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Graficos e Interpretacoes Graficas2

Este documento discute gráficos e suas funções. Ele define gráficos, explica seu propósito de comunicar informações independentemente de idiomas, e prepara o leitor discutindo pré-requisitos e objetivos de aprendizado sobre intervalos e pontos no plano.
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Graficos e Interpretacoes Graficas2

Este documento discute gráficos e suas funções. Ele define gráficos, explica seu propósito de comunicar informações independentemente de idiomas, e prepara o leitor discutindo pré-requisitos e objetivos de aprendizado sobre intervalos e pontos no plano.
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DEFINIÇÃO

Interpretação de gráficos e seus principais pontos.

PROPÓSITO

Reconhecer que, na vida cotidiana, muitas quantidades dependem de uma ou mais


variáveis; portanto, o conceito de gráfico das funções torna-se essencial ao profissional,
pois os gráficos fazem parte da comunicação cotidiana e conseguem, muitas vezes,
passar informações independentemente de idiomas locais.

PREPARAÇÃO

Este tema tem como pré-requisito o entendimento das operações com números. Antes de
iniciar seus estudos, tenha em mãos uma calculadora científica ou use a calculadora de
seu smartphone ou computador*.

*Calculadora de seu smartphone ou computador: Existem vários aplicativos disponíveis.


Um exemplo desses aplicativos é o Geogebra.

OBJETIVOS
Módulo 1

Interpretar os conceitos básicos de intervalo

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Módulo 2

Identificar pontos no plano

Módulo 3

Interpretar as informações contidas em um gráfico

Módulo 4

Identificar pontos notáveis de um gráfico

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INTRODUÇÃO

No decorrer deste tema, os intervalos merecem destaque. Será necessário que você
analise situações gráficas e localize os melhores momentos – os intervalos – para
possíveis intervenções.

A palavra intervalo nos remete a uma forma de medir.

Quando consideramos o intervalo das 9 às 11 horas, temos todos os minutos, segundos e


qualquer subdivisão de tempo compreendida nesse período.

No contexto matemático, os intervalos são subconjuntos do conjunto dos números


reais R.

VEJA O EXEMPLO

Todos os valores entre 3 e 5.

Isto significa, por exemplo, que o número irracional π, que é aproximadamente 3,14,
pertence a este intervalo, bem como o número 4, pois eles são maiores que 3
e menores que 5.

É claro que você pode usar a Língua Portuguesa para descrever tais conjuntos, mas a
Matemática também é uma linguagem com características próprias, que serão abordadas
ao longo deste tema.

CONCEITOS

Intuitivamente, ao pensar em números reais, você deve imaginar uma reta infinita, onde
cada ponto dela é um número real. Esse objeto será chamado de Reta Real e admite o

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símbolo R. Essa reta é organizada de forma crescente do menos infinito ( - ∞ ) ao mais
infinito ( + ∞ ).

Um intervalo é um subconjunto dos números reais.

Para uma representação gráfica desse conceito, adotaremos a seguinte notação:

A bola fechada indica que o extremo do A bola aberta indica, em nossa


intervalo está contido no conjunto. representação, que o extremo do
intervalo não está contido no conjunto.

Portanto:

TRANSFERINDO A LINGUAGEM

Quando tratarmos do conjunto dos números reais, os símbolos:

A bola fechada é representada por:

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≥ (maior ou igual) e ≤ (menor ou igual) ou [ ] (colchetes)

EXEMPLO

Se x ∈ R e -4 ≤ x ≤ 2, isso significa que x pode ser maior que -4 ou igual a -4 e menor que
2 ou igual a 2; portanto, dentro do intervalo.

Sobre a notação de conjuntos, podemos representar tal intervalo da seguinte forma:

Ou seja, todos os números reais a partir do número -4 até o número 2.

Um intervalo que possui as extremidades é chamado de intervalo fechado.

A bola aberta é representada por:

> (maior) e < (menor) ou ( ) (parênteses)

EXEMPLO

Se x ∈ R e -4 < x < 2, x pode ser maior que -4 e menor que 2. Portanto, os extremos não
fazem parte do conjunto.

