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TCC, Introd. Referencial e Metodologia

O documento discute a aplicação da arquitetura biofílica no ambiente de trabalho, especificamente em espaços de coworking. Ele introduz o termo design biofílico e explica como elementos naturais podem melhorar o bem-estar físico e psicológico das pessoas. Também aborda os benefícios do coworking e como a arquitetura biofílica pode ser aplicada nesses espaços compartilhados de trabalho.

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Beatriz Verciene
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TCC, Introd. Referencial e Metodologia

O documento discute a aplicação da arquitetura biofílica no ambiente de trabalho, especificamente em espaços de coworking. Ele introduz o termo design biofílico e explica como elementos naturais podem melhorar o bem-estar físico e psicológico das pessoas. Também aborda os benefícios do coworking e como a arquitetura biofílica pode ser aplicada nesses espaços compartilhados de trabalho.

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ARQUITETURA BIOFÍLICA APLICADA

AO AMBIENTE DE TRABALHO.

Beatriz Verciene Alves Nome do Orientador


Leite Orientador
Graduando Faculdade UCL
Arquitetura e Urbanismo [email protected]
[email protected]

1 INTRODUÇÃO
Compreender a mente humana e como ela se interage com o ambiente é um
grande desafio, porém, não é mistério o quão benéfico é para o ser humano o contato
com a natureza, os impactos positivos que ela causa, e como pode colaborar como o
bem-estar emocional diante dos desafios atuais presentes em uma sociedade que tende a
se tornar cada vez mais individualista.

O biólogo Osbornse . (1984) acredita que existe uma ligação emocional


genética entre o homem e a natureza, e partindo desse pensamento, o termo “design
biofílico” surge a fim de suprir essa necessidade humana de envolvimento com o meio
ambiente, principalmente em espaços edificados pelo homem, o que evidencia assim,
uma relação mútua entre o homem, a arquitetura e a natureza. Desde os primórdios, o
cérebro humano está programado para o convívio com a natureza. Elementos como
aromas, texturas, cores, luz, sons e formas são compreendidos pelo sistema sensorial
humano e influenciam diretamente na forma como cada indivíduo capta o que está ao
seu redor e reage a esses impulsos.

Com o passar dos anos, observamos nitidamente como o espaço em que o


homem habita vem sido modificado, e “modernizado”. Estamos cada vez mais
urbanizados e tecnológicos, passamos maior parte do tempo em ambientes fechados,
sendo casa, trabalho, escolas, entre tantos outros. E ao invés de optarmos por manter
essa conexão e convívio com a natureza e paisagem, optamos por enfraquecer esse laço
e criar obstáculos que dificultam essa relação entre homem e a natureza. A
consequência disso são os ambientes com consideráveis níveis de desconforto, espaços
apáticos incapazes de traduzir o sentimento de pertencimento, cansaço mental,
ansiedade, depressão e outros fatores que serão apresentados no decorrer da pesquisa.
Enquanto o mundo moderno e essa nova ideia de espaço construído provocam esses
efeitos negativos, o simples fato de olhar para uma imagem da natureza leva a nossa
mente a um estado de relaxamento e restauração. Após olharmos para essas imagens
sejam reais ou artificiais, a capacidade de foco aumenta, nível de estresse diminui e as
tensões musculares relaxam consideravelmente

A arquitetura biofílica faz parte de um dos pensamentos contemporâneos a fim


de realizar a arquitetura prezando pelo desenvolvimento de espaços nos quais as pessoas
tenham mais contato com a natureza ou com elementos que remetem a mesma. Assim,
os profissionais da área têm a oportunidade de proporcionar ambientes humanizados e
saudáveis fisiologicamente e psicologicamente ao aplicar esse conceito de biofilia em
seus projetos.

