Inbound Marketing: Omnichannel E
Inbound Marketing: Omnichannel E
INBOUND
MARKETING
PROFESSORA
Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Dr. Victor Vinicius Biazon
Projeto Gráfico e Capa C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. COUTINHO, Fernanda Gabriela
e Thayla Guimarães de Andrade.
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/8297064187293273
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
Com relação à quarta unidade, daremos início a discussão sobre inbound marketing,
apresentando a era da comunicação digital e as principais mudanças ocorridas e como
o marketing de conteúdo proporcionou a entrega de valor por meio das estratégias de
inbound. Assim, descreveremos os principais conceitos relacionados ao inbound marke-
ting e às ferramentas e modelos para produção de conteúdo. Por fim, exploramos alguns
casos que exemplificam a utilização da ferramenta inbound.
Na quinta e última unidade, apresentaremos o inbound marketing como uma ferramenta
estratégica e abordaremos formas para a produção de conteúdo relevante e a otimização
para os resultados pelo inbound. Também exploraremos a conversão, por meio de leads, e
as métricas que permitem a verificação das estratégias de inbound marketing empregadas.
Em síntese, espera-se que, ao final deste livro, o aluno(a) seja capaz de compreender o
processo de integração de canais e a importância de se conhecer as características das
plataformas de distribuição e como fazer para trabalhar estratégias de entrega de forma
unificada, e, em conformidade com isso, o desenvolvimento de conteúdos que possibilitem
ações de comunicação mais assertivas e colaborativas. Bons Estudos!
ÍCONES
pensando juntos
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
10 UNIDADE 02
53
COMPREENDENDO CARACTERÍSTICAS E
O CONTEXTO DO ESTRUTURA DO
OMNICHANNEL OMNICHANNEL
UNIDADE 03
84 UNIDADE 04
118
IMPLEMENTANDO COMUNICAÇÃO
ESTRATÉGIAS E DIGITAL E
AÇÕES PRODUÇÃO
OMNICHANNEL DE CONTEÚDO:
PRINCÍPIOS DO
INBOUND MARKETING
UNIDADE 05
152 FECHAMENTO
195
O INBOUND CONCLUSÃO GERAL
MARKETING
COMO FERRAMENTA
ESTRATÉGICA
1
COMPREENDENDO
O CONTEXTO DO
OMNICHANNEL
PROFESSORA
Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Mudanças no comportamento
de consumo e a nova jornada do shopper • A evolução do varejo • As tecnologias e as transformações
no processo de compra • Formatos on-line e off-line no varejo • O processo de transição do one para
o omni.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Identificar as principais mudanças no comportamento de consumo que propiciaram as atividades de
omnichannel • Apresentar as principais movimentações do varejo no processo de integração de canais
• Compreender como as tecnologias contribuíram para a formação e integração de novos canais de
compra • Apresentar os formatos existentes de varejo e como funcionam no aspecto da multicanalida-
de • Descrever como ocorreu o processo de transformação de canais que resultou no omnichannel.
INTRODUÇÃO
COMPORTAMENTO
de consumo e a nova
jornada do shopper
UNICESUMAR
que as pessoas se ocupam quando adquirem algo, consomem e, também, dispõem
de produtos e serviços. Na visão de Solomon (2011), conhecer o consumidor é um
processo estratégico do marketing, pois para atender as necessidades e desejos,
precisamos conhecer, de forma efetiva e diferenciada, o que os consumidores
buscam, ao realizarem suas compras.
O comportamento do consumidor pode ser explicado por meio de quatro
modelos, conforme Giglio (2013): o modelo econômico, o modelo de tipologia,
o modelo de processo em etapas e o modelo social. A aplicação desses modelos
pode ser estendida para o consumidor virtual.
No caso do modelo econômico, busca-se explicar o comportamento do con-
sumidor; verificar os processos que direcionam as trocas de valor e entender
como o consumidor escolhe o preço e busca a melhor alternativa (GIGLIO, 2013).
No caso do consumidor on-line, a internet propicia um importante ambiente de
busca de preços, otimizando o processo de escolha.
O modelo de tipologia, por sua vez, entende o consumidor por meio de carac-
terísticas, como dados demográficos, traços de personalidade e estilo de vida (GI-
GLIO, 2013). No ambiente digital, esse modelo trata do perfil dos consumidores,
baseados nos dados que são fornecidos nesse ambiente, uma vez que a internet
se constitui como uma ferramenta de data base que facilita o detalhamento do
perfil do consumidor.
O modelo de processo de etapas é aplicado, em geral, à compra de produtos
de alto valor financeiro e exige que o consumidor passe por cada fase, desde a
escolha e a avaliação até a decisão e efetivação da compra do produto. No caso
da internet, esse modelo não se aplicaria, completamente, pois as compras no
ambiente on-line não passariam por todas as fases e estariam mais relacionadas
à busca de alternativas. Giglio (2013), no entanto, afirma que é possível aplicar o
modelo para o comércio eletrônico, independentemente do produto a ser com-
prado, pois, segundo o autor, o processo pode começar e terminar na internet.
No caso do modelo social, entende-se que “[...] a escolha, a compra e o uso
de produtos por uma pessoa podem ser entendidos a partir das regras do seu
grupo de referência” (GIGLIO, 2013, p. 191). É possível aplicá-lo, então, na compra
virtual, pois esse novo ambiente aponta para um novo código social de relacio-
namento profissional, social e afetivo, proporcionando um cenário favorável de
compra de produtos e serviços que são influenciados pelas informações trocadas
nas redes sociais, blogs e outros formatos digitais.
13
O novo consumidor, também denominado “e-consumidor” ou “prosumidor”,
UNIDADE 1
“
consome bens e serviços em um mercado global, é consciente de
seus direitos e exerce plenamente sua dimensão de cidadão, bem
como utiliza a Web cotidianamente para aprender, trabalhar e vi-
ver, além de ser mais bem informado (SAMARA; MORSH, 2005,
p. 246).
Os consumidores atuais passam a ser globais, uma vez que a internet possibilitou
uma conexão sem fronteiras com o consumo de produtos e serviços, em qualquer
parte do mundo. Além disso, os consumidores estão mais conscientes e passam a
se preocupar com as questões socioambientais; também estão mais informados e
digitais, por isso, as atividades passam a ser feitas no ambiente on-line, o que inclui
a compra por plataformas digitais. O Quadro 1, a seguir, apresenta as principais
diferenças entre os antigos e novos consumidores.
Velhos consumidores Novos consumidores
Sincronizados. Individuais.
Conformistas. Independentes.
Quadro 1 - Diferenças entre perfis de consumidores / Fonte: Samara e Morsch (2005, p. 248).
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Os novos consumidores não querem, apenas, comprar algum tipo de produto,
UNICESUMAR
eles buscam vivenciar uma experiência de compra, por meio do ambiente on-li-
ne. Eles, em geral, pesquisam, comparam preços e analisam vantagens, serviços
ofertados. Prezam pela segurança no ambiente de compras, no qual o preço deixa
de ser o elemento mais importante, e a navegabilidade e a confiabilidade do site
passam a ser definitivas para decisão de compra. Além disso, as pesquisas reali-
zadas sobre as empresas e produtos oferecidos bem como as opiniões de outros
indivíduos no ambiente digital, também, são consideradas.
Nesse cenário tecnológico do século XXI, os consumidores passam a ser
“e-consumidores” ou “prosumidores” e se utilizam das tecnologias e das mídias
digitais para buscarem informações, comprarem produtos mas também para rea-
lizarem reclamações e fazerem sugestões, passando a interagir com as empresas
e, de certa forma, colocar as suas opiniões, que precisam ser ouvidas para que se
estabeleça uma relação de confiança e, assim, possa permanecer.
“
E, pela primeira vez em todas essas etapas, o consumidor participa
de uma via de mão dupla (para não dizer múltipla) na comunica-
ção com o varejo, onde a dinâmica do negócio muda e as empresas
que criam diálogos certamente se diferenciam daquelas que apenas
comunicam (TERRA; ALMEIDA, 2011, p. 37).
Além da troca que ocorre entre indivíduos e empresas no ambiente digital, ca-
racterizado pelo modelo B2C (business to consumer), há também ações de troca
entre os consumidores, que é modelo C2C (consumer to consumer), que ganha,
cada vez mais, espaço nesse novo canal. A figura, a seguir, ilustra esse novo pro-
sumidor.
15
UNIDADE 1
Agenda da marca:
divulgar a empresa. Editor:
formar opiniões.
Infocados:
acessar informações.
Compartilhar
e possuir público:
promover e ter
alcance.
conecte-se
Surge, nesse novo cenário, o shopper power que atua como protagonista, uma
vez que possui certo poder no ambiente on-line (TERRA; ALMEIDA, 2011). O
shopper power se estabelece a partir de um cenário de mudanças externas que
provém do uso da internet, do local e global, ao mesmo tempo, da convergência
e da mobilidade; no caso das questões internas, pela falta de tempo dos indiví-
duos, pela ideia de pertencimento, pela cultura mais jovem e, também, na relação
custo-benefício (TERRA; ALMEIDA, 2011), conforme Figura 2, a seguir:
16
UNICESUMAR
INFLUÊNCIAS EXTERNAS INFLUÊNCIAS INTERNAS
• Valor do tempo e ansiedade
• Velocidade da mudança. digital.
• Globalização. • Senso de pertencer.
• Crescimento do acesso à • Cultura jovem.
internet. • Relação
• Convergência e mobilidade. • Custo-benefício.
MUDANÇAS NA ATITUDE
DO COMPORTAMENTO DO
CONSUMIDOR ON-LINE.
17
UNIDADE 1
Dessa forma, podemos observar que não é, apenas, vários canais disponíveis, mas
a necessidade de se integrar esses canais por meio de estratégias mercadológicas.
O consumidor ou o shopper busca experiência em sua jornada de compras e isso
já ocorre por vários canais. Assim, o varejista precisa compreender o fluxo de
cada um para fornecer as melhores alternativas, de forma que consiga integrar os
canais e, assim, criar um relacionamento que possa proporcionar uma vivência
produtiva de compra, em todas as plataformas.
Nesse cenário, quem “puxa” as mudanças é o próprio consumidor, é a partir
dele que os varejistas criam novas ações. Pensando no mercado brasileiro, Ber-
nardino et al. (2019) descreve que algumas tendências, em relação ao consumidor
brasileiro, são o gosto pelas lojas físicas; buscam conveniência; valorizam o acesso
e o uso em detrimento da propriedade; valorizam a sustentabilidade e as marcas
que possuem propósitos; usam com grande intensidade os smartphones e as
redes sociais para compra e passam por vários canais, até a tomada de decisão.
Com isso, percebemos a importância de compreender o comportamento do
consumidor, dentro desse novo ambiente digital, identificando suas característi-
cas, a maneira como compram e se comunicam com as empresas varejistas, nesse
cenário, que está deixando de ser múltiplos canais para se tornar omnichannel.
18
2
A EVOLUÇÃO DO
UNICESUMAR
VAREJO
Descrição da imagem: na imagem, temos uma linha do tempo que descreve a evolução
do varejo. O primeiro acontecimento descrito é: Agricultura de Subsistência; na sequência:
Comercialização de excedentes; depois: Comércio na Grécia e Império Romano; depois: Lojas
em formatos de armazéns com todos os tipos de produtos, no ano de 1700; na sequência:
Primeira loja de departamento no ano de 1852; depois: Autosserviço no ano de 1912; na
sequência: primeiro supermercado no ano de 1930; depois: Primeiro shopping center no
ano de 1931; depois: Loja de conveniência no ano de 1940; na sequência: Surgimento das
20
franquias entre os anos de 1950 e 1960; depois: Surgimento do e-commerce no ano
UNICESUMAR
de 1992; depois: Criação da Amazon em 1994; na sequência: expansão do varejo
eletrônico nos anos 2000; depois: Novas tecnologias no varejo na primeira década
do século XXI; na sequência: Múltiplos canais, na segunda década do século XXI; e,
por fim, Omnichannel a partir do ano de 2011.
Lojas em formatos
de armazéns Novas
(todos os tipos Primeiro Surgimento Criação Tecnologias no Varejo
Comercialização de produtos) Autosserviço Shopping Center das Franquias da Amazon (1ª década Omnichannel
de excedentes (1700) (1912) (1931) (1950-1960) (1994) do séc. XXI) (2011)
Agricultura Comércio na Primeira Loja de Primeiro Lojas de E-commerce Expansão do Múltiplos Canais
de subsistência Grécia e Império Departamento Supermercado conveniência (1992) Varejo Eletrônico (2ª década
Romano (1852) (1930) (1940) (2000) do séc. XXI)
rudimentares para as grandes vitrines das lojas de luxo; das lojas físicas para as
lojas virtuais.
O século XXI trouxe muitas mudanças no varejo, tanto para as lojas físicas
como para o e-commerce. Praticamente, todas as grandes varejistas passaram a
atuar no digital, ampliando a venda de produtos e serviços no mundo, impulsio-
nado pela variedade, praticidade e possibilidade de entrega em diversos pontos.
A tecnologia, com toda certeza, foi uma das principais responsáveis por essa
forma de comercialização. Ela permitiu a inserção de novos processos, novas
formas de distribuição, comunicação; facilitou a venda e o estabelecimento de
um relacionamento mais próximo com os clientes, propiciando, ainda, agilidade
e diversidade na aquisição de bens e serviços.
Além disso, a gestão dos negócios varejistas precisa ser pensada, a partir das
novas tecnologias e das mudanças do comportamento do consumidor, do au-
mento da concorrência, do comércio global, da diversidade de canais, dos impac-
tos do consumo e da sustentabilidade. Assim, para se adaptarem à nova realidade,
aos novos formatos e a grande concorrência, que agora é global, as empresas
varejistas precisaram mudar e aprimorar suas estratégias. O quadro, a seguir,
apresenta algumas práticas utilizadas por varejistas europeus.
UNICESUMAR
Administração e gestão de fissional, ao comprometimento e à
recursos humanos motivação; oferta de participação
nos lucros e sociedade no capital.
23
pulsionado as principais transformações no varejo, é a partir do consumidor que
UNIDADE 1
pensando juntos
3
AS TECNOLOGIAS E AS
TRANSFORMAÇÕES
no processo de compra
UNICESUMAR
forma, abordaremos sete inovações que, atualmente, ocorrem no cenário varejista.
Começamos, então, pela inovação de formato. Esta deve ser feita a partir do
posicionamento da empresa, ou seja, da forma como ela se coloca para seu públi-
co-alvo. Para Parente (2014), a inovação no formato pode ocorrer, principalmente,
por três formas, que são: alto grau de novidade, em que o novo formato de fato
não existia, como no caso das lojas de conveniência; médio grau de novidade, em
que há algumas transformações significativas, como as padarias que alteraram
sua localização por questão de conveniência e ampliaram seu mix de produtos;
baixo grau de novidade, com poucas modificações que podem ser de um produto
oferecido, forma de pagamento, ação de comunicação, dentre outras.
As inovações evolutivas estão relacionadas ao ciclo de vida, no qual uma
nova proposta de varejo surge com alto nível de aceitação, por atender alguma
demanda específica, mas que, ao longo do tempo, com a aderência dos clientes
e a ação da concorrência, esses formatos são padronizados e deixam de ser úni-
cos. Desse modo, atingem a maturidade e podem abrir possibilidades de novos
formatos que o substituam e, assim, recomeça o ciclo (CASAS; GARCIA, 2007).
Outro tipo de inovação é por hibridismo e se refere à criação de formatos in-
termediários de algum modelo já existente que ocorrem por movimentos cíclicos
de expansão e contração na diversidade de lojas (CASAS; GARCIA, 2007). Um
exemplo que podemos observar são as lojas no formato express que, em geral,
são originadas de supermercados e lojas de departamento, possuindo um mix
de produtos menor que a loja original. Mas é importante que essa estratégia seja
bem estruturada, por conta do posicionamento das empresas, para não confundir
o cliente em relação à oferta realizada.
Com relação às inovações adaptativas, elas se constituem dentro de um pro-
cesso de empreendedorismo. Isso, de certa forma, traz um risco, já que se cria um
formato novo para atender a uma demanda ou tendência específica de acordo
com o perfil dos consumidores, que poderá ou não ser aceita, já que traz uma pro-
posta diferente dos modelos já existentes no mercado (CASAS; GARCIA, 2007).
Um exemplo, que podemos observar no segmento de alimentação do varejo,
são os food trucks, estes trazem um novo formato, com uma nova proposta de
serviço em localizações que podem ser diversificadas e, por isso, constitui-se
como uma inovação adaptativa a demandas existentes para este tipo de formato,
traz comida rápida, de qualidade e pode ser entregue em diferentes pontos.
25
Outra possibilidade é a mistura de formatos, quando duas propostas de vare-
UNIDADE 1
conceituando
“
A tecnologia, por si só, não representa vantagem competitiva para
o varejista; apenas quando adequada ao posicionamento escolhido,
implementada corretamente e gerenciada com destreza é que a tec-
26 nologia dá frutos como elemento de inovação.
A inserção dessas tecnologias ocorreu primeiro internamente e serviram para
UNICESUMAR
melhorar os setores da empresa como o financeiro, recursos humanos, contabili-
dade, compras e estoque e, posteriormente, começaram a ser empregadas nas lojas
de varejo, para fazer a ligação e propiciar a otimização dos processos que integram
tanto os bastidores como os ambientes de loja e o contato direto com os clientes.
Desse modo, inicialmente, o checkout automático, o código de barras nos
produtos, a leitura por scanner, as balanças eletrônicas, as máquinas de preenchi-
mento de cheques agilizaram o pagamento nos caixas das lojas, principalmente,
em supermercados com maior volume de filas. Na sequência, outras tecnologias
foram implementadas, como o auto-scaning, em que os próprios clientes podem
realizar a consulta de preço dos produtos, em terminais espalhados pelas lojas;
as redes sem fio; a utilização de celulares e computadores de mão para a trans-
missão de dados; o uso de biometria para identificar o consumidor e permitir
mais segurança nas transações; e os smart cards, com cartões que possuem chips
que armazenam informações, facilitando o processo de compra e, também, a
transmissão de dados com maior confiabilidade; e o self checkout, que são os
caixas de pagamento operados pelos próprios clientes e que utilizam algumas
das tecnologias já mencionadas, conforme pode ser observado na figura, a seguir.
28
UNICESUMAR
Figura 5 - Virtual Fitting Room (Provador Virtual).
Outras tecnologias que podem ser observadas são os mapas de calor, que per-
mitem identificar em quais locais da loja o cliente permaneceu por mais tempo
e, também, a quantidade de pessoas em cada região da loja.
Descrição da imagem: na figura, uma pessoa com um tablet na mão, dentro de um super-
mercado. No tablet, está a imagem do supermercado, com as marcas do mapa de calor..
29
O beacon é uma comunicação via bluetooth, associado a um aplicativo da loja,
UNIDADE 1
Descrição da imagem: na imagem, vê-se o desenho da rua de uma cidade, com várias lojas.
Pessoas andam por essa rua, e, no centro da imagem, uma mulher segura o celular. Acima
do celular há um sinal visível, que avisa a mulher de que existe promoções nas lojas ao seu
redor. Em cada loja, já um balão de mensagem com avisos promocionais, demonstrando o
funcionamento do sistema de beacons.
Descrição da imagem: na imagem, vê-se o desenho da rua de uma cidade, com vá-
rias lojas. Pessoas andam por essa rua, e, no centro da imagem, uma mulher segura
o celular. Acima do celular há um sinal visível, que avisa a mulher de que existe
promoções nas lojas ao seu redor. Em cada loja, já um balão de mensagem com
avisos promocionais, demonstrando o funcionamento do sistema de beacons.
Também podemos citar a realidade virtual (VR – virtual reality), Figura 8,
na qual o usuário pode imergir em um ambiente simulado por meio de algum
display, como óculos especiais e headsets (BERNARDINO et al., 2019). Essa fer-
ramenta permite várias ações no varejo, possibilitando que o cliente visualize, de
forma mais próxima da realidade, algum tipo de produto, em seu contexto de uso,
bem como os serviços. Essa tecnologia facilita a escolha no processo de compra.
