Introdução
A PRM é uma força paramilitar de Moçambique. A PRM é comandada por um comandante
geral e é coordenada pelo Ministro do Interior.
Os seus departamentos são respectivamente: Direcção da ordem e Segurança publica, Policia
de Investigação Criminal e o Departamento das Forcas Especiais.
Este novo regulamento deverá prever os sujeitos da PRM, sujeitos a disciplina, as formas
disciplinares, as causas de detenção de um agente de policia e por fim as mediadas exactas a
cada caso estará sujeito. O carácter paramilitar pressupõe que os seus membros devem guiar-
se pela disciplina paramilitar, que representa o cumprimento estrito e rigoroso da
constituição, leis, regulamentos e ordens superiores.
Regulamento disciplinar da Policia da Republica de Moçambique a luz do decreto nᵒ
84/2014 de 31 de Dezembro
Direito Policial II 1
Capitulo I
Disposições gerais
Artigo 1
(Objecto)
O presente regulamento define as normas de disciplina e o regime do processo disciplinar
aplicáveis aos membros da polícia da República de Moçambique (PRM).
Este documento traça a conduta dos membros da PRM, bem como as sanções
aplicáveis a cada caso.
Artigo 2
(Âmbito de aplicação)
O presente regulamento disciplinar aplica-se aos membros da PRM no activo, destacamento e
reserva.
Quer dizer que o regulamento é aplicável a todos os membros que estejam em
exercício de funções dentro ou fora da PRM bem como os que passaram a reserva isto
deve-se a sua natureza paramilitar.
Artigo 3
(Princípios)
1. Os membros da PRM observam o princípio do respeito pela Constituição, leis,
regulamentos, instruções e demais normas vigentes na Republica de Moçambique.
2. Os membros da PRM, no exercício das suas funções guiam-se pelo rigor no respeito
pela legalidade, neutralidade, apartidarismo, imparcialidade, integridade, isenção,
objectividade, proporcionalidade, igualdade de tratamento e respeito pelos direitos e
liberdades fundamentais do homem.
3. Os membros da PRM obedecem ainda o princípio da supremacia hierárquica e cadeia
de comando.
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Artigo 4
(Disciplina policial)
A disciplina policial consiste na observância rigorosa das leis, regulamentos, ordens,
instruções, directivas, condutas e procedimentos policiais.
Artigo 5
(infracção disciplinar)
É todo facto voluntario, quer consista em acção ou omissão, que viole qualquer dos deveres
gerais ou especiais decorrentes da função policial.
Deveres e direito dos membros da PRM
Artigo 6
(Deveres gerais)
Cumprir as leis, regulamentos, despachos e instruções superiores;
Cumprir exacta, pronta e lealmente, as ordens e instruções legais dos seus superiores
hierárquicos relativo aos serviços;
Denunciar e combater todos os actos de corrupção, quer no serviço como fora dele;
Artigo 7
(Deveres específicos)
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Saudar militarmente os dirigentes superiores do Estado e os membros das FDS de
patente superior;
Manter nas formaturas uma firme e correcta postura;
Apresentar-se com pontualidade ao serviço e em todos locais onde deva comparecer
por motivo de serviço;
Não se apresentar ao serviço no estado de embriagues e/ou sob efeito de substancias
psicotrópicas e alucinogénicas.
Artigo 8
(Deveres específicos dos dirigentes)
Educar e formar os subordinados no sentido de cumprimento rigoroso, exacto e
consciente de todos os deveres da PRM;
Ser intransigente para com as manifestações de indisciplina e punir com justiça os
infractores;
Respeitar os subordinados e serem exemplo de disciplina no trabalho e fora dele;
Impor austeridade no uso dos bens do Estado;
Não pedir, nem aceitar dádivas e empréstimos ou quaisquer outros benefícios dos
subordinados que possam interferir, directa ou indirectamente, com a independência,
objectividade e imparcialidade que lhe cabe no exercício das suas funções.
Artigo 9
(Dever de obediência)
Consiste em acatar e cumprir as ordens e instruções dos seus superiores hierárquicos,
dadas em objectos e matéria de serviço e de forma legal;
O dever de obediência não inclui a obrigação de cumprir ordens e instruções ilegais.
O membro da PRM deve obedecer as orientações superiores inerentes ao serviço e
que não lesem a legalidade, caso se verifique a ilegalidade, a obediência cessa.
Artigo 11
(Responsabilidade disciplinar)
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Aos membros da PRM que violem os deveres constantes do RDPRM, abusem os seus
direitos e das suas funções ou, de qualquer forma, prejudique o prestigio das FDS, são
aplicadas sanções, sem prejuízo do procedimento criminal ou cível.
Os agentes da PRM serão responsabilizados pelos seus actos, podendo ser
processados disciplinar e criminalmente.
Artigo 13
(Extinção da responsabilidade disciplinar)
A prescrição do procedimento disciplinar;
A prescrição da sanção disciplinar;
O cumprimento da sanção disciplinar;
A morte do infractor.
