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Monitoramento da Biodiversidade em Moçambique

Este documento discute o monitoramento da biodiversidade em ecossistemas terrestres e marinhos em áreas protegidas em Moçambique. Ele descreve o monitoramento da biodiversidade, saúde de ecossistemas, populações de interesse por meio da pesca, espécies ameaçadas independente da pesca, fauna e habitats da fauna. O documento fornece informações sobre como o monitoramento da biodiversidade apoia a gestão de áreas protegidas e pesquisas científicas.
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Monitoramento da Biodiversidade em Moçambique

Este documento discute o monitoramento da biodiversidade em ecossistemas terrestres e marinhos em áreas protegidas em Moçambique. Ele descreve o monitoramento da biodiversidade, saúde de ecossistemas, populações de interesse por meio da pesca, espécies ameaçadas independente da pesca, fauna e habitats da fauna. O documento fornece informações sobre como o monitoramento da biodiversidade apoia a gestão de áreas protegidas e pesquisas científicas.
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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distancia


Centro de Recursos de Pemba

Nome:

Monitoramento da Biodiversidade em Ecossistemas Terrestres e Marinhos em


Áreas Protegidas em Moçambique

Pemba
2021
Nome:

Monitoramento da Biodiversidade em Ecossistemas Terrestres e Marinhos em


Áreas Protegidas em Moçambique

Trabalho de carácter avaliativo apresentado ao


Universidade católica de Moçambique (IED) DO
Centro de recursos de Pemba, como requisito para
avaliação de trabalho de campo 1 de Gestão de Áreas
Protegidas, 4o ano, 2021

Tutor: dr. Ernesto Matsimbe Junior

Pemba
2021
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 2

Monitoramento da biodiversidade .............................................................................................. 3

Monitoramento da saúde de ecossistemas .................................................................................. 3

Monitoramento de populações de interesse por meio da actividade pesqueira .......................... 4

Monitoramento de espécies ameaçadas, independente da pesca ................................................ 4

Monitoramento da fauna ............................................................................................................. 5

Monitoramento dos habitats da fauna ......................................................................................... 5

Mapeamento dos habitats de Moçambique à escala nacional .................................................... 6

Mapeamento dos habitats segundo os critérios do IFC .............................................................. 6

Habitats críticos no ambiente costeiro e marinho ....................................................................... 6

Conclusão ................................................................................................................................... 7
Introdução
Muitos ecossistemas do mundo estão expostos a grandes ameaças. É consenso que nenhum
sistema natural dos vastos oceanos às geladas áreas polares, passando pelas florestas tropicais
e zonas áridas encontra-se a salvo das pressões humanas, inclusive de mudanças climáticas.
Para opor-se a essa ampla crise ambiental, forças políticas e lideranças científicas têm se
aliado para implantar programas de conservação. Desse esforço, surgem alianças dedicadas ao
aprimoramento de estratégias para conservação e uso sustentável da biodiversidade. Políticas
de desenvolvimento sustentável, fomento à economia verde e ajustes ao padrão de consumo
parecem nos dar alguma esperança de que a vida no planeta não entrará em colapso. Desta
maneira, o monitoramento da biodiversidade torna-se um aliado da gestão de áreas protegidas,
proporcionando informações para o planeamento da gestão e para auxiliar as pesquisas
científicas. Sendo assim, esta pesquisa foi realizada por meio de referencial teórico referente a
autores que debatem as diferenças entre monitoramento da biodiversidade.

2
Monitoramento da biodiversidade
Existem várias definições de monitoramento da biodiversidade. Algumas são estritamente
ecológicas, outras têm forte componente aplicado à gestão. Se bem projectado e aplicado, o
monitoramento é uma poderosa ferramenta para a gestão da área protegida. Seus dados e
informações ajudam a detectar problemas e permitem reacções em fase precoce, quando
soluções ainda podem ser relativamente baratas. Detectar, antecipar e reagir são palavras
chave para nortear o processo de monitoramento.