Descrição da imagem: na figura, há uma loja, que está dentro de um shopping. Há pessoas
passando fora da loja e, também, há várias pessoas no interior da loja. À direita da imagem,
há um homem com óculos de realidade virtual, segurando um controle nas mãos, e, ao seu
lado, uma criança.
30
UNICESUMAR
Figura 8 - Realidade Virtual no Varejo
Além disso, tem-se a realidade aumentada (AR – augmented reality), que é dife-
rente da anterior, pois, nesse caso, a inserção de objetos virtuais no ambiente físico
acrescenta possibilidades ao mundo e melhora essa realidade. Essas tecnologias
permitem pensar em novas possibilidades que melhoram a experiência do cliente
na jornada de compra, seja ela on-line, seja off-line.
32
UNICESUMAR
consumidor pelo ambiente, conduzindo-o da melhor forma pela loja; oferecer
possibilidades de produtos e serviços de acordo com suas necessidades, como
observado na imagem a seguir.
33
4
FORMATOS
UNIDADE 1
ON-LINE E OFF-LINE
no varejo
34
■ Varejista: é o ponto de venda no qual há contato direto com o consumidor
UNICESUMAR
final, atendendo ao comprador individual, necessitando ter a quantidade
suficientes de produtos conforme a demanda.
■ Atacarejo (cash and carry): é um modelo híbrido e que tem ganhado
cada vez mais espaço em algumas cidades de médio e grande porte, pois
agrupa funções de varejo e atacado em um mesmo estabelecimento. É
um modelo “pague e pegue” e representa um distribuidor em que grandes
quantidades que são compradas diretamente de produtores, são vendidas
em quantidades menores aos consumidores finais.
“
Os clientes de varejo estão se tornando cada vez mais clientes mul-
ticanais quando se trata da tomada de decisão sobre a compra de
um produto ou serviço. Ou seja, não pesquisam apenas um canal de
vendas para obter informações e para decidir em qual irão comprar.
Por isso, é importante ter presença em diversos canais para conseguir ofertar
mais possibilidades de compra, lembrando que, conforme Rocha e Mola (2018),
alguns benefícios devem ser oferecidos ao consumidor pelos canais, como ta-
manho do lote a ser comprado, tempo utilizado para a entrega, variedade das
opções, facilidade de acesso e, ainda, os serviços adicionais à compra, como o
crediário, conserto, serviço de entrega, dentre outros. Para compreender melhor
os possíveis canais que podem ser utilizados pelo varejo, apresentamos os prin-
cipais, caracterizando cada formato, conforme diferentes formas de classificação.
Com relação aos serviços ofertados temos quatro tipos de modelos possíveis,
sendo as lojas de autosserviço, onde o próprio consumidor se encarrega da tarefa
de compra, realizando toda ação por conta própria; autoatendimento, onde o
consumidor também circula livre pela loja, mas terá suporte de um vendedor se
necessário, como nas lojas de departamento, conforme a figura a seguir; serviço
limitado, modelo tradicional em que o vendedor faz o atendimento e apresenta
35
os benefícios dos produtos conforme interesse do consumidor; serviço completo,
UNIDADE 1
este é o atendimento mais personalizado, que não apenas oferta o produto, mas
realiza um atendimento para encantar o cliente (ROCHA; MOLA, 2018).
Descrição da imagem: na figura, está a entrada da Loja de Departamento CeA, com mane-
quins e roupas expostas, além de pessoas circulando no interior da loja.
Com relação aos modelos comerciais, tratando-se do varejo físico, em que a pre-
sença da loja é importante para a comercialização dos produtos, alguns formatos
se destacam, como as loja de departamento, que apresentam uma grande varieda-
de de produtos, podendo ser de diversos segmentos, como vestuário, acessórios,
decoração, eletrônicos, mobiliários etc.; loja de especialidade, que se especializa
em um segmento, oferecendo maior variedade no ramo que atuam, como óticas,
farmácias, livrarias, lojas de calçados etc.; lojas de conveniência, que são estabe-
lecimentos menores, em geral, com alta circulação, com uma linha restrita de
produtos, priorizam os itens que tenham consumo rápido ou alto giro, sendo
um exemplo clássico as lojas dos postos de gasolina (ROCHA; MOLA, 2018),
conforme a figura a seguir.
36
UNICESUMAR
Descrição da imagem: a figura é uma loja de conveniência, do lado direito e esquerdo,
aparece parte de prateleiras com alguns produtos. No fundo da imagem, há o caixa da loja.
Outros formatos que se destacam são as lojas de desconto (ou hard discount).
Estas tem o foco na oferta de produtos com preços baixos, com uma estrutura
simplificada e poucos serviços associados: as superlojas, com espaços acima de
5.000 m2, especializada em determinadas categorias de produtos, que podem
ser lojas de materiais de construção, mas os supercentes e hipermercados, além
de lojas de móveis, como a Etna, e de materiais esportivos, como a Decathlon,
também, podem ser classificados aqui; os supermercados, um dos formatos mais
típicos e tradicionais do varejo, mas que passam por transformações significati-
vas, tanto no portfólio de produtos como na localização, formatos e atendimento
(ROCHA; MOLA, 2018).
Descrição da imagem: na figura, está ao fundo a fachada da Loja Etna e na frente da loja,
um estacionamento com alguns carros e cones.
37
UNIDADE 1
38
Descrição da imagem: : a figura mostra uma área de conveniência, em que do lado esquer-
UNICESUMAR
do há quatro vending machines, uma de bebidas, outra de café e outras duas de refrigerante.
Há um homem retirando a bebida na primeira máquina de bebidas.
Descrição da imagem: : a figura é uma foto da loja Amazon Go, nos Estados Unidos, em que
há pessoas circulando pela loja, do lado direito, há algumas prateleiras, e do lado esquerdo
a saída da loja.
UNICESUMAR
física, atrelada ao uso de ferramentas tecnológicas, que ampliam o momento vi-
venciado e as possibilidades de compra. A automatização, principalmente, atua
na distribuição, estoque, controle de produtos; produz eficiência logística, com a
utilização de ferramentas como drones. Outra tendência é que não há uma defi-
nição de qual seja o melhor canal, loja física ou on-line, mas a decisão deverá ser
do consumidor que deve decidir onde quer realizar suas compras, e as empresas
deverão oferecer, além de vários canais, a integração deles, que é o omnichannel.
explorando Ideias
A ideia é experimentar e utilizar a tecnologia para materializar novas ideias, como uma
empresa que, para minimizar o tempo dos clientes nos provadores e a frustração por
tamanhos errados, permite que, por meio de um aplicativo, em casa, o consumidor vista
uma roupa de ginástica, que é escaneada, mostrando o tamanho correto. O cliente, tam-
bém, pode fotografar uma roupa e, por meio de um sistema, procurar por roupas seme-
lhantes, ou ainda a impressão 3D feita com comidas, como um purê de batata que pode
ser colocado no formato de flor, e tantas outras possibilidades.
Fonte: a autora.
Diante de tudo o que foi apresentado e discutido em relação aos formatos va-
rejistas, o que percebemos é que os canais precisam ser trabalhados de forma
conjunta para oferecer, cada vez mais, experiência e valor aos clientes, facilitando
o processo de compra e permitindo o uso da tecnologia, independentemente do
tipo de canal, como uma ferramenta indispensável para ampliar o relacionamento
e atender as demandas dos clientes em múltiplas plataformas.
41
5
O PROCESSO DE
UNIDADE 1
TRANSIÇÃO DO
one para omni
Descrição da imagem: na figura, na parte de cima, há uma sequência de quatro setas que
se direcionam para a direita. Na primeira seta, à esquerda, está descrito “Canal Único (Single
Channel)”, logo abaixo, há uma frase que diz “Presença em um canal”, abaixo o conceito:
“Consumidor vai à loja por só ter essa opção”, abaixo o desenho de uma mulher com um
carrinho de compras e uma seta de duas vias apontando para o desenho de uma loja. Na
segunda seta, na sequência, está descrito “Múltiplos Canais (Multi Channel)”, logo abaixo há
uma frase que diz “Presença em vários canais”, abaixo o conceito “A experiência melhora
pela presença em vários canais” e abaixo o desenho de uma mulher com um carrinho de
compras e três setas de duas vias, uma apontando para o desenho de uma loja, outra para
o desenho de um computador e outra para o desenho de um celular. Na terceira seta, na
42
UNICESUMAR
sequência, está descrito “Canais Cruzados (Cross Channel)”, logo abaixo há uma frase
que diz “Interligação e o cruzamento dos canais”, abaixo o conceito “Os canais passam
a se cruzar, assim como as informações” e abaixo o desenho de uma mulher com um
carrinho de compras e uma seta de duas vias, direcionando para uma linha horizontal
onde há três setas, uma apontando para o desenho de uma loja, outra para o desenho
de um computador e outra para o desenho de um celular. Na última seta, na sequência,
está descrito “Canais Unificados (Omni Channel)”, logo abaixo há uma frase que diz “In-
tegração de Canais”, abaixo o conceito “Visão holística e integrada que compreende o
consumidor” e abaixo desenho de uma mulher com um carrinho de compras ao centro
e várias setas de duas vias que saem da mulher e apontam, no sentido horário, para o
desenho de uma lupa, de um computador, de um celular, de uma carta, de uma loja, e de
um sinal de compartilhamento, formando um círculo de desenhos em volta da mulher.
Consumidor vai à loja, A experiência melhora, Os canais passam a se Visão holística e integrada
por ter apenas essa pela presença em cruzar, assim como as que compreende o
opção. vários canais. informações. consumidor.
43
das ações bem como das informações por eles geradas, permitindo, assim, mais
UNIDADE 1
“
a prática de integrar vários canais para criar uma experiência de
consumo contínua e uniforme. Ele requer que as organizações rou-
pam com ou feudos dos canais e unifiquem suas metas e estratégias.
Isso irá assegurar um esforço conjunto de vários canais on-line e
off-line para levar os consumidores ao compromisso com a compra.
Nessa nova realidade, Bernardino et al. (2019) chamam a atenção para a neces-
sidade de as empresas unificarem e integrarem suas políticas para atender a esse
omniconsumidor. O desafio para os autores é ver os canais disponíveis e trabalhar
de forma sinérgica, coordenando a integração dos processos, desde a logística,
armazenamento, distribuição, atendimento ao cliente até a base de dados, já que as
informações se tornam cada vez mais necessárias e essenciais para realizar essas
44
ações integradas e se manter competitivo diante desse novo cenário varejista.
UNICESUMAR
Para Bernardino et al. (2019), o varejo físico continua sendo, como os autores
chamam, o “centro de gravidade” para a integração dos canais dentro do contexto
omnichannel. Assim, as facilidades proporcionadas na loja física são provenientes
da experiência digital. Isso pode ser verificado no caso de lojas como Saraiva e
Decathlon, que o cliente compra on-line, mas retira na loja física, e pode assim
economizar o frete, uma opção conhecida como pic up store, click and collect ou
BOPIS (buy online pick up store) (BERNARDINO et al., 2019).
Outro exemplo apontado pelos autores é o de uma loja na Coreia do Sul. Iden-
tificou-se que os clientes possuíam smartphones e, assim, criou-se um shopping
virtual, onde as prateleiras exibiam fotos dos produtos e os clientes realizavam
as comprar por meio de QR Code. Desse modo, ao scanear o código, o produto
era inserido no carrinho de compras (BERNARDINO et al., 2019).
Com isso, esse novo comportamento de compra é denominado por Bernardi-
no et.al. (2019) como hibridização, em que os clientes pesquisam e, ao passarem
por vários canais, escolhem as melhores opções ofertadas. Dessa forma, entende-
-se que o caminho é a integração dos canais, as estratégias unificadas, respeitando
as especificidades de cada tipo de canais, e o mais importante: com o foco sempre
no consumidor, pois é ele que vai vivenciar essa nova experiência de vários canais
integrados na denominada era omnichannel, que, ainda, avançará muito mais
e trará novas possibilidades e, também, novos desafios na gestão do varejo. É o
início de uma jornada integrada e centrada no cliente, o customer centricity e o
fim da divisão on-line/off-line.
45
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1
46
na prática
2. O varejo nasce a partir das necessidades emergentes por produtos e serviços ba-
seados em um processo de troca entre indivíduos, em que se revelam as figuras de
produtores e consumidores. As trocas eram feitas por meio de um processo de es-
cambo, ou seja, um indivíduo que possuía certa quantidade de determinado produto
negociava seu produto com outro indivíduo que possuía um bem diferente. Caso
ambas as necessidades dos negociantes fossem atendidas, efetuava-se a troca. Com
a expansão dos mercados produtor e consumidor em meados do século XIX, o varejo
estabelece-se como um setor de grande importância. Atualmente, a tecnologia da
informação tem apoiado substancialmente a evolução do varejo (AMORIM, 2015,
on-line). Com relação à evolução do varejo e ao surgimento de diversos formatos,
além da utilização da tecnologia, analise as afirmativas a seguir:
47
na prática
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II apenas.
d) I e III apenas.
e) I, II e III.
3. A tecnologia, por si só, não representa vantagem competitiva para o varejista, apenas,
quando adequada ao posicionamento escolhido, implementada corretamente e
gerenciada com destreza é que a tecnologia dá frutos como elemento de inovação
(CASAS; GARCIA, 2007). Com base nas transformações tecnológicas ocorridas no
varejo, avalie as informações a seguir com (V) para verdadeiras e (F) para falsas:
48
na prática
a) V, F, V.
b) F, F, V.
c) V, F, F.
d) F, V, F.
e) F, F, F.
I - O “atacarejo” é um modelo híbrido e que tem ganhado cada vez mais espaço
em algumas cidades de médio e grande porte, pois agrupa funções de varejo e
atacado em um mesmo estabelecimento.
II - Os marketplaces estão ganhando cada vez mais força, em que grandes lojas
varejistas ofertam produtos em suas lojas on-line de diversos fornecedores
parceiros, trazendo maior variedade e agilidade ao consumidor.
III - As lojas de desconto (hard discount) têm o foco na oferta de produtos com
preços baixos, com uma estrutura simplificada e poucos serviços associados.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
49
aprimore-se
50
aprimore-se
A Centauro foi inaugurada em 1981 em Belo Horizonte, Minas Gerais, como uma loja pe-
quena que vendia roupas e materiais esportivos para pessoas com maior poder aquisitivo.
Aos poucos, o negócio cresceu, a primeira loja em shopping center foi inaugurada em 1983
e, em 20 anos no mercado, passou a ser a maior vendedora de artigos esportivos no Brasil.
A primeira megaloja foi inaugurada em 2000, em um shopping de São Paulo, com
espaços que imitavam quadras esportivas de basquete, futebol e, também, o ringue de box,
que os consumidores podiam utilizar para testar os produtos ofertados. Os corredores,
na loja, simulavam pistas de atletismo e, assim, os clientes podiam vivenciar várias moda-
lidades de esporte em um único lugar. O objetivo era que os clientes passassem o maior
tempo possível na loja e pudessem comprar dentro de um contexto de entretenimento.
A loja se expandiu nesse formato e, atualmente, possui cerca de 187 lojas, com fa-
turamento estimado de R$ 2 bilhões. Com o impacto da tecnologia e a internet, além
da concorrência no segmento, a loja passa a operar no varejo eletrônico e a desenvolver
estratégia de integração de canais, partindo para o modelo omnichannel.
Em 2016, trouxe para a sua loja no Shopping Leblon, Rio de Janeiro, o conceito de
Mega Loja, onde dentro da loja havia um espaço específico para compras on-line de
produtos não ofertados no varejo físico, criando assim uma extensão para o on-line no
off-line que é a integração dos canais. Além disso, a loja permite que compras on-line
sejam trocadas na loja física e, também, ao comprarem na loja on-line recebem cupons
de desconto para troca na loja física e vice-versa, que também se caracteriza como uma
estratégia omnichannel.
Recentemente, em 2018, porém, remodelando a estrutura das lojas físicas e agregando
tecnologias, instalou-se provadores inteligentes, serviços personalizados, caixas móveis,
customização de peças, além de ampliar os espaços de entretenimento para os esportes
e, também, instalar TVs que transmitem jogos. Em uma operação já em 2020, a empresa
comprou as operações da Nike no Brasil, passando a operar nas lojas físicas e e-commerce,
de forma exclusiva, por 10 anos, o que lhe custou cerca de R$ 900 milhões.
Fonte: a autora.
51
eu recomendo!
livro
filme
conecte-se
52
2
CARACTERÍSTICAS E
ESTRUTURA DO
Omnichannel
PROFESSORA
Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O que é omnichannel? • Carac-
terísticas e princípios da integração de canais • A estrutura do omnichannel • Modelos e processos
omnichannel • Apresentação de casos omnichannel.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Apresentar o conceito de omnichannel • Descrever as características e princípios da integração dos
canais no omnichannel • Verificar a estrutura que se estabelece por meio do omnichannel • Compreen-
der os modelos e os processos estabelecidos pelo omnichannel • Analisar casos do omnichannel para
compreender como ele se estabelece no varejo.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
OMNICHANNEL?
conceituando
“
Os consumidores podem esperar receber o produto em casa em vez
de retirar na loja, caso o preço compense. Em outra situação, podem
ir diretamente no varejo físico para poder sair com o produto em
mãos, mesmo que isso signifique deslocamento e, eventualmente,
maior custo (MARANGONI, 2019, p. 95).
UNICESUMAR
outro (RAMADAN, 2016).
A ação de omnichannel consiste em ofertar produtos e serviços, de forma
ininterrupta, em diferentes canais, que se estendem por vários dispositivos, in-
tegrando todo o processo de compra (RAMADAN, 2016). Para o autor, trata-se
da construção de uma experiência consistente do cliente, em que ele pode com-
prar no mobile, on-line ou na loja física. As empresas devem oferecer mensagens
consistentes, capacidade em todos os pontos de contato com o cliente e, também,
preço, para mapear a jornada do consumidor e verificar quando a comunicação
é mais apropriada e eficaz, em cada ponto de contato (RAMADAN, 2016).
Dessa forma, o indivíduo pode procurar por uma roupa em uma loja e a partir
daí fazer buscas em seu smartphone sobre essa mesma roupa; quando abrir sua
rede social, um anúncio daquela roupa aparece e ele clica, sendo direcionado para
o site de compra; realiza todo o processo, mas na hora do pagamento, fica sem
bateria no seu smartphone. Horas mais tarde, ao ligar seu notebook, verifica que
sua compra está lá, no carrinho do site e com apenas um clique, poderá efetuar
o pagamento e finalizar a compra. Assim, o marketing omnichannel é quando
múltiplos canais funcionam, perfeitamente, em conjunto e combinam as formas
preferenciais de cada cliente-alvo de fazer negócios, fornecendo as devidas infor-
mações de produtos e atendimento, seja on-line, na loja ou no telefone (KOTLER;
KELLER, 2018, p. 544).
Para Kalaf (2015), consiste em uma integração real entre venda e promoção,
em que entram as lojas físicas, o e-commerce, quiosques, catálogos, smartphones
e PDVs e, com isso, a integração de estoques, do processo de vendas, do processo
de entrega, de promoções, do CRM (Customer Relationship Management) e a
tecnologia em diversos canais. Dessa forma, o omnichannel pode ser compreen-
dido dentro da abordagem da “centricidade” do consumidor (customer centricity)
(RAMADAN, 2016), que significa colocar o consumidor no centro das estratégias
de integração e, a partir dele, estabelecer as ações da empresa, como pode ser
observado na figura a seguir.