O princípio por trás da biofilia é bastante simples: conectar humanos com a


natureza para melhorar o bem-estar. Como os arquitetos podem alcançar essa conexão?
Ao integrar a natureza em seus projetos. Sendo assim, a principal estratégia é incorporar
as características do mundo natural aos espaços construídos. (ARCHDAILY, 2020). Os
benefícios da biofilia são muitos: ficamos menos doentes, menos ansiosos, menos
agressivos. Também melhora a interação social, ficamos mais concentrados, mais
produtivos e mais criativos. Além disso, percepção de bem-estar e criatividade podem
aumentar até 15% quando os ambientes de trabalho incorporam elementos naturais,
principalmente a iluminação natural. A utilização de áreas verdes, fontes de água e
cores como azul, verde e amarelo estão muito ligados com níveis de produtividade.
(LOFTSTUDIOARQUITETURA, 2020.)

Uma pessoa passa uma média de 8 a 9 horas por dia sentada dentro de um
escritório, um hábito que afeta diretamente o corpo humano. Os impactos negativos
incluem: taxas reduzidas de metabolismo, aumento do risco de diabetes e doenças
cardíacas, aumento do risco de depressão, dores nas costas e no pescoço. Recentemente,
os arquitetos integraram projetos biofílicos em alguns escritórios modernos, resultando
em um aumento de produtividade e criatividade e em uma diminuição na ausência de
seus funcionários. Em outras palavras, quanto menos parecer um escritório, melhores
serão os resultados do trabalho realizado em um espaço. (ARCHDAILY, 2020).

O presente trabalho se dedica a elaboração de um projeto arquitônico de um


espaço Coworking, incorporando as premissas do design biofílico. Os objetivos
específicos implicam em identificar as problemáticas do espaço Coworking e as suas
potencialidades, explicar o termo design biofílico, verificar a sua importância no
ambiente de trabalho e como pode ser aplicado no com o intuito de promover o bem-
estar físico e psicológico do indivíduo e definir as diretrizes projetuais da arquitetura
biofílica no ambiente de trabalho.

Levando em consideração os dados obtidos pela Organização Mundial de Saúde


(OMS) para o ano de 2019, 18 milhões de brasileiros, o que se refere a 9,3% da
população, sofrem de ansiedade, o que faz com que o Brasil receba o título de “país
mais ansioso do mundo”. E ao tratarmos da depressão, o Brasil ocupa o segundo lugar
no ranking mundial, com 5,8% da população sofrendo de transtornos mentais, ficando
abaixo somente dos EUA, segundo os portais de notícias G1 (2018) e Uol (2019).

Após o surgimento da pandemia que foi provocada pela Covid-19, o isolamento


social foi uma das medidas que foram impostas pela OMS. Com isso, as pessoas têm
ficado ainda mais tempo em ambientes fechados. Com base nesse acontecimento e nos
outros transtornos citados que atingem a saúde mental das pessoas, fica nítido o quão
importante é saber de que modo o espaço pode impactar a mente humana e o quão é
necessário projetar espaços que não sejam apenas funcionais, mas que ofereçam
qualidade no sentido emocional do homem.
2 COWORKING – SURGIMENTO E DEFINIÇÕES
O uso real da palavra “coworking” em relação a um ambiente de
escritório compartilhado foi usado pela primeira vez por Brad
Neuberg em 2005. Ele foi um empresário intrépido com grandes
sonhos que criou o primeiro espaço de coworking, como o
conhecemos hoje, em São Francisco. Era chamado de “San Francisco
Coworking Space” e funcionava apenas 2 dias por semana (segundas e
terças-feiras) dentro do Spiral Muse, um espaço coletivo feminista no
distrito Mission em San Francisco. Ficou vazio durante o primeiro
mês, pois ninguém nunca tinha ouvido falar de um “espaço de
coworking” antes. (COWORKER, 2018, online).

Agora um fenômeno global, esses espaços estão surgindo na maioria


das grandes cidades com uma taxa de crescimento anual de 24,2%.
Prevê-se que haverá mais de 30.432 espaços de coworking e mais de
5,1 milhões de membros de coworking até o ano de 2022. Coworking
é o novo caminho para unir vida e trabalho de forma sustentável. É o
eixo global na interseção de imóveis, tecnologia e comunidade, que
moldará a forma como trabalharemos no futuro. (COWORKER,
2018, online).

