A poderosa lei da semeadura
Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos
deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos
medirão de novo (Lc 6,38).
Introdução:
O que faz a diferença entre pessoas de sucesso e as outras, é a percepção e a
atitude que tomam diante das coisas que Deus coloca em suas mãos para administrar.
Assim como temos leis físicas que governam o universo, Deus estabeleceu leis
espirituais para governar as nossas vidas, Essas leis fazem com que todas as nossas
ações no mundo físico tenham repercussão no mundo espiritual.
A lei do “dar” não está relacionada apenas com o aspecto financeiro, ela se
relaciona a todas as áreas da nossa vida.
1. Entendendo as leis do dar
Se desejarmos boas repercussões, devemos fazer boas ações. É evidente que esse
princípio tem uma aplicação muito mais ampla em nossa vida, pois tudo o que fazemos
é um investimento na carne ou no Espírito.
“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem
semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a
corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6.7,8).
Trataremos agora em como o nosso dar se relaciona com a Justiça de Deus.
a) Comer ou plantar?
“Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus” (Lc
12,21).
Tudo o que investimos no Reino de Deus é comparado a uma semeadura, e
muitas vezes não semeamos porque não conhecemos a repercussão espiritual de uma
semeadura.
Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e
multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça (2Co 9.10).
Paulo nos ensina que semente é para semear, e pão é para comer. Existem
pessoas no corpo de Cristo que reagem de diferentes maneiras diante de um elemento
que Deus lhes dá.
Alguns fazem a opção correta de plantar a semente, outros simplesmente a
comem. Lamentavelmente, uma grande maioria de cristãos ao redor do mundo conhece
apenas a parte do cristianismo que destila provas e decepções por não saber discernir e
fazer bom uso das coisas que Deus coloca em suas mãos.
A semente nos é dada para plantar, não para comer. Se você come a semente
nunca terá uma colheita. Eis o motivo de tanta escassez financeira na vida de muitas
pessoas.
b) O dar como princípio de gratidão
O ato de “dar” se relaciona com um princípio de amor que redunda como
gratidão pela graça recebida.
E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo
sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra (2Co 9.8).
O “dar” como gratidão funciona bem, mas precisamos anexar a esse sentimento
mais duas formas que são: o dar como honra e o dar baseado na justiça de Deus.
“Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus
ganhos; E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares (Pv
3;9,10).
Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para
sempre (2Co 9.9).
A honra não busca receber nada, ela compensa a gratidão recebida, e a justiça é
o reconhecimento divino baseado em nossa atitude de crer naquilo que somente Ele
pode fazer.
Ofertar não é algo que fazemos, mas algo que somos. É um estilo de vida para o
cristão que compreende a graça de Deus.
Além disso, a graça de Deus enriquece o servo do Senhor, moral e
espiritualmente, de modo que cresce em caráter cristão.
c) A justiça compensatória de Deus
A justiça de Deus é simbolizada por uma balança onde as nossas obras são
pesadas. A balança tem dois lados. De um lado estão as nossas obras, do outro, o que
Deus coloca para nos abençoar. Se colocarmos bastante de um lado, Deus se vê
obrigado a colocar bastante do outro lado por causa da Sua justiça.
“Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer,
e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça” (2Co 9.10).
Se colocarmos muito na balança das obras, Deus também não faz por menos. Por
isso, nos diz:
“O que semeia em abundância, em abundância ceifará” (2Co 9.6).
Quem planta pouco colhe pouco. Nossas ações determinam a quantidade da
colheita. Isso é uma promessa. Quem planta colhe, mas quanto mais semeia, mais
abundantemente colherá.
2. O potencial existente em uma semente
Quando Deus criou o universo, ele ordenou tudo com propósito. O propósito de
uma semente é se tornar uma árvore frutífera. Toda semente vai gerar segundo sua
espécie. O fenomenal, é que mesmo sendo apenas uma semente, após brotar, se tornará
uma árvore com diversas sementes que futuramente se tornarão em diversas outras
árvores com diversas sementes e, assim, sucessivamente.