No contexto da gestão de áreas protegidas, o monitoramento constitui ferramenta importante,


responsável pela identificação e diagnóstico de algo ao longo de um tempo e espaço
determinados. Segundo Junior et al (2011) monitorar é “acompanhar, diagnosticar e
identificar tendências de algo ao longo do tempo, permitindo compreender o estado da
biodiversidade, a forma com esta está sendo usada, seus níveis de ameaça e potencialidades.
Em outros termos, consiste na observação repetida para fins específicos, de um ou mais
elementos do ambiente, de acordo com horários pré estabelecidos, no espaço e no tempo,
utilizando métodos de colecta de dados comparáveis (HOCKINGS, 2000, p.3).

Desta maneira, o monitoramento da biodiversidade torna -se um aliado da gestão de áreas


protegidas, proporcionando informações para o planeamento da gestão e para auxiliar as
pesquisas científicas. Esta actividade há aproximadamente 40 anos vem sendo realizada com
mais frequência (GLASSON, THERIVEL e CHADWICK 1994) em decorrência da
constatação dos impactos crescentes da acção antrópica sobre os recursos naturais e a
biodiversidade. Construiu-se, paulatinamente, o consenso acerca da necessidade de se
compreender ao máximo as dinâmicas dos sistemas complexos que organizam os
ecossistemas. Por meio do monitoramento, possibilita-se avaliar o estado de um recurso ou
sistema municiando a gestão da área protegida ou especialmente da UC de prováveis eventos
(CUNDILL e FABRICIUS, 2009). Em meados dos anos de 1990, a gestão dos projetos
ambientais passou a incorporar o monitoramento como essencial (LAMMERTS van
BUEREN e BLOM, 1997).

Monitoramento da saúde de ecossistemas


Para o objectivo de avaliar o estado dos ecossistemas, a efectividade das unidades de
conservação e, no longo prazo, efeitos das mudanças climáticas, o Programa Monitora se
concentra no monitoramento dos chamados alvos globais - estabelecidos a partir da
identificação de um conjunto mínimo de alvos e indicadores que podem ser acompanhados
3
em grande número de sítios. Os alvos e indicadores derivados podem ser constituídos por
táxons, grupos de espécies, sistemas ecológicos ou habitats. O monitoramento os alvos é
acompanhado em diferentes contextos ambientais, em ampla abrangência territorial, e o
respeito rígido ao protocolo viabiliza comparações para verificação de tendências ou
contrastes regionais e também em escala nacional ou global.

Monitoramento de populações de interesse por meio da actividade pesqueira


O monitoramento da pesca perpassa todos os componentes do subprograma Marinho e
Costeiro, na medida em que a pesca ocorre de forma abrangente, em diversas modalidades e
grupos de praticantes, trata-se de actividade inserida em complexa matriz socioeconómica,
extremamente variável no tempo e no espaço. Por tais razões, a padronização de seu
monitoramento é um objectivo questionável, mas existem abordagens que permitem
comparações entre métodos distintos, como as que trazem cuidadoso registo do esforço
de pesca. É possível também estabelecer procedimentos para ganhos em entendimento de
forma optimizada, por meio de bons desenhos amostrais. Os dados gerados por estes
monitoramentos subsidiam estudos populacionais e identificação de medidas de mitigação de
impactos específicas para cada tipo de pescaria com relação às espécies ameaçadas ou
periodizadas em programas de conservação (Marcovaldi et al., 2006).

Monitoramento de espécies ameaçadas, independente da pesca


Trata-se do monitoramento realizado de modo desvinculado da actividade pesqueira (embora
possa utilizar métodos de pesca experimental), mas em que o principal interesse é o
levantamento de dados sobre ocorrência e abundância das espécies. Aqui estão os
monitoramentos directamente voltados às espécies ameaçadas de extinção, subsidiando o
ciclo de avaliação de seu estado de conservação, às espécies nativas de interesse das unidades
de conservação ou ainda das espécies exóticas invasoras, especialmente para orientar medidas
de manejo. Diversos métodos são empregados no monitoramento das populações das espécies
nos ambientes marinho e costeiros, dependendo da biologia do grupo de interesse e das
condições de monitoramento.

