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Farmaco - Drogas de Abuso

O documento discute conceitos sobre drogas de abuso, incluindo adição, dependência e tolerância. As drogas são classificadas em três classes com base em seus alvos moleculares: classe I ativa receptores acoplados à proteína G, classe II ativa receptores ionotrópicos e classe III tem como alvo o transportador de dopamina. Drogas como opioides, canabinoides, nicotina, álcool e benzodiazepínicos se encaixam na classe I. Cocaína e anfetaminas se encaixam na classe III.
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Farmaco - Drogas de Abuso

O documento discute conceitos sobre drogas de abuso, incluindo adição, dependência e tolerância. As drogas são classificadas em três classes com base em seus alvos moleculares: classe I ativa receptores acoplados à proteína G, classe II ativa receptores ionotrópicos e classe III tem como alvo o transportador de dopamina. Drogas como opioides, canabinoides, nicotina, álcool e benzodiazepínicos se encaixam na classe I. Cocaína e anfetaminas se encaixam na classe III.
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DROGAS DE ABUSO

Conceito: uso de uma droga ilícita ou uso excessivo de droga lícita ou uso sem fins terapêuticos de um
fármaco. A motivação para o abuso seria a perspectiva de prazer induzido pelos efeitos no SNC da
droga/fármaco. Há um estado emocional negativo quando se impede o uso da droga/fármaco
Transtorno do uso de substância (s): uso recorrente de droga/fármaco(s) que causa prejuízos clínicos (ex:
problemas de saúde) e funcionais (ex: irresponsabilidade no trabalho, estudo e/ou em casa);
Adição (dependência psicológica): Estágio crônico e severo do transtorno do uso de substância(s)
caracterizado por comportamento descontrolado e compulsivo de usar a droga/fármaco para satisfação
pessoal, às vezes mesmo sabendo dos riscos para a saúde;
Dependência (física ou fisiológica): Um estado caracterizado por sinais e sintomas evidentes quando a droga
é retirada após uso crônico ou quando sua dose é reduzida repentinamente. Dependência psicológica é o
principal fator que leva à recidiva.
Tolerância: Diminuição da resposta do organismo à droga/fármaco, necessitando doses maiores para obter
o mesmo efeito.
Sensibilidação (tolerância reversa): Aumento da resposta do organismo ao uso da mesma dose da droga
(ex.: cocaína e anfetamina)
A adicção caracteriza-se por alta motivação em obter e usar uma substância, apesar de suas
consequêncuas negativas. É uma doença recalcitrante, crônica, com recidiva persistente, muito difícil de
tratar. Geralmente, a recidiva é desencadeada por: reexposição à droga de adicção, estresse ou contexto
que relembra o uso anterior da droga.
Como regra, todas as drogas de adicção ativam o sistema dopaminérgico mesolímbico. O sistema
dopaminérgico mesolímbico constitui o principal alvo das drogas de uso abusivo. Esse sistema origina-se
na área tegmental ventral (VTA) que se projeta para o núcleo accumbens, para a amígdala, para o
hipocampo e para o CPF. Esses neurônios de projeção são na maioria dopaminérgicos, os mesmos tem
papel central no processo de recompensa – gera um efeito reforçador exagerado (patológico), que leva a
comportamentos compulsivos e ao descontrole.
Com exposição crônica a drogas de adicção, o cérebro demostra sinais de adaptação (p. ex: tolerância).
Essas mudanças tornam-se totalmente aparentes uma vez interrompida a exposição a determinada
sustância – esse estado é denominado abstinência.
Como cada droga de adicção possui um alvo molecular específico que desencadeia mecanismos celulares
distintos para ativar o sistema mesolímbico, podem ser distinguidas em três classes: um primeiro grupo liga-
se a receptores acoplados à proteína Gio; um segundo grupo interage com os receptores ionotrópicos
e um terceiro grupo tem como alvo o transportador de dopamina.
Classe I (drogas que ativam os receptores acoplados à proteína Gi):
 OPIOIDES
Agonistas exógenos e endógenos em três receptores (µ, κ e δ); Na VTA os opioides causam inibição dos
interneurônios inibitórios GABAérgicos, levando a desinibição dos neurônios dopaminérgicos.
Os opioides µ de uso abusivo mais comum incluem a morfina, a heroína, a codeína e a oxicodona. Todas
induzem forte tolerância e dependência. A síndrome de abstinência pode ser muito grave e consiste em
intensa disforia, náuseas ou vômitos, dores musculares, lacrimejamento, rinorreia, midríase, sudorese,
diarreia.
