História Da Ressonância
História Da Ressonância
O resultado dessa experiência foram duas manchas de depósito de prata sobre o alvo,
indicando que o feixe se dividirá em dois durante o percurso. Isso indicou que os átomos de prata do
feixe ainda tinham um grau de liberdade de momento angular, mas que não era o momento angular
orbital dos elétrons no átomo, mas sim momentos angulares intrínsecos destas partículas. A esse
”momento angular intrínseco ” deu-se o nome de spin (significando giro em português).
Em 1924, Wolfang Pauli postulou que os núcleos comportar-se-iam como minúsculos imãs.
Mais tarde, experiências similares, porém mais sofisticadas, aos do Stern Gerlach determinaram
momentos magnéticos de várias espécies.
Nos anos de 1945 a 1946 duas equipes, uma de Bloch e seus colaboradores na Universidade
de Stanford, e outra de Purcell e colaboradores na Universidade de Harvad procurando aprimorar a
medida de momentos magnéticos nucelares observam sinais de absorção de radiofrequência dos
núcleos de H1 na água e na parafina, respectivamente, pelo que os dois grupos foram agraciados com
o prêmio Nobel de Física em 1952.
Quando Parckard e outros assistentes de Bloch substituíram a água por etanol, em 1950 e
1951, e notaram que havia três sinais e não somente um sinal ficaram decepcionados. Entretanto,
esse aparente fracasso veio a indicar alguns dos aspectos mais poderosos da técnica: a múltipla
capacidade de identificar a estrutura pela análise de parâmetros originados de acoplamentos mútuos
de grupos de núcleos interagentes. Pouco tempo depois, em 1963, já eram produzidos os primeiros
espectrômetros de RMN no mercado, já com um elevado resolução e grande sensibilidade.
Tecnologia em Ressonância
O procedimento do diagnóstico sem stress que tem sido aplicado desde o início dos anos 80
trabalha com campos magnéticos fortes e impulso curtos de rádio. Ele é baseado no chamado efeito
nuclear. Este tempo descreve a propriedade de um núcleo anatômico para ligar o seu próprio eixo
como um pião, transformando-o em um pequeno ímã. O núcleo anatômico de hidrogênio que é
apresentado no corpo em grande número se comporta exatamente da mesma forma.
Os sinais recebidos servem como base para gerar imagens de dentro do corpo com a ajuda de
processos de computador como os desenvolvidos para radiografia e tomografia. Os tecidos aparecem
na tela em diferentes níveis de iluminação. Os tecidos que são ricos em água são bastante brilhosos,
tecidos com pouca água são escuros. Os ossos quase não são vistos enquanto tecidos como os
músculos, ligamentos, tendões e órgãos podem ser reconhecidos claramente em tons de cinza. As
imagens por RM, contudo, são obtidas de modo não invasivo, têm extraordinária resolução espacial,
não empregam radiação ionizante e se baseiam na resposta específica do próton de hidrogênio, de
absorver e refletir energia contida em ondas.
Em 3 de julho de 1977, ocorreu algo que mudaria o cenário da medicina moderna, mal tenha
sido notado fora da comunidade de pesquisas médicas: foi feito o primeiro exame de ressonância
magnética em um ser humano.
Foram necessárias quase cinco horas para produzir uma imagem. E se compararmos com
outros padrões, as imagens eram bem feias. Dr. Raymond Damadian, médico e cientista, e seus
colegas Dr. Larry Minkoff e Dr. Michael Goldsmith trabalharam durante sete longos anos para chegar a
esse ponto. Eles chamaram a primeira máquina de “Indomável”, numa forma de captar o espírito de
sua luta para fazer o que todos diziam ser impossível.
Agora, essa máquina se encontra na Smithosonian Intitution( Instituto Smithsonian). Até 1982,
havia poucos aparelhos de ressonância magnética nos EUA. Hoje, há milhares. Hoje podemos gerar
em segundos as mesmas imagens que levavam horas antigamente.
A tecnologia deste exame é bastante complicada e nem todos os compreendem bem. Você vai
aprender como funciona uma dessas grandes e barulhentas máquinas de ressonância magnética. O
que acontece com o seu corpo enquanto você está na máquina? O que você pode ver com ela e por
que tem de ficar tão imóvel durante o exame?