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Sobre a notação de conjuntos, podemos representar tal intervalo da seguinte forma:

Ou seja, todos os números reais depois do número -4 anteriores ao número 2.

Um intervalo que não possui as extremidades é chamado de intervalo aberto.

A amplitude de um intervalo é sempre definida por:

Onde:

LS = Limite superior do intervalo

LI – Limite inferior do intervalo

Portanto, nos casos anteriores, podemos calcular a amplitude do intervalo subtraindo a


extremidade mais à direita da extremidade mais à esquerda:

Isto é, nos dois casos, o intervalo possui a amplitude de 6 unidades.

Você deve estar se perguntando:

Mesmo com os intervalos abertos, onde as extremidades não estão incluídas, a


amplitude é a mesma dos intervalos fechados?

A resposta é sim!

Isso acontece porque, mesmo nos intervalos abertos, é possível pensar que podemos
ficar bem perto do limite aberto. Na verdade, podemos ficar “infinitamente” perto de um

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limite aberto. Logo, a amplitude (também traduzida na figura como o comprimento do
trecho da reta) será igual se o limite for fechado ou aberto.

Agora, vamos entender as semirretas.

VEJA O EXEMPLO

x ∈ R e x ≥ 6, x pode ser maior que 6 ou igual a 6 e, portanto, estará dentro do intervalo


(destacado em vermelho) .

Sobre a notação de conjuntos, podemos representar tal intervalo da seguinte forma:

Ou seja, todos os números reais a partir do número 6. Note que uma semirreta pode
possuir, no máximo, uma extremidade e, neste caso, diremos que a semirreta é
fechada.

VEJA O EXEMPLO

X ∈ R e x < 6, isto significa que x pode ser apenas menor que 6, e nunca igual a 6;
portanto, 6 não está dentro do intervalo.

Sobre a notação de conjuntos, podemos representar tal intervalo da seguinte forma:

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Ou seja, todos os números reais antes do número 6. A semirreta que não possui a
sua extremidade é denominada semirreta aberta.

Note que uma semirreta tem a amplitude infinita.

Fonte: Shutterstock

RECONHECIMENTO E CONTEXTO

Vamos aplicar o que estudamos até agora?

Designaremos os valores de 1 até 12 como os meses do ano, 1 para janeiro, 2 para


fevereiro, e assim por diante, até chegarmos a 12 para dezembro.

Caracterize por intervalos o segundo trimestre do ano:

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Resposta:

O segundo trimestre de um ano contém os meses de abril, maio e junho. No gráfico da


reta que temos, consideramos 1 para janeiro, 2 para fevereiro, e assim em diante. Assim,
podemos seguir a lógica de 1 para janeiro; 2 para fevereiro; 3 para março; 4 para abril; 5
para maio; 6 para junho; 7 para julho; ....; 12 para dezembro.

Logo, o segundo trimestre seria o intervalo dos números que representam os meses de
abril, maio e junho, que seriam 4, 5 e 6. Portanto, o intervalo do segundo trimestre seria [4,
6]. Representado pela figura:

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VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. Considere os intervalos a seguir:

I. II.

a) { x ∈ R; -1 <x ≤ 5 } e { x ∈ R; 0,5 <x < 3,14 }.

b) { x ∈ R; -1< x ≤ 5 } e { x ∈ R; 0,5 ≤ x < 3,14 }.

c) { x ∈ R ; -1 ≤ x ≤5 } e { x ∈ R; 0,5 < x < 3,14 }.

d) { x ∈ R; -1 ≤ x ≤ 5 } e { x ∈ R; 0,5 ≤ x ≤ 3,14 }.

e) { x ∈ R; -1< x <5 } e { x ∈ R; 0,5 < x < 3,14 }.

Comentário

Parabéns! A alternativa B está correta.

A atividade em questão tem o propósito das associações, isto é, > , < bola aberta e ≥, ≤
bola fechada. Assim, devemos procurar a alternativa que contenha aberto em -1, fechado
em 5, fechado em 0,5 e aberto em 3,14. A única alternativa com exatamente essa
combinação é a letra b.

