Guião Terra Santa
Guião Terra Santa
TERRA
SANTA
Impressão: Fátima, (08.11.2019)
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PEREGRINAÇÃO
À TERRA SANTA
(Paróquias de Nossa Senhora da Conceição de Monchique e Silves)
(11 a 18 de Novembro de 2019)
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“Partam para a Galileia. Lá Me verão!”
O Evangelho da ressurreição de Jesus Cristo começa referindo o caminho das mulheres para o
sepulcro, ao alvorecer do dia depois do sábado. Querem honrar o corpo do Senhor e vão ao
túmulo, mas encontram-no aberto e vazio. Um anjo majestoso diz-lhes: “Não tenhais medo!”
(Mt 28, 5). E ordena-lhes que levem esta notícia aos discípulos: “Ele ressuscitou dos mortos e
vai à vossa frente para a Galileia” (28, 7). As mulheres fogem de lá imediatamente, mas, ao
longo da estrada, sai-lhes ao encontro o próprio Jesus que lhes diz: “Não temais. Ide anunciar
aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão” (28, 10). “Não tenhais medo”, “Não
temais”: essa é voz que encoraja a abrir o coração para receber este anúncio.
Depois da morte do Mestre, os discípulos tinham-se dispersado; a sua fé quebrantara-se, tudo
parecia ter acabado: desabadas as certezas, apagadas as esperanças. Mas agora, aquele
anúncio das mulheres, embora incrível, chegava como um raio de luz na escuridão. A notícia
espalha-se: jesus ressuscitou, como predissera…
E de igual modo a ordem de partir para a Galileia; duas vezes ouviram as mulheres, primeiro
do anjo, depois do próprio Jesus: “Partam para a Galileia. Lá Me verão”. “Não temais” e “ide
para a Galileia”.
A Galileia é um lugar da primeira chamada, onde tudo começara! Trata-se de voltar lá, voltar
ao lugar da primeira chamada. Jesus passara pela margem do lago, enquanto os pescadores
estavam a consertar as redes. Chamara-os e eles, deixando tudo, seguiram-No (cf. Mt 4, 18-
22).
Voltar à Galileia significa reler tudo a partir da cruz e da vitória; sem medo, “não temais”. Reler
tudo – a pregação, os milagres, a nova comunidade, os entusiasmos e as deserções, até à
traição – reler tudo a partir do fim, que é um novo início, a partir deste supremo ato de amor.
Também para cada um de nós há uma “Galileia”, no princípio do caminho com Jesus. “Partir
para a Galileia” significa uma coisa estupenda, significa redescobrirmos o nosso Batismo como
fonte viva, tirarmos energia nova da raiz da nossa fé e da nossa experiência cristã. Voltar para
a Galileia significa antes de tudo retornar lá, àquele ponto incandescente onde a Graça de
Deus me tocou no início do caminho. É desta agulha que posso acender o fogo para o dia de
hoje, para cada dia, e levar calor e luz aos meus irmãos e às minhas irmãs. A partir daquela
fagulha, acende-se uma alegria humilde, uma alegria que não ofende o sofrimento e o
desespero, uma alegria mansa e bondosa.
Na vida do cristão, depois do Batismo, há também outra “Galileia”, uma “Galileia” mais
existencial: a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo, que me chamou para O seguir
e participar na sua missão. Neste sentido, voltar à Galileia significa guardar no coração a
memória viva desta chamada, quando Jesus passou pela minha estrada, olhou-me com
misericórdia, pediu-me para O seguir; voltar para Galileia significa recuperar a lembrança
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daquele momento em que os olhos d´Ele se cruzaram com os meus, quando me fez sentir que
me amava.
Hoje, nesta noite, cada um de nós pode interrogar-se: Qual é a minha Galileia? Trata-se de
fazer memória, ir de encontro à lembrança. Onde é a minha Galileia? Lembro-me dela? Ou
esqueci-a? Procura e a encontrarás? Ali o Senhor te espera. Andei por estradas e sendas que
me fizeram esquecer. Senhor, ajudai-me! Dizei-me qual é a minha Galileia. Como sabeis, eu
quero voltar lá para Vós encontrar e deixar-me abraçar pela vossa misericórdia. Não tenhais
medo, não temais, voltai para a Galileia!
O Evangelho é claro: é preciso voltar lá, para ver Jesus ressuscitado e tornar-se testemunha da
sua ressurreição. Não é voltar atrás, não é nostalgia. É voltar ao primeiro amor, para receber o
fogo que Jesus acendeu no mundo, e levá-lo a todos até aos confins da terra. Voltai para a
Galileia sem medo.
“Galileia dos gentios” (Mt 4, 15; Is 8, 23): horizonte do Ressuscitado, horizonte da Igreja;
desejo intenso de encontro… Ponhamo-nos a caminho!
PAPA FRANCISCO
Homilia na Vigília Pascal de 2014
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DIA 1
11 de Novembro de 2019, Segunda-Feira
Algarve | Lisboa | Tel Aviv
PROGRAMA
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oração no início da peregrinação
Peregrinar não é apenas fazer caminho, deslocar-se de um lugar para o outro. Peregrinar, mais
que uma deslocação exterior, supõe deslocação interior. É ir à procura de um modelo, à luz de
Deus. Peregrinar traz consequências muito concretas para a vida: à medida que nos
aproximamos de Deus, vamo-nos aproximando mais dos homens. Peregrinar pelos caminhos
de Jesus, pela Terra Santa, é fazer uma experiência viva das fontes e raízes das fontes e raízes
da nossa Fé! Sintamos, desde agora, que não estamos simplesmente em passeio, estamos em
peregrinação!
ORAÇÃO INICIAL
Senhor meu Deus, não sei para onde vou. Não vejo o caminho em frente, nem sei ao certo
onde ele findará. Na verdade nem me conheço e o fato de pensar que estou a seguir a Tua
vontade não quer dizer que eu esteja a ser-lhe fiel. Mas creio que o desejo de Te agradar Te
agrada realmente. E espero manter este desejo em tudo quanto fizer. Espero jamais fazer
qualquer coisa alheia a esse desejo. Sei que, se agir assim. Tu me conduzirás pelo caminho
certo, embora eu nada possa saber sobre ele. Por isso, sempre confiarei em Ti, mesmo que me
sinta perdido ou às portas da morte, nada recearei, pois Tu estás sempre comigo e nunca me
deixarás sozinho. Amen.
(Thomas Merton)
ORAÇÃO DE BÊNÇÃO DOS PEREGRINOS
Deus omnipotente, que concedeis sempre a vossa misericórdia aos que Vos amam e em
nenhum lugar estais longe dos que Vos procuram, assisti com vossa † bênção os vossos servos
nesta peregrinação e dirigi os seus caminhos segundo a vontade, para que, defendidos de dia
com a vossa presença protetora e iluminados de noite com a luz da vossa graça, Vos tenham
como companheiro da sua viagem e cheguem felizmente ao lugar do seu destino. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espirito Santo.
R. Amen.
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DIA 2
12 de Novembro de 2019, Terça-Feira
Jaffa | Cesareia | Haifa
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§
O que vamos
ver?
Jope
Em Atos dos Apóstolos 9 e 10, lemos como o
apóstolo São Pedro estava hospedado na
casa de Simão, um curtidor de couros, em
Jope. Hoje chamada Jafa, a cidade foi
incorporada à capital política de Israel, Tel
Aviv, em 1950. É um importante centro turístico nas margens do Mediterrâneo, que lhe faz
vale o significado do seu nome: “Bela”.
Já foi o principal porto de Israel, de onde Jonas partiu para a sua famosa viagem em que foi
engolido por um grande peixe (Jonas 1, 3). Foi uma das mais movimentadas áreas portuárias
do mundo nos tempos bíblicos – até à construção dos portos de Haifa e Asdode – e hoje é
porto de pequenos barcos pesqueiros e de passeios turísticos. Na construção do Templo de
Salomão, foi por ali que chegaram as madeiras nobres do Líbano, depois levadas para
Jerusalém, que fica a 55 quilómetros (2 Crónicas 2, 16). Era a principal entrada para a Terra
Santa na época do Império Otomano.
Pedro estava nesta região, na cidade de Lida, quando aconteceu que uma mulher muito
caridosa e querida de Jope faleceu após enfrentar grave doença. O apóstolo foi chamado à
cidade e trouxe a mulher, de nome Tabita, de volta à vida, o que gerou muitas conversões
(Atos 9, 36ss).
Após este episódio, o Pescador de Homens hospedou-se na casa de Simão. Um dia, enquanto
esperava por uma refeição, subiu ao terraço pra orar. Naquela ocasião, teve uma visão: um
grande objeto semelhante a um lençol com animais de vários tipos.
13E uma voz dizia-lhe: «Vamos, Pedro, mata e come.» 14Mas Pedro retorquiu: «De modo algum,
Senhor! Nunca comi nada de profano nem de impuro.» 15E a voz falou-lhe novamente, pela
segunda vez: «O que foi purificado por Deus não o consideres tu impuro.» 16Isto repetiu-se por
três vezes e, imediatamente, o objecto foi levado para o Céu. Actos 10, 13-16
Cesareia Marítima
Porto mediterrânico, construído por
Herodes, o Grande, em honra do
imperador romano Cesar Augusto. O
diácono Filipe e depois Pedro aqui
anunciaram o Evangelho. Torna-se um
“porto missionário”; e daqui, depois de
dois anos de prisão, Paulo é levado para Roma. Estamos em Banias, lugar de adoração do deus
Pan pelos pastores da região. O deus deu nome ao lugar, Panias, que os árabes lêem Banias,
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por não terem a letra P. Mais tarde, Filipe, filho de Herodes o Grande, funda aqui uma cidade a
que chamará Cesareia de Filipe.
É aqui que Jesus trava um dos diálogos mais marcantes com os Seus discípulos: “Quem dizem
os homens que é o Filho do Homem?” Neste diálogo assim iniciado, Pedro toma a palavra para
afirmar: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo.” A terminar, Cristo constitui Pedro como Pedra e
fundamento da Sua Igreja. Foi, pois, neste “cantinho perdido” do norte de Israel que nasceu o
ministério petrino que, pela graça de Deus e com a assistência do Espirito Santo, permanece
ininterrupto até aos nossos dias através da sucessão apostólica. É assim que, dois mil anos
depois, olhamos o Papa Francisco com a certeza de olharmos a Pedra que sustenta a Igreja.
LEITURA BÍBLICA
Mt 16, 13-15 Confissão messiânica de Pedro - 13Ao chegar à região de Cesareia de Filipe, Jesus
fez a seguinte pergunta aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do
Homem?» 14Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista; outros, que é Elias; e outros,
que é Jeremias ou algum dos profetas.» 15Perguntou-lhes de novo: «E vós, quem dizeis que Eu
sou?» 16Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.»
17Jesus disse-lhe em resposta: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o
sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu. 18Também Eu te digo: Tu és Pedro, e
sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela.
19Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o
que desligares na terra será desligado no Céu.» 20Depois, ordenou aos discípulos que a
ninguém dissessem que Ele era o Messias.
LEITURA BÍBLICA
Act 10, 24-27. 34-36. 44-48 – Pedro batiza os primeiros pagãos - 24Chegou a Cesareia, um dia
depois. Cornélio estava à espera deles com os seus parentes e amigos íntimos, que tinha
reunido. 25Na altura em que Pedro entrava, Cornélio foi ao seu encontro e, caindo-lhe aos pés,
prostrou-se. 26Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou apenas um
homem.» 27E, a conversar com ele, foi para dentro, encontrando muitas pessoas reunidas.
28Pedro disse-lhes: «Vós sabeis que não é permitido a um judeu ter contacto com um
estrangeiro, ou entrar em sua casa. Mas Deus mostrou-me que não se deve chamar profano
ou impuro a homem algum. 29Por isso, não opus qualquer dificuldade ao vosso convite. Peço-
vos apenas que me digais o motivo por que me mandastes chamar.» 30Cornélio respondeu:
«Faz hoje três dias, a esta mesma hora, estava eu em minha casa a fazer a oração das três
horas da tarde, quando surgiu de repente um homem com uns trajes resplandecentes, diante
de mim, 31e me disse: ‘Cornélio, a tua oração foi atendida e as tuas esmolas foram recordadas
diante de Deus. 32Envia, pois, emissários a Jope e manda chamar Simão, cujo sobrenome é
Pedro. Está hospedado em casa de Simão, curtidor, junto ao mar.’ 33Mandei-te imediatamente
chamar e agradeço-te teres vindo. E, agora, estamos todos na tua presença para ouvirmos o
que Deus te ordenou.» 34Então, Pedro tomou a palavra e disse: «Reconheço, na verdade, que
Deus não faz acepção de pessoas, 35mas que, em qualquer povo, quem o teme e põe em
prática a justiça, lhe é agradável. 36Enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a
Boa-Nova da paz, por Jesus Cristo, Ele que é o Senhor de todos. 37Sabeis o que ocorreu em
toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: 38como Deus
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ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar,
fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com
Ele. 39E nós somos testemunhas do que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. A Ele, que
mataram, suspendendo-o de um madeiro, 40Deus ressuscitou-o, ao terceiro dia, e permitiu-lhe
manifestar-se, 41não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus, a
nós que comemos e bebemos com Ele, depois da sua ressurreição dos mortos. 42E mandou-nos
pregar ao povo e confirmar que Ele é que foi constituído, por Deus, juiz dos vivos e dos mortos.
43É dele que todos os profetas dão testemunho: quem acredita nele recebe, pelo seu nome, a
remissão dos pecados.» 44Pedro estava ainda a falar, quando o Espírito Santo desceu sobre
quantos ouviam a palavra. 45E todos os fiéis circuncisos que tinham vindo com Pedro ficaram
estupefactos, ao verem que o dom do Espírito Santo fora derramado também sobre os pagãos,
46pois ouviam-nos falar línguas e glorificar a Deus. Pedro, então, declarou: 47«Poderá alguém
recusar a água do batismo aos que receberam o Espírito Santo, como nós?» 48E ordenou que
fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então eles pediram-lhe que ficasse alguns dias com
eles.
Haifa
É um dos portos mais importantes do Mediterrâneo
ocidental, numa grande baía sob o Monte Carmelo e que se
estende até Akko (São João de Acre). Daqui há ligações para
o Sul, interior (Nazaré e Tiberiades) e Norte (Libano). É uma
das cidades mais antigas, mas não é referida na Bíblia. E
depois de 1905 tornou-se no porto de chegada da maioria
dos imigrantes judeus.
Monte Carmelo
Com a altitude de 552 metros ergue-se entre o Mar Mediterrâneo e a planície de Esdrelon.
Oferece um belo panorama com a sua verdura abundante e sobre a cidade de Haifa, a norte.
Habitado desde os tempos pré-históricos, foi sempre considerado um monte santo.
LEITURA BÍBLICA
1 Rs 18, 1-2.17-41: A seca. Sacrifício do Monte Carmelo - 1Passados que foram muitos
dias, a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, no terceiro ano, dizendo: «Vai apresentar-
te a Acab, pois quero mandar chuva sobre a terra.» 2Elias partiu e foi apresentar-se a
Acab. Era então muito grande a fome na Samaria. […] 17Quando Acab viu Elias, disse-
lhe: «És tu, a ruína de Israel?» 18Respondeu-lhe Elias: «Não, eu não sou a ruína de
Israel. Pelo contrário, tu e a casa de teu pai é que o sois, por terdes abandonado os
preceitos do Senhor para seguirdes os ídolos de Baal. 19Convoca, pois, junto de mim,
no monte Carmelo, todo o Israel com os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal
mais os quatrocentos profetas de Achera, que comeram à mesa de Jezabel.» 20Então
Acab mandou chamar todos os filhos de Israel e reuniu os profetas no monte Carmelo.