Tratamento: o antagonista de opioides (naloxona) reverte os efeitos – pode salvar a vida em caso de
superdosagem. No caso de adicção a opioides, um opioide de ação longa (metadona, buprenorfina) é usado
em substituição ao de ação curta e mais recompensador.
 CANABINOIDES
Agonista receptor CB1; O THC provoca a desinibição dos neurônios dopaminérgicos.
A exposição crônica a maconha leva à dependência, que é revelada por uma síndrome de abstinência
distinta, porém discreta e de curta duração – consiste em inquietação, irritabilidade, agitação, insônia,
náuseas e câimbras.
Classe II (drogas via receptores ionotrópicos):
 NICOTINA
Agonista seletivo do receptor nicotínico de acetilcolina (nAChR), normalmente ativado pela acetilcolina. Os
receptores são expressos nos neurônios dopaminérgicos, quando a nicotina excita os neurônios de
projeção, ocorre liberação de dopamina.
A exposição à nicotina ocorre principalmente com o fumo de tabaco. O uso crônico de tabaco também
provoca adicção. A abstinência da nicotina é discreta, envolve irritabilidade e problemas com sono.
Tratamento: consiste na administração da própria nicotina em formas que são absorvidas lentamente e
outros fármacos, como agonistas parciais (citisina e vareniclina).
 BENZODIAZEPÍNICOS
Modulador alostérico positivo de receptores GABAA, aumentando a condutância em um canal único quanto
a probabilidade de abertura de canal de Cl- - levando, em última análise, à desinibição dos neurônios
dompaminérgicos.
A abstinência ocorre poucos dias após a interrupção da medicação. Os sintomas consistem em irritabilidade,
insônia, fonofobia, fotofobia, depressão, convulsões.
Tratamento: trocar por outro com tempo de meia-vida mais longo; fluamazenil, antagonista dos efeitos
benzodiazepínicos (útil após superdosagem).
 ÁLCOOL
Altera a função de vários receptores e funções celulares, incluindo receptores GABA, receptação de
adenosina, receptor de NMDA, etc. Não se sabe qual é responsável pelo aumento na liberação de dopamina.
A dependência torna-se aparente com a síndrome de abstinência, que pode consistir em tremor, náuseas,
vômitos, sudorese excessiva, agitação e ansiedade.
Tratamento: baseia-se no uso de benzodiazepínicos (com cuidado de se administrarem compostos como o
oxazepam e lorazepam – que não são tão dependentes do metabolismo hepático) para amenizar a
abstinência. Naltrexona (antagonista de receptor opioide) antagoniza efeitos reforçadores do etanol;
acamprosato (antagonista NMDA) atenua as recaídas.
Classe III (drogas que tem como alvo transportadores de dopamina):
 COCAÍNA
Bloqueia a captação de dopamina, norepinefrina e serotonina por Cloridrato de cocaína é um sal
meio de seus respectivos transportadores. O bloqueio do hidrossolúvel que pode ser
transportador de dopamina (DAT) ao aumentar as concentrações de injetado ou absorvido por
dopamina no núcleo accumbens, foi implicado nos efeitos de qualquer mucosa. Quando
recompensa da cocaína. aquecido em solução alcalina é
A dependência e adicção pode surgir em apenas algumas exposições transformado, na base livre, o
à cocaína. A síndrome de abstinência não é tão pronunciada quanto “crack”, que pode ser fumado.
dos opioides, envolve sintomas como disforia, depressão,
bradicardia. Observa-se tolerância reversa (indivíduos tornam-se sensibilizados a pequenas doses).
Tratamento: psicoterapia; não dispõe de antagonistas.
 ANFETAMINAS
Fármacos simpatomiméticos sintéticos, de ação indireta, que causam a liberação de aminas biogênicas
endógenas, como a dopamina e a norepinefrina. Anfetaminas são substratos dos transportadores, são
captadas para dentro da célula, uma vez no interior da célula interferem no transportador de monoaminas
vesicular, causando depleção do conteúdo de neurotransmissor das vesículas sinápticas. Em consequência
os níveis dos neurotransmissores aumentam no citoplasma e tornam-se rapidamente eficientes para causar
a liberação na sinapse (liberação não vesicular).
As anfetaminas são neurotóxicas (dependente de NMDA, afeta sobretudo neurônios serotoninérgicos e
dopaminérgicos). Com uso crônico pode haver desenvolvimento de tolerância. A abstinência consiste em
disforia, sonolência e irritabilidade.

Algumas drogas de uso abusivo não levam à adicção, que é o caso das drogas que alteram a percepção,
sem causarem sensações de recompensa e de euforia (como alucinógenos e anestésicos dissociativos). O
alvo principal são os circuitos corticais e talâmicos.

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