Vamos apresentar algumas soluções aceitáveis para cada uma das representações.

a) { x ∈ R; -1 < x ≤ 5 } ou os números reais maiores que -1 e menores ou iguais a 5 ou os


números reais entre -1 e 5, incluindo o número 5 ou (-1, 5].
b) { x ∈ R; 0,5 ≤ x < 3,14 } ou os números reais maiores ou iguais a 0,5 e menores que
3,14 ou os números reais entre 0,5 e 3,14, incluindo o número 0,5 ou ( 0,5 , 3,14 ].

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2. Veja, a seguir, o desempenho de um corredor durante uma competição dos 100 metros
rasos. A reta em questão mostra a marcação da distância na pista e, a cada 10 metros, é
apresentado o desempenho do corredor em comparação à sua velocidade máxima.

Em qual dos intervalos a seguir o corredor manteve a sua velocidade maior ou igual à de
99% de sua capacidade máxima.

a) [ 50 , 80 ].

b) [ 30 , 100 ].

c) [ 0, 50 ) e ( 80 , 100 ].

d) ( 59, 61 ).

e) [ 50 , ∞ ).

Comentário

Parabéns! A alternativa A está correta.

A palavra maior ou igual presume que estamos considerando o valor de 99% em nossa
análise. Sendo assim, o intervalo que corresponde ao que foi pedido é a letra A.

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INTRODUÇÃO

Na vida cotidiana, muitas quantidades mensuráveis dependem de uma ou mais variáveis.


Por exemplo: o crescimento das plantas depende da luz solar e das chuvas; a velocidade
depende da distância percorrida e do tempo gasto; a tensão elétrica depende da corrente
e resistência.

O plano cartesiano* é uma das formas mais eficientes para representar o


relacionamento entre duas ou mais variáveis.

*Plano cartesiano: O plano cartesiano foi criado com o objetivo inicial de marcar pontos
no plano pelo matemático e filósofo René Descartes (1596-1650).

Neste módulo, apresentaremos algumas ideias de como podemos fazer uso dessa
ferramenta.

Fonte: Shutterstock

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CONCEITOS

O plano cartesiano apresenta duas linhas numéricas: uma horizontal, da esquerda para a
direita, e outra vertical, de baixo para cima.

Exemplo de plano cartesiano.

Utiliza-se a letra x para simbolizar os


valores sobre a reta horizontal e a
letra y para simbolizar os valores sobre a
reta vertical.

Observe que:

À medida que x aumenta, o ponto se move


mais para a direita. Quando x diminui, o
ponto se move mais para a esquerda.
À medida que y aumenta, o ponto se move
mais para cima. Quando y diminui, o ponto
se move mais para baixo.

ATENÇÃO

As retas horizontal e vertical também são chamadas, respectivamente, de "abscissa" e


"ordenada”. O ponto ( 0,0 ) é chamado de “origem”.

As coordenadas são sempre escritas em determinada ordem. A coordenada horizontal


vem primeiro. Então, em seguida, vem a coordenada vertical. Isso é chamado de par
ordenado*.

*Par ordenado: Par de números em uma ordem especial.

Os números são separados por vírgula e, em torno deles, ficam os parênteses.

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Vejamos um exemplo:

Vamos marcar os pontos no plano cartesiano: (1,-2); (2, 4);


(-3,0);(-1,-2); (0, 5). Em primeiro lugar, precisamos montar
uma tabela com os pontos dados:

ATENÇÃO

Percebeu que a notação se parece com a de intervalo aberto que aprendemos no


Módulo 1? Portanto, você deve se manter atento ao que é pedido no enunciado de cada
questão.

Agora, marcaremos as coordenadas no plano cartesiano. Sendo a primeira na reta


horizontal, abscissa, e a segunda na vertical, ordenada.

Vamos verificar se você entendeu?

Na figura a seguir, vemos o ponto (4,2).

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Diga o que ocorre se movimentássemos o ponto:

• Duas unidades para cima.


• Três unidades para a esquerda e, depois, duas unidades para baixo.

