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IBADEP - Curso Básico de Teologia - Livros Históricos 143

1) O documento apresenta as diretrizes para o estudo de cursos oferecidos pelo Instituto Bíblico das Assembleias de Deus do Estado do Paraná (IBADEP). 2) Inclui recomendações sobre preparo espiritual, local de estudo, disposição para o aprendizado, aproveitamento de aulas e estudos extraclasse. 3) Também apresenta as crenças e diretorias da Associação Educacional das Assembleias de Deus no Estado do Paraná.

Enviado por

Felipe Monteiro
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Bíblia

A B A D H P A R - A ssociação Educacional das


Assem bleias de Deus no Estado do Paraná

ib a d e p

IB A IM íP • Invtituto B íb lic a das AvscrnMcias <le Deus


nu hstado du Paraná
A v . Brasil. S/N* - Hletiosul - Cx. Posial 2*18
KS98Ü-ÜOO • G uaíra - P R
Fone/Fax: <441 3642-2581 / 3642-6961 / 3642-5411
E-mail: ibadcpfc*ibadcp com
S it e - www.ibadcp.com
Livros Históricos

P e s qu is a do e adapt ad o pela Equi pe


R ed a to ri al para C urso ex cl us iv o do Í B A D E P - Instituto
B íbl ic o das Igrejas E v a ngé lic as A ss em blé ias de Deus
do Estado do Paraná.

Com au xílio de a da pta ção e e sb oç o de vários


ensi nadores.

5a Ed ição - Ja n e iro /2 006

Todos os direitos re se rv a dos ao IB A D EP


Diretorias
CIEAD EP
Pr. J o s é P i m e n t e l d e C a r v a l h o - P r e s i d e n t e de H o n r a
Pr. Israel S o dré - P residente
Pr. José A n u n c ia ç ã o dos Santos - I o V ice -P res id en te
Pr. Moisés L acour - 2o Vice-Presidente
Pr. Ival T h e o d o r o da Silva - I o Secretário
Pr. S a m u e l A z e v e d o d o s S a n t o s - 2° S e c r e t á r i o
Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro
Pr. Mirislan D ouglas Scheffel - 2o Tesoureiro

A E A D E P A R - Conselho D eliberativo
Pr. Israel S o d ré - P resid en te
Pr. Ival T e o d o r o da Silva - R elator
Pr. José A n u n c ia ç ã o dos Santos - M e m b ro
Pr. M oisés L acour - M em bro
Pr. S a m u e l A z e v e d o d os S a n t o s - M e m b r o
Pr. Simão B ilek - M em bro
Pr. M irislan D ouglas Scheffel - M em bro
Pr. Daniel Sales A cioli - M e m b ro
Pr. J a m e r s o n X a v ie r de S o uza - M e m b ro

A E A D E P A R - C o n se lh o de A d m in is tr a ç ã o
Pr. Perci F o n to u r a - P residente
Pr. R obson José Brito - Vice-Presidente
E v. G i l m a r A n t o n i o de A n d r a d e - I o S e c r e t á r i o
E v. G essé da S ilv a dos Santos - 2o Secretário
Pr. José Polini - I o T es o u reiro
Ev . Darlan N ylton Scheffel - 2o Tesoureiro

IBADEP
Pr. H é r c u l e s C a r v a l h o D e n o b i - C o o r d . A d m i n i s t r a t i v o
Pr. J o s é C a r l o s T e o d o r o D e l f i n o - C o o r d . F i n a n c e i r o
Cremos
1 ) Em um só Deus, e te r n a m e n te su bsistente em três
pessoas: O Pai, Filho e o Espíri to Santo. (Dt 6.4;
Mt 28.19; Mc 12.29).
2) Na ins pir açã o verbal da Bíblia Sagrada, única regra
infalível de fé n or m a tiv a para a vida e o caráter
cristão (2Tm 3.14-17).
3) Na co nc e pç ão virginal de Jesus, em sua morte
vicária e ex piatória , em sua ressu rr ei ç ã o corporal
de ntre os mortos e sua asc e n sã o vito ri osa aos céus
(Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9).
4) Na p e ca m in o s id a d e do h o m e m que o de stituiu da
glória de Deus, e que som ent e o ar re p en d i m en to e
a fé na obra e x pia tó ri a e r e d e n to ra de Jesus Cristo
é que pode rest au rá -l o a Deus (Rm 3.23 e At
3.19).
5) Na n ece ssi dad e ab sol ut a do novo nasc im en to pe la fé
em Cristo e pelo po de r atuante do Espíri to Santo e
da Palavra de Deus, para torna r o h om e m digno do
Reino dos Céus (Jo 3.3-8).
6) No perdão dos peca dos , na salvaç ão pr es ent e e
pe rfeita e na e te rn a j u s t i f i c a ç ã o da alma rec ebi dos
gratu ita me nte de Deus pela fé no sacrifício
efetu ado por Jesus Cristo em nosso fa vor (At
10.43; Rm 10.13; 3. 24-26 e Hb 7.25; 5.9).
7) No ba tismo bíblico e fe tu ad o por imersão do corpo
inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do
Filho e do Espí ri to Santo, c o nf orm e de te rm in ou o
Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl
2 . 12 ).
8) Na n e c e s s id a d e e na p os si bi li da de que temos de
viver vida santa med iante a obra e x p ia t ó ri a e
re d e n to ra de Jesus no Cal vário , através do poder
re g e n er a d o r, in s pira dor e s an ti fi c ad o r do Espíri to
Santo, que nos capa ci ta a vive r co mo fiéis
te st em un ha s do poder de Cristo (Hb 9.14 e IPe
1.15).
9) No ba tis m o b íb lic o no Espíri to Santo que nos é dado
por Deus m e di a nt e a in te rce ss ão de Cristo, co m a
e vi dên c ia inicial de falar em outras línguas,
c onfo rm e a sua von tade (At 1.5; 2.4; 10.44-46;
19.1-7).
10) Na a tu a l id a d e dos dons espir itu ai s d is tr ib uíd os pelo
Espír it o Sa nt o à Igreja para sua edifica çã o,
co n fo rm e a sua s obe ra na vonta de ( I C o 12.1-12),
11) Na S e g u n d a V in da pre milen ial de Cristo, em duas
fases dis tintas . Pr imeira - invis íve l ao mundo,
para a rr e b a t a r a sua Igreja fiel da terra, antes da
Gra nd e Tr ib u la çã o ; s egu nda - vis ível e corporal,
com sua Igr eja glorificada, para re in a r sobre o
mun d o du ra n te mil anos ( I T s 4.16. 17; I C o 15.51-
54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14).
12) Que todos os cri stãos c o m p a r e c e rã o ante o Tribu nal
de Cristo, para re ceb er r e c o m p e n s a dos seus feitos
em favor da c aus a de Cristo na terra (2Co 5.10).
13) No ju í z o vin dou ro que re c o m p e n s a r á os fiéis e
c o n d e n a rá os infiéis (Ap 20.11 -15) .
14) E na vida et er na de gozo e fe li c id a d e para os fiéis e
de triste za e to rm ento para os infiéis (Mt 25.46).
M e t o d o lo g i a de E stu d o

Para obter um bom ap ro v e it am en to , o aluno


deve e st a r consc ie nte do porquê da sua de di ca ç ão de
te m po e esfo rço no afã de galg ar um degrau a mais em
sua for ma çã o.
Le m bre -s e que você é o autor de sua história
e que é ne cessário atualizar-se. D e se n v o lv a sua
c a p a c i d a d e de rac ioc íni o e de soluçã o de proble ma s,
b e m c o m o se integre na pro b le m á ti c a atual, para que
p os sa vir a ser um e le m en to útil a si m esm o e à Igreja
em que está inserido.
C ons ci en te desta rea lid ade , não apenas
a c u m u l e con teú dos vis and o p rep ar ar- se para provas ou
tr a ba lh os por fazer. Tente seg uir o roteiro sugerido
a ba ix o e c o m p ro ve os res ultados:

1. De vocio na l:
a) F a ç a uma oração de a gr a d ec im e n to a Deus pela
sua salvação e por pro po r ci o n a r- l h e a
o po rt u n i d ad e de e st ud a r a sua Palavra, para assim
g a n h a r almas para o Rein o de Deus;
b) C o m a sua h u m ild a de e oraç ão, Deus irá ilu m in a r
e d ir e c io n ar suas fa c uld ad e s mentais através do
Es pí ri to Santo, d e sv e n d a n d o mistérios co ntidos
em sua Palavra;
c) Par a m e lh or a pr o v e it a m e n to do estudo, temos que
ser or ga niz ado s, ler com prec isão as lições,
m e di ta r com atençã o os co nte údo s.

2. Loca l de estudo:
Você precisa dis po r de um lugar próprio para
es tu da r em casa. Ele deve ser:
a) B em a re jad o e com boa ilu m in a ç ão (de
pre ferê ncia, que a luz venha da esquerda);
b) Isola do da c irc u la ç ã o de pessoas;
c) Lon ge de sons de rádio, te levisão e c onv er sas.

3. Disposição:
Tudo o que fa zem os por opção al ca n ç a bons
resultados. Por isso ad qui ra o hábito de e st uda r
v ol u n ta ri a m e n te , sem imp osições. C o n sc ie n ti z e- se
da im p o r tâ n c ia dos itens abaixo:
a) E s ta b e l e c e r um horário de estudo ex tra cla sse ,
div id in d o - se entre as disci plinas do c urr íc ulo
(dispen se mais tempo às matérias em que tiver
maior d if ic uld a de );
b) R ese rva r, dia ria m e nt e, algu m te mp o para
de sc an so e lazer. Assim, qua ndo estud ar, estará
de sli ga do de outra s atividades;
c) C o n c e n tr a r- s e no que está fazendo;
d) A dota r uma c orre ta post ura (sen tar -se à mesa,
tronco ereto), pa ra ev itar o c an sa ço físico;
e) Não pa ssa r pa ra outra lição antes de d o m in a r bem
o que e sti ver estu da nd o;
f) Não a bu sa r das c a pa c id ad e s físicas e mentais.
Quan do p e r c e b e r que está can sa do e o e st ud o não
alca nç a mais um bom rendim en to, faça uma pau sa
para desc an sar .

4. A p r o v e it a m e n t o das aulas:
Cada dis c i p li n a a pre sen ta c ar ac te rís tic as
próprias, e n v o lv e n d o diferentes c om po rt a m e nt os:
raciocínio, an alo gi a, int er pre ta ção , a pli c a ç ã o ou
sim p le sm e n te h a bili da des motoras. To da s, no
en tan to , ex ig em sua pa rt ic ip a ç a o ativa. Para
a lc a n ç a r me lh or a p ro ve ita m en to , procure:
a) C o l a b o r a r para a m a n ute nç ã o da disci plina na
sala -d e -a ul a ;
b) Pa rt i ci p a r ativ a m en te das aulas, dando
c o la b o r a ç õ e s esp on tâ n e as e p e rg u n ta n d o quando
algo não lhe ficar bem claro;
c) A no ta r as ob ser vaçõ es c o m p le m en ta re s do
m o n it o r em c ade rno apropriado.
d) A n o ta r datas de provas ou e nt re ga de trabalhos.

E s tu do extraclasse:
O b s e rv a n d o as dicas dos itens 1 e 2, você deve:
a) F az er dia ria m e nte as tarefas prop os ta s;
b) R ev e r os con teú dos do dia;
c) P r e p a ra r as aulas da se m a n a seguinte. Se
c o n s ta ta r alg uma dúvida, anote-a, e ap resenta ao
m o n it o r na aula seguinte. Pr ocu re não deixar suas
dú vi da s se acumulem.
d) M at e ri a is que pode rão ajudá-lo:
* Mais que uma versão ou tr ad uç ão da Bíblia
Sagrada;
■ Atlas Bíblico;
■ D ic io ná ri o Bíblico;
■ E nc ic lo p é d ia Bíblica;
■ Li vro s de Histórias Gerais e Bíblicas;
■ Um bom dicio ná rio de Por tuguês;
■ Livros e apostilas que trate m do mesmo
assunto.
e) Se o e stu do for em grupo, tenha s em pr e em
mente:
■ A ne ce s si d a de de dar a sua c o la b o r a ç ã o
pessoal;
■ O direito de todos os in tegran tes opina rem.

Como obter m e lh o r a p ro v e it a m e n to em avali açõ es:


a) Revise toda a ma té ria antes da av aliação;
b) P e rm a ne ça calm o e segur o (você estud ou !) ;
c) C o nc e ntr e -s e no que está fazendo;
d) Não tenha pressa;
e) Leia a te nta m e nte todas as questões;
f) Resolva prim ei ro as qu e stõ e s mais ace ssíveis ;
g) Ha ven do tempo, revise tudo antes de en tr e g ar a
prova.

B om D e se m pe nh o!
C u rrí c u lo de M a té ria s

> Ed u c a ç ã o Geral
£0 His tór ia da Igreja
EQ E d u c a çã o Cristã
£Q G e ogra f ia Bí bli ca

> M in is té r io da Igreja
£Q Éti ca C ristã / Teo log ia do Obre iro
£□ H o m il é ti c a / H e rm e n ê u ti c a
EQ F a m íli a Cristã
EQ A d m in is tr a ç ã o Ec le si ás tic a

> T e olo gi a
tH B ib lio lo gia
EQ A T r ind ade
D3 Anjos, H om e m , Pecado e Salva ção
£0 H e re s io lo g ia
£B E c le s i o lo g ia / M is s io lo gi a —'

> B íblia
ffl Pe nta te u c o *-
£B Livros Hist óri co s
C3l Li vro s P o é t i c o s ^
H l Pro fetas M aio re s —
C3 Pro fe tas Men or es
t B Os E va ng e lh os / Atos
EQ E pí sto la s Paulinas / Gerais
03 A p o c a li p s e / E s c at olo gi a -
A b re v ia tu ra s

a .C. - antes de Cristo.


A RA - A lm e id a Rev is ta e A tu a li z a d a
A R C - A lm e id a Revi sta e C or ri da
AT - Antigo Te st am en to
BV - Bíblia Viva
BLH - Bíblia na Li n g u ag e m de Hoje
c. - C erca de, a p ro xim a da m en te ,
cap. - capítulo; caps. - capít ulos,
cf. - confere, compare.
d .C. - depois de Cristo.
e.g. - por exemplo.
Fig. - Figurado.
fig. - figurado; fi gur ada me nte ,
gr. - grego
hb. - hebra ico
i.e. - isto é.
IBB - Im pr ens a Bíblica B rasileira
Km - Sím bolo de qu ilo me tro
lit. - literal, literalmente.
LXX - Se ptu a gi nt a (vers ão grega do Antigo
T e s ta m en to )
m - Sím bolo de metro.
M SS - manu scr itos
N T - N ovo Te s tam en to
N V I - N ova Ve rsã o In te rna ci ona l
p. - página.
ref. - referência; refs. - refe rê ncias
ss. - e os seguintes (isto é, os ve rsículos co nse c ut iv os
de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IP e 2.1ss,
sig nif ic a IPe 2.1-25).
séc. - século (s).
v. - versículo; vv. - versículos.
ver - veja
índice

Lição 1: A T e o c r a c ia - J o s u é ..... .........................................15

Lição 2: A T e o c ra ci a - Juizes e R u t e ................................41

Lição 3: A M o n a r q u ia - 1 e 2 S a m u e l .............................. 65

Lição 4: A M o n a r q u i a - 1 e 2Reis e 1e2 C rô n ic as ....91

Lição 5: O C at iv ei r o - Esdras, Ne emia s e E s t e r ......... 117

Referên ci as B i b l i o g r á f i c a s ..................................................143
Lição 1
A Teocracia - Josué

A Notável Conquista
Autor: Incerto.
Data: 1400-1375 a . C.
Josué Tema: A Posse da Her anç a.
Pal av ra s- C ha ve : O b e di ên c ia , Con cer to,
Coragem.
V e rsí culo- C ha ve: Js 1.9

O livro tem o nome de seu principal


p e r s o n a g e m Josué, o suce sso r de Moisés.
É um ve rda dei ro c o m p ê n d i o de batalhas. A
sua im p o r tâ n c ia res ide no fato das ba ta lh as não terem
sido v e nci da s por força ou e st r a té g ia militar, mas sim
pela i n te rv e n ç ã o do poder de Deus.

O A u to r

O autor do livro é d e s c on he ci do. Várias


de sc ri ç õ e s que nele ap ar ec em s u g e r e m que tenh a sido
escrito por uma te st em un ha oc ul ar dos aco nte c im e nt o s.
M ui to s a c r e d it a m que o próprio J osu é o ten ha escrito,
se não o livro todo, pelo menos parte dele (Js 24.26).
O nome J osu é si gnifica “s a lv aç ão de Jeová".
Filho de N um , da tribo de Efraim, Jo su é nasceu no
E git o (Nm 13.8,16) e a p rim eir a me nçã o do seu nome
se e n c o n tr a no livro de Êxodo (Ex 17).
15
A n te ri o rm e n te ele se ch am a va Oséias,
p a ss a ndo a ser c h a m a d o Josué por d e te r m in a çã o de
Moisés. Durante sua vida revelou traços m a rc antes de
uma pe rs onal id a de altruísta e um co ração fiel. Ele
mo rreu com 110 anos.

D ata

O livro de Josué relata fatos que s uc ed er am


após a morte de Moisé s, no período de 1451 a 1427
a.C. Não se sabe ao certo qua ndo o livro foi escrito.
A refe rê nci a aos je b u se u s , em Jo sué 15.63,
sugere que o temp o do seu ap are c im e nt o tenha sido
antes do reinado de Davi.

Josué - N ovo Líder

♦ A necessidade de substituição (Js 1.1,2).


No texto bíblico acima, a palav ra “ s e r v o ” é
usad a duas vezes em re lação a M oisés e “ s e r v i d o r ” é
utiliz ad o uma vez, dirigida a Josué. Esta é a
car ac te rís tic a bá sic a daquele a que m o Se nh or
co missiona.
Nos relatos sobre Josué, en co ntr ad os no
Penta te uco , vemo-lo sempre ex ibindo um espírito
serviçal. C er tam en te ele de se nv ol ve u tal espírito
devido à sua pro x im id ad e com Moisés, “servo do
S e n h o r ”.
Leia os textos indicados e aliste o m áx im o
possível de inf orm aç õe s que som am o perfil do servo-
líder Josué (Êx 17.8-16; 33.11; Nm 13 e 14; 27.12-23).
D e sta ca- se o espírito de fidelidade. Josué
obteve grande sucesso no ministério. A razão é
bast an te clara: Ele e nte ndeu que só alca nç a sucesso
àquele que é fiel em tudo.
16
D ua s outras ex pli c aç õe s im port an te s quanto
aos ve rs íc ul os 1 e 2.
P ri me iro , notemos que é o Sen hor que chama
a Jo sué e o c ol o ca diante da missão. Ele re ve lo u sua
von tade d i r e ta m e n te ao seu eleito. Segundo, le mb rem o-
nos de que J os ué j á havia sido separa do pelo Senhor
a n te r io rm e nt e , através da int e rc es s ão de M oi sé s (Nm
27.12-23).
Po rt an to , esta pa lav ra agora d ir ig id a a ele
tem a in te nç ão m a io r de livrá-lo de q u a lq ue r dúvida e
e nc or aj á -l o no de se m p e n h o da função. Moisé s, o líder
anter ior c om q u e m o Sen hor fala va face a face, está
morto. A g o ra o Sen hor mesm o co m is si o n a al gu ém que
satisfez às e x ig ên c ia s da li de rança divina, e co m quem
tem o p ra z e r de tam b é m falar face a face.

♦ A obr a d e s a fi a d o r a (Js 1.3-9).


Josué , ao longo do tempo de preparo,
a p re n d e ra que lide rar não é só privilégio. É priv ilégio
ta mbém, en tre tan to , é uma gra nde r e s p on sa bi lid a de .
A ob ra que lhe e sta va sendo co n fi a d a era
d esa fia do ra. Os versí cul os 3 e 4 c o lo c a m -n o diante da
di m e n s ão o bje tiv a do desafio. A terra a ser
c onquis ta da , os inimi gos ha bi lid os os na arte de guerra,
reli g io s id a d e de sp r o v id a de mo ra lid ad e, tudo somava
pa ra dar o ta m a nh o exato do desafio.
Não obstante, Josué sabia que o desafio
m ai or era de cu nho subjetivo. Ele sabia das resist ên ci as
do povo qu a nt o à ob ed iên ci a irr estrita ao Senhor. Sabia
que h a ve r ia re si stê nc ias à sua liderança.
T in ha ta m b é m c o n sc iê n ci a para o desânimo.
P r ec is av a s up era r tudo isso e a base para a super ação
surgiu na c él e br e pa lav ra do Se nh or a ele: “Como f u i
com Moisés, as si m serei contigo; não te deixarei, nem
te d e s a m p a r a r e i ” (v. 5b).

17
Um pou co antes o Se nho r lhe dissera que
ai nda que ho uve sse tentativas, n in gu é m lhe resisti ria
visto que Ele m e s m o se e m p e n h a ri a em todo o
processo.
Josué pr e c is a va estar pr ep arado para toda e
q u a lq u e r situação de co rr ent e da obra de sa fia dora à sua
frente. Foi e x a ta m e nte sobre isto que o Se nh or o
orientou.

♦ A c h am ad a ao Povo (Js 1.10-15).


É int e re ssa nte verm os a po st ura do novo
líder emp ossad o. Ele estava ha bili ta do para co nd uz ir o
povo. Esta va ciente de que c o m a n d a r não é o mesm o
que ter domínio, mas é servir de mode lo ( I P e 5.1-4
veja a exorta ção aos pres bíter os. D e sta ca- se o vers ícu lo
3 que diz: “nem como d o m in a d o r e s dos que vos f o r a m
confiados, antes, to r n an do -v os m ode lo s do re b a n h o ”).
Deus iria c o m a n d a r através dele; para isso
ele dev eria se a fir ma r e o pov o dev eria re c on hec ê- lo
co mo alguém através do qual Deus mesmo c on du zi ri a
os rumo s da nação.
Assim, Jo sué dá orde ns aos oficiais. Ele faz
uma ch am a da ao povo. Pr e c is a v a c o lo car a casa em
ordem. Não era pos sív el de s e n c a d e a r o proc ess o de
c o nq ui st a sem que as coisas e st iv ess em nos seus
lugares.
O povo p re c is a v a saber quem estava no
co m an d o e isso aco nteceu. Dian te deles estava um
ho m e m otimista. Le ndo Josué 3.15: UE, quando os que
le vav am a arca ch eg ar am ao Jordão, e os seus p é s se
m e rg u lh a r a m na beira das águas, (p o r q u e o Jo rdã o
tr ansbo rd a sobre todas as suas ribanceiras, dur ant e
todos os dias da s e g a ) ”, ace ita mo s na tur al me nte que a
tr av ess ia do J or dã o seria di fi cul tos a por ser é po ca de
cheia.

18
Q ua nt o à co nquist a da terra, s abe mo s
também que não seria algo fácil. A in e x p e r iê n c ia
daqueles pe re g ri n o s ante as hab ilidad es gu e rr e ir a s dos
cananeus to rn a va a si tuação no mín im o a m ed r o n ta d o r a.
Entretanto, q u e m está à frente é alg uém que c o n fi a nas
habilidades e c a p a c it aç ã o divina. O líder otimista
afirma que o J o rd ã o será tra ns po sto e que a terra será
conquistada. Ele infund e ânimo no povo. R ea fi r m a o
que M ois és falara às três tribos que se a s s e nt ar ia m
aquém do J ord ã o (Js 12-15), chamando-as à
re s po nsa bil ida de qua nt o à ajuda na c on qu is ta das terras
do outro lado do Jordão.
Im a gin e Josué, dota do agora de mui bom
ânimo, in fu n d i n d o c or a gem no povo para o
e m p re en d im en to da conquista.

♦ A p a r ti c ip a ç ã o ne c es sá ri a (Js 1.16-18).
O h o m e m - b ê n ç ã o pre ci sav a de uma res pos ta
do povo. N a q u e la hora o povo e nte ndeu
inte lig e nt e m en te que a sua po st ura d e v er ia ser de
obediência. Ele e st a v a ali para obedecer. Deus era o
único Se nh or de Israel.
J osu é não fora ch am a do para ser liderado
pelo povo, mas pa ra liderá-lo. Ele e nte ndeu bem o seu
papel e a ssu m iu a fun çã o com d e te rm ina ção . O povo
preci sav a de um líder capaz, pois sem ele s er iam como
ovelhas sem pastor. Com isto, fecha-se o ciclo:

Deus governa, o líder dirige sob o comando do Senhor.

Não tin h a como dar errado. Só q u a nd o os


papéis se in ve rt e m em q u a lq ue r um dos casos é que
tudo dá errado. A re sp os ta do povo é definida: “Tudo
quanto nos o r d e n a s te fa r e m o s , e aonde q u e r que nos
enviar, iremos

19
Nest a r e s post a o pov o ent end e o
c o m is s io n a m e n to divin o de J osu é e se subm ete à sua
lid er an ça. Em total atitude de subm iss ão os
re pr e se n ta nt e s do povo rog am que o Senh or esteja
se m pre com o seu eleito e a p ro v e ita a o p o rt un id ad e
para re fo rç a r os anse ios de esforço e ânimo do seu líder
(v. 18b).

♦ P r e c a u ç ã o do líder e o cu id ad o di vi no (Js 2.1-24).


No capít ulo 2 há uma c on fir m a ç ão das
pr o m e s sa s do Sen hor ao seu servo-líder.
Primeiro vê a pre c a u ç ã o de Josué. Ele
c o n fi a v a no Senhor, e nessa c o n fi a n ç a ele tomou as
m e d id a s necessárias que lhe c a b ia m para a ba talh a
c ont ra Jericó.
Ele não en tre go u tudo nas mãos do Se nh or e
ficou de braços cr uzados para ver o que iria acontecer.
Ao contrá rio , enviou espias à qu ela ci dad e numa missã o
de re c o n h e c im e n to (Js 2.1).
Josué estava c on sci en te de que o Se nh or lhe
daria a cidade de Jericó; mas sabia ta mbé m que nesse
pr o c e ss o ele e o povo de v e r ia m estar pre pa rado s, pois
era através deles que o Se nh or e fetua ri a a obra de
c o n q u is t a da cidade, assim, tomou as pre c au ç ões
neces sár ias.
Impo rtant e tam b é m é no tarm os que o Sen ho r
cu m p re a pro m e ssa de que iria à frente abrind o as
portas da conquista. Foi e xa ta m e n te isto que os espias
vir a m e rela tar am p o s te r io rm e n te a Josué. Eles
o b s e r v a r a m uma ci dade to ma da de gra nde pav or diante
das notícias dos grandes feitos do Senh or sobre os
eg íp ci os e outros povos (Js 2.9-11). Deus j á houv er a
ido à frente e prepar ado o c am i n h o da vitória.

20
As C o n q u is t a s do Povo de Deus

♦ N e ce ss id ad e de s ant if ic aç ão (Js 3.1-5).


O povo, ao co m an d o de Josué, le van ta
acam pa me nt o, pa rte de Sitim indo até o Jordã o, onde
repousa antes da trave ssia m ir ac u lo s a que se da ri a (Js
3.1). Passado s três dias, ecoam no arraial uma pa la vr a
de orientação:
“Qu and o o po v o visse a arca do S e n h o r
sendo c o n du zi da p e l o s sacerdotes, todos d e v e r ia m se
levan tar e s e g u i r a co mitiva a uma d is tân ci a de cerca
de mil me tro s (dois mil c ô v a d o s ) ” .
Isto fa cilit aria ao povo vê-la e ser gu ia d o por
ela, não indo por c am in ho errado. A arca era um
símbolo visível do Senhor invisível. O símb olo semp re
deve ex pr e ss ar o mais pró xi m o pos sív el a re a li d a d e que
representa. Sendo assim, a arca era um sím bolo santo.
Veja bem: um móvel santo, c o lo c a d o no
santo dos santos para que Deus se a s s e n ta s s e e
reinasse. Por tanto, visto que a arca, sendo c o n d u z i d a à
frente do povo, a n u n ci a v a os feitos m a ra v il h o s o s do
Senhor, cabia ao povo uma atitude de s an ti fi c aç ão
(neste caso seria uma dis po siç ão esp iritual de fé e
confia nça irr estrita em Deus), para p o d e r a p ro v e it a r ao
máximo a vitória a n u n c ia d a pelo Senhor. Esta foi a
ordem dada por J osu é a eles, re gi s tra da em 3.5.

♦ A nova di vis ão das águas (Js 3.9-17; 4.1 -24).


O Se n h o r re n o v a a palav ra a J osu é (Js 3.6-8),
pr om e te nd o-l he que o e ng ra n d e c e r ia ante os olhos de
todo o povo. Ve m os nos ve rsículos de 9 a 17 que o
servo ta m b é m se pr e o c u p a sempre em honra r o seu
Senhor.
Um m ila gre estava preste a aco nte cer , e se
daria por in te rm é d io de Josué. Este não c ha m a pa ra si
21
os méritos. Sua glória, na verdade, j á e st a va a ss e gura da
com o Senhor. Por ser assim, ele fala co mo por ta -vo z
de Deus.
Na an un ci a ç ão do milag re há uma ve rd ad eir a
c o n c e it u a ç ã o teológica. O Senhor é c h a m a d o de “D e u s
vivo” (3.10) e de “S e n h o r de toda a t e r r a ” (3.11,13).
A p r im e ir a ex pre ssã o era ba se para muitas
d e c la ra ç õ e s de fé ( I S m 17.36; l R s 17.1; 2Rs 19.16; Dn
6.20). S o m e nt e o “ Deus v iv o” po de ria ex ec ut a r coisas
tão g ra nd e s como a re cente história que aquele povo
te st em un ha ra .
A s eg u nd a apon ta para aq uel e que tem o
c o n tr o le da nat ure za e que é s ob erano qua nto à doaçã o
da terra ao povo em cu m p ri m e n to às pr om es sas aos
ant igo s pais. Isto soa como um e le m en to de cert eza
para o povo no r e la cion a m e nto co m Deus.
Ali est av am o Deus vivo o líder vivif ica do e
o po vo avivado. Q ua ndo isto a co nte c e só pode hav er
milag res. Q uan do os sace rdote s c om a arca da aliança
to c a r a m as águas do rio Jordão, este se dividiu em duas
partes. Os sacerdotes for am até ao meio do rio e
a g u a r d a r a m o povo co m os “pés e n x u t o s ” pa ss a r (Js
3.14-17 ). Só depois disso é que os s ace rdo te s vieram
para as ma rge ns por ord e m divi na e o rio voltou então à
n o rm a li d a d e (Js 4.15-18).
Antes tinha sido dad a uma ord em para que
um re pre se n ta n te de cada tribo p eg ass e uma pe dr a no
meio do rio e as levasse para o local onde o povo
r e p o u s a ri a naq uel e dia (4.3). C om elas seria ergu ido
um m e m or ia l que marcaria para gera çõe s futuras aquele
feito so br e na tu ral (4.5-7). Seria um “ m e m o r i a l ” de
r e c o n h e c im e n to , de temor e de lo uvor (Js 4.7,23,24).
Deus seria lembrado, rec o n h ec id o e e n g ra n d e c id o de
g e ra çã o em geração.

22
♦ A vitória em J e ri c ó (Js 6.1-5 ,16 -2 1).
O Se n h o r de toda a terra tem o do mí n
sobre as forças da natureza, o episódio da luta e vitória
sobre Jericó en sin a isto.
Po s s iv e lm e n te a origem do nome da c ida de
de Jericó esteja a ss oc ia da a uma div in dad e pag ã
repre sen ta da pela lua.
N a q u e la cidade morav a uma pros tit uta de
nome Raabe. E m sua casa se h o s pe da ra m os dois espias
que foram à c ida de em missão de re c o n h ec im e n to .
Possi vel mente te nh am se ho s ped a do lá por ser um lugar
onde não d e s p e rt a ri a m muitas atenções.
Atra vé s de Raabe eles têm a cert eza de que a
cidade est av a a te r ro ri z a da diante da pre s e n ç a do
exército hum a no do Senhor. Tendo de algu m mod o sido
informado ao rei da pr e s en ç a deles e que eles es ta ri a m
na casa de Raab e, o rei enviou um grupo de ho mens
para prendê-los. Raabe os esc ond eu , deu uma d e sc ul pa
en ga nad ora aos en via dos do rei e depois, em seg ur an ç a
os despediu. Antes, fez com eles um pacto de pr ote ç ão
de sua vida, dos seus fam ili ares e d e m on st ro u tam bé m
a sua adesão à fé no Deus de Israel.
Raabe tinha dia nte de si pelo me nos duas
possibilidades: Pod er ia se j u n t a r ao po v o da cid ad e e
tentar f a z e r gu e rra aos h e b r e u s , ou então, a d e r i r ao
Deus dos he br e us e sa ir da morte p a r a a vida. Ela foi
sábia ao optar pe la vida e não pela morte, e com isso o
Senhor lhe fez um me mo ria l pe rp é tu o de
reco nhe ci me nto , o que tem levado a muitos à de cis ão
por Cristo.
Isto nos mos tra também que se os habitan tes
de Jericó se a r r e p e n d e s s e m e ad er is s e m à fé no Senhor,
por certo a cidade seria poupada.
Qu an to ao relato da qued a de Jericó, a
est ratégia usad a pelo pov o hebreu e o r ie nta da pelo
23
S e n h o r está de sc rit a no texto bá sic o para este
parág raf o.
Os guer rei ros hebreus de ve ri am c on to rn a r a
ci dad e uma vez por dia dura nte seis dias. Ao sétimo
dia, eles ro de a ria m a ci dade sete vezes, os sacerdotes
l e v a r ia m a arca e algu mas trom beta s. Ao sonido das
tro m bet a s, o povo de ver ia gritar (brados de guerra), os
muros da c idade viriam abaixo e Deus a en tre gar ia nas
mão s do seu povo.
A que da do muro foi um ato mi la gro so do
S enhor. Isso mo strou para Israel que o Se nh or dos
e xér ci to s e st a va adiante dele, gue rr e an do a seu favor.

