Universidade Rovuma
Extensão de Montepuez
Licenciatura em Ensino de Matemática
com Habilitações Ensino de Física
Tema:
SÉRIES DE FOURIER
LEGENDRE
INTEGRAIS DE FOURIER
Cadeira: Análise Harmónica/3oano
Docente da Cadeira: dr. Elias M. Sabe
GRUPO VI
Nome dos Estudantes:
Ramadane Hirage
Regane Carlos Noventa
Renata Sibila Bernardo
Salia Zacarias
Salvador Afate
Isac Fernando Sentinela
1.1. Séries de Fourier- Legendre
Bem sabido para que uma função f possa ser desenvolvida em série de Fourier é necessário
utilizar um sistema ortogonal.Mas há, possibilidades de recorrer a outro sistema ortogonal
constituídos pelos polinómios de Legendre, com base no qual se obtém chamadas Séries de
Fourier-Legendre.
O polinómios de Legendre, Pn (x ), podem ser definido pela formula de Rodrigues
1 dn 2 n
Pn ( x ) =1 , P ( x )= n n
( x −1) ,(n=1,2, …)
2 n! d x
De onde se obtém
3 1 5 3 35 15 3
P1 ( x )=x , P2 ( x )= x 2− , P3 ( x ) = x 3 − x , P ( x )= x 4− x 2+ , etc .
2 2 2 2 8 4 8
Com facilidade se verifica que
|P2 ( x )|≤ 1 se−1 ≤ x ≤1 e ∫ P m ( x ) P n ( x ) dx=0 se m≠ n
−1
Em visto disso resulta a proposição seguinte.
Proposição. Os polinómios de Legendre Pn ( x ) , n=0 ,1 , 2 , …, forma um sistema ortogonal no
2 2
intervalo [−1 ,1], sendo‖Pn‖ = .
2n−1
Definição: Sejaf (x) uma função com domínio [−1,1]. Sua série de Fourier- Legendre é
∞
f (x) ∑ C n Pn (x )
n=0
Onde
1
⟨ f , Pn ⟩ 1
c n=
⟨ Pn , Pn ⟩
= n+( )∫ f ( x )P dx
2 −1
n
1.2. Teorema de convergência para as séries de Fourier-Legendre
Teorema: Seja f (x) uma função seccionalmente suave com domínio [−1 ,1]. Então, se -
1< x <1,
∞
f ( x +0 )+ f (x−0)
∑ C n P n (x)= 2
n=0
Onde o lado esquerda é a série de Fourier-Legendre de f (x). Mas ainda, se f (x) é C 1. Então a
convergência é uniforme em qualquer intervalo fechado contido em (−1,1 ¿.
Exemplo1
Encontre a série de Fourier-Legendre da função f (x)= x2.
Resolução
1
1
( )∫ f (x) P dx
c n= n+
2 −1
n
Paran=0
1
1 1 x3 1
∫ x dx= 2 3 −1 = 12 13 − 3 = 13
( | ) ( (−1)
( )
c 0= 0+
2 −1
2
)
Para n=2
1
1 5 x3 1
∫ x dx= 2 3 −1 = 52 13 − 3 = 23
(| ) ( (−1)
( )
c 2= 2+
2 −1
2
)
2 1 2
x ∼ P 0 ( x ) + P2 ( x )
3 3
1 2
Como f (x)=c 0 P0 +c 1 P 1( x )+c 2 P2=c 0+ c 1 x +c 2 ( 3 x −1)
2
1 2 1 2 1 2
Portanto: f (x)= P 0 ( x ) + P2 (x)= + ( ( 3 x −1 ) )
3 3 3 2 2
Exemplo 2
Encontre a série Fourier-Legendre da função f (x)= x3 .
Resolução
Para n=1
1 1
1 3 3 x5 1 3
c 1= 1+( )
2
3 4
∫ x x dx= 2 ∫ x x = 2 ( 5 ) −1 = 5
−1 −1
|
Para n=3
1 1 7 5
1
c 3= 3+( )
2
∫ x [ 14 ¿ (10 x3 −6 x)]dx= 72 ∫ 14 (10 x 6−6 x 4 )dx= 78 (10 x7 −6 x5 ) −1
3
| 1 =2 ¿
5
−1 −1
3 2 3 2 1 3
Portanto: f (x)= P 1 ( x )+ P 3 (x)= x + ( ( 10 x −6 x ) ).
5 5 5 5 4
2.1. Integral de Fourier
Sejam as seguintes condições sobre f (x):
1. f (x) satisfaz as condições de Dirichlet em todo intervalo finito (−L , L).
∞
2. ∫ f (x)dx converge, isto é, f (x) é absolutamente integrável em (−∞, ∞).
