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Livro 2

Primeiros Socorros são procedimentos realizados de forma imediata, temporária e segura para alguém que sofreu um trauma ou mal súbito, até atendimento especializado. O socorrista deve manter as funções vitais, evitar agravamento das lesões e providenciar atendimento médico. A avaliação segue ordem de prioridades, começando pela consciência da vítima e buscando lesões que podem causar morte rápida.

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Livro 2

Primeiros Socorros são procedimentos realizados de forma imediata, temporária e segura para alguém que sofreu um trauma ou mal súbito, até atendimento especializado. O socorrista deve manter as funções vitais, evitar agravamento das lesões e providenciar atendimento médico. A avaliação segue ordem de prioridades, começando pela consciência da vítima e buscando lesões que podem causar morte rápida.

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Primeiros Socorros

Conceito........................................................................................ 3
Legislação..................................................................................... 3
Socorrista...................................................................................... 3
Segurança..................................................................................... 4
Acionamento de recursos............................................................. 5
Cinemática.................................................................................... 5
Avaliação de trauma..................................................................... 5
Lesão traumato-ortopédicas......................................................... 7
Hemorragias.................................................................................. 9
Queimaduras............................................................................... 10
Parada cardiopulmonar (P.C.R.)................................................. 12
Reanimação Cardiopulmonar (R.C.P.)........................................ 12
Descrição da técnica de Reanimação Cardiopulmonar.............. 13
Desfibrilação Externa Automática............................................... 15
Bibliografia.................................................................................. 16

1
Primeiros Socorros
CONCEITO - Primeiros Socorros:

São os procedimentos realizados de forma, IMEDIATA, TEMPORÁRIA e SEGURA,


a alguém, em caso de TRAUMA ou MAL SÚBITO, até que se promova um atendimento
especializado.

LEGISLAÇÃO

Art. 135 – Código Penal Brasileiro:

Deixar de prestar assistência, podendo fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada
ou extraviada, pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo, ou não
pedir nestes casos, socorro a autoridade pública:
Pena: Detenção de 1 a 6 meses
Parágrafo Único: A pena pode ser aumentada da metade se desta omissão resultar
lesão corporal de natureza grave, e triplicada se resultar a morte.

Art. 132 – Código Penal Brasileiro:

Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:


Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Socorrista

Quem é o socorrista?

Pessoa treinada, para prestar os primeiros socorros, evitando o sofrimento e o


agravamento das lesões da vítima.

Funções do Socorrista:

• Manter as funções vitais presentes;


• Evitar o agravamento das condições da vitima;
• Providenciar assistência médica qualificada;

Fluxograma do Atendimento:

• Avaliação da Segurança;
• Se não houver, tentar resolver;
• Acionamento de Recursos (se não há como resolver);
• Avaliação da Cinemática (se houver segurança pra tal);
• Prioridade para a vítima inconsciente;
• Avaliar a respiração (prioridade para quem não respira);
• Chamar ajuda;
• Iniciar Reanimação Cardiopulmonar;
• Aguardar socorro (se a vitima respira);
• Informar que vai ajudar (se consciente);
• Se Trauma (iniciar Protocolo e avaliação rápida);

3
Primeiros Socorros
SEGURANÇA

O primeiro aspecto a ser observado pelo socorrista, antes e durante o atendimento, são
os riscos para sua integridade física.
Os riscos que comumente encontraremos numa situação de atendimento são:

RISCO FÍSICO:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

RISCO BIOLÓGICO:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

RISCO QUÍMICO:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

RISCO MECÂNICO:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

RISCO ERGONÔMICO:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Conforme o grau de risco, deve ser adotado EPIs próprios para se proteger.

4
Primeiros Socorros
ACIONAMENTO DE RECURSOS

Para se prestar socorro, necessariamente não precisa prestar atendimento, basta


acionar algum recurso mais qualificado para que se promova a assistência.

Os números dos Serviços de Emergências para atendimento de vítimas são:


192 – SAMU
193 – Corpo de Bombeiros
190 – Brigada Militar
Alguns outros números podem ser utilizados na prestação de socorro, tais como,
concessionárias de rodovias, empresas particulares de urgência e emergências, e o C.I.T
centro de informações toxicológicas (0800 721 3000), dependendo do caso e da necessidade.

INFORMAÇÕES:
É importante que, ao acionar o Serviço Médico de Emergência (SME), se tenha o maior
número de informações sobre o que está ocorrendo, no local e com a vítima, pois isso organiza
o despacho dos recursos para o atendimento.

Ao ligar para o SME, se apresente:


• Dizendo seu nome, de que cidade esta falando;
• Informe o nome da rua, os números (prédio, casa, apartamento, etc..);
• Explique um ponto de referência (loja, Igreja, praça, etc...);
• E transmita as informações de forma clara e objetiva a respeito da cena e da vítima;

Se houver dúvidas quanto às informações mais importantes, mantenha-se calmo e


responda com paciência aos questionamentos dos Telefonistas do SME, pois eles estão
capacitados para extrair as principais informações sobre o ocorrido.

CINEMÁTICA

É o momento em que se avaliam as lesões baseando-se nas energias envolvidas no


acidente, por exemplo:
Colisão frontal: projeção para frente do corpo, lesões no joelho, parte frontal do crânio,
tórax, etc...
Colisão Lateral: projeção da força na lateral do corpo, lesões nas costelas, membros
superiores, cintura pélvica, etc...
Colisão traseira: projeção da força na parte anterior do corpo, lesão com efeito chicote
no pescoço, etc...

AVALIAÇÃO DO TRAUMA

A seqüência de atendimento segue um critério de prioridades, onde se busca as lesões


nas regiões que podem causar morte mais rápido:
• Aparência geral da vítima
• Avalie inicialmente o nível de consciência da vítima:
• A – Alerta
• V – Verbal - responde somente ao chamado
• D – Dor – responde somente ao estimulo doloroso
• I - Inconsciente - não responde ... Em caso de suspeita de lesão da Coluna
imobilize-a manualmente
5
Primeiros Socorros
Este momento é crucial para determinar a gravidade da vítima, se a vítima estiver
inconsciente e não respira, deve-se suspender qualquer procedimento e começar
imediatamente a reanimação cardiopulmonar, se os sinais estão presentes, podemos fazer
uma avaliação focada, que consiste em ir direto para o local da lesão ou uma avaliação rápida
do trauma, que consiste em avaliar a vítima da cabeça aos pés, juntamente com o dorso, em
busca de lesão ameaçadora da vida, dependendo da cinemática.significativa

Avaliação Rápida do Trauma:

Se a vítima for exposta a mecanismos de lesão múltiplos, politraumatismo, deve-se


optar por inspecionar todo o corpo em busca de lesões ameaçadoras da vida.

• Inspecione o couro cabeludo: (passe as mãos)

• Avalie a face da vítima:


◦◦ Coloração
◦◦ Deformidade
◦◦ Lesões
◦◦ Temperatura da pele
◦◦ Pupilas
◦◦ Sangramento nasal

• Inspecione a região dos ombros e clavículas


◦◦ Deformidade
◦◦ Dor
◦◦ Crepitação
◦◦ Lacerações

• Inspecione o tórax:
◦◦ Deformidade
◦◦ Dor
◦◦ Crepitação
◦◦ Ferimentos

• Inspecione o abdômen (comprima em 4 espaços)


◦◦ Rigidez
◦◦ Globozidade
◦◦ Dor
◦◦ Lacerações

• Inspecionar a Pelve (Bacia)


◦◦ Instabilidade
◦◦ Deformidade
◦◦ Dor
◦◦ Crepitação
◦◦ Ferimentos

Quando são encontradas lesões, quem está inspecionando delega para outro socorrista
a realização da intervenção.

6
Primeiros Socorros
O colar cervical pode deve aplicado logo no inicio da inspeção,procurar sinais
característicos de lesão na coluna, dor, formigamento, insensibilidade nas extremidades.

• Avalie membros inferiores


◦◦ Deformidade
◦◦ Lesões
◦◦ Dor
◦◦ Crepitação
◦◦ Lacerações

• Avaliar Pulso, motricidade e Sensibilidade (nos pés)

• Inspecione membros superiores


◦◦ Deformidade
◦◦ Lesões
◦◦ Dor
◦◦ Crepitação
◦◦ Lacerações

• Avaliar Pulso, motricidade e Sensibilidade (nas mãos)


• Inspecionar o Dorso
• Instabilidade, Deformidade, Dor, Ferimentos

Quando são encontradas lesões, quem está inspecionando delega para outro socorrista
a realização da intervenção.
Após todas estas inspeções, coloca-se a vítima na maca,posiciona-se a vítima de forma
adequada, fixando-a na maca rígida.
Somente serão feitas neste momento as intervenções que geram risco de morte
iminente para a vítima.
Toda esta avaliação não deve durar mais do que 2 minutos, principalmente se tratando
de vítima que apresenta variações significativas na avaliação inicial ou ferimentos expressivos.
A reavaliação da vítima grave deve ser realizada a cada 5 minutos, até a chegada de
um serviço médico de emergência.
Não subestime lesões menos expressivas em gestantes, idosos e crianças.

PROTOCOLO DO TRAUMA:

Descrever:_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

LESÕES MUSCULARES MAIS FREQÜENTES:

• CONTUSÃO:
É provocada por qualquer pancada, ou impacto.

7
Primeiros Socorros
O QUE FAZER?
Repouso
Gelo local nas primeiras 24hs
Procurar avaliação médica.

• DISTENSÃO:
Lesão muscular por esforço físico

O QUE FAZER?
Repouso
Elevação do membro atingido
Gelo local nas primeiras 24hs
Sê necessário, procurar assistência médica.

• CÃIMBRA:
Contração involuntária e dolorosa de um músculo.

O QUE FAZER?
Contrair o músculo afetado por alguns segundos
Massagear o local
Iniciar alongamento suave

LESÕES ARTICULARES MAIS FREQÜENTES:

• LUXAÇÃO:
É o deslocamento dos ossos de uma articulação.

O QUE FAZER?
Imobilizar o local afetado.
Procurar assistência médica.

• ENTORSE:
É qualquer torção de uma região do corpo. Exemplo: Joelhos, Cotovelos, punhos,
tornozelos

O QUE FAZER?
Imobilizar o local
Gelo local nas primeiras 24hs
Procurar assistência médica sê necessário

LESÕES ÓSSEAS MAIS FREQÜENTES:

• FRATURA:
Ruptura parcial ou total de um ou mais ossos

TIPOS:
A) ABERTA OU EXPOSTA - Quando podemos visualizar o osso quebrado externamente
B) FECHADA - O osso fraturado não perfura a pele.

8
Primeiros Socorros
QUE O FAZER?
Repouso e imobilização do local afetado
Controle das hemorragias + proteção das lesões abertas ( Fraturas expostas)

HEMORRAGIAS

É a perda de sangue através de ferimentos, pelas cavidades naturais como nariz, boca,
etc; ela pode ser também, interna, resultante de um traumatismo. As hemorragias podem
ser classificadas inicialmente em arteriais e venosas, e, para fins de primeiros socorros, em
internas e externas.

Hemorragias Arteriais: É aquela hemorragia em que o sangue sai em jato pulsátil e se apresenta
com coloração vermelho vivo.
lentamente.

Hemorragias Venosas: É aquela hemorragia em que o sangue é mais escuro e sai continuamente
e lentamente, escorrendo pela ferida.

Hemorragia Externa: É aquela na qual o sangue é eliminado para o exterior do organismo,


como acontece em qualquer ferimento externo, ou quando se processa nos órgãos internos
que se comunicam com o exterior, como o tubo digestivo, ou os pulmões ou as vias urinárias.

Hemorragia Interna: É aquela na qual o sangue extravasa em uma cavidade pré-formada do


organismo, como peritônio, pleura, pericárdio, meninges, cavidade craniana,etc.
A hemorragia arterial é menos freqüente, mas é mais grave e precisa de atendimento
imediato para sua contenção e controle. A hemorragia venosa é a que ocorre com maior
freqüência, mas é de controle mais fácil, pois o sangue sai com menor pressão e mais
lentamente.

