Fonoaudiologia Baseada em Evidências
Fonoaudiologia Baseada em Evidências
E
sta edição da Revista da Fonoaudiologia traz em sua reportagem de capa um assunto de extre-
ma importância: Práticas Clínicas Baseadas em Evidências (PBE). Mais que unir a prática clínica
aos estudos e pesquisas, e auxiliar a atualização dos profissionais, a PBE serve de instrumento
importante para a comprovação, baseada em métodos científicos, da eficácia das intervenções
fonoaudiológicas.
Ao trabalharmos com a confirmação da eficácia dos tratamentos em Fonaoudiologia, damos um passo
importante para a valorização de nossa profissão, atestando a necessidade do trabalho do fonoaudiólogo
e do respeito à atuação desse profissional nos programas de Saúde e Educação, sejam
públicos ou privados. É de fundamental importância ocuparmos os espaços que nos
cabem no mercado de trabalho.
Ainda nesta edição, apresentamos levantamento das principais leis de inclusão do
País. Ao conhecer o que está definido por lei, podemos atuar de forma mais contun-
dente junto aos programas de atendimento à pessoa com deficiência. Bem informados,
temos instrumentos para lançar ações, cobrar aquilo que está previsto em lei e contribuir
para o desenvolvimento de uma legislação cada vez mais justa e eficiente.
O legislativo não cria projetos de leis sem envolvimento da Sociedade. Para que os
integrantes das câmaras e assembléias desenvolvam um trabalho que realmente respon-
da às necessidades da população, precisa da participação e o auxílio de profissionais
competentes, que tenham conhecimento técnico das carências que devem ser atendidas
pela legislação.
A oficialização do Dia da Voz na cidade de Guarulhos é um bom exemplo de como podemos atuar junto
aos deputados e vereadores para realizar um projeto importante junto à população. A Lei criada no municí-
pio nasceu de um trabalho realizado por fonoaudiólogos em uma universidade do município. Este trabalho
também é relatado na revista.
Outro tema abordado nesta edição é O Guia do Fonoaudiólogo em Saúde Suplementar, desenvolvido a
partir de uma iniciativa do CRFa. 2ª Região/SP com a colaboração dos Conselhos Federal e Regionais e con-
tribuições do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (IDEC). A publicação, que aborda as principais
dúvidas relativas ao tema, é outra ação no sentido de informar e orientar os profissionais da Fonoaudiologia,
um dos papeis primordiais deste Conselho.
Vale lembrar que nos encontramos em ano eleitoral e solicitamos que os Fonoaudiólogos interessados
em compor chapas para concorrer ao próximo Colegiado se articulem. Colocamo-nos à disposição para
esclarecimentos.
3
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
Í ndice
Conselho Regional
de Fonoaudiologia
2ª Região
8º Colegiado Conselhos lançam Guia de Saúde Suplementar
PRESIDENTE
5 Publicação, voltada aos fonoaudiólogos, responde às principais
Paulo Eduardo Damasceno Melo
dúvidas sobre o tema
VICE-PRESIDENTE
Isabel Gonçalves
DIRETORA-SECRETÁRIA
Maria Cristina Pedro Biz Legislação garante os direitos da Pessoa com Deficiência
6 População e profissionais de saúde devem lançar mão das leis e dos
DIRETORA-TESOUREIRA
Cristina Lemos Barbosa Furia decretos federais, estaduais e municipais
CONSELHEIROS
Alexsandra Aparecida Moreira • Andrea Soares da Silva • Andrea Wander
Bonamigo • Camila Carvalho Fussi • Carolina Fanaro da Costa Damato •
Claudia Silva Pagotto Cassavia • Cristina Lemos Barbosa Furia • Daniela
Pela saúde da voz
Soares de Queiroz • Gisele Gotardi de Oliveira • Isabel Gonçalves • Lica
Arakawa Sugueno • Lilian Cristina Cotrim Ferraz • Maria Cristina Pedro
10 Conheça o trabalho que transformou campanha
Biz • Monica Bevilacqua • Nadia Vilela • Paulo Eduardo Damasceno
Melo • Renata Cristina Dias da Silva • Renata Strobilius • Yalís Maria de conscientização em Lei Municipal
Folmer-Johnson Pontes
DEPARTAMENTOS
CONTABILIDADE [email protected]
DIVULGAÇÃO [email protected]
DEPTO. PESSOAL [email protected]
JURÍDICO [email protected]
ORIENTAÇÃO E FISC. [email protected]
RECEPÇÃO [email protected] Fonoaudiologia Baseada em Evidências
REGISTROS/TESOURARIA [email protected] Uma importante aliada
SECRETARIA [email protected]
SUPERVISÃO [email protected]
COMISSÕES
Audiologia • Divulgação • Educação • Ética • Legislação e
Ponto de Vista
Normas • Licitação • Orientação e Fiscalização • Saúde •
Tomada de Contas
15 A importância do Registro dos Procedimentos
Fonoaudiológicos em Prontuários
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO
Carolina Fanaro da Costa Damato – Presidente
Andrea Soares da Silva
Lilian Cristina Cotrim Ferraz
Nadia Vilela AMIB divulga presença do fonoaudiólogo nas UTIs
14
16 Atuação dos profissionais da área pode prevenir e tratar
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Sérgio de Castro Rodrigues (MTb 23.903)
diversas complicações
PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA
(exceto capa)
Alexandre Barros – ViaNews Comunicação Integrada
Ações
REDAÇÃO
Conexão Nacional 18 Acompanhe o trabalho das Comissões do Conselho
(11) 3151-5516 e 3151-5752
wwww.conexaonacional.com.br
[email protected]
Reportagem e edição:
Luísa de Oliveira • Sérgio de Castro Rodrigues
IMPRESSÃO
Prol Editora Gráfica
22 Balanço
25
CEP 05002-061 – São Paulo/SP
Fone/Fax: (11) 3873-3788 – www.fonosp.org.br Eventos
Envio de artigos, sugestões ou reclamações:
[email protected]
30 Cartas
E m D ia
D
esde que foi publicada pelo CRFa. 2a Região/SP em 2001, foi revisada,
publicada, em ja- atualizada e transformada em uma publicação única
neiro de 2008, a destinada aos profissionais de todo o País.
Resolução Norma-
tiva no 167 da Agência Abrangente, sem ser prolixa, a publicação aborda, em
Nacional de Saúde, (ANS), suas 21 páginas, os diversos aspectos envolvidos na relação
que inclui a fonoaudiologia entre os profissionais de Fonoaudiologia e os Planos de Saúde.
no rol de procedimentos “O conteúdo publicado se apresenta como instrumento
e eventos em saúde que útil e prático de orientação aos fonoaudiólogos na sua
Foto: Reprodução
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
I nclusão
S
ão pelo menos 45 leis e decretos fe- eliminação de preconceitos e obstácu- e sociais das pessoas com deficiência,
derais, outros 40 estaduais e mais los arquitetônicos”, diz o parágrafo 1o assegurando, entre outras coisas, a ple-
de 55 só na capital paulista. To- - inciso II do artigo. na integração da pessoa com deficiência
dos referentes aos direitos da pes- no contexto sócio-econômico-cultural,
soa com deficiência e mobilidade redu- A igualdade no trabalho (art. 7, oferecendo igualdade de oportunida-
zida. “A legislação brasileira é conside- XXXI e art. 37, VIII), o direito à habi- des, sem paternalismo.
rada uma das melhores que existe”, ana- litação e reabilitação (art. 203, IV), ao
lisa a advogada Sabrina Rodrigues San- benefício mensal (art. 203, V), ao ensino Entre as garantias promovidas pelos
tos, presidente da Comissão de Respon- especializado (art. 208, III), à locomoção decretos, estão a inclusão em todas as
sabilidade Social da OAB/SP e membro e acesso (art. 227, parágrafo 2o e art. iniciativas governamentais, a promoção
do Comitê de Responsabilidade Social 244) também são abordados pela Carta da qualificação profissional e da inser-
da FIESP. Magna brasileira. No artigo 23, fica clara ção no mercado de trabalho e a inte-
a responsabilidade: “É competência co- gração dos órgãos públicos nas diversas
Mas de nada adiantam tantos textos mum da União, dos estados, do Distrito áreas, inclusive saúde e educação, com
se eles não forem executados na prática. Federal e dos municípios cuidar da saúde o objetivo de prevenir deficiências e de
O conhecimento desse material é fun- e assistência pública, bem como da pro- realizar a inclusão social.