−∞
Logo, o teorema integrável de Fourier estabelece que a integral de Fourier de uma função f é
∞
1
f ( x )= ∫ [ A ( α ) cos αx+B ( α ) senαx ] dx
π 0
Sendo que
{ A ( α )=∫ f ( x ) cos αx dx
−∞
∞
B ( α )= ∫ f ( x ) senαx dx .
−∞
A ( α ) e B (α ), com−¿ α <∞, são generalizações dos coeficientes de Fourier a n e bn, O lado
direito de integral de Fourier é também conhecido como expansão de f em integral de Fourier.
O resultado do Integral de Fourier vale se x é um ponto de continuidade def (x). E se x é um
f ( x−0 ) + f (x−0)
ponto de descontinuidade, devemos substituir f (x)por , de modo análogo ao
2
caso das condições de série de Fourier.
2.2. Demostração do integral de Fourier
Suponhamos uma função f (x)definida em( -L, L) que satisfaça as condições de Dirichlet.
a0 ∞ nπx nπx
Assim f ( x )= + ∑ an cos
2 n=1 L [ ( )
+b n sen
L
; ( )]
L L L
( nπuL )du ] sen ( nπxL ) }
∞
f ( x )=
1 1
∫ f ( u ) du+ L ∑
2 L −L n=1
{[ ∫ f ( u ) cos
−L
nπu
( )
L
du cos
]
nπx
L
+¿+ ( ) [∫
−L
f ( u ) sen
(3.1)
nπ ( n+1 ) π nπ π
Considerando α n= , ∆ α =α n +1−α n= − = , reescrevemos (3.1) como
L L L L
L L L
}
∞
f ( x )=
1
2π [ ] 1
∫ f ( u ) du ∆ α + π ∑
−L n=1
{[∫
−L
]
f ( u ) cos ( α n u ) du cos ( α n x ) +¿ +
[∫−L
]
f ( u ) sen ( α n u ) du sen ( α n x ) ∆ α
(3.2)
Como L →∞ ⟹ ∆ α → 0, temos que lim
1
∆α →0 2 π { [∫ ] } −L
f ( u ) du ∆ α + 0. Logo, o restante de(3.2)
toma forma
∞ ∞
f ( x )= lim ∑ F ( αn ) ∆ α=¿ ∑ F ( n ∆ α ) ∆ α ¿(3.3)
∆ α → 0 n=1 n=1
∞
Em (3.3) temos uma soma de Riemann, o que nos leva a integral ∫ F ( α ) dα.Dessa forma,
0
podemos escrever o limite(3.2), quando L →∞ ⟹ ∆ α → 0, como
∞ ∞ ∞
f ( x )=
1
∫
π 0
{[ ⏟
−∞
A (α )
] [
∫ f ( u ) cos ( αu ) du cos ( αx )+
⏟
−∞
B(α )
] }
∫ f ( u ) sen ( αu ) du sen (αx) dα .
2.3. Formas equivalentes do teorema integral de Fourier
O teorema integral de Fourier pode também ser escrito nas seguintes formas:
∞ ∞
1
f ( x )= ∫ ∫ f ( u ) cos α (¿¿ x−u) dudα ¿ ¿
π α =0 α =−∞
∞ ∞
1
f ( x )= ∫ e−iαx dα ∫ f ( u ) eiαu du
2 π −∞ −∞
∞ ∞
1
¿ ∫ ∫ f (u) e iα (u− x) dudα
2 π −∞ −∞
De modo que, se f (x) não for contínua em x, o lado esquerdo deve ser substituído por
f ( x−0 ) + f (x−0)
.
2
Esses resultados podem ser simplificados se f (x) for uma função:
∞ ∞
2
Par f ( x )= ∫ cos αx dα ∫ f ( u ) cos αu du
π 0 0
∞ ∞
2
Impar f ( x )= ∫ senαx dα ∫ f ( u ) sen αudu
π 0 0
Um conceito importante para calcular integrais e resolver equações diferenciais e integrais:
∞ ∞
f ( x )=
1
∫
√2 π 0
e−iαx
{ 1
∫
√ 2 π −∞ }
e−iαu f (u ) du du
2.4. Transformadas de Fourier
∞ ∞ ∞ ∞
1 1
Def ( x )= ∫ e−iαx dα ∫ f ( u ) eiαu du= ∫ ∫ f (u)eiα (u−x) dudα Segue que
2 π −∞ −∞ 2 π −∞ −∞
∞
1
F ( α )= ∫ f (u)e−iαu du
√ 2 π −∞
∞
1
Então f ( x )= ∫ F (α ) e−iαx dα
√ 2 π −∞
A função F (α ) é chamada de transformação de Fourier def (x)e se escreve F ( α )=F { f (x ) }. A
função f (x) é a transformada de Fourier inversaF ( α ) e se escreve f ( x )=F−1 { f ( x)}. As
equações acima são conhecidas como forma simétrica.