21Elias aproximou-se de todo o povo e disse: «Até quando andareis a coxear dos dois
pés? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal é que é Deus, então segui a Baal!» O
povo não respondeu. 22Elias continuou: «Só eu fiquei, como único profeta do Senhor,
enquanto que os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta. 23Dêem-nos, então,
dois novilhos; eles escolherão um, hão-de esquartejá-lo e o colocarão sobre a lenha,
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sem lhe chegar fogo. Eu tomarei o outro novilho, colocá-lo-ei sobre a lenha, sem,
igualmente, lhe chegar fogo. 24Em seguida invocareis o nome do vosso deus; eu
invocarei o nome do Senhor. Aquele que responder, enviando o fogo, será
reconhecido como verdadeiro Deus.» Todo o povo respondeu: «Estas palavras são
correctas.» 25Então Elias disse para os profetas de Baal: «Escolhei vós primeiro um
novilho e preparai-o, porque vós sois mais numerosos; invocai o vosso Deus, mas não
chegueis fogo ao novilho.» 26Eles tomaram o novilho que lhes fora dado e
esquartejaram-no. Depois puseram-se a invocar o nome de Baal, desde manhã até ao
meio-dia, gritando: «Baal, escuta-nos!» Mas nenhuma voz se ouviu, nem houve quem
respondesse. E dançavam à volta do altar que tinham levantado. 27Quando era já meio-
dia, Elias começou a escarnecer deles, dizendo: «Gritai com mais força! Talvez esse
deus esteja entretido com alguma conversa! Ou então estará ocupado, ou anda de
viagem. Talvez esteja a dormir! É preciso acordá-lo!» 28Então eles gritavam em voz alta,
feriam-se, segundo o seu costume, com espadas e lanças, até ficarem cobertos de
sangue. 29Passado o meio-dia, continuaram enfurecidos, até à hora em que era
habitual fazer-se a oblação. Mas não se ouviu resposta nem qualquer sinal de atenção.
30Foi então que Elias disse a todo o povo: «Aproximai-vos de mim.» E todo o povo se
aproximou dele. Elias reconstruiu logo o altar do Senhor, que tinha sido demolido.
31Tomou doze pedras, segundo o número das tribos de Jacob, a quem o Senhor dissera:
LEITURA BÍBLICA
1 Rs 19, 9-1: Elias no horeb - 9Tendo chegado ao Horeb, Elias passou a noite numa
caverna, onde lhe foi dirigida a palavra do Senhor: «Que fazes aí, Elias?» 10Ele
respondeu: «Estou a arder de zelo pelo Senhor, o Deus do universo, porque os filhos
de Israel abandonaram a tua aliança, derrubaram os teus altares e assassinaram os
teus profetas. Só eu escapei; mas também a mim me querem matar!» 11O Senhor
disse-lhe então: «Sai e mantém-te neste monte, na presença do Senhor; eis que o
Senhor vai passar.» Nesse momento, passou diante do Senhor um vento impetuoso e
violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos diante do Senhor; mas o
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Senhor não se encontrava no vento. Depois do vento, tremeu a terra. 12Passou o
tremor de terra e ateou-se um fogo; mas nem no fogo se encontrava o Senhor. Depois
do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave. 13Ao ouvi-lo, Elias cobriu o rosto
com um manto, saiu e pôs-se à entrada da caverna. Disse-lhe, então, uma voz: «Que
fazes aqui, Elias?» 14Ele respondeu: «Ardo em zelo pelo Senhor, Deus do universo,
porque os filhos de Israel abandonaram a tua aliança, derrubaram os teus altares e
mataram os teus profetas. Só eu escapei; mas agora também me querem matar a
mim.»
ORAÇÃO DO ANGELUS
V. O Anjo do Senhor anunciou a maria.
R. E Ela concebeu do Espírito santos. Ave Maria…
V. Eis a escrava do Senhor.
R. Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra. Ave Maria…
V. E o Verbo divino encarnou.
R. E habitou no meio de nós. Ave Maria…
V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos. Infundi, Senhor, como Vos pedimos, a Vossa graça nas
nossas almas, para que nós, que pela Anunciação do Anjo
conhecemos a Encarnação de Criso, Vosso Filho, pela sua
Paixão e Morte na Cruz, sejamos conduzidos à glória da
ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor.
O ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHOR DO CARMO
O Escapulário do Carmo é um sinal de consagração à Virgem Santa Maria, à qual nos
confiamos. Consagrar-se a Maria é pôr-se ao seu serviço, escutar os seus pedidos e conselhos
de Mãe e pô-los em prática. Todos podemos receber o Escapulário! Aquele que traz com
devoção o Escapulário do Carmo participa de todos os bens espirituais que alcança a Ordem
Carmelita.
Foi em 16 de Julho de 1251 que Nossa Senhora aparecendo a São Simão Stock, superior geral
dos carmelitas, lhe entregou o escapulário, dizendo: “Recebe, meu filho este escapulário da tua
Ordem, como sinal distinto da Minha Confraria, e selo do privilégio que obtive para ti e para
14
todos os Carmelitas. O que com ele morrer, não padecerá o fogo eterno. Este é um sinal de
salvação, uma salvaguarda nos perigos, e dom de paz e de aliança eterna.”
Os Papas sempre tiveram grande apreço por este sinal da misericórdia divina, Setenta anos
depois da aparição a São Simão Stock, a Virgem Maria aparece ao Papa João XXII e lhe
confirma esta promessa e acrescenta uma outra – chamada de “privilégio sabatino” – em que
a alma do confrade carmelita será livre do Purgatório, se lá estiver, no sábado a seguir à sua
morte. São pertencentes à Ordem do Carmo todos os que receberam o escapulário, sendo que
poderá ser substituído – como decretou São Pio X em 1910 – por uma medalha benzida com
essa intenção, que tenha de um lado uma invocação de Nossa Senhora e do outro uma
imagem do Coração de Jesus. Em 1964, o Beato Papa Paulo VI autorizou que todos os
sacerdotes possam impor o escapulário aos fiéis, pois até aí era privilégio dos padres
carmelitas e de outros sacerdotes autorizados pela Santa Sé. Nesta decisão se mostra também
o desejo da Santa Igreja em promover este especial sinal de consagração à Virgem Maria. Há
diversos relatos que o Papa Leão XIII beijava repetidamente o escapulário na agonia. Pio XXIII
falou dele como “uma grande graça que Deus ofereceu ao mundo”. São João Paulo II trouxe-o
consigo desde tenra idade. Desde há sete séculos que vários santos se refugiaram sob o
Escapulário de Nossa Senhora do Carmo.
O Escapulário – que só pode ser uma vez imposto pelo sacerdote – exprime a fé no encontro
com Deus na vida eterna pela intercessão de Maria e compromete com uma vida autêntica de
cristãos que se conformam às exigências evangélicas, recebem os sacramentos e professam
uma especial devoção à Santíssima Virgem.
RITO DE BÊNÇÃO E IMPOSIÇÃO DO ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA DO
CARMO
BÊNÇÃO DO ESCAPULÁRIO
Senhor Jesus Cristo, Salvador dos homens, †
abençoai este hábito de Nossa Senhora de Carmo,
que, como sinal de Consagração a Maria, vai ser
imposto ao vosso servo, para que pela intercessão
de Maria Santíssima, possa alcançar maior plenitude
de graça.
IMPOSIÇÃO DO ESCAPULÁRIO
Recebe este santo hábito para que, trazendo-o com
devoção, te defenda do mal, e te conduza à vida
eterna. R. Amen.
O sacerdote impõe o escapulário.
Participas desde este momento de todos os bens espirituais, de que gozam os
religiosos do Carmo, em Nome do Pai † e do Filho e do Espírito Santo. R. Amen.
- O Senhor que se dignou admitir-te entre os confrades do Carmo, † te abençoe; e
mediante este sinal de Consagração, te faça forte na luta desta vida, e te conduza à
felicidade eterna. Por Cristo, nosso Senhor. R. Amen.
15
DIA 3
16
coração, porque verão a Deus. 9Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos
de Deus. 10Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o
Reino do Céu. 11Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo,
disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa.12Exultai e alegrai-vos,
porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os
profetas que vos precederam.»
Cafarnaum
(significa “Aldeia de Naum”) O Antigo
Testamento não nomeia esta cidade. No Novo
Testamento é local central do ministério
púbico de Jesus, deixando Nazaré, podemos
dizer que aqui “fixa” residência. Simão e André
possuíam aqui uma casa (Mc 1, 29). Tinha
guarnição romana e um posto alfandegário. O
centurião romano havia construído sinagoga
17
da qual as ruinas que dela subsistem atestam a sua importância. Jesus realizou aqui
vários milagres e foi nesta sinagoga que pronunciou o “discurso do Pão da Vida”.
Fica bem ao norte do Lago de Tiberíades, à beira-mar. Foi em tempos uma cidade
próspera, lugar de passagem de caravanas e terra de pescadores. As escavações e as
investigações arqueológicas dão-nos hoje certezas históricas sobre este lugar, estando
bem identificadas a casa de Pedro e a sinagoga. A casa de Pedro, onde vivia com a sua
sogra, foi também a casa de Jesus durante cerca de dois a três anos. As ruínas da velha
cidade permitem ver bem desenhadas as casas em muretes de basalto. Sobre a casa de
Pedro construíram os Franciscanos uma Igreja octogonal de arquitetura arrojada. A
escassos metros encontramos as ruinas da última sinagoga de Cafarnaum, vendo-se
que foi construída sobre as ruinas da antiga, também ela em basalto. O que sobra da
sinagoga permite definir claramente o espaço interior de oração, cujas medidas seriam
idênticas às da do tempo de Jesus. Aí só cabem o silêncio e a leitura da passagem do
Evangelho de João 6, 26-71 … o decisivo discurso do “Pão da Vida”.
Cafarnaum é a terra de Pedro e André, de Tiago e João, a terra de Mateus. É terra de
encontros, de convites e seguimento. Quem pisa Cafarnaum, consciente do significado
que têm para si os acontecimentos que aquelas pedras testemunharam, não o faz sem
um arrepio, sem que o seu coração e comova. Ali mudo a vida de um punhado de
homens porque o Senhor os viu, convidou-os, “deixaram tudo e O seguiram”. Não fora
aqueles encontros e porventura não seriamos o que somos. Felizes foram eles porque
O viram e ouviram e sem compreenderem, intuíram a verdade definitiva daquele
olhar. Feliz sou eu porque já posso acreditar que Ele é o Senhor, o Filho de Deus. Não
arrisquem passar por Cafarnaum de olhar ligeiro, porque um dia chorarão a
oportunidade perdida.
LEITURA BÍBLICA
Mt 4, 12-13 Início da pregação - 12Tendo ouvido dizer que João fora preso, Jesus
retirou-se para a Galileia. 13Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum,
cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali.”
Mc 1, 21-29 Cura de um possesso na sinagoga de Cafarnaum – 21Entraram em
Cafarnaúm. Chegado o sábado, veio à sinagoga e começou a ensinar. 22E
maravilhavam-se com o seu ensinamento, pois os ensinava como quem tem
autoridade e não como os doutores da Lei. 23Na sinagoga deles encontrava-se um
homem com um espírito maligno, que começou a gritar: 24«Que tens a ver connosco,
Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de Deus.» 25Jesus
repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem.» 26Então, o espírito maligno,
depois de o sacudir com força, saiu dele dando um grande grito. 27Tão assombrados
ficaram que perguntavam uns aos outros: «Que é isto? Eis um novo ensinamento, e
feito com tal autoridade que até manda aos espíritos malignos e eles obedecem-lhe!»
28E a sua fama logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia. 29Saindo
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de vós pescadores de homens.» 20E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-
no. 21Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu
irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco.
Chamou-os, e 22eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no.
Jo 6, 22-59 Discurso do Pão do Céu – 22No dia seguinte, a multidão que ficara do outro
lado do lago reparou que ali não estivera mais do que um barco, e que Jesus não tinha
entrado no barco com os seus discípulos, mas que estes tinham partido sozinhos.
23Entretanto, chegaram outros barcos de Tiberíades até ao lugar onde tinham comido o
pão, depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando viu que nem Jesus nem os seus
discípulos estavam ali, a multidão subiu para os barcos e foi para Cafarnaúm à procura
de Jesus. 25Ao encontrá-lo no outro lado do lago, perguntaram-lhe: «Rabi, quando
chegaste cá?» 26Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós
procurais-me, não por terdes visto sinais miraculosos, mas porque comestes dos pães
e vos saciastes. 27Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que
perdura e dá a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará; pois a este é que Deus, o
Pai, confirma com o seu selo.» 28Disseram-lhe, então: «Que havemos nós de fazer para
realizar as obras de Deus?» 29Jesus respondeu-lhes: «A obra de Deus é esta: crer
naquele que Ele enviou.» 30Eles replicaram: «Que sinal realizas Tu, então, para nós
vermos e crermos em ti? Que obra realizas Tu? 31Os nossos pais comeram o maná no
deserto, conforme está escrito: Ele deu-lhes a comer o pão vindo do Céu.» 32E Jesus
respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão
do Céu, mas é o meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do Céu, 33pois o pão de Deus é
aquele que desce do Céu e dá a vida ao mundo.» 34Disseram-lhe então: «Senhor, dá-
nos sempre desse pão!» 35Respondeu-lhes Jesus: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a
mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede. 36Mas já vo-lo disse: vós
vistes-me e não credes. 37Todos os que o Pai me dá virão a mim; e quem vier a mim Eu
não o rejeitarei, 38porque desci do Céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade
daquele que me enviou. 39E a vontade daquele que me enviou é esta: que Eu não perca
nenhum daqueles que Ele me deu, mas o ressuscite no último dia. 40Esta é, pois, a
vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e
Eu o ressuscitarei no último dia.» 41Os judeus puseram-se, então, a murmurar contra
Ele por ter dito: ‘Eu sou o pão que desceu do Céu’; 42e diziam: «Não é Ele Jesus, o filho
de José, de quem nós conhecemos o pai e a mãe? Como se atreve a dizer agora: ‘Eu
desci do Céu’?» 43Jesus disse-lhes, em resposta: «Não murmureis entre vós. 44Ninguém
pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não atrair; e Eu hei-de ressuscitá-lo no último
dia. 45Está escrito nos profetas: E todos serão ensinados por Deus. Todo aquele que
escutou o ensinamento que vem do Pai e o entendeu vem a mim. 46Não é que alguém
tenha visto o Pai, a não ser aquele que tem a sua origem em Deus: esse é que viu o Pai.
47Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê tem a vida eterna. 58Eu sou o pão
da vida. 49Os vossos pais comeram o maná no deserto, mas morreram. 50Este é o pão
que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá. 51Eu sou o pão vivo, o que
desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei-de
dar é a minha carne, pela vida do mundo.» 52Então, os judeus, exaltados, puseram-se a
discutir entre si, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!» 53Disse-lhes
Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho
do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem realmente
19
come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo
no último dia, 55porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma
verdadeira bebida. 56Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a
morar em mim e Eu nele. 57Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai,
também quem de verdade me come viverá por mim. 58Este é o pão que desceu do Céu;
não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come
mesmo deste pão viverá eternamente.» 59Isto foi o que Ele disse em Cafarnaúm, ao
ensinar na sinagoga.
tu, Cafarnaúm, porventura serás exaltada até ao céu? É até ao inferno que serás
precipitada. 16Quem vos ouve é a mim que ouve, e quem vos rejeita é a mim que
rejeita; mas, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.»
Tabgha
Tabgha (“sete fontes”, Heptapégon) dista de
Cafarnaum cerca de 3km. No séc. IV, Egéria,
peregrina hispânica, visitou e fez referência a este
lugar de peregrinação onde se encontram vestígios
arqueológicos que têm a ver com a referência à
multiplicação dos pães e dos peixes.
Fica a escassas centenas de metros a norte do
Primado. A mesma frescura que lhe vem das águas serenas do Lago e da vegetação
abundante, a mesma serenidade, o mesmo convite ao silêncio e à escuta, como se
estivéssemos, também nós entre a multidão dos que seguiram o Senhor para O ouvir.
No lugar onde, segundo a tradição, se deu o milagre da “Primeira Multiplicação”,
encontramos uma das mais bonitas igrejas da Terra Santa. De concepção cruzada, esta
igreja, em pedra branca, foi construída sobre as ruínas de uma anterior bizantina (séc.
