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Mensagem Você Não É Obrigado A Morrer No Deserto

1) O documento discute como os crentes enfrentam provações no deserto e como Deus é fiel a seu povo, mesmo em meio a sofrimentos. 2) Ele usa o exemplo bíblico de como o povo de Israel murmurou contra Deus no deserto após sair do Egito, levando-os a vagar por 40 anos. 3) O autor argumenta que todos passam por provações e que a fé é colocada à prova no deserto, mudando-nos para melhor ou pior.

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Mensagem Você Não É Obrigado A Morrer No Deserto

1) O documento discute como os crentes enfrentam provações no deserto e como Deus é fiel a seu povo, mesmo em meio a sofrimentos. 2) Ele usa o exemplo bíblico de como o povo de Israel murmurou contra Deus no deserto após sair do Egito, levando-os a vagar por 40 anos. 3) O autor argumenta que todos passam por provações e que a fé é colocada à prova no deserto, mudando-nos para melhor ou pior.

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Tema: VOCÊ NÃO É OBRIGADO A MORRER NO DESERTO

Texto base: Dt 1.30


Int.: Deus é fiel ao seu povo em meio as provações. É inspirador para a nossa fé
testemunhos nos quais crentes emergem de seus sofrimentos no deserto, regozijando-
se na fidelidade de Deus. Eles falam de dores terríveis, provas, calamidades,
tragédias, provações que parecem nunca ter fim. Primeiro suas esperanças são
elevadas, daí então eles são frustrados; experimentam rompantes súbitos de força
sobrenatural, mas depois são subjugados por um medo terrível. E perguntas
importurnas inundam suas mentes: "Por que esta desgraça veio para mim? Será que
Deus está me julgando por algum pecado do passado? Por que minhas orações não
estão sendo respondidas? Eu tenho jejuado e orado, mas não ouço nada. Por que?".
Eles podem ter oscilado durante a provação, e quase desfaleceram. Mas em meio a
tudo isso, eles guardaram a fé. Como? Foi porque permitiram que os sofrimentos os
direcionassem para seus joelhos. Como resultado, sua confiança no Senhor somente
aumentou. Eles saíram do deserto testemunhando a bondade e o poder de libertação
de Deus.
Nunca se ouviu falar de tanto sofrimento em meio ao povo de Deus, as pessoas estão
sendo acometidas por doenças terríveis e mortais. Famílias estão se desintegrando,
com maridos e esposas se divorciando, filhos rebelando-se e voltando-se para as
drogas. Outros num deserto mental ou espiritual. Enfrentam depressão, medo,
ansiedades de todos os tipos. Alguns carregam o peso de dificuldades financeiras e
dívidas acumuladas. E agora o estresse os levou a um deserto de desespero. Muitos
cristãos parecem nunca encontrar o conforto, a consolação e a força de Deus. Deixe-
me lhe perguntar: como você tem enfrentado suas provações no deserto? Talvez você
esteja passando por uma agora mesmo. Talvez seu deserto seja o Vale da Morte.
Você ouviu as palavras do médico: "É câncer. Maligno". Ou, talvez alguém da família
tenha recebido diagnóstico de uma enfermidade incurável; você compartilha da dor de
inúmeras outras pessoas que suportam horas e horas de espera numa sala de
hospital, chorando e clamando em silêncio por um milagre. Talvez o seu deserto seja
uma depressão profunda. Todo dia você tem medo de acordar porque uma nuvem
negra está continuamente sobre você. Seu clamor constante é, "Senhor, me ajude. Eu
não posso mais suportar isso".  Quando vai à igreja, você faz o melhor possível para
mostrar um sorriso. Mas por dentro, você está atravessando o inferno. Você jejuou,
orou, buscou a Deus por dias, semanas, meses. Mas Deus não parece estar
respondendo sua oração.
Às vezes, todos nós acabamos num deserto, apesar disso, muitos cristãos recusam-se
a aceitar que o deserto inevitavelmente chega para todos nós. Eles acham que esse
tipo de conversa indica falta de fé. Davi escreve, "Salva-me, ó Deus, pois as águas me
sobem até o pescoço. Atolei-me em profundo lamaçal, onde não se pode firmar o pé;
entrei na profundeza das águas, onde a corrente me submerge. Estou cansado de
clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem de esperar por meu Deus"
(Sl 69.1-3) .
A Bíblia é clara sobre isso. Mesmo o mais piedoso dentre nós passa por profundas
provações no deserto. A pergunta é: de que modo sairemos dessas experiências? Nós
podemos ter certeza que nossa experiência no deserto irá provocar mudanças em nós.
Afinal de contas, é somente no deserto que nossa fé é colocada à prova. Então, a
provação que você está vivendo hoje está lhe mudando para melhor ou para pior?
I. O Senhor pelejará por ti
Todo o livro de Deuteronômio consiste em um único discurso de Moisés, feito pouco
antes de sua morte. Esse discurso faz uma revisão dos quarenta anos que Israel tinha
passado vagando no deserto. E Moisés o faz dirigido à nova geração de israelitas.
À época o povo estava colocado nos altos de Cades-Barnéia, um lugar importante em
sua história. Estavam na fronteira de Canaã, a terra prometida. Era o mesmo local
onde seus pais haviam estado trinta e oito anos antes. Era também o lugar onde Deus
havia impedido a velha geração de entrar na terra prometida. O Senhor os enviou de
volta ao deserto, para vagar até que toda a geração morresse, com exceção de Josué
e Calebe.
Agora Moisés relembrava à nova geração a história de seus pais. Ele queria que eles
soubessem exatamente porque a geração precedente havia morrido - e fora
considerada desesperadamente rebelde aos olhos de Deus. Moisés insistia em que
aprendessem a partir dos erros trágicos dos pais, dizendo algo como: "Vocês
conhecem a história de seus pais. Eram um povo chamado, escolhido e ungido por
Deus. Mas perderam a visão. O Senhor os amou de tal maneira que os pegou nos
braços, e os pôs no colo inúmeras vezes. Contudo, vez após vez, eles murmuraram e
reclamaram dEle, entristecendo-O. Finalmente, a paciência de Deus chegou ao fim.