damental para que os profissionais que teção e garantia das pessoas portadoras
atuam junto às pessoas com deficiência, de deficiências”. No artigo seguinte, es- Em 2004, o governo publicou o De-
entre eles, os fonoaudiólogos, saibam o tabelece a competência da União e dos creto Federal no 5.296, relativo à acessi-
que requerer. “A legislação brasileira é estados na legislação sobre a ”proteção bilidade. Além da garantia de acesso às
muito desenvolvida, mas o acesso está e integração social das pessoas portado- pessoas com mobilidade reduzida, tor-
restrito aos profissionais que executam ras de deficiência”. nou-se obrigatória a sinalização visual e
alguma ação com o poder público”, co- tátil para os portadores de deficiência
menta a fonoaudióloga e conselheira do União, estados e municípios vêm auditiva e visual (artigos 47 a 60). O
CRFa. 2a Região/SP, Andrea Bonamigo. cumprindo o papel de legislar. O Guia documento também garantiu a necessi-
dos Direitos da Pessoa com Deficiência, dade da adoção, por parte dos meios
Os direitos da pessoa com deficiên- lançado em 2006 por uma parceria en- de comunicação, de medidas como le-
cia estão assegurados já na Constitui- tre a Ordem dos Advogados do Brasil gendas ou uma janela com intérprete de
ção Brasileira. No artigo 3o, fica claro (OAB-SP) e a Federação das Indústrias LIBRAS para garantir às pessoas com
que um dos objetivos fundamentais da do Estado de São Paulo (Fiesp), faz um deficiência auditiva o direito de acesso
República é a promoção do bem de to- interessante apanhado das principais à informação. Também é definido por
dos, “sem preconceitos de origem, raça, leis e dos mais importantes decretos lei que todos os órgãos públicos tenham
sexo, cor, idade e quaisquer outras for- publicados. um funcionário que possa comunicar-se
mas de discriminação”. Vários outros com os deficientes auditivos.
artigos, como o no 227, voltado à as- A começar pela Lei Federal no
sistência da criança e do adolescente, 7.853, de 24 de outubro de 1989, que O estado de São Paulo foi ainda mais
abordam a questão da pessoa com defi- veio complementar as definições cita- longe. Em 2002, já havia estabelecido
ciência. O Estado promoverá a “criação das na Constituição e criou a Coorde- normas e critérios de acessibilidade por
de programas de prevenção e atendi- nadoria Nacional para Integração da meio da Lei no 11.263. Em 2006, a Lei
mento especializado para os portado- Pessoa com Deficiência (CORDE), órgão Estadual no 12.295 estabeleceu que a
res de deficiência física, sensorial ou que elaborou os planos e programas Secretaria de Educação deve imprimir
mental, bem como de integração social que compõem a Política Nacional para os materiais pedagógicos em Braille.
do adolescente portador de deficiência, Integração da Pessoa Portadora de De-
mediante o treinamento para o trabalho ficiência. A lei foi regulamentada pelos Na capital paulista, a criação da Co-
e a convivência, e a facilitação do aces- Decretos nos 914 e 3.298 com o objeti- missão Permanente de Acessibilidade
so aos bens e serviços coletivos, com a vo de assegurar os direitos individuais (CPA) permitiu a discussão e a delibe-
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
Pelo cumprimento da Lei
Foto: Divulgação
Você acha que esse número elevado é mesmo
necessário?
ração de normas que integram as secre- Já as Diretrizes e Bases da Educação Em 2005, o Decreto Federal no
tarias municipais na garantia ao acesso foram estabelecidas pela Lei Federal no 5.626, que regulamenta a Lei Federal
físico e de comunicação às pessoas com 9.394, de 1996. O documento já previa no 10.436, estabeleceu as bases para a
deficiência e mobilidade reduzida. artigos voltados aos portadores de de- efetivação do uso da Língua Brasileira
ficiência, com a preferência pelo uso da de Sinais. Destaque para o artigo 3o:
A Lei Federal no 9.656, de 1998, re- rede regular de ensino e o oferecimento “a Libras deve ser inserida como dis-
gula Planos de Seguros Privados e as- de serviços de apoio especializado. O ciplina curricular obrigatória nos cur-
segura a todos o acesso à Assistência à Decreto Federal no 3.298/99 assegurou sos de formação de professores para o
Saúde. Em seu texto, especifica a parti- a garantia e ampliou o tema. Levantou exercício do magistério, em nível mé-
cipação da pessoa com deficiência. A a necessidade de as instituições de en- dio e superior, e nos cursos de Fono-
capital paulista aprofundou-se um pou- sino oferecerem as adaptações necessá- audiologia, de instituições de ensino,
co mais ao desenvolver o Programa de rias aos alunos, e não o contrário, como públicas e privadas, do sistema fede-
Atenção à Saúde da Pessoa Deficiente, a sociedade se habituou. Também prevê ral de ensino e dos sistemas de ensino
voltado especificamente às necessida- a capacitação dos professores e profis- dos estados, do Distrito Federal e dos
des desse público. sionais para lidar com este público. municípios”.
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I nclusão
Legislação Federal
Essas são algumas das principais Leis Federais
referentes à Inclusão
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
continuada, garantindo ao portador de de- LEI No 8.160, DE 8 DE JANEIRO DE 1991 ficiência). Aborda a tutela jurisdicional de
ficiência carente e incapacitado para a vida Dispõe sobre a caracterização de símbolo interesses coletivos ou difusos dessas pes-
independente e para o trabalho, um salário que permita a identificação de pessoas por- soas e as responsabilidades do Ministério
mínimo mensal. tadoras de deficiência auditiva. Público. Define como crime, punível com
reclusão, obstar, sem justa causa, o aces-
LEI No 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 LEI No 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE so de alguém a qualquer cargo público, por
Trata das licitações do Poder Público, 1990 motivos derivados de sua deficiência, bem
permitindo sua dispensa para contratação Assegura aos portadores de deficiência como negar-lhe, pelo mesmo motivo, em-
de associação de portadores de deficiência o direito de se inscreverem em concurso prego ou trabalho.
física, sem fins lucrativos e de comprovada público para provimento de cargos cujas
idoneidade, por órgãos ou entidades da ad- atribuições sejam compatíveis com a defi- LEI No 7.405, DE 12 DE NOVEMBRO DE
ministração pública (art. 24, inciso XX). ciência de que são portadores, reservando- 1985
lhes até 20% do total das vagas oferecidas Torna obrigatória a colocação do “Símbo-
LEI No 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 no concurso (art. 5o, § 2o). lo Internacional de Acesso” em todos os lo-
Obriga a empresa com mais de cem em- cais e serviços que permitam sua utilização
pregados a preencher de 2 a 5% de seus LEI No 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 por pessoas portadoras de deficiência, e dá
cargos, com beneficiários reabilitados ou Estatuto da Criança e do Adolescente, que outras providências.
pessoas portadoras de deficiência habilita- assegura ao adolescente portador de defi-
das, sob pena de multa. ciência o trabalho protegido, garantindo-se LEI No 7.070, DE 20 DE DEZEMBRO DE
seu treinamento e colocação no mercado de 1982
O art. 16 trata dos beneficiários do regime trabalho e também o incentivo à criação de Dispõe sobre pensão especial para os de-
geral da previdência social na condição de oficinas abrigadas. ficientes físicos que especifica, e dá outras
segurado (incisos I, III e IV). O termo ali utili- providências.
zado e que contempla a pessoa portadora de LEI No 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE
deficiência é, equivocadamente, “inválido”. 1989 Seleção sobre texto do Guia dos Direitos
Dispõe sobre o apoio às pessoas porta- da Pessoa com Deficiência (OAB-SP/FIESP)
O art. 77 trata da pensão por morte e in- doras de deficiência, sua integração social e de levantamento feito pela advogada Sabri-
clui o portador de deficiência, mais uma vez, e sobre a CORDE (Coordenadoria Nacional na Rodrigues Santos
aqui designado como “inválido”. para Integração da Pessoa Portadora de De-
1955 - Recomendação 99 sobre “Reabilitação de Pessoas Portadoras de O site da OAB-SP dá acesso ao Guia dos Direitos da Pessoa com
Deficiência” (OIT) Deficiência e às coletâneas de leis que abordam o tema no ende-
1971 - Declaração dos Direitos do Deficiente Mental (ONU) reço (http://www2.oabsp.org.br/asp/comissoes/comissao.asp?id_
1975 - Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (ONU) comissao=19&opcao=4
1980 - Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Des-
vantagens (CIDID/OMS) A Prefeitura de São Paulo aborda a inclusão no site da Secretaria Mu-
1981 - Ano Internacional das Pessoas com Deficiência (ONU) nicipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida http://portal.