IV ou V), da qual ainda se pode ver alguns mosaicos, nomeadamente o que foi
recuperado e colocado sob o altar com um cesto com pães marcados com uma cruz
entre dois peixes. A Igreja é precedida de um claustro quadrangular que nos introduz à
bela austeridade da sua arquitectura de paredes limpas apenas rasgadas por frestas de
iluminação, com três naves apoiadas em duas fiadas de colunas que desembocam na
abside que envolvem o altar-mor. Aí está um lugar onde apetece rezar, a inspirar uma
interioridade alegre e serena. Para que se não distraiam, lembra-se que o Santíssimo
Sacramento está numa capela do lado esquerdo da capela-mor. Este lugar foi confiado
a uma comunidade de monges beneditinos alemães que ali exercem uma notável
actividade pastoral e caritativa a favor de crianças pobres de todas as confissões
religiosas, a quem asseguram campos de férias. A bordejar as águas do lago, os
monges construíram um pequeno anfiteatro rústico que converge para um altar de
uma pedra única onde se pode celebrar a Eucaristia, o pão partida e repartido que
mata a fome e nunca acaba…
20
LEITURA BÍBLICA
MT 14, 13-21 Jesus alimenta cinco mil pessoas – 13Tendo ouvido isto, Jesus retirou-se
dali sozinho num barco, para um lugar deserto; mas o povo, quando soube, seguiu-o a
pé, desde as cidades. 14Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de
misericórdia para com ela, curou os seus enfermos. 15Ao entardecer, os discípulos
aproximaram-se dele e disseram-lhe: «Este sítio é deserto e a hora já vai avançada.
Manda embora a multidão, para que possa ir às aldeias comprar alimento.» 16Mas
Jesus disse-lhes: «Não é preciso que eles vão; dai-lhes vós mesmos de comer.»
17Responderam: «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.» 18«Trazei-mos cá» –
disse Ele. 19E, depois de ordenar à multidão que se sentasse na relva, tomou os cinco
pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu e pronunciou a bênção; partiu, depois, os
pães e deu-os aos discípulos, e estes distribuíram-nos pela multidão. 20Todos comeram
e ficaram saciados; e, com o que sobejou, encheram doze cestos. 21Ora, os que
comeram eram uns cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
Igreja do Primado
A pequena distância da Igreja da Multiplicação
dos Pães e dos Peixes, encontra-se a Igreja do
Primado, onde segundo a Tradição, Jesus
apareceu aos discípulos pela terceira vez e
confirmou a primazia de Pedro.
A cerca de dois quilómetros de Cafarnaum, bem junto às águas do Lago encontramos
uma pequena capela em pedra basáltica que alberga dentro de si “a mesa”, o lugar
onde Jesus Ressuscitado se encontra com Pedro, Tomé, Natanael, Tiago e João. A
descrição do que aqui se passou é notavelmente descrita por João e, se é o diálogo de
Cristo com Pedro em que lhe confirma o “mandato petrino” e que dá o nome ao lugar,
não é menos impressionante a descrição pormenorizada do reconhecimento de Jesus
pelos discípulos. Vale a pena guardar uns minutos de silêncio para, sentados à beira do
Lago, meditar naquele encontro e naquele diálogo. Aqui, o Lago ganha todo o seu
sentido evangélico, Vale a pena descer à borda da água, mergulhar a nossa mão e
sentir a sua frescura, tal como à dois mil anos Jesus o fez inúmeras vezes.
LEITURA BÍBLICA
Jo 21, 15-19 Missão pastoral de Pedro – 15Depois de terem comido, Jesus perguntou a
Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro
respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe:
«Apascenta os meus cordeiros.» 16Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão,
filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras
teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.» 17E perguntou-lhe, pela
terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» Pedro ficou triste por
Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: ‘Tu és deveras meu amigo?’ Mas respondeu-
lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» E Jesus
disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando
eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores
21
velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.»
19E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus.
Lago de Tiberíades
Jesus percorreu muitas vezes as margens
deste lago. O nome vem-lhe da cidade que
foi construída em homenagem ao imperador
Tibério (ano 18). Os lugares mais
frequentados no tempo de Jesus situavam-se
no lado noroeste do lago.
Mar da Galileia, Kinneret e Lago de Genesaré
são outros nomes do Lago de Tiberíades,
Certamente, o Lago não mais do que uma enorme “dilatação”, em largura e
profundidade, do leito do rio Jordão que core desde os montes do Hermon até ao Mar
Morto. Este pedaço do Jordão mede cerca de 20km de comprimento por 9km de
largura, com uma profundidade média de 50 metros e alguns pontos com mais de 200
metros. O nível médio das águas encontra-se a 212 metros abaixo do nível do mar,
pelo que a atmosfera se torna pesada junto às margens. A cor das águas varia com a
cor do céu, desde o azul aberto em dias de céu limpo, até a um violeta carregado, sob
um céu chuvoso. Na época mais quente, a evaporação gera uma permanente
nebulosidade sobre o lago, que só volta a desaparecer ao fim da tarde, com o baixar da
temperatura. O lago continua a dar quantidade de peixe, em particular o chamado
Peixe de São Pedro, espécie de carpa, que teremos a oportunidade de provar.
Na margem poente do lago encontramos Tiberíades, Cafarnaum, Magdala e o Monte
das Bem Aventuranças. Na margem nascente, terra dos gentios, encontramos Betsaida
e Kursis, lugar dos possessos e endemoninhados. Dali se terão atirado ao mar os
porcos tomados pelos demónios. A sul fica a Degânia, o lugar onde o lago devolve as
suas águas ao Jordão.
Os Evangelhos revelam-nos como Jesus adoptou este lago como centro da Sua vida
pública. Dele tirou imagens e exemplos. Com as suas águas, o seu vento e o seu pexe,
ensinou e fez milagres, revelando a sua doutrina. De uma margem e doutra, nas
encostas ou nas barcas, ali ensinou Jesus os que O seguiam. Desses anos aí vividos
ficaram-nos muitas das mais belas páginas dos Evangelhos. Ter a oportunidade de o
contemplar, olhando-o de longe, ouvindo o seu silêncio ou passando de barco sobre as
suas águas, é uma graça que não se esquece. As mesmas águas do mesmo lago. A
mesma temperatura ambiente, a mesma luz, o mesmo horizonte onde o Senhor tantas
vezes pousou o Seu olhar…
LEITURA BÍBLICA
Mc 1, 16-20 Chamamento dos primeiros discípulos – 16Passando ao longo do mar da
Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram
pescadores. 17E disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens.»
18Deixando logo as redes, seguiram-no. 19Um pouco adiante, viu Tiago, filho de
Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco a consertar as redes, e logo os
22
chamou. 20E eles deixaram no barco seu pai Zebedeu com os assalariados e partiram
com Ele.
Lc 8, 22-25 A tempestade acalmada – 22Certo dia, Jesus subiu com os seus discípulos
para um barco e disse-lhes: «Passemos à outra margem do lago.» E fizeram-se ao
largo. 23Enquanto navegavam, adormeceu. Um turbilhão de vento caiu sobre o lago, e
eles ficaram inundados e em perigo. 24Aproximaram-se dele e, despertando-o,
disseram: «Mestre, Mestre, estamos perdidos!» E Ele, levantando-se, ameaçou o
vento e as águas, que se acalmaram; e veio a bonança. 25Disse-lhes depois: «Onde está
a vossa fé?» Cheios de medo e admirados, diziam entre eles: «Quem é este homem,
que até manda nos ventos e nas águas, e eles obedecem-lhe?»
Mt 14, 22-33 Jesus caminha sobre as águas – 22Depois, Jesus obrigou os discípulos a
embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões.
23Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite,
estava ali só. 24O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado
pelas ondas, pois o vento era contrário. 25De madrugada, Jesus foi ter com eles,
caminhando sobre o mar. 26Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos
assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo. 27No mesmo
instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» 28Pedro
respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» 29«Vem» –
disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com
Jesus. 30Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo,
gritou: «Salva-me, Senhor!» 31Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e
disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» 32E, quando entraram no barco, o
vento amainou. 33Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus,
dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!»
Monte Tabor
Aparece frequentemente na Bíblia. É um
monte característico da Galileia (588 metros
de altitude, 630 metros acima do mar),
isolado na planície de Esdrelon. É arborizado
com pinheiros, giestas, carvalhos e
terebentinos. Em 1924, os Franciscanos
edificaram uma igreja – a Igreja da
Transfiguração – incorporando nela os
vestígios de igrejas anteriores.
Como para outros Lugares Santos, a identificação do lugar da transfiguração não é
pacífica. Os Evangelhos eu nos descrevem o episódio, falam de “alto monte” sem o
nomear. Foi Cirilo de Alexandria, mais tarde seguido por Santo Epifânio e São
Jerónimo, quem primeiro o localizou no Monte Tabor. No meio da fértil planície que
constitui o vale de Ésdrelon, ergue-se, manso e majestoso, o Tabor. O dorso
arredondado disfarça os seus quase 600 metros de altitude, mas é sem dúvida o
monte mais alto dos que rodeiam Cafarnaum.
23
A subida de carro, num serpentear constante, demora cerca de 10 minutos e vai
antecipando a beleza surpreendente da vista que se domina do seu ponto mais alto.
Para os aventureiros e amantes das caminhadas, a subida a pé leva-lhes cerca de uma
hora de caminho… e todo o fôlego disponível.
Bem no cume, espera por nós a Basílica da Transfiguração, construída em meados do
século, sobre as ruinas da antiga abadia beneditina, erguida pelos cruzados e só
abandonada pelos monges em 1187, depois da Batalha de Hattin. Após múltiplas
vicissitudes, viria a ser arrasada elo sultão Bibars, em 1263. Foram os Padres
Franciscanos, entretanto instalados em Nazaré, que, com o risco da própria vida, ali
foram celebrando a Eucaristia, até se instalarem definitivamente em 1631. No século
passado, iniciaram as primeiras escavações que iriam a pôr a descoberto as ruínas da
basílica cruzada. A conceção arquitetónica tem como traço dominante a evocação do
desejo de Pedro: “… farei aqui três tendas”. Com efeito, o fator 3 é continuamente
utilizado: três fontes, três janelas, três arcos, três capelas, três naves, etc… O conjunto
austero confere-lhe majestade, convidando quem se aproxima a um respeito
silencioso. Silêncio é a atitude que este lugar impõe. O interior austero e retilíneo
chama a nossa atenção para o essencial: a cripta. A nave central é cortada por uma
largar escadaria que lhe dá acesso. Nela encontramos as paredes e o antigo altar
encontrado nas escavações. O teto abóbada está coberto por um mosaico de fundo
escurso, pontilhado a dourado que reflete a luz coada por um vitral. O ambiente de
penumbra convida à oração silenciosa, à interioridade e à prostração de que quem
reconhece a presença da Divindade. Depressa o nosso coração nos faz reconhecer
como Pedro: “Senhor, é bom estarmos aqui”. Não é fácil deixar este lugar onde ainda
parece ecoar a voz do Pai que nos diz: “Este é o meu Filho muito amado. Escutai-O”.
No exterior da basílica importante parar para encher o nosso olhar do
deslumbramento da paisagem que dali se alcança: o verde fértil da planície, o
aglomerado de Naim, ou os contrafortes dos montes Hermon. No regresso, fica-nos a
sensação que não tivemos tempo suficiente para saborear a densidade daquele lugar.
Ao partir, queremos voltar.
LEITURA BÍBLICA
Si 89, 13 a beleza fala de Deus 13Tu criaste o Norte e o Sul; o Tabor e o Hermon cantam
o teu nome.
Mt 17, 1-9 Transfiguração de Jesus – 1Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro,
Tiago e seu irmão João, e levou-os, só a eles, a um alto monte. 2Transfigurou-se diante
deles: o seu rosto resplandeceu como o Sol, e as suas vestes tornaram-se brancas
como a luz. 3Nisto, apareceram Moisés e Elias a conversar com Ele. 4Tomando a
palavra, Pedro disse a Jesus: «Senhor, é bom estarmos aqui; se quiseres, farei aqui três
tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.» 5Ainda ele estava a falar,
quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra, e uma voz dizia da nuvem:
«Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o.» 6Ao
ouvirem isto, os discípulos caíram com a face por terra, muito assustados.
7Aproximando-se deles, Jesus tocou-lhes, dizendo: «Levantai-vos e não tenhais medo.»
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desciam do monte, Jesus ordenou-lhes: «Não conteis a ninguém o que acabastes de
ver, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos.»
Mt 28, 16-20 Aparição na Galileia. Missão universal – 16Os onze discípulos partiram
para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha indicado. 17Quando o viram,
adoraram-no; alguns, no entanto, ainda duvidavam. 18Aproximando-se deles, Jesus
disse-lhes: «Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. 19Ide, pois, fazei discípulos de
todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
20ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei
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MEDITAÇÃO
No Monte Tabor
Jesus manifestou este mistério aos discípulos no monte Tabor. Com efeito, depois de
lhes ter falado, quando andava com eles, acerca do reino e da sua segunda vinda em
glória, para que se convencessem firmemente no íntimo do seu coração, já que talvez
não estivessem ainda bastante convencidos do que Ele anunciava acerca do reino, e
também para que, observando o presente, acreditassem no futuro, realizou aquela
admirável manifestação divina no monte Tabor, como uma imagem prefigurativa do
reino dos Céus. Foi como se lhes dissesse: «Para que o tempo de espera não
enfraqueça a vossa fé, desde já, no tempo presente, em verdade vos digo: estão aqui
alguns presentes que não hão-de morrer sem terem visto o Filho do homem, vindo na
glória de seu Pai». E querendo o Evangelista mostrar que o poder de Cristo estava de
harmonia com a sua vontade, acrescenta: Seis dias depois, Jesus tomou Pedro, Tiago e
João e levou os à parte, para um alto no monte. E transfigurou Se diante deles: o seu
rosto resplandecia como o sol e a sua roupa brilhava como a neve; e apareceram
Moisés e Elias a falar com Ele. Estas são as maravilhas da presente solenidade, este é o
mistério da salvação que no monte se realizou para nós; porque ao mesmo tempo nos
reúne, agora, a morte e a glorificação de Cristo. Por isso, para penetrarmos na
intimidade destes inefáveis e sagrados mistérios juntamente com os eleitos, entre os
discípulos inspirados por Deus, ouçamos a voz divina e sagrada que, lá do alto, do cimo
do monte, instantemente nos chama. Apressemo-nos a ir para lá. Ou melhor – digo o
sem hesitar – vamos com Jesus que, lá nos Céus, é o nosso guia e precursor: com Ele
brilharemos com olhos espirituais, seremos renovados, por assim dizer, com novas
feições da nossa alma e configurados à sua imagem, e seremos continuamente
transfigurados à sua semelhança como participantes da sua natureza divina e
herdeiros dos bens celestes. Corramos para lá, cheios de entusiasmo, ânimo e alegria,
e penetremos no interior da nuvem, à imitação de Moisés e Elias ou Tiago e João. Sê tu
como Pedro, arrebatado perante a visão e manifestação divina, transformado com
aquela maravilhosa transfiguração, isolado do mundo, abstraído das coisas da terra;
deixa o que é carnal, aparta te da criatura e volta te para o Criador, a quem Pedro
disse, cem êxtase e fora de si: Senhor, é bom nós estarmos aqui! Na verdade, Pedro, é
bom nós estarmos aqui com Jesus e ficarmos aqui para sempre. Que há de mais feliz,
mais sublime e mais excelente do que estarmos com Deus, configurar-nos com Ele e
vivermos na sua luz? Por certo cada um de nós, pelo facto de ter a Deus consigo e de
ser transfigurado à sua imagem divina, pode exclamar com alegria, onde o coração é
inundando de paz, serenidade e doçura; onde Cristo mostra o seu rosto; onde Ele, com
o Pai, estabelece a sua morada e diz: Hoje chegou a salvação a esta casa; onde com
Cristo se acumulam tesouros de bens eternos; onde se refletem, como num espelho,
as primícias e as imagens dos séculos futuros.
(Anastásio Sinaíta, séc VII)
26
DIA 4
27
O que vamos ver?
Caná
Na estrada que vai de Nazaré
para o Lago Tiberíades
encontramos KafraKana que
certamente corresponde ao
local referido no Evangelho de
São João. É a aldeia onde se terá
realizado o primeiro milagre,
quando nas bodas, por pedido
de sua Mãe, Jesus transforma água em vinho, para ajudar os noivos, a quem este havia faltado.