Vale lembrar que a RM não utiliza qualquer tipo de radiação ionizante, não há partes móveis
dentro do portal, ou seja, não existem componentes que giram ao redor do paciente. E por fim, a
imagem é obtida através de uma sequência de ações onde o corpo humano participa ativamente, ao
contrário da forma passiva de atenuação dos raios X.
Se você já viu um aparelho de ressonância magnética, deve saber que o designe básico da
maioria deles é quase um cubo gigante. O cubo de um aparelho comum deve 2 m de altura x 2m de
largura x 3m de comprimento, embora os modelos mais novos estejam ficando cada vez menores. Há
um tubo horizontal (imã) da parte dianteira até a traseira. Esse tubo é uma espécie de vão do
magneto. O paciente, deitado de costas, desliza para dentro do vão por meio de uma mesa especial.
O que vai determinar se o paciente vai entrar com a cabeça ou com os pés, ou até onde o magneto
irá, é o tipo de exame que será realizado. Embora os aparelhos venham em tamanhos e formatos
diferentes, e os novos modelos possam ter uma certa abertura nas laterais, o design básico é o
mesmo. Assim que a parte do corpo que deve ser examinada atinge o centro exato ou isocentro do
campo magnético, o exame começa.
INTENSIDADE MAGNÉTICA
Para entender como o aparelho de tomografia por ressonância magnética funciona, vamos
começar pela palavra “magnética”. O maior e mais importante componente em um sistema de
ressonância é o magneto. O magneto de um sistema de ressonância magnética é classificado por uma
unidade de medida conhecida como tesla. Outra unidade normalmente usada com magnetos é o
Gauss (1 tesla = 10 mil Gauss). Os magnetos utilizados nos sistemas de ressonância magnética
atualmente estão dentro da faixa de 0,5 a 2 tesla, ou de 5 mil a 20 mil Gauss. Os magnetos muito
maiores (até 60 teslas) sendo utilizados em pesquisas. Comparado com o campo magnético de 0,5
Gauss da Terra, dá para ver a força desses magnetos.
❖ Magneto
❖ Bobinas de radiofrequência
❖ Bobinas de Gradiente
❖ Suporte eletrônico
❖ Computador e console.
MAGNETO
MAGNETOS RESISTIVOS
MAGNETOS PERMANENTES
Os custos elevados de operação associados aos outros tipos de magnetos, a energia elétrica e o
criogênio para refrigeração, não existem no magneto permanente. Determinados materiais na
natureza podem adquirir propriedades magnéticas permanentes. Um exemplo de magneto
permanente são aqueles ímãs de geladeira. Para uso na ressonância magnética, determinados
magnetos permanentes podem ser construídos em grandes tamanhos e obter-se desta forma,
intensidades de campo de até 0,3 tesla. Alguns equipamentos de ressonância magnética são
construídos com formas de placas paralelas, sustentadas por quatro pilares, onde se empregam os
magnetos permanentes. Este tipo de equipamento é conhecido popularmente como ressonância
aberta.
MAGNETOS SUPERCONDUTORES
O sistema antigo não podia lidar com pessoas com mais de 134 kg. Mas o novo vai
acomodar pacientes que tenham até 181 kg! Cada vez mais, esses aparelhos vão se adaptando às
necessidades dos pacientes.
BOBINAS DE GRADIENTE
Bobinas de Gradiente
São como magnetos auxiliares só que com menor potência que o principal e não refrigeradas
pelo sistema de criogênia (Hélio). Tem potência para provocar variações lineares no campo
magnético, possibilitando a localização espacial do sinal de RM.
Falhas nas bobinas de gradiente ou nos amplificadores gradientes podem ocasionar distorções
geométricas na imagem em ressonância magnética.
Há três bobinas gradientes situadas no corpo do magneto, sendo elas designadas de acordo
com o eixo segundo o qual agem ao ser colocadas em ação.
Codificação de Fase
Esta informação deve ser agora traduzida em termos de imagem, o que ocorre através do
armazenamento de informações no processador do sistema de computação que dispõe do chamado
espaço K. O espaço K é o domínio da frequência espacial, isto é, parte do sistema que armazena
informações sobre a frequência de um sinal e de que parte do paciente ela se origina.
O espaço K tem uma forma retangular e tem eixos retangulares entre si, que representam o eixo
de fase (formado por várias linhas horizontais) e o eixo de frequência (formado por linhas verticais).
