA-VISTA
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CAPÍTULO XI
Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas com a mesma origem.
71
A medida em graus é indicada por um numeral seguido por um símbolo de grau. Veja
alguns exemplos.
72
O prisma é usado como base para o traçado da perspectiva isométrica de qualquer
modelo. No inicio, até se adquirir firmeza, o traçado deve ser feito sobre um papel
reticulado. Veja abaixo uma amostra de reticulado.
Após isso, traça-se a face de frente do prisma, tornando-se como referência as medidas do
comprimento e da altura, marcadas nos eixos isométricos.
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Figura 125: Traçados de perspectiva com detalhes oblíquos.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
As linhas que não são paralelas aos eixos isométricos são chamadas de linhas não
isométricas.
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Figura 128: Traçados de perspectiva isométrica de círculo.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
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Figura 131: Representação da perspectiva isométrica do cone.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
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CAPÍTULO XII
Medida com tolerância: é a medida com afastamento para mais ou para menos da medida
nominal.
Ex. 30,024
Dimensão máxima: é a medida máxima permitida.
78
30,2
As tolerâncias podem ser representadas por afastamentos ou pela norma ISO adotadas
pela ABNT.
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Figura 136: Exemplo de afastamento segundo a norma da ABNT.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES
O sistema de tolerância ISO adotado pela ABNT, conhecido como sistema internacional de
tolerância, consiste numa série de princípios, regras e tabelas que permitem a escolha
racional de tolerâncias na produção de peças. A unidade de medida para tolerância ISO é
o micrômetro (µm = 0,001mm).
A tolerância ISO é representada normalmente por uma letra e um numeral colocados à
direita da cota. A letra indica a posição do campo de tolerância e o numeral, a qualidade
de trabalho.
FUROS
EIXOS
80
12.5. QUALIDADE DE TRABALHO
A qualidade de trabalho (grau de tolerância e acabamento das peças) varia de acordo com
a função que as peças desempenham nos conjuntos.
O sistema ISO estabelece dezoito qualidades de trabalho, que podem ser adaptadas a
qualquer tipo de produção mecânica
O sistema de tolerância ISO foi criado para produção de peças intercambiáveis com
dimensões compreendidas entre 1 e 500mm. Para simplificar o sistema e facilitar sua
utilização, esses valores foram reunidos em treze grupos de dimensões em milímetros.
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CAPÍTULO XIII
O desenho para execução é o desenho definitivo, que faz parte da solução final do projeto.
A descrição técnica para a produção de uma máquina ou estrutura é dada por um conjunto
de desenhos, no qual estão especificadas claramente todas as informações necessárias à
execução dessa máquina ou estrutura.
Neste momento, o primeiro conjunto que vamos estudar, para interpretar desenhos para
execução de conjunto mecânico, é o grampo fixo.
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Figura 138: Exemplo de grampo fixo.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP
As peças a serem fixadas ficam no espaço “a” (ver na figura). Esse espaço pode ser
reduzido ou ampliado, de acordo com o movimento rotativo do manípulo (peça nº 4) que
aciona o parafuso (peça nº 3) e o encosto móvel (peça nº 2).
Quando o espaço “a” é reduzido, ele fixa a peça e quando aumenta, solta a peça.
O algarismo do número deve ser escrito em tamanho facilmente visível. Observe esse
sistema de numeração na representação ortográfica do grampo fixo.
83
Figura 140: Exemplo de desenho.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP
Por meio dessa perspectiva você tem a idéia de como o conjunto será montado. Outra
maneira de representar o conjunto é através do desenho de perspectiva não montada. As
peças são desenhadas separadas, mas permanece clara a relação que elas mantêm entre
si. Esse tipo de representação é também chamado perspectiva explodida.
Veja, a seguir, o conjunto do grampo fixo desenhado numa folha de papel normalizada.
Observe a figura 141, na página seguinte, como dever ser uma legenda.
84
Figura 141: Exemplo de legenda.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP
É fácil interpretar a legenda do desenho de conjunto. Basta ler as informações que o rótulo
e a lista de peças contêm. Para facilitar a leitura do rótulo e da lista de peças, vamos
analisá-los separadamente. Vamos começar pelo rótulo.
85
• Unidade de medida: milímetro.
Outras informações que podem ser encontradas no rótulo do desenho de montagem são:
Todas as peças são fabricadas com aço ABNT 1010-1020. Esse tipo de aço é padronizado
pela ABNT. Os dois primeiros algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam o material a
ser usado, que nesse caso é o aço-carbono.
Os dois últimos algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam a porcentagem de carbono
existente no aço. Nesse exemplo, a porcentagem de carbono pode variar entre 0,10 e
0,20%.
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Todas as peças do grampo fixo são fabricadas com o mesmo tipo de aço. Mas, as seções
e as medidas do material de fabricação são variáveis.
O encosto móvel é fabricado com aço 1010-1020 e bitola 16. A espessura da chapa #16
corresponde a 1,52 mm.
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CAPÍTULO XIV
As tolerâncias estão relacionadas à dimensão total dos elementos, a não ser no caso de
exceções, indicadas no desenho (por exemplo: 0,02/100 significa que a tolerância de
0,02mm é aplicada numa extensão de 100 mm de comprimento, medida em posição
conveniente no elemento controlado). Se a indicação ou o triângulo de referência devem
ser colocados sobre a linha de cota.
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Caso a identificação esteja relacionada como uma superfície ou linha de contorno, a seta
de identificação ou o triângulo de referência não devem ser colocados sobre a linha de
cota.
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REFERÊNCIAS
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Material de Desenho. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS
Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 02/03/2012.
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