57
UNIDADE 2
PERCEPÇÕES DO
CONSUMIDOR
MIX
PRODUTOS E
MERCADOLÓGICO
SERVIÇOS
CONSUMIDOR
TECNOLOGIA DA OPERAÇÕES
INFORMAÇÃO
CADEIA DE
SUPRIMENTOS
Nesse sentido, as ações das empresas devem se basear no consumidor, uma vez
que ele busca a experiência por meio de diferentes canais e, assim, é necessário
compreender as percepções do consumidor (customer perceptions) com relação
tanto aos produtos e serviços (products and services), que são ofertados, quanto
ao entendimento de como o processo de compra pode ser estabelecido e, ainda, as
ações relacionadas ao mix mercadológico (marketing). Nesse processo, as infor-
mações são de extrema importância, e a tecnologia da informação (information
technology) permitirá maior agilidade e integração do sistema de informações,
fazendo com que as operações (operations) se estabeleçam e, assim, o processo
de integração da cadeia de suprimentos (suplly chain) possa ser otimizada.
58
2
CARACTERÍSTICAS E
UNICESUMAR
PRINCÍPIOS DA
integração de canais
consideração cada indivíduo e o envolvimento que ele tem com o canal de sua
preferência. Também cabe destacar o desenvolvimento de uma imagem que seja
única para produtos e serviços, independentemente do canal, evitando trabalhar
com canais que ofertem marcas diferentes. Outra característica é a articulação
dos serviços para permitir a transição pelos canais de modo que o consumidor
compreenda que está se movendo dentro de uma mesma empresa. E, por fim, a
última característica é a complementação on-line para serviços off-line.
Deste modo, o principal princípio relacionado ao omnichannel é a priori-
dade em relação ao consumidor, atuando de forma a produzir uma experiência
de compra personalizada para atender as suas demandas (WELFARE, 2018). O
consumidor sempre esteve no centro das ações mercadológicas, mas a principal
diferença com a integração de canais, é que as empresas precisam conhecer e
compreender as melhores formas de se comunicarem, bem como as plataformas
que os consumidores buscam para efetuarem suas compras.
Nesse sentido, para oferecer uma experiência personalizada, é necessário
construir conhecimento sobre o consumidor, focando na captura e gerencia-
mento de dados para tomar a melhor decisão (WELFARE, 2018), tentando até
mesmo antecipar algumas necessidades que podem ser verificadas por parte
desse consumidor.
explorando Ideias
A Amazon tem sido pioneira quando se trata da integração de canais. A empresa atua
nos canais on-line e off-line, disponibilizando a seus clientes diversas opções de compra
e um atendimento eficiente e rápido em todo o processo de compras, facilitando a comu-
nicação bem como a entrega dos produtos. Mais importante, ainda, é o gerenciamento
de dados realizado pela empresa, já que se utilizam de dados com base no histórico de
compras anteriores, juntamente, com compras e dados sociais para prever o que o con-
sumidor gostaria de comprar em uma possível compra futura.
Fonte: adaptado de Welfare (2018, p.40).
UNICESUMAR
em outros países, sem sair de casa. Isso por meio de canais on-line e porque mui-
tas lojas globais, atualmente, instalam-se em diversos países para obterem uma
presença física e estabelecerem relacionamento com os clientes, proporcionando
essa integração mais efetiva dos canais disponíveis.
O controle da marca on-line é um princípio que considera para a exposição
das empresas, em diferentes canais, a necessidade de uma presença on-line, mas
que consiga difundir a sua imagem perante os clientes, estabelecendo uma siner-
gia na atuação de todos os canais disponibilizados pela empresa. O princípio do
padrão de qualidade se constitui como ponto chave e é importante, principalmen-
te, para os canais on-line, em que os clientes não podem tocar ou experimentar
os produtos e, por isso, é necessário que se garanta a qualidade do que é ofertado
em todos os canais. Nos ambientes digitais, a forma como o produto é apresen-
tado pode ser um diferencial, já que a qualidade da imagem e dos textos podem
determinar a compra por parte dos consumidores.
A oferta de serviços como um diferencial no ambiente on-line, também, é
um princípio da integração de canais, já que além da compra em si, as empresas
podem oferecer uma variedade de serviços on-line que consigam agregar valor,
servindo como um diferencial e funcionando como um motivador de compra,
que pode, ainda, levar a outros canais disponibilizados pela empresa.
A mudança das estratégias de comunicação e marketing se estabelece como
outro princípio, já que omnichannel não se configura, apenas, como um proces-
so de distribuição, mas também de comunicação e, dessa forma, as atividades
mercadológicas devem se pautar, principalmente, nos ambientes on-line, já que
estes possibilitam maior interação e facilitam a integração, orientando os consu-
midores que transitam pelos diferentes canais.
Outro princípio refere-se aos mecanismos de busca que substituíram a lis-
tagem dos clientes que, anteriormente, eram utilizadas pelo varejo. Assim, os
clientes não precisam procurar endereço, telefone da empresa e, também, não
necessitam mais esperar as informações que estão em anúncios, já que pelas pla-
taformas de busca é possível obter todas as informações da empresa e acessar
diretamente os canais de compra.
O princípio da comunidade significa que a relação não se estabelece, apenas,
entre cliente e empresa, com os ambientes on-line, mas, principalmente, por meio
das redes sociais digitais, em que há uma participação dos consumidores que
estão, de alguma forma, envolvidos com a empresa, uma vez que eles emitem
61
opiniões, dão sugestões, influenciam e são influenciados por outros consumi-
UNIDADE 2
dores. Nesse sentido, a empresa precisa promover ações efetivas e positivas que
consiga estabelecer um relacionamento que proporcione confiança e possa levar
ao engajamento por parte desses consumidores que participam das comunidades
relacionadas com as empresas. Mas é preciso considerar, ainda, conforme Wel-
fare (2018), as comunidades físicas. Dentro do contexto omnichannel, é preciso
integrar essas comunidades em todos os canais.
Outro princípio diz respeito ao fornecimento e à cadeia de suprimentos, que
foi modificada com essa nova integração de canais. Com a internet e as tecnolo-
gias, o processo de compra de produtos, o transporte e o estoque foram otimiza-
dos, além da possibilidade de integrar os dados que contribuem para facilitar e
agilizar o processo de entrega ao consumidor final.
Por fim, o último princípio está na forma de pagamento e na moeda digital,
já que para que todo o processo funcione, o consumidor precisa conseguir fina-
lizar a compra e, por isso, é tão importante que também sejam disponibilizadas
diferentes formas de pagamento, que podem ser cartões sem contato, pagamento
pelo smartphone, carteiras digitais, QRCodes, criptomoeda e tecnologia block-
chain (que é o registro distribuído que adota a descentralização como forma
de segurança). Com isso, é possível compreender que, para ser estabelecido o
omnichannel, no varejo, é necessário que essas características e princípios atuem
e, assim, possibilitem a integração da distribuição e a comunicação, por meio de
diversos canais, atentando para suas especificidades.
62
3
UNICESUMAR
A ESTRUTURA DO
OMNICHANNEL
63
UNIDADE 2
Nesse caso, imagine alguém que checa seus e-mails e descobre uma oferta,
por meio de um e-mail marketing de uma empresa, oferecendo-lhe calçados em
promoção. Ao clicar no link, é direcionado para o site. Lá, encontra a oferta do
produto em questão. Depois de algum tempo, visitando o site, resolve não com-
prar. Mais tarde, ao abrir sua rede social, começa a receber anúncios do produto
que estava no site.
A pessoa sai para o trabalho e no caminho resolve passar na loja física daquele
anúncio e, então, experimenta o produto. Descobre, porém, que não tinha a cor
de sua preferência, e a vendedora direciona o cliente para baixar o aplicativo da
loja, onde há diversos modelos e cores disponíveis. Na própria loja, ela baixa o
aplicativo, verifica o produto e já efetua a compra.
conecte-se
UNICESUMAR
Como o objetivo, sempre, estará pautado na experiência de compra, não
importa a quantidade de canais que serão oferecidos, mas que eles consigam
trabalhar integrados e de forma estratégica, com conexão de informações que
levem a identificação do cliente em qualquer plataforma utilizada. Mesmo não
importando a quantidade de canais, quanto mais opções ao cliente, de forma
que ele consiga realizar a compra em qualquer momento e em qualquer lugar
que estiver, maior será a possibilidade de escolher a empresa que lhe ofereça as
melhores alternativas de plataformas disponíveis. A figura a seguir ilustra uma
estrutura omnichannel com canais diversificados de compra.
65
O que pode ser verificado na figura é que o cliente pode escolher a melhor possi-
UNIDADE 2
bilidade entre loja física, redes sociais, computadores, catálogos on-line, platafor-
ma de jogos, terminais de atendimento, todos estruturados e, em conexão, onde
a “centricidade” das ações está no perfil do cliente pretendido, ou seja, deve-se
ofertar as plataformas que mais atendam às necessidades do cliente e consigam
interagir de forma mais eficiente com o mesmo. Com base no gerenciamento de
dados dos consumidores, é possível compreender suas intenções de compra e, a
partir dessas informações, conectá-los às melhores possibilidades de venda ofe-
recidas por uma empresa varejista (MANSON, 2019). Com isso, o autor propõe
um modelo, conforme observado na Figura 4, a seguir.
Descrição da imagem: : na figura, há uma imagem no centro da rosa dos ventos e em torno
da imagem, no sentido horário, as perguntas: Por quê? Quem? Quando? O quê? Também
no sentido horário há símbolos, sendo o primeiro um celular e uma frase escrita “Criar
uma conexão digital com os consumidores”; o segundo símbolo é do Wifi e a frase escrita
“Entender quem são seus consumidores e o que eles compram”; o terceiro símbolo é um
computador e a frase escrita “Abrir um canal de marketing libre direto com o consumidor”;
o quarto símbolo é uma carta e a frase escrita “Obter a identificação do consumidor, prefe-
rência e dados de compra”.
Obter a identificação do
Criar uma conexão
consumidor, preferência e
digital com os
dados de compra
consumidores
QUANDO? QUEM?
UNICESUMAR
canais disponíveis, de acordo com o perfil do cliente. Com isso, é possível perce-
ber que a estrutura omnichannel está baseada no consumidor, de forma que os
canais estabelecidos no varejo consigam atuar de forma integrada e oferecer as
melhores condições e experiência de compra para o consumidor, de acordo com
seu perfil e necessidades demandadas.
4
MODELOS E PROCESSOS
OMNICHANNEL
O varejo precisou passar por várias adaptações para chegar ao modelo omni-
channel, conseguindo integrar estratégias analógicas e digitais e proporcionar,
segundo Kalaf (2015), um avanço nas vendas e nas campanhas de marketing para
agregar canais e, dessa forma, ampliar a experiência do cliente, aumentando a
possibilidade de ações de venda cruzada (cross-selling) e, também, da atualização
de itens, em que se opta pelos mais caros (up-selling).
Com o consumidor mais exigente e, cada vez mais seletivo, a estratégia de
omnichannel é utilizado estrategicamente, conforme Kalaf (2015), como uma
ferramenta para potencializar os custos, aumentar o tíquete médio, propiciar fi-
delidade, satisfazendo as necessidades dos clientes. Desse modo, Marquesi (2015,
p. 75) entende o omnichannel como uma estratégia de negócio que leva a expe-
riência do cliente com a marca, gerando, assim, novos negócios, pois: 67
“
Omni-channel busca gerar experiência no relacionamento do con-
UNIDADE 2
Pilar Conceito
68
É um processo de predefinição de estraté-
UNICESUMAR
gias comerciais entre os diversos canais de
vendas da marca, como venda B2B, venda
B2C, site de e-commerce, venda porta a
porta, TV-commerce, e-commerce mobile, loja
física, exportação ou qualquer outro canal
Política de canais de relacionamento e vendas. Um dos fato-
res-chave de sucesso é a mobilização e o
alinhamento estratégico para a implemen-
tação e execução contínua, pois, a qualquer
momento, se não cumprida alguma regra
dessa política, abre-se um precedente peri-
goso e que compromete toda a estratégia
global de omnichannel da marca.
69
Mobilização humana, ou seja, o engajamen-
UNIDADE 2
70
O varejo tem adotado o modelo omnichannel, a partir das mudanças até
UNICESUMAR
aqui discutidas, o que não significa que essa alteração ocorra de uma única
maneira, pois cada empresa e cada segmento impõe o seu próprio ritmo, depen-
dendo da sua estrutura, do tipo de produto ou serviço, do público-alvo, além
de levar em conta a sua cadeia de distribuição e comunicação para conseguir
atender às demandas da entrega da oferta. Segundo a Consultoria BearingPoint
(2020), quem consegue implementar o modelo, consegue aumentar o desem-
penho financeiro, estabelecer operações mais eficientes e proporcionar melhor
atendimento ao cliente.
Segundo relatório produzido pela Consultoria, em 2016, é possível traçar
quatro tipos de arquétipos referentes à adoção por parte do varejo, da estrutura
de canais integrados, funcionando como modelos operacionais que auxiliam os
varejistas a identificar onde estão posicionados, de acordo com a forma em que
estabelecem, o omnichannel em seus negócios, conforme Quadro 2, a seguir.
Arquétipo Característica
71
A partir do quadro, é possível perceber que algumas empresas não operam de
UNIDADE 2
fato de uma forma integrada, mas, ainda, dentro do contexto multicanal. Isso, no
entanto, é modificado, à medida que os consumidores passam a compreender as
vantagens da integração no processo de compras. O que os clientes do omnichan-
nel, ou também denominados omniconsumidores, mais valorizam nesse modelo
é o preço, diversidade de produtos e os serviços diferenciados que são ofertados.
Para Bronholo (2018), existem três estágios evolutivos para o omnichannel, sen-
do o primeiro relacionado às questões estruturais, por meio da jornada de compras,
que passa a ser mais flexível, por meio da integração dos canais, em que o objetivo
está em permitir que os compradores realizem sua compra, desde a consulta inicial
até o pagamento, em canais cruzados, conforme a sua conveniência. Os principais
desafios identificados pela autora, nesse estágio, são o sistema tributário brasileiro,
no que tange os sistemas de cobrança; as estruturas tecnológicas para a operação
nos diversos canais; os estoques, de forma que consiga atender a entrega solicitada
de forma eficiente, e a resistência humana, no caso das equipes de venda e, também,
dos franqueadores, para colaborarem com esse sistema de compra frente algumas
incertezas em relação à remuneração (BRONHOLO, 2018).
No segundo estágio, há uma união entre o ambiente físico e o digital, que é co-
nhecido como “fisital”, objetivando viabilizar uma jornada do cliente que consiga for-
necer uma experiência de compra satisfatória, independentemente do canal em que
se esteja. Conforme Bronholo (2018), há uma necessidade que as equipes de vendas
consigam acompanhar a jornada dos clientes pelos canais com o uso da tecnologia.
O terceiro estágio, para Bronholo (2018), ainda, está em fase de implemen-
tação, tanto no Brasil como de forma global. Nele, deve haver transparência da
jornada do cliente bem como seus hábitos, nos diferentes canais e para todas as
equipes envolvidas, entendendo que de fato o cliente deve estar em primeiro lugar,
permitindo que as ações isoladas sejam trabalhadas em prol de um todo para
restabelecer o relacionamento do cliente com a marca e não com o canal em si.
conceituando
O omnichannel exige um esforço integrado que vai além de ações mercadológicas, o que
significa que todos os processos da empresa devem estar pautados no desenvolvimento
de ações que auxiliem na distribuição e na comunicação em diferentes canais para pro-
porcionar de fato uma experiência completa na jornada de compra.
72
Fonte: a autora.
No caso de processos estabelecidos no modelo omnichannel, é possível verificar
UNICESUMAR
quatro principais. O primeiro trata dos varejistas que iniciaram suas operações
dentro do modelo de loja física e, ao longo do tempo, para atender as mudanças
tecnológicas e demandas dos consumidores, passaram a operar também no am-
biente on-line e foram, ainda, mais além, atuando no mobile commerce por meio
de aplicativos, além de disponibilizarem outros canais de compra, como aplicati-
vos de mensagens e plataformas digitais dentro da própria loja física. Isso ocorre
com empresas como Lojas Americanas e Magazine Luiza, que já ampliaram suas
operações como Marketplaces, e também com outras empresas como Riachuelo,
Casas Bahia, Pernambucanas, entre outras.
Cabe, também, destacar as varejistas que iniciaram no ambiente on-line e,
aos poucos, incorporaram outros canais, incluindo uma loja física, como ocorreu
com a Amazon, Dafiti, Amaro, entre outras. Por já atuarem no ambiente digital,
essas empresas enfatizam suas operações de venda, por meio desses canais, que
são os sites e os aplicativos mobile, sendo a loja física um ponto de apoio para
demonstração dos produtos e experiência do cliente, para que consigam estabe-
lecer um contato mais próximo com a marca. Um destaque para algumas lojas
que operam com os o sistema de pick ups, em que o cliente pode comprar on-line,
mas retirar os produtos em pontos de entrega específicos, formato muito utilizado
por supermercados, por exemplo.
Outro modelo são as varejistas que operam totalmente on-line, em distintos
canais, mas sem a necessidade de uma loja física. Isso ocorre em diferentes seg-
mentos, seja em lojas de roupa, eletrônicos, livros, seja no segmento de alimentos,
em que existem padarias e restaurantes que realizam apenas entrega de produtos,
por meio de site, aplicativos próprios ou terceiros, ou, ainda, telefone e aplicativos
de troca de mensagens.
Um último modelo está sendo desenvolvido por algumas marcas varejistas
e estão relacionadas ao uso de tecnologias, como realidade virtual, inteligência
artificial e big data. Essas marcas, como a Amazon, para facilitarem, ainda mais,
a jornada de compra dos clientes, oferecem mais e melhores possibilidades de
canais, atuando por meio de canais de distribuição autônomos, que são lojas que
funcionam sem equipe de vendas e o cliente pode comprar, apenas, utilizando seu
smartphone, além da possibilidade de programar entrega dos produtos em casa.
Outro exemplo refere-se às compras por meio do comando de voz, com apa-
relhos instalados em casa que identificam a necessidade de clientes em relação a
algum produto pretendido. A Walmart, por exemplo, cria uma entrega chamada
73
“direto na geladeira”, nos EUA, onde o sistema de delivery funciona mesmo que
UNIDADE 2
UNICESUMAR
OMNICHANNEL
de compra. Ela consegue atuar nos canais com agilidade, inteligência na gestão
de dados, criando uma comunicação personalizada com o cliente, permitindo a
oferta de produtos por meio de distintas plataformas e a certeza de uma entrega
satisfatória e segura.
Para tratar do varejo de serviços, é possível apresentar o exemplo da Star-
bucks, a rede de cafeteria americana, famosa pelos seus cafés e atendimento per-
sonalizado. O sistema integrado funciona por meio do seu programa de fideli-
dade chamado My Starbucks Rewards. Além de ganhar um café grátis ao aderir
ao programa, o aplicativo funciona como um cartão de crédito, que pode ser
recarregado e utilizado em qualquer loja da rede.
Assim, mesmo que estiver sem dinheiro, o cliente utiliza o aplicativo para
efetuar a compra. A recarga pode ser feira no próprio aplicativo, no site ou na loja
e a atualização dos créditos ocorre em tempo real. Além disso, há informações do
histórico de compras, indicação de lojas mais próximas, mapas de como chegar,
horários de funcionamento e outras informações pertinentes a rede. Com isso, o
cliente consegue vivenciar de fato uma experiência de compra em sua jornada.
A marca francesa Sephora, também, compreendeu como é possível inte-
grar seus canais e atender seus clientes em diferentes plataformas. A empresa
analisa a jornada de seus clientes de forma holística, para criar uma experiência
de compra que seja ininterrupta, na loja física, na loja on-line, no site, ou, ainda,
pela tecnologia de voz, por meio da vivência proporcionada por consultores de
beleza. O propósito de uma mentalidade “omnitude” é para encantar o cliente,
com tecnologia e personalização que aprimora a experiência de compra.