Ele viu que eles tinham se comprometido com a incredulidade. E não havia nada que
Ele poderia fazer para que mudassem de opinião; nenhum milagre que Ele realizasse
conseguiria lhes persuadir totalmente quanto à Sua fidelidade e bondade. Seus
corações eram como granito. Então Deus lhes disse: 'Nenhum de vocês entrará na
terra prometida. Pelo contrário, agora mesmo vocês vão fazer a volta - e retornar ao
deserto."'
Que palavras poderosas. Mas Moisés não estava falando apenas à nova geração de
israelitas. Ele também estava se dirigindo a cada uma das gerações de crentes que se
seguiriam, incluindo nós hoje. Como todos os registros do Velho Testamento, esse foi
escrito "para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm
chegado" (1Co 10.11).
Moisés está nos mostrando o perigo da incredulidade. E previne que a menos que
levemos essa questão a sério, sofreremos as mesmas terríveis conseqüências
daqueles que caíram antes de nós: "A fim de que ninguém caia, seguindo o mesmo
exemplo de desobediência" (Hb 4.11). Ele está dizendo, basicamente: "Não importa
que tipo de coisa impossível vocês estejam enfrentando, ou o quanto à situação
pareça desesperadora. Vocês não devem cair no mesmo pecado de incredulidade.
Caso contrário, irão acabar em um deserto terrível, como eles. E vagarão por ele pelo
resto da vida".
"Deus é fiel para lhes guiar. E Ele levou seus pais a crises por um motivo: para ensiná-
los a confiar nEle. Ele queria um povo inabalável na fé. Eles deveriam sair do deserto
com uma fé provada - pura como ouro. Ele queria que fossem um testemunho para o
mundo da bondade dEle para com o Seu povo."
Acredito que a nossa geração tem aceito o pecado da incredulidade de maneira muito
leviana. E agora mesmo, estamos vendo os trágicos resultados. Vejo muitos crentes
atualmente cheios de depressão e inquietude. Claro, alguns sofrem estas coisas por
razões físicas. Mas muitos outros suportam tal sofrimento devido à situação espiritual.
Em minha opinião, a depressão de tais pessoas é resultado do desagrado de Deus
pela incredulidade contínua.
O Senhor sempre usa linguagem forte ao se referir à incredulidade em meio ao Seu
povo - termos como ira, cólera, abominação, tentar a Deus. Moisés levanta esse ponto
ao lembrar os jovens israelitas quanto a isso: "Vistes que o Senhor, vosso Deus, nele
(deserto) vos levou, como um homem leva a seu filho, por todo o caminho pelo qual
andastes... Tendo, pois, ouvido o Senhor as vossas palavras (de incredulidade),
indignou-se e jurou, dizendo: Certamente, nenhum dos homens desta maligna geração
verá a boa terra que jurei dar a vossos pais" (Dt 1.31,34-35).
Moisés então descreve o trágico erro que os pais haviam cometido em Cades-Barnéia.
Aconteceu pouco após a travessia do mar Vermelho. Deus havia ordenado que Israel
avançasse ousadamente à Canaã. E havia lhes dado poderosas palavras de
segurança:
"Eis que o Senhor, teu Deus, te colocou essa terra diante de ti. Sobe, possui-a, como
te falou o Senhor, Deus de teus pais: Não temas e não te assustes... Não vos
espanteis, nem os temais. O Senhor, vosso Deus, que vai adiante de vós, ele pelejará
por vós, segundo tudo o que fez conosco, diante de vossos olhos, no Egito" (Dt
1.21,29-30). Que promessa incrível. Nenhum de seus inimigos conseguiria enfrentá-los
(7.24).
Mas Israel vacilou diante da promessa de Deus. Ao invés de aceitá-Lo segundo a Sua
palavra, insistiram em enviar espiões à Canaã. E esses espiões trouxeram "más
notícias", cheias de incredulidade. Falaram de gigantes e de cidades cercadas por
altas muralhas. E o povo acreditou nesse relatório que trouxeram: "Porém vós não
quisestes subir, mas fostes rebeldes à ordem do Senhor, vosso Deus" (v. 26). Agora
Moisés diz à nova geração: "Eles deveriam ter se movido na mesma hora segundo a
palavra de Deus. O Senhor havia dito que lutaria por eles. Mas eles se rebelaram".
Dá para você ver o quê aconteceu com a velha geração? O envio daqueles espiões
para Canaã foi um ato de incredulidade. E enquanto esses espiões estiveram lá, foram
influenciados por Satanás. Ficaram sujeitos às mentiras do inimigo porque não haviam
seguido a palavra de Deus. E assim voltaram ao acampamento como instrumentos do
diabo.
Após ouvir o relatório maldito, o povo agitou os punhos contra Deus acusando: "O
Senhor nos abandonou, Deus. O Senhor nos trouxe aqui para morrer". Poucos meses
antes, este mesmo povo havia sido separado por Deus, tornado especial aos Seus
olhos, e milagrosamente salvo. Mas agora o acampamento todo se via confuso. Eles
perguntavam entre si: "Será que Deus não está mais conosco?". Logo começaram a
chorar pelos filhos: "Os nossos filhos vão morrer de fome neste deserto. Deus nos
odeia!".
Moisés lembra os jovens israelitas das acusações dos pais: "Murmurastes nas vossas
tendas e dissestes: Tem o Senhor contra nós ódio; por isso, nos tirou da terra do Egito
para nos entregar nas mãos dos amorreus e destruir-nos" (v. 27).