1983 - Convenção 159 - “Reabilitação Profissional em Emprego de Pes- prefeitura.sp.gov.br/secretarias/deficiencia_mobilidade_reduzida/legisla-
soas Portadoras de Deficiência” (OIT) cao/0001
1983 - 1992 - Década das Nações Unidas para as Pessoas com Defici-
ência A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos também
1993 - Normas Uniformes sobre a Igualdade de Oportunidades para Pes- dedicou espaço exclusivo ao tema http://www.feneis.com.br/page/legis-
soas com Deficiência (ONU) lacao.asp
1994 - Declaração de Salamanca (Espanha)
1999 - Convenção Interamericana para a Eliminação de todas as formas A ONG Vez da Voz apresenta um histórico sobre a legislação e a Conven-
de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência - Convenção ção da ONU em http://www.vezdavoz.com.br/politicaspublicas/
da Guatemala (OEA)
2006 - 2016 - Década das Américas para as Pessoas com Deficiência Para conhecer as normas ABNT, entre no site http://www.centroruibian-
(OEA) chi.sp.gov.br/sis/noticias.php?c=208 (normas)
2006 - Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência
Resoluções e pareceres do CRFa. 2a Região/SP referentes à inclusão es-
Fonte: advogada Sabrina Rodrigues Santos tão em Legislação no site www.fonosp.org.br
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
F ique por D entro
O
Dia da Voz, comemorado inter- ano passado, foram dis-
nacionalmente no dia 16 de abril, tribuídos sete mil fol-
nasceu no Brasil há exatos 10 anos. ders explicativos, dire-
Em 1999, surgiu a idéia da promo- tamente em mãos. Por
ção de uma grande campanha de cons- volta de 6,5 mil pesso-
cientização sobre a saúde vocal e os cui- as, de todas as idades,
dados com a voz. A Semana Nacional da assistiram a palestras,
Voz, comemorada naquele ano entre os apresentações ou par-
dias 12 e 16 de abril, nasceu de uma par- ticiparam dos plantões
ceria entre a Sociedade Brasileira de La- de atendimento monta-
ringologia e Voz e a Sociedade Brasilei- dos especialmente para
Foto: Divulgação
ra de Otorrinolaringologia. Contou com a campanha.
o apoio institucional de várias socieda-
des, associações, conselhos e entidades Especialista em voz,
e chegou a 150 municípios de 23 estados. professora há mais de
dez anos, mestre em Campanha também visou crianças de Guarulhos
Em 2003, a campanha alcançou Distúrbios da Comuni-
outros países. Hoje, além do Brasil, cação pela PUC-SP e dou-
Estados Unidos e diversos países da toranda pela FMUSP, Márcia teve pa- quaquecetuba”, conta a fonoau-
Europa e da Ásia instituíram um dia pel fundamental para que Guarulhos dióloga. As atividades da Campanha
fixo para promover debates e traba- instituísse uma Lei Municipal para o da Voz têm se concentrado em Guaru-
lhar pela maior conscientização da po- Dia da Voz. As campanhas da cidade lhos, mas o grupo recebe moradores
pulação a respeito da importância dos já foram premiadas três vezes pela So- de todos esses lugares. “Neste ano,
cuidados com a voz. ciedade Brasileira de Fonoaudiologia temos como meta desenvolver ações
(SBFa.). Em 2004, ficou em terceiro nos outros municípios também, a fim
Também há seis anos, a campanha lugar. Em 2007 e em 2008, a campa- de descentralizar o evento e facilitar o
do município de Guarulhos, na Gran- nha ficou em primeiro. acesso”, continua Márcia.
de São Paulo, ganhava a participação
da fonoaudióloga Márcia Helena Mo- O trabalhou começou junto ao Cur- A cada ano é necessário buscar
reira Menezes, uma das profissionais so de Fonoaudiologia da Universidade parceiros. E nem sempre eles estão
indicadas para o Prêmio Destaque da de Guarulhos, onde Marcia é responsá- disponíveis. “Em 2004, tivemos 15 mil
Fonoaudiologia 2008, do Conselho vel pelas disciplinas de voz. É o Projeto reais de verba para folders, cartazes e
Regional de Fonoaudiologia, instituído Voz, que tem a campanha como uma banners. Mas em 2007 e 2008, tínha-
para premiar aqueles que realizaram de suas atividades. No primeiro ano, mos a metade deste valor para traba-
um trabalho inovador na área de polí- foram realizadas apenas palestras para lhar, e trabalhamos”, lembra. Márcia
ticas públicas ou voltado à abertura do os alunos dos cursos de Fonoaudiolo- conta com uma equipe composta por
mercado de trabalho, que tenha reper- gia e de licenciatura com o tema saúde alunos e professores que contribuem
cutido beneficamente para a profissão vocal. Embora o trabalho fosse aberto com idéias e trabalham bastante para
no Estado de São Paulo. ao público, apenas no ano seguinte ul- a Campanha seja realizada.
trapassou os portões da universidade e
“Em 2003, coordenei a primeira alcançou a população. Além de ampliar as fronteiras ge-
campanha da voz em Guarulhos e, ográficas da campanha até os mo-
depois disso, nunca mais parei”, co- Desde então, a campanha vem radores dos municípios vizinhos, a
menta Márcia. Hoje, os professores ampliando seu raio de ação. “O Curso professora e sua equipe trabalharam
da Universidade de Guarulhos e das de Fonoaudiologia da UnG é o único pela ampliação do alcance político
escolas da região, os alunos de todos da região, sendo assim, nosso público do evento. Uma das mais importan-
os cursos, a mídia, as autoridades, abrange as Zonas Norte e Leste de SP, tes consequências das campanhas re-
a população em geral já esperam as além dos Municípios de Arujá, Santa alizadas foi a instituição, em outubro
comemorações do Dia da Voz. Só no Izabel, Mairiporã, Terra Preta e Ita- de 2008, de uma Lei Municipal pelo
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
ta. Logo depois era vota- cesso de uma campanha é esquecer os
da e aprovada a Lei que prêmios e pensar na ação. “Concorrer
dá apoio oficial, verba e ao Prêmio de Melhor Campanha Na-
mão de obra para atu- cional não pode ser o principal objeti-
ar junto à Campanha da vo do trabalho. A premiação é apenas
Voz. Também é mais um uma consequência”, defende. “Se o
argumento no momento colega quiser participar da Campanha
de negociar parcerias. da Voz porque almeja ganhar o prê-
Foto: Divulgação
“Iniciei meu discurso com uma simu- do: “Cada um ajuda como pode”.
lação, completamente sem voz, o que
gerou um tremendo incômodo a todos Apaixonada pela causa da saúde
e, a partir disso, falei da importância vocal, a fonoaudióloga comenta que Maçãs, água e folders explicativos para os
da necessidade da saúde vocal”, con- outro item importantíssimo para o su- professores da UnG
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
R eportagem de C apa
O
termo parece estranho à primeira à prática, levou cerca de um século para a Fonoaudiologia no rol de procedimen-
vista: Fonoaudiologia Baseada em se estabelecer. E vem ganhando força tos e eventos em saúde que constituem
Evidências. “Afi- nas duas últimas déca- a referência básica para a cobertura dos
nal, do que se das. Um levantamento Planos Privados de Saúde.
trata?”, perguntam-se feito por Beatriz Nova-
muitos fonoaudiólogos. es, professora titular da A resolução prevê cobertura obriga-
A Prática Baseada em PUC-SP, coordenadora da tória do atendimento de apenas seis ses-
Evidências, PBE, como Derdic e fonoaudióloga sões por ano. As evidências, portanto,
costuma ser chamada, da clínica ECO, mostra o podem ser um caminho mais seguro para
propõe uma forma di- crescimento da PBE. “Em provar que, em um grande número de
ferente de atuar na saú- 1995, praticamente não casos, esse limite é insuficiente. Com um
de, integrando a exper- havia qualquer citação levantamento sério de pesquisas, feito
tise individual à melhor de métodos baseados em com metodologia específica, é possível
evidência disponível nas evidencia no Medline”, conferir diagnósticos, avaliar terapias e
pesquisas. “É uma ma- exemplifica a fonoaudi- estabelecer o número médio de sessões
neira objetiva de fazer óloga. “Em 2003, havia necessárias para tratar um paciente. “As
a prática. É um forma- Kátia de Almeida: paradigma 2.100 citações e, em mar- evidências podem convencer a empresa
to de trabalho que fun- ço de 2007, um total de de que não é possível atender um de-
damenta sua prática em 18.396, das quais, 6.200 terminado caso em 12 sessões, mas que
dados objetivos”, explica a fonoaudió- eram revisões sistemáticas”, compara a se pode chegar a um bom resultado em
loga Fernanda Dreux Miranda Fernan- professora. Entenda-se revisão sistemáti- 20 atendimentos”, exemplifica Fernanda
des, presidente da Sociedade Brasileira ca como a seleção e análise estatística e Dreux. “A PBE favorece a tomada de de-
de Fonoaudiologia (SBFa), e professora sistemática da literatura com o objetivo cisão com maior fundamentação,
associada livre docente da Faculdade de de responder a uma pergunta específica.