Resposta:

a) O ponto moveria duas unidades na reta da variável y para cima. Logo, parou em 4,4.

b) O ponto moveria 3 unidades para a esquerda, parando em 1,2 e, depois, foi deslocado
duas unidades para baixo, parando em 1,0.

SAIBA MAIS

Pesquise calculadoras e aplicativos na Internet para representar os pontos no plano


cartesiano. O GeoGebra é um exemplo de ferramenta disponível na internet.

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Fonte: Shutterstock

RECONHECIMENTO E CONTEXTO

Acabamos de vislumbrar o plano cartesiano como forma de representação gráfica de uma


tabela, ilustrando a relação de dois ou mais objetos ou grandezas.

Um gráfico, nessas condições, é uma estrutura matemática bem definida. Em todos os


exemplos e nas atividades, vimos que podemos representar pontos em uma tabela e as
tabelas no plano cartesiano. Essa associação entre as tabelas e os pontos no plano
cartesiano forma a ideia central do módulo 3.

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VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. (ENEM 2016) Uma família resolveu comprar um imóvel


em um bairro cujas ruas estão representadas na figura. As
ruas com nomes de letras são paralelas entre si e
perpendiculares às ruas identificadas com números.
Todos os quarteirões são quadrados, com as mesmas
medidas, e todas as ruas têm a mesma largura, permitindo
caminhar somente nas direções vertical e horizontal.
Desconsidere a largura das ruas.

A família deseja que esse imóvel tenha a mesma distância


de percurso até o local de trabalho da mãe, localizado na
rua 6 com a rua E, 6,E; o consultório do pai, na rua 2 com a rua E, 2,E; e a escola das
crianças, na rua 4 com a rua A, 4,A.

Com base nesses dados, o imóvel que atende às pretensões da família deverá ser
localizado no encontro das ruas:

a) ( 3 , C ).

b) ( 4 , C ).

c) ( 4 , D ).

d) ( 4 , E ).

e) ( 5 , C ).

Comentário

Parabéns! A alternativa C está correta.

Deve-se notar que podemos caminhar apenas pelas ruas;


dessa forma, procuramos o ponto que tenha exatamente
a mesma distância dos pontos 6,E; 4,A e 2,E. A partir da
figura, podemos perceber que a família pretende morar
em 4,D. Note que o ponto só poderia estar no interior de
um triângulo, onde somente é possível a locomoção
pelas ruas. Desta forma, a figura a seguir ilustra a nossa
conclusão.

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2. A tabela a seguir apresenta a relação entre as idades e as alturas de uma família. Já a
figura representa graficamente a tabela.

Associe cada ponto à pessoa correspondente na tabela.

A B C

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D E

Agora marque a alternativa correta:

a) A

b) B

c) C

d) D

e) E

Comentário

Parabéns! A alternativa E está correta.

Podemos perceber que as idades de todos os membros da família são diferentes. Logo,
as letras estão em ordem decrescentes das idades.

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INTRODUÇÃO

Neste módulo, você será apresentado ao conceito de função. O objetivo é fazer com que
você perceba o quanto essas ideias estão à nossa volta, mesmo que não sejam
percebidas.

Fonte: Shutterstock

O QUE É FUNÇÃO?

A palavra função apareceu pela primeira vez em um artigo de Gottfried Leibniz*, em 1692.
Ele chamou de função as quantidades geométricas variáveis relacionadas a uma curva.
No entanto, foi Daniel Bernoulli*, em 1718, que definiu o conceito de função de maneira
formal pela primeira vez, e se tratava de algo bem diferente do que conhecemos hoje em
dia.

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*Gottfried Leibniz: (1646 – 1716) Filósofo alemão e figura central na história da
Matemática e da Filosofia.

* Daniel Bernoulli: (1700 – 1782) Matemático suíço, lembrado por suas aplicações da
Matemática à Mecânica.

SAIBA MAIS

Para conhecer mais sobre a história e a formalização do conceito de função, leia o


livro História da Matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas.