I. Cades-Barnéia é onde Deus leva todos os seus filhos para o teste definitivo da

Cades-Barnéia é o local da coisa assumidamente impossível. A própria palavra vem da
raiz hebraica significando "fugitivo, vagabundo, vagante". Resumindo - se você tomar a
decisão errada aqui, acabará vagando por um deserto o resto da vida.
Muitos cristãos estão exatamente nesse ponto agora. Deus lhes deu Suas promessas
de Aliança; lhes deu um passado histórico maravilhoso consigo, lhes concedendo
milagre após milagre de libertação. Mas o diabo foi a eles com mentiras, dizendo que
não conseguiriam acabar a carreira. Ele os convenceu de que não eram bons o
suficiente, de que Deus ainda estava zangado com eles devido a pecados passados, e
que nunca os perdoaria.
Diga: você começou a aceitar estas mentiras? Você acha que Deus irá falhar quando a
sua crise chegar? Se é assim, então em algum ponto de seu caminhar você deixou de
aceitar a Deus segundo a palavra d'Ele. Você não agiu segundo o Seu comando. E o
quê foi verdadeiro para Israel é também verdadeiro para você: o teste que você
enfrenta em Cades-Barnéia irá determinar o curso de seus anos restantes.
Como Israel, você tem sido carregado nos braços de Deus em meio a um terrível
deserto. Ao olhar para trás, você pode recordar as tremendas provações que
enfrentou, os dolorosos fracassos que suportou. Você passou por lutas que jamais
pensou que iria superar. Mas Deus lhe foi fiel em cada uma delas. Toda vez, Ele
misericordiosamente se inclinou e lhe levantou. E agora você pode dizer: "Deus nunca
falhou comigo. Estou aqui hoje pela Sua graça. É verdade - Deus me pôs em Seus
braços, do jeito que um pai pega o filho".
E mais, Deus o trouxe para fora a fim de o colocar dentro. Há uma terra prometida à
sua frente, da mesma maneira que havia para Israel: "Portanto, resta um repouso para
o povo de Deus" (Hb 4.9). Deus o salvou para levá-lo a um lugar de repouso. O quê é
esse repouso? É um lugar de fé e de confiança inabaláveis no Senhor. É um lugar de
dependente confiabilidade em Suas promessas - de que elas cuidarão de você em
meio a seus períodos mais difíceis.
Mas para chegar a esse lugar de repouso, você primeiro precisa passar por Cades-
Barnéia. Chegando lá, você estará face a face com uma batalha tão intensa, que
superará tudo que já viveu. Há inimigos, gigantes, altas muralhas, coisas que lhe
parecem totalmente insuperáveis. E você precisa submeter totalmente a sua confiança
ao Senhor para prosseguir.
Já vimos como os israelitas hesitaram em agir segundo a palavra de Deus em Cades-
Barnéia. Como resultado, Satanás os colocou sob a influência de dez mentirosos
inspirados pelo demônio. Qual o resultado? O resultado é que o povo acabou
pensando que Deus estava resolvido a lhes destruir. E o mesmo se mantém verdade
para nós hoje. Quando nos recusamos a agir rapidamente em cima das promessas de
Deus, nos abrimos a espantosas mentiras demoníacas. E essas mentiras têm o
objetivo de destruir a nossa fé.
Satanás quer que pensemos que Deus nos deixou lutando sozinhos; nos diz que as
muralhas à frente são altas demais, que não há como escalá-las para a vitória. Diz que
vamos fracassar, que todo o nosso caminhar com Jesus foi em vão. Ele cochicha que
não adianta continuar, que é melhor desistir. Lhe digo o seguinte: é por isso que Deus
sempre quer que ajamos rapidamente segundo a Sua palavra. Ele não quer que o
diabo tenha chance de nos assaltar com mentiras.
Alguém pode pensar: "Eu nunca iria acreditar que Deus me odeia. Como vou achar
que o Senhor esteja a fim de me destruir?". Mesmo assim, se ouvirmos as mentiras de
Satanás, é exatamente isso que acabaremos dizendo: "Deus me levou a uma situação
impossível. Não há sinal de Ele estar arranjando uma saída para mim. No entanto, Ele
diz que não permitiria que eu suportasse algo acima de minhas forças. E agora mesmo
o que estou passando é mais do que posso suportar". Tais pensamentos são
acusação direta contra Deus. Eles O acusam de não estar conosco em meio ao
sofrimento.
Vemos novamente esta incredulidade em Israel quando chegaram a Refidim. Este era
o local mais seco do deserto, e outro lugar de crise. Logo o povo começou a agonizar
de sede. E uma vez mais, perderam toda a confiança em Deus: "Está o Senhor no
meio de nós ou não?" (Êx 17.7), querendo dizer: "Se Deus estivesse conosco, nós não
estaríamos nessa crise. Desta vez é insuperável".
II. No fundo, o motivo da incredulidade de israel, é o mesmo motivo da
incredulidade da igreja hoje.
Simplificando: a palavra de Deus não foi suficiente para Israel. O Senhor lhes havia
dado promessas incríveis; contudo em meio à crise, Israel nunca confiou em Sua
palavra. A despeito de cada uma das promessas, de cada compromisso férreo de
cuidar deles, eles entenderam Sua palavra como algo inútil. Como? Eles nunca a
juntaram à fé: "A palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido
acompanhada pela fé" (Hb 4.2).
Em vez disso, o povo sempre pediu uma nova palavra de Deus. Vemos isso em seu
questionamento: "Deus está conosco, ou não?". Em outras palavras: "Temos de saber
se Deus está conosco nessa crise, não na crise anterior. Precisamos de uma nova
revelação dEle, para essa nova situação". Eu lhe pergunto: como alguém poderia
esquecer tão rapidamente tudo que Deus havia feito por eles? Israel havia removido
da lembrança todos os exemplos passados de libertações feitas por Deus. Eles jamais
permitiram que Seus atos sobrenaturais passados edificassem sua fé nEle.