No Brasil, há vários exemplos que poderiam ser citados, de varejistas que,
ainda, estão na “multicanalidade”, mas conseguem integrar alguns processos, ou
que já estão atuando no modelo de omnichannel, mesmo que, ainda, de forma
inicial. Destacamos, aqui, algumas estratégias da Magalu, uma das gigantes do
varejo brasileiro, que atua com uma tecnologia integrada e tem direcionado suas
ações para operar na “omnicanalidade”.
A Magazine Luiza, que se transformou em Magalu, passando a atuar no mo-
delo marketplace, focou, nos últimos anos, na sua transformação digital, investin-
do em pesquisa e desenvolvimento, com ações internas, por meio do LuizaLabs,
seu laboratório de inovação. Como estratégias omnichannel, a empresa utiliza
recursos de geolocalização para suas campanhas; rastreamento de visitas às lojas,
utilizando as informações para direcionar sua comunicação; utiliza anúncios em
76
inventário local, uma ferramenta que indica a disponibilidade de produtos nas
UNICESUMAR
lojas mais próximas do cliente, por meio dos anúncios, que são específicos para
cada loja; utiliza métricas como o ROAS (Retorno sobre Investimento em Pu-
blicidade), conseguindo integrar os números on-line e off-line (THINK WITH
GOOGLE, 2020). O resultado é o crescimento nas visitas às lojas, por meio das
campanhas digitais realizadas.
Atualmente, atua, fortemente, por meio de aplicativos que são utilizados para
venda de produtos, para integrar o estoque e, ainda, controlar o transporte das
mercadorias para o consumidor. Os canais de comunicação são, diretamente,
integrados às vendas, com um atendimento personalizado feito por meio da “Lu”,
uma persona criada para atuar como uma vendedora mais consultiva que man-
tém um relacionamento com o cliente. Hoje, na loja digital, 95% das compras é
feita pelo mobile de vendas.
Dessa forma, percebemos que as ações, aqui, descritas denotam como es-
tratégias diferentes podem ser utilizadas para conseguir integrar os canais. Ob-
servamos, também, que todas as atividades realizadas buscam a experiência do
consumidor em sua jornada de compras, em meio a diversos canais, mas que
conseguem atender às suas necessidades de uma forma única e completa.
77
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2
78
na prática
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
79
na prática
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
a) V, F, V.
b) F, F, V.
c) V, F, F.
d) F, V, F.
e) F, F, F.
4. O varejo precisou passar por várias adaptações para chegar ao modelo omnichannel;
integrar estratégias analógicas e digitais e proporcionar um avanço nas vendas e nas
campanhas de marketing para agregar canais. Desta forma, analise as afirmativas
a seguir:
I - Com o consumidor mais exigente e cada vez mais seletivo, a estratégia de om-
nichannel é utilizado como uma ferramenta para potencializar os custos e au-
mentar o tíquete médio.
80
na prática
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
81
aprimore-se
O MODELO DELL
82
eu recomendo!
livro
filme
conecte-se
Esse site traz uma diversidade de reportagens sobre o varejo, on-line e off-line, apre-
sentando estratégias e casos na área de distribuição, pontos comerciais, marca, in-
teligência de mercado, meios de pagamento, sustentabilidade, dentre outros temas.
https://www.mercadoeconsumo.com.br/
83
3
IMPLEMENTANDO
ESTRATÉGIAS E
ações omnichannel
PROFESSORA
Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Transformações estratégicas
do omnichannel • Iniciando a implementação do omnichannel • Pontos chaves para o sucesso do
omnichannel • Indicadores de performance do omnichannel • Pensando o futuro do omnichannel
no Brasil e no mundo.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender as transformações estratégicas desenvolvidas pelo omnichannel • Apresentar o processo
em que se estabelece a implementação do omnichannel • Indicar os pontos chaves para o sucesso
omnichannel • Conhecer os indicadores de performance para avaliar as ações de omnichannel • Ana-
lisar as perspectivas para o omnichannel no Brasil e no mundo.
INTRODUÇÃO
ESTRATÉGICAS
do omnichannel
UNICESUMAR
discutida é: como trabalhar de forma estratégica o formato omnichannel para que
de fato se perceba uma experiência integrada e satisfatória para o consumidor?
Nessa questão, o on-line e o off-line não podem se confrontar, mas precisam ser
trabalhados em sinergia, mantendo suas especificidades.
Os canais on-line trazem, hoje, mais possibilidades que off-line no que tange
à rapidez, principalmente, da comunicação, a facilidade e flexibilidade nas com-
pras e a variedade nos produtos ofertados. Já o off-line traz a proximidade, esta
facilita no estabelecimento de um relacionamento, por meio de vínculos entre o
vendedor e o consumidor. Pensados, porém, de forma separadas, não possibili-
tarão uma jornada de compra completa e integrada.
Uma empresa, que possui uma loja física com um totem dentro, possibilita a
compra de produtos no site da marca, por exemplo, não pode, apenas, por isso,
ser considerada como uma empresa que opera no modo omnichannel. Isso, tam-
bém, ocorre no caso dos aplicativos utilizados pelas marcas no mobile commerce,
já que, apenas, possuir esse canal para compra não garante que uma estratégia
integrada é estabelecida.
O consumidor busca, em sua jornada omni, ações que, realmente, possibi-
litem a ele uma experiência que seja personalizada, com opções diversificadas,
agilidade no processo de compra, facilidade de pagamento, possibilidades de
entrega e um relacionamento com a marca, que pode ser estabelecido para além
daquele momento específico de compra, mas que poderá ser retomado, por meio
de conexões que forneçam informações relevantes e conteúdos, dos quais esses
consumidores possuam algum tipo de interesse.
Assim, o que o omnichannel deve buscar é melhorar a satisfação e a percep-
ção do consumidor antes, durante e após a compra, em um ciclo que deve ser
duradouro, por meio de ações simultâneas, nos canais utilizados pela empresa
varejista. Espera-se, também, que crie uma mensagem unificada, envolvendo os
aspectos promocionais relacionados à venda, e promova uma comunicação com
informações relevantes, que despertem o interesse do consumidor.
De forma estratégica, é necessário, conforme Ramadan (2019), conduzir o
consumidor por meio dos canais, mostrando o caminho que pode ser percorrido
e como cada plataforma poderá ser utilizada para propiciar uma experiência de
compra adequada às necessidades desse consumidor. Isso poderá ser feito, a partir
do momento em que se conhece o consumidor, suas preferências, seus anseios,
suas principais preocupações.
87
O entendimento sobre o comportamento do consumidor pode ser feito com
UNIDADE 3
a utilização das informações que podem ser geradas pelas próprias plataformas
por ele utilizadas. Nesse sentido, o Big Data auxilia na gestão estratégica da iden-
tificação dos dados, no tratamento desses e, posteriormente, na análise e interpre-
tação das informações relacionadas a esses dados. A partir dessas informações,
é possível traçar uma estratégia que auxilie no melhor percurso de compra que
cada consumidor pode realizar dentro dos canais disponíveis.
pensando juntos
A maneira como utilizarei o Big Data, de forma estratégica, não apenas para obter dados,
mas para conseguir fazer relações e análise das informações, pode me levar a uma vanta-
gem competitiva no processo de omnichannel?
88
2
INICIANDO A
UNICESUMAR
IMPLEMENTAÇÃO
do omnichannel
Descrição da imagem: na figura, há uma caixa central, escrita “consumidor”, com cinco se-
tas, nas duas direções, apontadas para outras cinco caixas, que formam, no sentido horário.
Na primeira caixa, está: “1- Entenda o consumidor e sua jornada de compra”; na segunda
caixa: “2- Prepare a equipe para uma jornada omnichannel”; na terceira caixa: “3- Estabeleça
a integração dos canais”; na quarta caixa: “4- Desenvolva ações de atendimento realtime” e,
na quinta caixa, “5- Monitore os resultados e promova melhorias”. 89
1- Entenda o
consumidor e sua
UNIDADE 3
jornada de compra
4- Desenvolva ações
3- Estabeleça a
de atendimento
integração dos canais
realtime
UNICESUMAR
a partir desses conhecimentos, trabalhar o segundo passo da implementação, que
é a preparação da equipe. Esta deve operar em todos os canais, sempre, buscando
ofertar as melhores opções.
Para preparar a equipe para o omnichannel, conforme Ramadan (2019), é
preciso integração, pois, para o autor, não pode haver uma equipe estabelecida
para cada canal, mas sim uma única equipe que consiga entender o processo dos
canais e como a dinâmica, entre esses canais, é realizada pelos consumidores. O
terceiro passo da implementação é o estabelecimento da integração dos canais.
Para isso, é preciso que sejam definidos quais os canais disponíveis e como eles
funcionam, ou seja, é preciso conhecer as características de cada canal bem como
sua forma de operacionalização.
Para Ramadan (2019), é essencial pensar em múltiplas plataformas, pois as-
sim haverá mais opções e mais pontos de contato, já que os consumidores são
inteligentes e procuram, cada vez mais, melhores condições para comprar. Além
disso, o mobile é um canal chave da integração, pois conforme o autor, pode
propiciar a experimentação e entregar o processo em lojas físicas para realização
de entregas, por exemplos, em sistemas de pick-up.
Essa integração relaciona-se, diretamente, conforme Gonsales (2019), à diver-
sidade de opções de contato, que um consumidor pode ter com a empresa. Isso
pode ser por meio de um telefone, aplicativo de mensagens, e-mail, rede social,
chats on-line, dentre outros caminhos possíveis. Desse modo, para que ocorra
essa integração, é preciso ter acesso às informações de estoque, que deve ser em
tempo real; os canais on-line e off-line, operando de forma unificada; soluções
inteligentes para realização da logística dos produtos; integração dos aplicativos
bem como dos chatbots para poder realizar o atendimento e as vendas.
conceituando
Os chatbots são programas de computador preparados para simular uma conversa hu-
mana. Há diversos modelos no mercado, por exemplo, a Siri da Apple. Eles são cada vez
mais aperfeiçoados para parecer uma conversa entre pessoas e não apenas um robô
automatizado para realização de tarefas.
Fonte: a autora.
91
O quarto passo da implementação é o desenvolvimento de ações de atendimento
UNIDADE 3
explorando Ideias
92
Descrição da imagem: na figura, na parte superior, a partir da esquerda, há cinco setas
UNICESUMAR
seguidas que apontam para o lado direito. Na primeira seta, está escrito “pesquisar”; na se-
gunda seta “realizar a compra”; na terceira seta “decidir a compra”; na quarta seta “retirar” e
na quinta seta “serviços”. Abaixo, do lado esquerdo na vertical, há imagens com a descrição
abaixo, das seguintes figuras: loja com a descrição (loja), computador com a descrição (Web)
e um smartphone com a descrição (mobile). Ao lado, há pontos que formam um gráfico. No
primeiro ponto, na direção da figura do smartphone está a descrição “Oferta recebida por
e-mail”, esse ponto se liga ao próximo ponto, subindo e na direção do computador, com a
descrição “Comparação de produtos e preços”; o ponto se liga a outro na mesma linha, indo
para o lado direito, com a descrição “Pedido de compra”; esse ponto se liga a outro ponto,
subindo, ficando na direção da loja, com a descrição “Visita à loja”; o ponto se liga a outro, na
mesma direção, indo para o lado direito, com a descrição “Procura de outros itens”; o ponto
se liga a outro, na mesma direção, indo para o lado direito, com a descrição “Retirada na
loja”; esse ponto se liga a outro, indo para baixo e na altura da imagem do computador, com
a descrição “Análise escrita do pedido”; esse ponto se liga ao último ponto, agora, subindo e
ficando na direção da imagem da loja, com a descrição “Retorno do item”.
Pedido de compra
WEB Análise escrita
do pedido
Essa jornada, exemplificada na figura, inicia-se a partir das ofertas que o consu-
midor recebe por e-mail, no seu smartphone. Na sequência, é feita a comparação
de produtos e preços, por meio de um computador. Ao navegar pelos sites, o
pedido é realizado e solicita a entrega a ser retirada na loja física, podendo ser
uma vantagem, por conta dos possíveis custos de entrega.
O consumidor vai até a loja física e, lá, observa e procura por outros produtos
e, somente depois, faz a retirada via pick-up. O fato de retirar na loja também
proporciona uma experiência de compra, por meio da vivência nas instalações
que propicia novas compras. Após a retirada, é feita a avaliação do produto ad-
quirido, pelo site, onde o consumidor escreve comentários da sua experiência.
93
No caso de necessidade de devolução ou troca, o consumidor retorna à loja. Esse
UNIDADE 3
retorno, também, pode ser uma oportunidade de serviço, que deve ser prestado
de forma satisfatória para finalizar essa primeira jornada e possibilitar outras que
possam ser realizadas.
conecte-se
94
reço do cliente. Assim, ao invés incentivar que o cliente faça todo o procedimento
UNICESUMAR
de compra, a loja poderia fazer a entrega, diretamente, ao cliente, por meio de
delivery, por exemplo, facilitando e agilizando a jornada. Isso só poderá acontecer,
no entanto, se de fato, houver uma integração dos canais e sistema de estoque.
Diante do que foi apresentado, portanto, observou-se que para implementar
a estrutura omnichannel é preciso criar canais integrados, a partir da perspectiva
do consumidor, e elaborar estratégias de comunicação e distribuição, em que a
jornada de compra seja de fato unificada.
3
PONTOS-CHAVE PARA O
SUCESSO DO
Omnichannel
pensando juntos
96
Para acrescentar outras questões relevantes ao sucesso do omnichannel, Ramadan
UNICESUMAR
(2019) destaca alguns pontos, considerados por ele como essenciais para uma
operação de sucesso nos canais integrados, especificados e descritos no quadro
a seguir.
97
Os serviços devem funcionar como facilita-
UNIDADE 3
98
4
INDICADORES DE
UNICESUMAR
PERFORMANCE
do omnichannel
Descrição da imagem: na figura, há quatro setas apontando para a direita e com as palavras
escritas, da esquerda para a direita, nessa ordem: Dados, Análise, Insights e Ação.”.
dências, hipóteses e conclusões da análise dos dados. Ações, por fim, são decisões
tomadas a partir dos insights que foram estabelecidos (WELFARE, 2018).
Os KPIs (Key Performance Indicator) são os indicadores de desempenho que
devem ser estabelecidos para verificar e avaliar uma determinada ação. Dessa
forma, na estrutura omnichannel podem ser determinados indicadores, tanto
para os canais on-line como para os que são off-line.
Existem softwares que auxiliam na análise dos dados e processamento de in-
sights para que os gestores varejistas possam tomar as melhores decisões, quanto
ao uso dos canais. No caso do on-line, pode medir visitas a sites, pedidos, cam-
panhas de comunicação e, ainda, conversas nas redes sociais, permitindo uma
melhor compreensão dos perfis de clientes, possibilitando gerar melhores vendas
e aumentar a satisfação desses clientes (WELFARE, 2018).
No caso da medição off-line, ela se torna mais complexa nesse processo, por-
que na integração de canais, algumas pesquisas realizadas pelos clientes vêm,
justamente, dos canais digitais (WELFARE, 2018). Assim, é preciso alinhar uma
mensuração que leve em consideração essa questão e, por isso, a importância de
ajustar as etapas para que seja possível medir o processo como um todo e não
apenas por canal.
conecte-se
Como a mensuração on-line é de mais fácil realização, pode ser aplicado uma
fórmula que leva em consideração as vendas, o tráfego, a taxa de conversão e
média dos valores de transação, que são, assim, distribuídas conforme a fórmula
desenvolvida a seguir (WELFARE, 2018):
100
UNICESUMAR
VENDAS = TRÁFEGO X TAXA DE CONVERSÃO X VALOR MÉDIO
DE TRANSAÇÃO
As vendas se referem ao valor de varejo das vendas nos caixas on-line; o tráfego
são os visitantes no site ou aplicativo; a taxa de conversão significa o número de
pessoas que fazem o pedido em relação à percentagem dos que visitaram o site;
e o valor médio de transação é o valor médio de cada pedido (WELFARE, 2018).
Para o autor, essas são medias-chave de KPIs, e esta fórmula pode ser usada para
modelagem e medição. No quadro, a seguir, são apresentadas as características e
a complexidade desses indicadores.
101
Essas métricas apresentadas podem variar e ser divididas. Dependendo dos re-
UNIDADE 3
UNICESUMAR
avaliação feita pelo consumidor em sua jornada de compra, com uma escala de
1 a 10 na qual se verifica quanto um consumidor recomendaria, pela experiência
que ele obteve, os produtos e serviços de determinada empresa. Com isso, quanto
maior o valor, mais sucesso na estratégia omnichannel a empresa apresenta.
Com isso, é possível afirmar que os indicadores utilizados para mensurar
as ações no omnichannel podem promover alguns benefícios, como a melhora
na fidelização dos clientes; uma entrega de experiência mais completa; maior
satisfação que facilita o processo de compra; fortalecimento das estratégias de
branding; integração real dos canais; maior interação do consumidor com os
processos de marca.
5
PENSANDO O FUTURO
DO OMNICHANNEL
no Brasil e no mundo
UNICESUMAR
de lucro, a possibilidade de uma comunicação integrada, melhora na experiên-
cia de compra, independentemente do canal, e uma diminuição dos custos, que
acontecerá a partir do momento em que se consiga estabelecer a integração dos
sistemas, principalmente de estoque e entrega.
Como possibilidades e previsões para o futuro, Binnie (2018), assim como
Kotler e Keller (2018), aponta para a importância do estabelecimento de parce-
rias, que podem ocorrer entre marcas e varejistas, entre segmentos varejistas e,
também, dos varejistas com seus próprios stakeholders. Essas parcerias para Bin-
nie (2018), por exemplo, são importantes para melhorar as condições de compra,
atuando em estratégias de preço. Para Kotler e Keller (2018, p. 546), as parcerias
criam uma rede de valor que é “[...] um sistema de parcerias e alianças que a
empresa cria para abastecer, aumentar e entregar suas ofertas”.
Outra questão apontada por Binnie (2018) é a presença nos canais on-line
e off-line para conseguirem se sobressair frente às possibilidades ofertadas pela
concorrência. Para o autor, o futuro do varejo é a interação das marcas em múl-
tiplos canais, tanto físico como digital, mas compreendendo que o papel da loja
física mudou, que ela deve proporcionar experiência e estar, diretamente, atrelada
aos canais digitais. Estes, por sua vez, são o ponto de contato importante para
se conectar com os demais canais. Isso vale para repensar o papel dos shopping
centers nessa reestruturação dos canais, já que, conforme Binnie (2018), esse
modelo terá que se reinventar e buscar novos formatos, como comunidades que
integram lojas, escritórios e residências, com arranjos que estejam focados em
serviços e experiência do cliente.
Algumas estruturas que são implementadas indicam, para Longo (2015), o
caminho que deve ser percorrido para um futuro omnichannel. O autor destaca
três insights para aplicação imediata, a saber: (1) o fim das fronteiras internas
na gestão das empresas, para que seja possível de fato integrar todo o sistema,
unificando o on-line e o off-line; (2) o mobile que já se estabelece com um papel
central na omnicannalidade, mas que vai além do uso de aplicativos no smart-
phone, pois deve ser utilizado para integrar processos e desenvolver estratégias
criativas de comunicação com o cliente; (3) as tecnologias estão disponíveis e
devem ser utilizadas.
Com relação às tecnologias, muitas são utilizadas para otimizar os processos
de venda, comunicação e distribuição, ampliando a experiência do usuário e
agilizando a jornada do consumidor. Essas tecnologias são empregadas tanto
105
no cenário on-line como no off-line, sendo também empregados para unificar
UNIDADE 3
conecte-se
106
UNICESUMAR
de serem realizadas por meio de celulares e tablets”. Terceira linha: primeira coluna:
imagem de uma mão digitando no notebook no fundo, e na frente um livro com um
copo do Starbucks em cima; segunda coluna: descrição da prática: “Compras on-the-go”;
terceira coluna: descrição do conceito: “As pessoas compram antes de chegar à loja e
quando chegam somente retiram seu produto feito na hora, com rapidez e agilidade.