Q u e s tio n á rio

■ A ss in a le com “ X ” as a lt ernat iva s corretas

1. É c oe r en te afirm ar que
a ) | I J osu é (o livro) tem o nome de seu principal
pe rs o n a g e m , Josué, o su ce sso r de Samuel
b ) P l A im p o r tâ n c ia do livro re side no fato das
ba ta lh as terem sido venci da s somen te por força e
e st r a té g ia militar
c)l | O nome Josué si gnifica “sa lv aç ão de J e o v á ”
d)l I J osu é se c h am a v a Oséias, passou a ser
c h a m a d o Josué por d e te r m in a çã o de Calebe

2. A obr a de Josué era desa fia dor a. Dentre os seus


de sa fio s abaixo, aponte para o incorreto
a)| I C o n q u is t a r a terra da p ro m e s sa
b)| I P a s sa r pelos inimigos ha bi lid o so s na arte de
gue rra
c)| 1 D e v o lv e r a moral na relig io si da de
d)[ I R e c o n s tr u ir o templo

24
É incorreto di z er que
a)l I R aab e m o ra v a em Jerico
b ) l I Raabe era a filha do go v e rn a nte em Jericó
c)l I R aab e ho s pe do u os dois espias
d)| I Raabe de m o n st ro u sua adesão à fé no Deus de
Israel

M arque “ C ” para Certo e “E ” para Errado

I I Nos relatos sobre Josué, e nco nt r ad os no


Penta te uco , ve mo -lo sem pr e exib ind o um espírito
serviçal
I I P os s iv el m en te a ori g e m do nome da c id ad e de
Jericó esteja a ss oc ia da a uma div in dad e pagã
r e pre se nt a do por Júpi ter
D e rro ta d o s po r C a u sa do P ecado
(Js 7 e 9)

♦ O P e c ad o de Acã (Js 7.1-12).


Q ua nd o da ba ta lh a co ntr a Jericó, o Se nho r
or de na ra que nada da q u el a c ida de d e ves s e ser tomad o
para uso pessoal. Tu do seria de str uíd o, ex ceto a prata,
o ouro e os vasos de bro nz e e ferro que seriam
c o n sa g ra d o s fa zen do parte do tesou ro do Senhor. Se
a lg u ém fizesse algo c ontrá rio a isso haveria
p e r tu rb a ç ã o no arraial de Israel (Js 6.18,19).
Em d e s o b e d iê n c ia a essa ord e m do Senhor,
Ac ã tomou para si uma capa b a b il ó n ic a bem como uma
ba rra de ouro e certa q ua ntid a de de prata, tudo achado
em Jericó.
“ A n á t e m a ” (m a l d i t o ) - tr a ns lit e ra çã o de
uma pa lav ra grega que sign ifi ca “ m a ld it o ” ou
“ s e p a r a d o ” . Seria o m esm o que algo de dic ad o ao
Se n h o r para a destr uiçã o. Na tra duç ão gre ga do Antigo
T e s ta m e n to (S ept ua gin ta , LXX), esse voc áb ul o aparece
re la ci o n a d o a imagens, altares e objetos sagr ados dos
c an a ne us (Dt 7.23-26). As im ag en s de ouro e prata de
seus deu ses eram “ m a ld it a s ” (Dt 7.26); não de via m ser
g u a rd a d as pelos israelitas, mas sim de str uíd as no fogo.
Se agiss e com avarez a e to m a s se para si aquilo que era
“ c o n d e n a d o ” , isso traria ma ld iç ão sobre a pessoa, bem
co mo para toda a c o n g re g aç ão de Israel, como no caso
de Acã (Js 7 .1 ,1 1, 12,2 0-2 6) . (RONALD F.
Y O U N G B L O O D ; D ic io ná ri o Il us tr ado da Bíblia. I a
Ed. São Paulo - SP: Edições V id a Nova, 2004; pág 63).
U ma vez que as gue rras no pa ssado eram
c on si d e ra d a s santas, tudo o que fosse e s p ó l i o 1 seria

1 Bens que al guém, morrendo, deixou. Despoj os , restos.


26
c onsag rad o ao deus ven ced or. Só por o rd e m dele
a lguém po de ria usar em be n ef íc io próprio algo que
fosse anátema.
Q u a lq u er p e ss oa que d e l ib e ra d a m e n te
lançasse mão do a nát e m a to rn a r- se -ia parte do mesmo,
atraindo sobre si a pena de destr uiçã o. Em J osu é 6.18 e
19, vimos que o Se nh or sepa rou dentre as a nát em as
coisas de valor que ser iam “ c o n s a g r a d a s ” a Ele.
Portanto, o pecado co m et id o por Acã foi duplo:
S Ele tomou algo que d e ver ia ser qu ei ma do, neste
caso uma capa ba b il ó n ic a que muito lhe de spe rto u
a atenção. Era uma túni ca longa tecida com fios de
prata e ouro.
S Ele tomou do ouro e da prata, metais estes que
dever iam ser to ta lm e nte co n sag rad os ao Senhor.
Seu pecado foi um fla gra nte ato de sac rifício e por
isso dev eria ha ve r punição.

Antes de p ass ar ao item seguin te do nosso


estudo, faça uma c o m p a r a ç ã o desse e pi sód io com
aquele de A na nias e Safira en co n tr ad o em Atos 5.1-11.

♦ A exi gência da vitór ia sobre o pe ca do (Js 7.13).


Com o vimos, de vid o o pe ca do de Acã, os
hebreus não saír am vi tor ios os no prim eir o e m ba te
co ntra a cidade de Ai. Josué, muito deso lad o, co nsu lt a
ao Senhor sobre a quela si tuação (Js 7.7-9). Este lhe
responde, de cl a ra n do que fora um ato de vio la ç ão da
aliança divina que oc a s io n a ra todo aq uele dano (Js
7.10-12).
Ato c o ntín uo vem a ord em do Se nhor que é
uma ex igê nc ia su bje ti v a de to ma da de posiçã o para que
acont eç a a vitória c ontr a os inimigos ao redor.
Nesta e xi g ê n c ia e n tend e m os que os inimigos
externos são ve nc id os s om ent e qua ndo o inimigo
27
interno o é p r im eir am e nte . Ou seja, a p ri m ei r a grande
vitória que al gué m pode ter é c on tr a o pecado, seu
maior inimigo.
Ac ã fazia parte do exér cito do Se n ho r apenas
fisic am ent e, visto que sua alma e st a va longe de ser
ob ed ien te, o que o d e s qu a lif ic a va para fazer parte do
e xér cito do D eu s vivo. A d e s o b e d i ê nc ia de Acã coloco u
todo o p o v o sob o j u í z o divino.
C abe aqui uma pa lavra de ex plicação.
N a q ue la é po ca a cr edita va -s e nu m tipo de relação que
d e n o m in a m o s de “rela ção c o r p o r a t i v a ” . Para me lho r se
e n te n d e r isto, pense no corpo hum ano.
Se al guma parte do cor po for atingida, todo o
corpo senti rá dor e não somen te a parte atingida.
A ssim, acr ed ita va -s e que a família
p r i m e ir a m e n te e todo o povo era m re s po nsá vei s pelo
ato c o m e t id o por um de seus m em br os. Na é p oca dos
pro feta s J er em ia s e Eze qui el re s p e c ti v a m e n t e é que
c o m e ç o u a se d e se nv olv e r a idéia da re sp o n sa b il id a d e
in div idu al (ver Ez 18).
C on si de ra re m os , tão s ome nt e, que o Antigo
T e s ta m e n to trata de uma rev e la ç ã o p ro gr es si va de Deus
e m um a m bie nt e tot almente dif e re nt e do nosso de hoje.
A te n te m o s ta m b é m para o fato de que Deus estava num
pr o c e ss o de pre pa raç ã o de um povo a co s tu m a do e
c er ca d o por toda a sorte de idolatria.
Na ordem do Senhor, através de Josué,
e xig e- se um ato de s an ti fic ação de todo o povo para
que o a n á te m a fosse tirado do seu meio e o ju íz o
dev ido à vio la ç ão fosse a fa sta do e, co m isso o povo
voltas se a ser vencedor. O povo e sta va c onta m in ad o
dev ido à de so be di ê n cia . Por isso de ver ia se san tificar
de mod o c e r im on ia l e assim o Se nh or af astaria de sobre
ele o ju íz o.

28
♦ As c o n s eq ü ê n c ia s do pe ca do (Js 7.14-26).
C onfo rm e lemos nos textos acima, Josué
bus ca ao Senhor numa ousad a oração sem ter ciênc ia
ain da do pe cad o c om et ido por Acã. O S e n h o r lhe
res po nd e diz end o que o povo estava sob j u í z o , pois
al gu ém lançara mão do anátema.
Antes m esm o de o Senhor re ve lar quem
houv era d e s e nc ad e ad o todo aquele mal, j á havia
algumas c o n se qü ê nci a s do pecado. ( P r im e ir oj foi o
d e s a g r a d o g eral do S e n h o r ./ E m segundo l u g a r / o po vo
foi derr ota do na batalh a contra. A i e também se tornou
alvo do severo j u í z o do Senhor. Em sua o ra ç ão Jo sué
fala da ve rgo nha p ú bl ic a do povo, e, de Deus.
No caso de Acã vemos que ele de cla ro u o
seu erro, mas não ro gou por perdão. No texto básico
acim a vemos que o tr a n s g re ss o r deveria ser de sc o b e rt o
e punido para que o mal fosse retirado do me io do
povo. Usando um meio c o n ve nc io na l da é po ca para se
s aber a vontade do Se nh or (v. 14: “ ... e será que a tribo
que o S e nh or d e s i g n a r p o r s o r t e ...” - Bíblia A nota da ).
Acã é d e s c o b e rt o e taxado como c u lp a d o (Js
7.10-18). Usan do uma ex pre ssã o solene, onde se evoca
o nome e a glória do Se nh or (v. 19), Jo sué faz c om que
Acã declare o erro com etido , as provas são traz ida s e
estão diante do pov o que nada mais tem a fa z er a não
ser a dest ru içã o do impen iten te.
Ao a p e d r e ja r Acã e tudo quan to tinha, o
povo estava agindo sob ordens divinas e ao mesm o
tempo, estava de se jo s o de retira r o mal do seu meio
voltando à plena c o m u n h ã o com o Senhor.
Sob o cor po dele foi le vantado um mem ori al ,
dessa vez não de lo uv or com o na tr av ess ia do Jordão,
mas para ve rg onha pe rp é tu a e para trazer à m e m ó ri a do
povo as c on se q ü ê n c ia s do pecado. Leia em l C r ô n i c a s
2.7 que Acã (lá c h a m a d o de Acar) ficou na m e m ó ri a do

29
povo co mo o p e r tu r b a d o r de Israel. O local onde ele foi
e xe c uta do c h a m o u - s e Acor que é tr a duz id o como “ vale
da p e r t u r b a ç ã o ” .

♦ E pi s ó d io dos g ib e on it as (Js 9.1-27).


Esse outro episódio m os tra a fragil id ade
h u m a n a dia nte de situações que e n v o lv e m tomad as de
deci sã o sem que se consulte a von tade de Deus.
O cenár io era de uma b a ta l h a muito grande
que e sta va prestes a a con te cer entre uma co nfe de ra ç ão
de c i d a d e s -e s ta d o dos cananeus e ou tros povos da
Pale st ina c ontra Israel (Js 9.1,2).
A gu e rra por acontecer, o que Deus fizera
através de Israel a outros povos (vv 9,10), a ordem de
de st r uiç ã o dos morad ores da terra (v. 24) e a
p ro x im id a d e dos aco nt e c im e nt os de J ericó e Ai fize ram
com que os gib eo nita s tra m a ss e m um plano para salvar
suas vidas. T a nt o em palavras qua nto em atitudes
c o n s e g u ir a m e ng a n a r a Jo sué e ao c o ns e lh o de Israel.
A idé ia principal era a de p re s e rv a r as suas
vidas. Isso eles de ixa m bem claro na pe tiç ão que
fi ze ram “ ... so m o s vindos de uma terra longínqua;
fa z e i , pois, ag or a pac to c o n o s c o ” (v. 6). Diz em ter
vindo de uma terra muito distante. Seu di s cu r so dá a
e n te n d e r que não tinha m ciênc ia do ac o n te c im e n to a
J ericó e Ai.
Nos vers ícu los 9 e 10 fala m dos fatos mais
antigos, se fa la sse m dos im ed ia tos po d e ri a m ser
de sc ob e rto s . C om o po deria aqueles pe re gr in os de um
lugar tão d is ta nt e saber de notícias tão r e c en te s ? Veja
bem que eles c o m b in a ra m os mí n im os detalhes.
Os versí cul os 14 e 15 fala m que Jo sué fez
pacto c om eles e os príncipe s da c o n g re g a ç ã o o
c o nf irm a ra m . A gin do assim houv e mais um ato
flag ra nte de de so b e d iê n c ia a uma o rd e m divina. Textos
com o o de Ê xo do 23.32 e 33 re gi s tra m ordens taxativas
30
do Se nh or co ntra q u a lq u e r tipo de aliança c o m os
moradores de Canaã. Se j u n t a a isso o fato de les não
ler c on su lt ad o a Deus e to m a do à decisão por von ta de
própria.
Israel não foi e n g a n a d o por causa da a stú cia
dos gibeonitas; mas o foi p or qu e não pediu a or ie n ta çã o
divina naquele ne góc io (v. 14). Dias depois, ao se dar
conta do engano, de vid o ao pacto an te r io rm e n te
assumido, Josué não pôde ord en ar a morte dos
gibeonitas; tão s om ent e to rn ou - os vassalos.

A O c u p a ç ã o da Terra
♦ O desafio da c o n q u is t a (Js 13.1).
Na parte final do ve rsículo de Jo su é 11.23,
lemos: “ ... e a terra repous ou da g u e r r a ” , dá a
e nte nde r que houve um períod o de desca nso ou paz.
Isso não significou que tudo estava term ina do. Ao
contrário, muita terra havia ainda por possuir.
Após ve nc e r os pr inc ipa is reis de Canaã, em
memoráveis ba talhas onde o Se nh or agiu de mod o
miraculoso e in co n fu n d ív e l e durante o períod o
temporário de de sc a nso ou repouso como o texto
bíblico diz, Josué re ceb e a o rd e m divina de div id ir a
terra.
O vers ícu lo 1 de J osu é 13 nos afirma que o
líder da co nquist a j á e sta va bem velho. P os s iv el m en te
co ntava naquela altura com a idade entre no ve nta e cem
anos. A citação da idade de Josué serve tão s om ent e
para expl ic ar as raz ões da or de m que seria da da no
versículo 7 em c o m p le m e n to ao vers ícu lo 1, onde
e xp lic itam ent e o Se n h o r dá a ord em de divisão da terra.
O bs e rv e m os ta m b é m que no mesmo ve rs ícu lo em
estudo há um su pe rl ativ o (m uitíssim o), que indi ca não
somen te uma palav ra rela tiv a a algo que não se de ver ia
esquecer.
31
Mais do que isso c olo ca J os ué frente a frente
com os desa fio s que, mesmo de pois de sua morte,
d e v er ia m ser a ss u m id o s pelo povo. Na verdade, depois
do per íod o de div is ã o e a ss e nt am e nt o na terra, o povo
não pode ria c ru z a r os braços. Havia a in da “ m u it ís s im a ”
terra para ser co nqu ist ada .

♦ A pa r til ha da terra (Js 13.7).


A ord em do Sen hor é bem definida:
“R e p a r t e , pois, esta terra p o r he ra n ç a às nove tribos, e
à meia tribo de M a n a s sé s ".
T e r m i n o u a per eg rin açã o; a gora têm onde se
abrigar. O de se rto torna-se uma le m b ra n ça viva e não
morta. Os filhos de Israel tor na m- se he rdeiros da terra
divina, da terra que lhes fora d o a da pelo Senhor.
Portanto, a terra era um pres ente de Deus e por ser
assim de ver ia ser muito be m ad mi ni st ra da . Era o
mom en to da partilha.
O ve rs íc ul o acima faz m e n çã o de nove tribos
e meia. A razão é que Moisés a ten d era ao pe did o feito
pelas tribos de Rúben, Gade e meia tribo de Manas sés
para se a ss e n ta r e m a leste do J ordã o (Js 13.8).
Portanto, a pa rt il h a agora em quest ão era a das terras a
oeste do Jordão.

♦ U m a tribo e speci al (Js 13.33).


Pa ra c o m p re en d e rm o s bem este ve rsículo é
n e ces sár io que prim eir o nos le m br e m os de quem era os
levitas e da raz ão de ser ela uma tribo especial. Como o
próp rio nome o diz: “os levitas eram de sc e nden te de
L e v i ”. A c r e s c e n ta aqui que tempos mais tarde o termo
“ le vi ta ” não foi usado apenas para os de sc e nden te s de
Levi, mas p a sso u a fun cionar co mo um título paralelo
ao de “ s a c e r d o t e ” .

32
Ori g in a lm e nte , c o m o tribo, passou a ter a
predileção divina d e vid a à le al d ad e d e m o n s t r a d a por
ocasião do episó di o do be ze rr o de ouro (ler Êx 32).
Como os s ace rdo te s de ver ia m ser s em pr e da /
casa de Arão, aos levitas fora re s er v a d o o p riv il ég io de
cuidar de tudo o que e st iv ess e relacio na do com o
tabernáculo, inclus ive p r o te g ê -l o para não ser inva did o.
Seu sustento vinha dos díz imos .
Com o a ss e n ta m e n to dos filhos de Israel na
terra prome tida, os levitas c re sc e r a m em de v er es e
influência. Eles pa ss a ra m a fu n c io n a r como ju iz e s em
alguns casos e cu id ar ia m do livro da Lei, de ntre outras
coisas.
As tribos, uma vez e sp al ha das pela terra, não
poderia m ficar sem a p r e s e n ç a de algu ém que a elas ,
min istrasse em nome do Senhor. Vemos nisso o /
cuidad o divino para c o m os demais povos, po d e ri a
oc as io n a r um tipo de co n tá g i o re lig ios o pagão. Daí a
impor tânc ia do trab al ho re lig io s o dos levitas j u n t o às
demais tribos.
Imp or tan te ta m b é m é re ssa lta r a e xpre ss ão
textual de que o “S e n h o r ser ia a sua h e r a n ç a ” . Pelo
menos a duas c on cl us õe s po d e m o s chegar: ,
E m p r i m e i r o l u g a r , vem os ex pre ssa a idéia /
de que o serviço s ac er dot al seria a her an ça dos levitas,
o que em si mesm o j á seria um gra nde privilégio.
E m s e g u n d o l u g a r , o próp rio Deus seria sua
herança, ou seja, de mo do pa rticula r, em su bs tit ui ção
aos pri m ogên ito s de Israel que d e ver iam ser ofertados
ao Senhor, os levitas p ri v a ri a m de um con tato pess oa l
com Deus. Este lhes g a ra n ti ri a o sustento e as bênçã os
com as quais o povo co mo um todo seria alcançado.

♦ U m a p r om e s sa c u m p r i d a (Js 14.6-13).
Este im p r e s s i o n a n te relato traz-nos à mente a
imagem do que sign ifi ca um h om e m nas mãos de Deus.
33
O ver sí cul o 6 faz me nção a C a d e s - B a r n é ia , que se
tornou c onh e c id a c o m o o local da gr a n d e r e be liã o (ler
Nm 13 e 14). Jo su é e Calebe foram os únicos que não
tom ar am parte na rebelião. Q ua ndo C a l e b e e os outros
memb ros do c o m a n d o de verifi ca ção e n tr a ra m na terra
de Canaã, ele ficou im pr es si on ad o c om o local
c h am a do Hebrom.
H avia muitos gigantes na m o n ta n h a de
H eb rom , mas isto não o assustava, por isso, ele pedira
aquela terra co mo her an ça a Mo isés , no que foi
a tendido. En tr et an to , o seu sonho teve que ser adiado
de vido à p e re g ri n a ç ã o como casti go para o povo.
Agora, 45 anos após a prom es sa ocorr e o cu m prim e nt o.
A lg um a s lições são im port an te s neste relato.
C alebe d e m onst ro u ser um h om e m fiel. Ele e Josué
foram os únicos rem a nes c en te s . O p ta ra m por estar ao
lado do Se nh or e não dos rebeldes. C al eb e m os tro u ser
um hom em d e te rm ina do. Note que a palav ra
“p e r s e v e r a n ç a ” ocorr e algumas vezes no texto em
estudo, d e m o n s t r a n d o ser um ho m e m d e te r m in a d o e
corajoso. A idade não lhe era n e n h u m proble ma ,
me smo c o n ta n d o nesta altura da hist óri a co m 85 anos,
afirmou que a sua força era a me sm a de 45 anos atrás.
Os gig an tes c o nti nu a va m em H e br om , mas
não gerav a me do em Calebe. M es m o aos 85 anos ele
c on tin ua va com muita vontade de e x p u ls a r gigantes.
Idade não é pr o b le m a qua ndo e sta mo s nas mãos do
Senh or Deus.

C o m p r o m e ti d o s com o P a ss a d o
♦ T a b e r n á c u lo e rg u id o (Js 18.1-10).
Siló fica va a 16 qu il ô m e tr o s ao norte de
Betei, a p r o x im a d a m e n te (ver Jz 21.19). Q u a n d o o povo
saiu de Gilgal dirig iu- se àquelas pa ra ge ns , e em Siló
e rgueu o ta b er n ác u lo onde esteve por muitos anos.
34
O ta ber nác ulo era de grande valor para os
hebreus. Ele teve div ersos nome s, como, por e xem pl o,
tabernáculo, Tenda da A li a n ça e Casa do Se n h o r (Js
6.24; 18.1; Êx 40.32). Era um san tu ári o móvel de vid o à
peregrinação, que agora se fixou em alguns lugares até
ser subst it uíd o pelo templo em J er us a lé m no te mp o de
Salomão. O seu sign ifica do e st a va in tim am en te ligado
à sua função, isto é, era o local onde o Sen ho r
habitava. Dali o Sen hor c o m a n d a v a a vida do povo. Ali
lile se re unia com os re p re se n ta n te s do povo (Êx 33.7).
_ _____ D u rante a p e re g ri n a çã o , o tab er nác ul o era
(c arre gad o pelos l e v i t ã s ^ ia sem pr e no meio das tribos, o
que pode ria sim boliz ar tam bé m, a^presença do Senhor"^
no meio do povo irr adiando o seu g r a n d ê p o d e r .
O bs ervem os ta m b é m que o le va nt ar do
ta bernáculo se deu antes da di v is ã o total da terra. Duas
partilhas j á tinham sido feitas. A primeira na região
leste do Jordão e a se g un da a oeste do rio fronteiriço,
partilha feita entre as tribos de Judá, E f ra im e
Manassés. Agora, antes da terc eir a partilha, o
ta bernáculo é erigido em Siló.
O propó si to era fa z er o povo não se e sq u e c e r
da a dora ção regul ar ao Se n h o r c on for me m a n d a v a a
Lei. Quan do a tenda ia no me io do povo, no pro ce sso
de c am i n h ad a pelo deserto, era fácil de ser vista. Agora
as tribos estariam es pa lh a das por diversos e dista ntes
lugares. Assim, o ta b er n ác u lo em Siló co n ti n u a ri a a
servir-lhes como refe re nci a l de a dora ção e ob s er v ân c ia
bem co mo de le mb ran ça da pre s e n ç a do Senhor em seu
meio.

♦ As cidad es de refú gio (Js 20.1-9).


Dentre as p re c au ç õ es tomadas por Josué,
segu nd o orientação divina, es ta va m as cidades de
refúgio. Que elas re p r e s e n ta v a m para Israel?

35
Havia no código legal dos h e br e us um
princíp io que era c h am a do de Lei do Talião, c o n h e c id o
como a lei do “ olho p o r olho, dente p o r d e n t e ” (Ex
21.24; Lv 24.20; Dt 19.21), c o n fo rm e a última
referência, este pr inc ípi o foi r e a fi rm a do por M oisés
qua ndo da re pet içã o da Lei nas pla nícies de M o ab e (o
nosso D eu te r o n ô m io ), pouco antes do início do
process o de c on q u is t a e possessão de Canaã.
A ra zão maior da exi st ênc ia das cid ade s de
refúgio era a p ro te ç ão dos hom ic ida s i n v o l u n t á r i o s . Na
Lei do T a li ã o , o parente mais p ró xi m o da vítima
fun c io na ria co mo uma espécie de v in g a d o r de sangue
(g o e l ). Entr et ant o, poderia hav er algu m e x a g e ro ou até
mesm o al gu ma c onfu s ão entre o que é volu n tá ri o ou
involuntário.
O v in g a d o r de sangue, por u m a em oç ã o
c ir cu nst an cial , po de ria exer cer ju íz o sobre al g u ém que
se tornou um hom ic id a involuntário. Para que ho uve sse
um tempo de re flexão , o ho mi ci da de ve r ia pro c ur a r
uma c ida de re fúg io e colo car a sua c au s a diante dos
anciãos que nela hab itavam.
Na c ida de refúgio teria proteção. Sua causa
seria a vali ada por uma c on gre gaç ão, e ele pode ria
voltar à ci dad e natal quando da morte do sumo
sacerdote em e xe rc ício de função naqu ele s dias (Js
20.6). Josué, em c um pri m e n to à or d e m d iv in a dada a
Moisés, sep a ra algu ma s cidades a leste e oeste do
Jordão.

♦ í As c id ad e s dos levitas (Js 21.1-3).^


L O Se n h o r separou o m e lh or para a tribo
sacerdotal. Ela não deveria sair m e n d ig a n d o dia nte das
outras tribos; ao co ntrário, deveria re c e b e r o me lh or a
fim de re a li za r b e m o seu mi nistério j u n t o a todas as
demais tribos. Segundo lemos na r e f e r ê n c ia de

36
Números 35, os levitas d e v e r ia m re ceb er 48 ci da de s
tias quais 6 seriam cidades de refúg io, co nf orm e vimos
acima. Em Josué 21.41 vem os o c u m p ri m e n to literal
dessa pro messa.
A grande lição que tir am os daqui é que Deus
sempre se p reo cu pa em dar o m e lh o r para aq ueles que
se de di ca m a Ele. O Senh or qu er que os seus obre iro s
sejam ho nra do s e tratados com d ig ni da de em iodo s” os
âmbitos de vida, paFa~quê p o s sa m de se n v o lv e r be m a
missão a eles co nfi ad a pelo Senhor. Afinal de con tas a
IJÍblia fala que digno é o o br e ir o do seu sustento.

♦ A lt a r do t e s te m u n h o (Js 22 .1 0 -3 4) .
A história do altar do te st em un ho é reple ta
de lições im port ant es para a no ssa vida. D es ta c am os
primeiro uma lição sobre: a p r e c a u ç ã o .
As tribos que e s ta v a m a leste do J ordã o
(Rúben, G ade e meia tribo de M an a ssé s) , senti ndo que
no futuro pode ria hav er al gum tipo de di s c r im in a ç ã o
contra os seus filhos, fa z e m um altar, mas não
infor mam às demais tribos a sua intenção. Não se
precav er am quanto a isso.
As outras tribos a oeste do Jordão, a ch an do
que era um ato de idolatria, c o lo ca m -s e em pé de
guerra. Talvez dev ess e prim eir o m an dar os
men sag ei ros para sabe r da inte nç ão daqueles outros.
Entretanto, houve um ato de sabedoria; antes de
partirem para o c on fro nt o a rm a d o re s ol ve ra m pe d ir
e xpl ic açõ es, no que for am p ro n ta m e n te atendidos.
A co n clus ã o que c h e g a r a m é que o altar não
serviria para fins de a do ra çã o e, sim, para fins de
m a n ute nçã o da m e m ór ia da fr at e rn id a d e entre as tribos
do leste e oeste do Jordão. D e sf e it o o ma l-e nte n di d o,
lodo o Israel se alegr ou, louvou ao Se nh or e de cla rou
que o Se n ho r é Deus.

37
A D e s p e d id a do L íd er
♦ Jos ué, j á vel ho, e xo rt a o povo (Js 23).
Seu d is cu r so tem três divisões:
(1) R e trosp e c to (1-4). Aqui ele atribuiu toda a
vitória a Deus. Fala do cu m p ri m e n to ple no das
prome ssa s (v. 14);
(2) Cons elho (5- 10). O co nselho que ele dá é
co ra ge m (v. 6); ob e diênc ia (v. 6); s ep a ra çã o (v.
7); e por último, de suma importância: “ uni-v os a
J eo vá vosso D e u s ” (v. 8), Veja-se Atos 11.23;
(3) Avis o (11 -16). O aviso é co ntra o “va lo r e unir-se
ao restante das nações” (v. 13). C on tra
a rm ad ilh as, laços, açoites e espin hos (v. 13), co m
o perigo de “p e re c e r desta boa te r r a ” (Goodm a n) .

♦ “E s c o lh e i hoje a quem s i r v a i s ” (Js 24.15).


Este foi o fa mo so desafio de J osu é no fim de
sua vida, q u a nd o ele reuniu as tribos em Siquém.
Vend o a t e nd ên c ia do povo para a idolatria, avi sou -o s
do perigo de p r e s u m ir que estava m servindo ao Senhor,
sem o ser vir na realidade. O povo reagiu
fav o ra v el m en te à solene ch am a da de c o n s a g ra ç ã o e
aust eridade, o que p r op or ci onou um final feliz a este
livro de fé e vitória.

♦ A mo rte de J o s u é (Js 24.29)


M or re u de velhice, e não, ap es a r de ser
guerreiro, na batalha. É notável que Lutero, nos tempos
de tantos ma rtí ri os (veja-se “H is tó ri a do
C r is ti a n is m o ” ), fa le ceu tr a nqüil am en te na cama, na sua
vila natal.

38
♦ C on c lu s ão .
“Is rae l serviu a J e o v á todos os dias de
Jo su é ”. E e xt ra or di ná ri o o que a de v o ç ã o e o e xem pl o
ile um só ho m e m de Deus p o d e m co nseguir.
V em os ta mbé m os ossos de José sepu lt ado s
em S iq u é m (Js 24.32) depois de tere m sido levados
pelos israel it as em todas as suas per eg rin açõ es.
Em Josué 24.19, em vez de ‘W ão p o d e is
servir ao S e n h o r ”, de vem os 1er “ N ão cesseis de servir
ao S e n h o r ” .

Q u e s tio n á rio
■ Ass in a le com “ X ” as a lt e rn at iv as corretas
(). Em d e s o b e d iê n c ia ao Senhor, tomou para si uma
capa b a bi ló ni c a be m como uma ba rra de ouro e certa
qu a n ti d a d e de prata, tudo a ch a d o em Jericó
a)l I A cab e
b)J>cl Acã
c)l I Acaz
d)l I Abir ã

7. T r a m a r a m um plano para s alv ar suas vidas.


E n g a n a ra m a J osu é e ao c o n s e lh o de Israel, que
fizeram pacto com eles, sem c o n s u lt a r a Deus
a ) 0 Os gib eonitas
b)| I Os a ma le quita s
c)| I Os moabitas
d)l I Os filisteus

K. É in c er to dizer que
a )|c l De ntr e as pre c au ç õe s to m a da s por Josué,
s eg un do or ie nta çã o divina, e st a v a m as cidades
de refúgio
b)[c1 A Lei do T a li ã o , dos he breus, é co nh ec id o
c om o a lei do “olho p o r olho, dente p o r d e n t e ”
39
c )k üA raz ão m a i o r da existên cia das cid ade s de
r ef úgi o era a pr ote ç ão dos ho m ic id as vol untár ios
d ) 0 Na Lei do Talião, o parente mais p ró xim o da
vítima f u n c io n a r ia como uma e sp éc ie de
vin ga do r de s an gu e (g o e l )

■ M ar que “ C ” para C erto e “E ” para Errado

9- HD “ A n á t e m a ” - tr a ns li te ra çã o de uma pa lavra gre ga


que si gnifica “ b e n d i t o ” ou “ fazer o b e m ”
10. [ 3 Aos 85 anos C al eb e recebe a terra que pediu a
Moisés, a terra de Hebrom. Hav ia gi ga nte s ali,
mesmo ass im não temeu

40
Lição 2
A Teocracia - Juizes e Rute

A Grande D esorientação
A u t o r : D es c on he c id o.
D a t a : 1050-1000 a.C.
T e m a : Ap ostasia, O pr ess ão , Li bertação,
Arr ep en dim en to .
P a l a v r a s - C h a v e : Fez o Mal, Clamou,
Libertou, Jul gou , Es pí ri to do Senhor.
V e r s í c u l o - C h a v e : Jz 17.6

O A u to r

O autor do livro é de sc o n h e c id o , o Talmude


,i Iri bui a au toria a Samuel, opini ão que talvez esteja
próxima da verdade. Em I C r ô n i c a s 29.29, são
mencionadas as “crônicas de Samu el, o v id e n te ” .
O livro regis tra o tempo em que os juize s,
s h o f e t i m ” , at uaram em Israel, e daí o nome.