Fonte da imagem: www.sliderplayer.com.br

9
Primeiros Socorros
CHOQUE ELÉTRICO:

O QUE FAZER?
Desligar a corrente elétrica
Afastar o fio que estiver conduzindo a corrente com o auxílio de material isolante (cabo
de madeira seco)
Solicitar atendimento médico

QUEIMADURAS:

São lesões provocadas pelo contato direto ou indireto da pele com o calor, frio ou
substâncias químicas.

CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS:


1º Grau: Lesões nas camadas superficiais da pele
2º Grau: Formação de bolhas na área atingida
3º Grau: Atinge os tecidos mais profundos até o osso.

SUPERFÍCIE CORPÓREA TOTAL QUEIMADA

QUEIMADURAS DE 1º GRAU – www.saudecominteligencia.com

FOTOS DE QUEIMADURAS DE SEGUNDO GRAU – www.saudecominteligencia.com

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Primeiros Socorros
O QUE NÃO FAZER?
Nunca coloque substâncias como pasta de dente, clara de ovo, azeite...

O QUE FAZER?
Lave os ferimentos com água fria para resfriar o local.
Nas grandes queimaduras: cubra com um pano limpo e umedecido, não fure as bolhas
e evite tocar na área queimada

ENGASGO / ASFIXIA:

É quando algum objeto tranca na garganta impedindo a pessoa de falar e respirar.

O QUE FAZER?

FAÇA COMPRESSÕES ABDOMINAIS:


• Coloque a mão fechada com o lado do polegar contra o meio do abdômen da pessoa, logo
acima do umbigo;
• Cubra o punho com a outra mão;
• Comprima rápido e forte o abdômen da vítima;
• Faça até desobstruir ou até a vítima ficar inconsciente.

Fonte das imagens: Colunafernandanunes.blogspot

11
Primeiros Socorros
Parada Cardiopulmonar (P.C.R.)

É o Colapso do ritmo normal dos batimentos cardíacos e da respiração, gera ausência


dos sinais vitais e conseqüentemente leva o paciente a óbito.
Acontece de forma súbita nos adultos, pela incidência de cardiopatias pré existentes,
nestes casos o ritmo que predomina nos primeiros minutos da P.C.R é a Fibrilação Ventricular
(FV).
A Fibrilação Ventricular (FV) é conhecida como sendo um ritmo caótico do miocárdio
(músculo cardíaco ou coração), provocado por uma desorganização da difusão dos estímulos
elétricos naturais das células do miocárdio e que não produz contração mínima organizada,
necessária para preservar a função do órgão, responsável pela perfusão para os tecidos,
principalmente para o cérebro. As causas mais comuns no adulto são os problemas
cardiovasculares (predominantemente o infarto agudo do miocárdio), porém os acidentes
cérebros-vasculares , o engasgo, e os colapsos cardíacos provocado por choque elétrico,
drogas, traumas, causam PCR. Nas crianças predomina os problemas respiratórios como
causa de P.C.R
Estima-se que pelo menos 200.000 pessoas morrem todos os anos no Brasil, vítimas
de P.C.R por doenças cardiovasculares, o que coloca este problema como a primeira causa de
morte no Brasil. No mundo, a cada 2 minutos há uma morte por P.C.R oriunda de cardiopatias.
Por isso, desde 1960, cientistas internacionais, voltados ao estudo das Síndromes
Coronarianas Agudas, vem estudando técnicas eficazes de reverter as P.C.R, através de
manobras mecânicas de ressuscitação e aplicação de descargas elétricas na reversão da
fibrilação ventricular.
O Brasil adota as diretrizes da Associação Americana do Coração como base para os
atendimentos de P.C.R.. Estas diretrizes, que também são adotas praticamente em todo o
mundo, são discutidas periodicamente nas reuniões do ILCOR – Liga Internacional dos Comitês
de Ressuscitação, aonde cientistas de diversos países avaliam as evidências nos casos
em que foi aplicada alguma técnica de reanimação e traçam os protocolos de atendimento.
Periodicamente saem novas evidências e a cada 05 (cinco) anos saem às publicações das
diretrizes, a exemplo da ultima publicação em OUT/2010.
Abaixo estão descritas as manobras mais eficazes para a reversão da P.C.R, visando
tanto à maior quantidade, quanto maior qualidade de vidas salvas pós P.C.R.

Reanimação Cardiopulmonar (R.C.P.):

A manobra mais eficaz no processo de R.C.P é a compressão torácica, pois são estas
manobras que produzem a remessa do fluxo sanguíneo para o cérebro e para o próprio
coração, a fim de manter a oxigenação celular e manter estes órgãos preservados. Porém as
ventilações mecânicas artificiais continuam sendo necessárias, principalmente nos casos de
P.C.R precedidos de hipóxia (diminuição do O2), como acontece com as crianças e nos casos
de afogamento, trauma e uso de drogas, nos adultos.
A seqüência adotada segue uma ordem de prioridades estabelecidas por uma corrente
da sobrevivência, visando diminuição no tempo de resposta e conseqüente aumento das
chances de ressuscitação, conforme ilustrado abaixo;

Fonte da imagem: American Heart Association


12
Primeiros Socorros
O primeiro elo diz respeito a um acionamento rápido de apoio para casos de vítima
inconsciente e que não respira, pois se faz necessário a aplicação de cuidados avançados
nestes casos;
O segundo elo são as manobras de R.C.P, que devem ser aplicadas precocemente nos
casos de P.C.R.;
O terceiro elo é a aplicação de choque (desfibrilação) precoce;
O quarto elo são os cuidados avançados realizados pelo médico, com os recursos
adequados (drogas, entubação, etc...);
O quinto elo são cuidados pós-ressuscitação, realizados principalmente dentro do
hospital (hipotermia, cateterismo, etc...)

Descrição da técnica de R.C.P.:

Após reconhecer que uma vítima encontra-se inconsciente (bata nos ombros e
chame-a), verifique se a vítima respira (observe a elevação do tórax e/ou do abdome):

Utilização do Protocolo:
C - Compressão Cardíaca;
A - Abertura de V.A.S
B - Ventilação

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Fonte da imagem: HCPA

Se a vítima não responde e não respira,

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Fonte da imagem: HCPA

Chame ajuda especializada, rapidamente!!! Bombeiros 193, SAMU 192

Se você for um profissional da saúde e tiver habilidade para tal:


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Primeiros Socorros
Verifique o Pulso carotídeo - (faça a verificação em no máximo 10 segundos)

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Fonte da imagem: HCPA

Após esta avaliação, não perca tempo:

Faça 30 compressões x 2 ventilações

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Fonte da imagem: HCPA

Inicie as Compressões: Profundidade: mínimo 5cm (adulto)


Velocidade: 100-120 bpm

Continue fazendo as manobras até a chegada de um Desfibrilador, até a indicação


da suspensão das manobras dada por um profissional médico, se a vítima começar com
movimentos espontâneos ou a exaustão de quem está promovendo a R.C.P..
Fazer as compressões é a melhor forma de obter sucesso no processo de R.C.P até a
chegada do suporte avançado.
As interrupções nas compressões não devem exceder 10 segundos, somente pare de
comprimir para aplicar ventilações (ambú ou método de barreira), aplicar o Desfibrilador e se
a segurança da cena for abalada.
Use sempre bareira de proteção para riscos biológicos (luvas, mascaras de ventilação,
óculos) ao atender uma vítima.

14
Primeiros Socorros
DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA

Equipamento portátil utilizado em casos de parada cardiopulmonar, com a finalidade de


reverter, através de um choque elétrico, uma fibrilação ventricular.
Os quatro passos são:
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Fonte da imagem: HCPA

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Fonte da imagem: HCPA

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Fonte da imagem: HCPA

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Fonte da imagem: HCPA 15
Primeiros Socorros
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARMAGNASI, Maria Isabel et al;Procedimentos de Enfermagem guia prático.Rio de Janeiro.


Ed.Guanabara Koogan,2013.

POTTER,Patrícia;PERRY,Anne Griffin.Fundamentos de Enfermagem.8ª edição.Rio de


Janeiro: Ed.Elsevier,2013.

Field JM, Hazinski MF, Sayre M, et al. Part 1: Executive Summary of 2010 AHA Guidelines for
CPR and ECC. Circulation.

Hazinski MF, Nolan JP, Billi JE, et al. Part 1: Executive Summary: 2010 International Consensus
on Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care Science With
Treatment Recommendations. Circulation.

Judith Wylie-Rosett and on behalf of the American Heart Association Statistics D. Sorlie,
Randall S. Stafford, Tanya N. Turan, Melanie B. Turner, Nathan D. Wong, Michael E. Mussolino,
Graham Nichol, Nina P. Paynter, Wayne D. Rosamond, Paul Mary M. McDermott, James B.
Meigs, Claudia S. Moy, Dariush Mozaffarian, Lisabeth, Diane M. Makuc, Gregory M. Marcus,
Ariane Marelli, David B. Matchar, Brett M. Kissela, Steven J. Kittner, Daniel T. Lackland, Judith
H. Lichtman, Lynda D. Greenlund, Susan M. Hailpern, John A. Heit, P. Michael Ho, Virginia J.
Howard, Earl S. Ford, Caroline S. Fox, Heather J. Fullerton, Cathleen Gillespie, Kurt J. Berry,
Todd M. Brown, Mercedes R. Carnethon, Shifan Dai, Giovanni de Simone, Heart Disease and
Stroke Statistics 2011 Update: A Report From the American Heart Association.

Markenson D, Ferguson JD, Chameides L, Cassan P, Chung KL, Epstein JL, Gonzales L,
Hazinski MF, Herrington RA, Pelligrino JL, Ratcliff N, Singer AJ; on behalf of the First Aid
Chapter Collaborators. Part 13: first aid: 2010 American Heart Association and American
Red Cross International Consensus on First Aid Science With Treatment Recommendations.
Circulation. 2010;(suppl 2):S582–S605.

The American Heart Association in collaboration with the International Liaison Committee
on Resuscitation. Guidelines 2000 for cardiopulmonary resuscitation and emergency
cardiovascular care, part 5: new guidelines for first aid. Circulation. 2000;102(suppl):I-77–I-85..

http://circ.ahajournals.org/cgi/content/full/122/18_suppl_3/S934, acessado em 20 de jul 2011.

2005 International Consensus on Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency


Cardiovascular Care Science with Treatment Recommendations. Circulation 2005;

2005 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency
cardiovascular care part 14: first aid. Circulation. 2005;112(suppl):IV-196 –IV 203.

16
Saúde Mental I

Atualização em Neuropsiquiatria...............................................................19
Neurologia e Psiquiatria.............................................................................19
História da Psiquiatria no Brasil.................................................................20
Transtorno Mental e Saúde Mental............................................................20
Enfermagem Psiquiátrica...........................................................................20
Psicofármacos...........................................................................................20
Transtornos mentais pelo abuso de substancias psicoativas....................21
Transtornos de Personalidade...................................................................21
Transtornos de Humor...............................................................................22
Transtorno relacionado induzido por substância ou medicamento............23
Transtornos de Ansiedade.........................................................................23
Transtornos Alimentares............................................................................25
Transtornos Somatoformes e Dissociativos...............................................26
Esquizofrenia.............................................................................................27

17
Saúde Mental I
ATUALIZAÇÃO EM NEUROPSIQUIATRIA

Esta disciplina tem por objetivo ensinar aos alunos os princípios básicos para a
assistência de enfermagem neuropsiquiátrica prestadas aos pacientes que necessitam de
cuidados específicos nas Unidades de Neurologia e Psiquiatria. Algumas patologias específicas
e medicamentos serão estudados nesta etapa do curso, bem como, as mais diferentes formas
de se manejar com pessoas portadores de distúrbios mentais.