Medicina da Universidade de São Pau- Este é o principal instrumento da PBE
lo. “É exatamente trazer para sua atua- (leia quadro da página 13). Passo a passo
ção clínica aquilo que as pesquisas estão A Fonoaudiologia Baseada em Evidências
apontando”, continua a também fonoau- O conceito de Prática Baseada em deve seguir alguns preceitos básicos. “É im-
portante ressaltar que a prática baseada em
dióloga Kátia de Almeida, professora ad- Evidências surgiu na Medicina. “Foi nos
evidências não é uma vaga orientação a ser
junta da Faculdade de Ciências Médicas Estados Unidos, por causa dos convê- seguida, mas uma atividade com etapas bem
da Santa Casa de São Paulo e coorde- nios, que não queriam mais pagar tra- definidas”, avisa a fonoaudióloga e professora
nadora do Departamento de Audição e tamentos que não tivessem evidências adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da
Equilíbrio da SBFa. que comprovassem sua Santa Casa de São Paulo, Kátia de Almeida.
eficácia”, lembra Irene “Ela deve ter como foco um único paciente e
um problema por vez”, ensina. Eis a sequência
A Prática Baseada Marchesan. Em seguida, a ser seguida:
em Evidências não é passou para outras áreas
uma novidade. “Sua ori- da saúde. Na Fonoaudio- 1- Definir uma questão clínica a ser respon-
gem filosófica remonta logia, ainda há muito a dida.
o século XIX, em Paris, ser feito, concordam as 2- Buscar textos na literatura para a seleção
das melhores evidências disponíveis.
e até hoje permanece fonoaudiólogas entrevis- 3- Avaliar a validade e importância dos es-
um assunto de grande tadas. Mas é uma ten- tudos escolhidos de acordo com sua metodo-
discussão entre clínicos, dência que se fortalece. logia e relevância.
Fotos: arquivo pessoal
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racionaliza as abordagens utilizadas, e o fato de ela ter ou não revisão por um bom consumidor de pesquisa. “Ele
auxilia a estabelecer normas, melhora pares, por exemplo, já podem dar uma deve ter uma formação profissional que
a qualidade do atendimento e fornece pista da credibilidade de um trabalho o habilite a ser um avaliador crítico da
dados mais concretos sobre prognóstico publicado. literatura disponível”, alerta.
clínico”, continua a fonoaudióloga Mara
Behlau, diretora do Centro de Estudos Mas a PBE estabelece algumas hie- Espírito crítico é mesmo fundamen-
da Voz (CEV) e coordenadora do Depar- rarquias entre as pesquisas que podem tal. Infelizmente, a qualidade da pesqui-
tamento de Voz da SBFa. ajudar na busca. A revisão sistemática sa realizada muitas vezes deixa a dese-
de estudos é considerada a mais confi- jar. “A Fonoaudiologia brasileira é mui-
Basear-se nas evidên- ável (ver quadro des- to boa. O maior problema é que nossa
cias externas não significa ta página) e facilita a metodologia precisa melhorar”, avalia a
desconsiderar o conheci- busca. Na revisão, é pesquisadora Vanessa Vieira. “E o pro-
mento que cada profissional feita uma análise es- blema não está só no Brasil”, continua.
adquiriu em sua carreira. tatística da literatura
“A PBE significa integrar o com metodologia es- Em sua dissertação de mestrado em
conhecimento clínico com pecífica, que faz com Ciências na Unifesp – “Avaliação da
a melhor evidência clínica que o clínico acesse as Adequação Metodológica de Estudos
disponível das pesquisas melhores respostas o Clínicos sobre Voz e Laringe Publicados
Foto: Divulgação
Beatriz Novaes. É preci- estabelecer o grau de ex- completo o estudo, mais significativo ele é.
so saber especificamente celência”, alerta Kátia de Aqui estão as principais categorias listadas
Almeida. “Os artigos que pela fonoaudióloga Vanessa Pedrosa Vieira,
o que se deve procurar.
mestre em Ciências da Saúde e consultora de
A pergunta clínica deve dão mais credibilidade
pesquisa do Centro Cochrane:
ser bem formulada (leia são os randômicos duplo
quadro da página 12). cego”, exemplifica. 1- Revisão Sistemática e ensaios clínicos
Depois, é necessário de- randomizados com grande quantidade de pa-
finir onde encontrar os Segundo Beatriz No- cientes (N>1000).
vaes, é preciso trabalhar 2- Ensaios clínicos randomizados.
estudos e, com os traba- 3- Estudos de coorte (acompanhamento de
lhos em mãos, analisar com o aluno desde cedo, um grupo de pacientes por um determinado
se aquelas evidências antes mesmo da facul- tempo).
são ou não consistentes. dade, e principalmente 4- Estudos de casos e série de casos.
A tendência de uma re- Irene Marchesan: evidências durante o curso supe- 5- Opinião de especialistas.
vista, seu corpo editorial rior, para que se torne
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
R eportagem de C apa
da PBE. Dados objetivos, como a escolha ‘Salvador da Pátria’. Não existe modelo aprender a trabalhar com programas
entre um ou outro remédio para tratar perfeito”, continua. sistematizados para termos controle
uma doença, são encontrados mais sobre o que fazemos e comparar da-
facilmente. O mesmo pode não acon- Para Vera Mendes, é preciso usar dos do fazer clínico com pesquisas
tecer com certas terapias que levam a PBE com a consciência de que, mui- estruturadas”, indica. “Nosso objetivo
em conta avaliações subjetivas, como a tas vezes, também será preciso lançar deve ser o de começar a implementar
adaptação ou não a um mão da criatividade a mudança de paradigma que permi-
tipo de aparelho auditivo. para incluir outras ta orientar nossa prática à luz da boa
Foto: Divulgação
“É mais fácil encontrar metodologias e adap- evidência científica”, recomenda Kátia
revisões sistemáticas so- tar a solução a cada de Almeida. “Ou você continua se re-
bre áreas mais objetivas caso. Ela lembra que ciclando, ou está fadado a ficar muito
do que sobre fenômenos as pessoas têm suas defasado”, alerta ela. •
mais complexos”, ressalta singularidades e o
Beatriz Novaes. “Quanto profissional nunca
mais variáveis forem ana- deve se esquecer dis-
Biblioteca
lisadas, menos chances de so: “Temos de ter a As revistas científicas brasileiras e interna-
cionais, com e sem revisões por pares, e as
se obter altos níveis de capacidade técnica de
bases de dados da internet são os principais
evidência. E, em certos não apagar essa sin- caminhos para se ter acesso às pesquisas e
casos, obtemos um nível gularidade e de usar encontrar as evidências necessárias para um
mais baixo porque não há Fernanda Dreux: dados objetivos a inventividade para bom trabalho. É preciso estar atendo ao mate-
outra maneira”, relata. “O ir além”, recomenda. rial publicado em sua área.
que não tira o mérito”, avisa a professo-
Na Bireme (www.bireme.br), o site da Bi-
ra. Mais uma razão para a necessidade Reciclagem blioteca Virtual em Saúde Brasileira, é pos-
de se formar profissionais críticos, que sível entrar diretamente no portal Capes, no
sabem analisar o material que estão con- O trabalho sob a ótica da Prática Lilacs, no Medline e na Biblioteca Cochrane,
sumindo. Baseada em Evidências traz uma ma- que também pode ser acessada pelo endereço
neira especial de atuar em Fonoaudio- http://cochrane.bvsalud.org/portal/php/index.
php?lang=pt.
