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3 - Interpretação de Desenhos Tecnicos

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Valvite Junior
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© © All Rights Reserved
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ÁREA TECNOLÓGICA:

Metalmecânica

Identificação do MDI:
Interpretação de Desenhos Técnicos
VISÃO

“Consolidar-se como o líder estadual em educação profissional e tecnológica e ser


reconhecido como indutor da inovação e da transferência de tecnologias para a
indústria brasileira, atuando com padrão internacional de excelência”.

MISSÃO

Promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de


tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria
brasileira.

VALORES

 Transparência
 Iniciativa
 Satisfação ao Cliente
 Ética
 Alta Performance
 Valorização das Pessoas

POLÍTICA DA QUALIDADE

 Satisfazer as necessidades dos clientes com produtos competitivos reconhecidos


pelo mercado.
 Intensificar ações de aperfeiçoamento e valorização de competências dos
empregados.
 Assegurar o aprimoramento contínuo dos processos e serviços com padrões de
qualidade, para o alcance de resultados.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


2
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO DE MATO GROSSO – FIEMT
Jandir José Milan
Presidente em Exercício

CONSELHO REGIONAL
Jandir José Milan
Presidente em Exercício

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

Gilberto Gomes de Figueiredo


Diretor Regional do Departamento Regional de Mato Grosso

Lélia Rocha Abadio Brun


Gerente de Educação e Tecnologia – GETEC

Silvânia Maria de Holanda


Coordenadora da Unidade de Desenvolvimento em Educação Inicial e
Continuada - UEDE

Eveline Pasqualin Souza


Coordenadora da Unidade de Desenvolvimento em Educação Técnica e
Tecnológica - UNETEC

3
© 2012 – SENAI/MT – Departamento Regional.
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema
sem o prévio consentimento do editor.

EQUIPE TÉCNICA DE ORGANIZAÇÃO


Elizângela Farias de Oliveira
Luiza Maria Aparecida de Queiroz

S477i

SENAI/MT
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Material Didático da Área Metalmecânica – Curso:
Fresador Mecânico. Departamento Regional. Cuiabá-MT 2012.

1. Leitura e Interpretação de Desenhos Técnicos Mecânicos. 2. Material de Desenho


Técnico. 3. Caligrafia e Cores. 4. Cotagem. 5. Escalas. 6. Normas Técnicas e
Padronização dos Desenhos. 7. Simbologia dos Desenhos. 8. Construção Geométrica. 9.
Supressão de Vista. 10. Desenho em Corte. 11. Perspectiva Isométrica. 12. Tolerância
Dimensional e Geométrica. 13. Conjunto Mecânico.
SENAI - MT 14. Símbolos Inscritos e Interpretação
de desenhos.

CDU 621.01(744)

SENAI - MT

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Av. Historiador Rubens de Mendonça, 4.301
Bairro Bosque da Saúde - CEP 78055-500 – Cuiabá/MT
Tel.: (65) 3611-1500 - Fax: (65) 3611-1557
www.senaimt.com.br

4
APRESENTAÇÃO

Caro(a) Estudante,

É com prazer que apresentamos este material didático que foi desenvolvido para
facilitar seu aprendizado nos cursos de Educação Profissional do Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial – SENAI de Mato Grosso.

Este material tem o objetivo de atender as necessidades de aprendizagem


específica da área de atuação, proporcionando conhecimentos e desenvolvimentos
de habilidades em tecnologia mecânica, leitura e interpretação de desenhos,
metrologia e tornearia.

Os conteúdos formativos deste material foram concebidos para atender as Áreas


Tecnológicas de atuação do SENAI, alinhados aos Perfis Profissionais Nacionais
elaborados por Comitês Técnico Setoriais do SENAI Departamento Nacional e com
a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO.

Esperamos que este material didático desperte sua criatividade, estimule seu gosto
pela pesquisa, aumente suas habilidades e fortaleça suas atitudes, requisitos
fundamentais para alcançar os resultados pretendidos no contexto profissional.

5
INFORMAÇÕES GERAIS

OBJETIVO:

Visa proporcionar o desenvolvimento de capacidades referente à interpretação de


desenhos, bem como, capacidades sociais, organizativas e metodológicas, de acordo com
a atuação do profissional no mundo do trabalho.

Área Tecnológica:
Metalmecânica

- Eixo Tecnológico:
Controle e processos industriais

6
ÍCONES DE APRENDIZAGEM

Durante a leitura deste material você encontrará alguns ícones de aprendizagem para
chamar sua atenção sobre um assunto destacado. Veja o significado dos ícones:

Proposição de trabalhos de pesquisa ou leitura de


outros referenciais sobre o tema.

Traz dicas importantes sobre um assunto.

Indicação de site para pesquisa e maior


aprofundamento sobre o tema.

Questionário proposto pelo professor sobre um


assunto ou tema importante de ser trabalhado pelo
estudante

7
SUMÁRIO

CAPÍTULO I ........................................................................................................................11
1. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO MECÂNICO .................. 11
1.1. Definição de desenho técnico ............................................................................11
1.2. O que é visão espacial ......................................................................................12
1.3. Tipos de desenho técnico ..................................................................................12
CAPÍTULO II .......................................................................................................................15
2. MATERIAL DE DESENHO TÉCNICO ........................................................... 15
2.1. O papel ..............................................................................................................15
APÍTULO II ..........................................................................................................................15
2.2. Dobragem ..........................................................................................................16
2.3. Legenda .............................................................................................................16
2.4. O lápis ...............................................................................................................17
2.5. A BORRACHA ...................................................................................................18
2.6. RÉGUA ..............................................................................................................18
CAPÍTULO III ......................................................................................................................19
3. CALIGRAFIA TÉCNICA E CORES ..................................................... 19
3.1. CORES ..............................................................................................................19
CAPÍTULO IV ......................................................................................................................20
4. COTAGEM ......................................................................................... 20
4.1. LINHAS DE COTAS (a) .....................................................................................20
4.2. LINHAS AUXILIAR (b) .......................................................................................20
4.3. COTAS (c) ...........................................................................................................20
4.4. COTAS QUE INDICAM TAMANHOS E COTAS QUE INIDICAM LOCALIZAÇAO
DOS ELEMENTOS.......................................................................................................22
4.5. COTAGEM DE PEÇAS SIMÉTRICAS ..................................................................23
4.6. COTAGEM DE ELEMENTOS ESFÉRICOS ..........................................................25
4.7. COTAGEM DE ELEMENTOS ANGULARES ........................................................25
4.8. USO DO GONIÔMETRO (TRANSFERIDOR) .......................................................26
4.9. COTAGEM DE ÂNGULOS EM PEÇAS CILÍNDRICAS .........................................26
4.10. COTAGEM DE CHANFROS ...............................................................................27
4.11. COTAGEM EM ESPAÇO REDUZIDO ...............................................................27
4.12. COTAGEM POR FACES DE REFERÊNCIA ......................................................28
4.13. COTAGEM POR COORDENADAS ..................................................................29
4.14. COTAGEM POR LINHAS BÁSICAS .................................................................29
4.15. COTAGEM DE FUROS ESPAÇADOS IGUALMENTE ......................................29
4.16. COTAGEM DE CORDAS, ARCOS E ÂNGULOS...............................................30
4.17. RAIO DEFINIDO POR OUTRAS COTAS ........................................................30
4.18. COTAS FORA DE ESCALA ............................................................................31
4.19. COTAGEM DE UMA ÁREA OU COMPRIMENTRO LIMITADO DE UMA
SUPERFÍCIE, PARA INDICAR UMA SITUAÇÃO ESPACIAL. .....................................31
4.20. COTAGEM DE PEÇAS COM FACES OU ELEMENTOS INCLINADOS ..........31
4.21. COTAGEM DE CONJUNTOS ...........................................................................32
CAPÍTULO V .......................................................................................................................33