NEUROLOGIA E PSIQUIATRIA

São duas ciências que muitas vezes trabalham interligadas e corelacionadas. A


Neurologia se dedica ao tratamento dos distúrbios estruturais do Sistema Nervoso, lida com
o diagnóstico e tratamento de todas as doenças que envolvem o Sistema Nervoso Central,
periférico, autônomo, simpático e parassimpático. A Psiquiatria lida com a prevenção,
atendimento, diagnóstico, tratamento das patologias que afetam as funções mentais.

À medida que cresce, o indivíduo se torna apto a desempenhar funções cada vez
mais diferenciadas. Aprende a falar, a manipular objetos, a controlar e dirigir movimentos que,
pouco a pouco, se tornam automáticos. A aprendizagem é uma capacidade característica
do homem e, como o emprego da lógica, do raciocínio e da capacidade de abstração, só
existe graças ao sistema nervoso, que comanda inclusive o funcionamento dos órgãos que
compõem o corpo humano. E ele que orienta as funções das vísceras, regula o funcionamento
das glândulas e através de inúmeros receptores, capta as sensações do mundo exterior ou do
próprio organismo e se encarrega de preparar respostas para essas sensações.

19
Saúde Mental I
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL

Antes do nascimento de grandes instituições, a loucura já era sistematicamente


segregada do resto da sociedade. Excluía-se todos os pobres, vagabundos, bêbados,
prostitutas, mães solteiras e doentes físicos e mentais.
Até o século XIX não havia qualquer forma de assistência específica aos loucos. No
Brasil colonial esta assistência era precária, sendo a maior parte dos cuidados prestados por
curandeiros.
A atenção específica ao doente mental somente teve início com a chegada da família
real. O primeiro manicômio foi fundado por Dom Pedro II em 1852, no Rio de Janeiro, conhecido
popularmente como “ Palácio dos Loucos”.
Em 1903, nasce a Lei Federal de Assistência aos Alienados, com o objetivo de diminuir
a superlotação e instituir o trabalho como meio e fim do tratamento psiquiátrico.
O Hospício Dom Pedro II passa a ser chamado de Hospício Nacional dos Alienados. O
alienado passa a ser caracterizado como doente mental, portanto, passível de cura.
Nesta época o eletro choque, a insulinoterapia e a lobotomia faziam parte do tratamento
psiquiátrico.
Nise da Silveira foi uma popular psiquiátra contrária a estas formas de tratamento. Ela
criou ateliês de pintura e modelagem com o objetivo de possibilitar aos doentes reatar seus
vínculos com a realidade, revolucionando a psiquiatria no país.
Na década 50/60 o número de internações era maior do que o número de leitos. As
denuncias de precariedades e torturas, também eram rotinas.
Em 1960, Franco Basaglia (Itália) questiona a existência dos hospitais psiquiátricos.
Em 1978, aprova-se a lei que proibiu a criação de novos hospícios e possibilitou a
sua substituição por pensões protegidas, residências terapêuticas e leitos psiquiátricos em
hospital geral. Começa –se na década de 90, a Reforma Psiquiátrica Brasileira.

TRANSTORNO MENTAL E SAÚDE MENTAL

Entende-se por Transtorno Mental, qualquer anormalidade, sofrimento ou


comprometimento de ordem psicológica ou mental.
Saúde Mental é um estado de bem estar no qual percebemos o nosso próprio potencial,
conseguindo lidar com as mais variadas situações do dia a dia. Traduz-se pelo equilíbrio
emocional.

ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA

Embora existam lutas para modificar o quadro das internações psiquiátricas, esta
modalidade de tratamento psiquiátrico ainda existe no nosso país.
A privatização da assistência se deu por volta dos anos 60.
Vários são os estudos feitos sobre a instituição e os efeitos negativos que ela exerce
sobre a pessoa.
Atualmente a assistência de enfermagem está voltada a auxiliar de maneira individual
ou em grupo incentivando o autocuidado e um melhor relacionamento social.

PSICOFÁRMACOS

Os psicofármacos são agentes químicos que atuam sobre o sistema nervoso central
(SNC) e estão em condições de alterar diversos processos mentais, gerando alterações na

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Saúde Mental I
conduta, na percepção e na consciência.

Quando a substância em questão é capaz de provocar um efeito de grande intensidade


e de gerar uma modificação importante da personalidade, é considerada psicotrópica.As
substâncias psicotrópicas têm sido usadas com diversos fins ao longo da história. A medicina
pode receitá-las para o tratamento de distúrbios psiquiátricos ou de problemas neurológicos.

Os psicotrópicos incidem sobre a neurotransmissão; isto é, modificam o envio e/ou


a recepção de informação que se produz através a sinapse desenvolvida pelos neurônios.
Noutros termos, um psicotrópico pode alterar um procedimento fisiológico ou bioquímico que
tem lugar no cérebro. No que toca às características, pode inibir ou estimular a atividade
mental.

Estes psicofármacos são qualificados com designações diferente consoante o tipo de


influência que têm sobre o SNC. Há psicotrópicos que são alucinógenos, outros atuam como
estimulantes e alguns recebem o qualificativo de depressores.

TRANSTORNOS MENTAIS PELO ABUSO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

Com base nas ferramentas de classificação, encontramos códigos onde são identificados
os principais transtornos mentais ligados ao uso de substâncias psicoativas:

De acordo com o CID 10:


• F11: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de opiáceos.
• F12: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de canabinóides.
• F13: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de sedativos e hipnóticos.
• F14: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de cocaína.
• F15: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de outros estimulantes, inclusive
a cafeína.
• F16: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de alucinógenos]
• F17: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de fumo.
• F18: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de solventes voláteis.
• F19: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso
de outras substâncias psicoativas

TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

Os transtornos de personalidade são um grupo de doenças psiquiátricas em que a


pessoa tem um padrão de pensamento e comportamento bastante rígido e mal ajustado. Sem
tratamento, que envolve psicoterapia e medicamentos, o problema costuma ter longa duração
e causa sofrimento e dificuldade nos relacionamentos pessoais e em outras áreas.

Os transtornos de personalidade são classificados em categorias que têm características


comuns. Embora seja comum reconhecer traços de si mesmo em diferentes transtornos de
personalidade, quem tem o problema possui a maior parte das características de um transtorno
específico.

• Transtorno de personalidade paranoide - pessoas com esse transtorno tendem a


desconfiar dos outros e achar que vão ser enganadas. Por causa disso, elas podem ser
hostis ou emocionalmente desapegadas.
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Saúde Mental I
• Transtorno de personalidade esquizoide - provoca falta de interesse em relações sociais.
Quem tem o problema é indiferente às interações sociais.
• Transtorno de personalidade esquizotípica - pode levar a um comportamento excêntrico,
pensamentos e crenças incomuns ou bizarras, sentimento de desconforto em ambientes
sociais e dificuldade para ter relacionamentos íntimos.
• Transtorno de personalidade antissocial – quem tem o transtorno não reconhece os
sentimentos e necessidades de outros. Também pode repetidamente mentir, agredir,
roubar e ter comportamentos ilegais.
• Transtorno de personalidade histriônica - pessoas com este transtorno são altamente
emotivas e dramáticas, têm uma necessidade excessiva de atenção e aprovação e podem
usar a aparência física para consegui-la.
• Transtorno de personalidade borderline - as características principais incluem o medo
do abandono, relacionamentos intensos e instáveis, explosões emocionais extremas,
comportamento autodestrutivo e sentimento crônico de vazio.
• Transtorno de personalidade narcisista - são as pessoas com autoestima inflada e
necessidade de admiração. Elas costumam ter pouca empatia ou preocupação com os
outros e têm fantasias de sucesso, poder ou beleza.
• Transtorno de personalidade esquiva - pessoas que evitam a interação social e são
extremamente sensíveis aos julgamentos negativos dos outros; elas podem ser tímidas e
isoladas socialmente e ter sentimentos de inadequação.
• Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva - são pessoas preocupadas
com regras e ordem e que valorizam o trabalho acima de outros aspectos da vida; são
perfeccionistas e têm uma necessidade de estar no controle. É importante não confundir
com o transtorno obsessivo-compulsivo, que é uma forma de transtorno de ansiedade.
• Transtorno de personalidade dependente - causa necessidade de ser cuidado e medo
de estar sozinho, além de dificuldade de separar-se de seus entes queridos ou tomar
decisões por conta própria. Quem tem o problema pode ser submisso e tolerar relações
abusivas.

TRANSTORNOS DE HUMOR

• TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I


Esse tipo de transtorno acomete cerca de 1 % da população mundial e deixa o humor do
doente exageradamente elevado expansivo (mania) e pode prejudica-lo nos círculos sociais.
Além disso, o indivíduo também pode passar por períodos de sentimentos negativos, perda
de apetite e insônia. “Em quadros como esse, o que mais chama atenção é a desproporção
entre as reações, ou seja, quando não há acontecimentos no ambiente em que a pessoa está
e que justifiquem tal comportamento alterado”

• TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II


Essa forma de apresentação difere-se do tipo I devido ao nível de humor, menos elevado
e agressivo, sendo assim chamado de hipomania. De acordo com o Manual Diagnóstico
e Estatístico de Transtornos Mentais, pessoas com transtorno bipolar tipo II normalmente
apresentam um episódio depressivo maior, sem que os estados euforia mais amenos
(hipomania) causem prejuízos pontuais para a vida do paciente.

• TRANSTORNO CICLOTÍMICOS
Tem como característica essencial a oscilação frequente de humor, com sintomas
alternados de euforia e depressão moderados. É considerado um dos menos graves, já

22
Saúde Mental I
que, muitas vezes, pode ser confundido com a própria personalidade da pessoa. Porém, de
acordo com o Manual, embora alguns indivíduos com esse tipo possam não ter problemas
com certos períodos de hipomania, o prejuízo social acontece em decorrência das mudanças
constantes de humor, ou seja, o indivíduo pode ser visto como temperamental, mal-humorado,
imprevisível, incoerente ou não confiável.

TRANSTORNO RELACIONADO INDUZIDO POR SUBSTANCIA OU MEDICAMENTO


Tanto no transtorno bipolar quanto no transtorno relacionado induzido, as característica
diagnosticadas são as mesmas: mania, hipomania e depressão. O que varia é que no segundo
os estados surgem e se tornam um problema devido a uma substância. Isso ocorre por causa
dos efeitos colaterais de alguns fármacos antidepressivos e outros psicotrópicos. Entretanto,
segundo o Manual, quando acontecem casos de da hipomania ou mania após uso de
medicamento antidepressivo ou outros tratamentos e percistem além dos efeitos fisiológicos
do fármaco, essa condição é considerada indicadora de transtorno bipolar real, e não de
transtorno relacionado induzido.

Mania

Esse estado também é conhecido como euforia, ou seja bom humor em excesso. É
quando essa reação se torna um empecilho.
Sintomas:
– Hiperatividade
– Autoestima elevada
– Negação daquilo que é obvio
– Comportamento agressivo
– Irritabilidade extrema
– Aumento da vontade sexual
– Não reconhecer a doença
– Incapacidade de julgamento

Hipomania
É um intermediário do excesso da euforia, quando a pessoa continua com um bom
humor em demasia, porém, menos que na mania, já que os sintomas não refletem tanto no
dia a dia do indivíduo.