Todas as vezes que é feita uma codificação de frequência, ou de fase, são colhidos dados que devem
ser armazenados nas linhas do espaço K e estes dados produzirão uma imagem do paciente.
Na realidade, o espaço K funciona como uma fonte de armazenamento de dados até que uma
aquisição completa termine; o que ocorre quando todas as linhas do espaço K estão preenchidas.
Para uma determinada aquisição, o número de linhas do espaço K que são preenchidas, é
determinado pelo número de diferentes inclinações de codificação da fase que são aplicadas: uma vez
preenchidas todas as linhas do espaço K selecionado, a aquisição de dados está completa, aquela
parte do exame está terminada e os dados mantidos no espaço K são convertidos em imagens
através de equação de Fourier que é um processo puramente matemático.
Matriz
A unidade base de uma imagem digital é o pixel. O pixel, portanto, é apresentado em duas
dimensões e representa também a unidade de superfície de um determinado tecido do paciente. O
voxel representa um volume unitário de tecido do paciente e é determinado pela área unitária de
superfície (pixel) multiplicada pela espessura do corte. A área do pixel é determinada pelo tamanho do
campo de visão e pelo número de pixels no campo de visão ou matriz. O campo de visão relaciona-se
à extensão da anatomia coberta e ele pode ser quadrado ou retangular.
Bobinas de Radiofrequência
Um outro grupo é o das quadraturas, que recebem e emitem RF e são utilizadas para se obter
sinal por toda a volta do órgão em questão: são as Head Coil, Neck Quad, Body Coil e Knee.
Existem também as de arranjo de fase, que permitem simular uma quadratura. São elas: Torso
e Body Upper Around. As bobinas de arranjo de fase são compostas por múltiplas pequenas bobinas
(ou elementos) cada uma com um circuito próprio de detecção, que se sobrepõem e irão envolver a
anatomia de interesse.
E por fim a Endocavitária, utilizada para pequenas regiões e que só recebe RF. É utilizada para
exames de próstata. Para prolongamento ou extensão, utilizamos filtro; e para marcar posição ou
localização de estruturas, colocamos marcadores.
Bobina de mama
Bobina de Ombro
Bobina de Pulso
Bobina de Pulso
Não há riscos biológicos conhecidos para quem é exposto a campos magnéticos utilizados na
medicina hoje em dia. Mas a maior parte das clínicas e hospitais prefere não fazer exames em
mulheres grávidas. Isto se deve ao fato de que não foram feitas muitas pesquisas sobre os efeitos
biológicos em fetos em desenvolvimento. O primeiro trimestre de uma gravidez é o mais crítico por ser
o momento em que a reprodução e divisão celular ocorrem com maior rapidez. Mas a decisão de fazer
ou não fazer o exame em mulheres grávidas é tomada em cada caso com uma conversa entre o
radiologista e o obstetra da paciente.
O benefício de realizar o exame deve ser maior do que o risco para a mãe e para o feto, por
menor que ele seja. Mas as técnicas que estão grávidas e trabalham com aparelhos de ressonância
magnética podem continuar a trabalhar quase que normalmente.
A estrutura do átomo
Da estrutura básica do átomo, é sabido que uma nuvem de elétrons (partículas negativamente
carregadas) orbita em torno de uma massa nuclear, formada de prótons (positivamente carregados) e
nêutrons (eletricamente neutros).
Diferentemente das imagens de Raios-X, relacionadas com elétrons orbitais, o sinal da RNM
surge a partir do centro do átomo, ou núcleo. Embora as propriedades químicas de um átomo
dependam da estrutura de seus elétrons, as propriedades físicas dependem largamente do seu
núcleo, que é responsável por quase a totalidade da massa do átomo. Embora prótons nucleares e
elétrons orbitais possuam cargas opostas e de mesma intensidade, a fim de manter neutralidade
elétrica do átomo, o número de prótons e nêutrons é frequentemente desigual.
Esse principio de desigualdade no núcleo do átomo invoca uma definição em física, chamada de
"momento angular" do núcleo. Se um núcleo contém desigual número de prótons e nêutrons, então,
ele possui um momento angular ou uma resultante angular. Se não existe desigualdade entre o
número de prótons e nêutrons, o momento é zero. Qualquer outra combinação terá uma resultante
diferente de zero.