8
5. ESCALAS ........................................................................................... 33
5.1. O QUE É ESCALA?...........................................................................................33
5.2. DESENHO TÉCNICO EM ESCALA ..................................................................34
5.3. ESCALA NATURAL ...........................................................................................35
5.4. ESCALA DE REDUÇÃO ....................................................................................35
5.5. ESCALA DE AMPLIAÇÃO .................................................................................35
5.6. ESCALAS RECOMENDADAS...........................................................................36
5.7. COTAGEM EM DIFERENTES ESCALAS .........................................................37
CAPÍTULO VI ......................................................................................................................38
6. NORMAS TÉCNICAS E A PADRONIZAÇÃO DOS DESENHOS TÉCNICOS 38
6.1. NORMAS DA ABNT ..........................................................................................38
6.2. APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO – NBR 10582 .....39
6.3. DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS – NBR 13142 ...............40
6.4. EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS TÉCNICOS
NBR 8402 .....................................................................................................................40
CAPÍTULO VII .....................................................................................................................41
7. SIMBOLOGIA DO DESENHO MECÂNICO ........................................ 41
7.1. SÍMBOLOS EM MATERIASI PERFILADOS ......................................................42
7.3. SÍMBOLOS COM INDICAÇÕES COMPLEMENTARES ...................................44
7.4. SÍMBOLOS PARA DIREÇÃO DAS ESTRIAS ...................................................45
CAPÍTULO VIII ....................................................................................................................46
8. CONSTRUÇÃO GEOMETRICA ......................................................... 46
8.1. LOCAIS GEOMÉTRICOS ..................................................................................46
8.2. A “BORBOLETA” ...............................................................................................47
8.3. MEDIATRIZ .......................................................................................................48
8.4. DIVISÃO DE UMA RETA ...................................................................................48
8.5. TRAÇAR UMA RETA PASSANDO POR UM PONTO PARALELO AOUTRA
RETA 49
8.6. CONSTRUIR UM TRIÂNGULO SABENDO-SE OS TRÊS LADOS ...................49
8.7. CONSTRUIR UM HEXÁGONO REGULAR .......................................................50
8.8. CONSTRUIR POLÍGONOS REGULARES COM OS ESQUADROS.................50
8.9. TANGENTES .....................................................................................................51
CAPÍTULO IX ......................................................................................................................52
9. SUPRESSÃO DE VISTA IGUAL E SEMELHANTE ............................ 52
9.1. SUPRESSÃO DE VISTA DIFERENTE ..............................................................54
9.2. DESENHO TÉCNICO COM VISTA ÚNICA .......................................................56
9.4. SÍMBOLO INDICATIVO DE SUPERFÍCIE PLANA ............................................59
9.5. SÍMBOLO INDICATIVO DE DIÂMETRO ...........................................................60
9.6. SUPRESSÃO DE VISTA COM FORMA COMPOSTA ......................................60
9.7. REPRESENTAÇÃO COM SUPRESSÃO DE VISTAS EM CORTE...................61
9.8. REPRESENTAÇÃO COM SUPRESSÃO DE VISTAS EM MEIO CORTE ........62
9.9. SUPRESSÃO DE VISTAS EM PEÇAS COM VISTAS PARCIAIS.....................62
CAPÍTULO X .......................................................................................................................64
10. DESENHO EM CORTE ...................................................................... 64
10.1. HACHURAS ......................................................................................................64
10.2. MAIS DE UM CORTE NO DESENHO TÉCNICO.............................................66
9
10.3. MEIO-CORTE....................................................................................................67
10.4. MEIO-CORTE EM VISTA ÚNICA ..................................................................68
10.5. REPRESENTAÇÃO SIMPLIFICADA DE VISTAS DE PEÇAS SIMÉTRICAS 68
10.6. MEIA-VISTA ...................................................................................................70
CAPÍTULO XI ......................................................................................................................71
11. PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ........................................................... 71
11.1. TRAÇADOS DA PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DO PRISMA ..........................72
CAPÍTULO XII .....................................................................................................................78
12. TOLERÂNCIA DIMENSIONAL GEOMÉTRICA .................................. 78
12.2. INDICAÇÕES DE TOLERÂNCIA ....................................................................79
12.3. TOLERÂNCIA ISO (International Organization for Standardization) ..................80
12.4. CAMPO DE TOLERÂNCIA ............................................................................80
FUROS .........................................................................................................................80
EIXOS ..........................................................................................................................80
12.5. QUALIDADE DE TRABALHO ........................................................................81
12.6. GRUPOS DE DIMENSÕES ...........................................................................81
CAPÍTULO XIII ....................................................................................................................82
13. CONJUNTOS MECÂNICOS............................................................... 82
13.1. REPRESENTAÇÕES DE DESENHO PARA EXECUÇÃO ...............................82
13.2. DESENHO DE CONJUNTO ............................................................................82
13.3. INTERPRETAÇÃO DA LEGENDA ....................................................................84
CAPÍTULO XIV ...................................................................................................................88
14. SÍMBOLOS, INSCRITOS E INTERPRETAÇÕES DE DESENHO ...... 88
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................90

10
CAPÍTULO I

1. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

A arte de representar um objeto ou fazer sua leitura através de um desenho técnico é tão
importante quanto à execução de uma tarefa, pois é o desenho que fornece todas as
informações precisas e necessárias para a elaboração de uma peça.

1.1. DEFINIÇÃO DE DESENHO TÉCNICO

O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a
representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes
necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da
arquitetura.

Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações


escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem
gráfica universal da engenharia e da arquitetura.

Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação


da linguagem gráfica do desenho técnico exigem treinamento específico, porque são
utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais.

Observe a figura abaixo.

Figura 1: Representação de uma figura plana.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

11
A Figura 1 está exemplificando a representação de forma espacial por meio de figuras
planas, onde se pode concluir que:

• Para os leigos a figura é a representação de três quadrados.


• Na linguagem gráfica do desenho técnico a figura corresponde à representação de
um determinado cubo.

Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho bidimensional é


possível entender e conceber mentalmente a forma espacial representada na figura plana.

Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar
o que não é visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura
plana é chamada visão espacial.

1.2. O QUE É VISÃO ESPACIAL

Visão espacial é um dom que, em princípio todos têm, dá a capacidade de percepção


mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o
sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto.

Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo,
de um determinado carro, da sua casa etc., ou seja, a visão espacial permite a percepção
(o entendimento) de formas espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos.

Apesar da visão espacial ser um dom que todos têm, algumas pessoas têm mais facilidade
para entender as formas espaciais a partir das figuras planas.

Pela perspectiva pode-se ter a idéia do comprimento da largura e da altura daquilo que é
representado.

1.3. TIPOS DE DESENHO TÉCNICO

O desenho técnico é dividido em dois grandes grupos:


• Desenho projetivo – são os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou
mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às perspectivas.
• Desenho não-projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes
dos cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas etc.
12
Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas indústrias e
alguns exemplos de utilização são:

• Projeto e fabricação de máquinas, equipamentos e de estruturas nas indústrias de


processo e de manufatura (indústrias mecânicas, aeroespaciais, químicas,
farmacêuticas, petroquímicas, alimentícias etc).
• Projeto e construção de edificações com todos os seus detalhamentos elétricos,
hidráulicos, elevadores etc.
• Projeto e construção de rodovias e ferrovias mostrando detalhes de corte, aterro,
drenagem, pontes, viadutos etc..
• Projeto e montagem de unidades de processos, tubulações industriais, sistemas de
tratamento e distribuição de água, sistema de coleta e tratamento de resíduos.
• Representação de relevos topográficos e cartas náuticas.
• Desenvolvimento de produtos industriais.
• Projeto e construção de móveis e utilitários domésticos.
• Promoção de vendas com apresentação de ilustrações sobre o produto. Pelos
exemplos apresentados pode-se concluir que o desenho projetivo é utilizado em
todas as modalidades da engenharia e pela arquitetura.

Como resultado das especificidades das diferentes modalidades de engenharia, o desenho


projetivo aparece com vários nomes que corresponde a alguma utilização específica:

• Desenho Mecânico
• Desenho de Máquinas
• Desenho de Estruturas
• Desenho Arquitetônico
• Desenho Elétrico/Eletrônico
• Desenho de Tubulações

Mesmo com nomes diferentes, as diversas formas de apresentação do desenho projetivo


têm uma mesma base, e todas seguem normas de execução que permitem suas
interpretações sem dificuldades e sem mal-entendidos.

Os desenhos não-projetivos são utilizados para representação das diversas formas de


gráficos, diagramas, esquemas, ábacos, fluxogramas, organogramas etc..

13
Figura 2: Representação de desenhos.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

14
CAPÍTULO II

2. MATERIAL DE DESENHO TÉCNICO

O conhecimento do material de desenho técnico e os cuidados com ele são fundamentais


para a execução de um bom trabalho. A maneira correta de utilizar esse material também,
pois as qualidades e defeitos adquiridos pelo estudante, no primeiro momento em que
começa a desenhar, poderão refletir em toda a sua vida profissional.

Os primeiros materiais de desenho são:


• O papel,
• O lápis,
• A borracha,
• A régua.

2.1. O PAPEL

É um dos componentes básicos do material de desenho. Ele tem formato básico


padronizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esse formato é o A0
(A zero) do qual derivam outros formatos. Veja a tabela a seguir:

Tabela 1: Formatos da séria “A” (Unidade mm)

O formato A0 tem área de 1m2 e seus lados medem 841mmx1.189mm.


APÍTULO II

PÍT
Figura 3: Representação de um desenho técnico.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Do formato básico derivam os demais formatos.


15
Figura 4: Exemplo do formato de um desenho.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Quando o formato de um papel é maior de A4, é necessário fazer o dobramento para o


formato final seja A4.

2.2. DOBRAGEM

Efetua-se o dobramento a partir do lado d (direito) em dobras verticais de 185 mm. A parte
A é dobrada ao meio.

Figura 5: Exemplo de dobragem de alguns formatos.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

2.3. LEGENDA

16
Todo desenho deve ser complementado por uma legenda que, de modo geral, dever estar
situada no canto inferior direito das folhas de desenho. Na legenda devem estar incluídas
todas as indicações do desenho tais como:

• Nome da empresa, departamento ou órgão público.


• Título do desenho.
• Escala do desenho.
• Datas.
• Assinaturas dos responsáveis pela execução, aprovação e elaboração.
• Número do desenho.
• Numero de peça, quantidades, denominações, materiais e dimensões.

A direção da leitura da legenda deve corresponder à direção de leitura do desenho. A


legenda deve ter 178 mm de comprimento nos formatos A4 e A2 e 175 mm nos formatos
A1 e A0.

Figura 6: Representação de uma legenda.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

2.4. O LÁPIS

O lápis é um instrumento de desenho para traçar. Ele tem características especiais e não
pode ser confundido com o lápis usado para fazer anotações costumeiras.

Figura 7: Exemplo de lápis para desenhar.


Disponível em: Banco de Recursos de

2.4.1. CARACTERÍSTICAS E DENOMINAÇÕES DO LÁPIS


Os lápis são classificados em macios, médios e duros conforme a dureza das grafias.

Eles são denominados por letras ou numerais e letras.

17
Figura 8: Exemplo de classificação dos lápis.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

2.5. A BORRACHA

É um instrumento de desenho que ser para apagar. A borracha deve ser macia, flexível e
ter as extremidades chanfradas para facilitar o trabalho de apagar.

Figura 8: Exemplo de borracha.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

A maneira correta de apagar é fixar o papel com uma mão e com a outra esfregar a
borracha nos dois sentidos sobre o que se quer apagar.

2.6. RÉGUA

A régua e o escalímetro são os instrumentos de desenho que serve para medir o modelo e
transportar as medidas obtidas no papel. Devem ser usado somente para medição e nunca
como apoio para traçar retas ou para cortar papel.

Figura 9: Exemplo de uma régua.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

As unidades de medidas utilizadas em desenhos técnicos são: o milímetro, o


centímetro e o metro, dependendo da área de aplicação.

18
CAPÍTULO III

3. CALIGRAFIA TÉCNICA E CORES

Assim como o resto do desenho técnico, as letras e algarismos também seguem uma
forma definida por norma. Até pouco tempo atrás as letras eram desenhadas
individualmente com o auxílio de normógrafos e “aranhas”. Hoje, tem-se a facilidade de um
editor de texto para descrever o desenho.