Depressão
Nesse estado, o indivíduo apresenta o ápice do mau humor.
Sintomas:
– Pensamentos negativos e suicidas
– Preocupação com fracassos
– Perda de energia
– Sentimentos de culpa
– Dificuldade em dormir

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
A ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim
aconteça. Enquanto o medo tem um objeto definido, a ansiedade é uma emoção difusa,
voltada para o futuro. No estado de ansiedade a mente cria vários pensamentos negativos e
fantasia diversas cenas temidas, O estado de ansiedade é acompanhado por reações físicas

23
Saúde Mental I
desconfortáveis.
Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica,
Fobia Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de
Ansiedade Generalizada.
É comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode apresentar sintomas de
mais de um tipo de transtorno de ansiedade ao mesmo tempo ou ter ao mesmo tempo um
Transtorno de Ansiedade e outro como depressão.
No geral, os transtornos de ansiedade respondem muito bem ao tratamento psicológico
especializado.
Saiba um pouco sobre cada Transtorno de Ansiedade:

◦◦ Estresse Pós Traumático:


Geralmente após um evento traumático a ansiedade diminui logo no primeiro mês sem
maiores consequências. Porém, em alguns casos, os sintomas persistem por mais tempo
ou reaparecem depois de um tempo, levando a um estado denominado como Estresse Pós
Traumático. Há três grupos de sintomas mais comuns nos casos de Estresse Pós Trumático:
(1) reexperiência traumática, (2) hiperexcitação ou hipoexcitação psíquica e (3) esquiva e
distanciamento emocional.
Para saber mais leia o artigo: Estresse Pós Traumático: A Experiência Emocional de
Pessoas Vítimas de Violência

◦◦ Síndrome do Pânico:
A Síndrome do Pânico é caracterizada pela ocorrência de freqüentes e inesperados
ataques de pânico. Os ataques de pânico, ou crises, consistem em períodos de intensa
ansiedade e são acompanhados de alguns sintomas específicos como taquicardia, perda do
foco visual, dificuldade de respirar, sensação de irrealidade, etc.

◦◦ Distúrbio de Ansiedade Generalizada:


Estado de ansiedade e preocupação constante sobre diversas coisas da vida.
Este estado aparece frequentemente e se acompanha de alguns dos seguintes sintomas:
irritabilidade, dificuldade em concentrar-se, inquietação, fadiga e humor deprimido.

◦◦ Fobia Simples:
Medo irracional relacionada a um objeto ou situação específico. Na presença do
estímulo fóbico a pessoa apresenta uma forte reação de ansiedade, podendo chegar a ter
um ataque de pânico. Por exemplo a pessoa pode ter fobia de sangue, de animais, de altura,
de elevador, de lugares fechados ou abertos, fobia de dirigir, etc. Há muitas formas possíveis
de fobia, visto que o estímulo fóbico assume um lugar substituto para os reais motivos de
ansiedade da pessoa. O motivo original vai ser descoberto na terapia.

◦◦ Fobia Social:
Ansiedade intensa e persistente relacionada a uma situação social. Pode aparecer
ligado a situações de desempenho em público ou em situações de interação social. A pessoa
pode temer, por exemplo, que os outros percebam seu “nervosismo” pelo seu tremor, suor,
rubor na face, alteração da voz, etc. Pode levar à evitação de situações sociais e um certo
sofrimento antecipado. A pessoa pode também, por exemplo, evitar comer, beber ou escrever
em público com medo de que percebam o tremor em suas mãos.

◦◦ Transtorno Obsessivo-Compulsivo:

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Saúde Mental I
Estado em que se apresentam obsessões ou compulsões repetidamente, causando
grande sofrimento à pessoa. Obsessões são pensamentos, idéias ou imagens que invadem a
consciência da pessoa. Há vários exemplos como dúvidas que sempre retornam (se fechou o
gás, se fechou a porta, etc.), fantasias de querer fazer algo que considera errado (machucar
alguém, xingar, etc.), entre vários outros.
As compulsões são atos repetitivos que tem como função tentar aliviar a ansiedade
trazida pelas obsessões. Assim, a pessoa pode lavar a mão muitas vezes para tentar aliviar
uma idéia recorrente de que está sujo, ou verificar muitas vezes se uma porta está fechada,
fazer contas para afastar algum pensamento, arrumar as coisas, repetir atos, etc.

TRANSTORNOS ALIMENTARES

◦◦ Bulimia
A bulimia é um transtorno alimentar que caracteriza-se pela ingestão compulsiva e rápida
de grandes quantidades de alimentos, seguida por sentimentos de culpa ou arrependimento
que levam a pessoa a induzir o próprio vômito para vomitar o que comeu para não engordar.
Quem sofre desse tipo de distúrbio alimentar, na maioria dos casos mulheres, também
pode usar medicamentos laxantes e diuréticos, ficar várias horas sem comer ou praticar
atividades físicas intensas para não ganhar peso.
Pessoas com bulimia geralmente não são muito magras e costumam estar dentro do
peso considerado normal. Contudo, têm obsessão com a forma física e tendem a fazer dietas
muito rígidas.
Quando não suportam mais a fome, comem compulsivamente e em grande quantidade
num curto espaço de tempo. A seguir, sentem-se culpadas por terem comido tanto e forçam o
vômito para não ganhar peso.

◦◦ Anorexia
Os principais sintomas da anorexia são o excesso de preocupação com peso e o medo
exagerado de engordar. Indivíduos com esse tipo de transtorno alimentar sempre acham que
estão gordos quando se olham no espelho, ainda que estejam extremamente magros.
Trata-se de um transtorno alimentar marcado pela distorção da autoimagem e que
ocorre sobretudo na adolescência, sendo mais frequente em mulheres.
Essa sensação de estar acima do peso leva a pessoa a fazer dietas extremas, tomar
diuréticos e laxantes, fazer exercícios físicos extenuantes, ficar longos períodos em jejum,
entre outras medidas extremas para “não engordar mais”.
Uma característica marcante de quem sofre desse transtorno alimentar é a magreza
acima do normal. Nos casos mais graves, a anorexia pode causar desnutrição severa e levar
à morte.

◦◦ Vigorexia
A vigorexia não é propriamente um transtorno alimentar, mas psicológico. Seus
principais sintomas são a obsessão por músculos e a insatisfação com o corpo.
Essas pessoas dedicam muitas horas às atividades físicas e acabam por ficar dependentes
dos exercícios.
Contudo, para conseguir o corpo desejado, a pessoa pode fazer uso de anabolizantes
e dietas com grandes quantidades de proteínas, gerando distúrbios alimentares.
O tratamento dos transtornos alimentares é multidisciplinar e pode envolver médicos,
psiquiatra, psicólogo e nutricionista.

25
Saúde Mental I
TRANSTORNOS SOMATOFORMES E DISSOCIATIVOS

Transtornos somatoformes são doenças mentais que causam sintomas corporais,


incluindo a dor.
Pessoas com transtornos somatoformes não estão fingindo seus sintomas. A dor e
outros problemas que experimentam são reais. Os sintomas podem afetar significativamente
a vida diária.
Os sintomas e sua gravidade variam dependendo do tipo de transtorno
somatoforme. Existem vários tipos de perturbações somatoformes

A) Transtorno de Somatização - Isso também é conhecido como síndrome de Briquet.


Pacientes com este tipo têm uma longa história de problemas médicos que começam dos 30
anos de idade.

B) Transtorno Somatoforme Indiferenciado - Esta é uma versão menos específica


de transtorno de somatização. Um diagnóstico requer que uma pessoa tenha uma ou mais
queixas físicas de sintomas inexplicáveis por pelo menos seis meses.

C) Hipocondria - Pessoas com este tipo de transtorno somatoforme indiferenciado


estão preocupadas que tenham uma doença grave. Elas podem acreditar que pequenas
reclamações são sinais de graves problemas médicos. Por exemplo, podem acreditar que
uma dor de cabeça comum é um sinal de um tumor no cérebro
.
D)Transtorno de Dor Somatoforme -As pessoas que têm transtorno de dor somatoforme
normalmente experimentam uma dor que começou com um estresse psicológico ou trauma.
Por exemplo, elas desenvolvem uma dor de cabeça crônica inexplicável depois de um evento
estressante.
A dor é o foco da doença. Mas acredita-se que fatores psicológicos desempenham um
papel na percepção e gravidade da dor.
Pessoas com transtorno de dor somatoforme freqüentemente procuram cuidados médicos.
Elas podem tornar-se socialmente isoladas e ter problemas com a vida profissional e familiar.

E) Transtorno Somatoforme Não Especificado - As pessoas com este tipo podem


ter condições que têm características de outros transtornos somatoformes. Mas elas não
preenchem todos os critérios para qualquer outro diagnóstico.

F) Transtorno Dissociativo - Ocasionalmente, todos experimentamos falha na integração


automática normal de memórias, percepções, identidade e consciência. Por exemplo, uma
pessoa pode dirigir para algum lugar e perceber que não se lembra de muitos aspectos do
percurso em razão de preocupações com questões pessoais, um programa no rádio ou uma
conversa com um passageiro. Tipicamente, essa falha, chamada dissociação não patológica,
não atrapalha as atividades cotidianas.
Em comparação, pessoas com transtorno dissociativo podem esquecer completamente
de uma série de comportamentos normais que duraram minutos ou horas e podem sentir falta
de um período de tempo em sua experiência. Nos transtornos dissociativos, a integração
normal da consciência, memória, percepções, identidade, emoção, representação corporal,
controle motor e comportamento é rompida, e a continuidade do self é perdida.
Essas pessoas podem experimentar o seguinte:
• Intrusões espontâneas na consciência com perda da continuidade da experiência,

26
Saúde Mental I
incluindo sentimentos de desprendimento do self (despersonalização) e/ou do ambiente
(desrealização) e fragmentação da identidade
• Perda de memória em relação a informações pessoais importantes (amnésia dissociativa)

Transtornos dissociativos frequentemente se desenvolvem depois de estresses


opressivo. Esse estresse pode ser gerado por eventos traumáticos ou conflito interno intolerável.
Transtornos dissociativos estão associados com transtornos relacionados a trauma e estresse;
transtorno de estresse agudo e transtorno de estresse pós-traumático podem causar sintomas
dissociativos (p. ex., amnésia, flashbacks, entorpecimento, despersonalização/desrealização)

ESQUIZOFRENIA

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico complexo caracterizado por uma alteração


cerebral que dificulta o correto julgamento sobre a realidade, a produção de pensamentos
simbólicos e abstratos e a elaboração de respostas emocionais complexas. É uma doença
crônica, complexa e que exige tratamento por toda a vida. Normalmente, o transtorno aparece
entre o final da adolescência e começo da vida adulta.

Tipos:
• Esquizofrenia paranoide: com predomínio de alucinações e delírios
• Esquizofrenia hebefrênica ou desorganizada: com predominante pensamento e discurso
desconexo
• Esquizofrenia catatônica: em que o paciente apresente mais alterações posturais, com
posições bizarras mantidas por longos períodos e resistência passiva e ativa a tentativas
de mudar a posição do indivíduo
• Esquizofrenia simples: em que a pessoa, sem ter delírios, alucinações ou outras alterações
mais floridas, progressivamente ia perdendo sua afetividade, capacidade de interagir com
pessoas, ocorrendo um progressivo prejuízo de seu desempenho social e ocupacional, por
vezes levando os indivíduos afetados a uma vida de sem-teto e vagando pelas ruas.

Causas:
Ainda não se conhecem todos os mecanismos cerebrais que promovem os sintomas
relacionados à esquizofrenia, mas hoje sabe-se que se trata de uma doença química cerebral
decorrente de alterações em vários sistemas bioquímicos (neurotransmissores) e vias
neuronais cerebrais.

Fatores de risco:
• História familiar de esquizofrenia: as chances são de 10% se tiver um irmão com
esquizofrenia, 18% se tiver um irmão gêmeo não-idêntico com esquizofrenia, 50% se tiver
um irmão gêmeo idêntico com esquizofrenia e 80% se os dois pais forem afetados por
esquizofrenia
• Ser exposto a toxinas, vírus e à má nutrição dentro do útero da mãe, especialmente nos
dois primeiros trimestres da gestação
• Problemas no parto como falta de oxigênio (hipóxia neonatal)
• Ter um pai com idade mais avançada
• Uso de maconha
• Tabagismo.