D ata

O livro de Juizes c obre o pe río do entre a


morte de Josué e a ins tit uiç ão da mona rqu ia . A data
real da c om posi çã o do livro é de sc onh e ci da . No
entanto, evid ênc ia s internas in d ic a m que ele foi escrito
durante o período inicial da m o n a rq u ia que se seguiu à
1'oroação de Saul, po ré m antes da c on quis ta de
J erusalém por Davi, cer ca de 1050 a 1000 a.C.
41
Esta data tem o apoio de dois fatos:
1. As palavras “ na qu e le s dias, não havia rei em
Israel" (Jz 17.6) fo ra m escritas num pe río do em que
Israel tinha um rei.
2. A decla raç ão de que “ os j e b u s e u s ha bi ta r am com os
filh os de B e n ja m im em J er us a lém até ao dia de
h o j e ” (Jz 1.21) a p onta para um períod o an ter io r à
co nq ui st a da c idade de Davi (2Sm 5.6-7).

Após a C o n q u is t a da T erra

♦ As novas c o n q u is t a s (Jz 1.1-36).


Qua nto às novas co nquistas nar radas no
capítulo 1 de vem os vê -las ta mbé m com o c on qu is ta s
in co mp le tas e nal guns casos temporários. Por e xe m pl o,
lemos no ver sí cul o 8 que os filhos de Judá to m a ra m
Jer usalém. Uma vez que a cidade de J er us a lé m só foi
co nq ui st ad a por Davi (2S m 5.6,7), to rn a nd o- s e ci dad e
real, en ten de mo s que a c o nq ui st a que o livro de Juizes
faz me nção é te m p o rá ri a e parcial.
O m e sm o p od e-s e dizer, a título de e xem pl o,
de Gaza, A sc a lo m e E c r o m (Jz 1.18), c id ad e s -e st a d o
dos filisteus. O certo é que houve novas co nqu ist as ,
mas que não fo ra m totais.
Muitas cidades canané ias c on ti nua ra m na
terra até mesm o em pa cíf ica co nv iv ên c ia co m Israel, o
que se co nsti tu ía numa flagrante atitu de de
d e so be di ê nci a ao Senhor.

♦ A d e s o b e d iê n c ia a Deus (Jz 2.1-6).


O Anjo do Se n h o r (Jz 2.1) deve ser
en tendi do com o o Se n h o r mesm o se m a ni fe st an do
através de um ser an gelical. Era uma das muitas for mas
do Senhor se m a nif e st ar no tempo do AT (ver Hb 1.1).

42
For a uma m a nif e st aç ão de exortação. Israel
pecara d e ix an do de c um prir c om a sua parte no pacto,
fazendo a li a nça com os m or a dore s da terra em total
de sob ed iê nci a ;ao —--—
----
Se nho
— j
r (v. 2).
E si nt om á tic a a p e r g u n ta e nc on tr ad a no
versículo 2b: ( “Por que f i z e s t e is s o ? " ) A res po sta
colocava o povo frente a fren te com a sua
incredulidade no poder de Deus, com a sua fr agili dad e
d e ixa ndo -se c o nd uzi r ou levar pe los padrões ex ter no à
fé, c om a in dif ere nç a qua ndo aos atos históricos do
Senhor o seu favor. Mais do que isso, o povo estava
ngora sendo co nf ro nt a do com os resu ltado s da sua
de so be diê nc ia e so freria os danos da mesma.
O ve rsículo 3 a p re se n ta três palavr as de
juízo:
■ / N a prim eir a,/ o Sen hor que h o u v e ra la nça do fora
os inimigos até então, o Se n h o r que a ssu m ira a
c aus a de Israel não mais b a ta l h a ri a por ele n a q u e le
mom en to.
* | E m segundo lugar, os povos da terra seriam uma
e sp éc ie de \“pe dra no s a p a t o ” de Israel;
■ y Fin a lm e nte , Israel se veria e n re da do pelos deuses
deles o que levaria de uma sit ua ção de livre à de
s u b s e r v i ê n c i a 2.

♦ O pe ca do e sua c o n s e q ü ê n c ia (Jz 2.11-15).


O pe cad o c om et ido por Israel, na prática, foi
e nvolv er -s e com os povos da terra d e ix an do - se atrair
por sua relig ios ida de, foi c er ta m e n te c la ss ifi c ad o como
ro mp im en to da sua parte na aliança. Os deuses
cana ne us a que o ver sí cul o 13 faz menção estão

Rel at ivo a, ou que constitui sintoma.


' Quali dade, modos ou pr oc e di me nt o de s ubservi ente; servilismo,
s ubmissão.
43
in ti m a m e n te a sso ci ado s co m o que é c onh eci do com o
“cu lto da fe rt il id ad e ” .

♦ D e u s levanta j u i z e s (Jz 2.16- 19).


Mo vido pelo a ut o -a m or, o Senh or se
c o m p a d e c e do s ofri me nto de Israel e s u s c i t a 1 jui z e s ou
libert ad ore s. Estes eram na m a io ria líderes militares
que de se n v o lv ia m tam bé m a ti vid ad es religiosas e civis.
E r am homens tomados de modo temporário pelo
Espí ri to, o que os ha bil ita va para uma ação libertadora.
Iniciou-se aí uma é po ca que ficou c on he c id a
co mo o domí nio do ca ri sm a ou o períod o dos líderes
cari smá tic os .

D ébora e Gideão: Juizes V alorosos

♦ A c h a m a d a (Jz 4.4-9).
O opre sso r era Jabi m, rei de Canaã, que
re in a v a em Hazor, cujo c o m a n d a n te de suas forças era
Síse ra (Jz 4.2), o qual tinha a sua di s pos iç ão 900 carros
de c om b at e (Jz 4.3).
Ha zor era uma cidad e que se de sta cav a
den tre outras próxim as. De lá, J a b im co m an da va uma
c o n fe d e ra ç ã o de c id a d e s -e s ta d o como go ve rna nte
principal, co nf e d er a ç ão esta que por 20 anos oprimiu a
Israel.
Nessa época, Déb ora, a profetisa, ju l g a v a a
Israel nal gum lugar entre R am á e Betei. Era uma
mu lh e r com grande d e st a q ue de vi do às funções que
exercia. Aliás, para a época, era algo muito raro uma
mu lh e r exer cer funções de ss a natureza.
Ela enviou um m e ns a ge ir o a Baraque,
ex o rt a n d o -o a que, o b e d e c e n d o à c on vo caç ão divina,

1 Fazer aparecer. Levantar


44
reunisse o povo e os pr e pa ra s s e para a b a t a l h a cujo
final já e st a v a d e fin id o pelo Senhor, isto é, o Senhor
entregaria os o p re s so re s ao exér cito de Israel.

♦ Gid eão - c h a m a d a e dú vid as (Jz 6.11-24; 36-4 0) .


Dep ois de 40 anos de d e sc an so o p ovo v o l t o u
;i fazer o q u e era mau aos olh os do Se n h o r e este os
entregou nas mãos dos midianitas. e aos (s a q u es Jdos
amalequitas e outros povos do deserto. Par a lib e rta r o
povo da s itu açã o de opres são o Se nho r c o n v o c o u a
(íideão, que ta m b é m ficou co nhec id o com o Jeru baa l.
Para ob te r c o nv ic ç ã o de sua c h a m a d a , desde
o início G ide ão pe diu provas ao Senhor. A p rim eir a
estava r e l a c io n a d a a uma ofere nda que foi ace ita e
con sumida pelo anjo do Sen hor (Jz 6.17-21). As outras
estão em Jui zes 6. 3 6 -4 0 (o velo de lã e o orva lho ) e
Juizes 7.9-14 (o sonh o do so ldado m id ia n it a e suas
interpretações).
G id e ã o é c h am a do de varão va lo ro s o (Jz
6.12). A c r e s c e n t e m o s a isto ta m b é m a vi rt ude da
prudência. Ele e st a va ma lh an do o trigo no la rg a r (um
espaço e s c a va do nu ma rocha) e não na eira, onde
estaria a d e s c o b e r ta e sujeito à p i l h a g e m 1 dos inimigos.
Ele c o n tr a s ta a pa lav ra “ v a l o r o s o ” da
saudação an gel ic a l c om a sua pe quene z. A isso o
Senhor re s p o n d e c om a infalível fórmula: “ ... eu hei de
ser c o n tig o ’’ (Jz 6.16).
A seguir, o Deus que é pro v a d o m o s tr a que
lambém é o Deus que prova. Dá a G id e ão a m is são de
(d es tru ir os ídolosj q u e eram adora dos por seu pai (Jz
6.25-32). A o b e d iê n c ia im e di a ta dele atesta
pub licamente de que lado ele estava.

Furto prati cado pelas t ropas que ocupam ci dades conqui st adas
ern combate, saque.
45
♦ A vit óri a sobre os m id ia n it a s (Jz 7.1-25).
O Senhor pr o m e te ra a G id e ão uma vitória
r e tu m ba nt e . A glória divi na não de ve r ia ser e c l i p s a d a 1
pela e st r at é g ia humana. O povo c o m o um todo de ver ia
saber que o Senhor e sta va na v a n g u a r d a da batalha.
Dos trinta e dois mil que esta va m reunidos,
vinte e dois m i l r e tr o c e d e ram (Jz 7.1-3). En fr e nt ar os
i ni m ig os com um exér cito de ap ena s dez mil homens
era c o m o assinar um a te s tado d e óbito. Mas, o Sen ho r
ord e no u um outro teste, que r e d u z iu ainda mais o
c o n ti n g e n te de Israel.
No teste, das águas (vv. 4-7), os que foram
vi gi la nte s, em número de tr ez ent os , for ma ram o grupo
de guerra. Podia p a re cer louc ura para muitos, mas, para
G id e ão e os trezentos valent es r e pr e se nta va fé
mi la gr os a , não era uma qu est ão de números; era uma
q ue st ã o de poder e podei^espiritual, eles ti nham cert eza
que a inferioTidade nu m é ric a era só ap arência, sabiam
que m a io r era o que e sta va c o m eles do que os
e xér ci to s dos inimigos.

J efté e Sansão: F ra c a s s o s e Vitórias

♦ A c h a m a d a de um e xil ad o (Jz 11.1-11).


O povo opri mi do c lam a ao Senhor que lhe
r e s p o n d e fazen do- lh e um de sa fio que tinha como
p ro pó s ito o r om pi m en to co m a vida de idolatria que
l e v av a (Jz 10.10-14). Israel, mais uma vez e nre dad o em
sua pr ópri a d e so be di ê nc ia e a po sta si a, prisio ne iro de
sua p ró pr ia escolha, agora está fren te a frente com uma
no va decisão.
M uito si gn ifi ca tiv o é o final do versículo 16,
na versão da Bíblia de E st udo Pen teco sta l: Então,

1 Que per deu o brilho; apagado.


46
se angust io u a sua alma p o r ca usa da d e s g r a ç a de
I s r a e l Os ve rs íc ulo s segu intes fala m de r e u n iã o dos
homens de Israel em M isp a (que si gnifica T o r r e de
vigia), para gu e rr e a r e m c ont ra os amonitas.
E nt re ta nt o, não havia uma p e ss oa para
comandá-los. L e m bro u- se , então, de Jefté. Es te se
(ornara líder de b a nd ol ei ro s depois de ex pu lso de casa
pelo pre c once ito de seus irmãos (Jz 11.1-3). Era filho
da relação de seu pai com uma prostituta.
C e r ta m e n te sua fama correu longe ; ele é
chamado de “ h o m e m v a l o r o s o ” em Juizes 11.1. O
convite dos anci ão s de Gil ead e (observe que o pai de
Jefté tem o m e sm o nome da região ou clã) era algo
irrecusável. Ele seria o principal sobre a re giã o mesm o
depois da guerra, caso fosse vencida. Após fe c h a re m
acordo, o p r o s c r i t o 1 volta a terra como herói.

♦ Um voto in d e v i d o (Jz 11.30-40).


A pr im e ir a me did a de Jefté foi tenta r ev ita r a
guerra pelos meios diplo má tic os . Em Juizes 11.12-28
os dois povos, atra vés de seus re pr e se nta nt e s maiores,
argumentam sobre o direito de posse de terra.
De um lado os amonitas a re iv in d ic a m
usando com o re fe re nc ia l o direito natural de
propriedade, ou seja, ha bi ta vam lá antes dos hebr eu s
chegarem. Por outro lado, os israelitas a r e iv in d ic a m
com base no direito div in o de doação. Por fim, o rei de
Amom não faz caso das palavras de Jefté e a guerra
então é confi rma da .
Antes da g u e rr a Jefté faz um voto ao Senh or
(Jz 11.30,31). O f e r e c ia m em holo c au s to (oferta
queimada), quem saísse prim eiro da porta de sua casa
indo-lhe ao e nc o n tr o depois da vitória. Há muitas

1 Aquele que foi d es ter rado; emigrado.


47
te nt a tiv as de se mi nim izar os p ro b le m a s deste texto,
visto que qua nd o ele voltou quem lhe saiu ao encontro
de m o d o fest ivo fora sua única filha.
Jefté, qua ndo chefe de bandoleiro,
pr e s en c ia ra a muitos sacrifícios hu m a n o s entre os
povos ao redor. Ele não era n en h u m e st udio so da lei de
M oi sé s que, aliás, estava muita e s q u e c id a por aquela
é poc a e proib ia esse tipo de oferta.
H a via em sua mente o ofe re c i m e n to de um
s ac rif ício huma no, pois a e xp re ss ão he braica para
a quele que sair da porta de minha casa, só poder ia ser
a p lic ad o à pe sso a e nunca a animal.

♦ Sansã o: N a sc im en to , deslizes e vi tór ias (Jz 13-16)


Sans ão seria n a z i r e u 1. Isto sign ifi ca que sua
vida de ver ia ser co ns ag rad a in te gra lm e n te ao Senhor.
Sans ão era um ho m e m sobre o qual
r e p o u s a v a as expec tativa s de libe rta ção . Mas, ele era
um ho m e m cheio de deslize moral que, ao co ntrário de
parti r para a luta contra os filisteus, re la ci on a -s e com
eles e até m e sm o toma para si mulh ere s filistéias.
Depois de uma série de os ci la ç õe s , Sansão se
a feiço a a uma outra mul he r filistéia, cujo nome era
Dalila e que ex erce sobre ele um gra nde pode r de
pers uas ão.
O Sen hor o ab an do no u à pró pr ia sorte (Jz
16.20). San são foi preso pelos fil isteus, tornan do-s e
e sc ra vo e red uzi do a um traba lho vil (Jz 16.21). Os
filisteus va za ra m -lh e os olhos.
Na sua cegueira física, ele c on te m pla a Deus
co mo nunc a antes acontecera. Ele c on te m pla as vitórias
an ter ior es co ntr a os filisteus (Jz 15.14-20) numa
p e rs p e c ti v a de fé e não na c o n f ia n ç a mera em suas

1 S igni fica ser separado e c on sa gr ado ao S enho r por um período


de t empo ou por toda a vida.
48
próprias forças. Q u a n d o levado ao templo de D a g o m ,
divindade ma ior dos filisteus, de fi n it iv a m e n te to m a as
dores de Deus que ele bla sfem a ra e que ag ora era alvo
do escárnio dos filisteus.
Num ato de fé roga a Deus que lhe c o n c e d a
força como antes. Nu m mo m e nto de fé, o que é
atestado pelo autor de Ju izes, na morte S a n s ão tem
maior vitória que du ra n te todos os seus feitos em vida
(Jz 16.30). Isto p or qu e sua última vitória fora à vi tó ri a
da fé.

A In f lu ê n c ia do Líder
♦ Otniel e Eúde: 120 anos de paz (Jz 3.7-30).
O relato sobre Otniel é curto, isto é, não tem
muito recheio co mo os de mais. Note mos que este é o
relato in tr odutó rio às av en tu ra s dos Juizes que te rm in a
com a saga de Sansão.
O que se de sta ca nele (Jz 3.7- 11) é a
soberania do Senhor. Ele entre ga os israelitas às mãos
tios m e so pot âm ic os e de poi s entrega os m e s o p o t â m ic o s
nas mãos de Israel. Ele é quem separa a Otniel e o
capacita com um po d e r especial pela infusão nele do
Iispírito. C a p a c it a d o pelo Senhor, atua com o li b e rt a d o r
e ju iz de Israel, o qual tem um períod o de 40 anos de
paz.
Após sua mo rt e o povo volta a fazer o que
cra mal aos olhos do Se n h o r e o entre ga à o p r e s s ã o de
Eglon, rei dos m o a bita s, que ch efi and o uma c o a li z ã o de
povos invade o territ óri o de Israel to m a nd o
tempora ria me nte o que sobrou de Jericó ( c id a de das
palmeiras v. 13). Por 18 anos Israel ficou s e r v in d o a
Kglon até que o Se n h o r levantou a Eúde, um ho m e m
canhoto da tribo de Benj am im .
Ele ar qu it e to u um plano bem pe n sa d o em
Iodas as suas minú ci as. Fez para si uma p e q u e n a
49
e sp a d a de 30 centí metro s, c o l o c a n d o -a no seu lado
direito. Leva tributos a Eglon e co mo bom v a s s a l o 1
c o n s e g u e uma entrevista secreta com o rei.
Para co n se g u ir a en tre vi st a com o o b e s o 2
Eglon, ele disse ter uma palavra da pa rte de Deus. O rei
ima gi no u que iria receber algum orá c ul o ou uma
m e n s a g e m esp ecial, visto que Eú de usou o título
g e nér ic o Deus, c onh eci do de outros povos e não o
nome pessoal da div indade única de Israel ( Ya hw e h ,
tr a duz id o em nossas Bíblias como Senhor).
Com a morte do rei, os moa bitas ficaram
de sm o r a li z a d o s, foram pe rs eg ui do s , muitos foram
mortos e houve paz na terra por 80 anos.

♦ A b i m e l e q u e , um ju iz sem ju íz o (Jz 9.1-57).


O nome A bim eleq u e sig ni fic a “meu pai é
r e i ” . Na ver da de quem aspirou e lutou para ser rei foi
ele mesmo.
Esta é uma história sangrenta. Em Juizes
8.31 ele é a pr ese nta do como filho de G ide ão com uma
c o n c u b in a de Siquém.
G id eão tinha 70 filhos legítimos que
p o d e r i a m ser líderes em Israel após a morte do seu pai.
E n tr et an to , A bim e le q u e co nv en c e aos mo radores de
Si qué m de que ele mesmo é que de ver ia gov er na r sobre
eles visto ser nativo da quela região. U ma vez apoiado e
co m rec ursos vindos do templo que havia em Siquém, o
c o n s p ir a d o r vai à casa do seu pai e comete uma
ve rd a d ei r a car nificina, matan do os seus 70 irmãos
sobre uma pedra, consti tui ndo -se, a seguir, rei sobre
uma pe q u e n a região (vv. 41,50), com apoio popular.
O que c o me ça mal, a rigor, cam in h a para
te rm in a r mal. A bim eleq u e reinou de modo turbulento

1 Que paga tri but o a alguém. Sub ord in ad o, submisso, súdito.


2 E xc e ss iv a me nt e gordo, e de ventre proemi nente.
50
durante 3 anos. Jo tão filho mais novo de Gideão, que
escapara ao m ort ic ín io pr o m o v i d o por A b im e le que,
através de uma pa rá b o la an un ci a a ruína da q u el e
e m pre en dim en to (vv. 7-21), o que aconteceu algum
tempo após a profecia.
Depois de atos de c onsp ir aç ã o e d e sm a nd o,
onde a na tureza ímpi a e vio le nta de A b im e le q u e é
apresentada de m an ei ra viva, este morre at in gi do
primeiramente por uma ped ra que fora lançad a de uma
torre por uma mulher. Antes de mo rr er pede a seu
escudeiro que o tras pas s e com a esp ad a para não ser
lembrado como al guém que morreu pelas mãos de uma
mulher, no que foi a tendi do (vv. 50-57).

♦ Tola e Jair: 45 anos de j u d i c a t u r a 1 (Jz 10.1-5).


Esses dois ju iz e s são co ns id erad os Jui zes
Menores. Sobre Tola há me n çã o de que o S e n h o r o
levantou para livrar a Israel (v. 1).
Diz ta m b é m o texto bíblico que ele ju l g o u a
Israel por 23 anos. Po s s iv e lm e n te a ação dele, bem
como a de Jair, te nha se limitad o mais às funçõe s
judic iais, isto é, a i n t e rp re ta r as leis e aplicá-las.
Sobre Jair, as in fo r m aç õe s são escassas. A
citação que é feita sobre o núme ro de filhos, o meio de
transporte que u s av a m e o número de cidades que
possuíam, indica que era um h om em de po si ção
pro eminente ju n t o ao povo.
N a qu el a época, o uso de cavalos ou j u m e n t o s
como montaria era i n c o m u m ou muito raro em Israel, o
que c on fi rm a a pos iç ã o de Jair. Foi ju iz por um pe río do
de 22 anos.

1 Poder de j ul gar, cargo ou di gni dad e de jui z; magistratura.


51
Q u a n d o Falta L id e ra n ç a

♦ Ibsã, Elom e Abdom: 25 anos anônimos (Jz 12.8-15)


Ibsã ju lg o u a Israel por sete anos (v. 9). O
que s ab em os a seu respeito estão aqui (vv. 8-10). Sua
posição social de pr oem in ên cia e a tes ta do pelo número
de filhos e pelo fato de ter sido ju iz em Israel.
El om (vv. 11,12) foi j u iz na terra de
Z e bu lo m por 10 anos, exceto sua nat ura lid ad e e
s ep ul ta m e nto nada mais sabemos sobre ele.
Após sua morte, ju lg a a Israel Abdom, o
efraimita. Os núme ros atribuídos à qua n ti d a d e de filhos
e netos a tes ta m seu prestígio e p os iç ã o social (vv. 13-
15). A du raç ão de sua ju d ic a tu ra foi de 8 anos. Estes
fa zem parte daqueles heróis a nônim os , ou quase
anônimos.

♦ A convivência com o pecado (Jz 17.1-13).


Israel se permitiu sofrer de uma enfe rmi da de
cuja m a ni fe st a ç ã o ma ior ch ama-se, in sen si bil ida de . E o
que vemos na história de Mica (Jz 17 e 18).
Ess a história tam bé m se p res ta para informar
sobre a m ig ra ç ão dos danitas para uma região mais ao
norte, p o s si v e lm e n te devido à p ro x im id a d e do seu
te rritório original com o dos filisteus, e a opre ssã o que
estes im p u s e ra m àqueles.

♦ A ausência de liderança (Jz 18.1-30).


A nota triste e n co ntr ad a em Juizes 17,6
atesta a situ açã o de anarquia que tom ou con ta de Israel:
“N a q u el es dias não havia rei em Israel, cada qual
f a z i a o que p a r e c i a bem aos seus o l h o s ”. Ap liq ue mo s
isto à his tória de Mica. Ent ram na hist óri a os danitas
(Jz 1 8 .Is).

52
Altos e B aixos de um Povo
♦ Uma triste história (Jz 19.1-30) .
Esta é a his tória de um crime sexual
praticado por pessoas se x u a lm e n te pe rvertidas e que
ilcu oc asião a uma gue rra civil em Israel.
Tudo co me ç ou qua n d o um levita foi a B el ém
de Judá em busca da sua c o n c u b in a que o a b an d o n a ra
por de sg os ta r dele e a du lte rar c ontr a ele (vv. 1,2).
A int enção do levita era positiva, pois no
versículo 3 a traduç ão literal é que ele foi à casa do pai
da moça para falar ao co ra çã o dela. Sendo bem
recebido pelo pai da moça, ficou em sua casa mais dias
do que tinha planejado. Ao final, tendo c o n se gu id o
1'alar ao coração de sua c oncu bin a, la nço u- se no
caminho de volta à casa l e v a n d o - a consigo. C om o o dia
estava preste a te rminar, ao c on trá rio de se h o s p ed a r
numa cidade e st r an ha (vv. 10-12), foi a Gibeá, que
estava no território de Benj am im .
Lá n in gu é m da cidade lhe co nc ed eu
hospedagem, o que m os tra a natureza dos seus
habitantes. Por fim, um e fr a im it a que morav a em Gibe á
ofereceu-lhe a casa para pa s s a r aq uela noite numa
nobre atitude para com aq uele levita. O ancião que
hospedara aquela p e quen a c om it iv a sabia da nat ure za
má dos homens de Gibeá, por isso convidou o lev ita e
os a co m pa nha nt es a p e rn o it a re m em sua casa.
Ob ser ve mo s que é uma história ch eia de
coisas bonitas. Um levita c om espírito perdoad or, seu
sogro com um sen ti m en to de hos pit alida de e alegria
muito, grande, uma c o n c u b in a que se deixara pe rs u ad ir
por uma palav ra que a l ca n ç ar a o seu co ração
c onven ce ndo -a do erro e da re st au ra ç ão e um ancião,
mesmo que não nativo, mas que de m o n st ra um
sentimento de ho sp it a li d a d e muito grande. E uma
história que tinha tudo para ter um final feliz. Mas, a
53
tragédia estava por acontecer. H ome ns perv ertid os
s e x ua lm e nt e pe d e m ao ancião que lhes dê o hom e m que
aco lh e ra para dele a busar em (v. 22). R ep r ee n d id o s pelo
ancião to ma m a co ncu bin a do levita e a violentam
dur an te a noite inteira.
O texto do versículo 25 pode ser int erp ret ad o
de duas maneiras. Uma diz que foi o levita que
en tre go u a sua c oncub ina ; a outra diz que foi o ancião.
O que impo rt a é que ela foi vi ole nta da até a morte.
Aquilo, bem como a intenção inicial dos homens de
Gibeá, foi um ultraje contra um h o m e m que exercia
uma fun çã o divina.
♦ U m a vin g a n ça triste (Jz 20.1-8; 41-48 ; 21.24).
No dia seguinte o levita e n co nt r ou a sua
co n c u b in a morta, levou seu corpo para sua casa,
div idi u- a em doze partes as quais en vio u pela terra de
Israel a fim de rec lama r o povo para punir os
habita ntes de Gib e á (Jz 19.27-30).
U ma vez que as autorid ad es da c ida de nada
fizeram c ont ra os assassinos, to rn a ra m -s e c o n i v e n t e s 1
co m at ro c id ad e cometida.
T a m b é m a tribo de B e nj am im co mo um todo
se uniu a Gibe á para lutar contra as tribos (Jz 20.12-
14), fa z en d o -s e pa rticipante das atitudes dos ímpios de
lá. Foi a pr im ei r a vez que um c ha m a d o a ba tal ha uniu
as tribos, só que o inimigo não era externo.
M uitas vezes somos ágeis em ação internas,
isto é, para re s olv er situações ch am a da s dis ciplinares,
que para a tac ar as hostes que a vas s al a m o mundo.
D eu-se, então, a guerra civil. C om o a região
onde se deu a batalha era mais c o n h ec id a dos
ben jam itas , estes levaram vantag en s nos dois primeiros
encontros.

1 Que finge não ver ou encobre o mal prati cado por outrem.
54
No último e de rra dei ro às tropas das outras
tribos obti ve ram a vitória us an do a mesma e st r at é gi a de
Josué quan do da tom a da de Ai, como e stu da mo s na
Lição 1. Foi uma ve rd ad eir a carnificina (veja a
seqü ên ci a dos aco nt ec im en to s) . O certo que ao final,
Ben ja mim foi de rro ta do e do seu exército s ob rar am
apenas 600 homens que fi ca ra m escondidos em uma
colina ch am ad o de Penha de R im om (Jz 20.45).
O texto de Juizes 20.48 coloca-nos frente a
frente com a violê nc ia daqueles guerreiros. Tudo o que
a cha ram pela frente e que era pert en cen te a B en ja m im
foi de str uíd o pela es pa da e pelo fogo, ficando aq uela
tribo pr a ti c am en te sujeita à extinção.

♦ A razão de tudo isso (Jz 21.25).


B en ja mi m fora di z im a do quase que por
inteiro, o que sobrara era tão pouco que sinaliza va para
a ex tin ç ão de uma tribo. Esse foi o sen timen to que se
abateu sobre os exér citos das demais tribos quan do
caír am em si e viram que iria faltar uma tribo no povo
que era a her an ça do Se nh or (Jz 21.1-4).
Jun te- se a isso o fato deles terem feito solene
voto ao Senhor de que n e n h u m a tribo iria dar suas
filhas aos be njamitas (Jz 21.7). C om o o cas am ent o com
mulheres de outros povos era proibido, tudo leva a crer
que a tribo de B en j a m im seria lit eralmen te risc ada do
mapa. Ob ser va mo s que o rela to é en ce rra do (Jz 21.25)
da me sm a maneira que iniciou (Jz 19.1), o que o
hist ori ad or quis dizer é que se houve sse um go ve rno
c o nsa gra do por Deus, sendo, com isso, um gover no
forte, nada daquilo po de ria ter acontecido. Isto porque
tal li de rança iria a dm in is tr a r a j u s ti ç a e o direito em
Israel.

55
Q u e stio n á rio

■ Ass in a le c om “ X ” as alternativas co rretas

1. O livro de Jui zes c obre o período entre a


a)| I Morte de J o s u é e o fim da m on a rq ui a
b)| I Mo rte de M oi sé s e a instituição da m on a rq ui a
c ) B vMorte de J os ué e a instituição da m o n a rq u ia
d)| I Morte de M ois és e o fim da m on a rq u ia

2. Para obter c o n v ic ç ã o de sua ch amada, desde o início


pediu provas ao Se nhor
a ) 0 Gideão
b)l I D é b o ra
c)| I Jefté
d)| I Sansão

3. Sans ão foi um na zireu, que, significa ser


a)l I D e sp re z a d o pelo Senhor por um p e rí odo de
tempo
b)l I E xa lt a do e va lorizado ao Se nh or por um
pe río do de tempo ou por toda a vida
c ) Ü C o n d e n a d o e ju lg a d o pelo Se nhor por um
pe río do de tempo
d)[k] Se pa ra do e co ns a gr a do ao Se nhor por um
p e río do de te mp o ou por toda a vida

■ M ar q u e “ C ” para Certo e “E ” para Errado

4. O au tor ia de Juizes é incerta. O Tal mu de ass oc ia


a or ig e m dess e livro a Gideão, o que é b e m po ssível
5. □ G ide ão ve nce u os midianitas com ap ena s 300
ho m e ns va lentes

56
F idelidade R e c o m p e n sa d a
A u t o r : De sc onh ec id o.
D a t a : Entre 1050 -500 a .C.
T e m a : A in te rv e n çã o sob erana de Deus
traz re den ção universal.
P a l a v r a s - C h a v e : Soberania, o Todo-
poderoso , Rede ntor .
V ers íc ul o-C h ave : Rt 1.16

O livro rec ebe o nome da p e rs on ag e m


principal, a mo ab ita Rute, na B íb lia heb raica este livro
faz pa rte dos cinco “rolos das f e s t a s ” , e ü r a lido
durante a festa ju d a i c a de Pe nte cos te s.
Este livro de qua tro cap ít ulo s é o terceiro
n it r e os den o m in a d o s his tóricos, e m b o ra seu co nte údo
seja dif e re nt e dos demais. Re la ta que, nos dias em que
os j u i z e s ju lg a v a m , um h o m e m c ham a do El im el eq ue
saiu de B el ém para pe re g ri n a r nos camp os de Moabe.
(!omo em outros relatos bíblic os, essa per eg rin açã o foi
por c au s a da fome que havia na terra.
Com ele foi sua m ul he r No em i e seus filhos
Malom e Quiliom, que c a s a ra m com mulheres
inoabitas, Rute e Orfa, r e s pe c ti va m en t e.
Passa dos cerca de dez anos, El im el eq u e e
seus dois filhos hav iam mo rr id o, e Noemi re so lv eu
voltar para Judá, porqu e “ouviu que o S e nh or tinha
visitado seu p o v o d an do-l he pã o" . As duas noras de
Noemi a c o m p a n h a r a m - n a no início da cami nhada.
Noemi, toda via pe diu -lh e que voltasse cada uma para
respectiva família. Orfa at en de u ao pedido, mas Rute
negou-se a ficar em M o ab e e a c o m p a n h o u a sogra até
Belém, aond e c he ga ram ao início da colheita.
Rute saiu a c olh er espiga, e veio ao campo
de Boaz, parente de El im el eq ue . Seg uin do c onsel ho de
57
Noemi, Rute pe diu a Boaz que fosse seu r e m i d o r 1 (ver
Lv 25.25). Boaz c o n c o r d o u em ad qui rir a terra que
havia pe rte nc id o a El im el eq ue , ta mbé m tom ou Rute,
viúva do filho deste, po r esposa.
Boaz e Rute for am os pais de Obede, que foi
pai de Jessé, que foi o pai de Davi.