Exemplo de letras maiúsculas:

Exemplo de letras minúsculas:

Exemplo de algarismos:

3.1. CORES

Desenhos técnicos, em geral, são representados em cor preta. Com as atuais facilidades
de impressão, tornou-se mais fácil usar cores nos desenhos, mas não se deve exagerar.

Cada cor utilizada deve ser mencionada em legenda. Pode-se usar cores para indicar
peças diferentes, ou indicar o estado atual de uma peça (a retirar, a construir, a demolir,
etc).

19
CAPÍTULO IV

4. COTAGEM

É a indicação das medidas da peça em seu desenho. Para a cotagem de um desenho são
necessários três elementos:

• Linhas de cotas
• Linha auxiliar
• Cotas

4.1. LINHAS DE COTAS (a)

São linhas contínuas estreitas, com setas nas extremidades ou traços oblíquos; nessas
linhas são colocadas as cotas que indicam as medidas da peças.
As setas são desenhadas com linhas curtas formando ângulos de 15º. A seta pode ser
aberta ou fechada preenchida.

Figura 10: Exemplo de linhas de cotas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

O traço oblíquo é desenhado com uma linha fina curta e inclinado a 45º.

Figura 11: Exemplo de linha de traço oblíquo.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.2. LINHAS AUXILIAR (b)


É uma linha contínua estreita que limita as linhas de cota.
Deve ser ligeiramente prolongada além da linha de cota e deve-se deixar um pequeno
espaço entre elas e o desenho. Sugestão de 1 a 2 mm.

Figura 12: Exemplo de linha auxiliar.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.3. COTAS (c)

20
São numerais que indicam as medidas básicas da peça e as medidas de seus elementos.
As medidas básicas são:

• Comprimento
• Largura
• Altura

Figura 13: Exemplo de linha de cotas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

• A distância da linha de cota para o desenho deve ser de aproximadamente 10 mm,


salvo em algumas exceções onde não houver essa possibilidade.

• Linhas auxiliares devem ser perpendiculares ao elemento dimensionado, entretanto


se necessário, pode ser desenhado obliquamente a este, (aproximadamente 60º),
porém paralelas entre si.

Figura 15: Linhas auxiliares perpendiculares.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Em desenho mecânico normalmente a unidade de medida é o milímetro e é dispensada a


colocação de símbolo junto à cota. Quando se emprega outra distinta do milímetro (a
polegada, por exemplo) coloca-se seu símbolo.

Figura 16: Emprego da unidade de medida.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

FIQUE POR DENTRO


As cotas devem ser colocadas de modo que o desenho seja lido da esquerda para a
direita e de baixo para cima, paralelamente a dimensão cotada. Sempre que possível é
bom evitar colocar cotas em linhas tracejadas. Deve-se evitar também colocar cotas
dentro do desenho.
21
A construção de intersecção de linhas auxiliares deve ser feita como prolongamento desta
além do ponto de intersecção

Figura 17: Linhas auxiliares e ponto de intersecção.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Linhas auxiliares e cotas sempre que possível não deve se cruzar com outras linhas.

Figura 18: Linhas auxiliares e cotas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Alinha de cota não deve ser interrompida, mesmo que o elemento seja

Figura 19: Linha de cota sem interrompimento.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.4. COTAS QUE INDICAM TAMANHOS E COTAS QUE INIDICAM LOCALIZAÇAO


DOS ELEMENTOS

Para fabricar peças é preciso interpretar além das cotas básicas como as cotas de
elementos.

22
Figura 20: Exemplo de peças com elementos.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

A cota 9 indica a localização do furo em relação à altura. A cota 12 indica a localização do


furo em relação ao comprimento da peça. As cotas 10 e 16 indicam o tamanho do furo.
Observe na figura 21 a seguir:

Figura 21: Exemplo de localização dos elementos.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.5. COTAGEM DE PEÇAS SIMÉTRICAS

A utilização de linha de simetria em peças simétricas facilita e simplifica a cotagem,


conforme os exemplos que se seguem.

23
Figura 22: Cotagem de peças simétricas.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Observe nas figuras abaixo o passo a passo da seqüência de cotagem

Figura 23: Sequência de cotagem.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Raio muito pequeno cota-se através da linha de chamada, raio muito grande não se indica
o centro do raio, e linha de cota é representada incompleta. Outro jeito de se cotar raios
grandes é se destacando o centro do raio com linha de simetria com linha de cota
aparecendo quebrada, pode-se também cotar desta maneira quando o centro for
deslocado.

Os objetos simétricos representados em meio corte ou meia vista, a linha de cota deve
cruzar e se estender ligeiramente além do eixo de simetria.

24
Figura 24: Representação de objetos simétricos em meio corte.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Quando a linha de cota está na posição inclinada, a cota acompanha inclinação para
facilitar a leitura.

Figura 25: Linha de cota na posição inclinada.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
Consultado em: 07/11/2011

Há casos que é possível dispensar a indicação de um ou duas cotas básicas, às vezes até
três. Isso geralmente ocorre em peças de partes arredondadas, onde se representam os
valores de centro a centro de detalhes, ou centro até faces de detalhes de peças.

4.6. COTAGEM DE ELEMENTOS ESFÉRICOS

São elementos em formas de esferas. A cotagem dos elementos esféricos é feita pela
medida de seus diâmetros ou de seus raios.

Figura 26: Elementos esféricos.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.7. COTAGEM DE ELEMENTOS ANGULARES

Existem peças que tem elementos angulares. Elementos angulares são formados por
ângulos

25
Figura 27: Elementos angulares.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

O ângulo é medido com o goniômetro pela sua abertura em graus. O goniômetro é


conhecido como transferidos. A cotagem de abertura do elemento angular é feito em linha
decota curva, cujo centro é vértice do ângulo cotado.

Figura 28: Elementos angulares.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.8. USO DO GONIÔMETRO (TRANSFERIDOR)

Figura 29: Transferidor.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.
.

4.9. COTAGEM DE ÂNGULOS EM PEÇAS CILÍNDRICAS

Figura 30: Representação de cotagem de ângulo em peças cilíndricas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

26
4.10. COTAGEM DE CHANFROS

Chanfro é a superfície oblíqua obtida pelo corte da aresta de duas


superfícies que se encontram.

Figura 31: Cotas de chanfro


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Existem duas maneiras pelas quais o chanfro aparece cotado: por meio de cotas lineares e
por meio de cotas lineares e angulares.

As cotas lineares indicam medidas de comprimento, largura e altura.

Figura 32: Cotas lineares


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

As cotas angulares indicam medidas de abertura de ângulos.

Figura 33: Cotas lineares e angulares


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.11. COTAGEM EM ESPAÇO REDUZIDO

Para cotar em espaço reduzido é preciso colocar as cotas conforma os desenhos abaixo.
Quando não houver lugar para as setas, estas serão substituídas por pequenos traços
oblíquos.

27
Figura 34: Cotas em espaços reduzidos
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.12. COTAGEM POR FACES DE REFERÊNCIA

Na cotagem por face de referência as medidas da peça são indicadas a partir das fases.

Figura 35: Cotas por faces de referência.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

A cotagem por faces de referências ou por elementos de referências pode ser executada
como cotagem em paralelo ou cotagem aditiva.

A cotagem aditiva é uma representação da cotagem em paralelo e pode ser utilizada onde
há limitação de espaço, desde que não haja problema de interpretação.

A cotagem aditiva em duas direções pode ser utilizada quando for vantajoso.

28
Figura 36: Cotagem aditiva em duas direções.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.13. COTAGEM POR COORDENADAS

A cotagem aditiva em duas direções pode ser simplificada por coordenadas. Fica mais
pratico indicar as cotas em uma tabela ao invés de indicá-la diretamente sobre a peça.

Figura 37: Cotagem por coordenadas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.14. COTAGEM POR LINHAS BÁSICAS

Na cotagem por linhas básicas as medidas da peça são indicadas a partir de linhas.

Figura 38: Cotagem por linhas básicas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.15. COTAGEM DE FUROS ESPAÇADOS IGUALMENTE

Existem peças com furos que têm a mesma distância entre seus centros, isto é, furos
espaçados igualmente. A cotagem da distância entre centros de furos pode ser feita por
cotas lineares e por cotas angulares.
29
Figura 39: Cotagem linear e angular.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Quando não causarem dúvidas, o desenho e a cotagem podem ser


simplificados.

Figura 40: Desenho e cotagem simplificados.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.16. COTAGEM DE CORDAS, ARCOS E ÂNGULOS

As cotas de cordas, arcos e ângulos devem ser indicadas como no desenho abaixo.

Figura 41: Representação de cordas, arcos e ângulos.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.17. RAIO DEFINIDO POR OUTRAS COTAS

O raio deve ser indicado com o símbolo R sem cota quando o seu tamanho for definido por
outras cotas.

30
Figura 42: Representação de raio.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.18. COTAS FORA DE ESCALA

As cotas fora de escala nas linhas de cota sem interrupção devem ser sublinhadas com
linhas retas com a mesma largura das linhas do algarismo.

Figura 43: Representação de cordas, arcos e ângulos.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.19. COTAGEM DE UMA ÁREA OU COMPRIMENTRO LIMITADO DE UMA


SUPERFÍCIE, PARA INDICAR UMA SITUAÇÃO ESPACIAL.

A área ou comprimento e sua localização são indicados por meio de linha traço e ponto,
desenhada adjacente a face correspondente.

Figura 44: Cotagem de uma área limitada.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

4.20. COTAGEM DE PEÇAS COM FACES OU ELEMENTOS INCLINADOS


Existem peças que tem faces ou elementos inclinados.

31
Figura 45: Cotagem de peças com faces.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Nos desenhos técnicos de peças com faces ou elementos inclinados, relação de inclinação
deve ser indicada.

Figura 46: Peças com elementos inclinados.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

A relação de inclinação de 1:10 indica que cada 10 milímetros de comprimento da peça


diminui-se um milímetro de altura. Como a relação de inclinação vem indicada no desenho
técnico, não é necessário que a outra cota de altura apareça.