2.1 O que é Coworking?


É atualmente, mais que uma tendência, uma realidade no mundo
corporativo e vem ganhando mais espaço e adeptos a cada dia. O novo
modelo surgiu da necessidade de determinados profissionais de
baratear os custos do escritório e toda estrutura envolvida, bem como
obter maior flexibilidade, tanto de horários quanto de locomoção. Se
antes os espaços físicos tinham que ser amplos, com cada profissional
isolado em sua sala e seu mundo, o novo modelo corporativo que foi
surgindo gradualmente fez com que se procurasse uma otimização
desse ambiente. Tal tendência também foi reforçada pelo capitalismo,
que traz em sua esteira muitas mudanças também na forma de atuar e
se relacionar no mundo corporativo. SZENKIER, (2018, p. 12).

É a modalidade de trabalho na qual profissionais de diferentes áreas se local


fixo de trabalho buscam ampliar sua rede de contatos, compartilhando espaço e serviços
de escritório. (MEDINA e KRAWUSKY, 2015, p. 181,190).

O coworking ainda é fenômeno recente no Brasil: os primeiros


movimentos de implementação dessa iniciativa em nosso país
datam de 2007, mostrando-se como tendência cada vez maior no
mercado de trabalho atual. Desde então, o coworking divulga
entre suas vantagens o baixo custo e o fornecimento de uma
estrutura adequada para atender pequenas empresas, autônomos,
freelancers, empresários emergentes e teletrabalhadores o Brasil
ocupa a sétima posição mundial em número de coworkings por
país. O líder do top 10 da pesquisa ainda são os EUA, berço do
coworking, sendo que a Espanha domina o ranking em relação a
novos espaços de coworking abertos. (MEDINA e KRAWUSKY,
2015, p. 182).
2.2 Modalidades e Serviços
São inúmeros os serviços oferecidos nos coworkings, e vareia de acordo com o
público alvo de cada unidade. Alguns deles são muito frequentes, segundo o CWK
(2019), os principais serviços e os que são mais valorizados pelos coworkers são:

Escritório Virtual: Esse serviço de Coworking é ideal para quem ainda trabalha


home office, mas deseja ter um endereço mais formal ou precisa que alguém atenda os
telefones para dar mais credibilidade ao negócio. O serviço de escritório virtual pode
incluir, por exemplo, endereço comercial, gerenciamento de correspondências e telefone
fixo que é atendido em nome da empresa do cliente.

Escritório Compartilhado: Os escritórios compartilhados são os serviços de


Coworking mais conhecido. É aquele ambiente com diversas mesas compartilhadas que
logo nos vem à cabeça. O escritório compartilhado possui estações de trabalho com
pontos de energia, cadeiras ergonômicas e espaço para o apoio de materiais. Esse
modelo é ideal para quem deseja interagir e fazer contatos profissionais com outros 
coworkers.

Salas Privativas: A Sala Privativa é um serviço de Coworking focado em


profissionais que querem desfrutar da privacidade, sem perder os benefícios do
ambiente compartilhado.  Esse modelo de espaço oferece toda a privacidade que uma
equipe precisa, embora os demais ambientes, como salas de reunião, copa e telefonista
continuam sendo compartilhados.

Sala de reuniões: Em algum momento pode ser necessário uma sala para receber
os seus parceiros ou clientes. É por isso que oferecer uma Sala de Reuniões com
estrutura completa se tornou um dos serviços de Coworking mais úteis. Além de todo o
suporte necessário para a realização da reunião, como equipamentos multimídia e
sistema de áudio, por exemplo, o Coworking oferece serviço de copa ou coffee break,
recepcionista e sala de espera. E, o interessante desse serviço de Coworking é que você
pode agendar o espaço por hora, dia ou mês e os tamanhos podem variar de acordo com
sua necessidade.

Salas de Treinamento ou Auditório: Salas de treinamento ou auditório também


são serviços oferecido pelo Coworking. Esse modelo oferece salas com estrutura
completa para realização de eventos corporativos, treinamentos e workshops, por
exemplo. As salas de treinamento são equipadas com equipamentos multimídia, Wi-Fi
gratuito para todos os participantes; além de serviço de copa, recepcionista e coffee
break. Os espaços variam de tamanho e podem ser customizados, desde que
previamente combinado.