4
Monitoramento da fauna
O maior problema em relação ao monitoramento faunístico está exactamente na riqueza de
espécies verificada nos ecossistemas tropicais e subtropicais. São milhares de espécies, e em
sua maioria difíceis de serem identificadas. Entretanto, este problema em parte pode ser
solucionado, seleccionando-se espécies conhecidas como "bio-indicadoras" entre aquelas que
não apresentem elevado grau de dificuldade para identificação. Mesmo assim, as análises de
campo demandam um treinamento mínimo para que erros significativos não ocorram.
Por outro lado, a interpretação dos dados obtidos nos diagnósticos de campo, requer bastante
experiência para que o prognóstico seja correcto. Isto é, a simples presença de uma
espécie rara ou ameaçada de extinção, ou então a ocorrência de um elevado índice de
diversidade de espécies, não indicam necessariamente que uma determinada reserva florestal
seja de óptima qualidade e que tenha condições de conservar suas populações animais.
A fauna silvestre é composta pelos mamíferos (mastofauna), pelas aves (avifauna),e
pelos répteis e anfibios (herpetofauna), sendo os dois primeiros grupos bio-indicadores
mais eficientes nos monitoramentos.

Monitoramento dos habitats da fauna


As Reservas de Vegetação Natural, ou Núcleos de Vida Silvestre devem ser monitoradas de
acordo com as seguintes condições:
1 - Posição geográfica da reserva;
2 - Tipo de vegetação;
3 - Estado de conservação da cobertura vegetal;
4 - Heterogeneidade vertical;
5 - Dimensões da reserva;
6 - Distância em relação a outras reservas.

O monitoramento deve ser efectuado com auxílio de cartas geográficas, mapas da empresa,
fotos aéreas, imagens de satélites (falsa cor), bem como com as indispensáveis análises de
“verdade terrestre”. Em monitoramentos mais exigentes, devem ser efectuados estudos da
composição florística e, eventualmente dos fitos sociologia das áreas de vegetação natural.

5
Mapeamento dos habitats de Moçambique à escala nacional

Mapeamento dos habitats segundo os critérios do IFC


A IFC define apenas duas categorias principais de habitat (natural e modificado). Porém, em
Moçambique muitas áreas não se enquadram nestes dois extremos, devido a distribuição
dispersa de pequenos assentamentos humanos, áreas cultivadas e outras actividades humanas
sobre os ecossistemas, que embora em pequena escala podem ter impactos negativos sobre a
biodiversidade.

Habitats críticos

Os habitats críticos estão apresentados cerca de 221.373 km2 (28% da superfície terrestre do
país). A rede de áreas de conservação (Parques, Reservas, Coutadas, fazendas do bravio e
Áreas de Conservação Comunitárias), com 164.422 km2 (74,6% dos habitats crít icos
terrestres) constitui a principal cobertura dos habitats críticos, porém é notório como certas
áreas também consideradas habitats críticos por diversas razões, encontram-se ainda fora do
sistema de áreas de conservação. Deve-se notar também que algumas das áreas de habitats
críticos são-no por diferentes razões. Por exemplo: a região do Delta do Zambeze e Complexo
de Marromeu, são cumulativamente áreas importantes de biodiversidade (sítio Ramsar e área
importante para aves, área protegida, mangais (área importante para adaptação a mudanças
climáticas e para serviços do ecossistema) e área importante para a biodiversidade marinha e
costeira.