4.21. COTAGEM DE CONJUNTOS


Normalmente não se cota em conjunto, porém, quando for cotado, o grupo de cotas
especificado para cada objeto deve permanecer, tanto quanto possível, separados.

Figura 47: Esquema de conjunto de cotas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

32
CAPÍTULO V

5. ESCALAS

Antes de representar objetos, modelos, peças deve-se estudar o seu tamanho real.
Tamanho real é a grandeza que as coisas têm na realidade.

Existem coisas que podem ser representadas no papel em tamanho real.

Figura 48: Representação em tamanho real.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

Mas, existem objetos, peças, animais, etc, que não podem ser representados no seu
tamanho normal e para resolver tais problemas é necessário reduzir ou ampliar as
representações desses objetos.

Manter, reduzir ou ampliar a representação de um objeto é possível através da


representação em escala.

5.1. O QUE É ESCALA?

É uma forma de representação que mantém as proporções das medidas lineares do tipo
representado. Em desenho técnico, a escala indica a relação do tamanho do desenho da
peça com o tamanho real da peça. A escala permite representar, no papel, peças de
qualquer tamanho real.

Nos desenhos em escala, as medidas lineares do objeto real são mantidas ou


aumentadas, ou reduzidas proporcionalmente. As dimensões angulares do objeto
permanecem inalteradas. Nas representações em escalas, as formas dos objetos reais são
mantidas. Veja um exemplo:

33
Figura 49: Esquema redução e de aumento de objetos mantendo as medidas lineares.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

A figura A é um quadrado, pois tem quatro lados iguais e quatro ângulos retos. Cada lado
da figura A mede 2u (duas unidades de medida).

As figuras B e C são figuras semelhantes a figura A: também possuem quatro lados iguais
e quatro ângulos iguais. Mas, a medida dos lados do quadrado B foram reduzidas
proporcionalmente em relação às medidas dos lados do quadrado A. Cada lado de B é
menor que cada lado de A.

Já os lados do quadrado C foram aumentados proporcionalmente, em relação aos lados do


quadrado A. Cada lado de C é igual a duas vezes cada lado correspondente de A.

5.2. DESENHO TÉCNICO EM ESCALA

O desenho técnico que serve de base para a execução da peça é, em geral um desenho
técnico rigoroso. Esse desenho, também chamado de desenho técnico definitivo, é feito
com os seguintes instrumentos; esquadro, compasso, régua ou até mesmo por
computador.

Mas antes do desenho técnico rigoroso, é feito um esboço cotado, quase sempre a mão
livre. O esboço cotado serve de base para o desenho rigoroso. Ele contém todas as cotas
da peça bem definida e legível, mantendo a forma da peça e as proporções aproximadas
das medidas.

Veja o exemplo na figura 49, logo abaixo, o esboço de uma bucha

Figura 50: Esboço de uma ducha feito a mão livre.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

No esboço cotado as medidas do objeto não são reproduzidas com exatidão.


34
5.3. ESCALA NATURAL

É aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. Veja na
figura 50 um desenho técnico em escala natural.

Figura 51: Exemplo de uma escala natural.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

A indicação da escala do desenho é feita pela abreviatura ESC seguidas de dois numerais
separados por dois pontos. O numeral a esquerda dos dois pontos representa as medidas
do desenho técnico. Já o numeral a direito dos dois pontos representa as medidas reais da
peça.

5.4. ESCALA DE REDUÇÃO

É aquela em que o tamanho do desenho técnico é menor que o tamanho real da peça.
Veja o exemplo de desenho técnico em escala de redução

Figura 52: Exemplo de escala de redução.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

As medidas do desenho são vinte vezes menores que as medidas correspondentes do


rodeiro do vagão real. A indicação da escala de redução também vem junto ao desenho
técnico.

5.5. ESCALA DE AMPLIAÇÃO

É aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior que o tamanho real da peça. Veja
o desenho técnico de uma agulha de injeção em escala de ampliação.

35
Figura 53: Exemplo de escala de ampliação.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

As dimensões desse desenho são duas vezes maiores que as dimensões de


correspondentes da agulha de injeção real. Esse desenho foi feito na escala de 2:1 (lê-se
dois por um).

5.6. ESCALAS RECOMENDADAS

Até aqui você já aprendeu a ler e interpretar desenhos técnicos em escala natural, de
redução e de ampliação. Recorde essas escalas.

Nas escalas de redução e de ampliação os lugares ocupados pelo numeral 2 podem ser
ocupados por outros numerais. Mas, a escolha da escala a ser empregada no desenho
técnico não é arbitrária.

As escalas recomendadas pela ABNT, através da norma técnica NBR 8196 são:

Tabela 2:Escalas segundo NBR 8196

As escalas da tabela podem ser reduzidas ou ampliadas à razão de 10.

A escala escolhida para um determinado desenho depende da complexidade do objeto ou


elemento a ser representado e a finalidade da representação. Em todos os casos, a escala

36
selecionada deve ser suficientemente grande para permitir uma interpretação fácil e clara
da representação apresentada.

5.7. COTAGEM EM DIFERENTES ESCALAS

Observe os dois desenhos a seguir. O desenho da esquerda está representando uma


escala natural (1:1), e o da direita uma escala em redução (1:2). Observe que as cotas não
sofreram alterações.

Figura 54: Exemplo de escala de ampliação.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI PR.

37
CAPÍTULO VI

6. NORMAS TÉCNICAS E A PADRONIZAÇÃO DOS DESENHOS


TÉCNICOS

Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar
seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de
normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente.

As normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados em


estabelecer códigos técnicos que regulem relações entre produtores e consumidores,
engenheiros, empreiteiros e clientes. Cada país elabora suas normas técnicas e estas são
acatadas em todo o seu território por todos os que estão ligados, direta ou indiretamente, a
este setor.

No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de


Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940. Para favorecer o desenvolvimento da
padronização internacional e facilitar o intercâmbio de produtos e serviços entre as nações,
os órgãos responsáveis pela normalização em cada país, reunidos em Londres, criaram
em 1947 a Organização Internacional de Normalização (International Organization for
Standardization – ISO).

Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos os
países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma
internacional.

As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT,
registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial) como normas brasileiras-NBR e estão em consonância com as normas
internacionais aprovadas pela ISO.

6.1. NORMAS DA ABNT

A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT. Os


procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais

38
que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de
representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO
TÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 6402 – EXECUÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS DE
MÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS (Antiga NB 13), bem como em normas
específicas que tratam os assuntos separadamente, conforme os exemplos seguintes:

• NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é definir os


termos empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho
quanto aos seus aspectos geométricos (Desenho Projetivo e Não- Projetivo), quanto
ao grau de elaboração (Esboço, Desenho Preliminar e Definitivo), quanto ao grau de
pormenorização (Desenho de Detalhes e Conjuntos) e quanto à técnica de
execução (À mão livre ou utilizando computador).
• NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES, cujo objetivo é
padronizar as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e
definir seu lay-out com suas respectivas margens e legenda.

As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal,
conforme mostra a figura 54.

Figura 58: Exemplo de utilização das folhas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

Os tamanhos das folhas seguem os formatos da série “A”, e o desenho deve ser
executado no menor formato possível, desde que não comprometa a sua interpretação.

6.2. APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO – NBR 10582

Normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o


espaço para desenho etc.. Como regra geral deve-se organizar os desenhos distribuídos
na folha, de modo a ocupar toda a área, e organizar os textos acima da legenda junto à
margem direita, ou à esquerda da legenda logo acima da margem inferior.

39
6.3. DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS – NBR 13142

Fixa a forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a


fixação em pastas, eles são dobrados até as dimensões do formato A4.

6.4. EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS TÉCNICOS


NBR 8402

Visa à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na clareza do desenho e evitar a


possibilidade de interpretações erradas, fixou as características de escrita em desenhos
técnicos.

Existem normas que regulam a elaboração dos desenhos e têm a finalidade de atender a
uma determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-se citar: a NBR 6409,
que normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR 7191, que normaliza a
execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR 11534, que
normaliza a representação de engrenagens em desenho técnico.

Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas vinculadas à
execução de algum tipo ou alguma especificidade de desenho técnico.

Existem outras normas que regulam a elaboração de desenhos e que


não foram citadas neste capítulo. Faça um levantamento dessas
normas e inclua em seu material de estudo.

SITE:
www.abnt.org.br

40
CAPÍTULO VII

7. SIMBOLOGIA DO DESENHO MECÂNICO

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), em suas Normas NB-8 e NB-13,


recomenda a utilização dos símbolos abaixo, que devem ser colocados sempre antes dos
valores numéricos das cotas.

Agora, observe a figura a seguir:

Figura 59: Os símbolos vêm sempre antes das cotas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

Estas duas linhas finas cruzadas indicam que se trata de superfície plana.

Quando, na vista cotada, for evidente que se trata de diâmetro ou quadrado, os respectivos
símbolos podem ser dispensados.

Exemplos:

v
Figura 60: Os símbolos são dispensados em quadrados.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

41
7.1. SÍMBOLOS EM MATERIASI PERFILADOS

Os símbolos abaixo devem ser colocados sempre antes da designação da bitola do


material.

Tabela 3: Símbolos usados antes da bitola.

Quando todas as superfícies de uma peça tiverem o mesmo acabamento, o respectivo


sinal deve ficar em destaque.

Figura 61: Exemplo de sinal em destaque.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

Se, na mesma peça, houver superfícies com graus de acabamento diferentes dos da
maioria, os sinais correspondentes serão colocados nas respectivas superfícies e também
indicados entre parênteses, ao lado do sinal em destaque.

Figura 58: Exemplo de sinais em parênteses.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

Exemplo de aplicação dos símbolos e convenções.

Figura 62: Os símbolos e convenções.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

42
FIQUE POR DENTRO
O desenho técnico, além de mostrar as formas e as dimensões das peças, precisa conter
outras informações para representá-las fielmente. Uma dessas informações é a indicação
dos estados das superfícies das peças.

Acabamento é o grau de rugosidade observado na superfície da peça. As superfícies


apresentam-se sob diversos aspectos, a saber: em bruto, desbastadas, alisadas e polidas.