Algumas marcas que utilizam essa tecnologia são a Starbucks e a rede de supermerca-
dos Tesco”. Na quarta e última linha: primeira coluna: imagem de uma mão segurando
um celular na posição horizontal, e na tela do celular aparece uma loja e mapas de calor;
segunda coluna, Descrição da prática: “Microlocalização”; terceira coluna, Descrição do
conceito: “Com o auxílio dessa tecnologia, varejistas e empresas conseguem interagir
com o consumidor, baseados em sua posição dentro da loja e dos ambientes fechados
com precisão de centímetros, por meio, por exemplo, de iBeacons. Ofertas para quem
passa na porta da loja, mais informações para quem se aproxima de determinados
produtos, contactless payment e até o mapeamento do movimento dentro das lojas são
alguns dos recursos disponíveis para quem utilizá-la com propriedade”.
Práticas Definição
107
Ao fazer um anúncio
UNIDADE 3
no jornal ou imprimir
milhares de catálogos
e enviá-los aos clientes
cadastrados, qualquer
empresa deveria buscar
criar uma conexão
simples e prática entre
os mundos on-line e of-
f-line nessas peças. Isso
facilitaria o processo de
“Dar vida” a anún-
compra e aumentaria a
cios e catálogos
ligação com as marcas.
Conteúdo multimídia,
cadastramento em pro-
moções, realidade au-
mentada e até mesmo a
compra do produto com
um clique são, apenas,
algumas das alternati-
vas possíveis de serem
realizadas por meio de
celulares e tablets.
As pessoas compram
antes de chegar à loja
e, quando chegam,
somente retiram seu
produto
Compras on-the-go feito na hora, com rapi-
dez e agilidade. Algumas
marcas que utilizam
essa tecnologia são a
Starbucks e a rede de
supermercados Tesco.
108
Com o auxílio dessa
UNICESUMAR
tecnologia, varejistas e
empresas conseguem
interagir com o consu-
midor, baseados em sua
posição dentro da loja e
dos ambientes fechados
com
precisão de centímetros,
por meio, por exemplo,
de
iBeacons. Ofertas para
=Microlocalização quem passa na porta
da loja, mais
informações
para quem se aproxi-
ma de determinados
produtos,
contactless payment e
até o mapeamento do
movimento dentro das
lojas são alguns dos
recursos disponíveis
para quem utilizá-la com
propriedade.
110
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
O futuro é omnnichannel, esta afirmação conclusiva tem sido repetida e confir-
mada por gestores e especialistas do varejo. Mesmo que muitas mudanças, ainda,
ocorram, o certo é que a multiplicidade de canais e a importância do digital já
estão estabelecidas. Além disso, a centralidade do consumidor deve permanecer,
cada vez mais, pois é dele o poder de decisão na jornada de compra.
As transformações estratégicas passam, principalmente, pela mudança no
direcionamento das estratégias até então implementadas, em que os gestores
precisam mudar suas mentes em relação à “omnicanalidade”, principalmente, no
Brasil. É necessário, portanto, que se conheça as características dos canais para
fazer com que a experiência do cliente seja única, independentemente do cami-
nho que ele escolher para percorrer.
Para implementar uma estrutura omnichannel é preciso seguir algumas eta-
pas que começa com a centralidade no consumidor, tendo como primeira fase
o conhecimento do perfil dos consumidores e a compreensão de suas jornadas;
na sequência, é necessário uma equipe integrada, que possa atuar entre os canais;
depois, o processo de conexão entre todos os canais; o atendimento realtime, que
tem o objetivo de dar uma resposta rápida ao consumidor, e, por fim, a mensu-
ração dos dados para estabelecer possíveis melhorias. Assim, os pontos chaves
que se destacam relacionam-se à localização, como ao gerenciamento de dados
e, ainda, à interação com consumidor, com atendimentos personalizados, uso de
tecnologia e o estabelecimento de estratégias unificadas que perpassam os canais.
Por fim, os indicadores de performance se referem à produção de dados,
análise, criação de insights e ações que possam mensurar os resultados relacio-
nados à adoção de uma estrutura omnichannel. Com isso, a tendência é que a
unificação de canais se estabeleça e, principalmente, o uso da tecnologia seja o
principal elemento a ser empregado no sentido de propiciar uma jornada de
compra satisfatória e unificada.
111
na prática
I - No caso das equipes, elas devem ser únicas, entender todo o processo dos ca-
nais e como a dinâmica entre esses canais são realizadas pelos consumidores.
II - As múltiplas plataformas significam mais opções e pontos de contato, uma vez
que os consumidores são inteligentes e procuram, cada vez mais, por melhores
condições de compra.
III - O monitoramento se refere ao atendimento das necessidades dos consumido-
res de forma rápida, conforme a identificação de alguma questão que precisa
ser melhorada na jornada de compra.
112
na prática
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
( ) Um ponto essencial é que se tenha uma identidade única, para que a marca
permaneça, constantemente, na mente do consumidor.
( ) Os pedidos feitos em qualquer canal devem seguir a distribuição, conforme a
estrutura de estoque estabelecida para cada um deles.
( ) O processo logístico estruturado deve estar alinhado, de forma que o consumi-
dor não tenha dificuldades em relação à entrega do produto.
a) V, F, V.
b) F, F, V.
c) V, F, F.
d) F, V, F.
e) F, F, F.
a) Lifetimevalue.
b) Vendas.
c) Taxa de Conversão.
d) Valor de Transação.
e) Tráfego.
113
na prática
5. Para pensar um futuro para o omnichannel, é preciso considerar que os países estão
em estágio diferentes quando se trata da integração de canais e uso da tecnologia.
Mas uma coisa é consenso, a unificação dos canais é a grande tendência do varejo
para os próximos anos. Com base nas tendências e questões futuras para o omni-
channel, analise as assertivas a seguir.
I - Apesar das grandes empresas atuarem tanto no físico quanto no virtual, poucas
são as que combinam as vendas entre os dois ambientes, unificando estoques
e aproveitando as questões logísticas para entregarem os produtos de forma
eficiente.
PORQUE
II - Há uma dificuldade de falta de investimentos para se adaptar a integração de
canais, pois envolve a unificação dos processos, equipe, estoques e todas as
demais estratégias que estão relacionadas à estrutura de vendas
114
aprimore-se
115
aprimore-se
encontre o produto desejado na loja física, pode, ali mesmo, fazer seu pedido
pelos canais digitais.
As mensagens informacionais e promocionais estão presentes de forma
unificada e continuada pelos canais on-line e off-line, dando ao cliente a ex-
periência de uma jornada que pode ser feita de forma única pelos canais dis-
poníveis. Os gestores perceberam que quem utiliza mais de um canal, compra
mais e, assim, quem compra no site, por exemplo, e faz a retirada pela loja, o
consumidor possivelmente compra mais produtos quando estiver nessa loja.
116
eu recomendo!
livro
conecte-se
117
4
COMUNICAÇÃO DIGITAL E
PRODUÇÃO
de conteúdo: princípios do
Inbound Marketing
PROFESSORA
Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • A era da comunicação digital •
Marketing de conteúdo e entrega de valor • Ferramentas e modelos para produção de conteúdo • O
que é inbound marketing • Apresentação de casos de inbound marketing.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender as mudanças na comunicação digital • Conhecer as estratégias de marketing de conteúdo
para criação de valor • Verificar as ferramentas e modelos para produção de conteúdo • Desenvolver o
conceito de inbound marketing • Analisar casos de inbound marketing para compreender como ele
se estabelece nas empresas.
INTRODUÇÃO
COMUNICAÇÃO DIGITAL
“
O que torna a quarta revolução industrial fundamentalmente
diferente das anteriores é a fusão dessas tecnologias e a inte-
ração entre os domínios físicos, digitais e biológicos. Nessa
revolução, as tecnologias emergentes e as inovações generali-
zadas são difundidas muito mais rápidas e amplamente do que
as anteriores, as quais continuam a desdobrar-se em algumas
partes do mundo (SCHWAB, 2016, p. 16-17).
Essas mudanças indicam rupturas, isso significa que novos modelos são cria-
dos e os atuais passam por profundas transformações. Isso pode ser observado na
120
forma como nos relacionamos, hoje, por exemplo, como o smartphone se tornou
essencial na vida pessoal, na conversa com amigos e familiares, em geral, mediada
UNICESUMAR
pelas ligações, mas, principalmente, mensagens e trocas de fotos ou, ainda, pelas
chamadas em vídeo.
Nos negócios, empresas que não são digitais, principalmente no relaciona-
mento com seus consumidores, tendem a não existir. Ainda, nesse cenário, novas
profissões surgem, assim como, segundo Schwab (2016), novos formatos de ne-
gócios, que são denominados como disruptivos. Como exemplo, citamos Airb-
nb, Uber, Alibaba e outras plataformas que alteraram a forma como as pessoas
adquirem os produtos e serviços.
São inúmeras as tecnologias que revolucionam a era digital, além dos dispo-
sitivos eletrônicos e a própria internet, têm-se a realidade virtual e aumentada; as
transmissões e os identificadores por radiofrequência; a tecnologia blockchain
(um protocolo de segurança, uma tecnologia de registro distribuído, objetivando
a descentralização para se ter segurança); a internet das coisas (IoT – Internet
of Things), criando objetos inteligentes que interagem e propiciam a criação de
novos processos, em diversas áreas, como negócios, educação e saúde.
Toda essa mudança, proporcionada por essa revolução tecnológica, ainda,
segue avançando e não há como voltar. É necessário se adaptar a esse novo pro-
cesso e utilizar as tecnologias para estabelecer relações pertinentes e, desse modo,
construir novas perspectivas, seja na área pessoal, seja no contexto dos negócios.
Cabe ressaltar, aqui, o que Castells (2009) denominou como a sociedade da
informação. Segundo o autor, ela é guiada pelas tecnologias digitais da informa-
ção e da comunicação, que modificaram, de forma estrutural, toda a estrutura
social, política e econômica, por meio das articulações que, agora, passam a ser
vivenciadas em rede. A integração entre aparelhos e programas para estabelecer
a comunicação instaurou essa nova era, nos processos comunicacionais, deno-
minado por Longo (2019), como a “Idade Mídia”, instaurada a partir dos smart-
phones, como o caso do iPhone, ocorrendo o que ele chama de dissociabilidade
entre o hardware e o software. Para o autor:
“
Na idade mídia, cada aparelho é um universo à parte, um ex-
trato de nossas impressões digitais. A ideia do reconhecimento
de nossas necessidades individuais, de nossas particularidades,
é alicerce desta nova Era, na qual nosso contexto se adapta às
nossas necessidades. Isso é uma gigantesca mudança cultural
(LONGO, 2019, p. 59).
121
O autor, ainda, conclui, afirmando que, nesta “Idade Mídia”, começamos a nos
UNIDADE 4
repensar como seres humanos, já que a revolução tem início com a nossa co-
municação, em nossa expressão e no processo de interação social, o que nos
transforma em seres “mídia”. Para Longo (2018), a revolução não ocorre com a
adoção de novas ferramentas pelo indivíduo, mas na adoção de novos compor-
tamentos. A internet e as tecnologias digitais, por sua vez, são compreendidas
por Torres (2018) como um ecossistema digital, composto por diversos agentes,
com uma estrutura própria, que interagem entre si, como pessoas, empresas ou
marcas. Estes atuam por meio de uma identidade digital, possuindo uma cultura
própria. Assim, os elementos desse ecossistema são descritos da seguinte forma,
conforme o Quadro 1, a seguir.
Elemento Descrição
122
Ao pensarmos a partir do aspecto mercadológico, a revolução digital pode ser
UNICESUMAR
considerada uma mudança de paradigma, em que o papel do consumidor se
transformou, e as empresas precisaram se adaptar frente a essa nova realidade
que propiciou novos comportamentos e novas formas de se relacionar com o
público-alvo. Para Longo (2018), a comunicação deixou de ser linear e, por isso,
exige novas práticas.
Com as plataformas digitais, os indivíduos deixaram de, apenas, receber infor-
mações e passaram a produzi-las. Isso afetou, de maneira significativa, as ações de
comunicação, realizadas pelas empresas para atingirem seus consumidores. Temos
assim, um novo consumidor, o consumidor on-line, mas não porque está nas plata-
formas digitais, mas porque estas fazem parte das suas ações o tempo todo, seja no
ambiente on-line, seja off-line. Desse modo, Torres (2018, p. 32) afirma que:
“
O consumidor online representa todas as classes socioeconômicas
e utiliza com mais frequência a internet do que outras mídias. Ele
busca diversão, relacionamento, informação, usa as ferramentas de
busca, participa de redes sociais e consome textos, vídeos e infor-
mações das mídias sociais, em particular a gerada ou indicada por
seus amigos.
Nesse sentido, o autor, ainda, afirma que o ambiente digital deve proporcionar uma
experiência para o usuário, denominada como UX (User eXperience). Para Gabriel
(2010), vivemos na era da experiência, em um ambiente que é multitarefa, em que a
busca e a transparência são fatores determinantes. A tecnologia e a internet, por sua
vez, possibilitaram esse novo lugar. Isso significa que é necessário criar ambientes de
interação, nos quais, esses usuários podem obter conteúdos relevantes e construir,
a partir desses conteúdos, novas narrativas, possibilitando um maior alcance da
comunicação entre todos os participantes das plataformas digitais.
Para Kotler et al. (2017), a grande transformação aconteceu no comporta-
mento dos consumidores, impactando as organizações, de forma que elas pu-
dessem se estabelecer, nesse novo cenário. Desse modo, os autores propõem três
mudanças significativas. A primeira é do exclusivo para o inclusivo, isso significa
que a colaboração, por meio da construção de comunidades, fez com que as
empresas começassem a agir em prol de questões que atendessem a um maior
número de indivíduos e causas, não, apenas, necessidades específicas.
123
A segunda é do vertical para o horizontal. A globalização criou um ambiente
UNIDADE 4
nivelado, em que as demandas não partem, apenas, das organizações para com seus
públicos. Agora, com esse novo ambiente, o relacionamento mudou, e os consumi-
dores se tornaram coparticipantes, cooperadores das marcas. Por fim, a terceira é do
individual para o social, em que as tendências que ditam os comportamentos dos
consumidores não são atribuídas a aspectos individuais, mas coletivos, e a constru-
ção de gostos e opiniões é estabelecida nos ambientes digitais, como as redes sociais.
Diante desse cenário, é necessário utilizar ferramentas e ações que consigam
estabelecer uma conversa entre a empresa e o consumidor, de forma amigável,
para criar um relacionamento mais consistente. Isso será possível, por exemplo,
por meio da produção de um conteúdo relevante, que consiga atrair o consumi-
dor e se comunicar com ele de forma natural, como veremos na próxima aula.
2
MARKETING DE CONTEÚDO E
ENTREGA DE VALOR
A partir desse novo contexto digital; das transformações pelas quais as empresas
passam, atualmente; dessa interação com os consumidores e da grande quanti-
dade de plataformas que permitem a disseminação de informações, em vários
formatos, é preciso pensar, então, no conteúdo. Para Torres (2018, p.125):
124
“
o consumidor passou a buscar informação útil e relevante, ou seja,
UNICESUMAR
conteúdo, antes de qualquer coisa. O conteúdo pode vir em formato
de texto, comparação entre produtos, comentários sobre produtos,
infográficos, fotos, vídeo, áudio etc. Não importa o formato: tudo
acaba sendo informação para o consumidor.
Desse modo, para o autor, o conteúdo passou a ser mais importante do que as
plataformas em si. Isso significa que ter um site, páginas em redes sociais e outros
formatos digitais não bastam, é preciso estimular o interesse do consumidor para
que esse tenha vontade de comprar produtos e serviços, não apenas pelo consu-
mo em si, mas pelo interesse despertado pelo conteúdo produzido e atrelado ao
processo de venda.
Para Rez (2016), não há mais a chamada era da comoditização, ou seja, não há
um caminho único, pré-definido, um manual a ser seguido, porque, no contexto
digital, é possível criar sua própria audiência, dar o tom que quiser a mensagem,
atrair e conquistar indivíduos. Essa mudança vivenciada ocorre porque “[...] o
conteúdo entrega valor a quem consome” (REZ, 2016, p. 68). Para o autor, isso
significa que aqueles apelos voltados para a venda, como “imperdível!”, “grade
oportunidade!”, “só hoje”, podem até apresentar alguns resultados, mas são, cada
vez mais, ignorados pelos consumidores. A procurar por conteúdo, no entanto,
só tem crescido. Desse modo:
“
Se o consumidor, ao buscar conteúdo, encontra o seu site, na primei-
ra visita ele lerá rapidamente o texto, verá as imagens, ou assistirá ao
vídeo, para ver se o que ele procura está ali. Se tiver, ele fica, se não
tiver, ele vai embora em segundos, com um simples clique. Mesmo
se ficar, depois de ver o que queria, só guardará o endereço do site
se perceber que ali há um manancial de informações a respeito do
tema. Assim, em um site o volume de conteúdo é tão importante
quanto a sua qualidade, utilidade e relevância para o consumidor.
125
ções. Nos últimos anos, porém, ganhou novos contornos e, conforme Kotler et
UNIDADE 4
pensando juntos
Quais estratégias podem ser implementadas para criar um conteúdo que seja, de fato, re-
levante; que atraia o consumidor e consiga, posteriormente, convertê-lo em venda, man-
tendo um relacionamento por meio das informações geradas?
UNICESUMAR
keting de conteúdo, é necessário um modelo de negócio sólido, integrado a um
produto coerente e com um consistente plano de marketing, ou seja, não deve
ser, apenas, a estratégia do conteúdo, mas todos os processos da empresa devem
estar nessa direção. O marketing de conteúdo, para Santos (2019, p. 5), pode ser
entendido, ainda, como “o uso de qualquer tipo de mídia como uma ferramenta
para ganhar exposição e gerar vendas para uma empresa, organização ou profis-
sional”. Neste sentido, apesar do objetivo ser a produção de conteúdo relevante, a
conversão do cliente deve levar à venda. Assad (2016, p.13) afirma que o conteúdo
pode ser “artigos, posts, notícias, e-books, vídeos, imagens, webinars, eventos e
diversas outras formas de se propagar informação”.
O objetivo principal do marketing de conteúdo, conforme Santos (2019), é
aumentar o número de clientes e, consequentemente, as vendas, atingindo, assim,
um bom faturamento. Mas o autor destaca que há objetivos secundários essen-
ciais para que o marketing de conteúdo consiga bons resultados, que são: entreter,
persuadir e converter, conforme o Quadro 2, a seguir.
Objetivos Definição
127
Desse modo, compreendemos a importância que o conteúdo tem no cenário
UNIDADE 4
digital e como ele pode fazer com que empresas e clientes interajam com uma
boa conversa, mesmo que, de alguma forma, o objetivo final esteja relacionado à
venda. Observa-se que, após a aquisição, o cliente satisfeito com o que comprou
e as informações que lhe foram oferecidas, ele, ainda, voltará e poderá criar um
vínculo, por meio desse conteúdo proporcionado.
3
FERRAMENTAS E MODELOS
PARA PRODUÇÃO
de conteúdo
“O mercado é composto por seres humanos e não por setores demográficos”. Essa frase
sempre me faz refletir e me impulsiona a compor conteúdo com outra mentalidade. Você
e eu não vendemos para robôs. Os clientes são humanos, por isso, o conteúdo deve ser:
coloquial, relaxado, leve. Estes são alguns atributos que você pode usar em seu conteúdo
para torná-lo mais humano.
Outra informação importante: você pode produzir algo para um grupo de clientes, mas,
no fim, o seu alvo é uma pessoa em particular. É algo do tipo: “De mim para você” ou “De
nós para você”, e não “De mim para todo mundo” ou “De nós para todo mundo”. Parece
algo tão óbvio, não é? Mas isso é para você entender que seu conteúdo deve soar como
uma pessoa e não como um departamento empresarial.