Mesmo assim, a despeito das acusações contra Ele, Deus proferiu uma outra palavra
para Israel. Ele instruiu Moisés a lhes dizer: "Não vos espanteis, nem os temais (os
inimigos). O Senhor, vosso Deus, que vai adiante de vós, ele pelejará por vós,
segundo tudo o que fez conosco, diante de vossos olhos, no Egito" (Dt. 1.29-30).
Ora, essa promessa não era nova. Deus estava apenas reafirmando o que já havia
dito ao Seu povo: "O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis" (Êx 14.14). Ele os
estava lembrando: "Lhes disse no Egito que Eu iria à frente. Disse que habitaria em
seu meio, e lutaria por vocês contra todos os inimigos". E Ele havia feito exatamente
isto. Deus os havia livrado todas as vezes, à cada provação.
Vez após vez Deus lhes havia dito: "Estou com vocês. Vou lutar por vocês. Agora
então, apropriem-se desta promessa, e não a esqueçam". Mesmo assim, cá estavam
eles em Cades-Barnéia, tremendo diante do inimigo, e se concentrando na própria
fraqueza. Finalmente, raciocinaram assim: "Não estamos capacitados para irmos
contra eles". Isso era duvidar escandalosamente - duvidar do chamado de Deus para
as suas vidas, duvidar que Ele os havia enviado, duvidar de Sua presença em seu
meio.
Você pode achar que nunca iria reagir dessa maneira. Contudo muitos cristãos hoje
dizem coisas similares: "Senhor, Tu estás realmente comigo? Sei o quê o Senhor me
prometeu. Mas isso é verdade mesmo? Posso confiar no que o Senhor disse? Preciso
novamente ouvir algo novo de Ti. Preciso de uma nova palavra. Por favor, me dê um
pouco mais de segurança".
Acabamos tremendo diante do inimigo de nossas almas. E tudo porque não cremos no
que Deus nos prometeu. Agimos como se Ele nunca tenha dito uma palavra a nós. E é
precisamente aí que O "tentamos". Mesmo que Ele já tenha se provado a nós
inúmeras vezes, nós continuamente pedimos que outra vez nos prove a Sua
fidelidade, que nos envie mais uma palavra para edificar a fé. Mas Deus dirá apenas
uma palavra: "Creia no que Eu te disse".
Você treme diante de um pecado que lhe assedia, e que cresce diante de si como uma
cidade murada? Se é o caso, o que Deus lhe disse quanto a essa fortaleza inimiga?
Por toda a Sua palavra, Ele promete: "Eu lutarei por ti. Você não precisa ter medo.
Maior é o que está em ti, do que o que está no mundo. Não há pessoa ou inimigo que
possa te arrancar da Minha mão. Eu te purificarei e santificarei, pelo Meu Espírito.
Confie na Minha palavra revelada a ti".
III. A incredulidade é até um pecado maior no novo testamento do que no velho
Jesus veio como profeta e operador de milagres à Sua própria casa, Israel. No entanto
somos informados de que "não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade
deles" (Mateus 13:58). Que afirmação incrível. A incredulidade limitou até o poder de
Cristo para operar.
Vemos outros resultados trágicos da incredulidade por todo o Novo Testamento. Os
discípulos não conseguiram expulsar um demônio de uma pequena criança devido à
incredulidade. E Jesus os repreendeu por isso (v. Mateus 17:14-21). Após a
ressurreição, Cristo ficou chocado novamente devido à incredulidade deles: "e
censurou-lhes a incredulidade e dureza do coração" (Marcos 16:14). E também, Paulo
diz o seguinte sobre os judeus: "Pela sua incredulidade, foram quebrados" (Romanos
11:20).
Por que o julgamento de Deus quanto à incredulidade é tão severo no Novo
Testamento? É porque os crentes de hoje receberam algo que os santos do Velho
Testamento somente podiam sonhar. Deus nos abençoou com o dom do Seu Espírito
Santo. Sob a Velha Aliança, os crentes eram visitados pelo Espírito de Deus só
ocasionalmente. Eles tinham de ir ao templo para experimentar a presença do Senhor.
Mas hoje Deus faz Sua habitação no Seu povo. Nós somos o Seu templo, e a Sua
presença habita todo crente.
No Velho Testamento, Abraão só ocasionalmente era visitado por um anjo, ou recebia
uma palavra de Deus. E ele cria no que lhe era dito. Abraão confiava que Deus era
capaz de cumprir tudo que prometia. Ele "não duvidou, por incredulidade, da promessa
de Deus" (Romanos 4:20). Contudo hoje, Jesus está disponível a nós a qualquer hora
do dia. Temos habilitação para apelar a Ele a nossa vida toda, e sabemos que Ele
responderá. Ele nos convida a irmos ousadamente à Sua sala do trono, para
tornarmos conhecidas as nossas petições. E nos dá consolação e direcionamento
através do Espírito Santo.
Mesmo assim, a despeito destas bênçãos, ainda duvidamos de Deus nas ocasiões de
provações extremas. Jesus repreende essa incredulidade, dizendo: "Não fará Deus
justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado
em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o
Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?" (Lucas 18:7-8). Se Cristo fosse
voltar hoje, Ele acharia fé em você?
IV. Aqui Estão as Conseqüências da Incredulidade
"Também foi contra eles a mão do Senhor, para os destruir...até que toda aquela
geração dos homens... se consumiu..." (Deuteronômio 2:15,14). Cá está uma das
linguagens mais duras de toda a Bíblia em relação à incredulidade. Você pode achar:
"Mas isso não é linguagem da graça. Deus não trata da incredulidade com essa
severidade hoje em dia".
Não é assim. A Bíblia diz que hoje, sob a graça, "Sem fé é impossível agradar a Deus,
porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e
que se torna galardoador dos que o buscam" (Hebreus 11:6). Aqui estão algumas
conseqüências da incredulidade:
• A incredulidade contamina todas as áreas da vida. Esse pecado não pode ser
reduzido a um ponto único em nossa vida. Ele derrama em cima de tudo,
infectando todos os detalhes do nosso caminhar.