M oabitas

M o a b e : F ru to da relação in ces tuo sa entre Ló


e sua filha mais ve lh a (Gn 19.36-37). Os mo abitas,
portanto, e ra m sem itas, assim com o os israelitas. A
língua dos mo ab ita s era s em el ha nt e a língua do povo de
Deus. A terra de M o a b e ficava ao leste do mar morto.
Q u a re n t a e cinco lugares de M o ab e são
me nc io n ad os na Bíblia (ver, por exem pl o, os lugares
me nc io n ad os em Je r em ia s 48.21-24) .
S e rv ia m ao deus Q ue mó s (Nm 21.29),
a dora va m ta m b é m a Baal. Seus deuses era m servidos
com sacri fí cio s hu m a n os (2Rs 3.27), e pro st itu iç ã o
fazia parte do cu lto (Nm 25.1-3).
O p e ca d o de M oa be foi e sse n c ia lm e n te
orgulho c on tr a De us (Is 16.6; Jr 48.29; Sf 2.10), e
terem injur iado o po vo de Deus e esc a rn ec id o deles (Sf
2.8). Recusaram aj u d ar os israelitas na sua
pe reg rin açã o pelo de ser to (Dt 23.4). Balaq ue , rei de
M oabe, c on tra tou B al aã o para am al d iç o a r o povo (Nm
22.6). No te mp o dos ju iz e s , Moab e oprimiu Israel por
18 anos (Jz 3.12-30) .
Deus hav ia or de na do que ne nhum moa bit a
entrasse na c o n g r e g a ç ã o do Senhor, nem ainda a sua
dé cim a geraçã o (Dt 23.3), e que j a m a is se m is tu ra ri a m
com o povo de Deus (Ne 13.1-20).

1 Que ou aquele que redime; redentor.


58
O A u to r
O autor deste livro é de sco nheci do ; o
T a lm u d e , be m com o muitos e s tu dio so s da Bíblia,
acham que tenha sido escrito por Samuel.

Os estudi oso s d is c o r d a m quanto à data da


redação do livro, por ém o seu c en ári o his tórico é
evidente.£)Os episódios re latad os em Rute se passam
durante o pe río do dos ju iz e s, sendo parte da queles
eventos que ocorr em entre a morte de Josué e a
ascensão da influên cia de Samu el (p r o v av e lm e n te entre
1150 e 1100 a.C.).

H istória a ser L e m b r a d a

♦ Um sábio co nselh o (Rt 1.7-13).


Tudo a co nte ceu na é p o c a em que os jui z e s
gov e rn a va m na terra. E li me le que , sua esposa Noemi e
os dois filhos do casal, M al om e Quiliom, for am de
Belém de Judá para Moab e pe re gr in a r, devido à fome
(Rt 1.1-3). Com a morte do ma rid o, Noemi ficou em
co m p an hi a dos filhos, os quais, po s s iv e lm e n te sem a
orientação paterna, se ca s a ra m co m mulh er es moabitas,
cujos nomes eram Orfa e Rute. Po uco tempo depois
morrem ta m b é m ambos os fil hos ficando Noemi
d e sa m pa ra da (vv. 4 e 5).
A causa da morte do ma rid o e dos filhos não
nos é apre sen tada, muito e m b o ra os nomes dos filhos
lembrem situações de fr aq ue za e d e fi n h a m e n t o físicos
(Malom significa doen te ou fr anz ino e Q uiliom
■ignifica def inh am ent o). Isto pode nos induz pensar
(|tie e ra m port ad ore s de algu m tipo de en fermidade,
líntretanto, falar sobre a c aus a da morte deles não era
59
pro p ós ito do escritor. Ele estava p r e oc up ad o em n arr ar
as atitudes das m ul he re s que agora p ass am a o c u p a r o
centro da história.
Diante do q ua dro não rest ava mais na da a
Noemi a não ser v ol ta r pa ra a casa em B el ém de Judá.
Lá “o Se nhor havia visitado o seu povo, da n d o -l h e
p ã o ” (v. 6). Com isto, Noemi tentaria s ozin ha
s obre vi ve r em sua terra. U m a vez que ela j á era idosa e
não podia gerar mais filhos para suscitar d e s c e n d ê n c ia
através das noras, d e s p e d e -s e delas in c ita ndo-a s a
vo lta re m a Moabe.
No c o ns e lh o ela usa de tr an sp arên ci a. “Eu
não p o s s o lhes o fe r e c e r ma is n a d a ” , disse ela, “ não há
mais e sp er ança p a r a m im a não ser tenta r s o b r e v i v e r
na minha terra, uma vez que a mão do S e n h o r se
de sc ar re go u co ntra m i m ” (v. 13), po ssi ve lm e nt e N oe mi
tenha im ag in ad o que tudo aquilo oc orr er a pelo fato
deles terem saído da te rra natal para um outro país
e str ang ei ro e co m outros deuses a fim de tentar
sobreviver.
Em seu sábio co ns e lh o ela in voc a o a m o r fiel
do Sen ho r (he se d em he br a ico é tradu zi do com o amor
fiel) como re tr ib ui çã o à atitu de bond os a que suas noras
tiveram dura nte o te mp o de c on v iv ê n c ia (v. 8). M es m o
tendo am ar gu ra de vida, Noe mi é l ú c i d a 1 o su ficiente
para dar sábios con selho s.

♦ Uma gra nde r e s o lu ç ã o (Rt 1.14-17).


Os a rg um e nt os de Noem i para co m as suas
noras for am p a rc ia lm e n te pe rsuasivos. Isto porqu e
Orfa, que é a p ri m ei r a a ser citada (Rt 1.4), to m a a
iniciativa de vol tar à sua terra. Rute, que é s ec un dá ri a
na na rrativa até esse m om e nt o (confira em Rute 1.4 que

1 Fig. Que tem cl ar eza e p en et raçã o de i nteligência: que mostra


uso de razão.
60
ela é a outra nora), agora oc upa o c e n tr o da cena e vai
assim até o final.
Rute é in c is iv a 1; ela não dei xa espaço para
uma a rg u m e n ta ç ã o co ntrária por parte de sua sogra.
Sua d is p o s iç ã o é muito grande em a b a n d o n a r os deuses
nativos e a terra natal e ir à bu s c a de um de stino
incerto numa terra estran ha e com um Deus diferente.
A fir ma Rute, de mo do res ol ut o, que ja m a is
ab an d o n a ri a a sua sogra. Onde ela fosse, Rute ta mbé m
iria; onde fosse po usar ela ta m b é m po usaria. D isse que
a parti r da q u el a hora abria mão dos seus deuses, pois o
Deus de Noem i pass aria a ser o seu Deus.
O seu destino seria na terra e co m o Deus de
Noemi. “ Só há uma coisa que me p o d e r á separar de ti;
disse Rute à sua sogra: a m o r t e ” . Diz: “onde qu er que
morreres, m orr e re i eu e ali ser ei s e p u l t a d a ” (v. 17).
Para selar esse c o m p r o m i s s o ela e voca o
Deus de Noemi que a partir de ent ão seria o seu Deus
s u b m e t e n d o -s e a qua lq u er ca st ig o caso que bra sse esse
c om pro mi ss o.
Con tra st e a se ns ib ili da de de ss a est ran ge ira
com a i ns en s ib il id a de dos na tivos de Israel para com
Deus e suas coisas, segu nd o o livro de Juizes. Note a
gra ndeza de sen timen to da q u el a que poderia ser
co n si d e ra d a com o “ filha das t r e v a s ” até então, como
aqueles que de ver iam ser “ filhos da l u z ” . Sinta o senso
de c o m p r o m is s o de uma mu lh e r na tiv a de um povo
estr anho em rela ção à a u sê n c ia desse mesmo
sent im ent o por parte do “povo de D e u s ” .
E algo ch oc a nte qua ndo p e n s a m o s isto em
relação ao passado, e muito mais qua n d o apl ic amo s ao
presente; Noem i nada mais pôde fa z er a não ser aceitar
a si tuação, e ambas diri ge m -s e a Judá.

1 Decisivo, pronto, direto, sem rodeios.


61
♦ A d is po s iç ão par a o tr a b a lh o (Rt 2.1-3).
A c h e g a d a na terra natal é ch oc a n te para
N oe mi (Rt 1.19-22), vem os que toda a c ida de se
c om ov eu , por certo, o f a le cid o El im el eq ue era al gu ém
c om certo de sta que na cidade.
A r e s post a de N oe m i é amarga. Disse que o
Se nhor to rn a ra -s e seu inimig o, por isso seu novo nome
d e ver ia ser M ara (ama rga ). De vida amar ga só pode
sair pa lavra amarga.
Nesse esta do ela de ixo u de ver até m esm o a
a m iz ade que Rute lhe d e m o n st ra r a (Rute sign ifi ca
amizade). Ela pe rd e ra a visão de que nada é m e lh o r do
que um dia após o outro.
R ea lm e n te os anos em M oa be fo r am - lh e
muito amargo. Anos am ar gos, situações am argas, vida
a marg a e palavr as amar gas . O percu rso de Noe mi a
M ar a (agradável à a ma rg a) tinha cheg ad o ao pont o
maior.
Agora era hora da reversão. Era hora do
“T o d o - P o d e r o s o ” re v e rt e r o percurso. Só que não seria
uma mera re ve rsã o, uma e sp é c ie de volta à sit ua ção de
alegr ia inicial. Seria algo muito maior.
A N oe m i ( a gr a dáv e l) original teria ao final
do pe rcu rso de volta um sen ti do to ta lm en te novo. Ve ja
o final da história de Jó; ele rec eb e u muito mais do que
antes. As coisas a c o n t e c e r a m ra pid am ent e. Na po bre za,
Rute que era a mais nova, vai colher as sobras das
espigas (Rt 2.1-3). Sobre a r e s p i g a 1: ler L e víti c o
19.9,10; 23.22.
Sua dis p o si ç ã o e be le z a c ham a m a a te nç ão
de Boaz, dono dos c am pos onde por p r ov id ê nc ia d iv in a
fora ela respigar, e p a re nt e do falecido es po s o de

1 Apa nhar as espi gas dei xadas no ca mpo depois da ceifa.


62
Noemi. A d m ir a d o ao saber de sua fid e li d a d e para com
Noemi ele a pro te ge (Rt 2.8-13) e dá -lh e pro vi s ã o (Rt
2.14-17).
V e ja que em Rute 2.20 as a m argura s de
Noemi c o m e ç a m a d i s s i p a r 1. Ela j á vê a mão de Deus
no proc ess o. Sa be nd o que nos c or açõ es de Rute e Boaz
co meça ra a s ur gir um sen ti me nto afetivo, Noemi ensina
a Ru te o que de ve r ia fazer para que o s e nti m en to fosse
a li me nta do de modo sadio (leia Rt 3). Boaz, que era
home m digno, ass ume Rute como sua espos a pelos
meios le gít im os (ver o cap. 4).
Ve ja que no meio do p ro c e ss o ele afirma ser
ela um a m u l h e r virtuosa o que era te s t e m u n h a d o por
toda a sua c id a d e (Rt 3.11), Deus sempr e honra as
atitudes que as s u m im o s com fide lid a de de alma.

♦ A r e c o m p e n s a (Rt 4.13-22).
Do c a s a m e n to entre Rute e Boaz nasceu
Obede, que sig ni fic a servo. Nele e st a va o fim do
percurso de M a r a a Noemi, da a m ar gura ao ag radável,
do árido ao re s ta ura do. Ao m esm o tempo o fim do
percurso era o início de outro que iria c h e g a r a Davi, o
rei de Israel, e a Jesus, o Rei dos reis.
Esta é a r e c o m p en s a maior d a q u el e que deixa
o T o d o - P o d e r o s o c on tro la r seu destino, isto é, ele passa
a fazer parte da gen eal og ia de Jesus Cristo.
Im p r e s s io n a n te é o te s t e m u n h o dado pelas
mulheres ao na sc im e n to de Obede. Elas próprias
re c o nh ec em a mão de Deus em todo o processo:
" Bendito seja o S e n h o r que não te deixo u hoje sem
remidor... ele será r e s ta ur ador da tua vida e
c o n s o la d o r da tua velhice, po is tua nora, que te ama, o
deu à lu z ”.

1 Espalhar, d i sp ers ar; desfazer: Fazer cessar ou des apare cer; pôr
líni a.
63
Q u e s tio n á rio

* A ssi na le com “X ” as a lte rnati vas corretas

6. Po de -s e dizer co mo título do Livro de Rute


a)l I A Notá vel C o nq ui st a
b)í>5 F id el ida de R e c o m p e n s a d a
c)l I A Gran de D e s o ri e n ta ç ã o
d)l I A Li be rt aç ão Pr o m e t id a

7. É coer ent e dizer que, Boaz e Rute foram os avôs de


a)| I Elcana, que foi pai de Samuel
b)l I Jessé, que foi pai de Davi, que foi opai de
Salomão
c)l I Davi, que foi pai de O be de e Salomão
d ) 0 Obede, que foi pai de Jessé, que foi o pai de
Davi

8. Os episódios re la ta do s no Livro de Rute se p ass am


a)l IDurante o p e río do dos patriarcas
b ) 0 Dura nte o p e río do dos jui z e s
c)l IDura nte o pe río do dos monarcas
d)| IDura nte o pe río do do cati veiro babilónico

■ Mar que “C ” para C erto e “E ” para Errado

9. [Q Rute faz parte dos ci nco “rolos das f e s ta s ” ,e era


lido durante a festa j u d a i c a de Purim
10. [ç] Em Judá, Rute col he as sobras das espigas,
porém, é re c o m p e n s a d a de vid o a sua fidelidade

64
Lição 3
A Monarquia - 1 e 2 Samuel

A u t o r : Incerto.
D a t a : Entre 931 e 722 a.C.
ISam uel T e m a : Deus age na História.
P a l a v r a s - C h a v e : Samuel, Saul, Davi.
Vers ículo -Ch ave: I S m 16.7b e 13.

Este livro inicia o pe río do de quinhe ntos


anos dos reis de Israel (1095- 586 a.C.).
Os a co nt e c im e n to s re gis tra do s em I S am ue l
cob rem um p e rí od o de cerca de 115 anos, da infância
de Samu el, p a ss a n d o pelos agitados tempos de Saul, até
o início do re in a do de Davi, e sc ol hid o por Deus. Ao
de sc re ver a vida desses três ho me ns, o livro dá-nos
uma vis ão muito clara daqu ele s tempos.
Sa m ue l foi o últ im o dos j u iz e s ; Saul o
primeiro dos reis.

O A u to r

A tradi ção j u d a i c a atri bui a a ut or ia de ambos


os livros de Samue l, ao p ró p r io Samuel.
Pro fetas h a v ia m -s e l e v a n t a d o antes da época
de Sa m u e l (Nm 11.25; Jz 6.8). Sam ue l, porém
or g a niz ou uma e sco la de prof eta s. No N T ele é
m e nc io na do com o o p ri m e ir o dos prof etas (At 3.24;
13.20; Hb 11.32), dentro d e s t a o rg a n iz aç ã o profética.

65
Samue l encerrou o período dos ju iz e s . Ele deu posse ao
p rim ei ro rei (Saul) e ungiu o ma ior dos reis de Israel
(Davi).

D ata

A ép oca em que o livro foi escrito ta m b é m


não é conh ecid o com precisão, IS a m u e l 27.6 sugere
que os livros te nham sido esc rit os após a morte de
S a lo m ã o e a pa rtilha do reino. Po r causa da re fe rê n c ia à
c id ad e de Ziclague, que “p e r t e n c e aos reis de Judá, até
ao dia de ho je ” ( I S m 27.6), e por outras re fe rê nc ia s a
J ud á e Israel, sabe mos que I S a m u e l foi escrito depois
da divisão da nação em 931 a .C. Além disso, como não
há me nção à que da de Sa m a ria em 722 a .C. deve ser
da tado antes desse evento.
I S am ue l co bre um pe río do de cerca de 140
anos, co m eç a nd o com o na sc im e n to de Samuel cerca de
1150 a .C. e te rm in a nd o c om a morte de Saul por volta
de 1010 a.C.

Samuel: O In t ro d u to r da M o n a r q u ia
( I S m 1-7)

Samuel - “ P ed ido a D e u s ” . Este é o


s ign ifi ca do do seu nome. O livro c om eç a com a
narra tiv a de Ana, mãe de Samu el, pedindo um filho, a
q u e m Deus pud esse usar. Foi a res pos ta de Deus à sua
oração. Samuel m in is tr a va pe ra nte o Senhor, sendo
ainda menino ( I S m 2.18).
Dura nte a sua vida lon ga e útil, ele foi um
ho m e m de Deus. Foi, so bre tud o, um hom em de oração,
I S a m u e l é o estudo a dm irá vel sobre o lugar e o poder
da oração, ilustrado por sua vida, foi o filho da oração
( I S m 3.1-19); deu vitória ao povo por meio da oração
66
( I S m 7.5-10); orou a Deus qua nd o o povo pe diu um
rei, a oraç ão in te rc es s or a foi a nota do m in a n te da sua
vida.
Foi nos dias so mbrios e ag itados de Israel
que ouvim os a o ra ç ão de fé pr of eri da pelos lábios de
Ana, mu lh e r si mples e temente a Deus. Ela pedi u-l he
um filho que pud e ss e dedi car ao seu serviço ( I S m 1.9-
19).
Q ua nd o Samuel nasceu, Ana o troux e ao
ta bernáculo em Siló. Apesar da esp a nt os a c o rr u p ç ã o do
sacerdócio, Sam ue l foi pro te gid o e cresceu co mo um
menino te m e nte a Deus ( I S m 1.24-28; 2.1 2-26; 3.1-
21). Eli, j u iz e sace rdo te na quele tempo, havia
go ve rna do por qu a re n ta anos. Foi um pai i n d u l g e n t e 1,
e, com o r e s ulta do disso, seus dois filhos Hofni e
Finéias, ta m b é m sac erdotes, p ro c e d e ra m de maneira
desonrosa.
Daí res ultou a c or ru pç ão moral e Deus
avisou a Eli da q u e da de sua casa; Israel vinha pecan do
fazia muito temp o, finalmente a cat ás tro fe s ob re v eio no
desastre r e gis tr a d o nesta ocasião ( I S m 4).
D u ra nt e a invasão seguint e, os inimigos
filisteus de rr o ta ra m a Israel, to m a ra m a arca e mataram
os filhos de Eli. Q ua ndo Eli ouviu tudo isso, com
noventa e oito anos, morreu do choq ue ( I S m 4).

U m a C o n stan te A m e a ç a

Esta é a p rim eir a vez que os filisteus são


mencion ado s desd e Juizes 13-16. A ser vid ão havia
durado qu a re nt a anos (Jz 13.1) e pa rec e haver
terminado nos dias de Samuel ( I S m 7.13,14), cer ca do
seu v ig é si m o ano com o ju iz ( I S m 7.2).

1 Tolerante.
67
A batalha contra os fil isteus p r ova ve lm en t e
foi travada a seis q ui lô m e tro s ao noroeste de
Jer us a lé m . Os filisteus eram poder os os inimigos de
Israel, e viviam ao sudoeste, na costa, talvez essas
r e n o v a d a s ações da parte deles se dev ess e à morte de
Sansão. Logo a batalha se tornou adver sa a Israel.
B u s c a ra m a razão por que Deus os abando na ra.
E n q u a n to lutavam contra Deus, rog a va m que Deus
lu ta sse por eles, leia a his tória do av iv am en to em
M is p a ( I S m 7).

Um S u bstituto Fraco

Depois de de rr ota dos pelos filisteus da


pri m ei r a vez, eles agiram bem em tom ar a arca de Deus
co mo pro te ção ? ( I S m 4.3-7,10). A arca de Deus era um
fraco substituto do Deus da arca. “ O ex tremo do
ho m e m é a op or tu nid ad e de D e u s ? ” . Ape sar de, no
m om e nto , ter sido terrível a perda, Deus a usou para o
bem. Por inte rmé dio de Samuel, Deus providenciou:
■S Li vr am en to do ju g o dos filisteus;
■S P r epa ra ção para o reino;
■S Um santuário pe rm a nen te em vez do tabern ácu lo
em Siló;
■S M el h o r sacerdócio.

U m A v iv a m e n to O p o rtu n o

Co nti nu ou o Sen hor a ap ar ec er em Siló ( I S m


3.21), porque este local fora de ixa do de lado. Leia
Juize s 21.19-21.
O sítio de a do raç ão tinha sido tran sform ad o
em lugar de folg ue dos e danças. Siló tinha sido o lugar
da casa de Deus desde os dias de Josué até aos de
Samuel.
68
Davi o transferiu para Jer usa lém. A a rca fora
tomada pelos fili ste us , qua ndo Samuel era p e q u e n o , e
desde então Siló deixou de ter grande im p o r tâ n c ia
( ISm 4.3,11).
O que tro ux e o a v iv am en to ? Três coisas:
=> Uma mãe que ora va - capítulo 1;
=> Um povo c as ti g a d o - capítulo 2;
=> Um pro f et a fiel - capítulo 2.

Sob o d o m ín io dos filisteus, Israel não tinha


um centr o de fi n id o de adoração. Samuel to rn ou -s e
adulto e as s u m iu a lidera nça e ju lg o u a Israel. O
primeiro sinal e nco ra ja do r, depois da longa re b e li ã o e
derrota de Israel, o povo teve c o n s c iê n c ia de sua
necessidade. C o m e ç o u a deseja r Deus e a diri gir
lamentações ao Senhor.
Os ju d e u s farão isso de novo um dia (Zc
12.10,11), q u a n d o Cristo a quem tr a s p a s s a ra m v olta r a
lerra e re ve la r -s e ao seu próprio povo.
Bem dis se Samuel, se vocês r e a lm en te
querem v ol ta r para Deus, têm de me mostrar. Fa ç am
alguma coisa. Pr ovem . C om o? T ir em os deuses
estranhos de vo s so meio; pre pa rem os vossos cora çõe s
ao Se n h o r e s er ve m somente a Ele ( I S m 7.3). “ Se
vocês fi ze rem sua parte, Deus fará a d E l e ” .
R e l ig iã o não é só questã o de e m oçã o, mas
lambém de vontade. O povo co me ç ou a l a m e n ta r - s e e
Samuel se a p r ov e ito u disso para co nv id á-lo s a volt ar ao
seu Deus e a b a n d o n a r os ídolos.
Samuel erigiu um altar e o c ha m ou E b e n é z e r
( I S m 7.12), a pa la v r a quer dizer “pe dra de a j u d a ” .
Cristo, nossa vitória, é ch am a do “a p e d r a ” , tanto no AT
Como no NT (Dn 2.35; Mt 21.42).
Nu m br ev e pa rágra fo e n co n tr am os a histó ria
do ju i z a d o de Samu el. Seu lar era em Ramá. De lá ele,

69
co m o itinerante, per co rri a o seu territ ório uma vez por
ano até Betei. Gilgal e Mispa, s u p e r v is io n a n d o e
a d m in is tr a n d o os neg ócios do povo ( I S m 7.15-17).
Samuel es ta be le c e u uma e sco la de profetas
em sua casa em Ramá. Este foi o co m eç o da “o r d e m ”
dos prof eta s, ou videntes.
Quando a arca foi toma da , os sace rdote s se
e sp a lh a ra m . Foi nessa ocasião que Samuel se retirou
para o seu lar em Ramá.
Por in te rm éd io de Samuel, Deus es ta be le c e u
um novo meio de tratar com Israel. C ham ou profetas
m e d ia n te os quais ele falaria.
Foi com Samuel que a prof eci a se tornou
pa rte defini tiv a da vida de Israel. Samuel reuniu grupos
ao seu redor, ch am a do s Filhos dos Profetas. Eram
e n c o n tr a d o s em Siló, Gilgal, Betei, Sa ma ria e R am á
(At 3.24).
O ma ior minist ér io de Samuel foi a
o r g a n iz a ç ã o do reino. As tribos ind e pe nd e n te s iriam
a go ra for ma r uma nação. A fim de so bre viv er entre
out ras nações fortes, Israel p re ci sav a tor nar-se
p o de ro s o. Ti n h am - se re cu sad o a le va r Deus a sério e
o b e d e c e r a Ele com o lhes fora orde na do, por isso
pe rm it iu que Samuel a ch as se um rei para eles. Q ue ri a m
ser co m o as demais nações.
Em D e u te r o n ô m io 17.14-20 Deus havia
pr o f et iz a d o que Israel teria um rei, mas não qu eri a que
eles se to rn a s se m in de p en de nte s dEle.

Saul, O Rei E sc o lh id o
(1 Sm 8-15)
Deus nunca p r e te nd eu que Israel tivesse
ou tro rei senão Ele. Ele lhes m a n d ar ia grandes líderes e
estes por sua vez re c e b e ri a m orde ns d ir e ta m e nt e de

70
Deus. Mas Israel, na sua apostasia, tornou-se inqu ieto.
(,)ueria um rei co mo as outras nações ao redor. Ve mos
Deus c o n c e d e r- lh e s o pedido.
Tem os aqui uma grande lição. Po de m os ter o
melhor de Deus - sua vontade diretiv a ou sua vonta de
permissiva, Saul, o primeiro rei, foi um fracasso. Era
lamoso de asp ec to, alto e de porte nobre. C om e ço u
esplendidamente. R ev e lo u- s e um chefe militar muito
capaz. D e rr o ta ra m os inimigos ao redor - os filisteus,
os amal equ ita s e os amonitas.
Saul foi humi lde a princípio, mas dep ois se
encheu de org ulh o e torno u- se d e so be di e nte a Deus.
Nenhum h o m e m teve op or tu ni dad e maior que Saul e
nenhum h o m e m se re velou um fr acasso maior, seu
eiiíme de Davi a tin giu as raias da loucura.
Visto que Saul foi c ons ti tuí do rei de Israel,
em res posta ao de se jo p e ca m in os o do povo de ter um
rei, c o n tr a ri a m e n t e à vontade de Deus, teve Saul
realmente o p o r tu n i d a d e de se pr ov a r aos olhos de
Deus? Podi a ele ter sido b e m sucedid o em tais
e ircunstâncias? Não estaria c o nd en a do por Deus ao
fracasso m esm o antes de c om eç a r a reinar?
E n c o n tr a m o s a res pos ta clara na Pa la vr a de
Deus. E m I S a m u e l 12.12-15 o prof eta de Deus diz a
Israel que, ain da que tives sem exigido um rei em
desafio a Deus (v. 12), se tanto o povo com o o rei
lemessem a Je o v á e o ser vis se m tudo estaria bem. Veja
o que se segue a essas palavras de Samuel (vv. 16-18).
Israel c o n fe ss a seu pecado em pedir um rei
(v. 19), e Sa m ue l tranqüili z a o povo, pr o m e te n d o
bCnçãos se s er viss em a Deus. A única razão para Deus
rejeitar u m a alma é ter ela reje itado a Deus primeiro.
Deus tom a a in ic ia tiv a do amor ( l J o 4.19), o h om e m
loma a in ic ia tiv a do pe cad o ( I S m 15.23).

71
A s p e c t o s in te re ssa nte s na es c ol ha de Saul.
■ E s c o lh a divi na ( I S m 9.3-20). Ele saiu co m um
c ab r es to e voltou co m um cetro.
■ E s c o lh a profé tic a ( I S m 10.1). Samuel foi seu
t u t o r 1 e amigo. U m priv ilég io que foi j o g a d o fora.
■ E sc o lh a e s p i r i t u a l . O Espírito de Deus apossou-
se de Saul ( I S m 10.10). Ele en tristeceu esse
Espíri to, depois o apagou. Para que o Espírito
pe rm a ne ç a , ele tem de ser am ado e obedecido.
■ E sc o lh a p o p u l a r . Então todo o povo rompe u em
gritos, ex clam ando: Viva o rei! ( I S m 10.24).

O bs e r ve em I S a m u e l:
•f A pre s un çã o de Saul no altar de Deus (13.11-13);
■/ A c ru e ld ad e para com o seu filho Jônatas (14.44);
S A de so b e d iê n c ia na quest ão de A ma leq ue (15.23);
■S O ci úme e ódio com rel açã o a Davi (18.29);
S O apelo p e c a m in o s o à m é d iu m de E n - D o r (28.7).

As c a m p a n h a s de Saul.
=> C on tr a os a m o n i t a s : C om e ço do reino... Contra
ob s tác ulo s int ra ns ponív ei s.. . Exér cito mo bi liz ad o às
pressas... A mo nit as c o m p le ta m e n te derrotados...
Fo r ta l ec id o o p res tíg io de Saul com o rei.
=> C ont ra os f i l i s t e u s : O pe ca do de Saul assu min do
funções de sace rdote... Deus rejeita a Saul... A
bra v u ra de J ôn ata s e seu e scu dei ro criam pânico
en tre os filisteus... Ini m igo derrotado.
=> Co ntra os a m a l e g u i t a s : Saul impele inimigos para o
deserto... A rr uin a o s uce sso pela desob ediên cia...

1 Ind iv ídu o l egal ment e en car r egado de tutelar alguém. Protetor,


defensor.
72
C apt ura v a lio s a pro pr ied ad e. .. M e n te a Sa mu el ... O
profeta repe te que Deus o rejeitou.
=> Co nt ra os f i l i s t e u s : Saul em gu e rra c on st a nt e co ntra
os filisteus... O j o v e m Davi ap ar ec e depois de sua
unção... E n f r e n ta Golias, gi ga nte dos filisteus...
Mata-o... C a u s a pânico... Davi a lc a n ç a distin ção .
=> Co nt ra D a v i ; C iú m e cego leva Saul a b u s c a r a vida
de Davi... Davi to rn a -s e um exilado... Davi é salvo
diversas vezes... Saul, inim igo de Davi até sua
morte... A m iz a d e i m o r r e d o u r a 1 entre Davi e o filho
de Saul, Jônat as .
=> Co nt ra os f i l i s t e u s : Ca m pos de b a ta l h a de
Esd rae lom... Saul visita a m é di um de En-Dor...
Samuel in v oc ad o... D e rr ota e morte anu nci ad as...
Israel c o m p l e t a m e n t e derrotado... Saul e os três
filhos mortos.

♦ Dê a p r e f e r ê n c i a a Deus.
A tra vé s dos anos Samuel e n tr is te ce u -s e com
Saul. Q ua ndo ele falha va, Samuel era fiel em adverti-
lo. Mui tos textos fa la m disso ( I S m 15.35).
Em uma ba ta lh a c ontra os filisteus, Saul e
seus três filhos e n c o n t r a r a m a morte. Assim, uma vida
tão p ro m i ss o ra te rm in o u em derro ta e fracasso. Saul
não fora o b e d ie n t e a Deus, esse foi o mau de Saul.
Deus e stá mo st ra nd o nesse livro que ele tem
de ser s ob er an o e que seus filhos não p o d e m ser
a benç oa dos q u a n d o di st an cia d os dele.
A m a n h ã da vida de Saul foi radiosa, mas
logo no céu se anu vio u. Depois o sol se pôs nas nuvens
mais negras. A c o m p a n h e c u id a d o s a m e n t e sua ascensão,
seu reino e sua ruína.