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Saúde Mental I
Sintomas de Esquizofrenia:
Delírios
Alucinações
Pensamento desorganizado

Outros sintomas:
• Não aparentar emoções ou apresentar apatia emocional (indiferença afetiva)
• Não alterar as expressões faciais
• Ter fala monótona e sem adição de quaisquer movimentos que normalmente dão ênfase
emocional ao discurso
• Diminuição da fala e prejuízo da linguagem
• Negligência na higiene pessoal
• Perda de interesse em atividades cotidianas
• Isolamento social
• Incapacidade de conseguir sentir prazer.

28
Saúde Coletiva II

Breve histórico da saúde pública no Brasil................................................31


Lei Nº 8080................................................................................................34
Lei Nº 8142................................................................................................38
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)............................................40
Estratégia Saúde da Família......................................................................41
Imunização.................................................................................................42
Câmara Refrigerada..................................................................................43
Calendário Nacional de Vacinação............................................................44
Calendário Vacional - do nascimento aos 6 anos......................................48
Calendário Vacional - dos 7 aos 9 anos e adolescentes...........................49
Calendário Vacional - adultos....................................................................50
Calendário Vacional - gestante e puérpera................................................51
Referências................................................................................................52

Elaborado por: Sergio William Prinstrop - 2019


29
Saúde Coletiva II
Um breve histórico da saúde pública no Brasil

Com mais de 500 anos de história brasileira – contados a partir da vinda dos portugueses
–, as políticas de saúde sofreram diversas mudanças. Quais foram os momentos decisivos
com relação à saúde no Brasil? Quando o Estado passou a agir? E, enquanto não agia, quais
eram os responsáveis pelos cuidados médicos da população?

Período de colonização e império do Brasil

Durante o período da colonização e império do Brasil não existiam políticas públicas


voltadas para a saúde. No início da colonização, muitos indígenas morreram em virtude das
“doenças do homem branco”, aquelas trazidas pelos europeus e para as quais a população
indígena não tinha resistência. Doenças comuns na Europa, que não existiam no Brasil,
acabaram sendo trazidas. O ponto de atenção é de que os indígenas não tinham imunidade
para elas e a consequência foi a morte de milhares deles.
Durante os 389 anos de duração da Colônia e do Império, pouco ou nada foi feito com
relação à saúde. Não havia políticas públicas estruturadas, muito menos a construção de
centros de atendimento à população. Além disso, o acesso a tratamentos e cuidados médicos
dependia da classe social: pessoas pobres e escravos viviam em condições duras e poucos
sobreviviam às doenças que tinham. As pessoas nobres e colonos brancos, que tivessem
terras e posses, tinham maior facilidade de acesso a médicos e remédios da época. Portanto,
suas chances de sobrevivência eram maiores.
Com a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil, em 1808, e a sua vontade em
desenvolver o Brasil para que se aproximasse da realidade vivida em Portugal, uma das
primeiras medidas foi a fundação de cursos universitários. Foram criados cursos de Medicina,
Cirurgia e Química. Assim, aos poucos, os médicos estrangeiros foram substituídos por
médicos brasileiros, ou formados no Brasil.
Além de transformar escolas em faculdades, D. Pedro II criou órgãos para vistoriar a
higiene pública principalmente na nova capital brasileira, o Rio de Janeiro. A cidade, além de
sofrer diversas mudanças urbanas, como calçamento de ruas e iluminação pública, também
visava a higienizar o centro urbano – de maneira sanitária e social. Social, pois expulsava do
centro da cidade os casebres e as pessoas de classe social mais inferior, proliferando então o
desenvolvimento de favelas nas áreas periféricas.
A higienização sanitária deveria ocorrer por conta das recorrentes endemias de febre
amarela, peste bubônica, malária e varíola, doenças associadas à falta de saneamento básico
e de higiene. Os esgotos, na época, corriam a céu aberto e o lixo era depositado em valas.
Assim, o alvo da campanha pela saúde pública nesse princípio de século XIX foi estruturar o
saneamento básico.

Caridade e saúde: o papel das Santas Casas de Misericórdia

A ligação entre entidades religiosas e tratamentos de saúde é bastante forte e existe


desde a colonização do Brasil.
As Santas Casas de Misericórdia são uma dessas entidades que se destinaram a prestar
assistência médica às pessoas. As santas casas foram, durante séculos, a única opção de
acolhimento e tratamento de saúde para quem não tinha dinheiro. Elas eram fundadas pelos
religiosos e, num primeiro momento, conectadas com a ideia de caridade.
Antes da Constituição de 1824, algumas das santas casas no Brasil eram: as Santas
Casas de Santos (1543), Salvador (1549), Rio de Janeiro (1567), Vitória (1818), São Paulo

31
Saúde Coletiva II
(1599), João Pessoa (1602), Belém (1619), entre diversas outras.

Saúde pública na República: as vacinas e os sanitaristas

Com a declaração do fim da escravidão em 1888, o país ficou dependente de mão de


obra imigrante para continuar no cultivo de insumos que eram a base da economia brasileira,
principalmente o café. Entre 1900 e 1920, o Brasil ainda era refém dos problemas sanitários e
das epidemias. Portanto, para a recepção dos imigrantes europeus, houve diversas reformas
urbanas e sanitárias nas grandes cidades, como o Rio de Janeiro, em que houve atenção
especial às suas áreas portuárias. Para o governo, o crescimento do país dependia de uma
população saudável e com capacidade produtiva, portanto era de seu interesse que sua saúde
estivesse em bom estado.
Um dos destaquesnessa época foi o médico Oswaldo Cruz, que enfrentou revoltas
populares na defesa da vacina obrigatória contra a varíola – na época, a população, no Rio de
Janeiro revoltou-se com a medida, pois não foram explicados os objetivos da campanha e do
que se tratavam as vacinas.
Ainda nos anos de 1920, foram criadas as CAPS: Caixas de Aposentadoria e Pensão.
Os trabalhadores as criaram para garantir proteção na velhice e na doença. Posteriormente e
devido à pressão popular, Getúlio Vargas ampliou as CAPS para outras categorias profissionais,
tornando-se o IAPS: Instituto de Aposentadorias e Pensões.

Período Getulista: o começo da organização das leis

Com a presidência de Getúlio Vargas, houve reformulações no sistema a fim de criar


uma atuação mais centralizada, inclusive quanto à saúde pública. O foco de seu governo foi
o tratamento de epidemias e endemias, sem muitos avanços, pois os recursos destinados à
saúde eram desviados a outros setores – parte dos recursos dos IAPS ia para o financiamento
da industrialização.
A Constituição de 1934, promulgada durante o governo Vargas, concedia novos direitos
aos trabalhadores, como assistência médica e “licença-gestante”. Além disso, a Consolidação
das Leis Trabalhistas de 1943, a CLT, determina aos trabalhadores de carteira assinada, além
do salário mínimo, também benefícios à saúde.

Anos 50 e a 3ª Conferência Nacional da Saúde

Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde. Foi a primeira vez em que houve um
ministério dedicado exclusivamente à criação de políticas de saúde, com foco principalmente
no atendimento em zonas rurais, já que nas cidades a saúde era privilégio de quem tinha
carteira assinada.
As Conferências Nacionais de Saúde tiveram um papel muito importante na consolidação
do entendimento da importância da saúde pública no Brasil – mais adiante, você entenderá
por quê. A 3ª Conferência Nacional de Saúde ocorreu no final de 1963 e apresentou diversos
estudos sobre a criação de um sistema de saúde. De acordo com o doutor em saúde pública
Gilson Carvalho, houve duas bandeiras principais nessa conferência:
1. A criação de um sistema de saúde para todos, o direito à saúde deveria ser universal;
2. A organização de um sistema descentralizado, visando ao protagonismo do município.
Além disso, afirma que a ditadura militar, iniciada em março de 1964, sepultou a proposta
poucos meses depois.

32
Saúde Coletiva II
A saúde pública durante a ditadura militar (1964-1985)

A saúde sofreu com o corte de verbas durante o período de regime militar e doenças
como dengue, meningite e malária se intensificaram. Houve aumento das epidemias e da
mortalidade infantil. Uma das medidas foi a criação do INPS, que foi a união de todos os órgãos
previdenciários que funcionavam desde 1930, a fim de melhorar o atendimento médico.
Passou-se a enxergar a atenção primária de pacientes cada vez mais como
responsabilidade dos municípios; os casos mais complexos eram responsabilidade dos
governos estadual e federal.
Durante os anos de 1970, mesmo no auge do milagre econômico, as verbas para
saúde eram baixas: 1% do orçamento geral da União. Ao fim da década, as prefeituras das
cidades que mais cresciam começaram a se organizar para receber e conceder aos migrantes
algum tipo de atendimento na área da saúde. Começou-se a estruturar políticas públicas que
envolveram as Secretarias Municipais de Saúde, que depois se estenderam aos estados e a
ministérios, como os Ministérios da Previdência Social e da Saúde.

Anos 80 e o princípio da saúde pública como direito

O Movimento Sanitarista e a 8ª Conferência Nacional de Saúde


O movimento sanitarista foi de importância ímpar ao entendimento de saúde pública,
do conceito de saúde e também da evolução do direito à saúde no Brasil. A reforma sanitária
se refere às ideias de uma série de mudanças e transformações necessárias à saúde. Sua
composição era de técnicos da saúde – médicos, enfermeiros, biomédicos… – e intelectuais,
partidos políticos, diferentes correntes e tendências e movimentos sociais diversos.
Ao fim da ditadura, as propostas da Reforma Sanitária foram reunidas num documento
chamado Saúde e Democracia, enviado para aprovação do Legislativo. Uma das conquistas
foi a realização da 8ª Conferência Nacional da Saúde em 1986. Pela primeira vez na história,
foi possível a participação da sociedade civil organizada no processo de construção do que
seria o novo modelo de saúde pública brasileiro.
Essa conferência foi tão importante pois desde o seu tema – “saúde como direito de
todos e dever do Estado” – teve como resultado uma série de documentos que basicamente
esboçaram o surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A conferência ampliou os conceitos
de saúde pública no Brasil, propôs mudanças baseadas no direito universal à saúde com
melhores condições de vida, além de fazer menção à saúde preventiva, à descentralização
dos serviços e à participação da população nas decisões. O relatório da conferência teve suas
principais resoluções incorporadas à Constituição Federal de 1988.

A Constituição de 1988 e a criação do SUS: o direito à saúde como dever do Estado

A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro documento a colocar o direito à saúde


definitivamente no ordenamento jurídico brasileiro. A saúde passa a ser um direito do cidadão
e um dever do Estado. A Constituição ainda determina que o sistema de saúde pública deve
ser gratuito, de qualidade e universal, isto é, acessível a todos os brasileiros e/ou residentes
no Brasil.
O Sistema Único de Saúde foi regulado posteriormente pela lei 8.080 de 1990, em que
estão distribuídas todas as suas atribuições e funções como um sistema público.

33
Saúde Coletiva II
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte lei:

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados
isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou
jurídicas de direito Público ou privado.

Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições
indispensáveis ao seu pleno exercício.

Logo após a introdução da lei no artigo 1º, que descreve seu objeto, já surge o resgate do
princípio constitucional da saúde como direito e dever do Estado, conforme o artigo 196 da
Constituição Federal de 1988.

Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo


a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.

Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no
artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar
físico, mental e social.

De acordo com definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), os determinantes


sociais da saúde estão relacionados às condições em que uma pessoa vive e trabalha. Também
podem ser considerados os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos
e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à
população, tais como moradia, alimentação, escolaridade, renda e emprego.
Os determinantes sociais não podem ser avaliados somente pelas doenças geradas,
pois vão além, influenciando todas as dimensões do processo de saúde das populações,
tanto do ponto de vista do indivíduo, quanto da coletividade na qual ele se insere. Por isso
é importante que o setor saúde se some aos demais setores da sociedade no combate às
iniquidades – o que chamamos de intersetorialidade.
Todas as políticas que assegurem a redução das desigualdades sociais e que
proporcionem melhores condições de mobilidade, trabalho e lazer são importantes nesse
processo, além da própria conscientização do indivíduo sobre sua participação pessoal no
processo de produção da saúde e de qualidade de vida.