Superfície em bruto é aquela que não é usinada, mas limpa com a eliminação de
rebarbas e saliências.

Superfície desbastada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são


bastante visíveis, ou seja, a rugosidade é facilmente percebida.

Superfície alisada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são pouco
visíveis, sendo a rugosidade pouco percebida.

Superfície polida é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são


imperceptíveis, sendo a rugosidade detectada somente por meio de aparelhos.
Os graus de acabamento das superfícies são representados pelos símbolos indicativos de
rugosidade da superfície, normalizados pela norma NBR 8404 da ABNT, baseada na
norma ISO 1302.

Os graus de acabamento são obtidos por diversos processos de trabalho e dependem das
modalidades de operações e das características dos materiais adotados

7.2. RUGOSIDADE
Rugosidade são erros microgeométricos existentes nas superfícies das peças.

Figura 63: Os símbolos e convenções.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

43
A norma ABNT NBR 8404 normaliza a indicação do estado de superfície em desenho
técnico por meio de símbolos.

Tabela 4: Normalização de desenhos por meio de símbolos

Símbolos com indicação da característica principal da rugosidade Ra

Tabela 5: Característica da rugosidade

7.3. SÍMBOLOS COM INDICAÇÕES COMPLEMENTARES

Estes símbolos podem ser combinados entre si ou com os símbolos apropriados

44
Tabela 6: Símbolos complementares

7.4. SÍMBOLOS PARA DIREÇÃO DAS ESTRIAS

Quando houver necessidade de definir a direção das estrias, isto é, a direção


predominante das irregularidades da superfície, deve ser utilizado um símbolo adicional ao
símbolo do estado de superfície. A tabela seguinte caracteriza as direções das estrias e os
símbolos correspondentes.

Tabela 7: Símbolos para direção das estrias

45
CAPÍTULO VIII

Neste capítulo será visto as relações geométricas existentes e como elas podem ajudar na
construção do desenho, através basicamente do uso de compasso e esquadros.

8. CONSTRUÇÃO GEOMETRICA

Todas as construções geométricas partem de princípios básicos, estudados desde a


antiguidade. Quando ainda não existiam sistemas matemáticos bem definidos, todo o
estudo de geometria era feito através dos desenhos. Tais conceitos são válidos até hoje,
mesmo com os recursos disponíveis atualmente.

8.1. LOCAIS GEOMÉTRICOS

Um local geométrico define uma condição, uma propriedade, ou uma restrição em um


desenho, que inclusive pode ser expressa matematicamente. Um exemplo simples é a
circunferência: todos os pontos no traço da circunferência estão a mesma distância do
centro.

Retas paralelas são outro exemplo de local geométrico: são dois conjuntos de pontos que
nunca se cruzam, e que estão à uma distância fixa.

Em suma, todas as formas no desenho são locais geométricos, e através de suas


propriedades é que iremos relacioná-los. Um exemplo prático:

Têm-se dois pontos no espaço, denominados “A” e “B”, conforme mostra a figura
61, e deseja-se encontrar um terceiro ponto “C” que esteja à mesma distância “x” de
ambos os pontos.

Sabemos que a circunferência define um conjunto de pontos que se encontra com a


mesma distância do centro. Com o compasso, pegamos na régua o tamanho “x” e
traçamos duas circunferências, uma com centro em “A” e outra com centro em “B”.

46
Veja a figura abaixo.

Figura 64: Esquema de um local geométrico.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

A interseção das duas circunferências é a nossa solução. Vemos inclusive que existem
dois pontos válidos, marcados como “C1” e “C2”, o que é perfeitamente plausível. Caso o
problema tivesse maiores restrições (por exemplo, escolher o ponto mais alto) somente um
dos pontos seria a solução correta.

Figura 65: Esquema de interseção de circunferências.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

Se escolhermos outras distâncias “x” veremos outras soluções. Veremos inclusive que
pode haver distâncias cujas respostas são somente um ponto, ou distâncias em que as
circunferências não se cruzam, não havendo solução.

Os conjuntos de soluções, conforme nós variamos a distância “x”, pode ser definida por
uma reta. Esta reta é outro local geométrico, neste caso definindo um conjunto de pontos
que são eqüidistantes de “A” e “B”, contendo inclusive “C1” e “C2”.

Figura 66: Exemplo de circunferência que não se cruzam.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

8.2. A “BORBOLETA”
Com a prática verá que não é necessário traçar circunferências inteiras para encontrar os
pontos. Usa-se somente um traço onde provavelmente estará o ponto.

47
O cruzamento destes traços do compasso é chamado informalmente de “borboleta”.

Figura 67: Cruzamento dos traços do compasso.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

8.3. MEDIATRIZ

A reta (c) encontrada nas figuras anteriores também é chamada de mediatriz. Ela define
um ponto médio entre os dois pontos. Caso os pontos definem uma reta, a mediatriz
cortará esta reta em seu ponto médio, dividindo-a ao meio.

Figura 68: Exemplo de mediatriz.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

8.4. DIVISÃO DE UMA RETA

Aqui utiliza-se uma escala conhecida (por exemplo, a régua ou escalímetro) para dividir
uma reta em várias partes iguais.

• Trace uma segunda reta (BC), com qualquer comprimento, mas com um vértice em
comum com a reta a ser dividida (AB).
• Divida a reta BC com sua régua. No exemplo, vamos dividir em 5 partes, faremos
uma reta de 5 cm, marcando cada centímetro.
• Ligue os extremos A e C.
• Com os esquadros, faça retas paralelas à AC, transferindo os pontos da reta BC
para a reta AB.

48
Figura 69: Esquema de divisão de uma reta.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES.

FIQUE POR DENTRO


Além de retas, podem-se dividir arcos e circunferências com o comando DIVIDE. A divisão
é marcada por pontos (os mesmos criados pelo comando POINT) que podem ser
selecionados como qualquer objeto.

8.5. TRAÇAR UMA RETA PASSANDO POR UM PONTO PARALELO


AOUTRA RETA

Este traço é feito facilmente com os esquadros. Caso não tenha disponíveis os esquadros,
há um método alternativo:
• Seja uma reta AB e queremos traçar uma paralela que passe pelo ponto P.
• Com o compasso centrado em P, traça-se um arco de tamanho qualquer que
intercepte a reta, achando-se C.
• Sem alterar o tamanho no compasso, centre no ponto C e trace um arco, que
passará pelo ponto P e interceptará a reta novamente, achando-se D.
• Com o compasso, ache a distância entre P e D e, centrando o compasso em C,
trace um terceiro arco, interceptando o primeiro arco em E.
• A reta paralela está definida pelos pontos E e P.

8.6. CONSTRUIR UM TRIÂNGULO SABENDO-SE OS TRÊS LADOS

Este problema é similar ao ponto equidistante a dois pontos, com a diferença que as
distâncias não são iguais.

• Trace um dos lados, definindo a posição de dois pontos.


• Pegue a medida do segundo lado e trace uma circunferência com centro no primeiro
ponto.

49
• Pegue a medida do terceiro lado e trace uma circunferência com centro no segundo
ponto.
• A interseção define o terceiro ponto, podendo haver duas soluções.

8.7. CONSTRUIR UM HEXÁGONO REGULAR

O hexágono possui a propriedade de ter seus lados com o mesmo tamanho do círculo que
o inscreve.

• Trace uma circunferência cujo raio é o tamanho de um dos lados do hexágono. Esta
é a circunferência no qual o hexágono estará inscrito.
• Define a posição de um dos vértices do hexágono.
• Com o compasso aberto no mesmo tamanho do raio, trace os vértices vizinhos, em
cima da circunferência, desta forma dividindo-a em seis lados iguais.
• Ligue os vértices, encontrando o hexágono.

8.8. CONSTRUIR POLÍGONOS REGULARES COM OS ESQUADROS

Aproveitando os ângulos dos esquadros e sabendo-se os ângulos de alguns polígonos


regulares, podemos construí-los com facilidade seguindo a tabela abaixo:

Tabela 8: Ângulos de alguns polígonos

Baseado na tabela siga as instruções:

• Trace o primeiro lado do polígono e marque seu comprimento com o compasso.


• Trace os lados adjacentes a este polígono com os esquadros, marcando o mesmo
comprimento com o compasso.
• Continue até fechar o polígono.

Construa a circunferência passando por três pontos A, B e C; traçando as mediatrizes de


AB e BC. e fazendo o cruzamento das mediatrizes para obter o centro da circunferência.

50
8.9. TANGENTES

Uma reta tangente a uma curva é perpendicular ao raio da curva no respectivo ponto.
Logo, para traçar corretamente uma tangente, é necessário obter o ponto de tangência.

Caso o ponto P esteja sobre a circunferência, trace uma reta do centro (O) até o ponto P.
Com o auxílio dos esquadros, trace uma reta perpendicular a OP, que será a tangente.

Caso o ponto P esteja fora da circunferência:

• Ligue o centro O até o ponto P.


• Ache a mediatriz do segmento OP, encontrando-se M.
• Trace uma semicircunferência centrada em M, passando por O e P, e cruzando a
circunferência. Este é o ponto de tangência T, encontrado pela propriedade em que
o ângulo OTP sempre será de 90º.

51
CAPÍTULO IX

Neste capítulo você vai aprender a ler e interpretar desenhos técnicos representados em
duas vistas ou em vista única. Também ficará conhecendo certos símbolos que ajudam a
simplificar a cotagem de peças, tornando possível a supressão de vista.

9. SUPRESSÃO DE VISTA IGUAL E SEMELHANTE

Duas vistas são iguais quando tem as mesmas formas e mesmas medidas. E quando tem
apenas as formas iguais e medidas diferentes, são chamadas de semelhantes.

Você vai iniciar o estudo de supressão de vista analisando um caso bem simples. Observe
o prisma de a base quadrada apresentada a seguir.

Figura 70: Esquema de um prisma.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

No desenho técnico a direita estão apresentados as três vistas que você já conhece: vista
frontal, vista superior e vista lateral esquerda. Estas três vistas cotadas dão a idéia original
da peça.

Como a vista frontal e a vista lateral esquerda são iguais, é possível suprir uma delas.