Cozinha Compartilhada: É comum passarmos mais tempo no trabalho do que em


casa. Por esse motivo, é essencial que o Coworking ofereça uma cozinha compartilhada
para que o coworker realize suas refeições com praticidade, sem precisar se locomover
para isso.  Nesse espaço é interessante que tenha pia, geladeira, microondas e até
mesmo pratos e talheres. Inclusive, em alguns casos é possível comprar snack e bebidas
dentro do próprio Coworking.

Serviços operacionais: Além do espaço físico para a realização das atividades,


também podem ser oferecidos serviços de Coworking, por exemplo, recepcionista,
serviço de copa, suporte da equipe de limpeza, motoboy, serviço de correio e manuseio
de encomendas e serviço de impressão. 

Além desses principais serviços oferecidos, existem alguns espaços que variam
de acordo com o público alvo. Alguns podem ser mais especializados em um público ou
abranger mais profissões. Isso faz com que o programa de necessidades se diversifique.
Em alguns podemos encontrar bibliotecas, estúdios de fotografia, de gravação, espaços
infantis, espaço para animais, entre outros diferenciais.

De acordo com o coworking Brasil Org (2019), a infraestrutura e atividades mais


presentes nos espaços no Brasil são:

Impressão: 90% Estacionamento próprio: 43%


Ar- condicionado: 95% Venda de bebidas alcoólicas: 26%
Cadeiras ergonômicas: 74% Permissão de animais: 25%
Secretariado: 60% Funcionamento 24 horas: 20%
Eventos para membros: 58% Aluguel de computadores: 19%
Bicicletário: 48%
Venda de produtos alimentação: 45% Estrutura para crianças: 3%
Telefone privado: 43%

2.3 Vantagens e desvantagens


São inúmeras as vantagens do Coworking comparado com o sistema
convencional de ambiente de trabalho. Isso faz com que esse sistema cresça cada vez
mais no Brasil e no mundo. Szenkier (2019), aponta em sua análise as facilidades e
vantagens do Corworking. São eles:
1. Possuir um endereço fiscal e/ou comercial: para muitos profissionais
autônomos e freelancers, a necessidade maior de dispor de um espaço é por
ocasião de ter que atender seus clientes e colaboradores, e o coworking vem
suprir essa necessidade;
2. Dividir espaço e conhecimento com profissionais da mesma área ou de áreas
distintas: o cliente do espaço escolhe se quer dividir o espaço corporativo
com demais profissionais da mesma área ou de áreas diferentes, dependendo
de seus interesses e necessidades;
3. Localização: em geral os espaços de coworking possuem ótima localização,
geralmente em centros comerciais e de fácil acesso. Este critério se mostra
ainda mais vantajoso quando a localização é parte do sucesso do cliente;
4. Diminuição dos custos: a questão dos custos é apontada para os coworkers
como a maior vantagem de se utilizar um espaço dentro deste conceito. No
coworking, todas as pessoas que dividem o mesmo espaço contribuem para o
pagamento das despesas, sendo os valores do aluguel deste espaço
substancialmente menores do que os de uma sala comercial.
5. Networking: também apontado como uma importante vantagem, o
networking é responsável por grande parte da procura de profissionais por
tais espaços. O networking mais do que nunca é necessário para qualquer
profissional de qualquer área e o coworking é ideal para a realização desta
troca.
Os coworkings possuem uma estrutura que abriga pequenas empresas,
profissionais autônomos e empreendedores individuais. Por essa
razão, é inegável que os espaços de coworking não oferecem a mesma
privacidade do que um escritório próprio de trabalho, onde se pode
decorar o ambiente conforme a sua vontade e estruturar o espaço
físico da forma a qual se sente mais confortável. Assim, uma das
desvantagens de um coworking é justamente não ter a privacidade que
se tem em um escritório próprio. Dessa forma, se tem também, mais
distrações. (EGESTOR, 2020).