Podemos perceber o conceito de função quando temos duas quantidades


("variáveis") e observamos que há uma relação entre elas. Se acharmos que, para
cada valor da primeira variável, existe apenas um valor da segunda variável,
dizemos que a segunda variável é uma função da primeira variável.

No módulo anterior, vimos que podemos representar tabelas utilizando o plano


cartesiano, no qual uma função não é nada além de uma tabela em que todos os valores
da primeira coluna estão relacionados aos valores da segunda coluna, sem ambiguidades
entre os valores da primeira coluna e os da segunda. É claro que esta não é a definição
formal de função, mas, na prática, é o que se deseja.

Vejamos alguns exemplos de função:

1) Vamos fazer uma tabela com a seguinte relação: a cada número real x, associamos o
seu valor ao quadrado (x ⋅ x = x²). A seguir, podemos acompanhar o que ocorre com esta
tabela de forma associada ao plano cartesiano.

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• Os valores da primeira coluna da tabela dependem explicitamente dos valores da
segunda.

Devido à nossa experiência com o Ensino Médio, é possível ligar os pontos azuis, tendo,
assim, melhor compreensão do todo que a tabela poderia nos dar.

2) Desta vez, faremos uma tabela com a seguinte relação: a cada número real x,
associamos sua raiz quadrada √𝑥𝑥.

• Percebemos que -1, em particular, não gera valores em nossa tabela, pois estamos
trabalhando apenas com números reais.
• Note que todo valor maior ou igual a zero possui um lugar em nossa tabela. O caso é
que os valores menores que zero não fazem parte dela.

O maior conjunto de valores admissíveis de uma função, em analogia à primeira


coluna de nossas tabelas, é conhecido como domínio da função.

3) Qual é o custo de azulejar qualquer parede quadrada, com azulejos quadrados de 10cm
(0,1m) de lado, sabendo que cada 1m² dos azulejos é vendido a R$32 nas Casas
Pitágoras?

Solução:

Temos de analisar o problema e entender as suas variáveis. Primeiramente, devemos


perceber que o metro quadrado depende do comprimento lado do quadrado. Assim,
podemos fazer uma primeira tabela:

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Para preencher a última coluna, basta entendermos quantos azulejos de 0,1m de lado são
necessários para preenchermos um metro quadrado. A figura a seguir ilustra a ideia de
um metro quadrado dividido em azulejos de 10cm de lado e, como podemos ver, são
necessários 100 azulejos.

Podemos perceber que a quantidade 100 representa o número necessário de azulejos


para preencher um metro quadrado de azulejos, que custa R$32 nas Casas Pitágoras.
Sendo assim, existe uma relação de 100 → R$32. Concluímos, então, que a tabela final
relaciona a metragem da parede com o custo em azulejos.

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Daí, a relação que expressa o custo e a metragem da parede é Cx = 32 ⋅ x² reais.

AMBIGUIDADE

Um conceito importante sobre a construção da relação entre uma tabela e a sua


representação gráfica é que ela não pode ser ambígua, isto é, os valores do que estamos
caracterizando por variável dependente não devem gerar duas possibilidades.

Vamos entender melhor a questão da ambiguidade e por que ela não é uma função:

Exemplo:

Veja uma tabela com as soluções da equação y² = x, onde x ∈ [ 0 , ∞ ).

Neste exemplo, fica clara a ambiguidade pela não unicidade das soluções do problema,
deixando-nos o dilema em cada ponto, se estamos considerando a parte positiva ou
negativa.

Quando esse tipo de fenômeno ocorrer, diremos que a relação estabelecida não é
uma função.

Portanto,
uma função f é uma tabela de pares ordenados com a seguinte propriedade:
se (x,y) e (x,b) estiverem na mesma tabela, então b = y.

Em outras palavras, uma tabela não pode conter pares ordenados distintos que
possuam o mesmo primeiro elemento.

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Sendo f uma função, o domínio de f é: o conjunto de todos os x, para o qual exista um y,
tal que o par (x,y) esteja na tabela f.

Desta forma, ao observarmos um gráfico no plano cartesiano, o que devemos


perceber, a fim de entender se ele representa uma função, é se as retas verticais o
tocam em um único ponto.