Por fora vemos apenas uma semente, mas dentro dessa semente reside uma
floresta, que espera apenas o momento de ser plantada em terra fértil. Por não
entendermos esse mistério, não nos damos conta de quão grandes bênçãos estamos
deixando de alcançar. Vamos destacar abaixo três coisas interessantes sobre o ato de
semear.
a) Uma semente de nada garante uma colheita de nada.
“E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e
granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também
outros dois. Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu
senhor” (Mt 25.16-18).
Observe o que fez o Senhor. Ele deu a todos uma oportunidade de melhoria. Mas
o que fez o servo mau e negligente? Ele enterrou o talento e depois inventou uma
desculpa acerca do Senhor que lhe deu a oportunidade. Enquanto todos aumentaram o
que receberam, ele perdeu o investimento que nele foi feito. Quem semeia pouco, pouco
ceifará, mas quem nada semeia o que colherá? Não podemos desperdiçar oportunidades.
b) Semear é a prova de que a ganância não reina sobre nós.
“E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de
qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12,15).
Dar faz parte da natureza divina. Deus tem uma natureza generosa, e a única
cura para a ganância é o dar. Nossa semente é a única prova de que dominamos a
ganância, o egoísmo, e a avareza.
c) Quando entrego o que está comigo, Deus libera o que está com ele.
“Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos
deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos
medirão de novo” (Lc 6,38).
Ninguém poderá colher aquilo que nunca plantou. Mas a Bíblia nos garante com toda
certeza de que ao semear por fé, seremos recompensados. Ela diz: “Dai, e ser-vos-á
dado”.
3. Semente é a ferramenta que nos dá para prover nosso futuro.
Se semearmos de acordo com os princípios estabelecidos pela palavra de Deus,
semente se multiplicará e suprirá todas as nossas necessidades. Existe um desejo no
coração de Deus o Pai, que é o de nos fazer viver todo o potencial que Ele sonhou e
plantou em nós. O Senhor nos prometeu ser cabeça e não calda; prometeu-nos que
iríamos emprestar, e não pedir emprestado.
Mas para que isso aconteça devemos observar seus preceitos, e semear é uma lei
que Ele estabeleceu como regra para todos nós. Vejamos mais algumas verdades acerca
do ato de semear.
a) A quantidade de sementes dita à quantidade da colheita
“E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia
em abundância, em abundância ceifará” (2Co 9,6).
Deus estabeleceu o percentual da investidura em seu Reino: “pouco para pouco,
e abundante para muito. Não há o que discutir. Quanto mais semeamos, mais colhemos.
Deus exige qualidade, mas também fala de quantidade. Quanto mais investirmos no
Reino, mas o Rei devolverá a nós.
“Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos
deitarão no vosso regaço (Lc 6,38a).
b) Toda semente produz uma expectativa.
“E ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua
casa muitos dias” (1Rs 17,15).
Que perspectiva de vida possuía a viúva de Sarepta? Nenhuma. Porém, Elias lhe
deu uma perspectiva de mudança. Ela foi encorajada a semear para que não passasse por
outros períodos de escassez. Ela se esforçou, tirou de onde era impossível, creu.
Todo investimento no reino produz uma expectativa. Há sementes que demoram
a brotar, por isso, não devemos jamais deixar de semear porque toda semente tem um
tempo de maturidade. Uma coisa é certa. Deus nunca nos deixará frustrados.
c) Sempre teremos algo para semear
“Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer,
e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça” (2Co 9,10).
Está escrito que Ele é quem dá semente ao que semeia. Sempre teremos algo
para semear, não temos desculpas para chegar de mãos vazias diante dele. Assim como
a viúva de Sarepta tinha uma refeição para investir na vida de Elias, jamais haverá um
dia em nossas vidas que não tenhamos algo. É de uma pequena botija que
aparentemente nada significa, que Deus pode realizar um grande milagre.
“E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. E
ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite” (2Rs 4,2).
Conclusão:
O agricultor que planta muitas sementes terá maior probabilidade de colher uma
safra abundante. O investidor que coloca uma grande soma de dinheiro no banco, sem
dúvida, receberá mais dividendos. Quanto mais investirmos na obra do Senhor, mais
“frutos” teremos.
“O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu
tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações,
porém tu não tomarás emprestado” (Dt 28,12).