Para a fonoaudióloga Vera Mendes, logia. Para muitos, uma maneira de
p r o fe s s o r a fundamental A Cochrane, por sinal, é considerada um dos
da PUC-SP impor tância melhores caminhos para se buscar revisões
e coordena- e que pode sistemáticas, estudos planejados para respon-
dora do De- “A Prática Baseada em Evidências é o uso der uma pergunta específica. “É a principal
significar
par tamento consciencioso, explícito e judicioso da melhor muito para
fonte de revisões sistemáticas do mundo, onde
evidência disponível na tomada de decisões terão publicadas as pesquisas com nível 1 de
de Saúde o futuro da evidência e um link para os ensaios clínicos
Coletiva sobre o cuidado ao paciente.” profissão. com nível 2 de evidência. Os ensaios clínicos
da SBFa., Sackett et al. 1996 “Se não pro- são a matéria prima da revisão sistemática”, ex-
a PBE é duzirmos plica a fonoaudióloga Vanessa Pedrosa Vieira,
uma ferra- mestre em Ciências da Saúde, doutoranda da
evidências
Unifesp e pesquisadora da organização.
menta muito importante, que vem de que nossa intervenção é efetiva e
avançando no Brasil e que se mostrou eficiente, no médio prazo não have- A Revista da Sociedade Brasileira de Fo-
bastante eficaz para o estabelecimen- rá fundos para pesquisas e corremos noaudiologia, indexada nas bases de dados
to de protocolos. Mas não pode, de o risco de sermos bloqueados pelos LILACS e SciELO, “é uma das mais importantes
maneira alguma, se ações da SBFa. no sentido de contribuir para
convênios”, analisa Mara
o desenvolvimento científico da Fonoaudio-
transformar numa ban- Behlau. “A sobrevivên-
Foto: Arquivo Pessoal
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
P onto de V ista
P
ara a Comissão de Orientação ético junto ao Conselho e os demais - o fonoaudiólogo sempre realize a
e Fiscalização, abordar ques- se dirigiram à justiça comum. evolução em prontuário, date, assine e
tões relativas a prontuários carimbe o registro efetuado;
elaborados por profissionais O Código de Ética da Fonoaudiologia
fonoaudiólogos não tem como foco determina expressamente que o - as intercorrências, os procedimentos
apenas mencionar as obrigações fonoaudiólogo deve “elaborar, realizados e o desempenho do paciente
às quais o profissional está sujeito, fornecer relatório, resultado de exame, sejam registrados;
mas também os direitos gerados aos parecer e laudo fonoaudiológico,
pacientes a partir do não cumprimento quando solicitado”. Deve, ainda, - o registro da conduta seja preciso
destas obrigações. “permitir o acesso do cliente e evidencie a continuidade, ou não, do
ao prontuário, relatório, exame, procedimento realizado, as restrições
O presente texto tem a função de laudo ou parecer elaborados pelo observadas e as orientações fornecidas
alertar e orientar os fonoaudiólogos fonoaudiólogo, recebendo explicação ao paciente e/ou cuidador;
para possíveis demandas éticas necessária à sua compreensão, mesmo
ou judiciais às quais ele se veja quando o serviço for contratado por - seja confeccionado em duas vias
exposto. Existem legislações terceiros”. A Resolução CFF no. no (uma mantida no domicílio e outra
específicas acerca do tema, que 337/06 determina que o profissional com o profissional);
serão citadas posteriormente. Mas deve manter o prontuário atualizado.
as experiências observadas em nossa Trata-se de uma obrigação, conforme - o mesmo esteja acessível a
prática justificam uma abordagem determina a Resolução CFF no. no todas as partes envolvidas (paciente,
preliminar. 285/02, o fonoaudiólogo guardar os profissional, família e profissionais da
prontuários de seus clientes por um equipe);
Tem se tornado cada vez mais período mínimo de 10 anos após a
frequente os contatos de pacientes alta dos mesmos; prazo idêntico se - o arquivo e prazo de guarda
com o setor de fiscalização do aplica aos resultados dos exames dos obedeçam à legislação vigente.
CRFa. 2ª Região/SP. Geralmente, clientes avaliados. Estas obrigações
estes contatos, quando relacionados geram direitos aos pacientes e A existência de um prontuário
a prontuários, trazem a queixa de alegar desconhecimento de lei não é bem elaborado é fundamental para
que os fonoaudiólogos se recusam argumento de defesa válido. que se garanta uma boa qualidade
a fornecer dados de prontuários do no atendimento dos pacientes, não
período em que os atenderam. No Como auxílio na elaboração de um apenas aos que darão continuidade
que se refere a este recusa, alguns prontuário adequado, o fonoaudiólogo aos atendimentos até o momento
aspectos costumam estar envolvidos: pode se basear na Recomendação da alta; os que serão encaminhados
ou o profissional entende não ser nº 01/09 do CRFa 2ª Região/ a outros profissionais, inclusive
sua obrigação o fornecimento de tais SP, que dispõe sobre a assistência fonoaudiólogos, necessitarão deste
dados, ou não registrou a evolução fonoaudiológica domiciliar. Quanto a indispensável instrumento.
do caso em prontuário de forma prontuários, orienta-se que:
adequada, ou não houve sequer O acesso às normas de interesse
registro do caso em prontuário. - o CID seja utilizado profissional pode ser feito nos
para classificar a doença e os sites www.fonosp.org.br ou www.
No que se refere a queixas procedimentos fonoaudiológicos fonoaudiologia.org.br. •
relacionadas a prontuários, alguns sejam registrados segundo
pacientes recorreram ao setor de a Classificação Brasileira de Comissão de Orientação e Fiscalização
fiscalização, outros optaram por Procedimentos em Fonoaudiologia -
requerer a abertura de processo CBPFa;
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T erapia I ntensiva
cida no Brasil. Inclusive pelos próprios pro- noaudiologia em três contextos. O primeiro
fissionais da área. “Muitos fonoaudiólogos é o próprio departamento, que também tem
ainda não sabem seu papel exato nas UTIs”, a participação das fonoaudiólogas Simone
reconhece a especialista Camila Fussi, atual Barbosa Romero e Maria Teresa Sanches,
presidente do Departamento de Fonoaudio- ambas de São Paulo, da cearense Mércia
logia Aplicada à Terapia Intensiva da AMIB. Pinto e da paranaense Silvana Trilo Duarte.
“É necessário conhecer o perfil das UTIs, A Fonoaudiologia também está inserida nos
suas particularidades, o tipo de paciente ele- comitês de Terapia Nutricional, representa-
gível para o gerenciamento fonoaudiológico, do por Ana Maria Furkim, e de Ventilação
o tipo de intervenção fonoaudiológica e em Mecânica, representado por Camila e por
Foto: Arquivo pessoal
que momento ela deve ser feita”, explica. Simone. As diversas regionais da entidade
nacional também contam com a presença de
Especialista em Motricidade Orofacial – profissionais da área.
Disfagia, Coordenadora da especialização
em MO – Disfagia do Hospital do Servidor O trabalho, segundo Camila Fussi, está
Público Estadual de São Paulo (HSPE) e Co- apenas no começo. “Ainda temos diversos
Camila Fussi: a Fonoaudiologia na AMIB ordenadora da equipe de Fonoaudiologia do hospitais que não contam com um fonoau-
Hospital São Luiz (Unidade Anália Franco), diólogo no corpo clínico, que dirá dentro das
D
esde 2005, a Fonoaudiologia participa Camila conhece muito bem as particularida- UTIs”, lamenta. Entre uma das funções do
da Associação de Medicina Intensiva des da terapia intensiva. Junto com a equipe grupo dentro da Associação está a de expli-
Brasileira (AMIB), órgão oficial repre- do Departamento da AMIB, trabalha pela car a todos os integrantes das equipes o papel
sentativo dos profissionais das diver- divulgação do papel do fonoaudiólogo em da Fonoaudiologia nas UTIs. “Os médicos,
sas áreas que atuam na Medicina Intensiva UTIs neonatais, pediátricas e de adultos. enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas
no País. Mas a verdade é que a atuação fo- precisam entender o papel do fonoaudiólogo
noaudiológica em UTI ainda é pouco conhe- A AMIB conta com a participação da Fo- na prevenção, por exemplo, de complicações
L ivros
Violência na Infância
O livro O cotidiano infantil violento: marginalidade e exclusão social conta com 12 capítulos escritos
por especialistas de diversas áreas que abordam a relação entre a criminalidade infantil e políticas
públicas no Brasil, a violência escolar, as drogas, a Aids, o trabalho infantil e um estudo de caso
sobre os efeitos neurofisiológicos dos desenhos animados na violência e a influência e os reflexos
da televisão na construção da personalidade moral. A publicação foi financiada pela FAPESP e orga-
nizada pelo Laboratório de Pesquisas sobre Infância, Imaginário e Comunicação (LAPIC), na Escola
de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. À frente do trabalho, a professora doutora
da ECA, Elza Pacheco, pedagoga, psicóloga e fonoaudióloga. Mais informações: www.eca.usp.br/
Foto: Divulgação
nucleos/lapic.