Fonte: Rez (2016, p. 279).
gram, Facebook, YouTube, dentre outras. Para Torres (2018, p.141) “[...] a publi-
cação de conteúdo nas mídias sociais amplia a visibilidade e o alcance do seu
conteúdo, e o ajuda a falar com mais pessoas”. O autor entende que essas mídias
funcionam como extensão dos sites, produzem informações sobre a empresa e a
relacionam a temas que são oportunos aos consumidores.
Além dessas duas plataformas principais, Razzera (2017) indica que e-books,
infográficos e vídeos, também, podem ser utilizados para a criação de conteúdos.
Isso pode ser observado, quando empresas escolhem algumas temáticas e apre-
sentam esse material em forma de e-books, e quem têm interesse em adquirir o
material pode fazer um cadastro e, assim, terá acesso. É uma excelente forma de
se obter leads, assunto que será tratado posteriormente. Os infográficos e vídeos,
muitas vezes, postados no próprio site da empresa, atraem o público e podem
oportunizar a navegação no site e, consequentemente, a compra de produtos e
serviços.
pensando juntos
Cada plataforma possui uma especificidade e, por isso, é necessário sempre pensar qual o
propósito de se utilizar este ou aquele. Assim, três questionamentos são essenciais: como
essa plataforma funciona? Como utilizá-la? Como posso integrar esses canais?
130
se constitui como uma ferramenta significativa para a promoção do conteúdo,
UNICESUMAR
servindo como um mediador que pode levar os usuários a buscarem pelos con-
teúdos divulgados.
conceituando
SEO (Search Engine Optimization) é um conjunto de estratégias e técnicas que visam me-
lhorar a visibilidade da marca e o tráfego de visitantes de forma orgânica. Uma ação multi-
disciplinar, por exemplo, que abrange um trabalho minucioso de estruturação para deixar
um site mais amigável para buscadores.
Fonte: Rez (2016, p. 236).
O conteúdo pode ser entendido, portanto, como um produto, como uma forma
de prestação de serviço bem como um comércio colaborativo (ASSAD, 2016).
Em relação ao produto, isso significa que ofertar informações relevantes para o
público, por meio da internet, vende. Isso não tem custo para o usuário, ele, então,
poderá aproveitar o conteúdo de qualidade e, ainda, ser envolvido pelos negócios
da empresa. Sobre a prestação de serviço, o marketing de conteúdo está voltado
para a criação de um relacionamento com o usuário. Como afirma Assad (2016,
p. 18-19):
“
Esse relacionamento será fundamentado no conteúdo de qualidade
sobre assuntos de interesse do público-alvo, seja sobre a marca e seu
produto, seja sobre qualquer outro tema relacionado. Em outras
palavras, o content marketing atrela a imagem de uma marca a uma
prestação de serviços ao usuário sem associá-la a uma venda.
“
1) Qual é o seu objetivo? 2) O que você vende? 3) O que seus
clientes querem de você? 4) Qual a sua história? 5) O que você
tem a dizer? 6) Qual é o tipo de conteúdo necessário para a sua
marca em cada etapa do processo de venda? 7) Como seu conteú-
do será distribuído? 8) Como sua marca será encontrada através
da pesquisa? 9) Como você vai fazer isso acontecer (cronograma
de trabalho)? 10) Como você vai mensurar os resultados?
132
UNICESUMAR
informações, e localização, se o conteúdo consegue de fato chegar as pessoas. O
calendário editorial é um outro elemento importante da estratégia de conteúdo,
ele é um cronograma que define tema, títulos, quantidade, datas e horários para
publicação (REZ, 2016).
Para definir a melhor estratégia, conforme Rez (2016), é preciso pensar na
abordagem que será utilizada, ou seja, a linha editorial que trata dos valores que
nortearão a mensagem. O autor, ainda, explicita a importância do tom de voz,
pois segundo ele o tom “[...] auxilia na formação da identidade da marca, aju-
dando as pessoas a gostarem do conteúdo, entenderem, e, finalmente, confiarem
no que é dito” (REZ, 2016, p.137). Por fim, nunca fale de si mesmo, ou seja, não
enfatize o produto ou a marca em si, pois é necessário agregar valor e transmitir
informações relevantes que os usuários tenham interesse.
Por esse motivo, definir uma história também é uma ferramenta estratégica,
pois, segundo Rez (2016, p.140) “[...] uma história bem contada é capaz de con-
duzir o receptor a uma jornada de transformações”. É preciso provocar mudanças,
sair da zona de conforto do “eu” e compartilhar casos, valores e visões. Deste
modo, contar uma história pode ser feita a partir do storytelling, já que uma
história interessante envolve muitos elementos.
conceituando
133
Elemento Definição
UNIDADE 4
134
4
O QUE É INBOUND
UNICESUMAR
MARKETING
“
[...] o inbound marketing é uma forma de divulgação baseada na
ideia de criação de conteúdo de qualidade para um público especí-
fico e veiculação por ferramentas de marketing digital para atrair o
público-alvo, construir um relacionamento que poderá levá-lo até
a experiência de venda.
135
são oferecidos para aumentar a permissão e, assim, utilizar a influência alcançada.
UNIDADE 4
Para Godin (2000), as publicidades eram muito intrusivas e, por isso, ele pensou
em formas estratégicas de comunicação que respeitassem o consumidor e, assim,
os resultados poderiam ser mais efetivos.
O chamado “marketing de interrupção” não ocorria, apenas, nos meios tradi-
cionais de comunicação, a internet também possibilitou novos formatos, como os
famosos pop-ups, banners e e-mails, os quais o consumidor recebia de repente e
de forma indesejada. Mas, segundo Bugeja (2020), com o novo perfil do consu-
midor, que se coloca e apresenta suas necessidades, houve uma evolução que saiu
da “intromissão” apara a permissão. O marketing de permissão não funciona em
todas as mídias e tem foco em plataformas mais pessoais e direcionadas, como é
o caso das mensagens de SMS, e-mail, chats, pelas redes sociais, além de outros
aplicativos de mensagens e, até mesmo, ligações, já que os consumidores escolhem
como e onde querem interagir com a empresa. Para Bugeja (2020, p.16):
“
O marketing baseado em permissão em muitos aspectos foi ali-
mentado pela era da internet. Os consumidores podem subscrever
e, assim, optar por receber, um newsletter da empresa e avisos de
vendas cia opt-in e-mail. Eles podem se inscrever em um site para
acessar conteúdo específico que eles querem receber.
UNICESUMAR
disseminadas em diversas mídias. Deste modo, trataremos das principais diferen-
ças entre inbound marketing e outbound marketing, conforme Figura 1, a seguir.
Do 0 a um
A melhor evento!
empresa de Descubra o
eventos! passo a
20% de passo para
fazer um
desconto só bom evento
essa semana! em sua
empresa.
Exemplo de Exemplo de Inbound
Outbound Marketing Marketing
Figura 2 - Anúncios Outbound e Inbound Marketing / Fonte: adaptado de Bugeja (2020, p. 64).
UNICESUMAR
Desse modo, percebemos a diferença dessas duas abordagens e destacamos
os benefícios do inbound marketing: atingir o público-alvo certo; construir um
relacionamento mais próximo ao consumidor; ampliar o poder de persuasão;
diminuir o ciclo de vendas; minimizar os custos; expandir o ticket médio; verifi-
cação e medição dos resultados em tempo real. O inbound marketing, conforme
Assad (2016), objetiva transformar um usuário em leads, que significa uma au-
diência qualificada, ou seja, pessoas que informam seus dados a empresa de forma
espontânea, com preenchimento de formulários, a partir do interesse demons-
trado por algum conteúdo que foi divulgado pela empresa. Na sequência, serão
apresentados alguns casos relacionados às estratégias de inbound marketing.
5
APRESENTAÇÃO DE CASOS
DE INBOUND
marketing
140
Com isso, a empresa utiliza a plataforma para atrair os usuários e transformar
UNICESUMAR
esses visitantes em leads. Há um espaço, em que o usuário pode se cadastrar na
Newsletter da empresa e, com isso, responder a um breve cadastro, a empresa
consegue obter informações desses usuários, que se fizeram o cadastro, possuem
algum tipo de interesse pela empresa, constituindo-se, portanto, uma audiência
qualificada.
Essas estratégias de inbound continuam sendo estabelecidas, na busca de
um relacionamento contínuo, por meio, por exemplo, de e-mail disparados para
esses usuários cadastrados. Além disso, a marca possui outras plataformas, como
o Canal do YouTube que possuem inúmeros vídeos com grande poder de virali-
zação e podem também se constituir como ponto de contato, levando o usuário
a buscar a marca. O objetivo da marca é produzir um conteúdo non stop, que
significa conteúdos contínuos, pois, assim, conseguirá manter os usuários sempre
ligados à marca.
conecte-se
A Starbucks é outra marca que utiliza o conteúdo para atrair usuários com uma
abordagem mais emocional, objetivando conquistar fãs que vão além de consu-
midores, sendo divulgadores e defensores da marca. A marca conta uma história
que envolve desde suas lojas físicas até os canais digitais, principalmente, as redes
sociais como Facebook, Twitter e YouTube. A empresa trabalha em prol de um
propósito e dissemina conteúdos com base em seu posicionamento.
A empresa criou um portal chamado “Starbucks Stories & News” que aborda
a história de cafés e de pessoas, com notícias e vários outros conteúdos relaciona-
dos à marca, mas de uma forma que se aproxima dos usuários. Um dos projetos
realizados, denominado “To be human”, apresenta a história de diversas pessoas,
que foram contatadas pelos estados americanos, onde a marca está presente, e que
compartilharam suas histórias relacionadas à marca. Essa ação se apresentou da
141
seguinte forma: “Se você se aproximar de um estranho perfeito, sentado em um
UNIDADE 4
Starbucks, ele compartilhará sua história? Nós pegamos a estrada para descobrir.
#ToBeHuman”. Com essas estratégias, a marca se aproxima dos usuários com
conteúdo relevante.
A empresa Colgate também promove conteúdos sobre uma temática que
interessa muitas pessoas, a saúde. Como a empresa vende produtos relacionados à
higiene bucal, voltados para adultos e crianças, ela consegue aliar suas estratégias
mercadológicas a ações que produzem e distribuem conteúdo de qualidade e con-
fiança, já que ela busca por especialistas para fornecem as informações. A empresa
possui programas educativos, por meio de seus canais digitais, como Facebook
e YouTube, além do próprio portal, que contém informações diversas sobre os
produtos da marca, um glossário com termos de saúde bucal e dental, além de es-
paço para que os usuários possam dar sugestões inovadoras para empresa. Desse
modo, com essas ações, a empresa se conecta aos públicos e consegue, por meio
de ações de inbound marketing, manter um relacionamento pertinente com eles.
Empresas varejistas e prestadoras de serviços, como hospitais, empresas finan-
ceiras e grandes marcas de tecnologia, utilizam suas plataformas para produzirem
conteúdo relevante e atrair milhares de usuários que buscam esses espaços para
obterem informações sobre negócios, finanças, saúde, educação, tecnologia, entre
outros, e acabam adquirindo produtos e serviços ofertados por essas empresas.
Uma das empresas que tem sido considerada mais inovadora em seu segmen-
to, assim como pelas suas estratégias de comunicação e marketing, é o Nubank,
que além de ser uma empresa diferenciada, uma fintech, empresa de tecnologia
financeira, também, possui uma abordagem inovadora e customizada com seus
clientes.
Além do site e das redes sociais (Facebook, Instagram, LinkedIn, Twitter e
YouTube) em que a empresa se faz presente, o blog tem sido uma das mais im-
portantes ferramentas de inbound marketing, pois as pessoas têm muita curio-
sidade e interesse em saber sobre finanças, obter dicas de investimentos, opções
de produto, e o blog Nubank atua nesse sentido. Ao abrir a página, já há uma
estratégia para gerar leads, em que os usuários podem cadastrar seus e-mails
para receberem uma newsletter da empresa. O blog contém muitos conteúdos
relevantes e auxiliam os usuários em vários assuntos relacionados a finanças, com
dicas, ferramentas para simulações de operações financeiras e, ainda, diversas
notícias sobre mercado que interessam a todos, por exemplo, informações sobre
FGTS etc., e muitos outros assuntos.
142
Todas essas ações mostram como um conteúdo atrativo e pertinente pode
UNICESUMAR
levar milhares de usuários a procurarem por uma marca e, a partir disso, aderir
a produtos e serviços oferecidos por ela. Essa estratégia adotada por algumas
empresas é uma tendência que terá continuidade e, mesmo sofrendo atualizações,
o tipo de publicidade “intrusiva” tende a desaparecer completamente.
Deste modo, finalizamos alguns exemplos de estratégias que são utilizadas
por empresas, por meio de suas marcas, para atrair um público qualificado com
o qual a empresa deseja se relacionar, manter contato, mas também, claro, vender
seus produtos de uma forma indireta.
143
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 4
Nesta unidade, tratamos das mudanças digitais que modificaram a forma como
as empresas atuavam em seus mercados, visto que o comportamento do consu-
midor se modificou, a partir do momento em que ele passa a interagir e colaborar
nos processos de compra, de forma mais decisiva. A chamada Quarta Revolução
Digital trouxe novas tecnologias empregadas atualmente, e, na área de comuni-
cação e marketing, as mídias passaram por significativas transformações.
Com isso, o valor oferecido por uma empresa se sobrepõe ao produto e ser-
viço, e o conteúdo, ou seja, a informação de qualidade, relevante e pertinente,
passa a tomar conta das ações mercadológicas das empresas, que se diferenciam
em seus segmentos. O consumidor quer muito mais do que comprar, ele quer
compreender o que adquire, como pode utilizar algo e qual a relação que isso
pode ter com o seu cotidiano.
O marketing de conteúdo, desse modo, passa a atuar como uma ferramenta
estratégica que busca atrair usuários e convertê-los em clientes, por meio de ofer-
tas de informações, que podem ser de diferentes temas, em distintas plataformas
e formatos. Tem o objetivo de entreter, persuadir, educar e convencer. Por esse
motivo, o marketing de conteúdo deve ser contínuo, consistente e convincente.
O inboud marketing, nesse contexto, estabelece-se a partir da recusa dos con-
sumidores em relação às propagandas tradicionais que interrompem o cotidiano
das pessoas, geralmente, com mensagens promocionais, que focam na venda e
não se preocupam muito com os interesses dos consumidores. Nesse sentido,
o inbound tem uma característica permissiva, uma vez que os consumidores
passam a procurar pelas marcas, quando essas, de fato, conseguem oferecer con-
teúdos pertinentes, que, ao atrair usuários, podem, posteriormente, convertê-los
em clientes e, assim, oferecer produtos, mas de forma indireta.
Em síntese, o inbound marketing envolve várias estratégias dentro do marke-
ting digital, agregando ferramentas do marketing de conteúdo, com ações dentro
do SEO, redes sociais, e-mail, estratégias de relacionamento e outros possíveis
formatos que possibilitam esse contato com o consumidor e o estabelecimento
de uma relação consistente e duradoura.
144
na prática
145
na prática
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II apenas.
d) I e III apenas.
e) I, II e III.
146
na prática
a) V, F, V.
b) F, V, V.
c) F, V, F.
d) F, F, V.
e) V, V, F.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
147
na prática
148
aprimore-se
A ERA DO CONTEÚDO
A propaganda de uma modelo, comendo uma torrada com uma determinada geleia
desperta a vontade. Mas se um segundo roteiro mostrar uma pessoa, contando que
sua avó pedia para ela buscar morango no quintal da casa, e que já se previa vários
potes de geleia que iam adoçar o café da manhã por vários dias, o impacto é bem
maior. Por mais bonita que a modelo da primeira propaganda seja, a lembrança
de um café da manhã, em família, no interior, tem muito mais apelo, mais emoção.
Uma “adoça a vista”, a outra, “o coração”.
Em tempos tão complexos, qualquer sorriso que se consiga produzir, qualquer
boa lembrança que se consiga trazer para uma pessoa é algo altamente positivo.
Se a intenção é informar, por que não expor os fatos de forma clara e evidente? Se
a ideia é vender, por que não contar uma história? É assim que a Amazon vende.
O maior e-commerce do mundo deixa que os consumidores digam o que acharam
do produto, façam as resenhas, reviews, deem pontos aos livros, reclamem quando
é o caso. Isso é muito mais autêntico, é um conteúdo que faz muito mais sentido
para quem está comprando. Consegue-se mais conversões, quando o cliente sente
autenticidade; quando vê uma história de verdade.
Uma história emocionante de sucesso de uma pessoa que conseguiu se superar
é conteúdo. Um case de um produto é conteúdo. Um comparativo é conteúdo. Tudo
o que se faz e tudo o que ajuda as pessoas a entenderem o que a marca faz são
conteúdos. É a chamada perfeita de captura e é também um livro de 500 páginas
que demorou dois anos para ser escrito. Em cada fase da jornada do consumidor,
é preciso usar conteúdo. Site, site mobile, mídias sociais, SEO, campanhas de links
patrocinados, e-mail marketing, métricas, enfim, tudo funciona em torno do con-
teúdo. Por isso, se o conteúdo não estiver planejado, todas as outras táticas ficarão
capengas.
149
eu recomendo!
livro
conecte-se
Visite o blog do Magalu e tenha mais informações sobre uma das maiores empre-
sas varejistas do Brasil que possui vários canais para disseminação de conteúdos.
Disponível em:
https://missaodigital.magazineluiza.com.br/categoria/blog/
150
anotações
5
O INBOUND MARKETING
COMO FERRAMENTA
estratégica
PROFESSORA
Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Estratégias de inbound marketing
• Convertendo leads em clientes • Produzindo conteúdo relevante • Otimizando os resultados pelo
inbound • Métricas do inbound marketing.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer as estratégias de inbound marketing • Analisar como os leads podem ser transformados em
cliente • Compreender como ocorre o processo de produção de conteúdo • Verificar formas de otimi-
zação para o inbound marketing • Conhecer as métricas para verificar as ações de inbound marketing.
INTRODUÇÃO
INBOUND
marketing
“
Os clientes passam por várias etapas até tomarem a decisão de com-
pra. Ao compreender estes passos e alinhar o seu conteúdo com
eles, você pode satisfazer as duas preocupações, responder suas
perguntas, aliviar as objeções e aumentar a sua confiança em cada
fase, o que vai ajudá-lo a dar o próximo passo no processo (REZ,
2016, p.193).
UNICESUMAR
honesta se você pode oferecer aquilo que ele precisa e se, de fato, pode fazer com
que esse cliente saiba que você tem essa solução e que ela é a melhor dentre as
que lhe foram oferecidas (BUGEJA, 2020). A partir dessa etapa, você pode, então,
determinar as etapas que esse cliente faz para chegar a uma possível resposta para
as suas necessidades, compreendendo como ele busca informações e com quem,
sobre produtos e serviços que pretende comprar. Compreendendo esse processo
que é a jornada do comprador, é mais fácil oferecer possíveis opções que consi-
gam atender as suas buscas de consumo.
No caso do inbound marketing, a grande distinção está, justamente, além de
todo o planejamento, na forma como se oferece o conteúdo. Quando temos, por
exemplo, alguém que se interessa por equipamentos de segurança para casa, no
método tradicional, outbound, esses possíveis produtos poderiam ser ofertados
por meio do envio de e-mail marketing, para uma possível lista de compradores,
com a apresentação dos principais produtos, bem como os referidos preços (BU-
GEJA, 2020). Quando se pensa na estratégia de inbound essa mesma empresa, que
oferece os produtos, poderia fazer de outra maneira, fornecendo, por exemplo,
informações a respeito de equipamentos de segurança para casa, por meio do
desenvolvimento de uma série de artigos educativos sobre segurança e exposição
de riscos, seguido por soluções que se apresentam por meio de possíveis produtos
que possam resolver essa questão da segurança (BUGEJA, 2020).