A responsabilidade disciplinar será extinta, se não forem cumpridos os prazos da
instauração do processo, com o cumprimento da sanção aplicada, bem como com o
desaparecimento físico do agente infractor.
Artigo 15
(Tipos de sanções aplicáveis aos membros da PRM)
Advertência;
Repreensão pública;
Despromoção;
Reforma compulsiva;
Expulsão.
Artigo 33
(Prescrição da sanção)
As sanções disciplinares prescrevem nos prazos seguintes, contados a partir da data do
despacho:
Três meses, para sanções de advertência, repreensão pública, guarda, patrulha e
piquete;
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Seis meses, para as sanções de multa, aquartelamento ou de licença de saída e
despromoção;
Dois anos, para as sanções de suspensão, aposentação compulsiva, de emissão e
expulsão.
No caso de recurso, a prescrição da pena suspende-se até a decisão final do mesmo.
Artigo 37
(Circunstancias derimentes da responsabilidade disciplinar)
A legítima defesa;
O estado de necessidade.
Artigo 38
(Circunstancias atenuantes da responsabilidade disciplinar)
A confissão espontânea da infracção;
A prestação de serviços relevantes ao país e à PRM;
A falta de intenção.
Artigo 39
(Circunstancias agravantes da responsabilidade disciplinar)
Cometidas, pactuando 2 ou mais pessoas;
Cometida durante o cumprimento da sanção disciplinar;
Mau comportamento.
Artigo 40
(Competência para a aplicação de sanções disciplinares)
A sanção disciplinar é aplicada pelo dirigente competente em relação aos seus subordinados
dentro do sector que dirige, contudo não tem competência para determinar o pagamento de
indemnizações pelos danos causados a terceiros.
Tem competência os seguintes órgãos:
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Comandante do posto policial (artigo 41 RDPRM);
Comandante da esquadra (artigo 42 RDPRM);
Comandante distrital (artigo 43 RDPRM);
Chefes de departamento central, comandantes das unidades e directores; do comando
provincial (artigo 44 RDPRM);
Dirigentes dos estabelecimentos dos ensinos policiais (artigo 45 RDPRM);
Comandante provincial da PRM (artigo 46 RDPRM);
Directores do comando-geral (artigo 47 RDPRM);
Comandante /Director de Ramo (48 RDPRM);
Comandante Geral da PRM (49 RDPRM);
Ministro que superintende a área da ordem e segurança pública (artigo 50 RDPRM);
Comandante-Chefe das forcas de defesa e segurança (artigo 51 RDPRM).
Processo disciplinar
Artigo 52
Obrigatoriedade do processo escrito
A aplicação da sanção disciplinar a um membro da PRM é sempre precedida de processo
escrito, porém a advertência e a repreensão pública são, aplicáveis sem dependência do
processo disciplinar, contudo o infractor deve ser ouvido, de viva voz, elaborando-se em
conclusão, relatório ou despacho, respectivamente.
Artigo 67
(Infracção directamente constatada pelo dirigente)
O dirigente que presenciar pessoalmente uma infracção praticada pelo seu
subordinado directo, articulara imediatamente nota de acusação, em duplicado, de que
entregara copia ao arguido para efeitos de resposta.
A defesa do arguido é de 48 horas
Se o arguido, na sua resposta indicar testemunhas ou declarantes ou indicar alguma
diligência, o superior hierárquico, nomeará um instrutor para os ouvir em auto de
declarações.
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Artigo 70
(Nulidade insuprível)
Impedem a tomada de decisão pelo dirigente competente as seguintes circunstâncias:
A falta de notificação da nota de acusação ao arguido e do prazo de que dispõe para
exercer o seu direito de defesa;
A não observância dos elementos que devem constar da nota de acusação;
A impossibilidade de consulta do processo disciplinar pelo arguido para efeitos de
preparação da defesa quando essa impossibilidade seja imputável à PRM;
A fixação na nota de acusação do prazo de defesa inferior a 5 dias, excepto nos casos
de infracção directamente constatada pelo dirigente.
Conclusão
Findo o trabalho subordinado ao tema Regulamento disciplinar da Policia da Republica
Moçambique aprovado a luz do Decreto nᵒ 84/2014 de 31 de Dezembro, duma maneira geral
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o mesmo visa regular o comportamento do próprio policia bem como vai ditar quais serão as
sanções ou punições que o membro da PRM for a infringir no exercício ou não da sua
actividade.
A disciplina policial consiste na observância rigorosa das leis, regulamentos, ordens,
instruções, directivas, condutas e procedimentos policiais, no caso do membro da PRM não
respeitar estes preceitos pode ser sancionado de várias maneiras correspondente a infracção
cometida como é o caso da advertência em que o seu superior hierárquico ou seu chefe pode
chamar atenção alertando que não possa cometer de novo o mesmo erro, também pela
repreensão pública que consiste em ser reprimido publicamente diante dos colegas; as outras
podemos encontrar multa, a despromoção, a demissão, a expulsão, a reforma compulsiva
entre outras.
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