A vista frontal é sempre a vista principal da peça. Então, neste caso, a vista escolhida para
a supressão é a vista lateral esquerda.
Veja como fica o desenho técnico do prisma com supressão da lateral esquerda. As cotas
deste prisma são:

• Altura 60 mm
52
• Largura 40 mm
• Comprimento 40 mm

Figura 71: Vista frontal de um prisma.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Veja outro exemplo. O desenho técnico a seguir representa um prisma retangular com um
furo quadrado passante em três vista.

Figura 72: Esquema de um prisma retangular.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Note que a vista lateral esquerda é semelhante à vista frontal. Neste caso, a vista lateral
esquerda pode ser suprimida.

Figura 73: Vista lateral esquerda.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Mesmo com a supressão da lateral esquerda, todas as informações importantes foram


mantidas, pois a cota da largura foi transferida para a vista superior.

53
Nos dois exemplos analisados, a vista suprimida foi a lateral esquerda. Mas, dependendo
da característica da peça, a vista superior também pode ser suprimida. O desenho técnico
abaixo apresenta um pino de seção retangular em três vista.

Figura 74: Representação de um pino retangular.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Note que a vista superior e a vista lateral esquerda são semelhantes. Neste caso, tanto faz
representar o desenho com supressão de vista superior como da vista lateral esquerda.
Compare as das alternativas.

Figura 75: Vista superior e vista lateral.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Em qualquer dos casos, é possível interpretar o desenho, pois ambos contêm todas as
informações necessárias.

9.1. SUPRESSÃO DE VISTA DIFERENTE

Observe a perspectiva do prisma com rebaixo e furo e as três vistas ortogonais


correspondentes.

54
Figura 76: Esquema de um prisma.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

As três vistas são diferentes. Mesmo assim é possível imaginar a supressão de uma delas,
sem qualquer prejuízo para a interpretação do desenho.

Como você já sabe a vista frontal é avista principal. Por isso deve ser sempre mantida no
desenho técnico. Temos então que escolher entre a supressão da vista superior e a vista
lateral esquerda.

Você vai comparar os dois casos, para concluir qual das duas supressões é mais
aconselhável. Veja primeiro o desenho com supressão da vista superior na figura 77
abaixo.

Figura 77: Esquema de supressão de vista superior.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Note que, apesar de o furo estar representado nas duas vistas, existe poucas informações
sobre ele: analisando apenas essas duas vistas não dá pra saber a forma do furo.

A vista lateral esquerda foi suprimida. Note que agora já é possível identificar a forma
circular do furo na vista superior.

Figura 78: Vista lateral esquerda suprimida.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

55
9.2. DESENHO TÉCNICO COM VISTA ÚNICA

O número de vista do desenho técnico depende das características da peça representada.


O desenhista sempre procura transmitir o maior número possível de informações sobre a
peça usando o mínimo necessário de vista. Assim, existem peças que podem ser
representadas por meio de uma única vista.

Agora você vai aprender a ler e a interpretar desenhos técnicos de peças representados
em vista única. Acompanhe as explicações observando, a seguir, a representação da
perspectiva e as três ortogonais.

Figura 79: Desenho técnico com vista única.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

As três vista: frontal, superior e lateral esquerda transmite a idéia como o modelo é na
realidade. Veja agora o mesmo modelo representado em duas vista.

Figura 80: Desenho técnico em duas vistas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Observe que as cotas que antes apareciam associadas à vista lateral esquerda foram
transferidas para as duas outras vista. Assim, nenhuma informação importante sobre a
forma e sobre o tamanho da peça ficou perdida.

Mas este mesmo modelo pode ser representado em apenas uma vista, sem qualquer
prejuízo para interpretação. Veja.

56
Figura 81: Desenho técnico vista única.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Todas as cotas da peça foram indicadas na vista frontal. A largura da peça foi indicada
pela palavra espessura abreviada (ESP), seguida do valor numérico correspondente, como
você pode observar dentro da vista frontal.

Acompanhe a interpretação da cotagem do modelo.

As cotas básicas são: = 60, altura = 35 e largura = 15 (que corresponde a cota indicada por
ESC 15). Uma vez que o modelo é simétrico no sentido longitudinal, você já sabe que os
elementos são centralizados. Assim, para definir os elementos, bastam as cotas de
tamanho. O tamanho do rasgo passante fica determinado pelas cotas 10 e 15. Como o
rasgo é passante, sua profundidade coincide com a largura da peça, ou seja, 15 mm. E as
cotas 16, 48, 8 e 15 definem o perfil da geometria.
Analise outro desenho técnico em vista única. (Ver figura 82).

Figura 82: Desenho técnico com vista única.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Como não é possível concluir, pela análise da vista frontal, se os furos são passantes ou
não, a informação “Furos Passantes” deve vir escrita, em lugar que não atrapalhe a
interpretação do desenho.

Você notou que a indicação da espessura da peça foi representada fora da vista frontal.
Isso porque a indicação da espessura da peça dentro da vista prejudicaria a interpretação
do desenho. Com essas informações é possível interpretar corretamente o desenho
técnico da peça.

57
9.3. SÍMBOLO INDICATIVO DE QUADRADO

Vamos retomar o modelo prismático de base quadrada, usado para demonstrar a


supressão de vista igual. Veja a perspectiva do prisma e, ao lado, duas vista com
supressão da vista lateral esquerda.

Figura 83: Símbolo indicativo de quadrado


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

O prisma de base quadrangular pode ser representado também com vista única. Para
interpretar o desenho técnico do prisma quadrangular com vista única, você precisa
conhecer o símbolo indicativo de quadrado e o símbolo indicativo de superfície plana.

Usamos o seguinte símbolo para identificar a forma quadrada. Este símbolo pode ser
omitido quando a identificação da forma quadrada for clara. É o que acontece na
representação da vista superior do prisma quadrangular.

Figura 84: Vista superior do prisma quadrangular.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Veja, agora, o prisma quadrangular representado na vista única.

A vista representada é frontal. Note que a vista superior foi suprimida nesta representação.
O símbolo ao lado esquerdo da cota 40 representa a forma da vista superior. A cota 40
refere-se a duas dimensões do prisma: a do comprimento e a da largura.

58
Figura 85: Prisma quadrangular em vista única.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Você reparou nas duas linhas diagonais estreitas cruzadas, representada na vista frontal?
Essas linhas são indicativas de que a superfície representada é plana.

A seguir você vai ficar conhecendo maiores detalhes sobre a utilização dessas linhas.

9.4. SÍMBOLO INDICATIVO DE SUPERFÍCIE PLANA

A vista frontal do prisma e a vista frontal do cilindro podem ser facilmente confundidas.

Figura 86: Símbolo indicativo de superfície plana.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Para evitar enganos, a vista frontal do modelo prismático, que apresenta uma superfície
plana deve vir identificada pelas linhas cruzadas estreitas.

A representação completa do modelo prismático de base retangular fica como mostrada na


figura abaixo.

Figura 87: Representação completa do modelo prismático.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

59
Dizemos que a superfície é plana derivada de superfície cilíndrica quando, no processo de
execução da peça, partimos de uma matéria-prima de formato cilíndrico para obter as
faces planas, como mostra a ilustração abaixo.

Figura 88: Representação completa do modelo prismático com faces planas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

9.5. SÍMBOLO INDICATIVO DE DIÂMETRO

Na representação da peça cilíndrica em vista única é necessário transmitir a idéia da forma


da peça. Para mostrar a forma circular do perfil de peças cilíndricas, utiliza-se o símbolo
indicativo do diâmetro, que é representado como segue: Este símbolo é colocado do lado
esquerdo da cota que indica o diâmetro da peça. Observe.

Figura 89: Representação indicativa de diâmetro.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

A vista representada é a vista frontal. Nesse desenho, o sinal indicativo de diâmetro


aparece junto à cota 30. Com essa indicação, a interpretação da peça pode ser feita
normalmente.

9.6. SUPRESSÃO DE VISTA COM FORMA COMPOSTA

Vamos chamar de peças com forma composta aquelas peças que apresentam
combinações de varias formas, como por exemplo, prismática, cilíndrica, cônica, piramidal,
entre outras. As peças com forma composta também podem ser representadas com
supressão de um ou de duas vista. Veja a seguir a perspectiva de uma peça com forma
composta, ou seja, com forma prismática e cilíndrica e, ao seu lado, seu desenho técnico
em duas vistas.

60
Figura 90: Representação de supressão de vista composta.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

No desenho técnico desta peça, com vista única, todas essas informações aparecem
concentradas na vista frontal. O corte parcial ajuda a visualizar a forma e o tamanho do
furo não passante superior.

Figura 91 Representação de supressão de vista composta com corte parcial.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Abaixo você tem a representação de peças em duas vistas.

Figura 92: Representação de peças em duas vistas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

9.7. REPRESENTAÇÃO COM SUPRESSÃO DE VISTAS EM CORTE

Agora você vai estudas a representação com supressão de vistas em desenhos técnicos
em cortes. Veja, a seguir, a perspectiva em corte total de uma peça cilíndrica com espiga
e furo passante redondo e, ao lado, duas vista ortogonais.

61
Figura 93: Representação com supressão de vista em corte.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Essa peça em corte também pode ser representada com vista única. Veja.

Figura 94: Representação de supressão de vista em corte.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

9.8. REPRESENTAÇÃO COM SUPRESSÃO DE VISTAS EM MEIO CORTE


A peça cilíndrica, a seguir, é simétrica longitudinal e transversal

Figura 95: Representação de supressão de vista em meio corte.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Não há necessidade de representar a vista superior, pois ela é semelhante à vista frontal.
A vista frontal, representada em meio corte, mostra a aparência extrema e os elementos
internos da peça. A vista lateral esquerda mostra a forma circulara da peça e das espigas.

9.9. SUPRESSÃO DE VISTAS EM PEÇAS COM VISTAS PARCIAIS

62
Figura 96: Representação de supressão de vista em peças parciais.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Essa peça pode ser representada de várias maneiras, no desenho técnico. A forma de
cotagem varia em cada caso. Analise cada uma das possibilidades a seguir.