Somente aqueles átomos que possuem número impar de prótons e/ou nêutrons serão capazes
de produzir um sinal em RNM. Embora uma variedade de mais de 300 diferentes tipos de núcleos
possuam momento angular, apenas um seleto grupo tem utilidade em medicina. Dentre esses:
Hidrogênio, Carbono, Sódio, Fósforo, Flúor.
Na atualidade, sabe-se que os elementos químicos são distribuídos em nosso corpo nas
seguintes porcentagens:
✓ Oxigênio (O) – 65% - constituinte da água e das moléculas orgânicas (que contem carbono e
hidrogênio, produzidos por um sistema vivo). E necessário para a respiração celular, que produz
trifosfato de adenosina (ATP), uma substancia química muito rica em energia.
✓ Cálcio (Ca) – 1,5% - contribui para a rigidez de ossos e dentes; necessário para muitos
processos corporais, por exemplo, coagulação sanguínea e contração muscular. Ele fica na
membrana e “decide” o que entra nos ossos e o que sai deles. Encontrado no queijo, leite, iogurte,
vegetais verdes folhosos e peixe.
✓ Fósforo (P) – 1,0% - é o guardião dos genes e forma a proteína que estoca energia no corpo.
Componente de muitas proteínas, ácidos nucleicos e trifosfato de adenosina (ATP), necessário para a
estrutura normal de ossos, dentes e produção de energia. Encontrado em laticínios, peixes, carnes
vermelhas e cereais integrais.
✓ Potássio (K) – 0,4% - Na forma de cátion (K+) mais abundante dentro das células; importante
na condução de impulsos nervosos e na contração muscular. Sua falta ou excesso pode fazer o
coração parar. Encontrado nas frutas e vegetais frescos, especialmente banana, couve, batata e pão
integral.
✓ Enxofre (S) – 0,3% - elimina metais pesados, como mercúrio ou chumbo, altamente
prejudiciais ao organismo. Componente de muitas proteínas.
✓ Cloro (Cl) – 0,2% - o do contra. Neutraliza as cargas positivas dos fluidos, que sempre devem
ser neutros. É o ânion mais abundante (partícula negativamente carregada, Cl–) fora das células.
✓ Sódio (Na) – 0,2% - é o controlador das águas mantendo o volume do sangue em circulação
no organismo. Na forma de cátion (Na+) mais abundante fora das células; essencial no sangue para
manter o equilíbrio de água; necessário para a condução de impulsos nervosos e contração muscular.
Encontrado em carnes, peixes, leguminosas (lentilha), cereais integrais e vegetais.
✓ Iodo (I) – 0,1% - controla o fluxo de energia do corpo, ligando-se aos hormônios produzidos
pela tireoide.
✓ Ferro (Fe) – 0,1% - Na forma de cátions (Fe+2 e Fe+3) são componentes da hemoglobina
(proteína carregadora do oxigênio do sangue) e de algumas enzimas necessárias para a produção de
ATP, capta oxigênio dos pulmões e carrega para o restante do corpo, através do sangue. Encontrado
em carnes, aves, músculos e leguminosas (feijão).
✓ Magnésio (Mg) – 0,1% - sem ele o ATP não poderia guardar energia na célula. Necessário
para muitas enzimas funcionarem apropriadamente. Atua na formação de anticorpos e alivio do
estresse. Encontrado nos cereais integrais, soja, legumes e frutas (maça e limão).
✓ Zinco (Zn) – 0,0025% - ele contribui para que o gás carbônico fique no estado liquido, não
permitindo a entrada de gás no sangue, o que seria fatal. Responsável também pela cicatrização e
atividade das enzimas.
✓ Cobalto (Co) – 0,0004% - componente da vitamina B 12, uma das formadoras das células
vermelhas do sangue.
✓ Cobre (Cu) – 0,0003% - não deixa você derreter, pois regula a liberação de energia, produzida
pelo nosso organismo. Produção de melanina e formação de glóbulos vermelhos do sangue.
Encontrado no fígado, cereais integrais, legumes e frutas (pera).
✓ Molibdênio (Mo) – 0,00002% - cria a boa gordura e auxilia na eliminação de radicais livres.
✓ Flúor (F) – 0, 00001% - dá boas mordidas, pois protege os dentes. Encontrado na água, frutos
do mar, peixes e chá.