2.4 Cenário atual em meio a COVID-19


A Coworking Brasil que reúne mais de 600 espaços de Coworking pelo país,
realizou uma sobre como os espaços compartilhados tem se comportado durante a
pandemia.

Dois a cada 3 espaços de coworking estão fechados. No início de


abril, 73% dos espaços já estavam fechados ao público. No total,
45,5% estão completamente fechados e 28,1% alegam estar fechados,
mas eventualmente recebem a visita de algum coworker. 23% dos
espaços permaneceram abertos apenas para membros fixos, sem
acesso de visitantes ou eventos. Dentre os motivos que levaram ao
fechamento, a grande maioria (39,9%) foi devido as restrições dos
governos estaduais/municipais impostas na região. Já um percentual
um pouco menor (21,9%) diz que iria encerrar as atividades de
qualquer forma, com ou sem restrição legal. Essa fatia acredita ser o
movimento correto a fazer nesse momento, colaborando com o
isolamento social recomendado pela OMS. Já para 15,2% dos espaços
a decisão não foi exatamente deles, uma vez que os coworkers
simplesmente pararam de frequentar o espaço, deixando o gestor sem
alternativa. (COWORKING BRASIL, 2020).

Apesar resultados preocupantes apontados pela pesquisa, as perspectivas futuras


ficam cada vez mais animadoras.
A medida que o mercado foi acalmando, entendendo o momento atual,
e aprendendo a trabalhar com ele, estamos vendo um otimismo no ar
cada vez mais forte. Seja pelo constante anúncio de grandes empresas
que pretendem adotar o trabalho remoto de vez, ou pelo natural
otimismo que fundador de coworking tem. A gente sabe que
coworking faz sentido, é o futuro, e vai continuar evoluindo
naturalmente. Todos os números pré-pandemia apontavam o
crescimento contínuo do mercado. Este é um tropeço, mas logo a
gente se recupera. Hoje, os gestores parecem ter uma visão mais
realista do cenário. Enquanto em abril apenas 23% acreditavam que
precisariam de 6 meses ou mais para retomar ao ritmo normal, agora
esse número tem um salto pra 65%. Aliás, no início da quarentena
parece que a o mercado ainda estava um pouco negacionista. 71% dos
espaços pensavam que em até um trimestre tudo estaria normalizado.
(COWORKING BRASIL, 2020).
3 A INFLUENCIA DA ARQUITETURA NA SAÚDE E
COMPORTAMENTO DOS USURÁRIOS

3.1 Neurociência e Arquitetura


Já existem pesquisas que comprovam que o ambiente físico impacta
no cérebro das pessoas e consequentemente no comportamento delas.
Essas pesquisas estão sendo desenvolvidas tanto por arquitetos,
neurocientistas, quanto por psicólogos. O nome dado para esse estudo,
popularmente conhecido, como neuroarquitetura. A neurociência
aplicada a arquitetura. Eu acredito que o papel do arquiteto e urbanista
é criar ambientes que possam proporcionar uma experiência positiva
para as pessoas. Então quando se sabe e entende que o ambiente físico
impacta na vida das pessoas, conseguimos pensar o projeto, o
ambiente de uma forma mais estratégica. Impactando o espaço e
proporcionando uma experiência mais assertiva para quem for utiliza-
lo. (FERMAN, 2019).

O termo Neuroarquitetura, conceito que vem ganhando espaço no


Brasil principalmente na área corporativa, que visa estimular o
crescimento e dedicação profissional, e por decorrência dos
estudos realizados atualmente é possível comprovar que o
ambiente projetado influencia no dia a dia das pessoas. Seu objetivo
está direcionado a desenvolver métodos capazes de interpretar a
influência dos ambientes construídos, e as intervenções que podem
afetar o organismo humano, tal como o humor, disposição, agitação,
capacidade, interação, e motivação, além de buscar elementos para
suprir as necessidades físicas, psicológicas e emocionais dos
indivíduos. (ABRAHÃO, 2016).