Jesus também aqui se encontra com o funcionário real, que vem procurar o Mestre, para que
este cure o seu filho enfermo. De Caná da Galileia seria natura também Natanael (o apóstolo
Bartolomeu).
LEITURA BÍBLICA
Jo 2, 1-11: as bodas de Caná – 1Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da
Galileia e a mãe de Jesus estava lá. 2Jesus e os seus discípulos também foram
convidados para a boda. 3Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: «Não
têm vinho!» 4Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo?
Ainda não chegou a minha hora.» 5Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos
disser!» 6Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de purificação
dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma. 7Disse-lhes Jesus:
«Enchei as vasilhas de água.» 8Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes: «Tirai
agora e levai ao chefe de mesa.» 9E eles assim fizeram. O chefe de mesa provou a água
transformada em vinho, sem saber de onde era – se bem que o soubessem os
serventes que tinham tirado a água; chamou o noivo 10e disse-lhe: «Toda a gente serve
primeiro o vinho melhor e, depois de terem bebido bem, é que serve o pior. Tu,
porém, guardaste o melhor vinho até agora!» 11Assim, em Caná da Galileia, Jesus
realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e
os discípulos creram nele. 12Depois disto, desceu a Cafarnaum com sua mãe, os irmãos
e os seus discípulos, e ficaram ali apenas alguns dias.
Nazaré
(significa “ramo novo”)
Povoação quase desconhecida duma
província desprezada, entra na história
com Jesus. Segundo o Evangelho de São
Lucas, é em Nazaré que acontece a
Anunciação, sendo a terra natal de Maria
de José. Na companhia de Maria e José,
depois do regresso do Egipto, Jesus passa
28
aqui a sua vida oculta. É ainda Lucas que nos apresenta Jesus na sinagoga, em dia de
sábado, a proclama Isaías 61, anunciando os temas-chave do seu mistério. Daqui parte,
indo fixar-se em Cafarnaum, devido à pouca adesão dos seus conterrâneos. Os
parentes de Jesus aqui continuaram a vive, formando uma comunidade cristã
florescente, a quem chamavam “a família do Senhor”.
As casas baixas e esbranquiçadas espalham-se desordenadas sobre as encostas dos
montes da baixa Galileia. Esse aglomerado é a Nazaré de hoje, que à dois mil anos não
contaria com mais de umas poucas dezenas de casas, e que hoje é uma cidade com mis
de 35.000 habitantes, predominantemente árabes. À medida que nos aproximamos,
chega até nós um ruido que se vai transformando no barulho característico do
mercadejar árabe. Com efeito, o centro de Nazaré é uma feira permanente. Tendas e
lojas aproveitam a afluência constante de peregrinos e turistas a quem tudo tentam
vender. Bem no centro, ergue-se uma cúpula cónica, de cora escura, encimando um
edifício de grandes dimensões construído com a pedra branca da região. É ali! Foi ali…
que há 2000 mil anos tudo começou!
Ao entrar na Basílica da Anunciação, depressa nos apercebemos de que toda ela está
centrada numa cripta aberta e virada para os restos de uma casa. Gravada na pedra do
pequeno altar ai colocado lê-se:
“VERBUM CARO HIS FACTUM EST”
AQUI, O VERBO SE FEZ CARNE
Porque AQUI, há 2000 anos, uma rapariga de 15 anos respondeu SIM a um convite do
Céu. Porque AQUI, há 2000 anos, aconteceu o que todos esperavam sob a forma
absolutamente inesperada: Deus encarnou, fez-Se homem, tomou a nossa condição, n
seio de uma mulher. Deus dava ao Seu povo o Salvador prometido. Deus dava ao
homem o Seu próprio Filho como companhia, para sempre.
Algumas centenas de metros a norte está a Igreja de São José. Sob a Igreja, na cripta,
pode-se visitar aquela que, segundo a tradição e os indícios arqueológicos aí
encontrados, terá sido a casa de José e, mais tarde, de Maria: a casa onde habitou a
Sagrada Família, onde Jesus viveu cerca de 30 anos. Entre ambas existe um pátio, no
centro do qual se pode ver parte das escavações orientadas pelo Padre Bagati, em
1955, onde percebermos, com espanto e surpresa, o que eram e como eram, as casas
de Nazaré, ao tempo de Jesus. Mas não menos impressionante é podermos ver com os
nossos olhos, um inscrição em rego datado do séc. I em que se lê: «XE MAPIA», que
quer dizer AVÉ MARIA, ou ainda uma outra que diz: Aqui, lugar santo de Maria. Nazaré
permanece discreta. Nada nela transparece o grande e decisivo que foi o
acontecimento que essa aldeia testemunhou e que mudou o mundo e a história dos
homens.
LEITURA BÍBLICA
22Porém, tendo ouvido dizer que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de Herodes, seu
pai, teve medo de ir para lá. Advertido em sonhos, retirou-se para a região da Galileia
29
e foi morar numa cidade chamada Nazaré; assim se cumpriu o que foi anunciado
23
voltou para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu
coração. 52E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos
homens.
Lc 4, 29 Os conterrâneos de Jesus querem dar-Lhe a morte - 29E, erguendo-se,
lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade
estava edificada, a fim de o precipitarem dali abaixo. 30Mas, passando pelo meio deles,
Jesus seguiu o seu caminho.
Lc 4, 16-21 Jesus em Nazaré – 16Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu
costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. 17Entregaram-
lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em que está
escrito: 18«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-
Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a
recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, 19a proclamar um ano
favorável da parte do Senhor.» 20Depois, enrolou o livro, entregou-o ao responsável e
sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Começou,
então, a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de
ouvir.»
Basílica da Anunciação
É uma magnífica construção de duas igrejas
interligadas, uma sobre a outra,
preservando vestígios de igrejas antigas e a
gruta da Anunciação. As fachadas oriental e
ocidental são decoradas com ricas
esculturas que ilustram a Anunciação e a
Encarnação.
LEITURA BÍBLICA
Lc 1, 26-38 Anúncio do nascimento de Jesus – 26Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi
enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, 27a uma virgem desposada
com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. 28Ao
entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.»
29Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal
30
filho, ao qual porás o nome de Jesus. 32Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo.
O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, 33reinará eternamente sobre a casa
de Jacob e o seu reinado não terá fim.» 34Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu
não conheço homem?» 35O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a
força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é
Santo e será chamado Filho de Deus. 36Também a tua parente Isabel concebeu um filho
na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, 37porque nada é
impossível a Deus.» 38Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim
segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.
Rio Jordão
(“Degânia”, que quer dizer “no rio que desce”)
Neste rio foi baptizado Jesus por João Baptista.
LEITURA BÍBLICA
Jo 1, 19-34 Testemunho de João Baptista – 19Este foi o testemunho de João, quando as
autoridades judaicas lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem:
«Tu quem és?» 20Então ele confessou a verdade e não a negou, afirmando: «Eu não sou o
Messias.» 21E perguntaram-lhe: «Quem és, então? És tu Elias?» Ele disse: «Não sou.» «És tu o
31
profeta?» Respondeu: «Não.» 22Disseram-lhe, por fim: «Quem és tu, para podermos dar uma
resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?» 23Ele declarou: «‘Eu sou a voz de
quem grita no deserto: Rectificai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías.»
Ora, havia enviados dos fariseus que lhe perguntaram: 25«Então porque baptizas, se
24
tu não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?» 26João respondeu-lhes: «Eu baptizo
com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis. 27É aquele que vem
depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias.» 28Isto
passou-se em Betânia, na margem além do Jordão, onde João estava a baptizar. 29No
dia seguinte, ao ver Jesus, que se dirigia para ele, exclamou: «Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo! 30É aquele de quem eu disse: ‘Depois de mim vem um
homem que me passou à frente, porque existia antes de mim.’
Baptismo de Jesus – 31Eu não o conhecia bem; mas foi para Ele se manifestar a Israel
que eu vim baptizar com água.» 32E João testemunhou: «Vi o Espírito que descia do céu
como uma pomba e permanecia sobre Ele. 33E eu não o conhecia, mas quem me
enviou a baptizar com água é que me disse: ‘Aquele sobre quem vires descer o Espírito
e poisar sobre Ele, é o que baptiza com o Espírito Santo’. 34Pois bem: eu vi e dou
testemunho de que este é o Filho de Deus.»
32
RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS BAPTISMAIS
Rio Jordão
EVANGELHO DO BAPTISMO DE JESUS
MT 3, 13-17
Então, veio Jesus da Galileia ao Jordão ter com João, para ser baptizado por ele.
13
João opunha-se, dizendo: «Eu é que tenho necessidade de ser baptizado por ti, e Tu
14
vens a mim?» 15Jesus, porém, respondeu-lhe: «Deixa por agora. Convém que
cumpramos assim toda a justiça.» João, então, concordou. 16Uma vez baptizado, Jesus
saiu da água e eis que se rasgaram os céus, e viu o Espírito de Deus descer como uma
pomba e vir sobre Ele. 17E uma voz vinda do Céu dizia: «Este é o meu Filho muito
amado, no qual pus todo o meu agrado.»
Sacerdote: Irmãos caríssimos, pelo mistério pascal, fomos sepultados com Cristo no
Baptismo, para vivermos com Ele uma vida nova. Por isso, junto das águas onde Jesus
foi baptizado, renovemos as promessas do santo Baptismo, pelas quais renunciámos
outrora a Satanás e às suas obras e prometemos servir fielmente a Deus na santa
Igreja Católica.
Sacerdote: Reunciais a Satanás?
Todos: Sim, renuncio.
Sacerdote: E a todas as suas obras?
Todos: Sim, renuncio.
Sacerdote: E a todas as suas seduções?
Todos: Sim, renuncio.
Sacerdote: Credes em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra?
Todos: Sim, creio.
Sacerdote: Credes em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que nasceu da
Virgem Maria, padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e está sentado à direita
do Pai?
Todos: Sim, creio.
Sacerdote: Credes no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna?
Todos: Sim, creio.
Sacerdote: Deus todo poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que nos fez renascer
pela água e pelo Espirito Santos e nos perdoou todos os pecados, nos guarde com a
sua graça, em Jesus Cristo Nosso Senhor, para a vida eterna.
Todos: Amen.
33
CÂNTICO
Vós que fostes baptizados em Cristo,
estais revestidos da luz. Aleluia. Aleluia!
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
ouçam e alegrem-se os humildes.
ORAÇÃO
Sacerdote: Senhor, que, pelo Baptismo, configurastes os vossos servos à imagem de
Cristo, vosso Filho, para os tornar membros do povo sacerdotal, aceitai-os como
oferenda agradável a vossos olhos e fazei que deêm abundantes frutos de boas obras.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
Jericó
(que significa “cidade das palmeiras”)
É po muitos arqueólogos considerada
a cidade mais antiga do mundo. Em
8000 aC já existia como cidade! É
como um oásis no deserto, com uma
rica fonte e um clima subtropical.
LEITURA BÍBLICA
Js 5, 10-12 Junto de Jericó celebraram a Páscoa e acabou o maná - 10Os israelitas
acamparam em Guilgal, celebraram lá a Páscoa no décimo quarto dia do mês, à tarde,
na planície de Jericó. 11Nesse mesmo dia, comeram dos frutos da região: pães ázimos e
trigo tostado. 12O maná deixou de cair no dia seguinte àquele em que comeram dos
frutos da terra, e nunca mais os israelitas tiveram o maná. Naquele ano, alimentaram-
se dos produtos da terra de Canaã.
Mt 20, 29 Os dois cegos de Jericó – 29Quando iam a sair de Jericó, uma grande
multidão seguiu Jesus. 30Nisto, dois cegos que estavam sentados à beira da estrada, ao
ouvirem dizer que Jesus ia a passar, começaram a gritar: «Senhor, Filho de David, tem
misericórdia de nós!» 31A multidão repreendia-os para os fazer calar, mas eles gritavam
cada vez mais: «Senhor, Filho de David, tem misericórdia de nós!» 32Jesus parou,
chamou-os e perguntou-lhes: «Que quereis que vos faça?» 33Responderam-lhe:
«Senhor, que os nossos olhos se abram!» 34Dominado pela compaixão, Jesus tocou-
lhes nos olhos. Imediatamente recuperaram a vista e seguiram-no.
MAR MORTO
É constituído pela água mais estranha que
existe na superfície da Terra: 25% de sais
variados: cloro de magnésio, potássio…
com grande evaporação e sem qualquer
espécie de vida. As suas margens são a
porção de terra mais abaixo do nível do
mar (cerca de 400m) O banho nas suas
águas é uma experiência particular! Na
Bíblia, este mar tem diversos nomes: Oriental, Asaba, Salgado.. Junto ficaria Sodoma e
35
Gomorra, Massada e Ein Geidi.
Este não é particularmente um Lugar Santo, embora muito provavelmente por aqui
tenha passado Jesus. É, no entanto, um lugar único que vale a pena visitar e
contemplar. Deparamos com uma enorme massa de água, com cerca de 1.000 km2. A
temperatura é sempre elevada, atingindo picos superiores a 50ºC. A sua cor é límpida
e transparente em dias de céu limpo, contrastando com os tons de ocre das encostas
jordanas dos montes Moa, a nascente. A superfície é calma e espelhada e encontra-se
a 400m abaixo do nível do mar. Se pensarmos que em alguns pontos a sua
profundidade atinge os 400m, percebemos que, depois das fossas marinhas dos
oceanos, este é o lugar mais profundo da Terra. Ao tocarmos a água temos a surpresa
de um tacto denso e untuoso. Com efeito a sua densidade é 10 vezes superior à do
Atlântico, tal e a concentração de sais, nomeadamente de magnésio, sódio e cálcio e
numerosos oligoelementos em suspensão. Do fundo soltam-se massas betuminosas a
que os Gregos chamavam Asfaltite. Compreende-se agora porque é que lhe chamam
Mar Morte, pois numa água assim não há peixe que viva. Mas a sua esterilidade não
impede de gerar grande riqueza. Com efeito, dele se extraem grande quantidade de
matérias-primas para a indústria química e cosmética, uma das fontes de receita de
Israel e Jordânia. Mas contemplar estas águas faz-nos pensar como a mesma água tão
fresca e cheia de vida que vimos brotar da rocha em Banias e encher o Lago de
Tiberíades, se pode tornar tão estéril, tão morta. Como é impressionante o paralelismo
com a nossa vida, marcada à nascença pela Vida recebida nas águas do Baptismo, mas
tão suja e estragada por nós ao longo do seu curso que corremos o risco de a ver sem
vida.
LEITURA BÍBLICA
Gn 19, 23-26 - 23Erguia-se o sol sobre a terra, quando Lot entrou em Soar. 24Então, o
SENHOR fez cair do céu, sobre Sodoma e Gomorra, uma chuva de enxofre e de fogo,
enviada pelo SENHOR. 25Destruiu estas cidades, todo o vale e todos os habitantes das
cidades e até a vegetação da terra. 26A mulher de Lot olhou para trás e ficou
transformada numa estátua de sal.
Grutas de Qumram
A 19km ao sul de Jericó, já voltadas para o Mar
Mrto, situadas num pequeno planalto, ficam as
ruínas de Qumram. Embora não seja nomeada na
Bíblia, é de grande interesse esta localidade, pelas
descobertas de escritos bíblicos aí realizadas em
1947/48. Seria a “Cidade do Sal” referida nas terras
de Judá: Js 15, 62. Aqui viviam os Essénios no
tempo de Cristo.
A caminho de Jerusalem
36
Deixamos as margens salgadas e secas do Mar Morto e rumamos a Poente, tomando a
estrada que serpenteia por entre as encostas do deserto da Judeia. Em pouco mais de
30km subiremos cerca de 1200 metros. O nosso destino chama-se Jerusalem!