Figura 93: Diferentes formas de desenho técnico.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

63
CAPÍTULO X

10. DESENHO EM CORTE

Corte significa divisão, separação. Em desenho técnico, o corte de uma peça é sempre
imaginário. Ele permite ver as partes internas das peças.

Figura 94: Diferentes formas de desenho técnico.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

10.1. HACHURAS
Na projeção em corte, a superfície imaginária cortada é preenchida com hachuras.

Figura 95: Exemplo de hachuras.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Hachuras são linhas estreitas que, além de representarem a superfície imaginada cortada,
mostram também o tipo de materiais.

Figura 96: Várias formas de hachuras.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

O hachurado é traçado com inclinação de 45 graus.

Figura 97: Representação do hachurado.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

64
Para desenhar uma projeção em corte, é necessário indicar antes onde a peça será
imaginada cortada. Essa indicação é feita por meio de setas e letras que mostram a
posição do observador.

Figura 98: Representação da posição do observador.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Corte na vista frontal.

Figura 99: Representação de corte na vista frontal.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Corte na vista superior

Figura 100: Representação de corte na vista superior.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

65
Corte na vista lateral esquerda

Figura 101: Representação de corte na vista lateral esquerda.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Observações:

• A expressão AA é colocada embaixo da vista hachura.


• As vistas não atingidas pelo corte permanecem em todas as linhas.
• Nas vistas hachuras, as tracejadas podem ser omitidas, desde que isso não dificulte
a leitura do desenho.

10.2. MAIS DE UM CORTE NO DESENHO TÉCNICO

Até aqui foi vista a representação de um só corte na mesma peça. Mas, às vezes, um só
corte não mostra todos os elementos internos da peça. Nesses casos é necessário
representar mais de um corte na mesma peça.

Figura 102: Representação de mais de um corte no desenho.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

66
Exemplo de desenho em corte cotado.

Figura 103: Desenho em corte cotado.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

10.3. MEIO-CORTE

O meio-corte é empregado no desenho de peças simétricas no qual aparece somente


meia-vista em corte. O meio-corte apresenta a vantagem de indicar, em uma só vista, as
partes interna e externa da peça.

Figura 104: Representação de desenho em meio-corte.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Em peças com a linha de simetria vertical, o meio-corte é representado à direita da linha de


simetria, de acordo com a NBR10067. Na projeção da peça com aplicação de meio-corte,
as linhas tracejadas devem ser omitidas na parte não cortada.

Figura 105: Representação de desenho em meio corte com linhas omitidas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

67
10.4. MEIO-CORTE EM VISTA ÚNICA

Em peças com linha de simetria horizontal, o meio-corte é representado na parte inferior da


linha de simetria.

Figura 106: Representação de desenho meio-corte em vista única.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Duas representações em meio-corte no mesmo desenho.

Figura 107: Duas representações de meio-corte no mesmo desenho.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

10.5. REPRESENTAÇÃO SIMPLIFICADA DE VISTAS DE PEÇAS SIMÉTRICAS

Nem sempre é necessário desenhar as peças simétricas de modo completo. A peça é


representada por uma parte do todo, e as linhas da simetria são identificadas com dois
traços curtos paralelos perpendicularmente às suas extremidades.

68
Figura 108: Representação simplificada de vistas de peças simétricas.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Outro processo consiste em traçar as linhas da peça um pouco além da linha de simetria.

Figura 109: Linhas traçadas além da linha simétrica.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
.

69
10.6. MEIA-VISTA

Para economia do espaço, desenha-se apenas a metade da vista simétrica.

Figura 110: Representação de desenho em meia vista.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

70
CAPÍTULO XI

11. PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Perspectiva é a maneira de representar objetos de acordo com a sua posição, forma e


tamanho.

Figura 111: Representação de desenho em perspectiva isométrica.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Existem vários tipos de perspectivas. Neste momento estudaremos apenas a perspectiva


isométrica. A perspectiva isométrica mantém as mesmas medidas de comprimento, largura
e altura do objeto. Para estudar as perspectivas isométricas é necessário conhecer ângulo
e amaneira como ele é representado.

Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas com a mesma origem.

Figura 112: Representação de um ângulo.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

O grau é cada uma das 360 partes em que a circunferência é dividida.

Figura 113: Representação da divisão da circunferência em graus.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

71
A medida em graus é indicada por um numeral seguido por um símbolo de grau. Veja
alguns exemplos.

Figura 114: Representação de medidas em graus.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Nos desenhos em perspectivas isométricas, os três eixos isométricos formam entre si


ângulos de 120º. Os eixos oblíquos formam com a horizontal um ângulo de 30º.

Figura 115: Representação de eixos oblíquos.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

As linhas paralelas a um eixo isométrico são chamadas de linhas isométricas.

Figura 116: Representação de linhas paralelas a um eixo isométrico.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
.

11.1. TRAÇADOS DA PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DO PRISMA

72
O prisma é usado como base para o traçado da perspectiva isométrica de qualquer
modelo. No inicio, até se adquirir firmeza, o traçado deve ser feito sobre um papel
reticulado. Veja abaixo uma amostra de reticulado.

Figura 117: Exemplo de papel reticulado.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Em primeiro lugar traçam-se eixos isométricos.

Figura 118: Traçados de eixos isométricos.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Em seguida, marca-se nesses eixos as medidas de comprimento, largura e altura do


prisma.

Figura 119: Traçados de eixos e medidas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Após isso, traça-se a face de frente do prisma, tornando-se como referência as medidas do
comprimento e da altura, marcadas nos eixos isométricos.

Figura 120: Traçados de eixos e medidas I.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Depois traça-se a parte de cima do prisma tomando como referência as medidas do


comprimento e da altura, marcadas nos eixos isométricos.
73
Figura 121: Traçados de eixos e medidas II.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Em seguida, traça-se a face do lado do prisma tomando como referência as medidas da


largura e da altura marcada nos eixos isométricos.

Figura 122: Traçados de eixos e medidas III.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

E por último, para finalizar o traçado da perspectiva isométrica, apagam-se as linhas de


construção e reforça-se o contorno do modelo.

Figura 123: Finalização do traçado.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Traçado de perspectiva isométrica com detalhe paralelo.

Figura 124: Traçados de eixos e medidas com detalhe paralelo.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Traçado de perspectiva isométrica com detalhes oblíquos

74
Figura 125: Traçados de perspectiva com detalhes oblíquos.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

As linhas que não são paralelas aos eixos isométricos são chamadas de linhas não
isométricas.

Figura 126: Exemplo de linhas não isométricas.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Traçado de perspectiva isométrica com elementos arredondados.

Figura 127: Traçados de perspectiva isométricos com elementos arredondados.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Traçado de perspectiva isométrica de círculo. O círculo em perspectiva tem sempre a


forma de elipse.

75
Figura 128: Traçados de perspectiva isométrica de círculo.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Para representar a perspectiva isométrica do círculo, é necessário traçar antes um


quadrado auxiliar em perspectiva, na posição em que o círculo deve ser desenhado.

Figura 129: Posição em que o círculo deve ser traçado.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.
1

Traçado de perspectiva isométrica do cilindro.

Figura 130: Representação da perspectiva isométrica do cilindro.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Traçado de perspectiva isométrica do cone.

76
Figura 131: Representação da perspectiva isométrica do cone.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

Outros exemplos do traçado da perspectiva isométrica.

Figura 132: Outros traçados simétricos.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP.

77
CAPÍTULO XII

12. TOLERÂNCIA DIMENSIONAL GEOMÉTRICA

Tolerância é o valor da variação permitida na dimensão de uma peça. Em termos práticos


é a diferença tolerada entre as dimensões máxima e mínima de uma dimensão nominal.

Figura 134: Exemplo de tolerância dimensional e geométrica.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES

A tolerância é aplicada na execução de peças em série e possibilita a intercambiabilidade


delas.

12.1. CONCEITOS NA APLICAÇÃO DE MEDIDAS COM TOLERÂNCIA

Medida nominal: é a medida representada no desenho.

Medida com tolerância: é a medida com afastamento para mais ou para menos da medida
nominal.

Medida efetiva: é a medida real da peça fabricada.

Ex. 30,024
Dimensão máxima: é a medida máxima permitida.

78
30,2

Dimensão mínima: é a medida mínima permitida.


29,9

Afastamento superior: é a diferença entre a dimensão máxima permitida e a medida


nominal.
30,2 - 30 = 0,2

Afastamento inferior: é a diferença entre a dimensão mínima permitida e a medida nominal.


29,9 - 30 = -0,1

Campo de tolerância: é a diferença entre a medida máxima e a medida mínima permitida.


30,2 - 29,9 = 0,3

12.2. INDICAÇÕES DE TOLERÂNCIA

Afastamentos, indicados junto das cotas nominais

Figura 134: Indicações de tolerância.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES

Afastamentos gerais, indicados abaixo do desenho.

Figura 135: Exemplo de afastamento.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES

As tolerâncias podem ser representadas por afastamentos ou pela norma ISO adotadas
pela ABNT.

79
Figura 136: Exemplo de afastamento segundo a norma da ABNT.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES

12.3. TOLERÂNCIA ISO (International Organization for Standardization)

O sistema de tolerância ISO adotado pela ABNT, conhecido como sistema internacional de
tolerância, consiste numa série de princípios, regras e tabelas que permitem a escolha
racional de tolerâncias na produção de peças. A unidade de medida para tolerância ISO é
o micrômetro (µm = 0,001mm).
A tolerância ISO é representada normalmente por uma letra e um numeral colocados à
direita da cota. A letra indica a posição do campo de tolerância e o numeral, a qualidade
de trabalho.

Figura 137: Exemplo tolerância segundo a ISO.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES

12.4. CAMPO DE TOLERÂNCIA

É o conjunto dos valores compreendidos entre as dimensões máximas e mínimas. O


sistema ISO prevê 28 campos representados por letras, sendo as maiúsculas para furos e
as minúsculas para eixos:

FUROS

A, B, C, CD, D, E, EF, F, FG, G, H, J, JS, K, M, N, P, R, S, T, U,V, X, Y, Z, ZA, ZB, ZC

EIXOS

a, b, c, cd, d, e, ef, f, fg, g, h, j, js, k, m, n, p, r, s, t, u, v, x, y,z, za, zb, zc

80
12.5. QUALIDADE DE TRABALHO

A qualidade de trabalho (grau de tolerância e acabamento das peças) varia de acordo com
a função que as peças desempenham nos conjuntos.