Uma das grandes diferenças entre Neuroarquitetura e Psicologia


Ambiental se dá por conta das contribuições da neurociência, que
permitem um entendimento mais completo do funcionamento do
cérebro e das reações fisiológicas do organismo quando exposto aos
estímulos do ambiente. Nesse sentido, é possível afirmar que a
Neuroarquitetura engloba também o campo da Psicologia Ambiental,
porém vai além ao envolver estudos sobre o sistema nervoso, o
sistema endócrino e o sistema imune, por exemplo. Ela pressupõe que
o ambiente tem influência direta nos padrões mais primitivos de
funcionamento do cérebro, que fogem da percepção
consciente.  Nesse sentido, arquitetos que utilizam a neurociência
aplicada podem projetar com o objetivo explícito de
afetar comportamentos humanos, mesmo os que estão além da
percepção e do controle conscientes. (PAIVA, 2018).

Com isso, Paiva (2018) afirma que a aplicação da neurociência à arquitetura ou a
qualquer outra área deve ser feita com cautela. O cérebro e seus mecanismos
são extremamente complexos e a fronteira do conhecimento nessa área está em
constante avanço. Se não se mantiver constantemente atualizado, utilizando fontes de
informação confiáveis, o NeuroArquiteto poderá ser levado a conclusões questionáveis.
Quando se trata do ambiente de trabalho, a procura por bem estar e
produtividade tem sido frequente em diversos debates, considerando as questões de
liderança, gerenciamento e organização nas empresas. Diante disso, Paiva (2018) diz
que hoje as empresas têm dificuldade de se desvencilhar de alguns ideais antigos de
produção. Porém, com a revolução tecnológica que tem acontecido nos últimos anos,
cada vez mais estão sendo valorizadas as características humanas que as máquinas não
conseguem (ainda) substituir. Dessa forma, os espaços passam a ser construídos com
foco nas pessoas e sua capacidade criativa, comunicativa e colaborativa. A qualidade do
trabalho passa a ser mais valorizada do que a quantidade. Com isso, a NeuroArquitetura
vem para ajudar na criação de espaços mais humanos de trabalho. São inúmeros os
elementos do espaço físico que impactam diretamente na capacidade cognitiva, nos
níveis de atenção, na criatividade e no aprendizado. Cores, formatos, tamanhos e
proporções, layout do ambiente, isolamento visual e sonoro são alguns exemplos.

Existem diversos parâmetros projetuais a serem utilizados de modo que


influencie positivamente o comportamento humano. Com base numa pesquisa realizada
para entender mais sobre a NeuroArquitetura e Psicologia do espaço Harrouk (2021),
escritora do ArchDaily, afirma: Os fatores mais elementares aos quais precisamos estar
sempre conscientes ao projetar um ambiente ou espaço urbano incluem a segurança dos
usuários, a sociabilidade, a facilidade de orientação e outros estímulos sensoriais;
princípios menos objetivos abrangem condições de iluminação e ventilação, cores e
texturas, etc. Por exemplo, projetos que incorporam noções de equilíbrio, proporção,
simetria e ritmo são capazes de provocar uma sensação de tranquilidade e harmonia. As
cores, por sua vez, possuem uma lógica muito simples, quanto mais quente a cor, mais
compacto o espaço se revela aos nossos olhos, quanto mais fria, maior a sensação de
amplitude. Cores também são capazes de provocar sensações de conforto ou estimular a
comunicação entre as pessoas. A luz é um universo em sí e depende muito da tipologia
de espaço que estamos falando. Uma luz suave sugere um espaço mais introspectivo,
enquanto uma luz mais intensa caracteriza um espaço mais extrovertido. A iluminação
natural abundante é um excelente estímulo à produtividade e o bem estar físico e mental
das pessoas.

4 BIOFILIA

4.1 Surgimento e definições


O termo Biofilia vem literalmente do grego bios, vida e philia, amor,
que significa “amor pela vida”. Mas a palavra foi popularizada por
Edward Wilson, que acredita que os seres humanos têm uma ligação
emocional genética com a natureza. Essa ligação, segundo seus
estudos, tornou-se hereditária. É provável que seja pelo fato de que em
99% da nossa história não vivíamos em centros urbanos, e sim
convivendo intimamente com a natureza. A Biofilia é a necessidade
que sentimos de estar em contato, interagir e nos relacionarmos com a
natureza. Ou seja, o design Biofílico propõe trazer a natureza para
dentro dos ambientes. Afinal, 90% do nosso tempo passamos em
ambientes fechados. (SUSTENTARQUI, 2018).