Ao olhar os cumes destes montes de terra ressequida, custa acreditar que muitas das
gargantas que os separam foram rasgadas pelas chamadas “torrentes do deserto”. São
grandes massas de água que, na época das chuvas, escorem dos montes mais altos e
se agrupam, formando verdadeiros rios de água e lama. Ao fim destes dias de
peregrinação, em que seguimos os passos de Jesus pela Galileia, alguma coisa nos
pede mais. Percebemos agora melhor que tudo o que vimos e ouvimos, de Nazaré ao
Jordão, tinha um destino e esse destino está lá… bem no coração da cidade de
Jerusalém. É o momento de tomarmos consciência de que somos um Povo, o Povo do
Senhor. Somos aqueles que, vindos de muitas nações, próximas ou longínquas, vêm
adorar o seu e o mesmo Deus. Jerusalém é a capital do monoteísmo. Muçulmanos,
Judeus e Cristãos, ali se encontram e ali se unem, reconhecendo e adorando. Alá,
Yahvé ou Deus. O Livro dos Salmos guarda alguns dos cânticos que esses peregrinos
entoavam enquanto subiam, os Cânticos das Peregrinações, Salmos 119 a 133.
Certamente também Jesus os cantou, enquanto criança ao lado de Maria e de José, ou
com os Apóstolos, enquanto subia a Jerusalém. Repeti-los é entrar nesse imenso coro
formado por este Povo em caminho.
No Monte Scopus, diante de Jerusalém…
Chegámos! Ela aí está diante de nós: Jerusalém! Depois dos primeiros instantes de
silêncio que a sua vista nos impõe, vem-nos a memória do amor que o Senhor lhe
tinha: Jesus amava a Sua Jerusalém. Jerusalém era a Sua cidade, a Sua casa, a Sua
morada. Nos primeiros instantes os nossos olhos descobrem a cúpula dourada da
Mesquita do Rochedo que nos diz estarmos diante da Esplanada do Templo, o destino
de gerações de peregrinos através do tempo. Ali, há 2000 anos, uma criança recém-
nascida foi elevada nos braços do velho Simeão e apresentada a Deus. Jesus, o Filho de
Deus, nascido de Maria, era apresentado a Deus Pai na Sua própria casa. Pela primeira
vez, o Deus vivo e verdadeiro pisava a Casa que Lhe fora dedicada 1000 anos antes por
Salomão, cumprindo a vontade de seu pai David. E o nosso coração é levado a
percorrer os momentos determinantes da História da Salvação de que esta cidade foi
cenário e testemunha. Dentro daquelas muralhas guardam-se os lugares onde
aconteceram factos que determinaram a nossa história. Por isso todos podemos dizer
que aqui nascemos, que Jerusalém é a nossa cidade. Por isso, ainda agora chegámos,
ainda os nossos passos se detém às suas portas e já o nosso coração entoa: «Se de ti
me não me lembrar Jerusalém, fique presa a minha língua» (SI 136).
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Saudação à Cidade Santa
Oração da tarde à chegada a Jerusalém
SALMO DE PEREGRINAÇÃO
Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor.
Os nossos passos se detêm às tuas portas, Jerusalém.
Jerusalém edificada / como cidade inabalável.
Para lá sobem as tribos, / as tribos do Senhor.
Segundo o costume de Israel, / p´ra celebrar o nome do Senhor.
Ali estão os tribunais da justiça, / dentro da casa de David.
Pedi a paz para Jerusalém, / vivam seguros quantos te amam.
Haja paz dentro dos teus muros, / em teus palácios segurança.
Por meus irmãos e meus amigos / eu te direi: a paz contigo.
Pela casa do Senhor nosso Deus / te desejo todo o bem.
I LEITURA – Is 62, 1-4. 6-7
Jerusalém restaurada – 1Por amor de Sião, não me calarei, por amor de Jerusalém, não
descansarei, até que apareça a aurora da sua justiça, e a sua salvação brilhe como uma
chama. 2As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória. Dar-te-ão um nome
novo, designado pela boca do Senhor. 3Serás como uma coroa brilhante nas mãos do
Senhor, e um diadema real nas mãos do teu Deus. 4Não serás mais chamada a
«Desamparada», nem a tua terra será chamada a «Deserta»; antes, serás chamada:
«Minha Dilecta», e a tua terra a «Desposada», porque o Senhor elegeu-te como
preferida, e a tua terra receberá um esposo. 6Sobre as tuas muralhas, ó Jerusalém, Eu
pus sentinelas, que nem de dia nem de noite deixarão de repetir: «Vós, os que tudo
recordais ao Senhor, não repouseis! 7Não o deixeis descansar, até que dê a Jerusalém a
estabilidade, e faça dela a glória da terra.»
CANTO DE LOUVOR
Jerusalém, louva o teu Senhor! (bis)
Glorifica, Jerusalém, o Senhor, Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
Louva, Sião, o teu Deus. e saciou-te com a flor da farinha.
Ele reforçou as tuas portas Envia à terá a sua palavra,
e abençoou os teus filhos corre veloz a sua mensagem.
LEITURA II – Ap 21, 1-5
Eu, João, Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira
1
terra tinham desaparecido e o mar já não existia. 2E vi descer do céu, de junto de Deus,
38
a cidade santa, a nova Jerusalém, já preparada, qual noiva adornada para o seu
esposo. 3E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: «Esta é a morada de Deus
entre os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo e o próprio Deus estará
com eles e será o seu Deus. 4Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não
haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor. Porque as primeiras coisas
passaram.» 5O que estava sentado no trono afirmou: «Eu renovo todas as coisas.» E
acrescentou: «Escreve, porque estas palavras são dignas de fé e verdadeiras.»
CANTO
Eu vi a Cidade santa, a nova Jerusalém,
Que descia do Céu de junto de Deus, qual esposa adornada,
Qual esposa adornada para o seu esposo.
Grande é o Senhor e digno de louvor
na cidade do nosso Deus
a sua montanha sagrada é a mais bela das montanhas,
a alegria de toda a terra.
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DIA 5
15 de Novembro 2019, Sexta-feira
Belém | Jerusalém | Belém
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O que vamos ver?
Belém
(que significa “casa do pão”)
Região de passagem para o sul: Hebron, Bessabea e deserto. Aqui se desenrolou o
idílio de Booz e Rut. Foi terra de David, onde o profeta Samuel o unge como rei, na
casa do seu pai. Belém para sempre ficará ligada ao messianismo judaico. O profeta
Miqueias apresenta Belém; “Mas tu, Belém – Éfrata, tão pequena entre os clãs de
Judá, é de di que sairá para mim aquele que é chamado a governar Israel” (Miq 5,1).
Miqueias profetizou nos reinados de Acaz e de Ezequais, sendo contemporâneo de
Isaías. Trata-se certamente, de u meco da ascendência betlemiana de David, já que ele
fora o rei por excelência e é do messianismo davídico que o texto pretende fazer-se
eco. É o local onde Jesus nasceu, segundo narram dois evangelistas. Aqui os Anjos
anunciaram aos pastores o nascimento do Salvador, os Magos vêm adorá-l´O e daqui
parte para a Sagrada Família para o Egipto, fugindo às ameaças de morte que pairavam
sobre o Menino. A cidade é habitada por uma das comunidades cristãs mais antigas,
embora o seu tamanho tenha diminuído muito, nos últimos tempos, devido à
emigração, como consequência da instabilidade política.
A pequenina cidade de Belém colocada bem na crista dos montes da Judeia, a sul de
Jerusalém, estava ao tempo de Jesus circundada por campos de pastorícia que
beneficiavam das chuvas vindas do Mediterrâneo e ali retidas pela altitude da
montanha. Hoje é uma cidade de predominância árabe, a uns escassos 10km de
Jerusalém em território sob o controlo da Autoridade Palestiniana, com uma
“dearrumação urbana” muito típica, e a crescer rapidamente em anfiteatro pela
encosta virada a nascente. A proximidade do Grande Jubileu permitiu e justificou
importantes intervenções que a tornaram muito mais agradável, mas limpa e mais
bonta.
Belém guarda com orgulho o lugar do nascimento do «Nosso Salvador, Jesus Cristo,
Senhor!» O coração da cidade é, sem dúvida, a Basílica da Natividade, construída sobre
a Gruta onde Maria deu à luz a «Luz do Mundo». Este lugar é venerado desde os
primeiros tempos do Cristianismo. Profanado pelo imperador Adriano, foi recuperado
por Santa Helena que mandou construir uma grande Basílica no ano326. Poupada
pelos Persas, foi por mais de uma vez transformada. Hoje, a nave encontra-se dividida
por quatro fiadas de colunas inteiriças de pedra encarnada. A porta de entrada, de
pedra, tem pouco mais de 1 metro de altura, a fim de impedir a entrada por guerreiros
bárbaros a cavalo, constituindo uma eficiente defesa. Tem a pedagógica vantagem de
nos fazer “dobrar a coluna” ao entrar num dos mais antigos santuários da cristandade.
É difícil evitar o choque quando nos apercebemos que ainda aqui não somos nós os
católicos que marcamos o ambiente. Depressa nos damos conta de estar num espaço
ortodoxo, marcado pela grande iconóstase que domina o altar-mor. É exactamente por
baixo do altar que se encontra a Gruta da Natividade.
Uma estreita entrada, pelo lado direito do altar, leva-nos a um dos lugares que mais
marcou o nosso imaginário desde a nossa meninice, afina estamos a entrar no
“presépio”! O lugar é escuro e apertado. Bem ao centro, no chão uma grande estrela
de prata, marca o lugar onde a tradição nos leva a venerar O nascimento de Jesus.
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Gravado sore a prata podemos ler, em círculo: HIC DE VIRGINE MARIA JESUS CHRISTUS
NATUS EST (Aqui nasceu Jesus Cristo, da Virgem Maria). Aqui é difícil controlar o
pensamento. Apostem no silêncio, mais que nos cânticos. Se estivermos virados para o
lugar do nascimento, encontraremos à nossa direta o Altar da Manjedoura e o Altar
dos Reis Magos, o lugar onde os peregrinos do Oriente encontraram «um Menino
envolto em panos».
Saindo da gruta pelo lado esquerdo, iremos visitar a Igreja de Santa Catarina, a Igreja
católica de Belém sede da Paróquia, de onde é transmitida para o Mundovisão a Missa
do Galo. Por baixo desta Igreja, ao nível da Gruta da Natividade, encontram-se outras
grutas, entre as quais a de São Jerónimo. Foi neste lugar que, no séc. V, ele se isolou do
mundo, depois de ter fugido de Roma, e onde se dedicou à tradução da Bíblia, para o
Latim, tradução que ficou conhecida por Vulgata, utilizada pela Igreja até há poucas
décadas. Ao sairmos do claustro da Igreja de Santa Catarina, poderemos ver à nossa
direta a Casa Nova dos Franciscanos, o moderno albergue de peregrinos de Belém.
LEITURA BÍBLICA
1 Sam 16, 1-13 Unção de David – 1O Senhor disse a Samuel: «Até quando chorarás
Saul, tendo-o Eu rejeitado para que não reine em Israel? Enche o teu chifre de óleo e
vai. Quero enviar-te a Jessé de Belém, pois escolhi um rei entre os seus filhos.» Samuel
respondeu: «Como hei-de ir? Se Saul souber, irá tirar-me a vida.» 2O Senhor disse:
«Levarás contigo um novilho e dirás que vais oferecer um sacrifício ao Senhor.
3Convidarás Jessé para o sacrifício e Eu te revelarei o que deverás fazer. Darás por mim
a unção àquele que Eu te indicar.» 4Fez Samuel como o Senhor ordenara. Ao chegar a
Belém, os anciãos da cidade saíram-lhe ao encontro, inquietos, e disseram: «É de paz a
tua vinda?» 5Ele respondeu: «Sim. Venho oferecer um sacrifício ao Senhor; purificai-
vos e acompanhai-me para o sacrifício.» Ele mesmo purificou Jessé e os filhos e
convidou-os para o sacrifício. 6Logo que entraram, Samuel viu Eliab e pensou consigo:
«Certamente é este o ungido do Senhor.» 7Mas o Senhor disse a Samuel: «Que te não
impressione o seu belo aspecto, nem a sua alta estatura, pois Eu rejeitei-o. O que o
homem vê não importa; o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração.»
8Jessé chamou Abinadab e apresentou-o a Samuel, que disse: «Não é este o que o
Senhor escolheu.» 9Jessé trouxe-lhe, também, Chamá. E Samuel disse: «Ainda não é
este o que o Senhor escolheu.» 10Jessé apresentou-lhe, assim, os seus sete filhos, mas
Samuel disse: «O Senhor não escolheu nenhum deles.» 11E acrescentou: «Estão aqui
todos os teus filhos?» Jessé respondeu: «Resta ainda o mais novo, que anda a
apascentar as ovelhas.» Samuel ordenou a Jessé: «Manda buscá-lo, pois não nos
sentaremos à mesa antes de ele ter chegado.» 12Jessé mandou então buscá-lo. David
era louro, de belos olhos e de aparência formosa. O Senhor disse: «Ei-lo, unge-o: é
esse.» 13Samuel tomou o chifre de óleo e ungiu-o na presença dos seus irmãos. E, a
partir daquele dia, o espírito do Senhor apoderou-se de David. E Samuel voltou para
Ramá.
Miq 5, 1-3 O rei pacífico - 1Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre as famílias de
Judá, é de ti que me há-de sair aquele que governará em Israel. As suas origens
remontam aos tempos antigos, aos dias de um passado longínquo. 2Por isso, Deus
abandonará o seu povo até ao tempo em que der à luz aquela que há-de dar à luz, e
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em que o resto dos seus irmãos há-de voltar para junto dos filhos de Israel. 3Ele
permanecerá firme e apascentará o seu rebanho com a força do Senhor e com a
majestade do nome do Senhor, seu Deus. Estarão tranquilos, porque ele será grande
até aos confins da terra.
Martírio dos Inocentes – 16Então Herodes, ao ver que tinha sido enganado pelos
magos, ficou muito irado e mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o seu
território, da idade de dois anos para baixo, conforme o tempo que, diligentemente,
tinha inquirido dos magos. 17Cumpriu-se, então, o que o profeta Jeremias dissera:
18Ouviu-se uma voz em Ramá, uma lamentação e um grande pranto: É Raquel que
chora os seus filhos e não quer ser consolada, porque já não existem.
Igreja da Natividade
A igreja construída no tempo de Constantino foi transformada por Justiniano que
mandou acrescentar um nártex e um transepto. Hoje a basílica contínua tal como foi
adaptada por Justiniano, sendo o único tempo da Palestina que se mantém original.
Santa Helena, que adornou vários dos lugares santos, mandou representar em mosaico
o nascimento de Cristo e a adoração dos Magos.
LEITURA BÍBLICA
Lc 2, 1-7 - Nascimento de Jesus – 1Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César
Augusto para ser recenseada toda a terra. 2Este recenseamento foi o primeiro que se
fez, sendo Quirino governador da Síria. 3Todos iam recensear-se, cada qual à sua
própria cidade. 4Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à
Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, 5a fim
de se recensear com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. 6E, quando eles ali
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se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz 7e teve o seu filho
primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver
lugar para eles na hospedaria.
Lc 2, 8-20 8Na mesma região encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos
campos, guardando os seus rebanhos durante a noite. 9Um anjo do Senhor apareceu-
lhes, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. 10O anjo
disse-lhes: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o
povo: 11Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor.
12Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa
Ein Karem
(“fonte generosa” ou “fonte da vinha”)
É a povoação da “montanha” para a qual se dirigiu Maria para visitar sua prima Isabel.
Aqui nasceu São João Baptista.