Veja os exemplos:

SAIBA MAIS

Você já deve ter notado que sempre associamos as tabelas a uma figura no plano
cartesiano, que representa todos os pontos possíveis das tabelas em questão.

Essas figuras são chamadas de gráficos. Quando as tabelas representarem, de fato,


uma função, a imagem será chamada de gráfico de função.

Fonte: Shutterstock
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RECONHECIMENTO E CONTEXTO

Agora, apresentaremos uma série de exemplos a fim de que você possa entender que
nem sempre podemos, de forma explícita, construir a tabela, embora a relação com o
gráfico ainda se faça presente.

1) A ilustração a seguir mostra um homem andando por um brinquedo em um parque:

Questão 1

Quais diferentes medidas podemos ver em função do tempo associadas à ilustração?

Resposta:

A altura do homem em relação ao solo e sua velocidade variam em função do tempo.

Questão 2

Agora, com uma caneta e um papel, tente desenhar o gráfico da altura do homem em
função do tempo.

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Resposta:

Observe o gráfico da altura do homem em função do tempo.

2) A ilustração a seguir apresenta um recipiente sendo cheio por água.

Questão 1

Quais diferentes variáveis podemos ver em função do tempo associadas à ilustração?

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Resposta:

A quantidade de litros de água que está dentro do recipiente e a velocidade em que o


recipiente fica cheio variam em função do tempo.

Questão 2

Agora, com uma caneta e um papel, tente desenhar o gráfico da quantidade de litros de
água no recipiente em função do tempo.

Resposta:

Ao analisarmos a ilustração com cuidado, percebemos que já havia água no balde; depois,
ele recebe mais um litro de água, além do que já estava entrando, fazendo com que o
fluxo de água fosse maior nesse intervalo de tempo, retornando, mais tarde, à vazão
natural. Obtemos assim:

Os gráficos dos exemplos que acabamos de ver representam uma tabela em que a
quantidade de água no recipiente ou a altura da cabeça do homem variam sem
ambiguidade em função do tempo, apresentando, assim, o conceito de função.

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Geralmente, na escola, estudamos funções como fórmulas pré-estabelecidas. No entanto,
como vimos nos exemplos anteriores, essa ideia não é completa. Devemos ser capazes
de enxergar o conceito de função na diversidade à nossa volta, conforme os exemplos a
seguir:

1) A imagem mostra um gráfico do desempenho do corredor Usain Bolt ao conquistar o


recorde mundial dos 100 metros rasos, no campeonato mundial de atletismo.

A reta vertical apresenta a velocidade do corredor em metros por segundo (m/s), e a reta
horizontal mostra a distância percorrida em metros.

O gráfico é uma função que mede a velocidade do corredor em cada momento da


trajetória.

2) Já esta imagem mostra o crescimento do PIB argentino, do início dos anos 1960 até a
década de 2010.

O gráfico apresenta o histórico do desenvolvimento econômico argentino. A partir dele,


podemos apresentar uma tendência, auxiliando um futuro investidor.

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VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. Qual das opções a seguir não apresenta um gráfico de função?

A B C

D E

Marque a opção correta:

a) A.

b) B.

c) C.

d) D.

e) E.

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Comentário

Parabéns! A alternativa C está correta.

Os itens A, B e D são funções, e o item C não é uma função, de acordo com o que foi visto
neste módulo, pois a reta vertical toca o gráfico em mais de um ponto.

Em relação à alternativa E, o ponto é que, na “tabela” que apresenta o gráfico, o que


ocorreu foi que ela pulou alguns valores. De acordo com a definição de função, podemos
entender que, em momento algum, é relatado que não é possível pularmos valores. Sendo
assim, o item E não contradiz em nada a definição de função. Logo, também se trata de
um gráfico de função.