TÍTULO II
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

34
Saúde Coletiva II
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas
federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas
pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e


municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos,
inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.

§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter


complementar.

Dos Objetivos e Atribuições

Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:


I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social,
a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação
da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde
do trabalhador; e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros
insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.

§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou


prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da
produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde,
compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a
saúde.

§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o


conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.

35
Saúde Coletiva II
Dos Princípios e Diretrizes

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados


que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes
previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e
serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os
níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização
pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos
e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a)
ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização
da rede de serviços de saúde;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde
da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência;
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins
idênticos.

• Princípios Doutrinários:
Universalidade: significa que o Sistema Único de Saúde deve atender a todos por
meio de sua estrutura e serviços, sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção

36
Saúde Coletiva II
necessária, sem qualquer custo. Não importando, por exemplo, se a pessoa possui um plano
de saúde privado.

Equidade: preconiza o direito das pessoas a serem atendidas de acordo com as suas
necessidades de saúde, sem privilégios ou preconceitos. O SUS deve disponibilizar recursos
e serviços de forma justa, de acordo com as necessidades de cada um. Portanto, não é
sinônimo de igualdade, apesar de o texto da lei colocar nesses termos e esses conceitos
terem muito em comum. Ocorre que essa concepção evoluiu, visando, entre outros aspectos,
reduzir o impacto dos determinantes sociais da saúde que acabamos de estudar.

Integralidade: preconiza a garantia ao usuário de uma atenção que abrange as


ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, com garantia de acesso a todos
os níveis de atenção do Sistema de Saúde. A integralidade também pressupõe a atenção
focada no indivíduo, na família e na comunidade (inserção social) e não num recorte de ações
programáticas ou doenças.

• Princípios Organizativos:
Regionalização: trata-se de uma forma de organização do Sistema de Saúde, com
base territorial e populacional, adotada por muitos países na busca por uma distribuição de
serviços que promova equidade de acesso, qualidade, otimização dos recursos e racionalidade
de gastos.

Hierarquização: diz respeito à possibilidade de organização dos níveis de atenção do


Sistema conforme o grau de densidade tecnológica dos serviços, isto é, o estabelecimento de
uma rede que articula os serviços dos diferentes níveis de atenção, por meio de um sistema
de referência e contra referência de usuários e de trânsito de informações.

Descentralização: é o processo de transferência de responsabilidades da gestão


e recursos para os municípios, atendendo às determinações constitucionais e legais que
embasam o SUS e que definem atribuições comuns e competências específicas à União,
estados, Distrito Federal e municípios.
37
Saúde Coletiva II
Controle Social: é um mecanismo institucionalizado pelo qual se procura garantir a
participação social, com representatividade, no acompanhamento da formulação e execução
das políticas de saúde. Ele se concretiza primordialmente por meio dos Conselhos e
Conferências de Saúde, mas se dá também em outras instâncias.

Da Organização, da Direção e da Gestão

Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja
diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados
de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art.
198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes
órgãos:
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente

LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990.


Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e
dá outras providências.

Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), contará, em cada esfera de governo, com as
seguintes instâncias colegiadas:
I - Conferência de Saúde;
II - Conselho de Saúde.
§ 1° A CONFERÊNCIA DE SAÚDE reunir-se-á a cada quatro anos com a representação

38
Saúde Coletiva II
dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a
formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo
ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.

§ 2° O CONSELHO DE SAÚDE, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado


composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e
usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde
na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, (...).

39
Saúde Coletiva II
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB)

A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas


que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução
de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de
cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à
população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade
sanitária.

IMPORTANTE:

Atenção Básica tem papel fundamental na Rede de Atenção à Saúde, como principal
porta de entrada e coordenadora do cuidado. Mas, além disso, o processo de trabalho está
intimamente relacionada ao cuidado com o indivíduo dentro do contexto de vida, incluindo
território, trabalho, família, desejos e particularidades. Utiliza tecnologia leve de cuidado, mas
de uma complexidade tamanha. Os profissionais são vinculados e conhecidos por aqueles
que residem no território adscrito, levando em consideração os fatores determinantes e
condicionantes do processo saúde-doença individual, familiar e coletivo.

Por ser um nível de atenção do sistema, deve seguir os preceitos do SUS, ou seja,
os princípios e diretrizes preconizados nos artigos constitucionais e nas leis orgânicas
da saúde.

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Saúde Coletiva II
Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação
da Atenção Básica.

Parágrafo único. Serão reconhecidas outras estratégias de Atenção Básica, desde que
observados os princípios e diretrizes previstos nesta portaria e tenham caráter transitório,
devendo ser estimulada sua conversão em Estratégia Saúde da Família.

Art. 5º A integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica é condição essencial para
o alcance de resultados que atendam às necessidades de saúde da população, na ótica da
integralidade da atenção à saúde e visa estabelecer processos de trabalho que considerem
os determinantes, os riscos e danos à saúde, na perspectiva da intra e intersetorialidade.

Art. 6º Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica,
no âmbito do SUS, de acordo com esta portaria serão denominados Unidade Básica de
Saúde – UBS.

Parágrafo único. Todas as UBS são consideradas potenciais espaços de educação, formação
de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a
RAS (Rede de Atenção em Saúde).

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a qualidade de vida da população


brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como falta de atividade física,
má alimentação, uso de tabaco, dentre outros. Com atenção integral, equânime e contínua, a
ESF se fortalece como a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).
A proximidade da equipe de saúde com o usuário permite que se conheça a pessoa,
a família e a vizinhança. Isso garante uma maior adesão do usuário aos tratamentos e às
intervenções propostas pela equipe de saúde. O resultado é mais problemas de saúde
resolvidos na Atenção Básica, sem a necessidade de intervenção de média e alta complexidade
em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) ou hospital.
A Equipe de Saúde da Família está ligada à Unidade Básica de Saúde (UBS) local.
Esse nível de atenção resolve 80% dos problemas de saúde da população. Entretanto, se a
pessoa precisar de um cuidado mais avançado, a ESF faz este encaminhamento.

Composição da ESF

A Estratégia Saúde da Família (ESF) é composta por equipe multiprofissional que


possui, no mínimo, médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de
família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, técnico de
enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS).
Também há equipe de Saúde Bucal, composta por cirurgião-dentista generalista ou
especialista em saúde da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.
O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com
um máximo de 750 pessoas por agente e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não
ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe.
Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas
de uma determinada área, que passam a ter corresponsabilidade no cuidado com a saúde.

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Saúde Coletiva II
Atividades básicas de uma equipe de Saúde da Família
• Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis e identificar os problemas
de saúde mais comuns e situações de risco aos quais a população está exposta;
• Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de vigilância
à saúde e de vigilância epidemiológica, nos diversos ciclos da vida;
• Garantir a continuidade do tratamento, pela adequada referência do caso;
• Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda,
buscando contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde por meio
da educação sanitária;
• Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais existentes
na comunidade para o enfrentamento conjunto dos problemas;
• Discutir, de forma permanente, junto à equipe e à comunidade, o conceito de cidadania,
enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os legitimam;
• Incentivar a formação e/ou participação ativa nos conselhos locais de saúde e no Conselho
Municipal de Saúde.

IMUNIZAÇÃO

REDE DE FRIOS

Segundo MS (2014, p.35) A Rede de Frio é o sistema utilizado pelo PNI, que tem o
objetivo de assegurar que os imunobiológicos disponibilizados no serviço de vacinação
sejam mantidos em condições adequadas de transporte, armazenamento e distribuição,
permitindo que eles permaneçam com suas características iniciais até o momento da sua
administração.

• Os imunobiológicos são produtos extremamente termolábeis, especialmente por


conterem antígenos e adjuvantes. • Por esse motivo há a necessidade de um controle
rigoroso de temperatura.

CADEIA DE FRIOS

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Saúde Coletiva II
É importante que o transporte seja feito de maneira segura e adequada, sendo aéreo
ou terrestre; Geralmente, em longas distâncias é aéreo, quando não há possibilidade faz-se
de maneira terrestre, porém deve ser feito em caminhões frigoríficos sempre com controle de
temperatura.
A utilização de Caixas térmicas para:
• Evitar a abertura da câmara refrigerada com frequência;
• Situações de emergência, por exemplo: quedas de energia ou apagão;
• Transporte de imunobiológicos;
• Conservação de imunobiológicos previstos para utilização no dia de trabalho;
• Vacinação extramuros: campanha

CÂMARA REFRIGERADA

• Preservar uma área livre aproximada de 15 cm em torno do equipamento (laterais, parte


superior e posterior) ou conforme definido no manual do usuário do fabricante, de forma a
facilitar a ventilação;
• Manter preferencialmente sobre rodízios, para facilitar limpeza, movimentação e evitar
oxidação;
• Garantir tomada EXCLUSIVA para conexão, com ATERRAMENTO, localizada a uma
distância mínima do piso de 1,30 m (NBR5410/1997 – Instalações elétricas de baixa
tensão);
• Manter em ambiente climatizado e evitar a incidência de luz solar direta ou qualquer outra
fonte de calor;
• Ajustar o alarme visual e sonoro da câmara refrigerada para imunobiológico, mínimo de
+3ºC e máximo de +7ºC, justamente com um intervalo de 1ºC para mais e um para menos,
da temperatura recomendada (+2ºCa +8ºC), para possibilitar a adoção de condutas
apropriadas;
• Certificar-se, a cada abertura da porta, se o fechamento foi realizado adequadamente.
• Estabelecer rotina diária para verificação do perfeito funcionamento dos equipamentos de
refrigeração (fechamento da porta, funcionamento dos alarmes, alimentação elétrica, entre
outros), ao final do expediente.
• Limpar mensalmente, ou conforme o uso, as superfícies internas das câmaras, segundo
orientação do fabricante. No caso de refrigerador de uso doméstico é aconselhável a cada
15 dias ou a depender a camada de gelo formada.

Os locais que ainda utilizam tais equipamentos (refrigeradores de uso domésticos)


devem proceder, no menor prazo possível, a substituição gradativa por câmaras refrigeradas
cadastradas pela Anvisa. Porém, enquanto se utilizar os refrigeradores domésticos, MEDIDAS
DE SEGURANÇA devem ser adotadas, tais como:

• Utilização exclusiva para imunobiológicos.


• Utilizar capacidade máxima de 50% da capacidade total de armazenamento (confirmar a
indicação no manual anterior).
• Identificar a localização do evaporador ou da entrada de ar refrigerado no interior da câmara
(é variável de acordo com marca/modelo),
• NÃO POSICIONAR os frascos de imunobiológicos nas proximidades deste(s) ponto(s)
porque é o local onde existe maior variação térmica.
• NÃO ARMAZENAR imunobiológicos no compartimento inferior (local da gaveta) desses
equipamentos domésticos.

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Saúde Coletiva II
• Estabelecer rotina de manuseio das vacinas armazenadas, evitando abertura frequente
das portas, no máximo 2 vezes ao dia.
• Utilizar termômetro de momento, máxima e mínima para monitoramento e controle da
temperatura dos equipamentos, CALIBRADOS PERIODICAMENTE.
• NÃO COLOCAR O SENSOR DENTRO DE FRASCOS, COM OU SEM LÍQUIDO.
• Realizar leitura diária da temperatura e registrar, ao iniciar a rotina (antes da primeira
abertura da porta do refrigerador) e ao final do expediente (após o último fechamento da
porta).
• Organizar bobinas reutilizáveis no congelador e garrafas de água com corante no
compartimento inferior para formar massa térmica, para promover a recuperação mais
rápida da temperatura.