O sistema ISO estabelece dezoito qualidades de trabalho, que podem ser adaptadas a
qualquer tipo de produção mecânica

12.6. GRUPOS DE DIMENSÕES

O sistema de tolerância ISO foi criado para produção de peças intercambiáveis com
dimensões compreendidas entre 1 e 500mm. Para simplificar o sistema e facilitar sua
utilização, esses valores foram reunidos em treze grupos de dimensões em milímetros.

Tabela 7: Grupos de dimensões em milímetros

81
CAPÍTULO XIII

13. CONJUNTOS MECÂNICOS

Um conjunto mecânico é uma reunião de peças justapostas com a finalidade de executar


uma determinada função.

13.1. REPRESENTAÇÕES DE DESENHO PARA EXECUÇÃO

O desenho para execução é o desenho definitivo, que faz parte da solução final do projeto.
A descrição técnica para a produção de uma máquina ou estrutura é dada por um conjunto
de desenhos, no qual estão especificadas claramente todas as informações necessárias à
execução dessa máquina ou estrutura.

A descrição fornecida pelo conjunto de desenhos deve incluir:

• A representação gráfica completa da forma de cada peça (descrição da forma);


• As dimensões de cada peça (descrição do tamanho);
• Notas explicativas gerais e específicas sobre cada desenho, fornecendo as
especificações de material, tratamento térmico, tipo de acabamento etc;
• Uma legenda descritiva em cada desenho;
• Uma descrição das relações de cada parte ou peça com as demais (montagem);
• Uma relação ou lista de materiais.

13.2. DESENHO DE CONJUNTO

Desenho de conjunto é o desenho da máquina, dispositivos ou estrutura, com suas partes


montadas. As peças são representadas nas mesmas posições que ocupam no conjunto
mecânico.

Neste momento, o primeiro conjunto que vamos estudar, para interpretar desenhos para
execução de conjunto mecânico, é o grampo fixo.

82
Figura 138: Exemplo de grampo fixo.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP

O grampo fixo é uma ferramenta utilizada para fixar peças temporariamente.

As peças a serem fixadas ficam no espaço “a” (ver na figura). Esse espaço pode ser
reduzido ou ampliado, de acordo com o movimento rotativo do manípulo (peça nº 4) que
aciona o parafuso (peça nº 3) e o encosto móvel (peça nº 2).

Quando o espaço “a” é reduzido, ele fixa a peça e quando aumenta, solta a peça.

O desenho de conjunto é representado, normalmente, em vistas ortográficas. Cada uma


das peças que compõem o conjunto é identificada por um numeral.

O algarismo do número deve ser escrito em tamanho facilmente visível. Observe esse
sistema de numeração na representação ortográfica do grampo fixo.

Os desenhos de conjunto são representados, de preferência, em corte, como A U L A.


Assim, fica mais clara a representação e a interpretação das peças.

Figura 139: Representação de uma peça.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP

O desenho de conjunto, para montagem, pode ser representado em perspectiva


isométrica, como mostra a ilustração seguinte.

83
Figura 140: Exemplo de desenho.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP

Por meio dessa perspectiva você tem a idéia de como o conjunto será montado. Outra
maneira de representar o conjunto é através do desenho de perspectiva não montada. As
peças são desenhadas separadas, mas permanece clara a relação que elas mantêm entre
si. Esse tipo de representação é também chamado perspectiva explodida.

13.3. INTERPRETAÇÃO DA LEGENDA

Veja, a seguir, o conjunto do grampo fixo desenhado numa folha de papel normalizada.

No desenho para execução, a legenda é muito importante. A legenda fornece informações


indispensáveis para a execução do conjunto mecânico.

A legenda é constituída de duas partes: rótulo e lista de peças. A disposição e o número de


informações da legenda podem variar.

Geralmente, as empresas criam suas próprias legendas de acordo com suas


necessidades. A NBR 10 068/1987 normaliza apenas o comprimento da legenda.

Observe a figura 141, na página seguinte, como dever ser uma legenda.

84
Figura 141: Exemplo de legenda.
Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP

É fácil interpretar a legenda do desenho de conjunto. Basta ler as informações que o rótulo
e a lista de peças contêm. Para facilitar a leitura do rótulo e da lista de peças, vamos
analisá-los separadamente. Vamos começar pelo rótulo.

Figura 142: Exemplo de rótulo.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI SP

As informações mais importantes do rótulo são:

• Nome do conjunto mecânico: grampo fixo.


• Tipo de desenho: conjunto (a indicação do tipo de desenho é sempre feita entre
parênteses).
• Escala do desenho: 1:1 (natural).
• Símbolo indicativo de diedro: 1º diedro.

85
• Unidade de medida: milímetro.

Outras informações que podem ser encontradas no rótulo do desenho de montagem são:

• Número do desenho (correspondente ao lugar que ele deve ocupar no arquivo).


• Nome da instituição responsável pelo desenho.
• Assinaturas dos responsáveis pelo desenho.
• Data da sua execução.

Tabela 8: Lista de peças

Todas as informações da lista de peças são importantes. A lista de peças informa:

• A quantidade de peças que formam o conjunto.


• A identificação numeral de cada peça. A denominação de cada peça.
• A quantidade de cada peça no conjunto.
• Os materiais usados na fabricação das peças.
• As dimensões dos materiais de cada peça.

Agora, acompanhe a interpretação da lista de peças do grampo fixo. O grampo fixo é


composto de cinco peças.
Os nomes das peças que compõem o grampo fixo são: corpo, encosto móvel, parafuso,
manípulo e cabeça. Para montagem do grampo fixo são necessárias duas cabeças e uma
unidade de cada uma das outras peças.

Todas as peças são fabricadas com aço ABNT 1010-1020. Esse tipo de aço é padronizado
pela ABNT. Os dois primeiros algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam o material a
ser usado, que nesse caso é o aço-carbono.

Os dois últimos algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam a porcentagem de carbono
existente no aço. Nesse exemplo, a porcentagem de carbono pode variar entre 0,10 e
0,20%.
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Todas as peças do grampo fixo são fabricadas com o mesmo tipo de aço. Mas, as seções
e as medidas do material de fabricação são variáveis.

O que indica as variações das seções são os símbolos:

Observe, na listas de peças, as indicações das seções:

As seções do aço do corpo são retangulares.


As seções dos aços do parafuso, do manípulo e das cabeças são circulares.

Já o símbolo # indica que o material de fabricação é chapa. O símbolo # acompanhado de


um numeral indica a bitola da chapa.

O encosto móvel é fabricado com aço 1010-1020 e bitola 16. A espessura da chapa #16
corresponde a 1,52 mm.

87
CAPÍTULO XIV

14. SÍMBOLOS, INSCRITOS E INTERPRETAÇÕES DE DESENHO

Este é um resumo da norma proposta pela ABNT. As tolerâncias de forma e posição


podem ser adicionadas às tolerâncias de dimensões para assegurar melhor função e
intercambiabilidade das peças.

As tolerâncias de forma limitam os afastamentos de um dado elemento em relação à sua


forma geométrica ideal.

As tolerâncias de posição limitam os afastamentos da posição mútua de dois ou mais


elementos por razões funcionais ou para assegurar uma interpretação inequívoca.
Geralmente um deles é usado como referência para a indicação das tolerâncias. Se for
necessário, pode ser tomada mais de uma referência.

O elemento de referência deve ser suficientemente exato e, quando necessário, indica-se


também uma tolerância de forma.

As tolerâncias estão relacionadas à dimensão total dos elementos, a não ser no caso de
exceções, indicadas no desenho (por exemplo: 0,02/100 significa que a tolerância de
0,02mm é aplicada numa extensão de 100 mm de comprimento, medida em posição
conveniente no elemento controlado). Se a indicação ou o triângulo de referência devem
ser colocados sobre a linha de cota.

Figura 143: Exemplo tolerância segundo a ISO.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES

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Caso a identificação esteja relacionada como uma superfície ou linha de contorno, a seta
de identificação ou o triângulo de referência não devem ser colocados sobre a linha de
cota.

Observe a seguir as representações convencionais.

Figura 143: Exemplo tolerância segundo a ISO.


Disponível em: Banco de Recursos de Dados SENAI DN/SENAI ES

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REFERÊNCIAS

Leitura e interpretação de desenho técnico mecânico. Disponível em:


<http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS Didáticos SENAI DN. Departamento
SENAI/PR. Acesso em: 02/03/2012.

Material de desenho. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS


Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/PR. Acesso em: 02/03/2012.

Caligrafia técnica e cores. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS


Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/PR. Acesso em: 02/03/212.

Cotagem. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS Didáticos SENAI


DN. Departamento SENAI/PR. Acesso em: 02/03/2012.

Escalas. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS Didáticos SENAI


DN. Departamento SENAI/PR. Acesso em: 02/03/2012.

Normas técnicas e padronização de desenho. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco


de RECURSOS Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/ES. Acesso em: 02/03/2012.

Simbologia de desenho mecânico. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de


RECURSOS Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/ES. Acesso em: 02/03/2012.

Construção geométrica. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS


Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/ES. Acesso em: 02/03/2012.

Supressão de vista. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS


Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 02/03/2012.

Desenho em corte. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS Didáticos


SENAI DN. Departamento SENAI/PR. Acesso em: 02/03/2012.

Perspectiva isométrica. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS


Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/PR. Acesso em: 02/03/2012.

90
Material de Desenho. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS
Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 02/03/2012.

Tolerância dimensional e geométrica. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de


RECURSOS Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/ES. Acesso em: 02/03/2012.

Conjuntos mecânicos. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de RECURSOS


Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 002/03/2012.

Símbolos inscritos e interpretação de desenhos. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>.


Banco de RECURSOS Didáticos SENAI DN. Departamento SENAI/ES. Acesso em:
02/03/2012.

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