A dúvida de Israel não se limitava à habilidade de Deus em matar os inimigos. A
dúvida se derramava sobre a confiança deles quanto às provisões diárias. Eles
duvidavam da habilidade de Deus quanto a proteger os filhos deles. Eles duvidavam
quanto a Ele levá-los à terra prometida. Eles duvidavam até se Ele estava com eles. É
por isso que Deus lhes disse: "Virai-vos e parti para o deserto... não estou no meio de
vós" (Deuteronômio 1:40,42).
Se temos incredulidade numa área, isso se espalha como câncer a todas as outras,
contaminando o nosso coração inteiro. Podemos confiar em Deus em alguns assuntos,
tais como crer que Ele nos salva pela fé, que é todo-poderoso, que o Seu Espírito
habita em nós. Mas confiamos nEle quanto ao nosso futuro? Cremos nEle para nos
prover quanto à saúde e finanças, para nos dar vitória sobre o pecado?
• A incredulidade leva ao pecado da presunção. Presunção é a ousadia de
acharmos que sabemos o que é o certo. É uma arrogância que diz: "Sei o
caminho", e age por si.
Cá está ainda outro pecado que Israel cometeu em sua incredulidade. Quando Deus
os mandou voltar ao deserto, eles não quiseram obedecer. Antes, foram até Moisés
dizendo: "Ok, nós pecamos. Mas agora já resolvemos isso. Estamos prontos para
obedecer à ordem de Deus para marcharmos contra o inimigo". E resolveram eles
mesmos definir a situação.
Aqui está aonde muitos crentes em dúvida cometem um engano trágico: quando
fracassam em uma questão da fé, eles se voltam para a carne. Fazem o que acham
que tem de ser feito, mas em sua própria sabedoria e capacidade. A fé, no entanto,
sempre resiste a agir com medo. Ela espera que Deus aja. A fé nunca quer fazer
alguma coisa acontecer indo à frente de Deus.
Esse grupo de israelitas foi à frente de Deus organizando um pequeno exército.
Planejaram uma estratégia e se puseram a caminho por vontade própria. Mas quando
os inimigos os viram, perseguiram os soldados israelenses "como fazem as abelhas" e
os destruíram (Deuteronômio 1:44).
O Senhor os levou a um ponto de tremendas provações - crise familiar, problemas
financeiros, problemas conjugais - mas eles não esperaram que Deus agisse. Pelo
contrário, acusaram-nO de negligência, e tentaram eles mesmos resolver a situação.
Hoje, tais crentes não têm repouso, não têm paz e o senso da presença de Deus.
Antes, vivem em dúvida constante. E parecem ir de crise em crise. Só conseguem falar
do último problema que tiveram. Contudo cada pedacinho dessa confusão é causado
por uma coisa: incredulidade.
O salmista diz: "Acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro" (Salmo 90:9). O
salmista está falando do incrédulo. Qual é o título do seu conto? É: Viveram e
Morreram em Vão. É a mesma história que ouvimos as pessoas contando sobre avós
não crentes: "Viveram seus anos na dor e na amargura. A única coisa que faziam era
murmurar e reclamar. E morreram sós e esquecidos".
Esse é o horror da incredulidade. Ela amputa o seu histórico espiritual, tal que a única
lembrança que têm de você é o de uma vida que se perdeu. Quando a geração jovem
de Israel perguntava, "E o vovô e a vovó?", lhes respondiam: "Eles só murmuravam e
reclamavam. Eles não tinham porquê viver - então ficaram sentados esperando a
morte".
V. Muitos cristãos ainda têm de entrar no repouso que Deus tem para eles
"Resta entrarem alguns nele" (Hebreus 4:6). O crente verdadeiro está determinado a
confiar em Deus mesmo se a sua oração não é respondida. Não importa se todos os
seus bens são levados, ou mesmo se enfrenta a morte. Ele deseja entrar no repouso
de Deus. Qual é a evidência de uma vida assim? Uma pessoa assim, "ele mesmo
descansou de suas obras" (4:10). Não passam mais a noite em claro tentando resolver
os problemas em sua própria sabedoria, ou com a sua própria habilidade. Antes,
lançam tudo sobre Jesus. Não importa se ganham ou se perdem. Eles se concentram
unicamente no fato de que Deus tem um plano, e que Ele está operando isso em suas
vidas.
Quero terminar com uma experiência que tive há pouco. Numa noite de sábado, desci
até o cruzamento de Times Square em Nova York, em meio ao alvoroço de turistas e
de outros fazendo as compras de fim de ano. Estima-se que nas horas de pico, quase
250.000 pessoas passam por aqui. Então, enquanto estava lá, eu orava observando as
multidões passando.
Certa hora o Espírito Santo cochichou para mim: "David, dê uma olhada nessa
aglomeração. Multiplique-a várias vezes, e esse será o quanto de gente que morreu no
deserto. Em toda essa multidão, só dois entraram no meu repouso, Josué e Calebe.
Todos os outros morreram antes da hora, em desespero e em incredulidade".
Esse pensamento me foi aterrador. Olhei mais de perto a massa de pessoas entrando
nos teatros da Broadway, nos restaurantes, lojas. Vi gente rica, pessoas desabrigadas,
gente da classe média, homossexuais, drag queens...e entendi que Deus
provavelmente não estava no pensamento de nenhum deles. Pensei no estádio de
futebol, nos ginásios de basquete e de hockey, e em todas as pessoas que os
enchiam, com só uns poucos que verdadeiramente amam a Deus. Olhei em torno
vendo todos os cinemas ali, e pensei nos milhares ali sentados, zombando de tudo que
é santo.