Habitats críticos no ambiente costeiro e marinho


A EAME (2004) identificou as seguintes áreas importantes para a biodiversidade marinha em
Moçambique, devido a sua contribuição para a biodiversidade global, da eco região e na
economia nacional:

Complexo Mtwara-Quirimbas: Delta do Zambeze, Arquipélago de Bazaruto, Complexo Baia


de Maputo, Nacala-Mossuril, Ilhas Primeiras e Segundas, Baía de Sofala, Baía de Inhambane,
Complexo de Inharrime

6
Conclusão
Diante deste estudo podemos concluir que, monitorar a biodiversidade é realizar um conjunto
de actividades de longo prazo que permita avaliar as respostas de populações ou ecossistemas
às práticas de conservação e aos impactos de factores externos, como a perda de habitat, as
alterações da paisagem, a sobre-explotação de espécies e as mudanças climáticas. Com acções
balizadas pelo monitoramento, é possível criar estratégias para atenuar as pressões sobre os
ecossistemas

Portanto, monitoramento busca fortalecer o diálogo em torno das questões ambientais, com
base no compartilhamento de informações e na formulação de questões, envolvendo
pesquisadores, gestores das áreas e das comunidades. Tem sido estabelecido um conjunto de
procedimentos para levantar dados a partir do emprego de técnicas simples, com baixo custo
financeiro e operacional, privilegiando a participação de atores locais, acompanhado do
compartilhamento de análises e interpretação colectiva de resultados. Tais actividades
requerem a capacitação constante em diversas áreas do conhecimento e permanente processo
de animação e articulação de iniciativas.

Contudo, A obrigatoriedade do monitoramento nas últimas décadas para diagnosticar e propor


mudanças à gestão de áreas protegidas foi avanço inegável dentro da estratégia global que
visa preservar a diversidade biológica ainda existente.

7
Referencias Bibliográficas

CUNDILL, G & FABRICIUS, G. (2009).Monitoring in adaptive co-management: towards a


learning based approach. In: Journal of environmental management, .

EAME. (2004) The Eastern African Marine Ecoregion Biodiversity Conservation Strategic
Framework 2005 – 2025 Dar es Salaam, Tanzania pp 54 Gomes e Sousa A. (1968) Reservas
Florestais de Moçambique. Comunicações 10. Instituto de Investigação Agronómica de
Moçambique. Lourenço Marques, Moçambique.

GLASSON(1994). Introduction to environmental impact assesment. In: Introduction to


environmental impact assessment. The natural and built environment series, fourth edition:
Londres .UCL Press, ,

HOCKINGS, Marc. Evaluating effectiveness – A framework for assessing the management of


protected areas. In: Oxford journals, v.53, n.9, 2000. Disponível
em:http://bioscience.oxfordjournals.org/content/53/9/823.short> Acesso em 27 de maio. 2021.

JOLY, C. A.(2011). Diagnósticoda pesquisa em biodiversidade no Brasil. Revista USP,

JUNIOR, Sinomar F. Fonseca et al. Programa de monitoramento da biodiversidade e do uso


de recursos naturais- ProBUC: a experiência das unidades de conservação estaduais do
Amazonas. Manaus, Centro Estadual de Unidades de Conservação, 2011.

LAMMERTS van BUEREN EM, BLOM EM. Hierarchical framework for the formulation of
sustainable forest managemente standards. In: Tropenbos Foundation, 1997. Disponível
emhttp://www.piec.org/pathfinder/Pathfinder_portal/Instruments_Engl/A3Hierarchical_frame
work/print/CI_framework_PF.pdf>. Acesso em 23 de maio. 2021.

MARCOVALDI, M. .; SALES, G.; THOMÉ, J. C.; DIAS DA SILVA, A. C.; GALLO, B.M.;
LIMA, E. H.; LIMA, E. P.; BELLINI, C. Sea turtles and fishery interactions in Brazil:
identifying and mitigating potential conflicts. Marine Turtle Newsletter, v. 112, n. 1, p.4–8,
2006

MORRISON, M.L. Bird populations as indicators of environmental change. In:


JOHNSTON, R.F., ed. Current ornithology. New York: Plenum Press, 1986. pA29-451.

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