Esse último método ou abordagem é mais relevante, pois o produto não é
introduzido, diretamente, em um primeiro momento, mas são construídos meios,
por meio dos conteúdos, para que esses produtos se tornem conhecidos pelos
possíveis clientes, fazendo com que o retorno seja mais efetivo que o método
outbound, que, no caso do exemplo proposto, proporcionará um retorno de al-
cance menor, já que além da linguagem promocional, os e-mails foram enviados
para uma lista, sem de fato conhecer melhor quem são e pelo que se interessam
essas pessoas.
Assim, é preciso entender que o inbound marketing deve levar o conteúdo
correto às pessoas certas e no momento certo, esse é o grande elemento diferen-
ciador dessa abordagem. A Figura 1, a seguir, mostra as etapas do processo de
inbound da atração até o encantamento.
155
Descrição da imagem: na figura, há quatro caixas pontilhadas, da esquerda para a direita,
UNIDADE 5
os títulos dessas caixas são: ATRAIR, CONVERTER, VENDER e ENCANTAR. No meio dessas
caixas, há cinco setas, da esquerda para a direita, sendo que a primeira está escrito “Desco-
nhecidos” (dentro da caixa ATRAIR); na segunda seta, está escrito “Visitantes” (entre as caixas
ATRAIR e CONVERTER); na terceira seta, está escrito “Leads” (entre as caixas CONVERTER e
VENDER); na quarta caixa, está escrito “Consumidores” (entre as caixas VENDER e ENCANTAR);
e, na última seta, está escrito “Promotores”, (dentro da caixa ENCANTAR). Na parte de baixo
da primeira caixa, está escrito: “Objetivo: conseguir alcançar visitantes que sejam regulares
e que possuam valor para a empresa. Estratégia: redes sociais, SEO, blogs, entre outros.”;
na segunda está escrito: “Objetivo: transformar em leads aqueles clientes mais engajados.
Estratégia: landing pages, call action, email e outros.”; na terceira está escrito: “Objetivo:
converter os leads que mostrarem interesse em venda. Estratégia: ações personalizadas e
interativas para efetivar a venda.” e na quarta e última caixa, está escrito: “Objetivo: oferecer
uma boa experiência em todo o processo para manter e fidelizar o cliente. Estratégia: con-
teúdos relevantes e frequentes, além de uma comunicação interativa e relacional”.
Na Figura, é possível observar que o início da etapa de “Atração” visa, por meio da
oferta de alguns modelos de conteúdo, a conseguir alguns visitantes para a plata-
forma, na qual eu pretendo levar meu possível cliente para comprar produtos e
serviços. Quando eles chegam à plataforma, podem ser considerados “Visitantes”,
e o objetivo é fazê-los gostar do conteúdo oferecido, interessarem-se e realizar
o cadastro, assim, eles se tornam um “Lead”. A partir das informações obtidas,
156
continuarei a alimentá-los, estrategicamente, por meio de conteúdos que lhes
UNICESUMAR
interessem, levando-os à venda. Desse modo, eles se tornam “Consumidores”. Para
mantê-los, terei que continuar com ações relevantes de conteúdo, fazendo com
que esses consumidores comentem, compartilhem e se tornem, assim, “Promo-
tores” do meu produto ou marca.
Na primeira etapa de Atração, preciso levar o desconhecido até a minha pla-
taforma, para que ele se tornar um visitante. Para que isso ocorra preciso utilizar
o marketing de conteúdo, por meio do desenvolvimento de conteúdos relevantes
que podem ser disponibilizados por meio de sites, blogs, mídias sociais e SEO
(Search Enginer Optimization), que são técnicas utilizadas para otimizar o pro-
cesso de busca.
Na etapa de Conversão, podem ser utilizadas call to action (CTA) que é um
convite direcionado para o visitante aceitar a oferta apresentada, por meio da lan-
ding page; landing pages, que são páginas utilizadas para convencer os visitantes a
aceitar algum tipo de oferta, desde que eles disponibilizem algumas informações;
e ferramentas de gestão de relacionamento, como uma central de informações,
com contatos de possíveis clientes que podem ser contatados e gerar leads.
A etapa de Venda é, justamente, a que podemos converter os leads em clientes,
por isso, posso utilizar ferramentas que permitam a personalização para que eu
consiga atender a cada cliente de forma mais específica, de acordo com as neces-
sidades demonstradas. Para isso, posso utilizar a automação de marketing, este
mantém um relacionamento próximo aos leads e os conduz ao funil de vendas.
O e-mail marketing é utilizado para manter o interesse dos leads e estimulá-
-los, por meio da customização, trabalhando com uma frequência e sequência de
e-mails que possam conduzir a compra. E, por fim, o lead scoring é um sistema
de pontuação, pois cada lead se encontra em uma posição, alguns são novos,
outros iniciantes e outros já podem estar se perdendo, por isso, preciso saber a
posição para direcionar as estratégias de venda, conforme o local em que cada
um se encontra, no estágio de relação com a empresa.
Na última etapa de Encantamento, é preciso garantir a satisfação com a com-
pra realizada: manter ações que envolvam o cliente e criar um relacionamento
estável e, de certa forma, permanente que o leve a novas compras, mas que tam-
bém faça com que ele promova o produto e a marca; compartilhe conteúdos,
por exemplo, com sua rede de contato e faça recomendações de compra. Assim,
preciso manter um relacionamento ativo e oferecer conteúdos mais avançados.
As estratégias de inbound marketing devem ser desenvolvidas por meio de
157
um planejamento que tem início a partir da criação de personas, no desenvolvi-
UNIDADE 5
mento do conteúdo em si, dos canais que eles serão disseminados, da divulgação
e, por último, da mensuração dos resultados. A Figura 2, a seguir, mostra uma
linha de atividades do planejamento para o inbound marketing.
Descrição da imagem: na figura, temos a imagem de uma reta pontilhada, com três retas
que apontam para cima, com as seguintes descrições, nessa ordem, da esquerda para a di-
reita: “Persona”; “Jornada de Compras”; “Calendário Editorial”. As três retas pontilhadas que
apontam para baixo, com as seguintes descrições, nessa ordem, da esquerda para a direita:
“Estratégia”; “Time”; “Análise de Resultados”.
Jornada de Calendário
Persona Compras Editorial
UNICESUMAR
de quem é o consumidor, quais suas características, pretensão e o que ele espera
da empresa. Somente compreendendo como essas pessoas se sentem e o que elas
almejam, será possível construir um relacionamento com elas e desenvolver as
características de uma persona que represente esses indivíduos para os quais o
conteúdo será desenvolvido.
Conforme Bugeja (2020), a persona ou buyer persona (persona do compra-
dor) se refere a uma definição de quem seria seu cliente ideal, quais são suas
características, que além das demográficas, envolvem hábitos, desafios, carreira,
ambiente doméstico, educação, valores, objetivos, desejos, preferências, hobbies,
fontes de pesquisa, entre outros. Para definir a persona, podem ser feitas entre-
vistas com clientes, clientes potenciais que são os prospects ou, ainda, buscar
referências com pessoas conhecidas, em que é possível extrair também algum
tipo de informação. Algumas perguntas que podem ser feitas devem considerar
“[...] características, cargo, função, empresa, desafios, conhecimentos, preferências
comerciais, objetivos, dores, ciclo de compra, apelos de venda, pontos de conexão”
(REZ, 2016, p. 107).
explorando Ideias
Algumas ferramentas que podem ser utilizadas para a realização de pesquisa de personas
são: Google Keyword Planner, que encontra palavras buscadas no Google por um deter-
minado público; Survey Monkey, plataforma que permite criar questionários e enviar por
e-mail; Google Forms, formulário que pode ser customizado e enviado para entrevistados;
Sua Pesquisa, que é uma ferramenta brasileira semelhante ao Survey Monkey; Redes So-
ciais, em que é possível coletar também dados de acordo com o público pretendido, e,
ainda, busca de dados quantitativos prontos em sites como o IBGE e e-Bit.
Fonte: Rez (2016, p. 78-80).
Para Rez (2016), é importante realizar uma pesquisa que consiga definir uma
possível persona ou personas para a empresa, pois é preciso fundamentar essa
escolha, por meio de dados analíticos e não com palpites.
“
Uma Pesquisa de Personas bem executada pode trazer como
conclusão a descoberta de uma oportunidade de mercado, pode
orientar o desenvolvimento de produtos com mais qualidade e se-
gurança, oferecendo o aperfeiçoamento de processos associados à
159
compreensão de mercado e ao planejamento de produtos, sendo
UNIDADE 5
160
Conforme observado na Figura 3, por meio dessas características definidas, é
UNICESUMAR
possível entender para quem vou direcionar o meu conteúdo. No exemplo apre-
sentado, a persona “João André” é definida como prático, isso significa que para
fazer com que esse cliente compre meus produtos ou serviços, precisarei ser ob-
jetivo nos conteúdos ofertados, levando em consideração que ele não gosta de
muitas opções. Assim, a linguagem a ser empregadas, as formas de contato e os
conteúdos oferecidos deverão considerar essas questões. Com isso, compreen-
demos as estratégias para estabelecimento do processo de inbound marketing e,
na sequência, apresentamos as ações realizadas para a conversão de leads.
2
CONVERTENDO LEADS EM
CLIENTES
troca um e-book, vídeos, artigos e outros materiais exclusivos para quem realizar
esse processo. Ao fornecer os dados, o usuário permite que a empresa entre em
contato com ele, e essa permissão deve ser usada de forma pertinente no sentido
de criar uma conexão, utilizando outros canais de comunicação, como o e-mail
marketing, em que é possível alimentar o usuário com novos conteúdos, ofertar
produtos, serviços e promoções.
O mais importante é compreender que, no primeiro contato com o lead, é
preciso considerá-lo como um cliente em potencial e não, apenas, alguém que
pretende comprar algo, pois dentro das ações mercadológicas levamos em con-
sideração o chamado Lifetime Value (LTV) que significa o Valor do Ciclo de
Vida de um Cliente. Assim, consideramos que quem comprou algo, hoje, poderá
comprar outros produtos e serviços na empresa (REZ, 2016), dependendo de
como o relacionamento for estabelecido.
pensando juntos
Como é possível, por meio do lifetime value promover valor nos conteúdos desenvolvidos
e fazer com que o cliente tenha interesse pelo que é ofertado pela empresa, tornando-se,
além de cliente frequente, alguém que promove a empresa nas suas redes de contato?
Outro elemento importante do lead é que ele, além de ser um potencial cliente,
poderá ser um promotor, que por meio da sua rede de contatos dissemina in-
formações, recomenda um produto ou serviço e influencia outras pessoas (REZ,
2016). Além disso, Assad (2016) afirma que é necessário ter um lead qualifica-
do, que são esses usuários que preenchem as informações em um formulário,
demonstrando interesse pela empresa, mas não apenas nome e-mail, é preciso
fornecer um conjunto de informações que de fato sejam relevantes e atendam os
objetivos do negócio em questão.
O usuário só estará disposto a, de fato, fornecer informações, caso considere
que esse conteúdo ofertado possui algum valor e porque ele, possivelmente, tem
algum interesse no produto ou serviço ofertado pela empresa, mas esse interesse
só se concretizará se ele perceber que, realmente, está recebendo algo que possui
relevância para ele. A partir da conquista dos leads, é preciso dar continuidade
ao processo e, assim, estreitar o relacionamento com os prospects para, então,
conseguir convertê-lo e levá-lo à venda. Para Assad (2016), a conversão representa
162
quando um usuário apresenta interesse pelo conteúdo e, assim, torna-se um lead.
UNICESUMAR
Um exemplo é que se um site recebeu 500 visitas, por exemplo, e a taxa de
conversão foi de 10%, então, 50 pessoas tiverem algum tipo de interesse no pro-
duto ou serviço ofertado. Mas isso não significa, para Assad (2016), que todo o
lead vai finalizar uma compra, e, além disso, um novo comprador pode não ter
sido um lead, pois não teve acesso aos canais digitais. Para conseguir alcançar o
cliente e convertê-lo, um planejamento é essencial, preparando todas as etapas
no sentido de manter estratégias em cada uma das etapas, por isso, é preciso
trabalhar o chamado funil de vendas, conforme a Figura 4, a seguir, conhecendo
todo o caminho que levará a ação, ou seja, a venda.
Descrição da imagem: na imagem, há um funil, com seis partes, e de cima para baixo
estão descritas as seguintes palavras: Apresentação, Interesse, Relacionamento, Intenção,
Avaliação, Ação.
APRESENTAÇÃO
INTERESSE
RELACIONAMENTO
INTENÇÃO
AVALIAÇÃO
AÇÃO
163
Podemos observar que o funil é um caminho a ser percorrido pelo usuário
até ele, de fato, tornar-se um comprador e futuro consumidor. Deste modo, no
UNIDADE 5
UNICESUMAR
co, um e-book ou qualquer outro material
Ação por meio de uma cha- idealizado e criado para atrair a atenção do
mada no site. usuário e convertê-lo em lead. Essa micro-
conversão gera valor para o negócio, mes-
mo não sendo uma ação de venda ainda.
Imagine uma empresa no segmento de beleza que está lançando uma nova linha
de maquiagem. Ela realizará várias ações nos canais digitais para promover os
novos produtos. Por meio desses anúncios, em uma rede social, por exemplo, o
visitante pode chegar ao site. Lá, é possível disponibilizar um formulário, com
informações pessoais, sobre o perfil da pessoa e oferecer, a partir daí, um e-book
com o passo a passo sobre a maquiagem.
Quem realizar o cadastro, demonstra interesse, tornando-se um lead qualifi-
cado, e, a partir disso, a empresa pode disparar e-mails personalizados, conforme
o perfil preenchido, com produtos direcionados às necessidades verificadas. Nesse
e-mail, pode, ainda, haver alguma oferta de desconto. Se, ao receber o e-mail, a
pessoa clicar, for direcionada ao site e fechar a venda, isso significa que o processo
se completou e a ação foi realizada.
Para conseguir transformar o que chamamos de uma visita fria em cliente,
por meio de um conteúdo, é preciso que ele passe por três etapas, conforme Rez
165
(2016): consciência, a visita fica ciente da existência de um problema que sua
UNIDADE 5
Descrição da imagem: na imagem, há um funil, com três partes. De cima para baixo estão
descritas as seguintes palavras: Tofu, Mofu e Bofu.
TOFU
MOFU
BOFU
No Tofu (Tof of The Finnel), que é o topo, estão os prospects que entram no funil
e não conhecem uma possível solução e, muitas vezes, nem o próprio problema
e, para isso, nessa fase, é preciso disponibilizar um conteúdo que tenha uma baixa
barreira de entrada, pois esses visitantes não estão muito motivados e, por isso,
blogs, infográficos, imagens, podcasts, newsletter, entre outros podem ser utili-
zados (REZ, 2016).
Com relação ao Mofu (Middle of The Finnel), que é o meio, o objetivo é
converter visitantes em leads, oferecendo conteúdos pertinentes em troca de
informação relevante e, nesse caso, e-books, estudos de caso, testes on-line, cursos
gratuitos, webinários, entre outros que podem ser pertinentes (REZ, 2016).
166
E, por fim, o Bofu (Bottom of The Finnel), que é a base do funil. Conforme
UNICESUMAR
o autor, acontece quando os leads se tornam clientes, e os conteúdos devem le-
var informação para a decisão de compra. Nesse processo, utiliza-se as histórias
dos clientes, casos de sucesso, depoimentos, hangouts e webinários, cupons de
desconto, entre outros. Desse modo, a partir do entendimento de como gerar e
converter leads, na sequência, discutiremos a produção de conteúdo.
3
PRODUZINDO CONTEÚDO
RELEVANTE
Para Rez (2016, p.188),“ao criar, lançar e promover conteúdo, você consegue obter
respostas emocionais do público, atrair audiência e gerar mais oportunidades de
negócios”. Além disso, Bugeja (2020) acrescenta que a escolha mais convincente,
dos formatos de conteúdos a serem oferecidos, depende de como seus clientes
escolhem como obter informações. Um conteúdo relevante é aquele que conse-
gue entregar informações que suprem necessidades. Estes são, conforme Bugeja
(2020), preocupações, interesses, questões e desafios. Para a autora, esse conteúdo
precisa ser fácil de usar, de compreender, interessante, útil, educativo, perceptível,
atraente, que consiga oferecer valor para o público almejado.
168
A estratégia de conteúdos pode envolver diferentes formatos e não tem como
UNICESUMAR
afirmar que um se sobreponha a outro, pois cada um possui características espe-
cíficas e podem oferecer diferentes vantagens na sua utilização. Por isso, o mais
importante é conhecer o público, entender como os formatos podem ser empre-
gados, e, além disso, se possível, alternar os modelos propostos para proporcionar
ao público novas possibilidades de contato com os conteúdos.
Com relação às possibilidades de recursos, as imagens dentro do ambiente
digital são essenciais e possuem alto poder de persuasão; no caso do vídeo, ele é
uma das principais ferramentas utilizadas na criação de conteúdos, pelo formato
dinâmico, associando imagem e som, e pode abordar vários assuntos e ser produ-
zido em diferentes formatos, mas é preciso estar atento ao tempo, para não ficar
cansativo e dispersar a atenção; por fim, o áudio é uma ferramenta que produz
aproximação e credibilidade ao conteúdo veiculado, sendo estratégico para a
criação de entrevistas, depoimentos e relatos sobre o produto (ASSAD, 2016).
Na sequência, destacamos algumas das ferramentas que podem ser empre-
gadas para a produção de conteúdo, levando à conversão de clientes, por meio
de diferentes estratégias que podem ser desenvolvidas.
Blogs
O blog é uma ferramenta que pode funcionar como o centro de todo o conteúdo
on-line (REZ, 2016). A proposta é que essa plataforma ofereça diversos tipos de
informações que estejam, de alguma forma, relacionadas ao negócio da empresa,
mas sem ofertar produtos e serviços. O blog traz notícias, opiniões, entretenimen-
to e objetivam, de fato, informar e, assim, atrair o público por meio de materiais
que sejam pertinentes e relevantes. Para Calil (2019), ter um blog que seja aberto
e direcionado, conforme as personas, é uma importante estratégia de inbound
para empresas. Assim, o blog, além de proporcionar diversos conteúdos, pode
possibilitar as estratégias de SEO (Search Engine Optmization).
Um exemplo prático de um blog bem construído e que consegue, por meio
de uma linguagem objetiva e criativa levar informações relevantes e diferenciadas
para o público, é do Nubank, que se chama “Fala, Nubank”. O conteúdo apresen-
tado é diversificado, com notícias sobre economia e finanças, além de materiais
direcionados que visam explicar os usuários, de uma forma mais objetiva, como
funciona a área de finanças.
169
E-books
UNIDADE 5
Infográficos
Vídeos
UNICESUMAR
Os artigos ou posts estão relacionados a conteúdos criados para apresentar ou
discutir algum assunto que esteja relacionado à empresa em questão, sendo um
formato comumente utilizado. Rez (2016, p. 208) afirma que “um artigo bem
escrito e otimizado é capaz de promover muito tráfego para um site e elevá-lo
no ranking de motores de busca”.
Desse modo, é importante ter atenção, principalmente, na escrita do artigo,
considerando o seu tamanho, a temática abordada e o público a qual está dire-
cionado.
Newsletter
Webinars
171
grande poder de persuasão e, ainda, a possibilidade de discutir um tema e tirar
UNIDADE 5
Podcast
Templates
Os templates são ferramentas úteis, pois fornecem aos usuários modelos que
podem abordar diferentes temáticas, de acordo com o perfil da empresa, podendo
ser utilizado por esses usuários, de forma prática, para alguma necessidade que
apresentar.
Calil (2019) coloca um exemplo pertinente, de empresas de Eventos e Buffets,
que podem oferecer templates de convites para aqueles que contratarem alguma
festa ou evento com a empresa.
Planilhas
As planilhas podem ser um formato diferenciado, além de útil, para ofertar con-
teúdos. Essas informações devem ser relevantes para o público e acrescentar al-
gum tipo de conhecimento sobre determinada área, conforme a característica
da empresa ofertante.