✓ Cromo (Cr) – 0,000003% - “ajuda” a insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, que
metaboliza o açúcar no corpo.
✓ Selênio (Se) – inferior a 0,000003%, faz parte das enzimas destruidoras de radicais livres.
✓ Alumínio (Al), Boro (B), Estanho (Sn), Silício (Si) e Vanádio (V) – São elementos traços em
menor concentração. (Não encontrada a utilidade no corpo humano).
De todos os átomos, o Hidrogênio é o mais simples, pois ele possui apenas um próton. Ele é o
mais importante átomo para a RNM, sobretudo porque em humanos, ele corresponde a mais de dois
terços do número de átomos encontrados em nosso corpo. Além de sua abundância nos sistemas
biológicos, o hidrogênio é altamente magnético, o que o torna extremamente sensível a RNM. Outros
núcleos também podem gerar imagens em RM, mas, porém possuem imagens mais pobres
comparadas às do Hidrogênio.
O núcleo do átomo de Hidrogênio é formado por um próton, que é uma pequena partícula
positivamente carregada associada a um momento angular (ou "spin"). A situação representada leva a
formação de uma estrutura imaginária semelhante a uma barra magnética com dois pólos orientados
(norte e sul). Todos os núcleos tem essa propriedade. Pensemos nos átomos como setas apontando
em uma direção. Na ausência de um campo magnético, as setas estarão apontando aleatoriamente no
espaço.
Ressonância Do Núcleo
Cada aparelho de RM, terá, dessa forma, uma frequência característica, baseada apenas na
intensidade de seu campo magnético, já que praticamente usamos sempre o mesmo núcleo
(Hidrogênio).
No espectro eletromagnético temos radiações ionizantes de alta energia e alta frequência, que
incluem Raios-X e várias outras formas, usados para imagem médica, pois podem atravessar o
organismo. A desvantagem desse tipo de radiação está no dano que pode causar as células do corpo
por seus efeitos ionizantes. Segue-se no espectro, radiações de baixa frequência e baixa energia, que
incluem a luz visível, a luz infravermelha e a ultra violeta. São potencialmente mais seguras que as
radiações ionizantes mas não tem muita utilidade em medicina, já que o corpo humano não é
transparente a elas. Finalmente, mais baixa frequência, mais baixa energia, na variação das ondas de
rádio, por exemplo, o corpo humano uma vez mais se torna transparente e é essa janela no espectro
eletromagnético que é usada em RNM.
Para se produzir um sinal em RNM e então uma imagem, o vetor resultante, orientado de acordo
com o campo magnético aplicado, deverá ser deslocado dessa posição e induzir a formação de uma
corrente elétrica em uma bobina especialmente preparada para perceber a mudança de posição. Em
outras palavras, seria como atingir uma bola de sinuca em movimento com uma outra bola e então
registrar a mudança que ocorre na orientação da primeira. Para mudar a direção do vetor resultante de
sua orientação básica usa-se uma onda de Rádio Frequência (RF) da janela do espectro
eletromagnético. A RF deverá estar em sintonia com a frequência de ressonância do sistema.
Após cada pulso de RF aplicado, o sistema representado pelo vetor resultante inicia o que se
chama "relaxamento", retornando ao equilíbrio anterior a RF após um determinado lapso de tempo,
chamado de "tempo de relaxamento".
Primeiro, após a RF, o vetor resultante tende a perder a orientação no plano para o qual fora
desviado. Isso resulta da falta de homogeneidade do campo magnético. Essa perda natural que ocorre
com todos os aparelhos de RM é chamada de Tempo 2* de relaxamento ou T2* (leia-se tempo 2
asterisco ou tempo 2 estrela). Esse tipo de relaxamento é danoso e deve ser corrigido para que não
interfira na produção da imagem. Para isso, a cada determinado intervalo de tempo, outro pulso de RF
é aplicado e novamente os prótons tendem a alinharem-se no plano desviado. Esse tempo decorrente
chama-se de "echo time" (do inglês echo=eco; time=tempo), ou ET.
Cada próton tem seu próprio campo magnético, que começa a se desorganizar e a afetar
núcleos vizinhos em uma reação simultânea, após cada pulso de RF, transferindo energia entre si e
consequentemente saindo de fase. Essa relação próton-próton (ou spin-spin) é também chamada de
Tempo 2 de relaxamento ou simplesmente T2.