Um ambiente desprovido de natureza pode ter um efeito negativo na


saúde, produtividade e bem-estar. Existe uma correlação direta entre o
design inteligente do espaço e o bem-estar e o desempenho
aprimorados. Mesmo mudanças simples para incorporar a natureza em
nossos espaços podem ter um enorme impacto em como nos sentimos
onde trabalhamos, vivemos, aprendemos e nos curamos. De locais de
trabalho e hospitais a espaços urbanos e escolas, estudos mostraram
que a adição de elementos biofílicos ao interior pode reduzir o
estresse, a pressão arterial e os batimentos cardíacos - enquanto
aumenta a produtividade, a criatividade e o bem-estar geral.
(INTERFACE, 2020).

Trazendo para o momento que estamos vivendo (pandemia mundial


causada pelo corona vírus), a configuração dos ambientes que temos
contato mudou completamente. Escritórios, escolas, cafeterias dão
lugar, principalmente ao ambiente do lar. Logo, ter CONSCIÊNCIA
da importância desses elementos naturais e utilizá-los, trazem
benefícios inestimáveis. Qual o impacto desse tipo de design no
ambiente de trabalho? As utilizações desses elementos naturais
possuem um impacto relevante e mensurável no desempenho dos
profissionais. Quais? Redução do stress e ansiedade, bem-estar,
aumento da produtividade, criatividade e motivação. Segundo
relatórios disponíveis, os que trabalham em ambientes com elementos
naturais mostram níveis mais elevados de bem-estar (+15%),
produtividade (+6%) e criatividade (+15%) em comparação com os
que trabalham em ambientes sem natureza. (BRAINLATAM, 2020)

4.2 Como aplicar a Biofilia na arquitetura


O site ARCSCAPE publicou em 2019 um artigo Biofilia na Arquitetura e suas
tendências, neste, o autor apresenta elementos encontrados em projetos que consideram
a arquitetura biofílica;

Alguns elementos presentes nos projetos são a iluminação e ventilação


natural, a utilização de plantas em espaços internos, ambientes mais
silenciosos ou com sons que remetem à natureza (como fonte de água,
por exemplo), compondo um conjunto que transmite tranquilidade.
(ARCHSCAPE, 2019).

No artigo também é indicado o uso de materiais sustentáveis, que são mais


eficientes. “Cores e texturas, que parecem ou reproduzem padrões encontrados na
natureza, também podem ser usados como estratégia para um projeto de design
biofílico, seja em espaços residenciais ou corporativos.

Os principais aspectos do design de interiores que utiliza a biofilia são:

A busca por um envolvimento repetido e contínuo com a natureza; A


concentração nas adaptações humanas ao mundo natural que, ao longo
do tempo evolucionário, melhoraram a sua saúde e bem-estar; O
estímulo de ligações emocionais com configurações e lugares
específicos; Maiores interações positivas entre as pessoas e a natureza,
estimulam um sentido de relacionamento e responsabilidade para as
comunidades humanas e naturais; O estímulo de soluções
arquitetônicas de reforço mútuo, interconectadas e integradas.
(ARCHSCAPE, 2019).
4.3 Impacto do Design biofílico no ambiente de trabalho
O design biofílico tem um papel extremamente importante no ambiente de
trabalho, pois é nesse ambiente que continuamos a passar uma grande parte da nossa
semana. Com o planejamento e com a execução adequada no projeto arquitetônico e
local de trabalho, os empregadores conseguem aproveitar inúmeros benefícios naturais
para melhorar o bem estar e a saúde dos seus colaboradores, bem como a produtividade
e criatividade no local de trabalho.