Por exemplo, um banco pode oferecer planilhas relacionadas a investimentos,
como forma de mostrar possibilidades para seus clientes investirem em uma apli-
cação, apresentando juros e taxas, de acordo com as mudanças no mercado. Para
Rez (2016, 171), “fornecer uma planilha é uma forma de segmentar um público
com alto nível de interesse em organização, controle e eficiência”.
172
Após observarmos algumas formas de disponibilização de conteúdos, é pre-
UNICESUMAR
ciso ressaltar a importância de uma landing page, isto é, a página em que um
visitante geralmente acessa e pode ser tornar um lead, a partir do momento que
ele reconhece a relevância do conteúdo e, então, preenche um formulário com
as informações principais, disponibilizadas nessa página, conforme a Figura 66.
Receba um E-book
Nome:
E-mail:
Empresa:
Quantidade de funcionários:
Cargo:
Área de atuação:
conceituando
174
É importante no conteúdo, independentemente da ferramenta utilizada, fazer
UNICESUMAR
com que ele converse com seu receptor e estabeleça uma conexão. Ele não deve
ser, apenas, uma informação, mas algo que preencha uma lacuna do usuário em
relação a alguma temática que possa estar atrelada a um produto ou serviço
oferecido pela empresa. Por isso, a importância de humanizar o conteúdo, pois,
conforme Rez (2016), os clientes são humanos, por isso, o conteúdo deve ser:
coloquial, relaxado e leve. Estes “são alguns atributos que você pode usar em seu
conteúdo para torná-lo mais humano” (REZ, 2016, p. 279). Pensando no story-
telling, de forma estratégica, ela se constitui, conforme Assad (2016), como uma
ferramenta que consegue agregar valor à marca e, assim, atrair atenção do público
por meio de histórias contadas. Isso permite uma aproximação, já que, dessa for-
ma, a empresa se conecta com o cliente mostrando interesse pelo que ele almeja.
“
O storytelling pode romper os limites de um formato de divulgação,
é capaz de incorporar a essência de uma empresa, sua filosofia, pro-
dutos e relacionamento com colaboradores e clientes. Isso transmite
o sentimento verdadeiro em relação à história da empresa e isso
passa a fazer parte da imagem da marca (REZ, 2016, p. 56).
“
Ela sofre de ser mais que um texto, pois na web ele é só mais uma
parte de uma página. Ele pode estar relacionado a uma imagem ou
até mesmo fazer parte dela, como é o caso do infográfico, mas acima
de tudo, é um formato de informação que precisa reter a atenção do
usuário, que pode ser persuadido por um design criativo do site e
esquecer-se do seu texto.
175
UNIDADE 5
explorando Ideias
Para uma redação mais persuasiva, é preciso, conforme Rez (2016), que você, pri-
meiramente, acredite no que está escrevendo, tenha segurança e as informações
necessárias para apresentar alguma ideia. É preciso, ainda, focar nas necessidades
e desejos do leitor; escrever com honestidade e coerência; comunicar-se de forma
mais dinâmica, promovendo interação; colocar as informações mais importantes,
primeiro; fazer com que o título se comunique com o restante do conteúdo e, por
fim, ser autêntico (REZ, 2016). Na figura a seguir, um exemplo de um post que
pode ser colocado em uma rede social e levar a uma landing pages.
176
UNICESUMAR
Descrição da imagem: na figura, há um exemplo de um post, em que do lado direito há
uma imagem desfocada de uma cidade, em que aparece uma rua e, do lado esquerdo, a
seguinte informação: “Siga em frente! Você já passou por diferentes caminhos, mas ainda
está precisando se encontrar, nós temos algumas oportunidades para você”.
Siga em frente!
Você já passou por diferentes
caminhos, mas ainda está
precisando se encontrar,
nós temos algumas
oportunidades para você.
Aproveite!
Por fim, um elemento também importante na construção dos textos são os links
ou hiperlinks, que são conforme Assad (2916, p.67):
“
[...] guias para direcionar o usuário a assuntos relacionados que
podem completar a informação do texto, criando uma rede de cone-
xões que aumenta o fluxo interno do seu site e, consequentemente,
faz com que seu público-alvo conheça mais e melhor os seus pro-
dutos.
É importante saber utilizar os links para não dispersar atenção do usuário e levá-
-lo a outros caminhos que possam desvencilhá-lo da estratégia inicial, mostrando
informações que não estavam diretamente ligadas à primeira oferta realizada.
Desse modo, é importante que o conteúdo produzido possua três características,
conforme Assad (2016): persuadir; ser assertivo e, ainda, ser visto. A persuasão é
no sentido da atração, de seduzir, instigar, trazer o público para o que está sendo
apresentado, ou seja, serve para despertar o interesse. A assertividade está rela-
cionada a ser pontual, objetivo, ou seja, conseguir atender aos anseios do usuário,
por isso, é necessário, primeiramente, conhecê-lo bem (ASSAD, 2016). Por fim,
177
deve ser visto, ou seja, o conteúdo precisa aparecer, chegar ao usuário e, assim,
UNIDADE 5
4
OTIMIZANDO OS RESULTADOS
PELO INBOUND
178
“
O SEO compreende otimizações e boas práticas que fazem com
UNICESUMAR
que um site apareça na frente do outro na busca orgânica (que não
é financeiramente impulsionada) quando o usuário procura por
algo no Google ou Yahoo, sendo o termo buscado a palavra-chave.
A busca dos usuários pode ser feita tanto em um buscador, por exemplo o Google,
um dos mais reconhecidos e utilizados, ou também quando se procura, direta-
mente, navegando pelos sites até encontrar o que precisa. Por isso, a importância
da existência de um sistema de busca que consiga facilitar a condução do usuário
para aquilo que ele procura.
Desse modo, como há muitas opções de informações disponibilizadas nesse
ambiente digital, o usuário pode se perder e não realizar o caminho desejado pela
empresa. Por isso, Assad (2016, p. 86) afirma que a busca se constitui como “[...]
um processo de obtenção de informações predefinidas por meio da aplicação de
critérios de seleção e filtros. Para isso existem os sistemas de busca que catalisam
e validam as informações”. Dessa maneira, conforme a autora, não é necessário
cortar informações, mas sim colocar um sistema de filtros que seja eficiente para
selecionar as informações mais pertinentes.
Com uma boa estratégia de SEO, conforme Calil (2019), o site ou outro ca-
nal da empresa pode parecer nos primeiros resultados e, com isso, aumentar as
chances de ser escolhido pelo usuário ou cliente. Uma pesquisa realizada, em
2017, com empresas brasileiras, mostra o crescimento do tráfego orgânico, em
77,8%, e a qualidade do tráfego no site de 41,8% (CALIL, 2019). Em geral, nos
buscadores, os primeiros resultados que aparecem são os anúncios pagos, mas
logo em seguida vem os resultados pelo SEO. Assim, o primeiro passo para fazer
com que a sua empresa ou conteúdo apareça no topo da busca, é descobrir as
palavras-chave, utilizadas pelo usuário (CALIL, 2019). Existem três tipos prin-
cipais de palavras-chave.
A primeira é denomina head tail, que se referem aos termos mais genéricos e
abrangentes de uma busca (CALIL, 2019). Em geral, busca-se por termos como:
“loja”, “transporte”, “casa”, “comida”, “educação”, ou seja, palavras que podem tra-
zer inúmeros resultados diferentes. Apesar de apresentarem um volume alto de
pesquisa, conforme a autora, é mais difícil atingir os resultados, pois, em geral,
essas palavras estão atreladas a empresa maiores e já consolidadas, e no caso de
empresas menos conhecidas, provavelmente, não apareceram na busca quando
utilizadas essas palavras.
179
No caso da mid tail, trata-se de palavras que são um pouco mais específicas,
UNIDADE 5
porém, mesmo sendo mais claro na busca, como “comida japonesa”, ainda, há con-
forme Calil (2019), riscos de algumas empresas ficarem de fora da busca, pois as
palavras não são singulares. Por fim, a long tail que conforme Calil (2019, p. 923):
“
[...] são formadas com três ou mais palavras, criando uma peque-
na frase. Quando escolhemos as Long Tails temos mais chances de
subir nas posições de buscas, além de termos mais possibilidade
de conseguir a venda, justamente pelo fato de serem termos mais
específicos.
1 Palavra
(Ex: Comida)
Alta Procura
(Pouca conversão)
2 ou 3 Palavras
(Ex: Comida Japonesa)
4 ou mais Palavras
(Ex: Comida Japonesa no
Centro de Maringá
Baixa Procura
(Mais conversões)
180
UNICESUMAR
Essa estratégia de long tail representa uma possibilidade de baixo custo para
ampliar o tráfego do conteúdo disponibilizado pela empresa. Cabe, ainda, desta-
car que para melhor funcionamento e otimização dos resultados, é preciso saber
como esses sites de buscam operam, por isso, três elementos são fundamentais.
O primeiro se refere aos rastreamentos, o que significa que seu site precisa ser
rastreável, ou seja, precisa ser encontrado pelo site de busca, o que ocorre por
meio dos sitemaps (que mostra aos buscadores a estrutura do site e suas atuali-
zações), caso não seja encontrado, não poderá ser mostrado ao usuário na busca
(REZ, 2016).
O outro elemento é a indexação, que significa colocar no Índice de Páginas
dos resultados, a página que foi rastreada pelo mecanismo de busca, excluindo
conteúdos que estejam duplicados, priorizando as páginas mais importantes e
verificando a ligação do site com outras possíveis plataformas relacionadas (REZ,
2016).
O último elemento é o ranqueamento, que é muito importante, pois é a parte
que fica visível aos usuários. Nela, está o ordenamento da busca realizada, cada
vez que for realizada uma procura com uma palavra-chave e, assim, quando o
usuário faz a busca o algoritmo mostrará resultados customizados para ele (REZ,
2016). Deste modo, existem algumas técnicas que podem otimizar o site tanto on
como off, conforme o Quadro 3.
Otimização on-page
Otimização off-page (fora da página)
(na página)
181
- Os backlinks são links no texto que levam
UNIDADE 5
Quadro 3 - Otimização de busca on-page e off-page / Fonte: adaptado de Calil (2019, p. 957-
1019).
No caso dos links patrocinados, que se constituem como mídia paga, referem-se,
conforme Rez (2016, p. 237), à"publicidade em canais ou veículos por segmenta-
ções onde está o cliente, persona ou público-alvo". Constitui-se, portanto, como
um formato eficiente por impulsionar o conteúdo desenvolvido frente à concor-
rência, que está cada vez mais acirrada no ambiente digital. Algumas plataformas
de links patrocinados são o Google AdWords, um dos canais mais utilizados
de publicidade on-line, em que os anúncios podem ser feitos de duas formas
principais, na própria busca, como já vimos, que são os primeiros resultados que
aparecem, ou por meio de uma rede de display, que são os banners e anúncios
em texto. O YouTube também se constitui como um canal muito utilizado para
os anúncios, já que vídeos são dinâmicos e atrativos para o público (REZ, 2016).
Também há o Facebook Ads, que possui um grande alcance dentre as platafor-
mas, tendo como principais vantagens o baixo investimento e a possibilidade
de segmentação, podendo inclusive criar anúncios personalizados, conforme o
182
perfil, e otimizar campanhas pelo sistema de rastreamento de conversão que está
UNICESUMAR
instalado no site (REZ, 2016). Outras redes sociais também permitem esse tipo
de anúncio, como o LinkedIn Ads.
O site da empresa, também, é considerado por Rez (2016) como um impor-
tante canal de tráfego e é, nele, que o fluxo chegará, quando o usuário digitar,
diretamente, a URL no navegador, por isso, a importância de tornar a marca
conhecida, pois isso facilita para os usuários na busca por conteúdos, assim como
na indicação para outros usuários do site em questão. Além dos anúncios pagos,
que são feitos nas redes sociais, a própria rede possibilita um tráfego orgânico, por
meio do conteúdo que pode ser desenvolvido para atrair a atenção dos usuários.
Elas são usadas, principalmente, no topo do funil para atrair diferentes públicos,
mas também é possível utilizá-la dentro do processo de segmentação de perfis
de usuários, possibilitando informações mais direcionadas.
Nas redes sociais, o trabalho do inbound marketing deve estar associado ao
conteúdo, para entender o que o público quer e, a partir daí, ofertar informações
que, de fato, sejam relevantes para ele (ASSAD, 2016). Nesse sentido, é necessá-
rio às redes sociais conhecer para quem as ações são realizadas, pois cada rede
possui as suas características próprias e, assim, o conteúdo deve se adequar a
essas especificidades, mas em qualquer uma delas, o mais importante deve ser o
processo de interação.
No caso do Facebook, a frequência e a qualidade das postagens é um fator
importante a ser observado, além dos recursos audiovisuais nos posts. No Twitter,
a criação de hastags exclusivas e, também, padronizadas, links quando possível
e, ainda, monitoramento dos assuntos para usar como uma estratégia em algum
conteúdo postado. No caso do Instagram, o que se destaca é a imagem, por isso, a
parte visual deve ser bem elaborada para atrair o público, além da atenção para as
hastags e os horários de postagem. No LinkedIn, a linguagem formal predomina,
é importante mostrar novidades no mercado em que atua, além de participar de
grupos estratégicos. No YouTube, a importância da qualidade na produção dos
vídeos, a objetividade nos vídeos para não dispersar a atenção, a periodicidade nas
publicações e a interação por meio dos likes e inscrição no canal (ASSAD, 2016).
A pesquisa Webshopper (2020), realizada pela e-Bit Nielsen, mostra, em um
dos resultados apresentados, as principais ferramentas de comunicação utilizadas
por usuários para encontrarem um e-commerce. Na pesquisa, dependendo da
183
categoria de produtos e serviços, a ferramenta varia, mas as três principais que
UNIDADE 5
184
5
MÉTRICAS DO INBOUND
UNICESUMAR
MARKETING
“
A metodologia é fundamental para analisar todos os resultados de
maneira quantitativa e qualitativa. Esses indicadores auxiliam na
mensuração dos números de visitas, número de páginas por visi-
ta, quantidade de visitantes que retornam ao site, entre dezena de
outros indicadores possíveis. Com eles você consegue analisar o
ROI - Return Over Investiment ou Retorno Sobre o Investimento
em marketing.
185
O ROI é um dos indicativos mais importantes no marketing e, por meio dele,
UNIDADE 5
Alguns desses indicadores estão baseados em fórmulas que são simples e ajudam,
conforme Rez (2016), na orientação do negócio. O Quadro 5 apresenta os cálculos
desses indicadores.
186
Volume total de leads ($) / número total de
UNICESUMAR
Taxa de Conversão de Leads
visitas ao site.
Para obter bons resultados, é preciso ir além de likes e de page views, isso significa
que para uma mensuração mais efetiva, conforme Rez (2016), é preciso obser-
var algumas questões: indicadores errados podem gerar decisões equivocadas;
identificar as possíveis falhas; criar indicadores que sejam inteligentes; observar
os pontos de contato em relação a falhas e reclamações, evitando o desperdício;
tem que investir certo; focar em pessoas; gerar valor; eliminar os pontos fracos;
focar em adaptação e possíveis melhorias; ter atenção com números mascarados
e, por fim, pensar em novas estratégias.
Algumas métricas são utilizadas para mensurar o custo de cada fase no pro-
cesso de aquisição de leads, são elas: CPC (Custo por Clique); CPL (Custo por
Lead); LPV (Leads por Venda) CPV (Custo por Venda). As fórmulas são apre-
sentadas no Quadro 6 a seguir.
Métrica Fórmula
187
Com relação às landing pages, é possível mensurar o total de visitantes na página
UNIDADE 5
188
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Chegamos ao final desta unidade e entendemos a importância do planejamento
de estratégias de inbound marketing para conduzir o usuário pelo processo de
venda, de uma maneira mais eficiente e por meio da oferta de conteúdos que lhes
interessem. Isso os auxiliará a realizar toda a jornada, que os levará à ação, isto
é, a compra em si. Para conseguir atravessar esse caminho, é necessário atrair o
usuário para o site, a fim de que ele possa, de fato, iniciar o processo. Isso signifi-
ca realizar o processo de conversão que tornará o visitante em um lead, ou seja,
alguém que tem real interesse no conteúdo apresentado e valida esse interesse
com o preenchimento de um formulário com informações que, posteriormente,
serão usadas em outras estratégias de marketing.
É preciso, porém, ter em mente que toda essa ação só será possível se o con-
teúdo for relevante, conseguir atrair o visitante e transformá-lo em cliente, por
isso, o esforço em produzir, por meio de diferentes ferramentas, materiais aces-
síveis e pertinentes, que atendam ao interesse, tanto de usuários iniciais como de
clientes, quando novos conteúdos forem ofertados. Com isso, é preciso otimizar
essas estratégias, por meio de canais que conduzam o usuário ao percurso de
compra. Isso pode ser feito com o auxílio do próprio site, por redes sociais, links
patrocinados e, principalmente, pelos mecanismos de busca que possibilitam aos
usuários encontrarem produtos e serviços que procuram de forma mais eficiente.
Por fim, a mensuração dos resultados se constitui como uma das etapas es-
senciais no processo de inbound, porque consegue medir a performance das
ações realizadas, possibilitando a verificação da conversão em vendas, dentre
outros indicativos, para realização de mudanças necessárias ou continuação das
atividades realizadas.
189
na prática
a) Encantar.
b) Atrair.
c) Converter.
d) Convencer.
e) Fidelizar.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
190
na prática
a) V, F, V.
b) F, V, V.
c) F, V, F.
d) F, F, V.
e) V, V, F.
a) Faculdade.
b) Faculdades no bairro X.
c) Faculdade de administração.
d) Faculdade perto de casa.
e) Faculdade de administração no bairro X.
191
na prática
192
aprimore-se
Uma empresa que vende equipamentos de Pilates buscou uma consultoria para
realização de estratégias de inbound marketing, com o objetivo de consolidar sua
marca, pois queria ser referência em qualidade de equipamento e aumentar as
vendas. Após a realização de estudos, definiu-se uma estratégia, feita por meio de
dois pilares: site focado em conversão – tanto conversão de leads, para aumento da
base, quanto conversão de vendas – e oferta de conteúdo sobre gestão de estúdio
de pilates. Além disso, o conteúdo e o layout do site também foram pensados a
partir da essência da empresa. Ao navegar pelo site da empresa, o visitante deveria
entender como a empresa ajuda seus clientes, não só no momento da compra de
equipamentos, mas em todo o negócio do estúdio de pilates.
Para gerar mais leads e alcançar a meta de vender mais, são produzidas landing
pages com ofertas de materiais ricos como e-books, infográficos e webinars, que
incentivam a conversão. O relacionamento com o público-alvo é realizado através
de e-mail marketing, sejam newsletter, sejam e-mails pontuais, além dos fluxos de
nutrição automatizados, que oferecem os materiais certos para os leads, conforme
a segmentação e as etapas da jornada de compra.
Outra aposta é a divulgação de conteúdos em mídias sociais, com o objetivo de
se relacionar com o público-alvo, aumentar o tráfego do site e o número de leads
engajados com a marca. A utilização estratégica de palavras-chave na rede de pes-
quisa do Google, combinada com anúncios na rede de display, é fundamental para
os resultados que a empresa tem conquistado também, aumentando a percepção
da marca e a presença junto aos leads.
Os resultados mostraram que a implantação das estratégias de inbound mar-
keting gerou a conversão de quase nove mil leads, representando 30% dos leads
entregues de oportunidades para vendas. Também houve um aumento de 15% do
faturamento. No período de um ano, registraram-se aumento de mais de 50% do
faturamento da empresa e o alcance de uma média de 33% de conversão de opor-
tunidades para vendas, que superou as expectativas estabelecidas.
Fonte: adaptado de Rez (2016, p. 315-317).
193
eu recomendo!
livro
conecte-se
194
conclusão geral
conclusão geral
Caro(a) aluno(a),
195
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gabarito
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