ORGANIZAÇÃO NA GELADEIRA DOMÉSTICA

• Primeira prateleira: vacinas virais congeláveis (VOP, FA e 3viral)


• Segunda prateleira: vacinas bacterianas e virais que não congeláveis (todas as demais
vacinas, tanto vírus quanto bactérias).
• Terceira prateleira: soros + diluentes (podem ser mantidos fora da geladeira, mas deve ir
para a geladeira 6h antes do uso) + estoques de vacinas.
• Porta não deve colocar imunobiológicos por causa da grande variação de temperatura.
• Arrumar os imunobiológicos em bandejas perfuradas para que permitam a circulação do
ar.
• Congelador: gelo reciclável ou bobinas recicláveis devem ficar na posição vertical.
• Preencher toda parte inferior exclusivamente com 12 garrafas de água com corante

CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO

Para vacinar, basta ir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com o cartão de vacinação.
O ideal é que toda dose seja administrada na idade recomendada. Entretanto, se perdeu o
prazo para alguma dose é importante voltar à unidade de saúde para atualizar as vacinas.
A maioria das vacinas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação é destinada a
crianças. São 12 vacinas, aplicadas antes dos 10 anos de idade em 25 doses

Ao nascer:

• BCG (Bacilo Calmette-Guerin) – (previne as formas graves de tuberculose, principalmente


miliar e meníngea) - dose única – ID – 0,25ml deltóidedireito
• Hepatite B – dose única – IM – 0,5ml Vasto lateral coxa direita

2 meses:

• Pentavalente (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por


HiB) – 1ª dose. - IM – 0,5ml - Vasto lateral coxa esquerda.
• Vacina Inativada Poliomielite (VIP) (previne poliomielite ou paralisia infantil) – 1ª dose –
IM- 0,5ml - Vasto lateral coxa direita
• Pneumocócica 10 Valente (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças
causadas pelo Pneumococo) – 1ª dose – IM – 0,5ml - Vasto lateral coxa direita
• Rotavírus (previne diarreia por rotavírus) – 1ª dose - Oral

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Saúde Coletiva II
3 meses:

• Meningocócica C (previne a doença meningocócica C) – 1ª dose – IM – 0,5ml - Vasto


lateral coxa esquerda

4 meses:

• Pentavalente (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por


Haemóphilusinfluenzae tipo B) – 2ª dose- IM – 0,5ml - Vasto lateral coxa esquerda.
• Vacina Inativada Poliomielite (VIP) - (previne a poliomielite ou paralisia infantil) – 2ª dose
- IM- 0,5ml - Vasto lateral coxa direita
• Pneumocócica 10 Valente (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças
causadas pelo Pneumococo) – 2ª dose - IM – 0,5ml - Vasto lateral coxa direita
• Rotavírus (previne diarreia por rotavírus) – 2ª dose - Oral

5 meses:

• Meningocócica C (previne doença meningocócica C) – 2ª dose – IM- 0,5ml – Vasto Lateral


da coxa esquerda

6 meses:

• Pentavalente (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por


HiB) – 3ª dose - IM – 0,5ml - Vasto lateral coxa esquerda.
• Vacina Inativada Poliomielite (VIP) - (previne poliomielite ou paralisia infantil) – 3ª dose -
IM- 0,5ml - Vasto lateral coxa direita

9 meses:

• Febre Amarela – dose única (previne a febre amarela) – SC – Deltóide direito

12 meses:

• Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – 1ª dose – SC – Deltóideesquerdo


• Pneumocócica 10 Valente (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças
causadas pelo Pneumococo) – Reforço – IM- 0,5ml – Vasto lateral da coxa direita
• Meningocócica C (previne doença meningocócica C) – Reforço – IM- 0,5ml – Vasto lateral
da coxa direita.

15 meses:

• DTP (Difteria, tétano e coqueluche) – 1º reforço – IM- 0,5ml- Vasto lateral da coxa esquerda
• Vacina Oral Poliomielite (VOP) - (previne poliomielite ou paralisia infantil) – 1º reforço -
Oral
• Hepatite A – dose única – IM - 0,5ml – Vasto lateral da coxa Esquerda
• Tetra viral ou tríplice viral + varicela – (previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/
catapora) - Uma dose – SC – Deltóideesquerdo

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Saúde Coletiva II
4 anos:

• DTP (Difteria, tétano e coqueluche) – 2º reforço - IM – Deltóideesquerdo


• Vacina Oral Poliomielite (VOP) – (previne poliomielite ou paralisia infantil) - 2º reforço -
Oral
• Varicela atenuada (previne varicela/catapora) – SC – Deltóide direito

11-14 anos (Menino) e 09 – 14 anos (Menina):

• HPV (previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e verrugas genitais) - 2 doses
com seis meses de intervalo – IM – 0,5ml - Deltóide

11-14 anos:

• Meningocócica C (doença invasiva causada por Neisseriameningitidis do sorogrupo C) –


Dose única ou reforço – IM – 0,5ml - Deltóide

10-10 anos:

• Dupla Adulto (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos

GESTANTE:

• Hepatite B - 3 doses, de acordo com a situação vacinal


• Dupla Adulto (DT) (previne difteria e tétano) – 3 doses, de acordo com a situação vacinal
• dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) - previne difteria, tétano e coqueluche –
Uma dose a cada gestação a partir da 20ª semana de gestação ou no puerpério (até 45
dias após o parto).

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Saúde Coletiva II

QUANDO? QUAL? VOLUME? FORMA? ONDE?


BCG 0,25ml ID Deltóide direito
Ao nascer
Hepatite B 0,5 ml IM Vasto lateral coxa D.

Pentavalente 0,5 ml IM Vasto lateral coxa E.


VIP 0,5 ml IM Vasto lateral coxa D.
2 meses
Pneumo 10 0,5 ml IM Vasto lateral coxa D.
Rotavírus 0,5 ml ORAL ORAL

3 meses Meningo C 0,5 ml IM Vasto lateral coxa E.

Pentavalente 0,5 ml IM Vasto lateral coxa E.


VIP 0,5 ml IM Vasto lateral coxa D.
4 meses
Pneumo 10 0,5 ml IM Vasto lateral coxa D.
Rotavírus 0,5 ml ORAL ORAL

5 meses Meningo C 0,5 ml IM Vasto lateral coxa E.

Pentavalente 0,5 ml IM Vasto lateral coxa E.


6 meses
VIP 0,5 ml IM Vasto lateral coxa D.

9 meses Febre amarela 0,5 ml SC Deltóide direito

Tríplice viral 0,5 ml SC Deltóide esquerdo


12 meses Pneumo 10 0,5 ml IM Vasto lateral coxa D.
Meningo C 0,5 ml IM Vasto lateral coxa D.

DTP 0,5 ml IM Vasto lateral coxa E.


VOP 0,5 ml ORAL ORAL
15 meses
Hepatite A 0,5 ml IM Vasto lateral coxa E.
Tetra viral 0,5 ml SC Deltóide esquerdo

DTP 0,5 ml IM Deltóide esquerdo


4 anos VOP 0,5 ml ORAL ORAL
Varicela 0,5 ml SC Deltóide direito

Até 2 anos – VL
6 meses – 6 anos Influenza 0,5 ml* IM
Após 2 anos - Deltóide
*0,25 ml 2 x na 1a aplicação

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REFERÊNCIAS

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publica-no-brasil/.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário Nacional de Vacinação. Disponível em: http://portalms.


saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/calendario-vacinacao

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estratégia Saúde da Família (ESF). Disponível em: http://portalms.


saude.gov.br/acoes-e-programas/saude-da-familia/sobre-o-programa

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de rede de frio. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/


bvs/publicacoes/manual_rede_frio.pdf

PREFEITURA DE SÃO PAULO. Calendário de vacinação. Disponível em: https://www.prefeitura.


sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/vacinacao/index.php?p=7313

SOUZA, NATALE. Nova PNAB: política nacional da atenção básica. Disponível em: https://
blog.pontodosconcursos.com.br/nova-pnab-politica-nacional-da-atencao-basica/

52
Enfermagem Assistencial II

Introdução..................................................................................................55
Terminologias usadas no ambiente hospitalar...........................................56
Terminologia própria para cada sistema....................................................57
Parâmetros de avaliação...........................................................................59
Sinais vitais................................................................................................60
Sistema Cardiovascular.............................................................................61
Sistema Gastrointestinal............................................................................66
Sistema Respiratório..................................................................................73
Sistema Endócrino.....................................................................................78
Sistema Urinário........................................................................................79
Sistema Neurológico..................................................................................80
Sistema Tegumentar..................................................................................84
Oftalmologia...............................................................................................87
Sistema Auditivo........................................................................................92
Farmacologia.............................................................................................97
Referências bibliográficas........................................................................100

53
Enfermagem Assistencial II
Introdução:

A disciplina de Médica I, oportuniza ao aluno, aprender as principais doenças


dos aparelhos e sistemas do corpo humano. Esses conhecimentos são importantes,
como base teórica do profissional, para que possa relacionar teoria e prática visando
prestar uma assistência de qualidade.

Acolhimento com Classificação de Risco

Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que não tem
um profissional específico para fazê-loe faz parte de todos osserviços de saúde. É o ato
de acolher, ou recepcionar o usuário a um atendimento que o auxilia, protege ou socorre,
onde ele é avaliado, através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade,
reconhecendo o usuário como pessoa participante ativa no processo de produção da saúde.
A classificação de risco é um dispositivo da PNH, uma ferramenta de organização da
“fila de espera” no serviço de saúde, para que aqueles usuários que precisam mais sejam
atendidos com prioridade, e não por ordem de chegada. Desta forma, os serviços de saúde
costumam classificar as pessoas de acordo com as necessidades, considerando os sinais e
sintomas apresentados.

Fonte da imagem: redehumanizasus.net

Trabalhos Sugeridos:
Miocardite, endocardite e pericardite
Hipotiroidismo e Hipertiroidismo
Sistema Urinário (Cistite,Uretrite,Pielonefrite e Prostatite)
Cateteres

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Enfermagem Assistencial II
Oxigenioterapia
Hemoterapia
Tumor Cerebral
Epilepsia - patologia convulsão
Hemodiálise

Terminologias usadas no ambiente hospitalar

Algia: dor em geral


Astenia: cansaço
Abcesso: coleção de pus em cavidade anormal, provocada pela destruição de tecidos
Adiposo: gorduroso
Alopecia: queda geral dos cabelos e pêlos
Amenorréia: falta de menstruação
Anemia: diminuição do número de hemácias circulantes no sangue
Atonia: fraqueza muscular
Atresia: diminuição ou fechamento de um orifício natural
Biópsia: remoção de tecido para exame
Caquexia: desnutrição adianta, emagrecimento severo
Cefaléia: dor de cabeça
Contusão: ferimento, massa sem solução de continuidade da pele
Dismenorréia: menstruação difícil e dolorosa
Edema: retenção de líquidos no tecido celular
Erupção: lesão cutânea caracterizada por manchas, bolhas ou vesículas, provocadas por
diversos fatores, como distúrbios digestivos, estados alérgicos, contato com substâncias
irritantes, certos tipos de tecido
Esclerose: endurecimento dos tecidos
Espasmo: contração involuntária, dolorida e espontânea
Enxaqueca: dor de cabeça unilateral
Fecaloma: fezes endurecidas, ressacas
Flácido: mole, largo
Fístula: úlcera em forma de canal estreito e pouco profundo, fenda, solução de continuidade
estreita e pouco profunda
Gangrena: morte dos tecidos
Hipertrofia: aumento anormal
Icterícia: coloração amarela da pele e mucosas
Lipotímia: desfalecimento, desmaio
Metrorragia: hemorragia uterina
Mialgia: dor muscular
Miastenia: fraqueza muscular
Necrose: morte de tecidos localizados
Ptose: queda de um tecido (palpebral)
Prolapso: queda de um órgão ou vísceras
Prurido: coceira intensa
Supuração: formação de pus
Úlcera: solução de continuidade de superfície cutânea ou mucosa, produzida pela desintegração
ou necrose progressiva dos tecidos.