∞ ∞
2
Se f (x) é uma função par, a equação f ( x )= ∫ cos αx dα∫ f ( u ) cos αu du nos leva a
π 0 0
∞
2
√
{
Fc (α)=
2
√
∞
∫ f ( u ) cosαu du
π 0
f ( x )= ∫ F c ( α ) cos αxdu
π 0
cada função.
e chamamos F c ( α )ef ( x ) de transformadas co-seno de Fourier de
∞ ∞
2
Se f (x) é uma funçãoimpar, a equaçãof ( x )= ∫ sen αx dα ∫ f ( u ) sen αu du nos leva
π 0 0
∞
2
√
{
F s ( α )= ∫ f ( u ) sen αu du
π 0
√∫
f ( x )=
2
π
de cada função.
∞
0
F c ( α ) sen αxdu
e chamamosF s ( α ) ef ( x ) de função transformadas seno de Fourier
Exemplo 1
1 se |x|<1
Determinar o integral de Fourier que representa a função f ( x )=
0 se|x|>1 {
∞ 1
1 1 2 senα
A ( α )= ∫ f ( x ) cos αx dx = ∫ cosαxdx=
π −∞ π −1 πα
∞ 1
1
B (α)= ∫ f ( x ) senαx dx= 1π ∫ senαx dx=0
π −∞ −1
Portanto a expressão de integral de Fourier toma a forma
∞ ∞
2 cosαxsenα
f ( x )=∫ [ A ( α ) cos αx+ B ( α ) senαx ] d x= ∫ dα
0 π 0 α
Exemplo 2
Resolva a equação integral∫ f ( x ) cosαxdx= 1−α ,0 ≤ α ≤ 1
{
0 0,α>1
Resolução
2
{√
∞
2 0≤α≤1
π 0 √
Façamos ∫ f ( x ) cosαx dx=F( α )e escolhamos F ( α )= π
0. α> 1
. Então,
∞ 1
2 2 2
√
f ( x )= ∫ F ( α ) cosαx dx= ∫
π 0 π 0 π √ √
( 1−α ) cosαxdα
1
2 2(1−cosx)
¿ ∫ (1−α ) cosαxdα =
π 0 π x2
Exemplo 3
Determine a transformada de Fourier de f se f ( x )=e−x para x >0ee 2 x quandox <0.
Resolução
∞ 0 ∞
F ( α )=
1
∫
2 √ 2 π −∞
eiαx f ( x )dx =
1
√2 π {
−∞ 0
}
∫ e iαx e 2 x +∫ e−iαx e−x dx = 1
√2 π
¿
Exercícios propostos
1. Escreve a séries de Fourier- Legendre até n=3 das funções seguintes:
f ( x )=3 x 2
2. Determinar os quatro primeiros termos da série de Fourier- Legendre de
f ( x )= −1 se−1< x <0
{ 1 se 0< x< 1
3. Expande em série de Fourier-Legendre a funçãof : [−1,1 ] → R , f ( x )=|x|.
0 , se x <0
4. Seja f ( x )
{
= 1 , se 0< x< 2 .Determine a integral de Fourier def (x).
0 , se x >2
Guião de respostas dos exercícios propostos
1. 3 x 2=P0 ( x ) +2 P2 ( x )=1+ ( 3 x 2−1 )
3 7 3 7 1
2. f ( x )= P1 ( x )− P3 ( x ) + ….= x−
2 8 2 8 4 ( )
( 10 x 3−6 x ) +… .
1 5 5 2 3 9
3. f ( x )= +
2 8 2 ( 2 64 )
x − − ( 35 x 5−30 x 2+ 3 ¿ +… )
0 , x< 0 ou x>2
4. R.: f ( x ) =
∞
2 sen ( α ) cos [ ( x−1)α ]
∫
π 0 α
dα =
{
π
4
π
2
, 0< x< 2
, x=0 ou x=2
Bibliografia
BEIRÃO, J. C. R. Analise Matemática. ISP. Maputo. Moçambique. 1992.
DEMIDOVITCH, B. Problemas e exercícios de Análise Matemática. Editora
MIR.Moscovo.1979.
PISKONOUV, K. Cálculo Diferencial e Integral. Editora MIR. Moscovo.1979.
WREDE,Robert. SPIEGEL, Murray R. Teoria e Problemas de Calculo
Avançado.2aed.Bookman.Porto Alegre.2004