1 Imortal
73
Davi, O Rei Provado.
( I S m 16-31)

Samuel pr a n te ia a Saul. Deus o re pre end e e


lhe diz que se levante e unja o novo rei ( I S m 16.1).
Davi, “ a m a d o ” , foi um dos maiores vultos de
todos os tempos. Deu uma gra nde c o ntr ib ui ç ã o para a
h is tó ri a de Israel, tanto na espiritual como política.
N e ste livro ele ap ar ec e com o j o v e m pastor, mús ico ,
e s c ude ir o, guerreiro genro do rei, escri tor de salmos, e
fugitivo. Ungido três vezes; foi o fu n d a d o r da li nhag em
real da qual viria o Rei dos reis.
Davi, filho de Jes sé e bisneto de Rute e
B oaz, nasceu em Belém. Era o mais novo de oito
filhos. Q ua ndo est av a co m dezo ito anos, Deus dis se a
Sa mu el que o ungisse rei para s uc e de r a Saul. Q ua nd o
m e n in o cui dav a das ovelh as do pai, e lemos dos seus
atos de br av ura ao de fe ndê-l as dos animais selvagens.
Com o harpista, a fama de Davi chegou ao
rei. A m e la nc olia de Saul levou a Davi a ser c ha m a do
ao pa lác io para tocar. U ma das mais en ca n ta d o ra s
h is tór ias de p ro fu nda a m iz ad e é a de Davi e Jônatas,
filho de Saul.
Qua ndo Davi foi pro m o v i d o a um alto posto
no ex ército, seu gra nde êxito de sp e rt o u ciúme em Saul,
que re so lv eu matá-lo. Ele at acou Davi cinco vezes
( I S m 19.10,15,2,0,21,23,24). Mas Deus gu ar dou Davi.
Ele foi salvo de todos esses perigos. Leia as palav ras
de Davi nos Salmos 37 e 59.
A queles fo ra m dias de prov ação para o
j o v e m Davi, esc ol hi do para o ofício real. Era natural
que ele busca sse a p ro te ç ão de Samuel. Tudo isso era
tre in a m e n to para a que le a qu em Deus estava
p r e p a r a n d o para o trono. Ele não só apren deu a lidar
co m os homens, mas ta m b é m co nsi go mesmo; tornou-

74
se i n d e p e n d e n te e corajoso. A p r e n d e u ainda naq uele s
dias difíceis a co n fi a r em Deus e não nos hom en s,
espera va s em pr e pe la hora de Deus.
A n d o u fugit ivo, não po r q u a lq u e r mal que
tivesse pr a tic ad o, mas por causa do ciúme do e n tio de
Saul. Davi cr e sc eu com o r e s ul ta do dessas pro va s e
aflições. Em vez de deixar que o ódio de Saul lhe
endure cesse o co ra çã o, ele atrib uiu o ódio c o m amor;
aprendeu ta m bé m , naqueles dias, a ser guerreiro.
To rn ar -se -ia d ir i g e n te de uma gra nd e nação, e Deus o
estava p r e p a ra n d o para essa tarefa.

♦ O fu gi ti v o to r n a - se rei.
Por fim, Davi bus cou re fú gio na fuga. Por
esse tempo Samu el morreu. Duas ve zes a vida de Saul
esteve nas mãos de Davi, e em ambas as oc asi õe s ele a
poupou. Se ntin do que mor re ri a um dia às mãos de Saul,
buscou re fú gio entre os filisteus. D e pois da morte de
Saul e seus filhos, te rm ino u o exílio de Davi.
O c ap ít u lo final do livro vem co ber to de
luto. A p re s e n ta o último q ua dro de um dos mais
desas trosos frac ass os. Saul m orr eu no ca m po de
batalha, por suas próprias mãos. V a n ta g e n s e
op or tu nid ad es na j u v e n t u d e não c o n s ti tu e m ga ra nti a de
bom êxito na id a de adulta. A p e ss oa p re c is a m a n ter-s e
fiel a Deus. A r uín a de Saul não veio tanto pela
de so be diê ncia, mas pela m e ia - o b e d i ê n c ia ( I S m 15). Ele
foi vít im a do org ul ho e do ciúme.
O p ri m ei r o livro de Sam ue l re gis tra o
fracasso de Saul, o rei pedido pelos home ns. O segundo
descreve a e n tr o n iz a ç ã o de Davi, o rei e sc ol hid o por
Deus, be m com o o e st a b e le c im e n to da “ C asa de D a v i ” ,
através da qual o Mes si as, Jesus Cristo viria mais
tarde. Q u a ndo Cris to voltar, Ele se a ss e n ta r á no trono
de Davi (Is 9.7; Lc 1.32).

75
Q u e s ti o n á r io

■ A ssi na le com “ X ” as a lt e rn at iv as corretas

1. Sob re Samuel, seria i nc oe r en te afirm ar que


a ) l I En ce rro u o pe río do dos ju iz e s
b)Ü3 Deu posse ao p ri m ei r o rei (Davi) e ungiu o
ma ior dos reis de Israel (Sal om ão)
c)| | O rga niz ou uma e sc o la de profetas
d ) 0 É me n cion ad o no NT com o o pri m eir o dos
profetas, dentro da o rg a n iz aç ã o profética

2. Era o ju iz e s ace rd ot e de Israel no tempo em que


Sam ue l nasceu
a ) @ Eli
b ) D Eliabe
c)l IEliasafe
d)l IElifaz

3. É c oer en te dizer que, IS a m u e l d esc re ve mais


a)| I A e nt ro ni z aç ã o de Davi, o rei esc ol hi do por
Deus
b)l IA história de Davi co mo rei
c)| | O e st a b e le c im e n to da “ C asa de D a v i” , atra vés
da qual o Mes si as, Jesus Cristo viria mais tarde
d)[x| O fracasso de Saul, o rei pedido pelos hom en s

■ M ar q u e “C ” para Certo e “E ” para Errado

4 .[ i] Samu el foi o último dos j u iz e s ; Saul o prim eir o


dos reis
5.IT3 Por int ermédio de Samu el, Deus e st ab el ece u um
nov o meio de tratar co m Israel. C ham ou prof etas
m e di a nt e os quais ele fala ria

76
A utor: Po s s iv e lm e n te o s ac erdote
Abiatar.
D a t a : Entre 931 e 722 a.C.
2Samuel T e m a : Rei Davi, p r e c u r s o r do Mes si as.
P a l a v r a s - C h a v e : Davi, Natã, A bsa lã o,
Joab e, Bate-Seba.
V e rs íc ul o-C h ave: 2 Sm 3.

2 S a m u e l regis tra a hist óri a de Dav i c o m o rei


(2Sm 5.3). N ão con ta a his tória toda, p or qu e ela
co meça em I S a m u e l e se estende até IR e is. O prim eiro
livro das C rô ni c as trata dela de outro po nt o de vista.
Será fácil lemb ra r o c o nte ú do de ste livro se o
es tud ar mo s c o m o biografia. Davi a gora o c u p a o
cenário.

P re p a ro e D iscip lin a de D avi

Esses fo r a m dias de pro va ção . Davi foi:


S C o n v o c a d o de um curral de o ve lh as ( I S m 16.11-
13);
S V it o ri o so sob re Golias ( I S m 17);
■S P e r s e g u id o p o r Saul ( I S m 18 até o fim);
Os filhos de Israel tinha m c la m a d o por um
rei. Deus lhes deu prim eiro um rei, c o n fo rm e o desejo
do c o ra çã o deles, Saul. Depois lhes deu outro, segundo
o dese jo do c o ra çã o divino, Davi. Esta é a e s s ê n c i a de
2Samuel:
S Davi reina sobre Judá - 2Sa m u e l 1-4;
S Davi reina sobre todo o Israel - 2 S a m u e l 5-24.
O b se rv e a benção da vida que r e c o n h e c e o
“ Ungido do S e n h o r ” , e co loca o ve rd a d e ir o Rei no
Irono do c o ra ç ã o (uma vida assim é p ro te gid a ).
77
Eras tu que faz ias entra das e saídas milit ares
co m Israel (2Sm 5.2) (u ma vida assim é alime ntada).
Tu ap as c en ta rá s o meu p o v o de Israel (2Sm 5.2; veja
ta m b é m o SI 23.1, 2) (u ma vida assim é vitoriosa), co m
a vitória do próprio Cristo. E serás chefe sobre Israel
(2 S m 5.2).
Em 2Sa mue l 7 .1 8-2 2; 8.14,15 vemos Davi
em sua m e lh or co nd içã o, q u a n d o estava no auge da sua
p r os pe ri da de . Vê-se ali o que ele era agora e o que
p o d e ri a ter c on tin ua do a ser se tão somente tives se
p e r m a n e c id o fiel a Deus.
Davi era um h o m e m segun do o c o ra çã o de
D eu s - não porque se j a c t a s s e de ser perfeito, mas
p o rq u e c on fe ss av a as suas imp er feiç ões . Ele esc on de u-
se em Deus. Leia em l J o ã o 1.9 o que Deus nos ma nd a
faz er qua nd o pecamos.
A história de Davi como past or en co n tr a- se
em I S a m u e l 16 e 17; ve mo -lo depois como prín ci pe na
c or te em ISamuel 10-20; e fin alme nte com o
p e rs eg ui do , nos ca pít u lo s 21 a 31, em ne nh um a outra
pa rte da Palavra de Deus lemos de alguém mais versátil
do que ele.
Não há n e n h u m a divisão entre o pri m eir o e o
s e g u n d o livro. O ri g in a lm e n te os dois livros era m um
só, co br in do o pe río do que vai do co me ço da vida de
S a m ue l até o fim da vida de Davi, mas 2Sa mue l ocu pa-
se in te ir a m e nte de Davi.
Não há n a rr a tiv a pa ralela à de 2Sa m ue l 2,
que fala da sucessã o de Davi ao reino de Judá, mas
l C r ô n i c a s 11 e 13 tra çam um quad ro vivo dos home ns
de Israel qua ndo veio fa z er Davi rei sobre toda a terra.
Saul foi à esco lha do povo; Davi foi à esc olh a de Deus.
Depois da ba ta lh a de Gilboa, qua ndo tanto
Saul, o rei, como Jônat as , o qu erido amigo de Davi,
j a z i a m mortos. Ele na tu ra lm e n te desejou saber qual

78
seria o passo s eg uin te . Para isso b u s c o u a d ir e ç ão de
Deus (2Sm 2.1). Na da perg unt ou qu a nto ao posto real,
porém s om en te a re sp eito do lugar para onde d e ver ia ir.
A n a ção de Israel pr e c is a va de um dir igente
e a re s p o st a d iv in a foi que ele devia subir á c ida de de
Hebrom (v. 3).
H e b r o m era uma das mais antigas cidades
(Nm 13.22). Já e xi st ia nos dias de Abraão. Quan do
Canaã foi c o n q u is t a d a , veio a ser p o s se ss ã o de Caleb e
e foi uma das ci dad e s de refúgio (Js 14.13-15; 21.11-
13). Foi a cap ital de Davi durante os sete prim eiros
anos do seu re ina do, o que a tornou ainda mais
importante. F ic a v a a uns 25 q ui lô m e tro s ao sul de
Jeru sal ém , no c en tr o de Judá, e era fortificada.
Pres tav a-s e muito be m para ser capital de um novo
reino, com os filist eu s de um lado e os se gu id or es de
Saul do outro.
D avi r e ve lo u- s e rei c om ple to q u a nd o poupou
a vida de Saul. E s ta v a pronto a e sp e ra r que Deus lhe
dissesse que sem dú vi da iria p re v a le c e r ( I S m 26).
Estava no a p o g e u 1. Seu preparo pa re ci a com ple to.
O dia bo prefere de rru ba r um h o m e m qua ndo
está nas alturas, ele de rr ubo u Davi, que pa sso u por um
dos piore s pe rí o d o s da sua vida, e aí p e rm a n e c e u quase
um ano e meio ( I S m 27.1). Davi caiu do alto de uma
montan ha de vi tó ri a esp iritual num vale so mb rio de
derrota e e sc olh e u ficar nele, fraco e d e sa n im a d o , por
muito tempo.
(E ntre tan to , no mo m e nto em que se voltou
para Deu s, o Se n h o r de u-lhe uma vitór ia e sp e ta cu la r
sobre os seus inim igo s, qua ndo pediu a dir eç ão de
Deus, Deus o dirigiu a Hebrom, onde foi logo ungido
rei).

1 0 mais alto grau; o auge.


79
Davi hav ia d e s f a le c id o em sua fé. Sem o
c o nse lh o de Deus, de ixo u o país do povo de Deus e foi
vi ve r em terra inimiga. C erto de que iria morr er nas
mã os de Saul, se não fugisse. J un to u- s e a Aquis, rei de
Gate, que lhe deu Z ic la g ue para morar.
Davi mentiu a Aquis para ga nh ar o seu favor,
diz e n d o que tinha a ta ca do o povo de Judá, o que não
fizera. Mas, final me nte , a tir ou-s e nos braços de Deus.
Por ém, Davi se re a n im o u no Se nh or seu Deus ( I S m
30.6). P e rg unto u a Deus o que fazer. Deus res pon de u e
sob a direç ão divina a l ca nç ou uma grande vitória ( I S m
30).
O que a co nte ceu , qu a se ao mesmo tempo, na
vida de Saul e Davi? Saul, pe c a d o r i m p e n i t e n t e 1,
s uc um bi u, arrast and o co n si g o a fa m íli a e a pátria ( I S m
31.3-7). Davi, pe ca do r ar re p en d i d o , con seg uiu uma
e s p lê n d id a vitória sobre o ini m ig o e muitos foram
salvos com ele ( I S m 30.17-20 ). Ve ja em 2Samuel 1.17-
27 o triste lamen to de Davi por Saul e Jônatas.
Ainda em Z i cla gu e , territ óri o inimigo, Davi
p e rg u n to u a Deus o que de v e r ia faz er e não se ele iria
re in a r (2Sm 2.1). Ele o b e d e c e u a Deus e ret or nou a
H e bro m , onde os home ns de J u d á o fize ram rei. Entre
lutas, guerr a civil e intrigas, Davi não levanta um dedo
p a ra obte r o reino de Israel.
A opo si ção foi-se e n fr a q u e c e n d o aos pouc os
e a c au sa de Davi ga n h a n d o força. Sete anos e meio
depois de subir ao trono de Judá, foi co nstituído rei de
Israel.
Por que temos c er te z a de que Davi iria ser
be m s uce did o ao ser c o n st i tu íd o rei? Saul esc ol he u o
c a m i n h o do “e u ” ; Davi e sc o lh e u o c am in ho de Deus.
Po r c aus a disso, Deus o c h a m a um ho me m s eg undo o

1 Que persiste no erro ou no crime; relapso, contumaz:


80
seu coração. O b s e r v e que, depois da morte de Saul,
Davi não p r o c u r o u a pos sa r-s e do reino pela força.
Depois que J u d á o a cl a m ou rei, sete anos e m e io se
pa ssa ram antes que Israel o coroa sse . Davi sabi a que
era plano de Deus que ele fosse rei de Israel, mas
e stava pron to a esperar.

A s c e n s ã o de Davi: S u p r e m a c ia e G o v e r n o
( 2 S m 1 -1 0)

No início deste livro, vemos Davi


re gr ess an do a Z i c la g u e depois da sua gra nd e vitória
sobre os am al eq u it a s . Ele vo ltara c an s a do no físico,
mas re v ig o r a d o no e sp ír ito por c au s a do seu grande
êxito. Sem d ú v id a p e n sa v a no re s u lt a d o da sua grande
batalha do M o n te G ilboa.
Seu a m ig o Jô na ta s, e o rei Saul, e s ta v a m lá.
Davi não ficou na in c er te z a por mu ito tempo. Um
am al eq uita do a c a m p a m e n t o de Is rael veio co rre ndo
toda aq uela d is tâ nc ia , à maneira dos b e d u ín o s , para
contar a Davi a d e sg r aç a.
A h is tó ri a c o n ta d a pelo m e n s a g e i r o tinha
sido in v e n ta d a e Davi o tratou c om s e v e r id a d e (leia
2Sm 1.1-16). Davi tinha agora trinta anos (2S m 5.4) e
jamai s al g u ém de ssa ida de, ou outr a qua lq ue r, tinha
agido de m a n e i ra mais nobre. Seu g e n e r o s o co ração
não só e sq u e c e u tudo qu a n to Saul hav ia feito, mas
lembrou tudo o qu e h a v ia de lo u v á v el em Saul.
Recorde a lg um as das co is a s que Saul ha via feito a
Davi.
Davi e sc re v e u uma la m e n ta ç ã o d e n o m in a d a
“Hino ao A r c o ” . R e v e la uma p ro fu nd a tern ura , quando
fala do seu q ue ri do a m i g o (2Sm 1.19-27). A morte de
Saul não pôs te rm o aos pr obl em as de Davi. Ele tinha
leito a alia nça c om Aqiuis, ch eg a ra tão pe rto quanto
81
possível de ser tr aido r do seu país, sem r e a lm en te lutar
contra ele. Sua pr óp ri a tribo, Judá, tinha sido a mais
amiga.
Eles sabi am co mo Saul o havia pe rsegu ido
crue lm ent e. Por isso é que Davi se havia atirado nas
mãos de Aquis, Davi c onsul to u a Deus sobre onde
d e ver ia e s ta b e le c e r o seu reino, e Deus lhe indicou
H ebrom. Mal tinha ch eg ad o à cidade, qua ndo os
home ns de Judá v ie ra m ungi-lo rei sobre a casa de
Judá. E m bora não fos se tudo o que Deus tinha
pro m e tid o a Davi, era uma parcela c onsi de rá ve l porqu e
J udá era tribo real.
O início de Davi foi lento e de sa nim ad or.
Mas, Davi tinha fé em Deus. Era pa cie nt e e estava
pr onto a e sp e ra r a or ie n ta çã o de Deus. Era hu m ild e
diante de Deus e dos homens. Era humi lde quan do
ob tin ha êxito e, q u a nd o pecava, era sincero em seu
arre pe ndim en to .
Davi teve uma grande carreira. Todo s os
talentos que Deus lhe deu, ele os usou para a glória do
seu cri a d or e e di fi c a ç ã o do povo escolhido.
L e vou Israel ao apog eu da sua glória; em
suas co n q u is t as ex pan di u suas fr onteiras do
m e d ite rrâ ne o ao E uf rat es. Legou uma rica he ra nç a à
sua raça, h e ra n ç a que incluía honra, poder, riquez a,
cânti cos e salmos. Mas, acim a de tudo, deu- lhe s
e xem pl o de le al da de a Deus.
Davi c o m e ç o u certo: c o m e ç o u co m Deus!
En tr eg ou todos os seus planos aos cu id ad os divino s (SI
37.5). Jam ai s se e s q u e c e u que Deus era so berano. Ao
pecar, c u rv o u -s e arre p en d i d o e triste, e Deus lhe
perdoou.
Os ho m e n s de Ju dá que vie ram e nc on tr ar
Davi eram, pro v a v e lm e n t e , os anciãos da sua pró pr ia
tribo.

82
V ie ra m c o n s a g ra -l o rei, apesar de j á ter sido
ung ido em p a rt ic u la r por Samuel. Fazia- se ne c e s s á ri o
para indicar a unç ão em pú bl ic o como sinal e x te r n o e
visível da in a u g u ra ç ã o do seu reinado. Você se le mb ra
de que Saul foi ungid o em p a rt ic ula r ta mb ém ? ( I S m
10 . 1).
A unção com óleo sign ifi ca indicação divina.
Saul foi p re p a ra d o para a unção de rei. Fo i- lh e
co nce di do o dire ito de g o v e rn a r o povo. Mas, o rein ad o
de Davi não foi r e c o n h e c id o pelo povo. Abner,
c o m an da nt e do e xér ci to de Saul, im e di a ta m en te tom ou
provi dê nc ias para in di c a r o filho de Saul para su bstituí-
lo.
Os g ra nd e s e sf orços de Davi para ev itar
atritos e unir o povo, p ro c u ra n d o levá-lo ao r e c on he c ê-
lo com o rei, fo ra m todos inúteis. O espírito de Saul, tão
a ntagôni co a ele, p e rp e tu o u -s e em Abner, que e st a va
resolvido a c e n tr a li z a r o reino de Israel na ca sa de
Saul, e não na de Davi (2 S m 2.8-10).
O po vo não co ns ult ou a Jeová; li m it ou -se
apenas a p ro c ura r que o favor popu lar se inclin ass e
para Davi; s eg ui u- se a g u e rr a civil, mas, no final, tudo
favoreceu a Davi e ele foi c ons ti tuí do rei de todo o
Israel. A m o n a rq u ia em Israel nunca foi uma a uto cr ac ia
ab soluta ( I S m 10.25; l R s 12.3-4).
No vig o r da vida, com trinta anos, Davi
entrou na posse de toda a sua herança. Era essa a tarefa
que Deus tinha para ele. R ei no u qu a re nta anos ao todo,
inclusive os sete anos e meio em H e br om sobre Jud á, e
os trinta e três anos em J er usa lé m sobre toda a terra.
A f o r ta le z a de J er usa lé m ainda e sta va nas
mãos dos je b u s e u s , mas foi c ap tu ra da no pr in c íp io do
reinado de Davi (2Sm 5.6-10).
Um dos g ra nd e s resultados do re in a d o de
Davi foi a un ifi ca çã o de toda a nação sob a sua

83
liderança. C o n se g u iu unir os vários gru pos em conflito.
Era agora um povo unido, sob a lide ra nç a de um j o v e m
unido a Deus. Tu do o que os hebreus tinha m de fazer
era co n ti n u a r s eg uin do a lid erança de Davi através dos
anos a fim de p r o g r e d ir e m de gr an de za em gra ndeza.
Davi con fiou em Deus de todo o seu cor açã o
e não se e str ibo u em seu próp rio e nte ndim en to .
R ec on he ce u Deus em todos os seus c a m in ho s e Ele
dirigiu os seus passos (Pv 3.6). C om o Davi obt inh a
essa dire ç ão ? Pe di nd o a Deus.
D uro u muito tempo a guer ra entre a casa de
Saul e a casa de Davi; Davi ia-se fo rt al e c en do , poré m
os da casa de Saul se iam e n f ra qu ec e ndo (Veja 2Sm 2 e
3). A c aus a do e n fr a q u e c im e n to era que Deus estava
c ontra eles.
De pois de sete anos e meio de opos ição ,
Davi f in a lm e nt e c o n qu is to u o co ra ção de todo o Israel,
por sua j u s t i ç a e seu grande espírito. Ele não tinha mais
ne nh um rival. R ep r es e n ta nt e s de todas as tribos viera m
a H e bro m para ungi-l o rei de toda a nação (2Sm 5).
A pr im e ir a coisa que e m p e n h o u foi a captu ra
de Je ru sa lé m , a fo rt ale za de Sião. D esd e os dias de
Josué, J e r u s a lé m fora a única a d e sa fi a r o a taq ue de
Israel. Era ine xp ug náv e l.
D avi ju l g o u ser a que me lh or servia p a ra a
capital da nação. To rn ou-s e re s id ên c ia de Davi e
capital do reino.
O re gis tro de como pela p rim eir a vez ela
caiu sob o d o m ín io do povo de Deus e stá em 2Sa mue l
5.6-9 e l C r ô n i c a s 11.4-8.
D e po is que Davi est a b e le c e u a capital em
Jer usa lém, ele de sej ou trazer a arca de Deus para a
nova sede do go ve rno . R e c onh e ci a a ne c e s si d a d e que o
povo tinha de Deus. Porém, não lemos que ele tenha
c on su lt ad o a Deus.

84
Se gu iu -s e uma gra nde tr a g é dia (2Sm 6.1 -19).
Uzá a ch a va que não hav ia mal em s eg ura r a arca para
que ela não caísse. Ele era sincero, mas isso era
dia m e tr a lm e n t e op os to ao que Deus dissera. Uzá
morreu.
Qual foi a m a io r co isa que Davi fez pelo seu
povo? Capt urou J er u sa lé m , fê-la m a io r e mais forte,
c on qu is to u os filisteus e unif ic ou o povo. Mas tudo
isso seria de po uc o valor se Deus não tivesse sido
c o lo ca d o no centro. Foi isso que deu à nação un id a d e e
poder.
Todos os a c o n te c im e n to s do re inado de Davi,
que se segu ir am a c ap tu r a de J er usa lé m, po de m ser
r e s um id os nestas palav ras : ia D av i c re scen do em p o d e r
cada vez mais, p orq u e o Se n h o r dos exércitos era co m
ele ( l C r 11.9).
Deus o e st iv er a pr e p a ra n d o para esse
reinado. O prep aro é difícil. Bom é para o h o m e m
s uport a r o j u g o na sua mo cidade.
O prim eiro c uid ad o de Davi ao e st a b e le c e r-
se em J er usa lé m, foi levar para lá a arca do
test em u nh o. Sua ten ta tiv a de c ol o cá -l a no M on te Sião
fr ac as s ou por falta de re v e rê n c ia da parte dos que a
le vav a m , mas depois de três meses ela foi d e v id a m e n te
c o lo c a d a no tab er nác ulo , (leia a história toda em
2S a m ue l 6).
Davi era h o m e m de ação. G o st av a de
traba lhar. As guerras c om as nações ao red or ha via m
ces sado. Ele p r oc ura va ag or a de sc obrir o que po de ria
fa z er para m e lh or a r e e m b e l e z a r o seu reino.
C om pa ro u a e le g â n c ia do seu pa lác io c om o
t a b e r n á c u lo em que Je o v á habitava. A ch av a que essa
d if e re n ç a não devia existir. Ch am ou Natã, o prof eta , e
c on su lt o u -o sobre a c o n s tr u ç ã o de um te mp lo para
Jeová.

85
A pr in c íp io pa re cia que D eu s iria pe rm iti r
que ele c o n st r u ís s e o templo, mas Deus tinha um
pro pós ito dif e re nt e para Davi. Leia o que Deus ma ndou
Natã di z er a Davi (2S m 7.4-17).
O espír ito de Davi de novo se rev e lo u em sua
su bm iss ão ao p lano de Deus para ele. Deus permitiu-
lhe a ju nta r ma te ria l para seu filho usar. Ve ja a história
terna do tra ta m e n to que Davi d i s pe ns ou ao j o v e m
aleijado M e f ib o s e te , ao de sc ob rir que ele era filho do
seu me lho r am ig o (2S m 9).
Davi era p ode ro s o na arte de guerre ar, ainda
que o seu c o ra çã o se inc linasse para a paz. O capítulo
dez narra alguns e m p re e n d im e n to s perigo so s.
Esta h is tó ri a é a narrativa final da asc en são
de Davi ao poder, e prepa ra o leitor para a terrível
na rrativa da sua queda.
Sob o go v e rn o de Davi, Israel atingiu o
ponto cu lm in a n te . E ss a ép oca é c h a m a d a a “ Idade
Á u r e a ” de Israel. N ão ho uve culto idó latra nem funções
mu n da na s e n q u a n to o “ doce c ant or de I s r a e l ” , o
“ m e n in o - p a s t o r de B e l é m ” c o m a n d a v a a nau do Estado.
Suas c a r a v a n a s de m e rc ad o r es c ru z a v a m os dese rto s e
suas rotas iam do Nilo ao Tigre e ao Eufr ates, e Israel
pro s pe ro u na q u el a época. Q uando Israel an dav a em
retidão para co m Deus, era in ve ncí vel em todas as
circ un stâ nc ia s.

A Q u e d a de Davi
(2Sm 11-20)
Seri a pr efer íve l que a vida de Davi tivesse
term in ad o antes de ha ver -se escrito o c apí tu lo onze. A
idade áur ea hav ia pa ss a do e o que resta é uma história
e n tr e m e a d a de pe c a d o e castigo.
Em toda a Palavra de Deus não há outro
capítu lo mais tr ág ic o nem mais cheio de a dv er tê nc ia
86
para o filho de Deus. É a h is tó ri a da qued a de Davi. É
co mo um e cl ip se do sol. Seus pe ca do s de ad ulté rio e
virtual h om ic íd io c o ns ti tu em uma terrível nó doa na
vida de Davi.
To r n o u -s e um ho m e m alqueb rad o. Deus lhe
pe rdo ou, mas a Pala vra diz: Não se apartará a esp a da
ja m a is da tua casa. Ele colh eu o que semeou. V e m os a
ceifa em sua pró pr ia casa e nação!
E xa m in e os passos na que da de Davi. Eles se
s uc e de m ra pid am ent e:
P r i m e i r o , ele esta va oc ios o (2Sm 11.1,2).
D e ve ri a ter ido para a guerra, mas não foi, ficou em
Je ru sa lé m , no lugar da tenta ção . À tard inh a le va nt ou-se
do leito e foi p a sse ar no te rra ço da sua casa. Est a va
naq uele estado ind ol e nt e e d e s c u id a d o que f a v o re ce a
tentação.
Viu a bela B a t e - S e b a e desejou-a. Seu
pr im eir o pe cad o foi ter olh ado. Se Davi tivesse co rtado
a te nta çã o no na sce do ur o, te r-s e-i a poupa do um mu nd o
de a g onia e terrível pecado. E m vez de exp ulsá -la, ele a
alime nto u.
S e g u n d o . Davi m a n d o u p e r g u n t a r quem era
(2Sm 11.3). In f o rm o u -s e a re s pe ito dessa m ul he r e a
tomou (v. 4). M an do u tr az ê-la à sua casa. E s qu e ce u-s e
do d e v e r para com o fiel so ld ad o de quem era esposa,
mas no próx im o passo é mu ito pior, seu pecado co ntra
Urias, um dos seus mais br av os soldados.
Era pre ci so liv rar -s e dele. Fez de Joab e seu
co n fi d e n te no pecado, seu pa rc ei ro no crime. Esse
pecado era ainda mais terr íve l porqu e foi c om et ido
pelo c he fe da nação. Esse que havia sido e s p e c ialm en te
favore ci do por Deus.
Ti nha a tr a v es s ad o muitas exp er iênci as. Os
notáveis serviços de Urias o torn am m e re c e d o r de
r e c o m p en s a e não de morte.

87
♦ O pe ca do é pu nido.
O pro fe ta Na tã veio a Davi e o acusou do
pecado. Lem os do seu sincero ar re p en d i m en to (SI 51).
Deus disse a Davi que o filho morr eria por
causa do seu pe cad o. Veja como ele recebeu esse
castigo (2Sm 12.13-32). Q uando a c ri a nç a morreu,
Davi le va nt ou-s e e adorou a Deus.

Os Ú ltim o s Dias de Davi


(2Sm 20-24)

De pois que a rebelião liderada por Absalão


foi e sm ag ad a, Davi voltou para o seu reino. Novos
oficiais foram n om e ad os e a re c o n st r u çã o com eço u por
toda parte. Davi peco u re c en s ea nd o o povo, porque
Deus não o m a n d ar a fazer tal coisa. A terra foi
cas tig ad a por uma peste durante três dias.
Ele a cu m ul ou grandes re cu rso s para a
c on st ru çã o do te mp lo e orientou seu filho Salomão
quanto à c o ns tr uçã o. Davi tinha somen te setenta anos
quan do faleceu.
Os últimos versículos de 2Sa mue l 24.18-25
falam da c o m p ra que Davi fez da eira de Araúna. Ele
ergueu um alta r ali. Isso tem um s ign ifi ca do especial
porqu e nesse local foi mais tarde c on st ru íd o o grande
templo de Salom ão.

88
Q u e s ti o n á r io

■ A ss in a le com “ X ” as a lt e rn at iv as corretas

6. Davi reve lo u- s e rei co m p le to qua nd o


a)| I Pou p ou a vida de Saul
b)| I De rrotou o g ig an te Golias
c)l I P a st ore ava ovelh as
d)l I Ex er cia o cargo de prí n c ip e da corte

7. Qu a nt o às con qui st as de Davi, é inco rre to dizer que


a)| I C apt uro u Je ru sa lé m , fê-la maior e mais forte
b)| I C onquis to u os filisteus
c)l I Con str uiu o temp lo
d)| I U nificou o povo

8. Pro fet a que veio a Davi e o acusou do pe cad o -


aquele, com etido com B a t e -S e b a
a)| I Elias
b)| I Urias
c)| I Samuel
d)| | Natã

■ M a r q u e “ C ” para Certo e “E ” para Errado

9. □ Sob o gov erno de Davi, Israel atingiu o ponto


c ul m in a nt e. Essa é poca é c h a m a d a a “ Idade Á u r e a ”
de Israel
10.0 Deus disse a Davi que seu filho mor rer ia por
c aus a do pecado co m B at e-S eb a . Quan do a c ri a nç a
morreu, Davi mu rm ur o u

89
Lição 4
A Monarquia - 1 e 2Reis, 1 e 2
Crônicas

Autor: De sc onh ec id o. Atribuído a


Jerem ia s.
D a t a : Po s s iv e lm e n te entre 560 e 538 a.C.
1 e 2Reis T e m a : Liçõe s da divi sã o do Reino
Unido.
P a l a v r a s - C h a v e : Rei, casa, profeta.
V e r s í c u l o - C h a v e : l R s 3.9; 2Rs 12.7

O A u to r

Ex is te a op in iã o de que os livros de Reis


te nha m sido e scr ito pelo profeta Jerem ia s. Muitos
trechos nesses livr os lemb ra m o de Jeremias. Por
exemplo, c o m p a r a r 2Reis 24. 1 8- 20 e 2Reis 25 com
Jeremias c apí tu lo 52.
O prin cip al a rg um e nto c ontra a autoria de
Jeremias é que o rela to da prisão e do cativeiro de
Joaq uim foi e scr ito por al gu ém na B ab i lô n ia e sabe-se
que J er em ia s foi le va d o ao Egito (Jr 43.1-8). O
primeiro templo ain da e sta va de pé ( l R s 8.8).
P r o v a v e lm e n te os livros de Reis tenham sido
escrito por um p ro f et a c o n te m p o râ n e o de Jeremias,
antes do fim do c ativ ei ro Babi lón ico , caso contrário, a
volta do c ati vei ro teria sido m e n c i o n a d a no livro.
91
O autor relatou fatos o c orr ido s muito antes
da sua própr ia época, e teve, porta nto , acesso a
di fe rente s fontes de história escrita. Dessas fontes
estão me nci onadas:
x C rô ni c as do rei Salo mã o ( l R s 11.41);
x C rôn ic as dos reis de Judá ( l R s 14.29; 15.7; 22.46;
2Rs 8.23, etc);
x Crô nic as dos reis de Israel ( l R s 14.19; 15.31;
16.5; etc).