Para chegar a Ain Karem, terra de São João Baptista segundo uma antiga tradição –
inspirada por um Evangelho Apócrifo e confirmada por escavações arqueológicas, tem
de se atravessar a parte moderna de Jerusalém. Que contraste com a cidade velha,
guardada pelas muralhas e espalhada pelas encostas! É uma passagem brusca e sem
transição da Idade Média ao Séc. XX, do Oriente ao Ocidente! Entre a verdura de um
monte, com uma vista belíssima, que se estende até ao Mediterrâneo, avista-se a
cidade de Ain Karem, com a sua Igreja de S. João Baptista e, um pouco mais acima o
Santuário da Visitação. O silêncio da subida prepara o ambiente de visita. O santuário,
que surge no alto do monte, rodeado de ciprestes, é constituído por duas igrejas
sobrepostas. A igreja inferior era a capela da época bizantina. A superior, com uma só
nave, é dedicada à glorificação da humilde Senhora do Magnificat. Mas talvez, o pátio
exterior seja o lugar onde melhor se faz memória do encontro de Maria e Isabel, e de
Jesus e João Baptista, ambos por nascer. Seja por ter sido provavelmente ali que Isabel
saiu ao encontro da prima, reconhecendo-a, pela graça do Espírito Santo como Mãe do
seu Senhor; seja pelos painéis com o Magnificat, escrito em várias línguas, este lugar
canta com Maria, e com toda a humanidade, a alegria de um mundo que se descobre
45
salvo. Mais abaixo, a Igreja de S. João Baptista, primeiramente construída pelos
Cruzados, e restaurada, a partir do séc XVII pelos franciscanos, tem ainda o ar austero
de uma fortaleza. No interior, do lado esquerdo, sete degraus de mármore branco
conduzem-nos a uma gruta, último vestígio da casa de Zacarias. E é nesse pequeno
santuário, dedicado ao nascimento de S. João Baptista, que a alma se curva diante do
milagre da vida, diante da força do desígnio de Deus e diante da certeza de que a Deus
nada é impossível. Também aqui, no exterior, painéis em várias línguas, convidam-nos
à oração do Benedictus, que a Igreja nos faz repetir em cada manhã. Regressa-se de
Ain Karem, com alma de Advento, e esperança renovada.
LEITURA BÍBLICA
Lc 1,39-56 Visita de Maria a Isabel – 39Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e
dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. 40Entrou em casa de
Zacarias e saudou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-
lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Então, erguendo a voz,
exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. 43E
donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? 44Pois, logo que
chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio.
45Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do
Senhor.» 46Maria disse, então: «A minha alma glorifica o Senhor 47e o meu espírito se
alegra em Deus, meu Salvador. 48Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De
hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. 49O Todo-poderoso
fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome. 50A sua misericórdia se estende de
geração em geração sobre aqueles que o temem. 51Manifestou o poder do seu braço e
dispersou os soberbos. 52Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
53Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. 54Acolheu a Israel,
seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55como tinha prometido a nossos pais, a
Abraão e à sua descendência, para sempre.» 56Maria ficou com Isabel cerca de três
meses. Depois regressou a sua casa.
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DIA 6 E 7
16/17 de Novembro de 2019, Sábado e Domingo
Belém | Jerusalém | Belém
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O que vamos ver?
Jerusalém
Dois vales que a contornam esta cidade: a sul o vale da Geena e oriente, o vale do
Cédron. Um vale mais pequeno passa pelo meio: o Tyroeion. A oriente deste fica o
Monte Sião, a parte mais antiga da cidade. Para a norte ficava o Monte Moria – onde
se construiu o Tempo.
Os mais antigos testemunhos históricos datam a cidade do ano 2000 aC. É celebrada
como o local da presença de Deus e de confluência (“umbigo”) dos povos da terra. Ela
é a cidade de David (Sião), a cidade de Deus, a capital de Israel e a cidade futura
(Jerusalém celeste).
Monte das Oliveiras
A parte oriental de Jerusalém é composta por três Montes que têm um importância
muito grande para a cidade, tanto no aspecto defensivo como no que diz respeito à
sua história: o Monte Scopus (da Visão), o Monte das Oliveiras e o Monte do
Escândalo. O Monte das Oliveiras recebe o nome pelas oliveiras que cobriam
antigamente as suas encostas. O Monte das Oliveiras é sagrada para os judeus, cristãos
e muçulmanos e muitas tradições estão associadas a ele.
Templo da Ascensão
No cimo do Monte das Oliveiras, em direcção a Jerusalém, encontramos hoje um
memorial da Ascensão do Senhor. Os Actos dos Apóstolos referem que Jesus subiu ao
Céu no Monte das Oliveiras, distando de Jerusalém o que era permitido caminhar num
dia sábado.
LEITURA BÍBLICA
Act 1, 4-12 Ascensão – 4No decurso de uma refeição que partilhava com eles, ordenou-
lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem lá o Prometido do Pai,
«do qual – disse Ele – me ouvistes falar. 5João baptizava em água, mas, dentro de
pouco tempo, vós sereis baptizados no Espírito Santo.» 6Estavam todos reunidos,
quando lhe perguntaram: «Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Israel?»
7Respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai
fixou com a sua autoridade. 8Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que
descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e
Samaria e até aos confins do mundo.» 9Dito isto, elevou-se à vista deles e uma nuvem
subtraiu-o a seus olhos. 10E como estavam com os olhos fixos no céu, para onde Jesus
se afastava, surgiram de repente dois homens vestidos de branco, 11que lhes disseram:
«Homens da Galileia, porque estais assim a olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi
arrebatado para o Céu virá da mesma maneira, como agora o vistes partir para o Céu.»
12Desceram, então, do monte chamado das Oliveiras, situado perto de Jerusalém, à
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Igreja do Pater Noster
Situada no cimo do Monte das Oliveiras, foi uma das basílicas mandadas construir por
Constantino, a pedido de sua mãe, Santa Helena. Daqui se inicia a descida do Monte
das Oliveiras, podendo então admira-se um dos mais belos panoramas da Cidade
Santa, na sua orientação a nascente, com as muralhas, o recinto eu foi o Templo e as
actuais mesquitas, bem como o vale do Cédron.
LEITURA BÍBLICA
Mt 6, 5-15 A oração – 5«Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de
rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em
verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. 6Tu, porém, quando orares, entra
no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê
o oculto, há-de recompensar-te. 7Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que
usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos.
8Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós
lho pedirdes.» 9«Rezai, pois, assim: ‘Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu
nome, 10venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na
terra. 11Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; 12perdoa as nossas ofensas, como nós
perdoámos a quem nos tem ofendido; 13e não nos deixes cair em tentação, mas livra-
nos do Mal.’ 14Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai
celeste vos perdoará a vós. 15Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas,
também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»
Igreja Do “Dominus Flevit”
Este templo refere-se ao relato evangélico de Lc 19, 28-44 e data de 1955. Pretende
representar uma lágrima do Senhor na sua lamentação acerca de Jerusalém. No
entanto, o local está cheio de memórias que remontam às primeiras gerações cristãs.
Começando a descer o Monte, tendo à nossa esquerda o cemitério judeu,
encontramos cerca de 100 metros abaixo, à nossa direta, o lugar do Dominus Flevit em
forma patamar ou socalco. Deste ponto tem-se uma visão impressionante da cidade,
tendo o Templo em primeira plano. Entre o arvoredo surge uma Capela de forma
bizarra, pretendendo evocar uma lágrima.
Foi aqui Jesus chorou sobre a cidade em Quinta-feira Santa. O lugar e a história
tornam-se impressionantemente óbvios para quem ali para e faz silêncio. Entrando na
capela deparamos com o altar vestido com o impressionante cenário de uma janela
resgada sobre Jerusalém, a cidade chorada por Jesus.
LEITURA BÍBLICA
Lc 19, 41-44 - Jesus chora sobre Jerusalém – 41Quando se aproximou, ao ver a cidade,
Jesus chorou sobre ela e disse: 42«Se neste dia também tu tivesses conhecido o que te
pode trazer a paz! Mas agora isto está oculto aos teus olhos. 43Virão dias para ti, em
que os teus inimigos te hão-de cercar de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos
os lados; 44hão-de esmagar-te contra o solo, assim como aos teus filhos que estiverem
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dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o
tempo em que foste visitada.»
disse-lhes: «A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai.» 35Adiantando-
se um pouco, caiu por terra e orou para que, se possível, passasse dele aquela hora. 36E
dizia: «Abbá, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Mas não se faça o que
Eu quero, e sim o que Tu queres.» 37Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a
dormir e disse a Pedro: «Simão, dormes? Nem uma hora pudeste vigiar! 38Vigiai e orai,
para não cederdes à tentação; o espírito está cheio de ardor, mas a carne é débil.»
39Retirou-se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras. 40E, voltando de novo,
encontrou-os a dormir, pois os seus olhos estavam pesados; e não sabiam que
responder-lhe. 41Voltou pela terceira vez e disse-lhes: «Dormi agora e descansai! Pois
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bem, chegou a hora. Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos
pecadores. 42Levantai-vos! Vamos! Eis que chega o que me vai entregar.»
Jo 18, 1-11 Prisão de Jesus – 1Tendo dito estas coisas, Jesus saiu com os discípulos para
o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, e ali entrou com os seus
discípulos. 2Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio, porque Jesus se
reunia ali frequentemente com os discípulos. 3Judas, então, guiando o destacamento
romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de
lanternas, archotes e armas, entrou lá. 4Jesus, sabendo tudo o que lhe ia acontecer,
adiantou-se e disse-lhes: «Quem buscais?» 5Responderam-lhe: «Jesus, o Nazareno.»
Disse-lhes Ele: «Sou Eu!» E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto
deles. 6Logo que Jesus lhes disse: ‘Sou Eu!’, recuaram e caíram por terra. 7E perguntou-
lhes segunda vez: «Quem buscais?» Disseram-lhe: «Jesus, o Nazareno!» 8Jesus
replicou-lhes: «Já vos disse que sou Eu. Se é a mim que buscais, então deixai estes ir
embora.» 9Assim se cumpria o que dissera antes: ‘Dos que me deste, não perdi
nenhum.’ 10Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e
arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo
chamava-se Malco. 11Mas Jesus disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de
beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?»
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Monte Sião
O Monte Sião eleva-se no extremo sudoeste da antiga cidade muralhada. Propomo-
nos visitar e fazer memória de dois santuários: a Igreja da Dormição de Maria e o
Santuário do Cenáculo. No Cenáculo eu deveria fazer parte de uma vasta habitação,
com pátios interiores e diversos pavilhões, e que pertencia a um discípulo de Jesus,
onde se instalou a primeira comunidade cristã de Jerusalém, E de pois nela se edificou
uma igreja bizantina.
Igreja da Dormição
A cristandade conhece actualmente dois locais que reclamam ser o lugar da “Páscoa”
de Maria. Um em Jerusalém, onde se ergue uma bela basílica no Monte Sião, perto do
Cenáculo; e outro, aliás mais recente, em Éfeso.
A igreja erguida neste local está ligada a um mosteiro, de construção recente (entre
1906 e 1910). No mesmo local se levantou no período bizantino a Igreja do Monte
Sião, um dos primeiros templos cristãos de Jerusalém. É um sólido edifício circular,
coroado por tecto cónico. No pavimento, os símbolos do zodíaco, dos doze apóstolos e
dos dezasseis profetas. Na cripta por baixo do recinto, está uma imagem de Maria
adormecida, feia de madeira preciosa e marfim. Na cúpula, sobre a imagem, vêem-se
mosaicos com figuras femininas do Antigo Testamento, numa alusão muito directa à
sua presença na História da Salvação.
A tradição pretende que a Virgem Maria aí tenha passado o resto dos Seus dias e aí
tenha adormecido no Amor do Senhor. No final do século IV foi aqui construído a
grande basílica do Santo Sião, na qual se localizava a Dormição de Nossa Senhora. O
mesmo lugar veio ela a ocupar na basílica levantada pelos cruzados, sempre do lado
oeste do pórtico principal.
Os peregrinos descreveram-na como uma pequena capela protegida por uma grade de
ferro encimada pela inscrição: “Exaltate esta Sancta Dei Genitrix super chorus
Angelorum”.
Um grande salto no tempo leva-nos até 1898, data em que o Imperador da Alemanha,
Guilherme II, compra este terreno e dele faz doação aos católicos alemães – uma
célula beneditina aí é fundada. Até aos nossos dias.
Cenáculo
A este lugar estão ligados vários acontecimentos gratos à tradição cristã: o lava-pés, a
última ceia, o discurso de despedida, a oração sacerdotal do Mestre e o anúncio do
traidor. Também aqui se celebra o momento em que Jesus, uma vez ressuscitado dos
mortos, apareceu aos Doze, bem como a eleição de Matias. Também aqui se reuniram
os Apóstolos em oração e sobre eles e Nossa Senhora desceu o Espirito Santo no dia
de Pentecostes. Por estes motivos, o Cenáculo tornou-se o primeiro ponto de encontro
da comunidade pós-pascal, tendo-se tornado a primeira “Domus Ecclesia” do mundo.
Parece ter sido poupado pelos romanos, pelo que os cristãos terão continuando a
reunir-se neste local, mesmo no tempo de Adriano. No século IV, ao tempo do Bispo
João (386-415), procedeu-se à construção de uma grande basílica, a Hagia Sion (“Santa
Sião”) de que nos chegaram diversos testemunhos dos bispos de Jerusalém que aí
oficiavam. A sua importância nessa altura valeu-lhe o nome de “Mãe de todas as
Igrejas”, na qual se veneravam, de entre outras, as relíquias de Santo Estevão, o
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Protomártir. Em 614 foi destruída pelos persas de Cosroé. Na sequência da destruição,
o Cenáculo desapareceu completamente da altura do Califa Al-Hakem. Seriam depois
os Cruzados que reedificariam o local, com uma Basílica dedicada a Santa Maria do
Monte Sião, deixando-a ao cuidado dos religiosos agostinhos. Foi depois retomada
novamente pelos muçulmanos até que Roberto de Nápoles e Sancha de Maiorca o
compraram em 1333, levantando aí um conventinho e entregando o seu cuidado aos
Franciscanos, razão pela qual o Custódio franciscano da Terra Santa tem o título de
Guardião do Monte Sião. Com os Otomanos, no século XVI, o cenáculo passou de novo
para o controlo dos muçulmanos, quando eles começaram a difundir a ideia de que
por baixo do Cenáculo estaria o sepulcro do rei David. Isto leva Solimão a expulsar os
“infiéis” frades franciscanos do local em 1523, De 1948 a 67, período em que a cidade
antiga de Jerusalém estava sob o controlo jordano, o Cenáculo esteve abandonado,
como a terra de ninguém. Após 1967, o estado de Israel colocou o local sob a
autoridade do Ministério israelita dos Cultos e fez dele uma espécie de local aberto a
todas as religiões.
Estamos num lugar que pelos tempos fora, acompanhando as vicissitudes de guerrs e
ocupações e também do zelo carinhoso de muitos, se for mantendo com a sua
configuração de duas capelas sobrepostas e ligadas entre si por uma escada, o espaço
onde a Igreja foi primeira. No convento anexo, instituído pelos reis de Nápoles em
1365, viveram quatro mártires franciscanos (canonizados pelo Papa Paulo VI em 1970)
– mortos às mãos dos muçulmanos na mesquita de Omar onde pretendiam pregar a fé
cristã. Hoje, temos no rés-do-chão uma sinagoga que alberga o pretenso túmulo de
David e uma escada exterior que conduz ao terraço onde se encontra a sala alta do
Cénaculo.
Na nudez simples das suas duas naves separadas por colunas e iluminadas por três
grandes janelas ogivais, repassam-nos tantos momentos vividos com Jesus, antes e
depois da Sua morte:
- a última ceia de Cristo com os Seus Apóstolos
- o lava-pés
- o anúncio da traição e a partida de Judas pela noite
- a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio
- o último discurso de Jesus
- a aparição de Jesus ressuscitado aos Seus discípulos
- as últimas recomendação de Jesus antes da Ascensão
- a oração de Maria com os Apóstolos e o grande milagre do Pentecostes.
LEITURA BÍBLICA
deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a
toalha que atara à cintura. 6Chegou, pois, a Simão Pedro. Este disse-lhe: «Senhor, Tu é
que me lavas os pés?» 7Jesus respondeu-lhe: «O que Eu estou a fazer tu não o
entendes por agora, mas hás-de compreendê-lo depois.» 8Disse-lhe Pedro: «Não! Tu
nunca me hás-de lavar os pés!» Replicou-lhe Jesus: «Se Eu não te lavar, nada terás a
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haver comigo.» 9Disse-lhe, então, Simão Pedro: «Ó Senhor! Não só os pés, mas
também as mãos e a cabeça!» 10Respondeu-lhe Jesus: «Quem tomou banho não
precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não
todos.» 11Ele bem sabia quem o ia entregar; por isso é que lhe disse: ‘Nem todos estais
limpos’. 12Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se à
mesa e disse-lhes: 13«Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me ‘o Mestre’ e ‘o
Senhor’, e dizeis bem, porque o sou. 14Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés,
também vós deveis lavar os pés uns aos outros. 15Na verdade, dei-vos exemplo para
que, assim como Eu fiz, vós façais também. 16Em verdade, em verdade vos digo, não é
o servo mais do que o seu Senhor, nem o enviado mais do que aquele que o envia.