Observando toda essa gente, entendi que todos eles tiveram a mensagem do
evangelho ao seu dispor alguma vez, através da televisão, do rádio, literatura, até de
Bíblias gratuitas em quartos de hotéis. Se apenas eles quisessem saber, seriam
informados de que o mesmo Deus que operou milagres para o antigo Israel, faz o
mesmo para todos os que O amam hoje. Porém são pessoas que não O querem
conhecer. Se vêem alguém entregando folhetos evangelísticos, eles se apressam e o
rejeitam. Não têm nenhum deus além do prazer, do dinheiro e das posses.
De repente, comecei a ver o valor de um crente único diante dos olhos de Deus. E
ouço Jesus fazendo a mesma pergunta hoje: "Quando Eu voltar, encontrarei fé na
terra?". Vejo Cristo, O que sonda o coração dos homens, esquadrinhando todos os
bairros, e encontrando poucas pessoas, se tanto, que verdadeiramente O amam. Eu O
vejo procurando nos campus universitários, perguntando: "Quem aqui vai crer em
Mim?". Eu O vejo pesquisando na capital de nosso país, em busca de quem O
aceitaria, e encontrando poucos. Eu O vejo buscando em países inteiros, e achando só
um remanescente. Vejo-O buscando dentro da moderna igreja apóstata, e não
encontrando fé, apenas mortandade.
Finalmente, Ele pesquisa a Sua igreja, procurando servos com genuína fé. Porém, o
que Ele vê parte o Seu coração, e O entristece profundamente. Ouço-O chorando
como fez por Israel: "Jerusalém, Jerusalém... Quantas vezes quis eu reunir os teus
filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não
quisestes!" (Mateus 23:37).
Qual o motivo da angústia dEle? Deus enviou o Seu Filho para revelar o amor do Pai
aos filhos amados. Enviou o Espírito Santo para confortar e guiá-los. Mesmo assim,
multidões dentro da Sua casa não têm fé. Não crêem que Ele responda orações.
Murmuram e reclamam, acusando-O de negligenciá-los. E ficam com medo e em
desespero, como se Deus os tivesse abandonado.
Como ministro do Senhor, carrego a carga do meu Pastor. E sinto a Sua dor. Nesse
momento, ouço-O dizendo: "Mesmo em Minha casa, vejo tão poucos com fé. Muitos
dos Meus próprios filhos, incluindo os Meus pastores, fraquejam na hora das lutas.
Não confiam em Mim quanto às suas famílias, seus empregos, seus futuros. Em
verdade, muitos fizeram a sua escolha".
Então, e você? O Senhor vem a cada um de nós, perguntando: "Você crê em Mim?
Você confia em Mim? Quando Eu vier, encontrarei fé em ti?". Como você responderá?
I. Você testifica ter fé, mas como a obteve?
Sobre qual alicerce sua fé está edificada? As Escrituras nos dizem que a fé vem pelo
ouvir, e que a Palavra de Deus nos dá "ouvidos espirituais", capacitando-nos a ouvir
(Rm 10.17). Bem, aqui está o que a Bíblia diz sobre as experiências de deserto na
nossa vida: "Não me submerja a corrente das águas e não me trague o abismo...Ouve-
me, Senhor,  pois grande é a tua benignidade...Não escondas o teu rosto do teu servo;
ouve-me depressa, pois estou angustiado" (Sl 69.15-17). Claramente, águas de aflição
inundam a vida dos santos.
"Pois tu, ó Deus, nos tens provado; tens nos refinado como se refina a prata. Fizeste-
nos entrar no laço; pesada carga puseste sobre os nossos lombos...passamos pelo
fogo e pela água"(Sl 66.10-12). Quem nos faz entrar num laço de aflições? Deus
mesmo o faz."Antes de ser afligido, eu me extraviava; mas agora guardo a tua
palavra... Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Sl
119.67,71).  Este verso explica claramente. É bom para nós -  inclusive nos abençoa -
sermos afligidos.
Considere o testemunho do salmista: "Amo ao Senhor, porque ele ouve a minha voz e
a minha súplica... Os laços da morte me cercaram; as angústias do Seol se
apoderaram de mim; sofri tribulação e tristeza. Então invoquei o nome do Senhor,
dizendo: Ó Senhor, eu te rogo, livra-me" (Sl 116.1-4). Aqui está um servo fiel que amou
Deus e tinha grande fé. Ainda assim  enfrentou as tristezas da dor, das dificuldades e
da morte.
Nós encontramos este tema ao longo de toda a Bíblia. A Palavra de Deus declara
ruidosamente que o caminho da fé é através das inundações e do fogo: "Pelo mar foi
teu caminho, e tuas veredas pelas grandes águas" (Sl 77.19). "Eis que faço uma coisa
nova; agora está saindo à luz... eis que porei um caminho no deserto" (Is 43.19).
"Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te
submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em
ti" (Is 43.2). "Porque eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua mão direita, e te digo:
Não temas; eu te ajudarei" (Is 41.13).
Este último verso guarda um ponto importante: em toda experiência de deserto que
enfrentamos, nosso Pai está segurando nossa mão. Porém somente aqueles que
passam através do deserto têm essa mão de conforto. Ele a estende para aqueles que
são pegos nos turbulentos rios das dificuldades.
II. Alguns Cristãos Querem Arrancar o Livro de Jó da Bíblia
Alguns crentes não podem lidar com o fato de que Jó era um homem íntegro, santo,
amado de Deus que sofreu calamidades terríveis. Eu digo a esses cristãos: é
impossível para nós conhecermos a verdadeira fé a menos que possamos olhar
diretamente para as dificuldades de Jó e dizer, "Deus permitiu todas essas coisas
acontecer a Jó para um propósito".
Sim, Deus permitiu que os filhos de Jó fossem tomados. Ele permitiu a perda da saúde
de Jó, de suas propriedades, sua reputação. Jó foi desonrado nas mãos de supostos
amigos. Até mesmo sua própria esposa o escarneceu. E seu corpo suportou feridas
horríveis e dolorosas.