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
advindas da intubação oro/nasotraqueal, que pacientes”, explica Simone Barbosa Romero,
podem levar à disfagia orofaríngea e risco de especialista em MO - Disfagia, mestre pela
aspiração”, exemplifica Camila. “Com isso, UNIFESP e fonoaudióloga do Hospital São Capital receberá
podem sinalizar a necessidade de uma ava- Camilo Santana, atual secretária do departa-
XIV CBMI
liação/ intervenção especializada”. mento de Fonoaudiologia da AMIB.
A especialista lembra que a disfagia é a O debate sobre a atuação da Fonoaudio- Congresso será realizado em novembro
área de conhecimento da Fonoaudiologia logia no ambiente de Terapia Intensiva, se-
Entre os dias 11 e 14 de novembro, a capital
que tem maior campo de atuação nas UTIs. gundo Camila e Simone, tem muitos pontos paulista hospeda o XIV Congresso Brasileiro de
“Porém, é necessário conhecimento especia- a serem abordados. Por isso, em maio, o Medicina Intensiva (CBMI). Este ano, a Fono-
lizado, prática no manejo do paciente disfá- Departamento de Fonoaudiologia Aplicada à audiologia terá participação em salas multi-
gico e aperfeiçoamento constante, buscando Terapia Intensiva da AMIB realizará o I Fó- cêntricas e em espaço específico. Esses serão
saber a fisiopatologia das doenças críticas rum de Discussão. Entre as questões a serem alguns dos temas debatidos: protocolos de
avaliação clínica da disfagia em UTI; critérios
e onde o fonoaudiólogo se insere na equipe tratadas estão: qual paciente deve ser enca- de eleição para o início da terapia fonoaudio-
das Unidades de Terapia Intensiva”, alerta minhado para a equipe de Fonoaudiologia? lógica na UTI; técnicas de intervenção, indica-
ela. Questões relacionadas à humanização no Em que momento deve se iniciar a aborda- ções e contra-indicações; particularidades do
ambiente de UTI e à abordagem dos distúr- gem fonoaudiológica? Qual o protocolo ideal atendimento do paciente em ventilação me-
bios de linguagem adquiridos também po- de avaliação do paciente crítico/potencial- cânica; válvula de fala; atuação neonatal sob o
enfoque da humanização; gestão e indicadores
dem ser trabalhadas de forma mais precoce mente crítico? Quais as indicações e contra-
de qualidade em Fonoaudiologia. Os fonoau-
na Unidade Intensiva. indicações de determinados procedimentos diólogos interessados podem enviar trabalhos
fonoaudiológicos nesses pacientes? (temas livres e pôsteres) até o dia 30 de agosto
Uma outra possibilidade de atuação mar- de 2009.
cante da Fonoaudiologia nas UTIs diz res- Para saber mais sobre o tema, acesse
O CBMI é o maior congresso da especiali-
peito à educação continuada. “O profissional www.amib.org.br. O site também pode ser
dade da América Latina. Esta é a terceira vez
especializado no atendimento desta popula- a porta de entrada na própria associação. “É que a Fonoaudiologia faz parte do evento. Na
ção específica passa a atuar como multipli- importante que o fonoaudiólogo se torne só- primeira vez, em 2006, 80 fonoaudiólogos se
cador de informações, treinando, educando cio, para que possamos ter maior representa- inscreveram. Em 2008, foram mais de 120
e orientando a equipe de saúde com relação tividade dentro da entidade e, com isso, pos- profissionais. As informações completas sobre
à identificação da população de risco para samos fazer alianças com outras instituições o evento podem ser acessadas no site www.
cbmi.com.br.
disfagia, ao gerenciamento do processo de e lutar pela valorização e defesa do exercício
alimentação/deglutição e à monitoração dos profissional”, comenta Camila Fussi. •
L ivros
Estímulo auditivo
Processando Sons II
de Flávia Rodrigues e Valéria Rimini, com colaboração de Ana
Alvarez
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A ções
1 Processos administrativos – Foram instaurados 40 processos cessos foram julgados em Sessão Plenária e aguardam providên-
administrativos em 2008 em face de fonoaudiólogos que têm dé- cias do CFFa.;
bitos pendentes junto ao órgão (cumprimento ao artigo 21, VI da 3 Durante todo o ano foram prestados esclarecimentos e orienta-
Lei 6965/81). Do total, quatro firmaram acordo e estão parcelando ções por meio de e-mails, além de convocações a partir de con-
o débito; 16 foram julgados em Sessão Plenária e estão no prazo tatos realizados por telefone, carta ou email. As orientações sob
envio de recurso ao CFFa.; convocação foram realizadas em conjunto com a Comissão de
2 Audiências e julgamentos – Foram instaurados seis processos Orientação e Fiscalização.
éticos com audiências realizadas pela Comissão. Três desses pro-
1 Fiscalizações Externas - foram realizadas 818 visitas de orienta- serviços de Fonoaudiologia, quanto a locais para atendimento.
ção e fiscalização nas cidades que compõem a jurisdição da Sede 3 Pessoa Física:
do CRFa. 2a Região/SP; . Registros Cancelados: a Comissão atuou em casos de profis-
2 Orientações: sionais com registros provisórios cancelados por ordem admi-
. Por telefone/e-mail: neste período, a COF recebeu telefone- nistrativa, no sentido de coibir a atuação ilegal destes;
mas de fonoaudiólogos e da população, tendo fornecido orien- . Registros Suspensos por Débito: a Comissão atuou em casos
tações quanto ao Código de Ética, sobre questões técnicas e a de profissionais com registros suspensos por débito por ordem
informações gerais, entre outras dúvidas. Quando necessário, da Diretoria.
casos específicos foram encaminhados a Conselheiros e Co- 4 Participação em Eventos Externos: participação em reunião no
missões pertinentes, ou a entidades como a Sociedade Brasi- Conselho Regional de Farmácia - viabilização das inspeções de
leira de Fonoaudiologia e a Academia Brasileira de Audiologia, fiscalização multiprofissionais;
entre outras; 5 Palestras Ministradas:
. Pessoalmente: a COF recebeu profissionais que comparece- . Palestras para alunos da Santa Casa – abril e agosto/08.
ram à Sede solicitando as mais variadas informações (inscrição . Palestra para alunos da Unicamp – Campinas – nov/08.
na Prefeitura, cadastro junto à Vigilância Sanitária, inscrição . Palestra para alunos da UNIFESP – Semana da Ética – SP –
de autônomo, solicitação de Resoluções/Leis, dúvidas técnicas, dez/08.
entre outras). A COF realizou orientação aos consumidores dos . Palestra para alunos da Universidade de Guarulhos (na sede)
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 81 • abr/mai/jun • 2009
– dez/08. conforme determinação da Comissão de Saúde;
. Palestra para alunos do Centro Universitário São Camilo (na . Participação nas reuniões do GT de Saúde Auditiva, com o
sede) – dez/08. intuito de auxiliar na elaboração do novo protocolo de fisca-
. Palestra para alunos da UNIMEP – Piracicaba – dez/08. lização;
6 Trabalhos em parceria com outras Comissões/Conselheiros/ As- . Fiscalização nos serviços de saúde auditiva cadastrados nas
sessores e Fiscais Regionais/outros Conselhos Profissionais: portarias do Ministério da Saúde, conforme determinação do
. Fiscalização em conjunto com o CREMESP; GT de Saúde Auditiva;
. Fiscalização e aplicação de questionário nos NIR e NISA, . Reunião com a Presidente do CFFa. referente ao manual de
fiscalização.
