Bromatologia e Tecnologia dos Alimentos
Faculdade de Farmácia
Universidade de Lisboa
Carne
Cristina Maria Martins Almeida
[email protected]
Carne: definição (aula proteínas_rev)
carne
Porção comestível de qualquer espécie animal
https://dicionario.priberam.org/carne
Vermelhas e brancas
car·ne
Mamíferos, aves, pescado e caça
(latim caro, carnis, carne, polpa dos frutos, carcaça)
substantivo feminino
carne
1. Tecido muscular
A carne é a denominação dada ao tecido muscular
2. Parte vermelha dos músculos
esquelético ou liso, após a morte do animal,
3. Animal morto ou porção de animal morto para alimentação
própria para consumo, e que já passou por todo
um processo de estabilização e maturação.
As proteínas da carne podem ser organizadas de acordo com sua função biológica ou solubilidade.
Função biológica: estruturais, contrátil e metabólica
Solubilidade: solubilização das proteínas em diferentes concentrações salinas. Está geralmente relacionada com a
localização celular, podendo identificar-se três tipos:
Proteínas sarcoplasmáticas
Proteínas miofibrilares
Estroma (tecido conjuntivo)
Cristina Maria Martins Almeida 1
Bromatologia e Tecnologia dos Alimentos
Carne: definição
Todo o tecido muscular das espécies de animais comestíveis, com os seus vasos sanguíneos, nervos, tendões, aponevroses,
gorduras e ossos aderentes
Carne: tecidos
Tecido Conjuntivo (colagénio e
Carne: qualidade elastina)
Espécie Tecido Muscular (contração)
Linhagem Músculo esquelético
Sexo Músculo cardíaco
Idade
Alimentação Tecido Epitelial
Composição química
Fenômenos fisiológicos e bioquímicos pós morte Tecido Adiposo
Tecido Nervoso
Carne: composição química do músculo de mamífero
A carne é uma excelente fonte de nutrientes
proteínas de elevado valor biológico 95% de N na
forma de proteínas e 5% na forma péptidos, aa e Água 55 – 78 %
outro comp. azotados
Proteínas 15 – 22 %
minerais (ferro, zinco) Lípidos 1 – 15 %
ácidos gordos essenciais Glúcidos 1–2%
Sais minerais 1%
vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina,
niacina, biotina, ácido pantoténico, folacina,
vitaminas B6 e B12)
Cristina Maria Martins Almeida 2
Bromatologia e Tecnologia dos Alimentos
Carne: composição química
Composição química (g/100g) e conteúdo energético (kcal/100g) médio da carne magra,
crua e da gordura de alguns animais de abate
Água 55 – 78 %
Proteínas 15 – 22 %
Lípidos 1 – 15 %
Glúcidos 1–2%
Sais minerais 1%
STANCIOU, S. (2015) Horse Meat Consumption – Between scandal and reality. Procedia Economics and Finance, 23, 697-703
Carne: lípidos
Produto Colesterol mg/100 mg
Tecido muscular Tecido adiposo
Cordeiro 77
Frango 80 – 100
• 0,5 – 1 % fosfolípidos • ésteres do glicerol
Porco 70-80
• ácidos gordos mais • ácidos gordos
insaturados saturados Pato 60-70
• colesterol ( 75 mg %) Vaca 80 - 100
http://www.infocarne.com/aves/grasas_insaturadas.asp
Cristina Maria Martins Almeida 3
Bromatologia e Tecnologia dos Alimentos
Carne: lípidos
FORREST, J.C., ABERLE, E.D., HEDRICK, H.B., JUDGE, M.D., MERKEL, R.A.
Fundamentos de ciência de la carne. Zaragoza: Acribia, 1979. 363p.
A gordura das aves é mais insaturada que a do porco e esta,
por sua vez é mais insaturada que a do gado bovino e ovino
Carne: vitaminas e minerais
Vitaminas Minerais
• Hidrossolúveis: Vit B1, B2, • Fe e P – maior quantidade
B3, B6 e B12
• Ca, Na e K – menor
• Lipossolúveis: quantidade
• Vit D, E, K e A
Cristina Maria Martins Almeida 4
Bromatologia e Tecnologia dos Alimentos
Carne: efeitos das
modificações post-mortem
sobre os atributos da carne
Pescado
10
Cristina Maria Martins Almeida 5
Bromatologia e Tecnologia dos Alimentos
Pescado: deterioração de pescado e frutos do mar
Os pescados fazem parte do grupo de alimentos mais suscetíveis à deterioração, devido à elevada aw, composição
química, teor de gorduras insaturadas facilmente oxidáveis e, principalmente, pH próximo da normalidade.
Deterioração
Autólise
Ação dos sucos digestivos ou ação dos enzimas que atravessam a parede muscular após a morte ou ação das enzimas
dos tecidos, que favorecem a disseminação dos microrganismos contaminantes. Amolecimento e desintegração da
carne.
Oxidação
Alteração do aroma ou coloração do pescado.
Atividade bacteriana
Aceleram as alterações do pescado ou combinação dos três processos. Alteração do aroma ou coloração do pescado.
11
Pescado: valor nutricional
O pescado é uma excelente fonte de nutrientes
Água: 63-83% Hidratos de carbono: baixo ter, exceto moluscos (2-
5%)
Proteínas de elevado valor biológico, 14-23%
Gordura: variável Vitaminas; A, B e D
Tipo de pescado e com época do ano (exceto moluscos) Minerais
Influenciados pela dieta Rico em cálcio
Muitos glicéridos e ácidos gordos polinsaturados Peixes do mar – cloreto sódio e iodo
Elevada quantidade fosfolípidos Peixes de água doce – abundante, fosfato de potássio
Elevada digestibilidade fisiológica
12
Cristina Maria Martins Almeida 6
Bromatologia e Tecnologia dos Alimentos
Pescado: valor nutricional
O pescado é extremamente perecível:
Composição química
Constituição frouxa dos tecidos
Camada de muco na pele
Rápida entrada em rigor mortis
Acidificação superficial
13
Pescado: variação bioquímica/nutritiva no post-mortem
Após sacrifício
Depleção glucogénio
TMAO – Óxido de trimetilamina
Diminuição do pH final
Trimetilamina
Degradação lípidos AH2 + (CH3)3NO
Oxidase
(CH3)3N + H2O + A
TMAO TMA
Desnaturação proteica
Substrato Substrato
Anomalias aroma reduzido oxidado
Conversão de aa em di e poliaminas TMA + lípidos do tecido = “odor a peixe”
Degradação de óxido de trimetilamina (CH3)3NO (CH3)2NH + HCHO
DMA Formaldeído
trimetilamina – cheiro a “peixe”
formaldeído – estrutura esponjosa do peixe congelado
14
Cristina Maria Martins Almeida 7