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2. Em 2020, houve uma pandemia global provocada pelo vírus SAR-CoV-2. Tal pandemia
trouxe danos incalculáveis às economias globais e provocou milhares de mortes pelo
mundo inteiro. O estudo do epidemiologista Neil Ferguson, do Imperial College,
apresentou um gráfico mostrando requisitos de leito de cuidados intensivos (UTI) por 100
mil habitantes EM DIFERENTES CENÁRIOS:

Assinale a alternativa correta:

a) Nenhum dos gráficos apresentados nas figuras são funções.

b) Os picos em todos os cenários ocorrem em maio.

c) Em todos os cenários, em junho, na Inglaterra, serão necessários 150 leitos de UTI a


cada 100 mil habitantes.

d) O sistema de saúde inglês volta ao normal em todos os cenários em agosto.

e) Os picos de todos os cenários na Grã-Bretanha ocorrem no mês de junho.

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Comentário

Parabéns! A alternativa D está correta.

A letra A é falsa, pois não há ambiguidade nos pontos, portanto todos os cenários são
funções.

Para responder se o item B é verdadeiro ou falso, temos duas opções: fazer o recorte do
mês de maio ou fazer o recorte dos picos. O mesmo vale pra avaliarmos o item E.

Optamos por fazer o recorte dos picos, como ilustra a figura:

O gráfico deixa claro que os picos se concentram durante os meses de maio e junho é não
só em maio ou só em junho.

No caso do item C, percebemos que o cenário amarelo e azul não chegam aos 150 leitos
de UTI por 100 mil habitantes.

Esse raciocínio evidencia que a resposta é a letra D. O recorte a seguir deixa claro que em
todos os cenários o sistema de saúde inglês volta a normalidade no mês de agosto.

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INTRODUÇÃO

Estamos chegando ao final deste tema. Dessa forma, é sempre bom entendermos o que
aprendemos até aqui. Já sabemos como definir intervalos e marcar pontos no plano
cartesiano, identificar gráficos de funções e, a partir da nossa observação, termos uma
ideia de qual tipo de gráfico determinado fenômeno está produzindo.

O intuito deste último módulo é identificar pontos especiais nos gráficos de função com o
objetivo de balizar o processo de tomada de decisão.

Fonte: Shutterstock

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RAÍZES OU ZEROS

As raízes ou zeros de uma função f serão os valores no eixo OX, que também fazem parte
da sua função/tabela ( x , y ), onde y = f(x). Isto é, correspondem aos valores x que são
associados ao valor zero, ( x , 0 ).

Você, provavelmente, encontrará a seguinte representação nos livros de cálculo:

São os valores de x tais que fx = 0.

Graficamente, são os valores da função que se encontram sobre a reta horizontal


(eixo OX).

Vamos ver alguns exemplos:

1) Descreveremos o conjunto das raízes apresentados no gráfico das funções a seguir.

O gráfico das funções a serem consideradas está em roxo.

Neste gráfico, podemos perceber que o gráfico da função nunca toca o eixo OX.

Este tipo de gráfico é comumente conhecido como gráfico de uma função


constante.

Sendo assim, o conjunto de todas as suas raízes é vazio.

2) As raízes de uma função são os valores da primeira coordenada, cujo gráfico da


função f está sobre o eixo OX. Neste caso, temos uma única raiz, x=1.

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Agora é com você!

Analise os gráficos a seguir e responda:

Quais são as raízes das funções a seguir?

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Resposta: Resposta:

Podemos ver os valores na reta horizontal Os valores no eixo OX fazem parte da sua
que são tocados pelo gráfico da função, tabela/ gráfico da função. Neste sentido,
isto é, {-1,0,1,2}. podemos ver o valor x=0 e x=4.

Desta forma, temos que a função em O caso aqui é que todos os valores
questão possui 4 raízes. de x maiores que 4 fazem parte da nossa
tabela e estão sobre o eixo horizontal.
Portanto, as raízes da função dada pelo
gráfico são 4 e [4,∞). Ou seja, a função
pode ter uma infinidade de raízes.

MÁXIMOS E MÍNIMOS DE UM GRÁFICO

Devemos sempre ter em mente que, quando falamos em ponto de máximo ou mínimo de
um gráfico, este é um par ordenado, um elemento da nossa tabela, e, por isso, possui dois
valores associados.