1 Respostas de e-mails relacionados à Audiologia, encaminhados 6 Elaboração, em conjunto com a Comissão de Saúde, da Con-
ao CRFa. 2a Região por profissionais e não profissionais; sulta No 02/08, que dispõe sobre o “Código a ser utilizado para
2 Revisão do “Manual de orientação ao Fonoaudiólogo que atua registrar o procedimento “Avaliação do Processamento Auditivo
na área de Audiologia”, priorizando o aspecto “Laudo Audioló- (Central), para posterior pagamento por parte das operadoras de
gico”; planos privados de assistência à saúde”;
3 Participação da Reunião Interconselhos de Audiologia, sediada 7 Acompanhamento da Lei sobre Triagem Auditiva Neonatal Uni-
pelo CRFa. 2a Região/SP, com representantes das Comissões de versal – Lei 12.522/07;
Audiologia dos Conselhos Regionais e da Comissão de Saúde do 8 Participação no 23o EIA;
Conselho Federal; 9 Participação na Reunião do GT de Saúde Auditiva, sediada
4 Participação na Reunião do GT de Calibração, sediada pelo pelo CRFa. 2a Região/SP, criado com o propósito de normatizar
CRFa 2a Região/SP, formado no 23o EIA com representantes das a fiscalização dos serviços de Saúde Auditiva credenciados pelo
Comissões de Audiologia dos Conselhos Regionais, da Comis- Ministério da Saúde. A reunião contou com representantes das
são de Saúde do Conselho Federal, do InMetro e das Sociedades Comissões de Audiologia, Saúde e Legislação e Normas deste
Científicas SBFa. e ABA; Regional, das Sociedades Científicas SBFa. e ABA e dos servi-
5 Elaboração do Parecer No 02/08, que “Dispõe sobre a atuação ços de Saúde Auditiva HC/FMUSP, Grupo de Pesquisa FOB/USP,
do fonoaudiólogo na avaliação e reabilitação dos transtornos do DERDIC/CEAC e APADAS;
processamento auditivo (central)”; 10 Elaboração do planejamento para 2009.
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A ções
foram redigidos os seguintes documentos: com o CRFa. 2a Região/SP, a presidente da comissão de saúde
. Consulta No 01/08 agendou reunião com o IDEC;
Assunto: Obrigatoriedade de Cobertura do Tratamento Fono- 5 Coleta de dados sobre a atuação fonoaudiológica nos Centros
audiológico frente à Resolução Normativa RN No 167, de 09 de Apoio Psicossociais Infantis (CAPSi) do Estado de São Paulo,
de janeiro de 2008, que atualiza o “Rol de Procedimentos e visando traçar o perfil da atuação fonoaudológica nestes equi-
Eventos em Saúde”, publicada pela Agência Nacional de Saúde pamentos de saúde, subsidiar a representação deste Regional na
Suplementar (ANS); Câmara Técnica de Saúde Mental do Conselho Estadual de Saúde
. Consulta No 02/08 e redigir parecer sobre o assunto;
Assunto: “Código a ser utilizado para registrar o procedimento
6 Redação de matérias e notas informativas, referentes à atuação
Avaliação do Processamento Auditivo (Central), para posterior
da Comissão de Saúde, para a Revista da Fonoaudiologia;
pagamento por parte das operadoras de planos privados de
assistência à saúde”. Consulta elaborada em conjunto com a 7 Participação em Eventos: conselheiras da Comissão de Saúde
Comissão de Audiologia; representaram este Regional nos seguintes eventos:
. Consulta No 04/08 . 7a REATCH/2008 – Feira Internacional de Tecnologias em Rea-
Assunto: “O fonoaudiólogo pode prestar assistência ao pacien- bilitação, Inclusão e Acessibilidade - Maio - São Paulo/SP;
te internado, a pedido da família, mesmo que não faça parte . XXV Simpósio das Unimeds do Estado de SãoPaulo/2008
da equipe de profissionais do hospital?”; Julho - Guarujá/SP;
. Parecer No 04/08 . III Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família e
“Dispõe sobre a atuação fonoaudiológica nos Centros de Apoio III Concurso Nacional de Experiências em Saúde da Família -
Psicossociais (CAPS) destinados ao atendimento da criança e Agosto - Brasília/DF;
adolescente”; . Participação no “Encontro NASF/Saúde Mental”, promovido
. Recomendação No 01/08 pelo Conselho Regional de Psicologia/SP - Setembro – São
“Dispõe sobre assistência fonoaudiológica domiciliar”; Paulo/SP;
. Guia de Auxílio ao Fonoaudiólogo Sobre Saúde Suplementar: 8 Encaminhados ofícios aos gestores de âmbito municipal e es-
a Comissão de Saúde elaborou minuta deste guia e encami- tadual sobre:
nhou ao CFFa. para finalização e publicação, conforme acorda- . Tabela SIA/SUS e Procedimentos Fonoaudiológicos;
do com a presidente da entidade, Fga. Sandra Vieira; . Programa Aprendendo com Saúde;
4 Reunião com o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC): . 8.3- Implantação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família
visando discutir a limitação do número de consultas/sessões fo- – NASF, entre outros;
noaudiológicas frente à publicação da Resolução Normativa No 9 Elaboração do planejamento 2009.
167/08, bem como elencar possibilidades de atuação conjunta
1 Redação do Parecer No 01/08, que “Dispõe sobre a atuação do Regional sobre o tema junto ao legislativo;
fonoaudiólogo na Educação”, a partir das discussões promovidas 4 Constituído Grupo de Trabalho, composto por conselheiros
durante reunião ampliada da Comissão, realizada em 23/11/07, da Comissão de Educação e fonoaudiólogos colaboradores, para
com o tema “Fonoaudiologia Educacional”. O Parecer supracitado discussão do tema “Dislexia”. O produto das discussões foi en-
foi aprovado em Sessão Plenária realizada em 29/05/08; caminhado via ofício ao CFFa., para possível normatização do
2 Organização do Simpósio “Atuação Fonoaudiológica em Insti- assunto, por meio de Resolução;
tuições Educacionais”, promovido por este Regional em 29/03/08. 5 Redação do Parecer No 03/08, que “Dispõe sobre a atuação
Foram discutidos os seguintes temas durante o evento: do fonoaudiólogo em Dislexia”, a partir das discussões promovi-
. O processo de formação do fonoaudiólogo para atuar na das pelo Grupo de Trabalho mencionado no item “4”. O referido
Educação; parecer foi aprovado em Sessão Plenária realizada em 27/06/08.
. Atuação fonoaudiológica: ensino regular, inclusão e fracasso 6 O presidente da Comissão de Educação participou da Ofici-
escolar; na do FNEPAS – Fórum Nacional de Educação de Profissionais
. Mutidisciplinaridade. da Área da Saúde, realizada em 26/04/08, com o tema central:
. Compuseram as mesas de discussão os seguintes profissio- “INTEGRALIDADE NA FORMAÇÃO E NAS PRÁTICAS EM
nais: fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos e representantes SAÚDE: ESTRATÉGIAS PARA INTEGRAR ENSINO, GESTÃO,
de secretarias municipais de educação; SERVIÇOS e USUÁRIOS NA GRANDE SÃO PAULO”;
3 Reunião com o Conselho Regional de Psicologia/SP para dis- 7 Orientações aos fonoaudiólogos, graduandos em Fonoaudio-
cussão do Projeto de Lei Municipal No 086/2006, que “Dispõe logia e gestores da área da Educação quanto às competências
sobre o Programa de Apoio ao Aluno Portador de Distúrbios Es- do fonoaudiólogo na área da educação, baseadas nas legislações
pecíficos de Aprendizagem diagnosticados como Dislexia”, visan- vigentes.
do relatar o assunto ao plenário e definir posicionamento deste
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O que as Delegacias fazem por
você
Acompanhe os trabalhos realizados em Marília,
Ribeirão Preto e Baixada Santista
1 Atividades Externas: foram realizadas 185 visitas de orientação 2 Palestras ministradas: palestras de orientação aos formandos de
e fiscalização nas cidades que compõem a jurisdição da Delegacia Fonoaudiologia das faculdades da região.
de Marília;
1 Fiscalizações Externas: foram realizadas 301 visitas de fisca- cato dos Médicos do Estado de São Paulo e demais Conselhos
lização nas cidades que compõem a jurisdição da Delegacia de de Classe (Fonoaudiologia, Psicologia, Odontologia, Medicina,
Ribeirão Preto; Farmácia e Fisioterapia), com a finalidade de apresentação de
2 Orientações a Fonoaudiólogos (e-mail e pessoalmente): foram propostas à nova Secretária da Saúde de Ribeirão Preto (Dra.
feitas 36 orientações a fonoaudiólogos e usuários que compare- Carla Palhares) e maior efetividade na participação do Conse-
ceram à Delegacia; lho Municipal de Saúde;
3 Participação em Eventos Externos: . Participação da reunião com os Conselhos Profissionais da
. Reunião com Professores da USP na elaboração da Campa- área de Saúde, com a finalidade de formação de um Fórum dos
nha da Voz; Conselhos de Saúde de Ribeirão Preto.