D ata

E m bo ra a data exata para a c o m p os iç ã o de 1


e 2Rei s seja incerta, a cr ed ita -s e que a sua form a final
e st a v a pron ta em algum m o m e nt o da última parte do
século VI a.C.
O último a c o n te c im e n to m e nci on ad o em
2Reis é a liberda de do rei Jo aqu im , de Judá, que estava
preso na Babilônia. C o n s id e ra n d o que J o a q u im foi feito
p ri s io n e ir o em 597 a.C. (ver 2Rs 24.8-17 ) e libertado
trinta e sete anos mais tarde (ver 2Rs 25.27), os livros
de Reis de vem ter sido escritos de poi s de 560 a.C. para
que essa in for ma çã o pu de ss e ser incluída.
O autor de Reis teria m en ci ona do,
pr o v a v e lm e n t e , um a c o n te c im e n to tão impo rt ant e como
a q u e d a da Bab ilôn ia para a Pé rs ia em 538 a.C., caso
h o u v e ss e tido co n h ec im e n to desse evento. Como não
há me nç ã o dessa im po rt an te notíc ia em Reis, conclui-
se, então, que 1 e 2Reis te n h am sido escritos,
pr o v a v e lm e n t e , antes de 538 a.C.
Portanto, a data de 1 e 2Reis é fixada entre
560 a 538 a.C., e m bora os e ven to s regis tra dos em
I R e is te n h am oc orrido uns tr ez ent os anos mais cedo.

92
O E s p l ê n d i d o R einado de S alo m ão
(1 Rs 1-1 0)

O livro c om eç a com o rei Davi j á vel ho e


entrado em dias. En v e lh e c e u p r e m a tu r a m e n t e p or qu e
contava apenas s ete nt a anos. Seu filho Salo mã o tinha
dezenove. Por c au s a da deb ilidad e de Davi, in ic ia -se
uma rebe lião c o n tr a ele. A ten ta tiv a de A do ni as, no
sentido de c o n s e g u ir o trono do pai, era natural por ser
um filho pre s ti g ia d o por Davi.
Essa re b e li ã o exigiu ação imediata, e q u e m a
tomou foi Natã, o prof eta. Davi p e rc eb e u que S a lo m ã o
era o mais in d ic a d o para sucedê-lo. Ele era o e sc ol hid o
de Deus ( l C r 22.9; l R s 2.15). E s ta va claro que a
escolha de S a lo m ã o era po pula r ( l R s 1.39,40).
A donia s viu logo que qu a lq u e r o p os iç ã o
seria inútil. Po r c au s a dessa rebe lião , Salo m ã o foi
coroad o antes da morte de Davi ( l R s 1.30,39,53).
Salomão re c eb e u seu tr e in a m e nto re lig ios o de Natã, o
profeta. Esse sábio pro fe ta o a ma va e lhe deu o nome
de Jedidias, “ q ue ri do de D e u s ” (2S m 12.25).
O rein a do de Sa lo m ã o c o m e ç o u num
e sp le n do r de glória. Era es p le n d o r sem sub mis sã o. E
como a co nt e c eu co m Saul, a vida de S a lo m ã o te rm ino u
num a n t i c l í m a x 1. O seu cor açã o não era de todo fiel
para com o Se n h o r seu Deus, com o fora o de Davi, seu
pai ( l R s 11.4). Le m bre -s e , Deus dese ja o nosso
coração! Sal om ão , en tre tanto , foi um rei ma gn ífi co ; seu
trono foi o mais gr a n d io s o que o mu nd o j á tinha visto e
sua vida, ch eia de a co nte c im e nt o s de s ig nifi c a çã o
ma ravilhosa. Seu re ino de quase 100.000 qu il ô m e tr o s
qua dr a do s era dez vezes maior que o reino que seu pai
herdara.

Figura que consi st e no e mpr eg o da gra daçã o des cen dent e.


93
S alo m ão - O H o m e m

S a lo m ã o , h o m e m not ável e b o m .
<#> C re sc e u sob a sábia or ie n ta çã o de Natã, que lhe
deu o apelido de Jedidias, “ q ue ri do de D e u s ” (2Sm
12.25);
# Seu reino foi bem sucedido. O pov o clamou com
alegria;
# S a lo m ã o já está ass en tad o no trono do reino ( l R s
1.46);
# A or de m de seu pai era ch eia de pro m e s sa s ( l R s
2.1-9);
A e s c o lh a de sab ed ori a foi uma esc olh a divina
( l R s 3.7-28);
•%> Seu gabinet e foi o ma ior de Israel ( l R s 4);
# Sua grande tarefa foi a c o n s tr u ç ã o do templo,
g ra n d e soma de dinhe iro foi ga sta em erguê-lo. O
c ulto de in a ug ur a çã o reve st iu -s e de su blimidade.
# Seu reino atingiu, depois de q ua tr oc en to s anos, as
vastas dim en sõ es e sb oç ad as por J osu é (Js 1.4);
<# A ri quez a e a glór ia do reino de Sa lo mã o fiz era m
c om que a rainha de Sabá fic a sse com o fora de si
( l R s 10.5);
#■ Sua belez a pessoal é de sc rit a em Salmos 45;
<#> Sua ardente afeição pode ser vista nos cânticos
que têm o seu nome (C antares de Salomão).

S a lo m ã o , h om em fr aco e f a l t o s o :
<t> D ife re nte de seu pai Davi, ele tratou o irmão
A d o n ia s com c ru e ld ad e ( l R s 2.24, 25);
#• Seu cor açã o se ench eu de org ul ho ( l R s 10.18-29);
#> Le v a d o por suas mulheres pagãs caiu na idolatria
( l R s 11).

94
S a lo m ã o não d e m on st ro u s a b e d o r ia
espiritual. O livro de Ecl esiastes, com sua nota de
de se sp ero é uma c onfis sã o disso. Ele não tinha o
co ração em paz c o m Deus. Depois das palavras finais
de a d m o e s ta ç ã o de Davi a seu filho para que fosse
a bs olu ta m e nt e leal a Jeová, o rei morreu, te ndo
go ver na do por q u a r e n t a anos.
No início do reino, Deus a par eceu a S a lo m ã o
num sonho e lhe dis se que es c ol he ss e o que dese ja sse .
A sábia es c olh a do j o v e m rei revelou um s e n ti m en to de
in c ap a c id ad e para r e a li z a r a tarefa. O que foi que ele
pediu ao Se nhor? D eu s lhe deu a s ab ed oria que pediu.
P e de -m e o que que res que eu te dê ( l R s 3.5).
O j o v e m não se e n v ai d e c eu qua nd o Davi, seu
pai, por duas ve zes o c h a m o u de sábio ( l R s 2.6-9).
Sal omã o pe diu um “ co ra çã o c o m p r e e n s i v o ” . S a lo m ã o
foi o ho m e m mais sábio que o mu nd o c onh ec e u até a
vinda da qu ele que p o d ia di z er de si mesmo: “E eis a qui
está quem é m a i o r do que S a l o m ã o ” (Mt 12.42).
E m p ri m e ir o lu ga r Salo m ã o org a ni z ou seus
líderes. C er co u - se de um g ru p o sábio de min is tro s de
Estados, cada um deles re s p o n sá v e l por um setor. Isso
trouxe ao reino dias de e x tr a o rd in á ri a p ro s pe rid a de.
O ma ior e m p r e e n d i m e n t o no re in a do de
Salomão foi a e di fi c a ç ã o do templo, que hav ia sido o
que seu pai Davi ta nto de s e ja ra fazer. O im e n s o
alicerce de grande s pedras la vra da s, sobre os quais o
templo foi co n st r u íd o , p e rm a n e c e até hoje, sob a
mesquita de Omar. U m a só laje tem quase 13 metr os de
c om pri me nto . As im en sas pe dr a s, o cedr o a ro m á ti c o e
o r e v e st im en to de ouro lhe d a v a m i n v u l g a r 1 espl en dor .
O T e m p lo f ic a v a situado num lug ar
histórico. No m ont e M oriá, Ab ra ão ofe re ceu Isaque

1 Não vulgar; incomum.


95
(Gn 22.2). Já vimos que Davi c o m p ro u a eira de
Ara úna e hoje nela está c o n st r u íd a a m e s q u i t a 1 de
Omar, o lu g a r sagr ado dos ma om e ta no s.
Há três templos terrenos me nc io na do s nas
Es crituras.
■S O pr im ei ro é o de Salom ão, que foi de str uíd o
pelos ba bil ôni os cer ca de 587 a.C. (2Rs 25.8,9).
S O s eg un do é o de Z o r o b a b e l (Ed 5.2; 6.15-18).
Não se c o m p a r a v a na e le g â n c ia de suas linhas com
o de Salomão.
•/ O te rc ei ro foi o te m pl o de H e ro des erigi do em
es c a la mais gra nd io s a em 20 a.C. e co m pl e ta do em
64 a.D. Foi de str uíd o por Tito no ano 70 a.D.

A G lória do R ein o de S alo m ão


(IR s 1-10)

Estu de IR ei s 9.1-28; 10.14-29 e veja os


p ro v á v e is perigo s que c er ca ra m S a lo m ã o em toda a sua
glória. Ve ja sua elevad a posi ção , sua gra nde sabedoria,
sua in c o n tá v e l riqueza. É difícil não e sq ue c er de Deus
nu ma hora de tanta pro s pe rid a de. A pe sso a tende a
p e n sa r só nos seus bens. Foi toda essa glóri a que levou
S a lo m ã o à queda. Por c au sa da sua apostasia, Deus
l ev ant ou inimi gos para o afligirem.
O livro de Ec le si as te s de sc re ve a fut ilidade
da vida de Salo mã o nessa época. A r a in ha de Sabá foi
te s t e m u n h a do reino de S a lo m ã o em seu apog eu e viu o
c u m p r i m e n t o da oração que Davi fez por seu filho, um
ano antes de morrer.
A re put açã o de S a lo m ã o esp a lh a ra -se
p ro v a v e l m e n t e com as viagens da sua ma rin ha
(IRs 9.21-28). A fama de Salo m ã o e sta va ligada com

1 T em p lo maometano.
96
Jeová. Foi isso que de sp e rt o u o in tere sse da r a in ha de
Sabá. Ela ficou im p r e s s i o n a d a com:
S Sua sab e do ria e ri qu e z a ( l R s 10.1,7);
S Sua c r i a d a g e m 1 (v. 8);
■f Seu Deus (v. 9).

A H is t ó r ia do R ein o D iv id id o
( l R s 12 - 2Rs 17)

S a lo m ã o reino u qu a re nta anos, o s eg un do


grande períod o do reino unido ( l R s 11). A p rin c íp io
tudo foi bem, po ré m , mais tarde su rgi ra m pr o bl e m a s
sérios. O bse rv e que Saul, Davi e Salom ão re in a ra m
cada um deles, q u a re n ta anos (At 13.21; 2Sm 5.4; l R s
11.42).
Os im po s to s dura nte o reina do de S a lo m ã o
o n e r a r a m 2 muito o povo. O luxo e a ido latria ti nh a m
r e ba ix ad o a moral. O reino estava a pon to de d ividir -se.
A p r o s p e r i d a d e e o po d e r que S a lo m ã o
alcanç ou tinham seus perigos. Isso cu st a va d in he ir o e
signi fic av a a u m en t o de impos tos que se to rn a ra m um
fardo in s up ortá ve l, gera ndo seme nte s de
in tr an q üi li da de e revolta. Sal om ã o in st a lo u-s e
s o ber ba m e nte em J er u sa lé m , ed ifi c an do seu famo so
templo, m a n d a n d o vir oper ári os e materiais de fora do
país e depois c o n s tr u iu para si um pal áci o que de ixo u
ab ism ad os os seus pró pr ios súditos e os vis itante s
estran ge iro s. D ura nt e esse tempo houve c o rr u p ç ã o e
sub orn o e de b a ix o de toda esta car ga c re sc ia a
inq u ie ta çã o e o e sp ír ito de rebe ldia no povo.
C o n s id e re os a co nte c im e nt o s que levar am ao
de clínio do reino.

1 A classe dos criados e criadas.


“ Oprimir; vexar; sobre carr egar .
97
P o r muitos anos houve c iú me s entre o Norte
e o Sul. A c au sa do ci úme dat ava de tr ez ent os anos e
era d e vid a pr in c ip a lm e n te ao c iú m e entre as tribos de
E fr ai m e Judá. Note as bê nção s que Jac ó impetrou
sobre E f ra im (Gn 48. 17- 22; 49 .22-2 6) . E desd e os dias
de Josué, que era da tribo de Efrai m, ela que o c upav a
lugar de de staque.
A tra ns fe rên c ia de au to ri d a d e para J ud á deu-
se com Davi, que pe rte nci a a essa tribo. Todo este
ci úme en tre as tribos in te ns if ic ou-s e po r causa das
p ri va ç õe s pelas quais o povo p a ss a v a com o resultado
das a rb it ra ri e da de s de Salom ão. Suas ex igências
c ria ram o p re s sã o e sua in fi de li da de a D eu s r e c la m a va
j u s t i ç a ( l R s 11.26-43; 12.4).
Q u a ndo o filho de Sal om ão , Roboão,
a m ea ç ou c o lo c a r fardos mais pe sa do s sobre o povo, sua
im p r u d e n te teimo si a só fez a c r e s c e n ta r c om bu st ív el à
fogue ira , que se vinha fo r m a n d o e a rd e nd o por quase
tr ez ent os anos, desde o tempo dos ju iz e s. Veio logo a
revolta das dez tribos ( l R s 12.16), mas as tribos de
J ud á e B e n j a m im p e rm a n e c e ra m leais ( l R s 12.17). Essa
crise levou à ind ic açã o de J er o b o ão c o m o rei da parte
do norte (v. 20).
A pós a morte de Salo mã o, Israel reu niu -s e
em S iq u é m para pr o c la m a r R o b o ão rei. Antes, porém, o
povo fe z -lh e o pedido de que lhe aliv ia sse o pesado
j u g o que lhes havia posto Sa lo mã o ( l R s 12.4).
Q ua nd o Robo ão, a c o n s e lh a d o pelos jo v e n s
que h a v ia m crescido co m ele na cor te ( l R s 12.10-11),
re c u so u a te nd e r o povo, dez das tribos re cu sar am
r e c o n h e c ê - lo rei. As dez tribos do norte acl a m a ra m rei
a J e r o b o ã o ( l R s 12.20). J udá e B e n j a m im seg uir am a
R obo ão (ano 932 a.C.).
A divis ão do reino era, assim, um fato
c o n su m a d o . Mas não veio to ta lm e nte de surpresa.

98
Te nsões no r e l a c io n a m e n to entre as tribos p ud e ra m ser
vista j á nos dias de J os ué e nos dos jui ze s.
No inicio do rein a do de Davi s om ent e Ju dá
acl am ou- o rei. S a lo m ã o teve d ifi cu ld a de de m a n te r o
reino unido.
A hist óri a do povo que até o fim do rein a do
de Sa lomão havia feito refe rên cia a um povo e a um
reino passou no ano 932 a .C., a referir-se a dois reinos:
ao reino do norte ou de Israel, e ao reino do sul ou de
Judá. Neste ponto, o relato his tór ic o pa rece um po uc o
co nfuso qua ndo se tenta c o m p r e e n d e r o que a co n te c eu
s im ulta ne a m e nt e nos dois reinos.
A Bíblia a p re se n ta a históri a de Israel e de
Judá alte rn ad a m e nt e . Nos livros de Reis a hist óri a de
Israel é rela tad a com mais detalhes. Nos 200 anos que
durou o reino de Israel, os dois reinos irmãos viv e ra m
tempos de fr anca ho st ili da d e, tempo s de c o e x is tê n c i a
pacífica e tempo de alia nç a direta, e am bos os reinos
foram pr o f u n d a m e n te in fl u en ci ad os por seus reis tanto
para o bem com o para o mal.
Após os reis do reino unido, Saul (1050-
1010), Davi (1 010- 97 0) , e Salo m ã o (970 -9 32 a .C.),
seg uiram-se os reis do re ino dividido.

A C a u s a do D eclínio

Um novo no me de grande im p o r tâ n c ia surge


nas págin as dest a história: J er ob oão era j o v e m de
origem humilde, mas tinha co n q u is t ad o n o to ri ed a de por
causa dos seus fiéis ser viços e realizações.
Aias, o prof eta, fez a J er o b o ão uma
su rpr een de nte re ve laç ão . U san do da fanta sia oriental,
lirou a capa nova que vesti a e, ra s g a n d o -a em doze
pedaços, disse a J er oboão : “Toma dez pe d a ço s , p o r q u e
assim diz o S e n h o r D e u s a Israel: Eis que r as ga r ei o
99
reino da mã o de Sal om ão e a ti da rei dez t r ib o s ” ( l R s
11.31). O reino dividiu-se. O j u l g a m e n t o veio sobre
S a lo m ã o por seus longos anos de luxo, orgu lho e poder.
A a po st a s ia reli gio sa vinh a co mo um verme mortal
c or ro e n d o a raiz da vida de Israel. Um dia a árvore
caiu. N a d a destrói mais a raiz de um a nação do que o
de clí nio religioso.

O Pecado T raz D ivisão

E m bora não soubes se, o povo estava


r e a li z a n d o o propós ito divin o ( l R s 12.15; 11.29-33).
Deus não podia igno rar a d e s o b e d iê n c ia de Salo m ã o às
suas mais claras ordens. O reino do povo esc olh ido de
Deus foi d ivi did o pelo pe cado. Há quase três mil anos.
Ve mo s esse reino e sf ac el ar-s e e, fin a lm e nte , ser levado
em c at iv ei ro (2Rs 17.25).
Faz parte da p ro f ec ia que estas duas partes
de Is rael serão reunidas de novo aqui na terra, qua nd o
Cristo voltar em Glória (leia as pa ss a ge ns de Isaías
11.10-13 e Eze quiel 37.15-28) .

Elias - O Seu M in isté rio

Elias foi um dardo de fogo que Deus desferiu


sobre o perve rso Acab e e o idó la tra Israel. Ele
a tr a v es s a esta página da his tó ria de um modo rápido e
terr íve l com o relâmpago.
Elias, o tesbita, dos m or a dore s de G ileade, é
a m a n e i ra como é a pre sen ta do. O nome Elias si gnifica
Je o v á é meu Deus. A d a p ta v a -s e p e rf e ita m en t e a ele.
Foi o mais notável dos prof etas. A c o m p a n h e seu
a p a r e c im e n to repentino, sua c o ra g e m intrépida, o zelo,

100
os p í n c a r o s 1 do seu triunfo no monte C ar m el o , a
p ro fu ndeza do seu desale nto , seu gl or io so
a rre bat am e nto ao céu num r e d e m o in h o e a a p a r iç ã o no
M onte da T r a n s f i g u r a ç ã o foi uma fi gu r a notável das
mont an ha s de Gile ade . Seus longos cabelos c a ía m -l h e
sobre o manto de pele de carneiro.
J e o v á o enviou para c olo ca r um fim ao
destac áve l culto a Baal, pratic ado du ra nte o rei na d o de
Acabe, que se c as a ra com a ímpia p r in c e s a pagã,
Jezabel. Su rg in do in e sp e ra d a m e n te do de ser to e pondo-
se diante do rei co rru pto , no e s p le n d o r da sua corte, o
severo prof eta fa lou -lh e ou sad am en te: “ Tão certo como
vive o S e n h o r De us de Israel p e r a n t e cuja f a c e estou,
nem or val ho nem chu va haverá nest es ano s s e g u n d o a
minha p a la v r a ( l R s 17.1)” , for a-l he dado p o d e r para
fechar os céus de tal modo que não c h o v e s s e dura nte
três anos e meio.
Ele pe diu que descesse fogo do céu diante
dos prof etas de Baal no monte Car mel o. Foi o
ev an ge lis ta do seu dia, troveja ndo a d v e r tê n c ia s a esse
povo idólatra.
Elias po d e ri a ser c h a m a d o de M oisés
segundo. Em Elias a força prof étic a atinge o clímax.
Ele d e s e m p e n h o u o seu mi nistério c om p ro f u n d o zelo
pela lei de Deus e pe la glória de Jeo vá , e, assim, como
Moisés, o seu m ini st ér io foi a c o m p a n h a d o de
r e a li za ç ão de mi la gre s, três aspect os s a li e n ta m -s e no
c ar át e r de Elias:
■S C o r a g e m : sozinho, de safiou os s ac e rd ote s da
re lig iã o oficial para um co n fr o n to pú b li c o no
C ar melo ;
S Fé: o f u n d a m e n t o da sua c o rag em ; q u a n ta fé tinha
Elias para ou s ar e n fre nt a r Acabe e diz e r -l h e “nem

1 Cume; pináculo.
101
or va lh o nem chuva haverá, se não s eg un do a
minha p a l a v r a ” ( l R s 17.1);
■S Z e l o : pelas coisas de Deus ( l R s 19.10).
O ministé rio de Elias foi a m p la m en te
a c o m p a n h a d o de milagres. N e n h u m prof eta su perou
Elias neste aspecto. Com veem ên ci a, Elias c o n d e n a v a a
a po st a s ia e a ini qüidade em Israel, e c o n c la m a v a o
povo para que voltasse para Deus, o b s e r v a n d o as suas
leis (a a po st a s ia no tempo do AT ating iu o m áx im o nos
dias de Acabe).

O M in istério de E liseu
(2Rs 1-9)

Eliseu sucedeu a Elias. Era um tipo carid oso,


em c o n tr a st e com o ardoso Elias.
Elias pre pa rou El iseu para ser seu sucessor, e
seu m in is té rio durou cin q ü en t a anos. A maior parte de
seus m ila gr e s for am atos de b o n d a d e e mise ricórd ia.
T e ve gr a nd e influên cia sobre os reis dos seus dias e,
e m b o r a não apro va sse os seus atos, vinha sempre em
so cor ro deles.
Elias e El iseu a p re se n ta m ace nt ua do
co ntr ast e: “Elias foi o pro fe ta do j u l g a m e n t o , da lei, da
se v e rid a de . Eliseu foi o pro fe ta da graça, do amor, da
ternura” .

102
Q u estio n ário
* A ssinale co m “ X ” as alternativas corretas

1. Qua nto ao rei S a lo m ã o é incoer ent e diz er que


a)l I Cresc eu sob a sábia or ie n ta çã o de Elias, que
lhe deu o a pe li do de Jedidias, “ que rido de D e u s ”
b ) D Sua g ra n d e tarefa foi a co n st r u çã o do templo,
grande so ma de dinheiro foi gasta em e rgu ê- lo
c ) D Seu rein o atingiu, depois de q u a tr o c e n to s anos,
as vastas d im e ns ões es boç a das por Josué
d)l I A g r a n d e z a do reino de S a lo m ã o fize ram com
que a ra inh a de Sabá ficasse como fora de si

2. Com rela ção aos templos terrenos m e n c i o n a d o s nas


Escritura s, a p on te para o incorreto
a)| IO Te m pl o de Davi
b)l IO T e m p lo de Salomão
c)l IO T e m p lo de Zorobabel
d)| IO T e m p lo de Herodes

3. Israel se div id iu , as dez tribos do norte a cl a m a ra m


rei a ________ ; J u d á e Benj am im se gu ir am a ________
a)| I Abias e N a dab e
b)| I Baas a e Asa
c)l I J o s a fá e Ac ab e
d)| I J e r o b o ã o e R oboão

* M ar q u e “ C ” para Certo e “ E ” para Er ra do

4. O S a lo m ã o tratou o irmão Ado nias com cruel dad e;


se en ch e u de orgulho; levado por suas mulheres
pagãs caiu na idola tria
5. O Elias foi o pro f et a da graça, do amor, da ternura.
El ise u foi o pro fe ta do j u lg a m e n to , da lei, da
s e ve ri d a de

103
A C o r r u p ç ã o de Israel (2Rs 1-17)
J er o b o ã o , o go v e rn a d o r do R eino do Norte,
c ham a do Israel, fez de Siqué m a capital, par eci a o
lugar na tu ra lm e n te indica do por ficar no c ent ro da
região. Er a cost um e, segun do a lei, o povo ir a
Je ru sa lé m re g u la rm e n te para ad o ra r (Dt 12.11,14;
16.6,15-16; I S m 1.3-7). J er oboão re cea va que as tribos
via ja sse m a J er u sa lé m , a capital do Reino de Roboão, a
fim de lá a dora re m a Deus. Por isso, fundiu dois
bezerros de ouro e os c olo cou em lugares c o nv en ie nte s
- Betei (Gn 28 .11-1 9) , no sul, e Dã (Jz 18.29,30) no
ext remo norte do Reino, de modo que o povo não
tivesse de ir a Jer usa lém. Mais de vinte vezes ele é
de scrito c o m o Jer o bo ão , filho de N ebate, que fez pecar
a Israel.
Após 256 anos, o povo foi levad o cativo pelo
rei da A ssí ri a (2Rs 17). Mui tos dos prof etas de Israel
tinham a dv er tid o o povo quan to ao cati veiro, mas eles
não q u is e r a m volta r-se da idolatria para Jeová.
Os assírios eram guerre iro s fortes e cruéis.
C on st r u ía m seu reino com a pi lh a ge m de outras nações.
E s fo la v a m pe sso as vivas, c or ta vam - lh es as línguas,
a rr a n ca v a m -l h e s os olhos, d e s m e m b ra v a m -l h e s os
corpos, e depois, para infun dir terror, le v an ta va m
montes de cr ân ios huma nos. Por 300 anos a Assíria foi
um impé rio mundial.

J u d á - O C ativeiro
O Rein o do Sul tentou c o n q u is t a r o do Norte,
durante oit e nt a anos houve gue rra co nt ín u a entre eles,
mas fr a c a s s a r a m no seu pro pósito, veio então um
períod o de oit e nt a anos de paz entre os dois reinos,
depois do c a s a m e n to do filho de J osa fá (Reino do Sul)
com a filha de A cab e (Reino do Norte).
104
Fi n alme nt e houve um p e rí o do de c in q ü e n t a
anos, onde, se gue rre ava m, de tempos em tempos, até
ao cativeiro. No R ei no do Sul hou ve só uma d in a st ia
(Dav ídi ca) , de R oboão a Ze de qu ia s . Os grande s
prof etas dessa é po ca foram Isaías, Natã, Jer emias, Joel,
e Sofonias.
Cerca de 136 anos depois de a Ass íria ter
le vad o cativo o Reino do Norte, o Reino do Sul foi
le vad o em c ati vei ro por N a b u c o d o n o s o r, rei da
B abi lônia. J er us a lé m foi de struída, o templo q u e im a d o
e os príncipes levados presos.
O povo e s que c eu de Deus e recusou ou v ir a
ad v er tê n c ia dos profetas. Deus qu eri a que seu povo
ap re n d e s se a lição de ob e d iê n c ia e de pe n d ê n c ia dEle.
Em IReis vemos d e s m o r o n a r -s e o Reino de Israel,
or gu lh os o e arroga nte, em 2Reis, pe ca ndo ainda mais -
Israel é levado em cat iveiro. Em 2Reis 3.2 e n c o n tr a - se
o seg re do da qued a do povo ju de u: fez o que era mau
p e ra nt e os olhos do Senhor.
As figuras atu ant es e inf luentes d a q u e la
é p o c a foram os prof etas Elias e Eliseu. Elias era à
fo r ça de Israel. Jeza bel e Ac abe havia in tim id ad o o
povo, levand o- o à su bmissão. Elias, por ém resistiu.
Leia IR ei s 17.1, onde ele diz: “Tão certo co mo vive o
Senhor, Deus de Israel, p e r a n t e cuja f a c e e s t o u ”.
Ficou firme co mo uma ro ch a diante das
f r aq ue za s de Israel. Elias foi o ca m pe ã o do altíssimo.
Ele trouxe Deus ao povo. Foi o pa st o r -e v a n g e li s ta
daq uele s dias.

O R ein o do N orte - Israel (lR s 12 - 2Rs 17)


=> O p rim eiro tem p o (932 a 886 a .C.).
Jero boão, o pr im ei ro rei, esc olh eu Si quém
para capital de seu novo país. Esta be le c eu dois centros
religiosos: Dã ao norte; e Betei, ao sul. Em am bos os
105
c entros m a nd ar am c ol oc ar um be zer ro de ouro, dizend o
que estes e ra m os deuses que havia tirado o povo do
Egito ( l R s 12.26-29). Com isso, ele qu er ia ev itar que o
povo pe re g ri n a s s e a J er us a lé m para, no templo , servir
ao Se nhor. E com isso abriu c am in ho para a idolatria.

=> D in a stia de O nri (886 a 842 a .C.)*


Onri tomou o poder, e nos sete anos em que
reinou, c o n s e g u iu criar no país um clima de ordem e
e st a bili da de . Ele fez de Sama ria a capital. Mas fez
tam bé m o que pa recia mal aos olhos do Senhor.
Ac abe, seu filho, seguiu as pisada s do pai.
C on ti n u o u a ed ifi c aç ã o de Sa m a ria e e x p a n d ir a m as
rela çõe s c om er ci a is com a Fenícia, re la çõ es que se
c o n s o l i d a r a m qua ndo esse rei casou com a prince sa
si dônia Jeza bel.
E ss e c a s a m en to foi de sa s tro s o para a vida
espir itu al do país. Jezabel lutou para que o culto a Baal
fosse a rel igião oficial de Israel. Ac abe co nst ru iu um
te mp lo e um altar a Baal, em Samaria. N essa ocasião
Deus le va nt ou o profeta Elias, um dos mais notáveis do
Antigo Te s ta m en to .

=> D in a stia de Jeú (842 a 744 a .C.).


Após ter sido ungido rei, Jeú atuou
f u r io s a m e n te (2Rs 9.18-19). Deus ord e no u que ele
ferisse a ca sa de Acabe. E Jeú assim fez: matou o rei
Jorão, a ra inh a Jeza bel e os da li nha ge m de Acabe.
Ele tentou fazer cess ar o culto a Baal.
T o d a v ia suas ações inte mp est iv as não c o n d u z ir a m o
povo a n e n h u m a modif icaç ão esp iritual mais profunda.
Na di na st ia de Jeú, d e st a c o u -s e sem dúvida,
o rei J e r o b o ã o II. A Bíblia diz que este rei fez o que
pa re ci a mal aos olhos do Senhor, nunc a se ap art and o de
ne nh um dos peca dos de J er ob oã o (2Rs 14.24). Mas o
106
I

I
seu reina do de 41 anos foi o mais pró sp ero do reino de
Israel. Ele ex pa nd iu o reino, re forçou o poderio militar,
e sua bem s uc e di d a política e c o n ô m i c a fez sua nação

I
viv er dia de muito progr ess o material.
Tod av ia a pro s pe rid a de be nef icio u uma
minoria. Os pobres eram ex plo ra do s e oprimidos. As

(
pro pri ed a d e s dos pobres eram e m penh ad as. Quem não
tivesse dinheiro não teria suas causas ju lg a d a s de modo
jus to . A c o rr u p ç ã o era gener aliz ad a. Con tra tudo isto se
le van to u o profeta Amós, an uncia nd o o Juízo de Deus.
A me sm a m en sag em foi en tre gue pelo profeta Oséias
pouc os anos mais tarde.
Mas o povo não deu ouvido. N in g u é m
a c r ed ita va que o tempo de p ro s pe ri da de um dia
terminaria.