Este homem viveu com dor insuportável e tristeza de coração. Olhe para ele entre as
ruínas da sua vida: sentindo-se abandonado, esmagado pela aflição, os céus
parecendo repelir suas orações. Jó passou noites sombrias sem dormir, e dias
terríveis, dolorosos. A dor era tão grande que pediu a Deus que tomasse sua vida.
Ainda assim, durante todo o ocorrido, Deus ainda o amava. De fato, Jó nunca foi tão
precioso na visão de Deus, do que no meio da sua tribulação.
Foi no pior momento de Jó que Deus lhe deu uma revelação de Si próprio, que mudou
sua vida. Ele pessoalmente conduziu Jó para fora do deserto. E Jó emergiu com uma
fé indomável, testemunhando, "Ainda que ele me mate, contudo nele esperarei" (Jó
13.15).
Já ao contrário, alguns crentes saem de seus desertos amargurados e com raiva. As
provações desses crentes os tornam céticos, endurecidos e inconsoláveis
desprezando Deus. "Mas Sião diz: O Senhor me desamparou, o meu Senhor se
esqueceu de mim" (Is 49.14).
Eu tenho visto cristãos em sofrimento se voltando completamente contra o Senhor que
um dia eles amaram. Eles acusam Deus de abandoná-los no momento da dificuldade.
Assim, em troca, eles abandonam toda a oração; colocam suas Bíblias de lado. E já
não vão mais à igreja. Ao invés disso, carregam raiva e ressentimento terríveis contra
Deus.
Eu conheço um pastor cuja fé foi sacudida por uma morte em sua família. Este homem
achava que sua fé o protegeria contra todos os infortúnios. Então, quando tragédia o
golpeou, ele ficou arrasado. E se voltou completamente contra o Senhor. Os amigos
dele ficaram chocados com  sua dureza. Ele lhes disse: "Não quero nunca mais ouvir o
nome de Jesus mencionado novamente".
Tragicamente, alguns crentes morrem em seus desertos. Isto é o que aconteceu com
Israel. Com exceção dos fiéis Josué e Calebe, uma geração inteira de israelitas - um
povo milagrosamente liberto do Egito - desperdiçou a vida no terrível e uivante deserto.
Eles morreram cheios de dúvidas, aflição, agonia e dor. Por que? Porque recusaram-
se a confiar no juramento de que Deus os guardaria em momentos de dificuldade.
O Senhor havia prometido a eles: "Não vos atemorizeis, e não tenhais medo... O
Senhor vosso Deus, que vai adiante de vós, ele pelejará por vós... o Senhor vosso
Deus vos levou, como um homem leva seu filho... (Ele) ia adiante de vós no caminho...
para vos achar o lugar... para vos mostrar o caminho por onde havíeis de andar" (Dt
1.29-33).
Ainda assim, leia também o que aconteceu com aquela geração duvidosa e
endurecida: "E os dias que caminhamos... foram trinta e oito anos, até que toda aquela
geração... se consumiu do meio do arraial... Também foi contra eles a mão do Senhor,
para os destruir... até os haver consumido." (Dt 2.:14-15). Deus esperou até que o
último deles morresse antes que falasse novamente a Israel: "Ora, sucedeu que,
sendo já consumidos pela morte... o Senhor me disse" (Dt 2.16-17). Qual foi a causa
para que essa geração morresse no deserto? Foram as mesmas duas razões pelas
quais os cristãos morrem no seu próprio deserto hoje:
1. Eles nunca aceitaram o amor de Deus por eles./2. Foram cegados em relação
ao deleite que Deus tem por eles
Durante todas as dificuldades dos israelitas, Deus tentou ocasião após ocasião
conduzir Seu grande amor a eles. Mas eles não o aceitaram. Eles simplesmente não
acreditavam que suas provações fluíam de Seu amor. Ao invés disso, as pessoas
sempre diziam, "Se Deus nos amasse, por que Ele nos traria aqui ao deserto para nos
matar? Por que Ele permitiria que sofrêssemos assim?".
Aqui nós vemos a raiz de toda a incredulidade: uma relutância para crer e descansar
no amor de Deus pelos Seus filhos. Ainda assim, a razão absoluta pela qual Deus
escolheu Israel para ser Seu povo foi por causa do Seu amor: "E, porquanto (Deus)
amou a teus pais, não somente escolheu a sua descendência [vocês] depois deles... O
Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos
do que todos os outros povos... mas, porque o Senhor vos amou" (Dt 4.37/Dt 7.7-8).
Foi dito a Israel, "Deus não os escolheu por causa de qualquer coisa especial quanto a
vocês; Ele os escolheu simples e unicamente porque  os amou". Considere o seguinte:
Porque Deus não permitiu que Balaão amaldiçoasse Israel?  "Contudo o Senhor teu
Deus...trocou-te a maldição em bênção; porquanto o Senhor teu Deus te amava" (Dt
23.5).
Por que Deus pôs Israel em cheque no mar Vermelho? Ele quis ver se eles confiariam
no amor do Pai celestial. Ele estava desejando saber, "Que tipo de Pai o Meu povo
imagina que Eu seja? Eles realmente crêem que os amo o suficiente para nunca
permitir que caiam nas mãos do inimigo? Eles descansam em minhas promessas
pétreas de que cuido deles em quaisquer circunstâncias? Será que sabem que nunca
os abandonarei, mesmo que a situação pareça sombria e desesperadora?".
Por que Deus conduziu Israel às amargas águas de Mara? Uma vez mais, Ele quis
obter do Seu povo alguma prova de que acreditavam no Seu amor por eles. Ele queria
saber se eles confiariam nEle para saciar a sede por causa de Seu grande amor.
Nós vemos ainda outra provação quando Israel estava às portas da terra prometida.