. Reunião com a Secretária da Educação da cidade de Batatais; 4 Palestra Ministrada: “Mercado de Trabalho e Ética Profissio-
. Participação da reunião entre diretoria do SIMESP – Sindi- nal”, para formandos da USP.
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B alanço
Resultado Pendente - - -
Despesas de Pessoal a Pagar - - -
Despesas de Suprimento a Comprovar - - -
Despesas Irregulares - - -
Passivo Permanente - - -
Dívida Fundada - - -
Dívida Fundada Interna - - -
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Balanço Financeiro |Período: Jan/2008 a Dez/2008
Receita Despesa
Receita Orçamentária 2.894.165,88 Despesa Orçamentária 2.539.976,18
Receitas Correntes 2.894.165,88 Despesas Correntes 2.473.645,93
Receita de Contribuições 2.461.670,83 Despesas de Custeio 1.929.073,63
Receita Patrimonial 142.360,32 Transferências Correntes 544.572,30
Receitas de Serviços 79.018,45 Despesas de Capital 66.330,25
Transferências Correntes - Investimentos 66.330,25
Outras Receitas Correntes 211.116,28 Inversões Financeiras -
Receitas de Capital - Transferências de Capital -
Operações de Crédito -
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B alanço
Operações de Crédito -
Independente de Independente de
Total das Variações Ativas 2.991.560,33 Total das Variações Ativas 2.655.803,27
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E ventos
D
esde 2002, o Conselho Regional “Gerenciamento Pessoal e Atendimento
de Fonoaudiologia - 2a Região/SP ao Cliente”, com a odontóloga Débora Serviço
promove a realização do Happy Ferrarini; “Aspectos Éticos da Triagem
O Happy Hour da capital é realizado sem-
Hour na Casa do Fonoaudiólogo. Auditiva Neonatal”,com a fonoaudióloga pre na última sexta-feira do mês, às 18h30,
Criado inicialmente com o objetivo de Maria Angelina Martinez; “Assessoria na Casa do Fonoaudiólogo (Rua Tanabi, 64).
promover um momento de troca de Escolar”, com a fonoaudióloga Patrícia Para saber a programação, acesse o site do
informações entre os fonoaudiólogos, Prado Calheta; e “Ética na Atuação CRFa. 2a Região - www.fonosp.org.br. Um
resumo de todos os encontros é publicado
além de ponto de encontro para os Fonoaudiológica em Telesserviço”, com
no site. Se quiser sugerir temas, preencha
profissionais se conhecerem, o evento a fonoaudióloga Ana Elisa Moreira o formulário entregue durante o evento ou
vem sofrendo modificações no decorrer Ferreira. O resultado foi muito bom. envie e-mail para [email protected]. Para
dos anos. Desde o ano passado, a Os participantes aprovaram todas obter informações sobre a realização do
informalidade vem cedendo espaço a as palestras. “O profissional ou o Happy Hour em outras cidades, entre em
debates mais aprofundados. futuro fonoaudiólogo (estudante) que contato com as Delegacias Regionais do
Conselho.
participa está à procura de capacitação
“Nesta gestão, o Happy Hour apoia- e de debater a prática fonoaudiológica
se em trocas mais formais, com palestras configurada entre a teoria e prática”,
de pessoas gabaritadas e com experiência explica Lilian.
na atuação dentro de cada temática
abordada”, explica a conselheira Lilian O evento não se restringe à capital
C. Cotrim Ferraz, integrante da Comissão paulista. As Delegacias Regionais
de Divulgação e coordenadora do também têm promovido debates. Como
projeto na capital durante esta gestão. no caso da palestra “Gagueira Infantil”,
Cada vez mais se procura alcançar o ministrada pela fonoaudióloga Cristiane
objetivo de favorecer o encontro entre Moço Canhetti, em Marília, no mês de
As fonoaudiólogas Lílian Cotrim Ferraz, Maria
os profissionais que tenham afinidade maio. Angeline Martinez e Carolina Fanaro
com o tema, além de fomentar um bate-
papo com pessoas aptas e experientes na Os temas a serem abordados em
temática. O aprofundamento, entretanto, 2009 ainda serão definidos em Sessão
não abandonou um importante princípio Plenária. E, certamente, levarão em
inicial do evento. “Nos encontros, conta as pesquisas realizadas com os
enfatiza-se a importância do momento participantes das edições realizadas no
para trocas profissionais e para conhecer ano passado. Os critérios para a seleção
novos colegas”, continua Lilian. por parte do plenário do CRFa. são a
relevância do assunto no momento e a
Em 2008, foram quatro os necessidade de o profissional palestrante
Patricia Calheta discorreu sobre Assessoria
encontros realizados em São Paulo: ter experiência na área. • Escolar no terceiro encontro do ano
Fotos: Divulgação
Ana Elisa Moreira Ferreira no Happy Hour Em Marília, a fonoaudióloga Cristiane Canhetti Débora Ferrarini e o gerenciamento pessoal
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E ventos
Diagnóstico em Audiologia, Seleção e Adaptação de Dispo- nal de Audiologia (EIA). O evento, marcado para o período de
sitivos Eletrônicos, Avaliação / Reabilitação Vestibular, Proces- 18 a 21 de abril em Bauru, é uma realização da Academia Bra-
samento Auditivo, Saúde Auditiva, (Re) Habilitação Auditiva, sileira de Audiologia, tem o apoio do Hospital de Reabilitação
Potenciais Evocados Auditivos e Emissões Otoacústicas e de Anomalias Craniofaciais da USP, o Centrinho, e conta com
Genética são os principais temas do 24o Encontro Internacio- a chancela da Faculdade de Odontologia de Bauru.
Foto: Divulgação
de destaque é a promoção de importantes discussões em
palestras, congressos médicos e seminários voltados aos
diversos temas da inclusão.
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N otas
Foto: Reprodução
Divulgação
morado no início de março, o Projeto Viva a Diferença,
com o apoio de várias entidades que lutam contra a
discriminação, lançou a Campanha 2009 – NÓS EXIS-
TIMOS. O objetivo do trabalho é lembrar que a data
também se refere à mulher com deficiência. “Precisa-
mos trazer à memória tanto deste Estado, como des-
te País a existência de 13 milhões de brasileiras com
deficiência”, alerta Marcelo Liotti, diretor executivo do
projeto. No dia 30 de março, uma Sessão Solene na
Assembléia Legislativa Paulista marcou o Dia Interna-
cional da Mulher com e sem Deficiência. O evento teve
apoio do CRFa. 2a Região/SP.
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N otas
Foto: Reprodução
de Fonoaudiologia do País, publicou o Folder de Orien- pelo Conselho Federal.
tação sobre Disfagia. O material contribuirá para orientar
idosos, cuidadores e profissionais da área da saúde so- A área técnica de saúde do
bre o tema. “O que é disfagia?”, “O que fazer ao perce- idoso do Ministério da Saú-
ber sintomas?” são algumas das questões respondidas de está sensibilizada quanto
pela publicação numa linguagem clara e acompanhada à importância da atuação fo-
de ilustrações. Orientações básicas para favorecer a ali- noaudiológica para a saúde
mentação também foram apresentadas aos leitores. e qualidade de vida do ido-
so. Outro bom exemplo foi a
O folder sobre Disfagia está disponível na íntegra inserção de um capítulo que
no site do CFFa. www.fonoaudiologia.org.br. Os fo- engloba diversos aspectos
noaudiólogos que atuam no Sistema Único de Saú- da comunicação no Cader-
de poderão solicitá-los diretamente ao Ministério, por no de Atenção Básica-Saúde
meio dos respectivos gestores locais. O Conselho Re- do Idoso, também publicado
gional irá definir estratégias para distribuir os folders pelo Ministério.
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Reunião Interconselhos debate Divulgação da Fonoaudiologia
Foto: Divulgação
ção nos estandes.
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C artas
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e 7833 6713 para falar com Andréa Duran ou (11) 9543 7509 e
Parabéns aos seus realizadores e, por extensão, à 7880 2919 para falar com Silvia Matias
EXTRAVIOS
CRFa 6133
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