17Uma vez que sabeis isto, sereis felizes se o puserdes em prática.
Jo 20, 19-29 Aparição aos discípulos – 19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da
semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com
medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz
esteja convosco!» 20Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-
se de alegria por verem o Senhor. 21E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco!
Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.» 22Em seguida, soprou sobre
eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. 23Àqueles a quem perdoardes os pecados,
ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.» 24Tomé, um dos
Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus veio. 25Diziam-
lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o
sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a
minha mão no seu peito, não acredito.» 26Oito dias depois, estavam os discípulos outra
vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no
meio deles e disse: «A paz seja convosco!» 27Depois, disse a Tomé: «Olha as minhas
mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas
incrédulo, mas fiel.» 28Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» 29Disse-lhe
Jesus: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto!»
Act 1, 12-14 O grupo dos Apóstolos – 12Desceram, então, do monte chamado das
Oliveiras, situado perto de Jerusalém, à distância de uma caminhada de sábado, e
foram para Jerusalém. 13Quando chegaram à cidade, subiram para a sala de cima, no
lugar onde se encontravam habitualmente. Estavam lá: Pedro, João, Tiago, André,
Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelota, e Judas, filho
de Tiago. 14E todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à
oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos
de Jesus.
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estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7Atónitos e
maravilhados, diziam: «Mas esses que estão a falar não são todos galileus? 8Que se
passa, então, para que cada um de nós os oiça falar na nossa língua materna? 9Partos,
medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da
Ásia, 10da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia cirenaica, colonos de
Roma, 11judeus e prosélitos, cretenses e árabes ouvimo-los anunciar, nas nossas
línguas, as maravilhas de Deus!» 12Estavam todos assombrados e, sem saber o que
pensar, diziam uns aos outros: «Que significa isto?» 13Outros, por sua vez, diziam,
troçando: «Estão cheios de vinho doce.»
Mc 14. 12-16.22-26 Preparação da Ceia Pascal – 12No primeiro dia dos Ázimos, quando
se imolava a Páscoa, os discípulos perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os
preparativos para comeres a Páscoa?» 13Jesus enviou, então, dois dos seus discípulos e
disse: «Ide à cidade e virá ao vosso encontro um homem trazendo um cântaro de água.
Segui-o 14e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: O Mestre manda dizer: ‘Onde está a
sala em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?’ 15Há-de mostrar-vos uma
grande sala no andar de cima, mobilada e toda pronta. Fazei aí os preparativos.» 16Os
discípulos partiram e foram à cidade; encontraram tudo como Ele lhes dissera e
prepararam a Páscoa.
lhes: «Isto é o meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos. 25Em verdade
vos digo: não voltarei a beber do fruto da videira até ao dia em que o beba, novo, no
Reino de Deus.» 26Após o canto dos salmos, saíram para o Monte das Oliveiras.
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Muro das Lamentações – Templo
O Muro das Lamentações ou Muro Ocidental é o local mais sagrado do judaísmo.
Trata-se do único vestígio do antigo templo de Herodes, erigido por Herodes o Grande,
no lugar do Templo de Jerusalém inicial. Foi destruído por Tito no ano 70. Muitos
judeus visitam o Muro das Lamentações para orar e depositar as suas preces por
escrito. Antes da sua reabilitação por Israel, após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, o
local servia de depósito para incineração do lixo. Os restos que hoje existem datam da
época de Herodes o Grande, que mandou construir grandes muros de contenção em
redor do Monte Moriá, ampliando a pequena esplanada sobre a qual foram edificados
o Primeiro e o Segundo Templo de Jerusalém, formando o que hoje se disgna como a
Esplanada das Mesquitas.
Neste lugar que David decidiu construir um templo para nele depositar a Arca da
Aliança. E da obra se encarregou seu filho, Salomão, com muitos arquitectos e artífices
fenícios e muita madeira de cedro.
A construção teve início no ano 964 a.C., tendo sido o templo dedicado em 962 a.C. O
templo organizava-se em três espaços: um vestíbulo (Èlân); uma grande sala – o Santo
(ékal); e um reduto – o Santo dos Santos (Débír), e neste, dois gigantescos querubins
com cerca de cinco metros de altura, abrigavam com as suas asas a Arca da Aliança.
Em 586 a.C. o Templo tinha sido destruído por Nabocudonsor e reconstruído por
Zoroabel, ficando muito aquém da sua antiga magnificência.
Volta a ser destruído por Antioqus IV (175-164 a.C). É restaurado pelos Macabeus,
reencontrando o seu antigo esplendor sobre o Vale do Cedron a muralha alcançava
cento e trina metros de altura.
No tempo de Jesus, acedia-se pela esplanada dos gentíos, a que se segui um
quadrilátero, representando os limites do antigo templo e onde apenas os judeus
estavam autorizados a entrar. Daí se passava ao pátio das mulheres e, pela Pota de
Nicanor, ao pátio de Isael, só acessível aos homens. Deste, separado por uma vedação
em madeira, se passava ao pátio dos sacerdotes, onde se levantava o altar dos
holocaustos. Seguia-se o vestíbulo que estava separado do Santo por um véu de seda
de quatro cores. Um segundo véu – aquele que se rasgou ao meio no mento da morte
de Jesus, resguarda do olhar o Santo dos Santos – onde apenas o grande sacerdote
penetrava uma vez por ano.
LEITURA BÍBLICA
tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, 30porque meus olhos viram a Salvação
31que ofereceste a todos os p e glória de Israel, teu povo.» 33Seu pai e sua mãe
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estavam admirados com o que se dizia dele. 34Simeão abençoou-os e disse a Maria,
sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e
para ser sinal de contradição; 35uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de
revelar-se os pensamentos de muitos corações.» 36Havia também uma profetisa, Ana,
filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter
vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela, 37ficou viúva até aos oitenta e
quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns
e orações. 38Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do
menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
Act 3, 1-10 Cura de um aleijado – 1Pedro e João subiam ao templo, para a oração das
três horas da tarde. 2Era para ali levado um homem, coxo desde o ventre materno, que
todos os dias colocavam à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola
àqueles que entravam. 3Ao ver Pedro e João entrarem no templo, pediu-lhes esmola.
4Pedro, juntamente com João, olhando-o fixamente, disse-lhe: «Olha para nós.» 5O
coxo tinha os olhos nos dois, esperando receber alguma coisa deles. 6Mas Pedro disse-
lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus
Cristo Nazareno, levanta-te e anda!» 7E, segurando-o pela mão direita, ergueu-o. No
mesmo instante, os pés e os artelhos se lhe tornaram firmes. 8De um salto, pôs-se de
pé, começou a andar e entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a
Deus. 9Todo o povo o viu caminhar e louvar a Deus. 10Bem o conheciam, como sendo
aquele que costumava sentar-se à Porta Formosa do templo a mendigar; ficaram
cheios de assombro e estupefactos com o que lhe acabava de suceder.
Act 21, 26-30 Paulo no Templo - 26No dia seguinte, Paulo levou consigo esses homens,
purificou-se com eles e entrou no templo, onde anunciou a data em que terminavam
os dias da purificação, ao fim dos quais devia ser oferecido o sacrifício por cada um
deles. 27Quando os sete dias estavam já a terminar, os judeus da Ásia viram-no no
templo e, amotinando o povo, 28gritaram: «Homens de Israel, acudi! Este é o homem
que a todos prega, e em toda a parte, contra o nosso povo, contra a Lei e contra este
lugar! Além disso, até gregos introduziu no templo e profanou este lugar santo.» 29De
facto, tinham visto antes, na cidade, o efésio Trófimo com ele, e pensaram que Paulo o
introduziu no templo. 30A cidade inteira ficou alvoroçada e o povo corria de todos os
lados. Apoderaram-se de Paulo e arrastaram-no para fora do templo, cujas portas
imediatamente fecharam.
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ressuscitou dos mortos, os seus discípulos recordaram-se de que Ele o tinha dito e
creram na Escritura e nas palavras que tinha proferido. 23Enquanto Ele estava em
Jerusalém, durante as festas da Páscoa, muitos creram nele ao verem os sinais
miraculosos que realizava. 24Mas Jesus não se fiava deles, porque os conhecia a todos
25e não precisava de que ninguém o elucidasse acerca das pessoas, pois sabia o que
Igreja de Santa Ana
É a igreja do tempo dos Cruzados que em Jerusalém se mantém em melhor estado de
conservação. A sua construção data de 1100. Está construída sobre uma cripta que é
considerada o lugar onde nasceu a Virgem Maria.
Piscina Probática
LEITURA BÍBLICA
Jo 5, 1-9 Cura do paralítico da piscina de Betzatá – 1Depois disto, havia uma festa dos
judeus e Jesus subiu a Jerusalém. 2Em Jerusalém, junto à Porta das Ovelhas, há uma
piscina, em hebraico chamada Betzatá. Tem cinco pórticos, 3e neles jaziam numerosos
doentes, cegos, coxos e paralíticos.4 5Estava ali um homem que padecia da sua doença
há trinta e oito anos. 6Jesus, ao vê-lo prostrado e sabendo que já levava muito tempo
assim, disse-lhe: «Queres ficar são?» 7Respondeu-lhe o doente: «Senhor, não tenho
ninguém que me meta na piscina quando se agita a água, pois, enquanto eu vou,
algum outro desce antes de mim». 8Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e
anda.» 9E, no mesmo instante, aquele homem ficou são, agarrou na enxerga e
começou a andar.
LEITURA BÍBLICA
Jo 19,13 - 13Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e fê-lo sentar numa
tribuna, no lugar chamado Lajedo, ou Gabatá em hebraico.
Arco do Ecce Homo
Trata-se do lugar da condenação de Jesus. Segundo J0 19, 15, Pílatos «, depois de
mandar flagelar Jesus, entregou-o à multidão com a exclamação: “Ecce Homo!”.
Pílatos proferiu esta declaração debaixo do caro que se situa no início da Via Sacra e
que faria parte do Pretório.
LEITURA BÍBLICA
Jo 19, 14-16 - 14Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse, então,
aos judeus: «Aqui está o vosso Rei!» 15E eles bradaram: «Fora! Fora! Crucifica-o!»
Disse-lhes Pilatos: «Então, hei-de crucificar o vosso Rei?» Replicaram os sumos
sacerdotes: «Não temos outro rei, senão César.» 16Então, entregou-o para ser
crucificado. E eles tomaram conta de Jesus.
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Santo Sepulcro
A actual basílica do Santo Sepulcro incorpora, sob o mesmo tecto, o lugar do Gólgota,
o sepulcro do Senhor e o lugar onde, segundo a tradição, Santa Helena teria
encontrado a Cruz, chamada “Cripta de Santa Helena”. Escavações recentes
mostraram que desde o século VII aC até ao século I aC, o lugar do Gólgota fora uma
pedreira, e à altura de Jesus, estaria tornada num jardim.
Inicialmente era composta por três lugares distintos: a Anástasis, grandioso mausuléu
circular, onde no interior, uma rotunda apoiada sobre quatro grupos de três colunas,
intercaladas de três pares de pilastras maciças, guardava no centro, com um ligeiro
deslocamento para oeste, o sepulcro; o triplo Pórtico, elemento arquitectónico
grandioso no qual se situava o rochedo do Gólgota e que em 614 foi saqueada pelas
invasões persas; e o Martyrium, uma basílica ricamente adornada e que guardava o
espaço da crucificação e morte do Senhor, sendo destruída pelos turcos em 1009.
Os Cruzados reuniram sob o mesmo tecto todos estes lugares. Foi iniciada a
construção em 1130 e ainda hoje, com ligeiras modificações, permanece inalterada.
Está orientada para nascente e tem uma só entrada. Sobe-se por uma escada dupla e à
esquerda fica o Calvário. O santuário está dividido por duas enormes colunas em duas
naves iguais: a da direita (recordando a crucifixão) está confiada aos latinos e a da
esquerda aos gregos ortodoxos. É nesta que se encontra o altar no local em que s
ergueu a Cruz, ao lado do qual se pode ver a fenda na rocha que, segundo a tradição,
foi provocada pelo terramoto de que falam os evangelistas. De passagem para o
Sepulcro, ao nível da entrada, que dista cerca de 25 metros, venera-se a pedra da
Unção. O Santo Sepulcro está encerrado numa edícula, quase toda ela constantiniana,
debaixo da cúpula da Basílica. Entra-se no Sepulcro por uma antecâmara, chamada
capela do Anjo, onde o Anjo anunciou a ressurreição. Uma pequena porta dá acesso ao
lugar do Sepulcro.
LEITURA BÍBLICA
sortes para dividirem entre si as suas vestes. 35O povo permanecia ali, a observar; e os
chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de
Deus, o Eleito.» 36Os soldados também troçavam dele. Aproximando-se para lhe
oferecerem vinagre, 37diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!» 38E por
cima dele havia uma inscrição: «Este é o rei dos judeus.» 39Ora, um dos malfeitores que
tinham sido crucificados insultava-o, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-te a ti
mesmo e a nós também.» 40Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem
sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? 41Quanto a nós, fez-se justiça,
pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam; mas Ele nada praticou de
condenável.» 42E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu
Reino.» 43Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.»
44Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde. 45O
Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio. 46Dando um forte grito,
Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito isto, expirou. 47Ao
ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este
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homem era justo!» 48E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo,
vendo o que acontecera, regressava batendo no peito. 49Todos os seus conhecidos e as
mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia mantinham-se à distância,
observando estas coisas. 50Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e
justo, 51não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era
natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus. 52Foi ter com
Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. 53Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol e
depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
54Era o dia da Preparação e já começava o sábado. 55Entretanto, as mulheres que
tinham vindo com Ele da Galileia acompanharam José, observaram o túmulo e viram
como o corpo de Jesus fora depositado. 56Ao regressar, prepararam aromas e
perfumes; e, durante o sábado, observaram o descanso, conforme o preceito.
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Via Sacra
Via Dolorosa
INTRODUÇÃO
†Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
R. Amen.
Irmãos e irmãs, aqui reunidos, somos convidados a seguir os mesmos passos da Paixão
de Nosso Senhor Jesus Cristo, nesta Via Sacra. A Ele uniram-se muitas gerações de
mártires ao longo dos séculos. Inclinemo-nos com respeito e veneração perante as
testemunhas de todos os tempos e de cada lugar e peçamos a sua intercessão para
sermos também fortes na fé e generosos no seguimento de Jesus Cristo. Reunindo
aqui em Jerusalém connosco, num abraço de caridade sem confins, todos os homens
que vivem e sofrem hoje sobre a terra, percorrêramos juntos o caminho da cruz, para
chegar a contemplar com o olhar da fé a vitória da alegria sobre a angústia, do Amor
sobre o ódio, da Vida sobre a morte.
CÂNTICO
Se alguém quiser seguir-Me, se alguém quiser seguir-Me,
tome a sua cruz e siga-Me, tome a sua cruz e siga-me:
O Filho de Homem não veio para ser servido;
veio para servir e dar a vida.
Se alguém quiser seguir-Me,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la;
mas quem quiser perder a vida por causa de Mim
há-de encontra-la.
ORAÇÃO INICIAL
Meu Senhor e meu Deus, creio firmemente que estás aqui. Que me vês, que me ouves.
Adoro-Te como profunda reverência. Peço perdão pelos meus pecados e graça para
fazer bem este tempo de oração, meditando na Paixão de Jesus. Que dea tire muitos
propósitos de amor para a minha vida. Minha Mãe Imaculada, S. José, meu pai e
senhor, Anjo da minha Guarda, intercedei por mim.
R. Amen.
1ª ESTAÇÃO: JESUS É CONDENADA À MORTE
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz.