A aplicação de pulsos de RF adiciona energia ao sistema e faz com que os prótons mudem para
um estado de maior excitação ou de maior energia. O processo de dissipação dessa energia, no
ambiente magnético desses prótons, e o seu retorno ao estado de mais baixa energia, é chamado de
Tempo 1 de relaxamento ou T1. Como para se formar uma imagem em RNM vários pulsos de RF são
necessários, é imperativo que se aguarde um certo tempo de relaxamento para que o próximo pulso
de RF seja eficiente, ou seja, deve-se aguardar um determinado T1.
O mesmo processo patológico pode apresentar características de sinal diferentes por variações
relativas dos seus constituintes. Do mesmo modo, patologias diferentes podem apresentar sinais
semelhantes como por exemplo necrose e edema.
Ponderação em T1 Ponderação em T2
O Contraste da imagem em RNM é baseado nas diferenças de sinal entre distintas áreas ou
estruturas que comporão a imagem. A RNM tem um contraste superior a Tomografia
Computadorizada (TC) na resolução de tecidos ou partes moles. Na TC, a atenuação de Raios-X pelo
paciente é a maior fonte de contraste. Desta forma, a quantidade de atenuação reflete a densidade do
elétron do paciente. Por outro lado, o contraste em RNM é o resultado da interação de diferentes
fatores, incluindo a densidade dos prótons, T1, T2, a susceptibilidade magnética e o fluxo dos líquidos
corporais.
T1 e T2 oferecem contraste em RM definitivamente superior à TC. Isso ocorre porque muitas
substâncias com similar densidade de prótons e elétrons resultarão em diferentes sinais na RM devido
a diferentes tempos de relaxamento em T1 e T2.
Como qualquer método de imagem em medicina, também para a ressonância magnética foi
desenvolvido um meio de contraste que pudesse realçar as lesões, não os tecidos normais, que
facilitasse sua localização, características e diagnóstico diferencial. O meio de contraste utilizado na
ressonância magnética é o gadolínio. A água no corpo, como aquela
encontrada nos tumores e processos inflamatórios, tem uma rotação muito
mais rápida que a frequência de Larmur, provocando um relaxamento
ineficiente que é demonstrado por longos tempos de relaxamento T1 e T2,
aparecendo nas imagens por RM como áreas hipointensas e hiperintensas,
respectivamente.
Após a magnetização longitudinal ter mudado sua orientação e assumido uma posição de plano
transversal, tem-se um pulso de 90º se a excitação for suficiente para desviar a magnetização
longitudinal em 90º, ou uma magnetização parcial no plano transversal se a excitação desviar a
magnetização longitudinal em 45º.
Com o pulso de 90º, tem-se um sinal máximo, e no pulso de 45º, sua amplitude é menor. No
entanto, nas duas situações, suas amplitudes vão decrescendo com o tempo; no retorno à condição
de equilíbrio, os átomos de hidrogênio liberam energia na recuperação da magnetização longitudinal.
Relaxação longitudinal T1
• Gordura;
• Líquidos proteinógenos;
• Sangue subagudo.
• Edema;
• Inflamação
• Liquido cerebroespinhal.
Relaxação transversal em T2
Ocorre com o decaimento da magnetização no plano transverso em até 37% do seu valor
original. É o processo de declínio, resultado da troca de energia entre núcleos vizinhos que interagem
em seus campos magnéticos, gerando perda da magnetização transversal.
• Líquidos • Edemas;
• Líquido cerebroespinhal; • Inflamações
• Neoplasia
Apresentam Hipossinal (escuras):
A inversão da recuperação não deve ser tratada como uma sequência de pulso específica, mas
sim como um módulo que pode ser adicionado a frente de qualquer sequência de pulso. O objetivo
deste módulo é o de preparar a magnetização longitudinal para que se consiga, com o início da
sequência de pulso e coleta do sinal, o contraste desejado na imagem ou a anulação do sinal de um
determinado tecido.
➢ STIR – permite que possamos anular o sinal da gordura e produzir imagens onde a saturação
por uso de pulsos de radiofrequência não é possível, como em equipamentos de baixo campo, onde a
homogeneidade de campo não está adequada, como próximo a implantes de metal.