=> Os ú ltim os tem p o s de Israel (744 a 722 a.C.)-


Com a morte de J er o bo ão II, Israel entrou
num período de luta pelo poder que te rm in ou em
catástrofe: A Ass íria venceu Israel e de p or to u uma
parte da po pu la çã o (722 a.C.). E nc er rav a- se, assim, a
história do reino do Norte.
O país havia sido go ve rn ad o por uma série
de dinastia, sendo que a re speito de cada rei que subia
ao trono, a Bíblia diz: “andou nos p e c a d o s de J er o b o ã o
f i l h o de N e b a t e ” . Como resultado, gra nde parte da
po p ula çã o foi le vad a cativa. E a Ass íria troux e gente
de várias partes do seu reino para ha bit ar nas cidade s
de Samaria.
O de stino das dez tribos le vadas para a
Assíria não é con hec ido. As hipóteses a p re se n ta d as são
muitas, mas não se sabe ao certo. O certo é que as
pro me ssa s dadas a Israel for am dadas a um pov o de 12
tribos, e tanto Eze quiel como João no A p o c al ip s e
refere-se ás 12 tribos de Israel.
107
O R eino de Saul ou de Judá (932 a 586 a.C.)
(l R s 12 - 2Rs 25)

♦ O p r im e ir o tem p o (932 a 873 a.C.)-


Q u a n d o as tribos do Norte ha vi am coro ad o
J er o bo ão co m o seu rei, R oboão voltou a Jer usa lé m
com o rei sobre Judá.
O rei no de Saul em d im en sõ es e em
p o p u la çã o era co n si d e ra v e lm en t e meno r que Israel, mas
p os su ía três va nt ag e ns im portantes, tinha:
■S U ma d in a st ia firme;
S U ma cap ital consoli dad a;
■S Um santuário.
Mu ita s vezes pa recia que Judá fica va em
s eg und o plano, ob s cu re c id a pelo Reino do Norte, maior
e mais pod ero so . R oboão e os reis que viera m logo
após ele, e sf o rç a ra m -s e para m an te r a a u to n om ia frente
ao R ei no do Norte, con struiu várias cidades
f o rt ifi cad as para defesa de seu reino.

♦ O fu sc a d o por Israel (873 a 736 a.C .).


Nos prim eir os 60 anos do re ino dividido,
ho uve tensã o e host ili da de entre os dois reinos. Quan do
Onri a ssu m iu o pod er em Israel, fez o pos sível para
m e lh o ra r as rela çõe s com o reino vizinho.
O rei Acabe de Israel fez alia nça com o rei
J os a fá de Judá, e a filha de Acabe, a pr in c e sa Atália,
c as ou-s e c om Jeorão, filho e s uce s so r de Josafá.
Ini c io u-s e um período em que J udá de pen de u
g ra n d e m e n te de Israel, tanto no terre no político como
no religioso.
U m pou co mais tarde, no reino de Uzias, em
Judá, q u a n do J er ob oã o II era rei em Israel, ambos os
reinos e x p e r im e n t a r a m um tempo de pr os pe rid ad e
108
s em e lh a n te aos dos dias de Salomão. To da vi a os
re s ul ta do s sociais e esp ir itu ais for am negativos. E a
f r a q u e z a de Judá ficou bem patent e ao c he ga re m os
m om e n to s de d if ic ul da de s sob os assírios.

♦ A am eaça dos A ssír io s (7 36 -6 37 a . C.).


O Reino do Nort e e a Síria uniram -s e c o nt ra
o R ei no de Judá. P r e s s i o n a r a m - n o para que fizesse,
ju n t a m e n t e com eles, alia nça c ontra a Assíria. O rei de
Judá, Acaz, não só rec uso u essa aliança, co mo
pr o c u ro u o auxilio da Assíria, ig no ra nd o as
a dv er tê nc ia s do pr o f et a Isaías (cap. 7).
A Assíria, a quem Ju dá hav ia pedido socorro,
não muito tempo de pois estava co m seu exér cito fora
de J er usa lé m, nos dias do rei Eze quias , desta vez o
S e n h o r socorreu o seu povo e pe lej ou co ntra o e xér cito
ass íri o (2Rs 19.35-36).
O rei Ez e q u ia s foi um dos mais e xp re ss iv os
reis de Judá, d e d ic o u - s e a im port an te s proje tos de
e dif ic aç ã o corno o si ste m a de a b a s te ci m en to de águ a de
Je ru sa lé m . E z eq uia s lid e ro u uma am pla re fo rm a
re lig io s a , mas seu filho M a n a s sé s não c on tin uou nos
pa ss os do pai, ma ndou le v a n t a r nova m en te os luga res
de cu lto idó latra que seu pai havia destruído.
v
♦ A esp ada de N a b u c o d o n o s o r (637 586 a .C.).
Este p e río do se iniciou com o re in a do de
Josias. Seu go ve rno de 30 anos co inc id iu com tempos
dif íceis no cenár io in terna ci onal. O Im pé rio Ass íri o
e st a va em de clínio e a capital, Nínive, caiu no ano 612
a . C. A potê nci a mu ndia l e m e r g e n te era a Bab ilônia. Ao
m esm o tempo o Egi to p ro c u ra v a e st a b e le c e r a sua
a nt ig a liderança.
Josias foi mo rt o no vale de M eg id o q u a ndo
saiu a pelej ar c on tra o rei Neco do Egito. A ss im como

109
E ze qu ias , J osi as ta m b é m ord en ou uma am pla reform a
religiosa. O livro da lei foi acha do no templo e os
preceitos d iv in os de culto e adora çõe s foram
re s ta b e le ci d o s , en tre outras coisas foi cel e br a da a
Páscoa.
M o r r e - s e Josias, e oc upa -s e o trono de Judá
seu filho Jeo a c az . Após três meses, foi de posto pelo rei
do Egito e sub stitu íd o por seu irmão Jeo iaquim.
Jeoa c az foi lev ado ao Egito onde morreu.
Q u a n d o a B ab il ôn ia su bjugou o Egito,
sub ju g ou ta m b é m Judá.
O rei J e o ia q u im c on sp ir ou c ont ra a Babi lônia
e ele p ró p r io be m com o a sua famíl ia e uns 10 mil
ju d e u s fo ram levado s em cativ eir o (entre os cativos
estava o pro fe ta Ezequiel), e J o a q u im seu filho, reinou
em seu lug ar por três meses e 10 dias tendo sido, então,
de post o por N a b u c o d o n o s o r, e lev ado para Babilônia.
Z e de quia s seu tio foi posto no trono de Judá.
Q u a n d o tam bé m Z e de quia s quis rev oltar-se
contra a B ab il ô ni a, ele teve o ap oio de falsos profetas
que a fi r m a v a m que J er usa lé m nunc a cairia. Em vão o
pro fe ta Je r e m ia s se levant ou c ont ra esta atitude. Foi
por isso c o n s id e ra d o traido r da pá tria e la nçado em
prisão.
O resu ltado da rebe lião de Zede qu ias
re su lto u no cer co de Jeru sal ém. A ci dade caiu no ano
586 a.C. Ze d e q u ia s teve seus olhos vazados e foi
levado para a B ab il ônia j u n t o co m gra nde parte da
popu laçã o. J e r u sa lé m foi d e st r uí d a e o templo
que imado.
Começa uma nova et apa na história
d ra m á ti c a deste povo. E s ta va d e fin iti va me nte
e nce rr a do o p e río do em que o povo foi go ver na do por
seus pr óp ri os reis.

110
A u t o r : A tri bu íd o a Esdras.
D a t a : P r o v a v e lm e n te entre 425 e
400 a .C.
T e m a : E n c o r a ja m e n t o e e x o rt a çã o
p ro v e n ie n te s da he ra nç a
esp ir itu a l de Judá.
P a la v r a s - C h a v e : Rei, casa, profeta.
V e rsíc u lo -C h a v e: 2C r 7.14

O A u to r

Não se s abe ao certo qu em seja o autor


de ste s livros, na tr a diç ão j u d a i c a a au toria é at rib uí da a
Esd ras , o estilo de C rô nic as é mu ito s em e lh a nte ao de
E sd ra s e Neemias. O fim de 2C rô nic as pa rece c o n ti n u a r
no livro de Esdras (ver 2C r 36. 22-23 co m Ed 1.1-2).
O certo é que estes livros for am esc ritos por
al gu ém bem f a m il ia r iz a d o co mo o e xe r cí c io do
sac e rd ó ci o levítico.

D a ta

Não é po s s ív e l p re c is a r a data ex ata em que


os livros fo ra m e scr ito s, c er ta m e n te for am alguns anos
após o re torno do ca ti v ei r o bab ilónic o.
Esses livros m e n c i o n a m difere nte s fontes
c on su lt ad a s pelo seu autor, pa ra org anizá-los:
■ Livros dos reis de Israel ( l C r 9.1), os quais
inc lue m “ notas de Jeú, filho de H a n a n i ” (2Cr
20.34);
■ Crô nic as do rei Davi ( l C r 27.24);
■ Crônic as de S a m u e l, o vi de nte ( l C r 29.29);
■ Crônic as do pr o f et a N a tã ( l C r 29.29);
■ C rô ni c as de Gade, o v id e nt e ( l C r 29.29);
111
■ Pr of e ci a s de Aias, o silonita (2Cr 9.29);
■ Visões de Ido, o vidente (2Cr 9.29);
■ Livro de Sema ía s, o prof eta (2 C r 12.15);
■ H is tó ria do pro fe ta Ido (2Cr 13.22);
■ Livro dos reis de J udá e Israel (2Cr 16.11; 25.26,
etc.);
* A no ta çõ e s do prof eta Isaías, filho de Amoz (2Cr
26.22; 32.32);

C o m e n tá rio

C o m p a re os livros de C rô ni c as co m os livros
históricos que os ant ece dem , os livros de Crônic as
iniciam co m Ad ão e te rm in a m com o edito de Ciro (ano
536 a .C.). Eles cob rem, assim, um p e rí od o a pr ox im a do
de 3500 anos, e a b ra n g e m r e s u m i d a m e n t e toda a
história bíblica , com ênfase espe cial à sucessão
messiânica.
Ao c o nt rá rio dos livros de Reis que rela tam a
his tória tanto de Israel com o de Judá, os livros de
Crô nic as p r a ti c a m e n te ig nor am as dez tribos do Norte e
de dica- se à h is tó ri a do povo divin o de um ponto de
vista mais po lítico, e m bora não pro fano, os livros de
Crô nic as f o c a li z a m mais o aspe ct o re lig io s o dessa
me sm a história.
X Os livros de C rôn ic as d e m o ra m -s e de sc re v e n d o os
re in ad os de Davi e Salom ão, e rela tam
m in u c i o s a m e n t e tudo que diz re s pe ito ao templo.
X Biogra fia s, relatos de gu erras, etc., são
m e n c i o n a d o s de pass ag em , ha v en d o ma ior lugar
pa ra aq uel es reis teme ntes a Deus e que muito
c o n tr ib u ír a m para o fo r ta le c im e n to da instituição
s ac erdota l e do culto ligado ao templo. Por
e xe mp lo , a re fo rm a re lig io sa de E z e q u ia s que em

112
Reis é d esc rit a em um único v e rs íc ul o (2Rs 18.4),
ocup a três ca pí tu lo s em 2C rô n ic as (29-31).
X Tudo que diz re s pe ito ao temp lo, ao culto, ao
sac erdócio, é a p re se n ta d o co m detalhes. A lg u é m
disse que e n q u a n to os livros de Reis re la ta m os
aco nt e c im e nt os sob ponto de vista prof ético, os
livros de Crô nic as fa z e m - n o sob ponto de vista
sacerdotal.

G e n ea lo g ia s
(ICr 1 - 9 )

As g e ne a lo gia s re g is tr a da s em C rô ni c as
e s te n d e m -s e desde A dã o até 400 a.C., porta nto , até
vá rias gerações após o c ativ ei ro bab ilónic o.
Após o terr íve l c a t a c l i s m o 1 que foi o exílio
da Babi lôn ia, fazia- se n e ce s sá ri o pr ov a r o vín cu lo que
a q u e la ge ração tinha c o m o passado.
A ge ração que en tão vivia tinha p r of un da s
raízes na história sagrada. D e sc e n d i a dos patria rcas,
isto é, da verd ad eir a or ig e m do povo de Israel, e não só
isso, d e sc e ndia m e sm o dos p rim eir os pais.
A m e n s a g e m por trás destas g e n ea lo gi a s é
que aq uele povo ain da era o po vo esc olh id o de Deus na
terra, apes ar de a c o n te c im e n to s c at as tró fic os p a ss a do s
e das circ un stâ n c ia s difíceis então presentes.
Essas ge n e a lo g ia s po dem , à pr im ei r a vista,
p a re c e r cansativa, mas elas en ce rr a m muitos fatos
in te res sa nte s. A p r e s e n ta m cer tos detalhes que têm
mu ito a nos dizer, por e xem pl o, l C r ô n i c a s 4.9-10;
6. 31- 32; 7.2-11; 9.1 9-2 3; etc.

1 Fig. C on vu ls ão social; revolta, convul são. Fig. Gr ande


desastr e; derrocada.
113
R elatos H istóricos
( l C r 10 - 2 C r 34)

tt H istó r ia de D avi ( l C r 11 - 29).


A pe nas Crônicas re la ta co mo Davi
c u id a d o s a m e n t e pre pa rou a c o n s tr u ç ã o do templo;
como ele o r ga n iz o u as dif erentes f un ç õe s dos levitas,
dos s ac er dot es; como orga niz ou a tare fa dos cantores,
dos porteiros, etc.
De especial interesse é a histó ria dos
valentes de Davi ( l C r 11.10-47). Q ua nd o se uniram a
Davi ( I S m 22.2), se diz ia m ser “h o m e n s em aperto,
endivi dad os, h o m e n s de espírito d e s g o s t o s o ”.
Sob a lidera nça de Davi eles se
tr a n s fo rm a ra m em verda deiro s heróis, d e ix a n d o - n o s um
est im ul an te e x em p l o de o pe ra ção da gra ç a de Deus e da
infl uê nc ia de um bom líder.

M H istó r ia de S a lom ã o (2C r 1 - 9).


N a tu ra lm en t e, o te mp lo tem o lugar
prim ord ia l neste relato. Em C rô nic as está registrado:
X C om o o te mp lo foi con str uíd o;
X C om o o te mp lo foi instalado;
X C om o o templo foi in a u g u ra d o e d e di ca do pelo
pr óp ri o Sal omã o numa g r a n d io s a e tocante
solen id ade . Só neste trecho a e x p re s s ã o “casa de
D e u s ” a parece nada menos de 50 vezes.

lí H istó r ia do rein o de Judá (2C r 10 - 36).


São de scritos com ma ior d e ta l h e aqueles reis
que ti v e ra m m a io r si gnificado para a vida relig ios a do
povo:
X A sa (14-16);

114
X Jo saf á (17-20);
X Uzias (26);
X E z eq uia s (29-32);
X Josias (34-35).

2C rônicas um L ivro de A v iv a m e n to s

G ra nde s a v iv a m e n to s sob:

Asa « 2C rô ni c as 15

Josafá « 2C rô ni c as 20

Joás « 2C rô ni c as 23-24

Eze quias <=> 2C rô ni c as 29-31

Josias « 2C rô ni c as 35

115
Q u estio n ário

■ Ass ina le com “ X ” as alternativas corr et as

6. Judá, o R eino do Sul, foi levado cati vo para o


a)l I Impé rio Babi lónico
b)l I Im pé ri o Ro mano
c)| I Im pé rio Assírio
d)l I Im pé rio Egípcio

7. Qu an to aos livros de Crônic as é in c o er en te dizer que


a)| I D e m o r a m - s e d e sc re ve ndo os r e in a dos de Davi
e Sa lo mã o
b)l I R el at a m min uc io s am e nt e tudo que diz re speito
ao templo
c)l | O que é mais m e nc io nad o em C rô ni c as são as
bio gr a fia s e relatos de guerras
d)l I T u d o que diz re speito ao temp lo, ao culto, ao
sac e rd ó ci o, é aprese nta do co m det al hes

8. D e s ta q u e o rei de Judá que não teve um si gnificado


po si tiv o em rela ção à vida re lig io sa do povo
a)l I Asa
b)l I Jeo rão
c)| I Josias
d)| I E z eq uias

■ M a r q u e “ C ” para Certo e “E ” para Er ra do

9. O C er ca de 136 anos depois de a A ss ír ia ter levado


c ativo o Rein o do Norte, o Rein o do Sul foi levado
em c at iv ei ro por N ab u co d o n o s o r, rei da B abi lôn ia
10. O A tr ad iç ão ju d a i c a atribui a E sd ras a autoria de
C rôn ic as

116
O Cativeiro - Esdras, Neemias e Ester

A L ib e r ta çã o P r o m e tid a
A u t o r : P r o v a v e lm e n te Esdras.
D a t a : 53 8 -4 5 7 a.C.
T em a: R et orn o dos ex ila dos para
Esdras
J e r u s a l é m e re c o n st r u çã o do templo.
P a la v r a s - C h a v e : Con struir, a mã o do
Se nhor, a casa do Senhor.
V e rsíc u lo -C h a v e: Ed 7.10

O A u to r

O livro le va o nome do p e r s o n a g e m
principal, Esdr as , o qual pa rece ser tam bé m o seu au tor
(nos ca pít ul o s 7-9 a red a çã o do texto é feita na
prim eir a p e ss oa - eu).
Esdras era sac erd ote , da casa de A rã o (Ed
7.1-5), esc rib a hábil na lei de M oisés (Ed 7.6),
p re pa ra do para e n s in a r em Israel os estatu tos do S e n h o r
(Ed 7.10). A tr ib u i u -s e a Esdra s a o rg a n iz aç ã o do c â n o n
do A nti go Te s ta m e n to .
De E sd ras se diz: “ Tinha di sp ost o o co ra ç ã o
pa r a b u s c a r a lei do S e n h o r e p a r a a cumprir, e p a r a
en si n a r em Is ra e l os se us estat uto s e os seus j u í z o s ”
(Ed 7.10).
Seu nome quer dizer “ a j u d a ” . P e rt e n c e ao
grande t r i u n v i r a t o 1 dos tempos do A nti go Te s ta m e n to
(Moisés, Sam ue l e Es dras). Ele e sc re ve u e tr ab al hou
para m an ter os re gis tro s intactos e c o n s e r v a r Israel, o
povo esc ol hi d o de Deus, fiel à Sua mis são divina.
Somos de v ed or es a Esdras pela re n a sc e n ç a
literária e e cl e s iá s ti c a daqu ele s dias. Ele c o la bo r o u na
fo rmação do cânon das Esc rituras para a qual fora
esc olh ido por Deus.
A tr ad ição apon ta- o com o p re s id e n te de um
c ons elho de 120 ho m e n s que e st a b e le c e ra m o câno n do
Antigo T e s ta m en to . Além do d e st a c ad o m in is té ri o da
Pa lavra que E sd ras exerceu, ele pr o v a v e lm e n t e
e screveu partes de 1 e 2Cr ôni cas , e o Salmo 119, que é
um m a ra vilh os o p o e m a sobre a Pa la vra de Deus.
Esd ras instituiu o culto da si nag og a , que é
pr ec u rso r da nos sa form a de culto, e ass is tid o pela
Gra nde Sina goga , da qual era pr es idente , e st a b e le c e u o
cânon das Es c rit ur a s do AT. Foi sob a d ir e ç ão de
Esdras que o c orr e u o grande d e s p e rt a m e n to no estudo
da Bíblia.
Q ua nd o Esdras reto rno u a J er usa lé m,
en co ntr ou as coisas em pior situação do que esperava.
Ainda que o povo não tivesse voltado à idolatria, houve
c as a m en to s co m o povo da terra e p a s s a ra m a pra tic ar o
que os pagão s lhes e n si n a v a m (Ed 9.1-4). Os príncipes
e go ve rn a nt es e ra m os piores culp ado s. Esdras rasgou
as vestes e lit e ra lm e nt e arra nco u os cabelos,
de sgostoso. Lei a sua tocante oraç ão e c onfis sã o (Ed
9.5-15).
E n q u a n to Esdras ora va e c h o ra v a perante
Deus, re uniu -s e uma grande c o n g re g aç ão , o que tinha
a co nte c id o? (Ed 10.1-44).

1 As soci ação de três ci dadãos que em si re ú ne m toda a


autoridade.
118
O povo que se re un ira ao re dor dele du ra nte
lo nga s horas do dia, teve c o n s c iê n c ia da e norm id a de do
seu pe cad o, ao ver com o isso tinha afetado Esdras.
F in a lm e n te um deles falou e re c o n h e c e u o pecado. Sem
de m o ra Esdras os levou a uma alia nça sagrad a com
Deus.

D ata

O livro de Esdra s relata a históri a dos ju d e u s


nos prim eir os tempos que se s eg uir am ao c ati vei ro
bab iló ni co . Registra a c o n te c im e n to s que vão desde 538
a.C. (pri mei ro retor no sob lid e ra n ç a de Z oro bab e l) a
458 a.C. (s egundo re tor no sob li de ra nç a de Esdras).

R eto rn o Sob a L id e r a n ç a de Z oro b ab el

Cerca de 50 mil ju d e u s ser vir am -se da


p e r m is s ã o dada pelo rei persa para ret orn ar em a Judá.
L e v a r a m co nsigo te sou ro s que N a b u c o d o n o s o r hav ia
tir ado do templo em Je ru sa lé m . Ass im que c h e g a r a m
em Je ru sa lé m , e di fi c ar am um alta r de hol oc au st o, e
la n ç a ra m os alicerc es do templo. O en tu si as m o
pr e m a tu r o tra ns fo rm ou -s e em de sânimo.
O re la c io n a m e n to c om aqueles que ha vi am
o c u p a d o a terra foi de muita tensão. E s p e c ia lm e n te
difí cil foi a host ili da de dos sam ar it ano s. A lé m disso,
v ie ra m anos de co lheitas es c a ss as e tempos de carestia.
A in fl ação daqueles dias está bem desc rit a no livro do
p ro f et a Ageu em seu c ap ít ulo 1, vers ícu lo 6.
Graças ao m in is té rio dos profetas Ageu e
Z a c ar ia s , a c on str uçã o do te mp lo foi retom ada. E, no
ano 516 a.C. ex at a m e nte 70 anos após a d e st r ui çã o do
te m pl o em 586 a.C. o novo te mp lo foi inaug ura do.

119
Te m pl o este, c o n he c id o como templo de Zo ro ba be l,
nem de lon ge era c o m pa r áv e l ao g r a n d io s o te mp lo de
Salomão. M e s m o ass im foi de gra nd e s ig ni fi c a do para
os ju d e u s, após o exílio.

A V o lta e a R e c o n str u ç ã o do T e m p lo
(Ed 1 - 6)

No início do livro (Ed 1.1-6), vem os Ciro,


rei da Pérsia fa z en do uma p r oc la m aç ã o por todo o seu
Reino, que pe rm iti u aos ju d e u s cativ os em seu Reino
voltar a Je ru sa lé m . Du zen tos anos antes, Deus havia
pr of etiz ad o que iria fazer isso. M e n c io n o u Ciro como
aquele a q u e m iria usar.
O re gis tro dessa notável prof ecia, que c ham a
um rei pelo nome duzen tos anos antes de ele nascer,
en co ntr a- se em Isaías 44.28 e 45.1-4. Se m dúv ida, essa
p ro c la m aç ã o de Ciro de veu -s e em pa rte ao fato de ele
ter visto tais pa lav ras em Isaías.
A infl uên c ia de Daniel na corte era bast an te
grande. Ele foi um dos pr ín c ip e s le vad os por
N a b u c o d o n o s o r. Ag or a estava e nvelh ec ido .
N a p rim eir a c on vo ca ç ão de Ciro em 537 a.C.
(Ed 1.1-4), não mais de 50.000 ju d e u s se va le r am da
op o rt u n i d ad e para re gre ss a r a J e r u sa lé m sob Z or oba be l.
A parti r dess e tempo os israelitas são c h a m a d o s j u d e u s ,
porqu e a ma ior parte deles era da tribo de Judá, da qual
o nome se origina.
Ciro restitui a Zo ro bab el os vasos de ouro
que N a b u c o d o n o s o r havia tirado do te mp lo em
J e r u sa lé m (Ed 1.5-11).
Os exila dos in ic iara m a vi a g em de
a p r o x im a d a m e n te mil quil ôm et ros pelo dese rto, entre a
B abi lôn ia e Je ru sa lé m , quando fo r am le vad os cativos,
setenta anos antes, só os que p e r t e n c i a m às classes
120
m el ho res foram levados para a Babi lôn ia. O res tante do
pov o foi de ixa do em sua pró pr ia te rra para sofrer (Jr
24 .5-8; 44.15).
Nem todos voltaram, s om en te os ju d e u s mais
d is post os e piedosos. Foi uma é po ca de v e rd a d ei r a
se le ção do povo.
A maioria, depois de setenta anos, tinha
c o n s tr u íd o casas, hav ia-se es ta b e le c id o e pr e fe ri a
p e r m a n e c e r na B abi lônia. Não q u e ri a m e nf re nta r os
pe rig os e priv ações de uma j o r n a d a através do de se rto
para c h e g a r a uma ci dade destruída.
O m esm o a co nte ce co m os ju d e u s de hoje,
q u a n d o milhares estão volta ndo à Pale stina, vindo de
todo mun do. Os que p ro s p e ra m noutras terras não têm
int e re ss e em re gre ssa r para r e c o m e ç a r em Jer usalém.
Em bo ra os líderes fos sem da tribo de Judá,
hav ia, sem dúvida, re pr e se n ta n te de todo o Israel. Só os
que a m a v a m a Deus est a v a m prontos a fa z er a
te nta tiva.
Muitos ju d e u s h a v ia m nasc ido s na B a b i lô n ia
d u ra n te os seten ta anos. Esses não eram co n si d e ra d o s
cati vos, mas exilados. Os nome s dos que re g re s s a ra m
a p a r e c e m no capítulo 2.
A p rim eir a coisa que fi ze ram ao c h eg a r foi
la nça r os alicerces do Temp lo. Foi uma oc as iã o de
g ra n d e regozijo.
E int eress an te notar que antes m e sm o de
c o n s tr u ír e m suas própr ias habita çõe s pe nsa ra m nu ma
cas a para Deus. Não c o n s tr u ír a m o templo pri m eir o,
mas o altar (Ed 3.2).
O lugar no qual se trata do pe cad o deve vir
pri m ei r o em todas as vidas. O cor açã o prec isa esta r
p re p a ra d o para que Deus p os sa abençoar. O altar era o
cen tr o da religião ju da ic a.

121
A C ruz é o C entro da Fé C ristã

Su rgiram o b stá c u lo s (Ed 4.1-22).


Em todo traba lho de Deus é de esp er ar que
surjam os obs tác ulo s. A Igreja não deve r e c eb e r auxílio
do mundo. A opos içã o os desanimou. Eles pre c isa va m
da m e nsa ge m de Ageu. Ele e Zac arias e n co r aj a ra m o
povo (Ed 5.1; 5.17), e quatro anos depois o tem plo
estava c on st ru íd o e foi dedi cad o (Ed 6).
O te mp lo de Zorobabel era mo de st o e
simples. Não era su ntu oso como o de Salomão.
R ealmente, c on tr a st a v a tanto com a e le gâ nc ia do
primeiro que as p ess oa s idosas, que tinham visto o
templo de Sal om ão , ch ora ra m em voz alta.
Mas era a casa de Deus e, por isso ag rad ec eu
a Deus e se rean im ou.

R eg resso e R e f o r m a Sob a D ireção de E sdras


( E d 7 - 10)

P a s sa do 60 anos entrou em cena o próprio


Esdras. J u n ta m e n te c om quase dois mil, ele de ixo u a
B abi lôn ia em d ir e ç ão a Jerusalém.
Es dr a s e m pr e en de u uma am pla re forma
religiosa. M ui to s ju d e u s ha via m -se cas ad o com
mulheres pagãs. A história do povo de Deus estava
cheia de ex em plo s de como esse tipo de mis tur a era
pe rig os o para a vida espiritual (exemplo: Salomão,
Acabe, etc.). Isso foi co n sid e ra do uma d e sl e a ld ad e a
Jeová, e Esdras então: Intercedeu pelo povo. Comp arar :
■f Ab raã o - Gên esi s 18;
■S M oisés - Ê x o d o 32;
S Daniel - Da niel 9.

122
Esdras aparec e em pe sso a no capítulo 7 (458
a.C.). Mais de seten ta anos depois que os prim eir os
ju d e u s ti nh am re to rn a do a J er usa lé m, ele dirig iu a
seg u n d a e xpe d iç ã o da B ab il ônia para reforçar o grupo
de c o lo n iz a d o r e s da Palestina.
Esdras re cebeu uma inc um bê nc ia do rei
A rt a x e rx e s (Ed 7.11-28) que, sem o saber, estava
c o l a b o r a n d o na re al iza ção dos planos de Deus para o
seu povo.
Em Esdras 7.25 vemos como rei ficou
i m p r e s s i o n a d o com o amor de Esdras pela Pala vra de
Deus. Esse c on tin ge nte , sob a direção de Esdras
c o m p u n h a - s e de 1.700 ju d e u s e foi fina nc iad o por
A rt a x e rx e s (Ed 7.12-26).
Treze anos mais tarde, esse mesm o rei
au to ri z o u Ne emia s a c o n st r u ir os muros de J er usa lé m
(Ne 2). Ciro, Dário e Art a xe rx es for am grandes amigos
dos ju d e u s .
Diz -no s a tr ad iç ão que Esdras foi o fu n d a d o r
da si nag og a , que surgiu nos dias do cativeiro. Visto
que o tem plo fora de str u íd o e o povo espa lha do,
p r e c i s a v a m de um lugar para ad ora r a Deus. Cada
c o m u n i d a d e j u d a i c a tinha o seu lugar de culto e
ins trução.
Depois que os ju d e u s voltaram a sua pátria,
esses cent ro s sur gir am não só e m "sua terra, mas em
outr as terras por onde fo ra m dispersos.
A história do A nti go Te st am en to en cer ra- se
a p r o x i m a d a m e n t e cem anos depois que os ju d e u s
v o lt a r a m do cativeiro. A le xan dr e, o Gra nde (336-325
a.C.), ro mp eu o d o m ín io persa, e o poder mundial
pa sso u da Pérsia para a Grécia. A história mostra que
A l e x a n d r e revelou c o n si d e ra ç ã o pelos judeus.

123
O S e n h o r M a n t é m Fir m e Suas P ro m e ssa s

À se m e lh a n ça do livro de Josué, o livro de


Esdras mostra co mo Deus cu mpre a sua palavra. “Os
dons e a vocaç ão de Deus são sem a r r e p e n d i m e n t o ”
(Rm 11.29). Até reis de povos estr anh os to rn aram -s e
ins trumentos para o c um pr im e nto das pro me ssa s do
Senhor, p or que “ como ribeiros de águas, assim é o
coração do rei ” (Pv 21.1).

A P a la v r a o Senhor D irige

Esdr as ins truiu o povo nos estatutos e nos


direitos do Se n h o r (Ed 7.10). O mi nistério de Esdras
foi um marco hi st óri co im portante para o povo de
Israel. M arc ou uma trans ição da d e p e n d ê n c ia da
palavra falada pelos profetas para a d e p e n d ê n c ia das
Escrituras Sagradas.

124
A R eco n stru çã o
Autor: Neemias.
Data: C erca de 423 a.C.
N eem ias Tema: Li d e ra n ç a pied osa , co oper ação ,
op os iç ã o ao êxito.
P a la v ra s-C h a ve: So frimento. oraçãn
traba lho, o Livro, choro, alegria, culto.
V ersícu lo-C h a v e: Ne 6.3

0 A u to r

A obra leva o nome de seu pe rs o n a g e m


prin c ip a l - Neemias. A red a çã o do livro sugere que o
p ró pr io Ne emia s seja o autor. Ori gin a lm e nte , o livro de
N e e m ia s fo r m av a um único volum e, ju n ta m e n te com o
livro de Esdras. N e emia s era filho de Hacalias, irmão
de H an ani (Ne 1.1-2; 7.2), e tr a b a lh a v a na corte do rei
da Pérsia.

D ata

Este livro rela ta o que acontec eu qua nd o


N e em ia s reto rn o u a J e r u sa lé m no ano 445 a.C. (90 anos
após o re tor no sob a li de ra nç a de Zor oba be l). Ne emia s
vai c o m a in c u m b ê n c ia de re c o n s tr u ir os muros da
cidade.

A O ração de N eem ias


Ela e nc on tr a- se no c apí tu lo 9 do seu livro.
Orar é o mais elev ad o pr iv i lé gi o do cristão. A oração
de N e e m ia s c o me ça onde a de Esdras termin a — em
c o m p le ta subm iss ão a D eu s (an alise Ne emias 9.1,2 e
Esdras 9.15; 10.1).

125
Deus havia p r om e tid o traz er de volta os
ju d e u s depois de 70 anos de cativeiro na B ab il ôn ia (Jr
25.11,12; 29.10). Lemos no prim eiro ve rsículo de
Esdras que foi para c um pr ir essa palav ra que o Se nh or
de spertou o espírito de Ciro a fim de pr o c la m a r a
restauração. Mas é pela oração que Deus de seja que a
sua vontade se cumpra.
A res ta ura ç ão era totalm en te im ere ci da por
Israel, mas re al iza da pela mi se ric órd ia de Deus. Os
resultados da res ta ura ç ão do povo de Deus à sua terra
foram:
X R eco nst ru ção do templo, Deus abriu a port a da
co mu nh ão co m ele. Através dos seten ta anos de
sofrimento, for am pre pa rad os para re gr e ss a r e
con str uir e esperar até que ele, o verd ad eiro
Servo, viesse.
X Deus re no vo u a p ro me ssa de um R e d e n to r que
havia de vir. Foi pro fe tiz ad o que esse R ed e nto r
estaria ligado à Palestina.
X Preparou -os para a plen itude dos tempos qua ndo
Cristo viria com o diz Paulo em Gál ata s 4.4.