A Human Spaces, realizou uma pesquisa em 2015, cujo tema é: O impacto


global do design biofílico no local de trabalho. Nessa pesquisa, foi apontado que
pessoas que trabalham em ambientes com elementos naturais, principalmente com
vegetação e luz solar, apresentam níveis de bem estar até 15% superiores do que aqueles
que trabalham em locais completamente desconectados da natureza. Esse mesmo estudo
mostra que pessoas expostas a elementos da natureza possui níveis de produtividade
(6%) e de criatividade (15%) maiores. Essas informações fizeram crescer o interesse de
várias empresas, incluído empresas de elevado porte, especialmente as de tecnologia,
pela aplicação do design biofílico em seus escritórios. Além disso, as certificações
ambientais com foco na saúde e no bem estar dos usuários, como Well e Fitwel, já
contemplam esses princípios biofílicos em seus quesitos de avaliação.

Uma matéria da Roca Cerâmicas apresenta informações importantes sobre os


Efeitos fisiológicos e psicológicos do indivíduo que está exposto a natureza.

A arquitetura biofílica no ambiente de trabalho atua na diminuição do estresse.


Também, ajuda a manter a pressão arterial nos níveis adequados, aperfeiçoa funções
cognitivas, aumenta o foco e a resistência mental. Ainda, o design biofílico desempenha
um papel notável na melhora do humor e na evolução das taxas de aprendizado. A
consequência disso tudo? Maior produtividade e satisfação por parte dos colaboradores.
Essas conclusões foram realizadas através de um artigo publicado pela empresa
Terrapin Bright Green, em 2012, que analisou sete indicadores de eficácia nas
empresas, sendo estes:

Doença e absenteísmo; Retenção de pessoal; Desempenho no trabalho (estresse


mental / fadiga); Taxas de cura; Taxas de aprendizagem em sala de aula; Vendas no
varejo; Estatísticas de violência.

Quando ligadas à arquitetura biofílica, todas essas métricas trouxeram


ganhos notáveis para as empresas. Assim, puderam ser positivamente
utilizadas para o aumento do lucro das companhias. A partir dessas
analises, fica claro que a biofilia, quando bem aplicada, é positiva para
todos os envolvidos, tanto para os profissionais, que passam a atuar
em um ambiente mais positivo e estimulante, que promove bem-estar
e conforto, quanto para as empresas, que contam com uma equipe
mais motivada, bem-humorada e com as funções cognitivas mais
aguçadas. Consequentemente, essa corporação tem a sua capitalização
aumentada. (ROCA CERÂMICAS, 2020).

5 METODOLOGIA
O presente estudo é classificado como uma pesquisa exploratória, que é um tipo
de pesquisa cujo principal objetivo é aprimorar as ideias através de pesquisas
bibliográficas e estudos de caso. Com isso, o desenvolvimento da pesquisa será dividido
em quatro etapas, sendo elas: pesquisa bibliográfica sobre os assuntos primordiais para
o desenvolvimento do projeto, o estudo dos projetos de referência, o diagnóstico urbano
de onde será implantado o projeto, e o desenvolvimento do projeto de arquitetura. Na
pesquisa bibliográfica, foi levantado através de artigos, teses científicas, livros, e
organizações, informações importantes para dar base ao tema escolhido. Em seguida,
serão analisadas as principais características arquitetônicas dos projetos de referência
para definir os aspectos que serão considerados na hora de elaborar o projeto
arquitetônico. Para o diagnóstico urbano, será levantado os dados socioeconômicos,
legislação e infraestrutura urbana, a fim de compreender e justificar o local no qual será
implantado o projeto. A última etapa se dá pela definição do programa de necessidades,
conceito, partido arquitetônico e desenvolvimento do projeto.

REFERÊNCIAS

ABRAHÃO, Sabrina. Neuroarquitetura – Como o cérebro é impactado, o


desenvolvimento cognitivo e as interações dos profissionais através do ambiente de
trabalho.. 2011. Artigo Científico – Centro Universitário Campo Real, Universidade de
Guarapuava, Paraná, 2011.

GIANELLI, Márcio Augusto. COWORKING: O porquê destes espaços existirem.


2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo) –
Universidade de São Judas Tadeu, São Paulo, 2016.

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