O valor de x é o que geralmente chamamos na literatura de máximo ou mínimo.

O valor de y = f ( x ) é o valor máximo ou valor mínimo.

Muitas vezes, podemos nos confundir com o que o problema pede quando essas ideias
não estão claras.

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VEJA O EXEMPLO

Temos na imagem a seguir que:

• O máximo da função ocorre em x = -0.45, e o seu valor máximo é y = f (-0.45) = 1.65.


• O mínimo ocorre em x = 1.4, e o seu valor mínimo é y = f (1.4) = -1.21.

Trata-se do que chamamos na literatura de máximos e mínimos globais.

Dado o gráfico de uma função f, o ponto de máximo (ou mínimo) (x , f(x)) tem a
propriedade de ser o ponto mais alto (ou mais baixo) do gráfico. Em linguagem
matemática, é o ponto (x0, f (x0) tal que f (x0) ≥ f(x) (f(x0) ≤ f(x) ) para
todo x admissível.

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VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. O gráfico abaixo apresenta a taxa de desemprego de 2013.

Em quais meses há o maior índice de desemprego e o menor índice?

a) Maior índice: dezembro; Menor índice: junho.

b) Maior índice: junho; Menor índice: dezembro.

c) Maior índice: agosto; Menor índice: setembro.

d) Maior índice: janeiro; Menor índice: setembro.

Comentário

Parabéns! A alternativa B está correta.

A taxa mais alta do gráfico é 6,2%, ou seja, ponto mais alto do gráfico. Portanto o maior
índice de desemprego ocorre no mês de junho, e o menor índice, em dezembro, onde se
encontra o ponto mais baixo do gráfico, 4,5%.

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2. O gráfico a seguir mostra o nível de
água em um reservatório durante o ano de
2015.

Se os níveis de água no reservatório


dependem dos níveis de chuva na região,
assinale, respectivamente, os meses do
ano em que mais choveu e em que menos
choveu no ano de 2015.

a) Janeiro e dezembro.

b) Fevereiro e novembro.

c) Março e outubro.

d) Fevereiro e setembro.

e) Janeiro e agosto.

Comentário

Parabéns! A alternativa D está correta.

O mês de fevereiro teve o maior volume de chuvas. Além disso, podemos perceber que,
em novembro, choveu mais que em setembro.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Matemática é, a rigor, uma linguagem que permite analisar e descrever diversas


situações. Como toda língua, ela possui seus conceitos mais elementares, que abrem
caminho para toda a beleza, cultura e os mistérios que circundam civilizações antigas e
as mais modernas tecnologias.

Este tema buscou apresentar as funções a partir de conceitos elementares, como


intervalos e o plano cartesiano, e desmistificar o entendimento das funções,
correlacionando-as a uma lista ou tabela onde o plano cartesiano não é nada além do
objeto de manifestação gráfica de seus resultados.

REFERÊNCIAS

CONNALLY, E. et al. Functions Modeling Change: A Preparation for Calculus. Nova York:
Wiler, 2010.

FOMIN, D. Círculos matemáticos. Rio de Janeiro: IMPA, 2010. IEZZI, G.;

MURAKAMI, C. Fundamentos de Matemática Elementar I. São Paulo: Atual, 2013.

LIMA, E. L. Curso de Análise – Volume 1. Rio de janeiro: IMPA, 2008.

ROQUE, T. História da Matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas. Rio de
Janeiro: Zahar, 2012.

SPIVAK, M. Calculus: cálculo infinitesimal. Barcelona: Reverté, 1970.

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EXPLORE+

• Para conhecer mais sobre a história e a formalização do conceito de função, leia o


livro História da Matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas, de Tatiana
Roque.
• Pesquisa na Internet o projeto Um livro aberto, que conta com a colaboração de
professores universitários de todo o Brasil.
• Pesquise sites e aplicativos de calculadoras científicas e aplicativos que ajudem a
fazer contas.
• Procure na Internet o livro Biomechanic of sprinting.
• Consulte o Portal do Saber, da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas
Públicas.

CONTEUDISTA

Marcelo Leonardo dos Santos Rainha

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