Doze homens foram enviados para que espiassem a terra. Mas dez deles regressaram
trazendo "más notícias". Eles sustentaram que Israel nunca poderia tomar posse
daquela terra, porque era repleta de gigantes, fortalezas, grandes cidades muradas e
obstáculos  intransponíveis.
Como as pessoas reagiram a este relato? Uma vez mais clamaram com medo e
incredulidade: "Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que
nós" (Nm 13.31). Elas estavam dizendo, em essência, "Nossos inimigos são mais
fortes que o amor de Deus por nós". Eles acusaram o Senhor de os abandonar no
momento de necessidade, os deixando por conta das suas próprias forças. E
passaram a noite toda reclamando e clamando, "Eu desejaria estar morto. Por que
Deus nos colocou nessa situação desesperadora?". O apóstolo Estevão disse o
seguinte sobre eles: "em seus corações voltaram ao Egito" (At 7.39).
Uma vez mais, vemos que em toda crise o Senhor garantia ao Seu povo: "Eu os tenho
amado fielmente". Contudo, em cada uma dessas vezes, eles permitiam que os
obstáculos nublassem o conhecimento de que Deus os amava.
Pense nisto: se nós acreditamos, aceitamos e confiamos no amor do nosso Pai
celestial, então o que há para temer?
Se eu verdadeiramente sou dEle -- se creio que Ele me carrega em Seus braços
amorosos -- então Ele nunca deixará o diabo ou qualquer voz me enganar.
E nem tenho que temer uma calamidade repentina, uma queda, ou o vislumbre de um
futuro incerto. Meu Pai amado não vai permitir que qualquer coisa aconteça em minha
vida, excluindo aquelas que Ele determinou previamente que fossem melhores para
mim e para meus familiares. Não importa quais sejam meus problemas, Ele vai os
desvendar e preparar o caminho para mim. O Deus de amor pode operar um milagre
após o outro a meu favor, se eu apenas confiar nEle.
Isto me permite enfrentar tempos difíceis, provações de fogo, e até mesmo a morte. Eu
sei que em meio a tudo isso, meu Deus irá compartilhar minha dor, e minhas lágrimas
serão tão preciosas quanto ouro para Ele. Ele não permitirá que as provações me
destruam. Ele sempre será fiel para me prover livramento.
Você pode perguntar, "Mas nós não complicamos nossas próprias vidas com nossas
decisões erradas? Não trazemos caos para nós mesmos porque saímos da vontade
de Deus? E quanto à todas as coisas tolas que fazemos e que nos enlaçam?".  Eu lhe
asseguro: se você simplesmente confiar no amor de Deus, se arrepender e se agarrar
nEle, Ele resolverá todas as suas confusões. Ele torna as nossas cinzas em beleza.
2. Eles foram cegados em relação ao deleite que Deus tem por eles
O nosso Deus não somente ama o Seu povo, mas tem prazer em cada um de nós. Ele
tem grande alegria em nossas vidas. E Ele é na verdade bendito nos guardando e nos
livrando.
Como eu poderia acusar o meu Pai celestial de se alegrar em mim, menos do que eu o
faço com a minha própria descendência? É por isso que eu considero este episódio
com os espias de Israel tão desconcertante. Repetidas vezes, Deus tinha provado Seu
amor ao povo. Ainda assim, em todas as ocasiões eles se recusaram a aceitá-lo.
Finalmente, Josué e Calebe se levantaram no meio deles e gritaram: "Se o Senhor se
agradar de nós, então nos introduzirá nesta terra e no-la dará" (Nm 14.8). Que
declaração simples e ao mesmo tempo poderosa. Eles estavam dizendo, "Nosso
Senhor nos ama e tem prazer em nós. E Ele vai derrotar cada um dos gigantes,
porque Ele se delicia em fazer isto por nós. Portanto, não devemos olhar para nossos
obstáculos. Nós temos que manter nossos olhos no grande amor que o Senhor tem
por nós".
Ao longo das Escrituras nós lemos que Deus se deleita em nós: "os que são perfeitos
em seu caminho são o seu deleite" (Pv 11.20). "a oração dos retos lhe é
agradável."(Pv 15:8). "meu inimigo forte... eram mais poderosos do que eu... mas o
Senhor foi o meu amparo. Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha
prazer em mim" (Sl 18.17-19).
Neste último versículo, nós descobrimos a grande verdade que Israel não percebeu:
"Ele me libertou, porque se agradou de mim". Não importa quão forte nosso inimigo
possa ser -- não importa quão devastadora seja nossa provação de fogo, ou quão sem
esperanças as coisas possam parecer -- nosso Deus nos libertará. Por que? Porque
Ele se agrada em nós!
Deus tinha deixado abundantemente claro o Seu  amor para com Israel. Por isso Ele
podia perguntar ao Seu povo "Por que dizes... ó Israel: O meu caminho está escondido
ao Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus?" (Is 40.27).  Ele estava
dizendo:  "Como vocês podem dizer que Eu não vi sua aflição? Como vocês podem
acreditar que Eu não tenho prazer em vocês? Eu me agradei do meu servo Jó durante
todas as suas terríveis experiências. E estou Me agradando de vocês agora mesmo,
em meio às suas dificuldades".
É absolutamente imperativo que acreditemos - rapidamente e com convicção, hoje --
que Deus nos ama e se agrada de nós. Então estaremos capacitados a aceitar que
toda circunstância em nossas vidas irá provar no final ser a amorosa vontade de nosso
Pai para conosco. Nós sairemos de nosso deserto repousando nos braços amorosos
de Jesus. E Ele produzirá alegria a partir do nosso choro.
Não olhe para suas contas que se acumulam. E não tente olhar para um futuro incerto.
Sua função é confiar nas promessas de aliança de nosso Pai, e repousar no Seu
grande amor por você. Você sairá vitorioso, porque Ele o está segurando em Seus
braços de amor.

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