E essas são apenas algumas das muitas razões pelas quais em um exame de ressonância deve
ser realizado. O fato de os aparelhos de ressonância não usarem radiação ionizante é um conforto
para muitos pacientes, assim como o fato de os meios de contrastes terem uma incidência de efeitos
colaterais pequena.
Embora esse tipo de exame seja ideal para diagnosticar e avaliar vários problemas, ele tem suas
desvantagens.
Há muitas pessoas que não podem fazer esse exame por questões de segurança (por exemplo
pessoas com marca-passo) e há pessoas que são grandes demais para entrar na máquina. O número
de pessoas com claustrofobia no mundo é muito grande. E estar em um aparelho de ressonância
magnética é uma experiência muito incômoda para eles.
Durante o exame, a máquina faz muito barulho. São sons de batidas contínuas e rápidas. Por
isso, os pacientes recebem protetores ou fones de ouvidos para abafar o barulho (na maioria dos
centros de exame de ressonância magnética, você pode até levar um CD para ouvir enquanto faz o
exame). O barulho é criado pelo aumento da corrente elétrica nos fios dos magnetos gradientes que
estão enfrentando a resistência do campo magnético principal. Quanto mais forte o campo principal,
mais alto o barulho dos magnetos gradientes.
Os pacientes devem ficar completamente imóveis durante longos períodos de tempo. Estes
exames podem durar de 20 a 90 minutos ou mais. E mesmo o menor movimento da parte do corpo
sendo examinada pode fazer com que as imagens fiquem distorcidas e tenham de ser refeitas.
❖ Antes
O paciente, no dia marcado para o exame deve:
Alimentar-se com moderação tomar seus remédios usuais não usar objetos pessoais de metal estar no
local, pelo menos, trinta minutos antes do horário se o exame for realizado sob sedação ou anestesia,
será necessário jejum total de 8 horas.
❖ Durante
❖ Depois
Após o exame, o paciente pode reassumir suas atividades normais. O resultado deve ser
encaminhado ao médico que, muito provavelmente, a partir dele, encontrará a melhor solução para o
problema.
❖ Recomendações
❖ Esclarecimentos
I - Operar com eficiência o equipamento de ressonância magnética nuclear para obtenção de imagens
diagnosticas;
IV - Exigir dos pacientes portadores de maquiagem, a retirada completa dos produtos, evitando-se
ferimentos, especialmente nos olhos;
V - Evitar que os cabos das bobinas e acessórios entrem em contato com o paciente, protegendo-o de
eventuais queimaduras produzidas por corrente induzida;
VII - Não permitir que o paciente seja submetido ao exame sem uma entrevista prévia que avalie a
possibilidade do mesmo ser portador de objeto metálico;
VIII - Não permitir que o paciente seja submetido ao exame com qualquer objeto metálico, o não
ferromagnético, como: anéis, pulseiras, colares e similares;
IX - Nos pacientes portadores de próteses metálicas, manter diálogo durante o exame e, suspendê-lo,
se o paciente relatar calor no local da prótese, informando imediatamente ao médico radiologista;
XI - Nos equipamentos que utilizam campos magnéticos gradientes cujo índice de variação do campo
magnético for maior que 20 Teslas/segundos, deverá o técnico estabelecer diálogo com o paciente e
suspender o exame na ocorrência de: dormência, contrações musculares, dores de cabeça e outros
distúrbios não esperados;
XII - Nos pacientes portadores de claustrofobia controlada, deverá o técnico estabelecer um diálogo
constante no sentido de reduzir a ansiedade do paciente;
XIII - Na ocorrência de vazamento de gás hélio, iniciar os procedimentos para resgate do paciente em
caráter de urgência e acionar o pessoal técnico especializado no sistema de ressonância magnética;
XIV - Na ocorrência de acidente com atração de grandes objetos ferrosos que possam colocar em
risco a vida de qualquer indivíduo, iniciar o procedimento para eliminação do campo magnético e
acionar o pessoal técnico especializado no sistema de ressonância magnética.
Art. 4º - Devem o Tecnólogo e o Técnico em Radiologia na especialidade diagnóstico por imagem em
ressonância nuclear, pautar suas atividades profissionais observando rigorosa e permanentemente as
normas legais de proteção radiológica, bem como o Código de Ética Profissional.