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Leitura do Evangelho Segundo São Mateus (Mt 27, 22-23.26)
Disse-lhes Pilatos: “Que hei-de fazer então de Jesus chamado Cristo?”. Eles
responderam: “Seja crucificado!”. E ele acrescentou: “Mas que mal fez Ele?”. Eles
então gritaram mais forte: “Seja crucificado!”. Então soltou-lhes Barrabás e, depois de
ter feito flagelar Jesu, entregou-O aos soldados para que fosse crucificado.
Meditação
Muitas vezes condenamos Jesus na pessoa dos nossos irmãos. Nosso Senhor disse que
o que fizermos aos irmãos, de bem ou de mal, é a Ele que o fazemos. Quando falamos
mal dos outros, quando criticamos, pior ainda, quando levantamos falso testemunho,
voltamos a condenar Jesus. Pedimos perdão ao Senhor por todas as vezes que temos
feito sofrer os nossos irmãos com as nossas palavras e com as nossas atitudes.
Propósito desta Estação:
Falar menos dos outros e falar mais com Deus.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Estava a Mãe dolorosa,
Junto da cruz, lacrimosa,
Enquanto Jesu sofria.
IIª ESTAÇÃO: JESUS CARREGA COMA CRUZ ÀS COSTAS
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz.
Leitura do Evangelho Segundo São Mateus (Mt 27, 27-31)
Então os soldados do governador, levando Jesus para o Pretório, reuniram toda a
corte. Despiram-n´O e puseram-Lhe uma capa escarlate e, tecendo, uma coroa de
espinhos, puseram-lha na cabeça e uma cana na mão direta; e depois, enquanto se
ajoelhavam diante d´Ele, faziam troça, dizendo: “Salve, rei dos judeus!”. E cuspindo
n´Ele, tiraram-Lhe a cana e batiam-Lhe com ela na cabeça. Depois, despiram-Lhe a
capa escarlate, vestiram-n´O com as suas vestes e levaram-n´O para O crucificar.
Meditação
A nossa cruz são as nossas dificuldades de cada dia. As nossas doenças e as dos nossos,
as nossas preocupações, os nossos pecados. Esta é a nossa cruz! Jesus diz-nos que é
preciso agarrar a cruz de cada dia com amor e confiança.
Pedimos perdão ao Senhor pelas vezes em que desanimámos, em que nos revoltamos,
em que não valorizamos a nossa cruz.
Propósito desta Estação
Agarra com alegria e confiança em Deus a cruz de cada dia.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
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R. Porque somos pecadores.
Uma longa e fria espada,
Nessa hora atribulada,
O seu coração feria.
IIIª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz.
Leitura do Livro de Isaías (Is 53, 4-6)
Ele carregou os nossos sofrimentos, tomou sobre Sias nossas dores como alguém eu
merece castigo, e é ferido por Deus e humilhado Ele foi alguém que merce castigo, e é
ferido pro Deus e humilhado. Ele foi trespassado pelos nossos delitos, esmagado pelas
nossas iniquidades. O castigo eu nos dá a salvação, caiu sobre Ele; por Suas feridas nós
fomos curados. Todos nós andávamos errantes como um rebanho, seguindo cada qual
o seu caminho; O Senhor fez cair sobre Ele nossa iniquidade.
Meditação
Também nós caímos muitas vezes. Caímos no pecado, caímos no desânimo, caímos na
tristeza. Jesus cai para nos animar a levantar, como Ele, depois de cada queda.
Pedimos perdão ao Senhor pelas vezes em que ficámos caídos e não quisemos
levantar-nos, pelo arrependimento, pela confissão pela confiança em Deus.
Propósito desta Estação:
Fazer nesta peregrinação uma confissão muito bem eita, com arrependimento e
propósito de emenda.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Oh! Quão triste e quão aflita,
Padecia a Mãe bendita,
Entre blasfémias e pragas.
IVª ESTAÇÃO: JESUS ENCONTRA A SUA MÃE
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz.
Leitura do Evangelho de São Lucas (Lc 2, 34-35.51)
Simeão disse a Maria, sua mãe: “Eis que este menino vai ser motivo de queda e
elevação de muitos em Israel. Ele será m sinal de contradição, para que se revelem os
pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada trespassará a tua alma”.
Sua mãe conservava todas estas coisas em seu coração.
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Meditação
Nossa Senhora também vem sempre ao nosso encontro, sobretudo quando nos vê
mais fracos, mais pecadores, mais doentes. Pedimos perdão à Virgem Santíssima, por
todas as vezes em que não recorremos a Ela. Colocamos a nossa vida nas Suas mãos.
Propósito desta Estação
Rezar melhor o terço cada dia. Se não temos o costume de o rezar, comecemos a
rezar, pelo menos, um mistério diariamente.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Ao olhar o Filho Amado,
De pés e braços pregado,
Sangrando das Cinco Chagas!
Vª ESTAÇÃO: SIMÃO DE CIRENE AJUDA JESUS A LEVANTAR A CRUZ
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz.
Leitura do Evangelho de São Mateus (Mt 27, 32)
Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, de nome Simão e obrigaram-no a
carregar a cruz de Jesus.
Meditação
Também nós temos que ser cireneus uns dos outros. Preocuparmo-nos com os
sofrimentos dos nossos irmãos. Ajudarmos os outros a levar a sua cruz.
Pedimos perdão ao Senhor por todas as vezes que fomos egoístas, indiferentes ao
sofrimento dos nossos irmãos.
Propósito desta Estação:
Fazer bem sem olhara quem, Oferecer actos de caridade em reparação dos nossos
pecados.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Quem é que não choraria,
Ao ver a Virgem Maria,
Rasgada em seu coração.
VIª ESTAÇÃO: VERÒNICA LIMPA O ROSTO DE JESUS
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz.
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Leitura do Livro de Isaías (Is 53, 23)
Não tem aparência nem beleza para atrair o nosso olhar, nem simpatia que nos leve a
apreciá-l´O. Desprezado e rejeitado por todos, homem das dores, familiarizado com o
sofrimento; como alguém diante do qual se esconde o rosto…
Meditação
Temos que imitar Santa Verónica no seu amor, sem respeitos humanos. Ela não teve
medo de ir contra o pensar de todos e fazer este gosto pequeno que tanto aliviou
Nosso Senhor. Jesus recompensou-a deixando-lhe impressa a Sua imagem. Quando
fazemos o bem, ainda que seja em coisas pequenas, Jesus grava a Sua Imagem no
nosso coração.
Pedimos perdão ao Senhor por todas as vezes em que nos envergonhamos d´Ele
diante dos outros.
Propósito desta Estação:
Fazer, sempre que possível, actos públicos de amor a Nosso Senhor e à Sua Igreja.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Sem poder, em tal momento,
Conter as fúrias do vento
e os ódios da multidão!
VIIª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz.
Leitura da Carta aos Hebreus (Hb 4, 15)
Eu sou o homem que conheceu a miséria sob a vara do seu furor. Ele me guiou e me
rez andar nas trevas e não na luz… Murou os meus caminhos com pedras lavradas,
obstruiu as minhas veredas… Ele quebrou os meus dentes com cascalho estendeu-me
na cinza. Não temos um sumo acerdote incapaz de se compadecer das nossas
enfermidades, pois Ele mesmo foi provado em tudo como nós, excepto no pecado.
Meditação
Quantas vezes nós caímos nas mesmas faltas. Há quanto tempo andamos para
emendarmos um defeito sem conseguirmos. Quantas ocasiões de pecado procuradas!
Este lugar, esta pessoa, esta situação que, sabemos, nos faz mal à alma. E nós sempre
a cair no mesmo.
Pedimos perdão ao Senhor pelo pouco cuidado que temos posto na luta contra o
pecado.
Propósito desta Estação:
Fugir de todas as ocasiões de pecado, mesmo das mais simples.
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V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Firme e heroica no seu posto,
Viu Jesus, pendendo o rosto,
Soltar o alento final.
VIIIª ESTAÇÃO: JESUS ENCONTRA AS MULHERES DE JERUSALÉM
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz.
Leitura do Evangelho Segundo São Lucas (Lc 23, 27-29.31)
Grande multidão O seguia, e as mulheres batiam no peito e lamentavam-se por causa
d´Ele. Jesus, porém, voltando-Se para as mulheres, disse: “Filhas de Jerusalém, não
choreis sobre Mim, mas antes sobre vós mesmas e sobre os vossos filhos. Dias virão
em que se dirá: Felizes as estéreis cujas entranhas nunca deram à luz e cujos seios
nunca amamentaram. Pois se tratam assim o lenho verde, o que acontecerá com o
seco?”.
Meditação
Jesus diz a estas mulheres piedosas: “Não choreis por Mim, chorai por vós mesmas e
pelos vossos filhos”. Jesus quer que choremos os nossos pecados. Que nos
convertamos ao Seu amor. O arrependimento sincero é o primeiro passo para a
conversão. Estou verdadeiramente arrependido dos meus pecados?
Pedimos perdão ao Senhor por todos os pecados da nossa vida passada,
principalmente daqueles em que mais O ofendemos.
Propósito desta Estação:
Detestar o pecado. Fugir dele como se foge da pior doença, do pior mal.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Sobre o ódio O matava,
fostes o amor, que adorava,
o Filho três vezes santo.
IXª ESTAÇÃO: JESUS CAIPELA TERCEIRA VEZ
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz.
Leitura do Evangelho Segundo São Mateus (Mt 11, 28-29)
Vinde a Mim, vós todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai
sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração.
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Meditação
Tantos irmãos nossos vivem caídos no pecado, e longe de Deus. Como Nossa Senhora
nos recomendou em Fátima, temos que rezar muito pela conversão dos pecadores. Há
muitas almas que se condenam por não terem quem reze por elas.
Pedimos perdão ao Senhor pelos pecados de toda a Humanidade.
Propósito desta Estação:
Rezar todos os dias pela conversão dos pecadores, principalmente da nossa família e
da nossa paróquia.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Maria, fonte de amor,
Fazei que, na vossa dor,
Convosco eu chore também.
Xª ESTAÇÃO: JESUS É DESPOJADO DAS SUAS VESTES
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz
Leitura do Evangelho Segundo São João (Jo 19, 23-24)
Depois de crucificarem Jesus, os soldados dividiram em quatro as suas vestes, icando
cada um como a sua parte. Deixaram de lado a túnica. Era uma peça única e sem
costura. Por isso disseram entre si: “Não a rasquemos, mas tiremo-la à sorte para ver
com quem fica”. Assim se cumpria a Escritura: “Repartiram entre si as minhas estes e
deitaram sortes sobre a minha túnica”.
Meditação
Quantas vezes ofendemos a Deus com a impureza dos nossos costumes. Com as
nossas palavras, com os nossos olhos, com o nosso coração sujo. Precisamos de nos
despir de toda a impureza. Guardar respeito ao nosso corpo e ao dos outros, que é
templo da Santíssima Trindade.
Pedimos perdão ao Senhor pelos modos e costumes que tanto ofendem a Deus.
Propósito desta Estação:
Andar dignamente como cristãos e filhos de Deus. Lutar contra a impureza.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Fazei que o meu coração
Seja todo gratidão,
A Cristo, de quem sois Mãe.
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XIª ESTAÇÃO: JESUS É PREGADO NA CRUZ
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz
Leitura do Evangelho Segundo São Lucas (Mt 27, 35-42)
Depois de O crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes. E
ficaram ali sentados a guardá-l´O. Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua
condenação: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”. Com Ele oram crucificados dois ladrões,
um à direita, outro à esquerda. E os que passavam perto, injuriavam-n´O, meneando a
cabeça e dizendo: “… Se Tu és o Filho de Deus, desce da cruz!”.
Meditação
Jesus abre os braços e entrega-se à Cruz. Quantas vezes nós fugimos da nossa cruz. Do
cumprimento do nosso dever, das nossas dores. Não queremos cruz. Pedimos perdão
ao Senhor por todas as vezes em que fugimos da cruz.
Propósito desta Estação:
Sermos mais mortificados. Fazermos mais penitência pelos nossos pecados.
Não fugir do sacrifício e da Cruz.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Do vosso olhar vem a luz,
Que me leva a ver Jesus,
Na Sua imensa agonia.
XIIª ESTAÇÃO: JESUS MORRE NA CRUZ
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz
Leitura do Evangelho Segundo São Mateus (Mt 27, 45-46.50)~
Desde o meio-dia até às três horas da tarde fez-se escuridão em toda a terra. Pelas três
horas, Jesus deu um grande grito: “Eli, Eli, Iamá sabactâni?”, que significa:”Meu Deus,
meu Deus, por que Me abandonaste?”… E Jesus, dando um grande grito, entregou o
espírito.
Meditação
Temos que morrer para o mal e viver para a graça de Deus. Temos que nos preparar
para a morte. Pensar que também nós temos que dar contas a Deus. Pedimos perdão
ao Senhor por pensarmos tão pouco na nossa vida espiritual.
Propósito desta Estação:
Rezar todos os dias generosamente pelas almas do Purgatório.
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V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Convosco, ó Virgem partilho
Das penas do vosso Filho,
Em quem minha alma confia.
XIIIª ESTAÇÃO: O CORPO DE JESUS É DESCIDO DA CRUZ
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz
Leitura do Evangelho Segundo São Mateus (Mt 27, 55. 57-58)
Estavam ali muitas mulheres, o olhar de longe; elas tinham seguido Jesus desde a
Galileia para O servir… Ao entardecer, chegou um homem rico de Arimateia, chamado
José, que também se tornara discípulo de Jesus. Ele dirigiu-se a Pilatos e pediu-lhe o
corpo de Jesus. Então Pilatos que lhe fosse entregue.
Meditação
Que Nossa Senhora nos tome nos braços quando nos vir mortos pelo pecado, ou
feridos pela maldade. Que o Coração de Maria seja o nosso refúgio e o caminho a
conduzir-nos para Deus.
Propósito desta Estação:
Amar mais o Coração de Maria, rezar cada dia o Santo Rosário como Ela nos pediu em
Fátima.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
Mãos postas, à vossa beira,
Saiba eu, a vida inteira,
Guiar por vós os meus passos.
XIVª ESTAÇÃO: JESUSÉ SEPULTADO
V. Nós Vos adoramos e bendizemos ó Jesus.
R. Porque remistes o mundo pela vossa Cruz
Leitura do Evangelho segundo São Mateus (Mt 27, 59-61)
José, tomando o corpo de Jesus, envolveu-O num lençol limpo e colocu-o num túmulo
novo, que mandou escavar na rocha. Em seguida, rolou uma grande pedra para fechar
a entrada do túmulo e retirou-se. Maria Madalena e a outra Maria estavam ali
sentadas, era frente do sepulcro.
Meditação
Precisamos do silêncio do sepulcro para crescer interiormente. Sepultados com Cristo
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no silêncio da oração e do repouso, para ressuscitarmos cada dia para a vida da graça
divina.
Pedimos perdão ao Senhor por dedicarmos tão pouco tempo à oração.
Propósito desta Estação:
Amor ao silêncio e à reflexão.
V. Tende compaixão de nós, Senhor!
R. Porque somos pecadores.
E quando a morte vier,
Eu me sinta adormecer,
No calor dos vossos braços.
ORAÇÃO FINAL
Todos: Senhor, que a meditação das Vossas dores e sofrimentos, seguindo os Vossos
passos na Via Dolorosa, destrua a minha soberba, suavize o meu coração e o prepare
pra receber o Vosso inesgotável amor e perdão. Que, consciente das minhas quedas e
defeitos, no meio das minhas penas e trabalhos, eu Vos busque sempre e que,
contemplando o Vosso coração aberto e ferido por amor a mim, eu possa mergulhar
nele como uma gota de água, e me perca sempre na imensidade da Vossa
misericórdia. Amém.
CÂNTICO FINAL
Vitória! Tu reinarás! Ó cruz, tu nos salvarás! (bis)
Irmãos, unidos no amor,
cantai um hino de glória,
um cântico de louvor.
A Cristo cantai vitória.
Unidos na caridade,
unidos no amor de Deus.
Com Cristo até à Trindade,
com Cristo da terra aos céus.
O mundo acreditará
em Jesus, verdade e bem.
E Cristo triunfará
com Maria, nossa Mãe!
70
DIA 8
18 de Novembro de 2019, Segunda-feira
Jerusalém | Lisboa | Algarve
PROGRAMA
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