A R e c o n str u ç ã o de Je r u s a lé m
Ne emias co ns eg ui u sen si bi liz a r o rei
A rtaxerxes para o p ro ble m a da ci dade Santa. J er us a lé m
co nti nu a v a sem muros, e suas portas est av am
quei ma das a fogo, e isso co nst it uía um real perigo para
os que se arr is c av a m a mora r ali. N e em ia s recebeu
aut ori zaç ão para re c on st r uir os muros, e iniciou logo o
em pre en di m en to . Ele repartiu o trab al ho em setores,
m o bi liz an do muita gente.
A re c on st r uç ã o dos muros encon trou
opos ição ferrenh a dos inimigos do povo de Deus.
Todavia, nem zo m b ar ia (Ne 4.2), nem ataques abertos
126
(Ne 4.8), ne m c o n sp ir aç õ e s (Ne 6.1-13), c o n s e g u ir a m
i m p e d ir a re a liz a ç ão do projeto.
M etade dos trab a lh ad ore s fu nc ion av a como
vigias, en qua nto a out ra me ta de tr a b a lh av a d ir e ta m e nt e
na edificaçã o. Com uma mão fa z ia m a obra e na outra
ti nh a m as armas (Ne 4.17).
Em 52 dias os muros est av am erguidos.
Se gu iu -s e, então, uma r e e di fi c aç ã o espiritual. Em 445
a.C. Ne emias c on str ui u os muros de Jerusalém.

R e f o r m a R e lig io s a
N ov a m en te en tra em ce na o sacerdote Esdra s
e o povo lê e ouve a te n t a m e n te a Lei do Senhor.
•S Alei do Se n h o r foi lida para o povo;
■S O povo c el eb rou um dia de je ju m , co m co nfis são
de pecados e a do ra çã o ao Senhor;
■S O povo renovou o pacto com o Senhor.
Como j á hav ia ac o n te c id o outras vezes na
hi s tó ri a do povo de D eus, esta re n o v a ç ã o não foi muito
pro fu nd a. Quan do Ne em ia s, pouco tempo depois,
r e to rn o u a J er usa lé m (Ne 13.6 ss.), e nc ontr ou um cl im a
de gra nde in di fe re nç a espiritual.
■S E le m e n to s e st ra nh os h a v ia m sido int ro duzi dos na
casa de Deus (Ne 13.1-5);
S As ne ce ssi da de s do te mp lo ha vi am sido
n e glig e nc ia da s, pois o po vo não e ntre gav a ali seus
dí zi mo s (Ne 13.10-11);
■S O Sábado do Se n h o r e st a va sendo p ro fa na do (Ne
13.15-16);
■S M ui to ju d e u s h a v ia m -s e ca s a do com m ulh er es de
povos pagãos (Ne 13.23-24).
P r o v a v e lm e n te foi ne sta época que atuou o
p ro f e ta Malaq uia s c o n d e n a n d o todos estes pecados.

127
N e em ia s co m muito zelo con seg uiu fazer
com que diversos pre cei tos da lei de Deus volta sse m a
ser obser vad os .

R e c o n stru ç ã o dos M u r o s da Cidade


(Ne 1 - 7)

N e em ia s era o cop eir o da corte de


Arta xe rxe s. Esta era uma posi ção de muita honra. Mas
nessa posição de int im id ad e com o rei, ele não se
e s que c eu do seu povo. As notícias que r e c eb e ra de
J e r u sa lé m o e n tr is te ce ra m muito. Não pôde esc ond e r
essa tristeza intei ra me nte, e o rei a notou.
Os ju d e u s ti nha m re gr e ssa do à pátria havia
um século, mas n e nh um a tentat iva fora feita para
r e c o n st r u ir J e r u sa lé m além da r e s ta ur aç ão do templo,
p orq ue os seus inimi gos to rn a v a m essa tarefa quase
impos sív el. Ester, a ju d ia , era m a dra sta de Artaxe rxes,
e sem dúv ida ainda e sta va viva. Pode ser que Ne emia s
ti ve sse sido no m e ad o por in fl uên c ia dela.
A lealdade dele para com o seu povo era
b a st a n te forte, para fa zê-lo de ix ar o con for to da corte
real e voltar para re c o n s tr u ir Jeru sal ém , a capital da
sua terra. O rei c on se nt iu nisso.
Ainda hoje ju d e u s de toda parte d e se ja m ver
J e r u sa lé m fl or esc er e volta m os seus rostos para ela
co mo sua pátria.
Quan do N e em ia s c he gou a J e r u sa lé m em 445
a .C., Esdras j á se a ch a va lá havia 13 anos. Era
s ac e rd ote e vinha e nsi n a n d o ao povo a Pala vra de
Deus. Mas Neem ia s era o g o ve rn a do r civil. Tinha
vind o com a uto riz açã o do rei da Pérsia para const ru ir
os muro s da cidade.
Três dias depois de hav er ch egado, foi fazer
v is to ria dos muros à noite. Ao ver o estado de ruína em
128
que se e n c o n tr a v a m , incentivou o pov o a inicia r a
re c o n st r u çã o im e di a ta m e n te . A obra foi re a li za d a em
52 dias, tendo sido e ntr eg ue a ca da fam íli a uma parte
do muro. A atitu de do povo está e x p re ss a nesta frase: O
povo tinha â ni m o p a ra trab alhar (Ne 4.6).
N e e m ia s foi um ve rd a d e ir o eng enh ei ro.
Havia ini mi go s por toda parte. Pr imeiro, os
sam ar it ano s, ini mi go s dos ju de u s, e s c a r n e c e r a m deles.
P e r t u r b a v a m o tra ba lh o, de modo que os ju d e u s tinham
de vigiá-los noite e dia.
O e sc á rn io deles se t ra n s fo rm o u em ódio e
N e em ia s divid iu os ho mens em dois grupos: um para
vigiar e outro pa ra trabalhar. Se gu nd o a o p os iç ã o entre
os próp ri os ju d e u s . Alguns deles se c a n s a ra m e
r e c la m a ra m que ha via tanto e sc o m b ro que os muros
não po d ia m ser le van ta dos. Todo esse ent ulh o tinha de
ser re m o v id o em sacos c ar reg ad os às costas.
Não hav ia, na tur al me nte, c ar rin ho s de mão
nem outros ve íc ulo s para tr a ns po rt a r o material. Surgiu
ainda a q u e ix a de que os ricos est a va m co b ra n d o ju ro s
que os po bre s não po d ia m pagar.
De nov o os inimigos tentaram , por astúcia,
d e sv ia r N e e m ia s da sua con str uçã o, mas ele só orou e
de novo fr us tr ou o inimigo (os reis pe rsas semp re se
m o s tr a r a m a mi gos dos jud e us) .
N e e m ia s en tre go u a ci dade de J e r u s a lé m aos
cu id ad os do seu irm ão H an ani (Ne 7.1-4). Q ua ndo ele
fez o r e c e n s e a m e n t o (7.5-73), o total de ha bit an tes era
42.3 60, a lém de 7.337 servos e 245 c ant or es e cantoras.

R e s ta u r a ç ã o dos Prin cíp io s M o r a is do Povo


(Ne 8 - 13)

To do o povo se reu niu na rua diante da Porta


das Á gua s, na ci dad e de J er usa lé m, e pediu que Esdras,
129
o esc riba, tr ouxe sse o livro da lei de Moisés. Ele se pôs
de pé num púlpito de m a d ei ra e e xp lic ou a Lei ao povo
(Ne 8.1-3), essa leitura p ú b li c a troux e ve rda dei ro
a rr e p e n d i m e n to ao povo e o c orre u então um grande
d e sp e rt a m e n to , qua n do Josias acho u o livro da Lei,
teve início uma grande reforma.
O cativeiro da B a b i lô n ia curou os ju d e u s da
idolatria. Até aq uele tempo, ap es a r de todas as
a dv er tê nc ia s dos profetas, o pov o c on ti n u a v a adora ndo
os ídolos dos povos ao redor. Mas desde o cativ eir o até
os dias atuais (quase 2.500 anos) os ju d e u s nunc a mais
ca ír a m nesse pecado.
O c a s a m en to entre cren tes e nã o- cr ent es até
hoje é coisa perigosa. Paulo diz: Não vos ponhais em
ju g o desigual com os in cré dulos (2Co 6.14).
Neem ia s deixou uma vida de bem-estar,
co nf or to e seguran ça por uma vida de trabalho, perigos
e aflições. Ele era re f o r m a d o r e n in g u é m esti ma aquele
que p ro c ur a re form á-lo. N e em ia s era h o m e m de oração.
Não se e nco ntr a m a n ch a a lg um a em seu caráter. Era
d e st e m id o e corajoso.

130
Q u e s tio n á rio

■ Assina le co m “ X ” as al te rnativas co rretas

1. É in c oe re nt e a fi rm a r que
a)| I Esdras era go ve rn a d or , da casa de Davi
b ) | | Esdras era e sc ri b a hábil na lei de M oisés
c)l I Esdras era sace rdo te , da casa de Arâo
d)| I A tr ib u i u -s e a Esdras a o rg a n iz aç ã o do câno n
do An tigo T e s ta m en to

2. Os prof etas que mais a ju dar am no re to rn o sob a


lide ra nç a de Z o r o b a b e l foram:
a)| I M al a q u ia s e Sofonias
b)| I Ag eu e Za c ar ia s
c)l I H a b a c u q u e e Amós
d)| I N a um e Oséias

3. Ne em ia s era o _________ da corte de A rta x e rx es ,


pass a a ser o ____________ em Israel
a)l I J ar di ne ir o e e ng en he iro
b ) | I G o v e r n a d o r e sacerdote
c)l I C op ei ro e g o v e rn a d o r civil
d)l I M il ita r e j u i z

■ M ar q u e “ C ” para Certo e “E ” para Er rado


4. O D iz -no s a tr a diç ão que Ne emias foi o fu n d a d o r da
sinagog a, que su rgiu após o c ati vei ro b ab il ó n ic o
5. O N e em ia s de ix o u uma vida de bem -esta r, co n fo rto
e s e gur an ç a por uma vida de tra ba lho , p e ri go s e
aflições

131
O D r a m á tic o L iv r a m e n to
A u t o r : D esc onh eci do.
D a t a : Pouco depois de 465 a.C.
T e m a : T ra ba lh o em e q uip e que moldou
uma nação.
P a la v r a s -C h a v e : H u m il d a d e , te mo r de
Deus, in te rd e pen dê nc ia .
V ersícu lo-C h a v e: Et 4.14

O livro leva o nome da p e rs o n a g e m


prin ci pa l, uma mulher j u d ia de no me H a d a s s a (Ester =
estr ela, na língua persa). Ela to rn ou -s e ra in ha pe rsa e
teve papel decis ivo para o seu pov o em uma situação
muito crítica. Na Bíblia he bra ic a o livro de Ester está
inc lu íd o nos “ rolos das f e s ta s ” , e era lido na Festa de
Pu ri m cuja orig e m este livro relata.

O A u to r

O livro de Ester não m e n c i o n a q u e m é o seu


autor. M uitas hipóteses têm sido levantadas:
M a r d o q u e u , Esdras, N eemias, etc. Q ue m o redigiu
tinha livre trânsito no reino persa, e teve acesso a
d o c u m e n t o s do Império Pers a (Et 2.23; 6.1) e a editais
públi co s (Et 4.8; 9.20-32).

D ata

U ma vez que o autor não é c onh eci do, fica


difícil d e te r m in a r quando foi escrito. Os fatos
m e n c i o n a d o s a co nte c er am du ra nte o reina do de
A ss ue ro (de 486 a 465 a.C.). A ssu e ro cas ou- se com
Este r no sétimo ano de seu reina do, po rta nto no ano
480 a.C.
132
C o m e n tá rio s

Você j á deve ter ouvido falar do gra nd e


Xerxes, rei da Pérsia, o A ssuero do livro de Ester, da
sua fa mo sa e x p e d iç ã o co ntra a Grécia, na qual os
gregos d e rr o ta ra m sua for midáve l esqua dra , na b a ta l h a
de Sala mina, em 480 a . C. Diz os hi st ori ad ore s que essa
foi uma das ba ta lh as mais im por tante s do mundo.
Por in fo r m aç õ e s de H e ró to do fic a m os
sab en do que a festa d esc rit a no pr im ei r o c a pít ulo de
Este r foi a oc as iã o do pl a n ej am e n to da c a m p a n h a
contra a G réci a (t erce iro ano do reino de A ssuero).
Ester su bs tit ui u Vasti no sétimo ano do seu
reino (Et 2.16), q u a n d o Xerxes e sta va p r o c u ra n d o
consola r- se, de poi s da sua d e sas tro sa derrota. Foi no
meio desse fa mo so c apí tu lo da história mu ndia l que se
d e se nr ol ou a bela e e n c a n ta d o ra história de Ester.
Em bo ra o nome de Deus não seja
m e n ci o n ad o no livro, c ad a pág ina está c h eia dele, que
se esc on de por trás de cada palavra. Se você não a ch a o
nome de Je o v á aqui, le mb re -se de que este livro tinha
de pa ssar pelas mãos do c e n s o r 1 persa. E m b o r a
p ude ss e m e li m in a r seu nome, não po d ia m e l im in a r
Deus.
M at t h ew Hen ry, o grande c o m e n t a r i s ta da
Bíblia, diz: “ Se o n om e de Deus não está aqui, seu
dedo e s t á ” . O Dr. Pi e rs on c ham a-o de “ O R o m a n c e da
Providência” .
Deus tem pa rte em todos os a c o n te c im e n to s
da vida hu mana. O mu nd o hoje não pode d e s v e n c il h a r -

1 Fu nci onár io públ i co e nc a rr e ga do da revisão e ce ns ur a de obras


literárias ou ar tísticas, ou da cens ura aos meios de c om u n i c a ç ã o
de massa: j o r na is , rádio, etc. Entre os romanos, m agi st rad o que
r ecen se av a a p op u la çã o e vel ava pelos bons cost umes.
133
se de Deus; nem Israel podia. Ele nunc a a b a n do nou seu
povo no p a s s a d o e nunc a o a b a n d o n a r á no futuro. Ele o
a c o m p a n h o u no cati veiro da Bab il ôn ia. Q ua nd o os
prof etas s ile nc ia ra m e o templo se fechou, Deus ainda
os e st a va gu ar da ndo. Q uando os reis da terra se
ba n q u e te a v a m e esque ci am, Deus se le m b ra v a e com
sua mão e s c re v ia o destino deles, ou m ovia a mão deles
para e x e c u t a r e m a sua glória.
Este livro c om eç a c om um b a nquet e de
A ssu er o, prí nc ip e do mundo, e e n c e rr a com um
b a n q u et e de M ar do qu eu , prín ci pe de Deus.
Por algu m tempo Ha m ã é ex al ta do , mas no
fim é M a r d o q u e u . Ve ja nesta históri a os c ontr a te m po s
da h is tó ria hu m a n a e o triunfo final do povo escolhid o
de Deus.
E s te r é como José e Davi. Deus tinha
re s er v a d o c ad a um deles para o seu pro pó si to . Quando
a o c as iã o ch eg ou, ele os c ol oco u em e v id ê n c ia a fim de
e x e c u t a r e m seu plano. Deus es c o n d e u José numa prisão
do Egi to e na hora certa, c o lo co u- o na po si ção de
pr im ei r o m in is tr o daquele país. Deus semp re tem
a lg u ém de re s e rv a para levar av ante os seus propósitos.
As vezes é um ho m e m com o José, ou Mo isés . As vezes
é uma m u lh e r como Ana, Ester, ou Maria. R ec ord e os
vultos da H is tór ia que Deus pa rece ter pr e pa ra do e
r e s e r v a d o pa ra uma d e te r m in a da ocasião.
Es te r de sta c a- se com o e s c o lh id a de Deus. E
m e ig a e cativ ante. Veio ao reino j u s t a m e n t e para uma
oc as iã o c o m o essa (Et 4.14). Ao e nt ra r na pre s en ç a do
rei para in te rc ed e r por seu povo, ela diz: Se perecer
pereci ... (Et 4.16).
Duas for mosas mul he res un em as mãos a
fav or do povo de Deus. Rute e Ester. Ru te tornou-se
a n ces tra l do L ib er ta do r de Israel. E s te r salvou o povo a
fim de que o L i b er t ad o r viesse.

134
Deus v in h a pro te g e n d o c u id a d o s a m e n t e ess a
nação, através dos séculos, com o prop ós ito de
a b en ç o a r o mu n do todo po r meio dela. Ela não podia
de sa p a re c e r antes que tro uxes se o Sa lv a dor ao mun do,
porqu e isso não e st a va de acordo com os planos de
Deus; daí que Ele a c o n se rv ou , co n fo rm e pr om e te ra a
Abraão.
Em que é po ca essa história foi escrit a e
qu em a e sc re veu são fatos de sc on he ci dos . Os
ac onte c im e nto s se p a ssa m entre o capítulo 6 e 7 de
Esdras. C o m p a r a t iv a m e n te poucos, não mais de 50 .0 00
dos ju d e u s cativ os ha via m regre ssa do da B abi lôn ia em
c o n se q ü ê n ci a do ed ito de Ciro. Mu itos na sc e ram na
Ba bi lô nia e se h a v i a m es ta b e le c id o lá em a ti vid ad es
c om ercia is ; não est av am , pois, intere ssa do s em
a tr a v es s ar o de se rto e c o m e ç a r tudo de novo na terra de
seus pais.
Se todos h o u v e s s e m voltado a Je ru sa lé m , o
livro de Ester não teria sido escrito, leva o nome de
uma órfã ju d i a que veio a torn ar-s e ra inh a da Pérsia.
Este livro e o de Rute são os únicos a ter por
título nome de uma mulher.
A lg u é m disse que todos os a co n te c im e n to s
deste livro gir am em torno de três fatos:
1) A festa do rei A s s u e r o ................ ................ Este r 1 e 2
2) A festa de E s t e r ............................. ................ Este r 7
3) A festa de P u r i m ........................... ..................Este r 9

A R e je iç ã o de Vasti (Et 1)

A gr a n d e festa a que Vasti se rec uso u a


co m par ec e r, pelo que se co ncl ui u de ins criçõ es
en co nt ra d a s, foi re a li za d a para est uda r o plano de uma
e xped iç ã o co ntr a a Gré cia, para a qual Xerxes se vinha

135
pr e p a ra n d o hav ia qu a tro anos. O rei Ass ue ro desta
histó ria era Xe rxe s, o famo so m o n a rc a pe rs a (485-465
a .C.).
O livro inicia com uma r e c e p ç ã o do rei aos
nobres e pr ín c ip e s do seu reino, no pa lác io de Susã. O
b a nquete era de pro porç õe s colossais. D ur a ra m 180
dias (Et 1.4). Os hom en s se b a n q u e t e a v a m nos
so berbos j a r d i n s do pa lácio e as m ul he re s eram
ho s pe da da s pela for mo sa ra inha Vasti em seus
apo sen tos partic ula res .
Susã era a re si dên cia de in ve rno dos reis da
Pérsia. N e em ia s e ste ve neste palácio (Ne 1.1). Em 1852
o local foi ide nt ifi ca d o por Lotfus, e em 1884 um
francês c h a m a d o Die ula fay pro sse gu iu nas esc avações.
Ele c o n s e g u iu d e sc ob ri r os lugares m e n c i o n a d o s no
livro de E s te r - o pátio interior, o pá tio exterior, a
porta do rei e o j a r d i m do palácio.
Q u a n d o o rei e os príncipes e s ta v a m no meio
da sua orgia, o m onar ca mandou c h a m a r Vasti para
exibir a sua beleza. Mas ne nhum a mu lh e r pe rsa poderia
c on se nt ir nisso; era uma afronta à sua c o nd iç ã o de
mulher. A e m b ri a g u e z tinha ult rajado as mais sagradas
nor ma s da etique ta oriental. O reces so do haré m iria
ser vio la do para o div e rti m e nt o do d is so lu t o rei e seus
j o v ia is c o m p a n h e ir o s , Vasti re cu sou -se, isso fez do rei
motivo de escá rni o, para defender, depôs a ra inh a (Et
1. 12- 2 2 ).

A C o ro a ç ã o de E ster (Et 2)

No m o m e n to em que A ssu er o viu Ester, ele a


fez rainha. A p e q u e n a órfã judi a, cria da pelo primo
M ar doqueu , foi e le v a d a ao trono persa. N e sse mom en to
o Impé rio Pers a a bra ngia mais da m et ad e do mundo
então c on hec ido .
136
Entre os cap ít ulo s 1 e 2, A ssuero lanço u o
seu histórico at aque co ntra Gré ci a, com um e x érc ito de
c in co milhões de home ns, s ofr e n do terrível derrota.
Dois anos depois que Xe rx es (A ssuero) travou as
fam os as batalhas das Te rm óp il as e de Salamina, ele se
casou com Ester, que foi sua ra inh a por treze anos.
Sem dúvida ela viveu ainda por muitos anos no rein a do
de seu enteado, A rta xe rxes. Sob o reino dele Ne emias
rec o n st r u iu Jeru sal ém .
Foi o c a s a m e n to de E s te r com o fa mo so
m o n a rc a persa que deu aos ju d e u s prestígios nessa
co rte e tornou pos sív el a N e em ias re c on st r uir
J e r u s a lé m (veja Ne 2.1-8).
O gra nde pa lá c io de Xe rxes em Persépolis,
onde Ester, sem dúv ida , pa sso u gra nde parte do tempo,
foi escavado. A de sc riç ã o que dele se faz, mesm o em
ruínas, é magnífica. A c ida de foi de str uíd a pelo fogo
a tea do por A le xan dr e, o G ra nd e, em 331 a .C. D esd e
ent ão esteve s ot er ra da nas areias do deserto.
Em 1930 o Ins tit uto Oriental de C hic ago
ob te ve permis são do go v e rn o para, tanto qua nto
pos sív el , es c a var e r e s ta u r ar o palácio. A fim de to rn ar
a história dessa j o v e m j u d i a mais real e intere ssa nte ,
vam os dar uma bre ve de scr iç ão desse palácio.
O fu n d a m e n to do pa lác io era uma pl a ta fo rm a
de 17 metros de altura e c obria uma área de um
qu il ô m e tr o qua dra do. E m bai xo, hav ia um vasto sist em a
de esgo tos com qu il ô m e tr o s de ext ens ão , pelo qual se
po de an dar hoje. As pa redes do pa lácio eram c ober tas
das mais ma gnífi ca s obras de entalhe, relevo e
e scu ltu ra . Duas gra nd es salas do M use u do Louv re , na
Fr ança, ex ibe m esses tesouros.
Q uando o en tu lh o foi fin al me nte re m ov id o,
as obras de e sc ul tu ra e st a v a m bem c o ns e rv a da s , tão
perfe ita s e belas co mo no te m po em que a r a in ha Este r

137
pe rcorria os c o rr e d o re s e as apreciava. O pri m eir o
cap ítulo de sc re ve a cena nesse palácio. T ol dos de ricas
cores eram presos por colunas de má rm or e a postes de
prata, fa z en d o so m b ra aos hó spedes que, r e c li n a d o s em
assentos de ouro e prata, b a n q u e te a v a m - s e com o
glutões e b e b ia m fart a m e nte todos os dias (Et 1.5-8).
Ha via uma grande sala de au di ên c ia s, onde
visitantes dos qu a tro cantos da terra p re s ta va m
h o m e nag e ns ao gra nde rei, marido de Ester.
Giga nt es c as c ol un as ainda estão de pé, em sua
gra ndeza, e fa la m da glória do pa lác io de outrora.
Assim, era o luga r para onde Ester foi le vad a como
rainha. Aqui, a brin do um parêntese, ap ar ec e a histó ria
de M ar d o q u eu sal v a ndo a vida do rei. Essa na rr a ti va é
de st a c ad a mais tarde (Et 2.21-23).

A C o n s p ir a ç ã o de H am ã (Et 3-4)
Ve mo s uma form a la nça ndo s om br a por
sobre o quadro. Esta é uma cena de tristeza e luto.
Em E s te r 3 a 5 lemos da a s c e n d ê n c ia de
certo ho m e m c h a m a d o Hamã, que era h o m e m perve rso ,
cujo triunfo foi curto e cuja alegria du rou por só um
m o m e nt o (Jó 20.4,5). Ele se tornou pri m e ir o -m in is tr o
do rei. H a m ã foi o Judas de Israel. Foi um m ons tro de
p e rv e rs i d ad e na vida do povo esc olh ido por Deus.
D u ra n te a leitura do livro de Es te r numa
sin ag og a j u d a i c a , na Festa de Purim, p ode -s e ouvir a
c o n g re g a ç ã o dizer, toda vez que o nome de Ha mã é
me nci onad o: “Que o seu nome seja a p a g a d o V ,
en qu an to isso, me nin os j o g a m pedras ou pe da ço s de
ma deiras, nos quais o seu odiado nome está escrito.
Q u a n d o H a m ã aparece no livro de Ester, ele
a ca ba va de ser ele va do ao mais alto pos to do reino da
Pérsia (Et 3.1). A gra nde honra tr a ns to rn ou -o , enche u-

138
se de vaidade e sentiu-se p r o f u n d a m e n te hu mi lha do
q u a nd o al gué m não lhe prestou a h o m e n a g e m que o rei
ord e n a ra (Et 3.2).
Cheio de orgulho, não pôde su portar a
ind if ere nç a, mesmo do mais in si gnifi ca nte súdito. A
p e q u e n a falta de M ar do qu eu foi tr a ns fo rm a da numa
o fe ns a capital. M ardoqu eu , sendo ju d e u , não podia
p re s ta r honras divinas a um homem!
Hamã ficou tão furi oso que res olv eu
p r o m o v e r um mass acr e de todos os ju d e u s do reino (Et
3.6). Para marc ar o dia em que os inimigos seriam
d e st r u íd o s, lançou sorte, que rec aiu no dia 13 de
março, dez meses mais tarde (Et 3.7).
H am ã procuro u pr ov a r ao rei que todos os
ju d e u s era súditos desleais. O fe re ce u p ag ar ao rei um
s uborn o de dez mil talentos de prata, uma ve rd ad eir a
fo r tu n a (Et 3.9). O rei ass ino u um decreto,
d e te r m in a n d o que todos os home ns, mu lheres e
c ri a n ça s da raça ju d a i c a fossem mort os e seus bens
c o nf is ca do s . Co m pa re isso com o que a co nte ceu
du ra n te o regime nazista de Hitler.
Os ju d e u s se pu se ra m a je ju a r, orar e
l a m e n ta r de it an do- se em pano de saco de ci nza (Et 4.1-
3), a rainh a Ester viu aquilo e p e rg unto u a M ar do qu eu
o que era. Ele deu a ela uma cóp ia do decr eto do rei
que c o n ta v a a triste história. Dep ois acr escentou: E
q u e m sabe se para tal c o n ju ntu ra co mo está foste
e le v a d a a rainha? (Et 4.14).

O Risco de E ster (Et 5)


A rainha Ester re s p o n d e u ao desafio de
M ar d o q u eu . Ape sa r de go zar de toda a op ulê n ci a do
pal áci o, ela não se de ixo u levar pelo luxo da qu el e
am bie nte . Por amor ao seu povo opri m ido , esc olh eu um
m od o de agir que e nce rra va terrível perigo para ela.
139
Fe li z m e n te Es te r não se deixou c o r r o m p e r
por sua e le va da posi ção . Ainda que fosse agora r a in ha
de um gra nd e reino, não esq ueceu do ho me m que a
criara na infância.
Uma vez aceitou sua perigosa tarefa, lanço u-
se a ela com c o rag em . Era uma atitude ousada, a de ir à
pres enç a do rei sem ser chamada. Quem poderia diz er o
que o volúvel m o n a rc a iria fazer? Le m br e -s e do que ele
fez a Vasti.
Q ua ndo foi rec eb id a pelo rei, ela soube usar
seus recursos. C o n h e c ia a fraqueza do mona rc a, por
isso c o n v id o u -o para um banquete. Lei a o que
acontec eu na qu el a noite em que o rei não pôde d o rm i r
(Et 6.1-11).
C om o Ha m ã caiu na arma dil ha ? (Et 6.6). No
segundo b a nq uet e ela pleiteou por sua pró pr ia vida.
Tinha Ha m ã em suas mãos. O rei co nced eu o pe did o de
Ester. H a m ã foi e n fo rc a d o na mesma forca que havia
pr ep ara do para M ar d o q u eu , e este foi elev ad o à po si ção
de honra logo abai xo do rei.
E s tu d a n d o a Palavra de Deus, p od e -s e ver
que através dos te mp os Satanás sempr e pr oc ur ou
de struir o povo de Deus, os ju de us ; a Igreja, e até
mesm o o pró pr io Cristo. Mas, Deus frustra seus planos.
Mesmo as portas do inferno não pre va le c e rã o c ontra a
sua Igreja. Deus triunfará! Cristo co nqu ist ou a vitória!

O L iv r a m e n to dos Judeus (Et 6-10)

O livro de E s te r termin a com a n ar rat iv a do


es ta b e le c im e n to da Fe st a de Purim e a e le va ç ão de
M ar d o q u eu ao posto de ixa do vago por Ha mã (Et 10.3).
A festa de Purim dev eria ser c el e bra da
a nua lm ent e. É sem pr e ins pirada na dr a m á ti c a história
de Ester. O fato de ser cel e br a da ainda hoje c o n fi rm a a
140
sua a u tenti cid a de . A festa não c o m e m o r a tanto a qued a
de Ha m ã c o m o o livr ame nto do povo. Essa festa lem bra
o liv r am e n to dos ju d e u s de um sério perigo. Era o Dia
de A çõ es de Gra ça para o povo escolhido. Em bor a
t iv e s se m a b a n d o n a d o a Deus, Ele os havia poupado.
Li v ra m e n to parece ser a nota dom ina nte da
h is tó ria dos ju d e u s . Deus sempr e li vr ou essa nação na
hora da aflição.
O livro de Ester é um elo impo rt ante numa
c ad e ia de a co nte c im e nto s que narram o
e s t a b e l e c i m e n t o da nação heb ra ica , outr a vez, em sua
p r ó p r ia terra com o pre pa ra ç ã o para a vinda do Messias.
Os ju d e u s tinha m e s c a p a d o ao extermínio. O
p ro p ó s it o de Deus era que fo sse m pr e s er v a d o s a fim de
que por eles viesse o S a lv a do r ao mun do.
O car áte r de A ssu ero m o s tr a como o poder
ili m i ta d o é muitas vezes e s m a g a d o e desfeito sob o
peso da sua próp ri a im en si dad e. O hom em que é
e x a lt a d o ao pe destal de um deus sofre a v e r t i g e m 1 da
sua p ró p r ia altitude.

1 Med. Es t ad o mórbi do em que o i ndi víduo tem a impressão de


que tudo gira em torno de si ( verti gem o b j e t i v a ), ou de que ele
p ró p ri o est á gi rando ( verti gem subj et iva). Fig. Desvari o,
loucura.
141
Q u e s ti o n á r io

31 Assinale co m “ X ” as al te rn at iv as corretas

6. Cas ou-s e com E s te r no sétimo ano de seu reinado


a ) D As suero
b)l I Dario
c)| I M ar doq ueu
d)| I Hamã

7. Quanto ao Livro de Rute, aponte para asser tiv a


correta
a)| I C om e ça com um ba nqu ete de Dario, prí nc ip e
do mund o
b)| I En c e rra co m um b a nq ue te de Assuero, prín cipe
do povo Deus
c)[ I No início, Ha m ã é hu m ilh a do
d)| I No fim, M a r d o q u e u é exaltado

8. Ha mã foi ________ na me sm a ______ que havia


prep arado para M ar d o q u eu
a)| I Q ueim ado e for nal ha
b)l I Decapitado e guilh ot in a
c)l I Enf or cad o e forca
d)| I Preso e prisão

■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado

9.1 I Ester torn ou- se an cestral do Li ber ta do r de Israel.


Rute salvou o povo a fim de que o Li ber t ado r viesse
10.[I] Ham ã ficou tão furioso coma a atitude de
Mar doq ueu que re so lveu pro mo ve r um mas sa cre de
todos os ju d e u s do reino

142
Livros Históricos
Referências Bibliográficas

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143
IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná
Av. Brasil, S/N° - Cx.Postal 248 - Fone: (44) 3642-2581
Vila Eletrosul - 85980-000 - Guaíra - PR
E -m a il: ib a d e p @ ib a d e p .c o m - w w w .ib a d e p .co m

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