56
Enfermagem Assistencial II
Terminologia própria para cada sistema

a) Sistema Respiratório
Apnéia: parada dos movimentos respiratórios
Asfixia: sufocação, dificuldade da passagem do ar
Aerofagia: deglutição anormal de ar, provocando eructações freqüentes
Anóxia: ausência total de oxigênio
Bradipnéia: movimentos respiratórios abaixo do normal
Cianose: coloração azulada na pele ou mucosas, por diminuição do nível de oxigênio sanguíneo
Dispnéia: dificuldade respiratória
Eupnéia: respiração normal, regular, sem esforço
Expectoração: expelir secreções bronco-pulmonares (escarro)
Hemoptise: escarro sanguinolento, de origem pulmonar
Hipóxia: baixa concentração de oxigênio
Ortopnéia: acentuada falta de ar em decúbito dorsal
Taquipnéia: movimentos respiratórios acelerados

b) Sistema Circulatório
Bradicardia: número de batimentos cardíacos abaixo do normal
Êmbolo: deslocamento de um corpo estranho dentro da circulação
Hemorragia: saída de sangue para fora do vaso
Hemostasia: fazer parar a hemorragia
Hipertensão: a pressão diastólica está acima do normal
Hipotensão: a pressão sistólica está abaixo do normal
Isquemia: obstrução localizada do fluxo sanguíneo
Normocardia: freqüência cardíaca normal
Pulso: onda de sangue que avança e pressiona o vaso
Taquicardia: número de batimentos cardíacos acima do normal
Trombo: formação de um coágulo dentro do vaso

c) Sistema Digestivo
Anorexia: perda do apetite
Afagia: impossibilidade de deglutir
Cólica: dor espasmódica
Colostomia: abertura artificial no abdômen para saída das fezes
Constipação: não evacua normalmente
Desidratação: perda excessiva de líquidos
Diarréia: fezes líquidas
Distensão: intumescimento ou expansão do abdômen
Êmese: ato de vomitar
Eructação: arroto
Gastralgia: dor no estômago
Halitose: mau hálito
Hematêmese: vômito com sangue
Melena: fezes escuras contendo sangue, indicativo de sangramento gastrointestinal
Náuseas: desconforto gástrico com impulso de vomitar
Pirose: sensação de ardor do estômago à boca
Sialosquiese: salivação diminuída

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Enfermagem Assistencial II
d) Sistema Urinário
Anúria: ausência total de urina
Colúria: presença de bilirrubina na urina
Disúria: dor ao urinar
Diurese: secreção urinária das 24 horas
Enurese: incontinência urinária
Hematúria: presença de sangue na urina
Melanúria: urina de cor preta ou parda
Micção: ato de urinar
Nictúria: micção freqüente à noite
Oligúria: diminuição da quantidade de urina
Piúria: presença de pus na urina
Polaciúria: excreção freqüente e em pequena quantidade
Poliúria: excessiva produção ou eliminação de urina

e) Sistema Nervoso
Coma: estado de inconsciência
Convulsão: agitação violenta e desordenada
Disartria: dificuldade de articular as palavras
Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo
Letargia: torpor, inatividade
Paralisia: diminuição ou desaparecimento da sensibilidade e movimentos
Paraplegia: paralisação de um segmento do corpo
Paresia: paralisia incompleta
Parestesia: sensação de formigamento, perda parcial da sensibilidade e do movimento
Reflexos: resposta involuntária a um estímulo

f) Sistema Tegumentar
Acromia: albinismo, falta de pigmentação
Crosta: casca, camada espessa e dura
Equimose: extravasamento de sangue nos tecidos subcutâneos
Eritema: vermelhidão da pele
Escara: lesão tecidual
Escoriações: perda superficial de tecido
Fissura: sulco ou fenda
Mácula: mancha na pele sem elevação
Pápula: elevação circunscrita da pele, geralmente pequena
Petéquias: manchas puntiformes sangüíneas
Pústula: vesícula cheia de pus
Urticária: erupção eritematosa da pele com prurido
Vesícula: bolhas

g) Sistema Locomotor
Acinésia: paralisia parcial ou total
Agrafia: impossibilidade de escrever
Ambidestro: habilidade de usar as duas mãos
Ancilose: imobilidade de uma articulação
Ataxia: impossibilidade de coordenação muscular e locomoção

58
Enfermagem Assistencial II
h) Órgãos dos Sentidos
• h.1) Ouvido:
Cerume: substância serosa secretada pelo ouvido
Surdez: privação total ou parcial do sentido da audição
Zumbido: ruídos percebidos nos ouvidos
• h.2) Boca
Afasia: impossibilidade de falar
Afonia: perda total da voz
Cárie: deterioração do dente
• h.3) Olhos:
Amaurose: cegueira, perda da visão
Ambliopia: diminuição da acuidade visual
Diplopia: visão dupla
Escotomia: manchas escuras no campo visual
Midríase: dilatação da pupila
Miose: contração da pupila

Outras conceituações

Diagnóstico: determinação de uma doença com base nos sinais e sintomas apresentados

Patologia: ramo da medicina que se ocupa das moléstias em geral e em particular. Usa-se,
também, como sinônimo de doença

Prognóstico: previsão médica a respeito da evolução da doença


Síndrome: conjunto de sinais e sintomas que caracterizam determinado quadro patológico

Parâmetros de avaliação:

Spo2 - Saturação de Oxigênio no sangue. Realizado com oxímetro de pulso. Método não
invasivo. O valor é representado por uma porcentagem.Ex.:Se o oxímetro de pulso está
medindo 98%,isso significa que cada glóbulo vermelho é constituído por 98% de oxigenação
e 2% de hemoglobina não oxigenada.Os valores normais variam entre 95 e 100%

HGT(Hemoglicoteste)- é a determinação quantitativa de glicose em concetrações de 20 a 800


mg/dl no sangue capilar,permitindo avaliar o metabolismo dos carboidratos.

Atenção: LO - Menorque20 mg/dl HI - Maior que 600 mg/dl no Glicosímetro

Pupilas - Isocóricas - iguais


Midríase - Dilatadas
Miose - Contraídas
Anisocóricas - Diferentes

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Enfermagem Assistencial II
Sinais Vitais:

• Frequência Cardíaca (FC): onda resultante da expansão e relaxamento de uma artéria


como resultado dos batimentos cardíacos;

• Temperatura (T): grau do calor que o corpo humano apresenta; equilíbrio entre produção
e liberação do calor;

• Frequência Respiratória (FR): sucessão rítmica de movimentos de expansão pulmonar


que consiste nas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente através da inspiração
(captação de O2) e expiração (eliminação de CO2).

• Pressão Arterial (PA ou TA): pressão que o sangue exerce contra a parede das artérias,
tendo um pico, seguido de uma queda.

Dor: É considerada como o 5º SV. É individual e afetada por influências biológicas, intelectuais,
emocionais e culturais. É necessário atribuir um significado a ela, em que o profissional se
importa e principalmente acreditando na dor da pessoa.
Para verificar a Dor usamos algumas escalas:

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Enfermagem Assistencial II

SISTEMA CARDIOVASCULAR

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Definição:

O coração é um músculo formado por duas metades, a direita e a esquerda. Quando


uma dessas cavidades falha como bomba, não sendo capaz de enviar adiante todo o sangue
que recebe, falamos que há insuficiência cardíaca.
A Insuficiência Cardíaca (IC) não é uma doença do coração por si só. É uma
incapacidade do coração efetuar as suas funções de forma adequada como conseqüência de
outras enfermidades, do próprio coração ou de outros órgãos.

Como se desenvolve?

Existem a Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA) e a Insuficiência Cardíaca Congestiva


(ICC). A Insuficiência Cardíaca Aguda é um acontecimento súbito e catastrófico e que ocorre
devido à qualquer situação que torne o coração incapaz de uma ação eficaz.
Geralmente a Insuficiência Cardíaca Aguda é conseqüente a um infarto do miocárdio,
ou a uma arritmia severa do coração.
Existem ainda as Insuficiências Cardíacas Agudas provocadas por doenças não
cardíacas.
Exemplo delas são a hemorragia severa, o traumatismo cerebral grave e o choque
elétrico de alta voltagem.
A Insuficiência Cardíaca Aguda é uma situação grave, exige tratamento médico
emergencial, e mesmo assim é, muitas vezes, fatal.
A Insuficiência Cardíaca Congestiva pode aparecer de modo agudo mas geralmente
se desenvolve gradualmente, às vezes durante anos. Sendo uma condição crônica, gera a
possibilidade de adaptações do coração o que pode permitir uma vida prolongada, às vezes
com alguma limitação aos seus portadores, se tratada corretamente.

Causas:

• Doença ateroesclerótica do coração;


• Hipertensão arterial ou na estenose (estreitamento) da válvula aórtica
• Doenças pulmonares como o enfisema pode aumentar a resistência para a parte direita do
coração e eventualmente levar à Insuficiência Cardíaca Congestiva do ventrículo direito.
• Hipertireoidismo;
• Anemia severa e as doenças congênitas do coração. A insuficiência de válvulas (quando
não fecham bem) pode fazer com que uma quantidade de sangue maior reflua para dentro
das cavidades e o coração poderá descompensar por ser incapaz de bombear o excesso
de oferta.

Manifestações Clínicas:

Fase inicial – pode ocorrer insuficiência ventricular D ou E, passando a apresentar


sintomas de falência nos 2 ventrículos.

61
Enfermagem Assistencial II
Sintomas da ICE

• Dispnéia de esforço
• Respiração superficial
• Dispnéia noturna
• Ortopnéia
• Tosse e fadiga
• Insônia
• Taquicardia
• Inquietação

Sintomas de ICD

• Hipertensão
• Congestão e veias e capilares sistêmicos – edema de tornozelos.
• Congestão e dilatação das veias do pescoço
• Anorexia
• Náuseas
• Nictúria – aumento do volume de urina durante a noite
• Fraqueza

Diagnóstico:

O médico faz o diagnóstico através de um exame clínico:


• Ausculta cardíaca (sopros)
• Ausculta pulmonar (chiado)
• Edema das pernas
Pode, ainda, utilizar exames complementares como:
• Radiografia de tórax (que visualiza o aumento do coração).
• Ecocardiografia (que mostra o coração em funcionamento, podendo ser visualizada a
insuficiência cardíaca mais detalhadamente), entre outros.

Tratamento:

Há a necessidade de tratar, se possível, a doença subjacente que desencadeou a


Insuficiência Cardíaca Congestiva. Como exemplo, temos a estenose da válvula aórtica ou
mitral, e a hipertensão arterial.
Deve-se também tratar o coração insuficiente. Para isso, restringe-se a ingestão de sal.
É aconselhável emagrecer. Usam-se medicamentos chamados diuréticos, além de outros que
agem diretamente no músculo cardíaco ou que corrigem as arritmias existentes.
Poderá haver necessidade de transplante cardíaco como última solução.

Complicações:

Embolia pulmonar, Trombose Venosa Profunda, edema pulmonar.

Cuidados de Enfermagem:

• Proporcionar conforto ao paciente;

62
Enfermagem Assistencial II
• manter o paciente em repouso, observando na prescrição o grau de atividade a que ele
poderá ser submetido;
• promover ambiente calmo e tranquilo que garanta o sono e o descanso do paciente;
• incentivar a mudança de decúbito;
• estimular e supervisionar a respiração profunda;
• executar exercícios passivos e ativos com os membros inferiores;
• manter a cama em posição Fowler;
• pesar o paciente diariamente em jejum;
• anotar o volume de líquidos ingeridos e eliminados;
• oferecer dieta leve, fracionada e hipossódica;
• anotar alterações no funcionamento intestinal;
• administrar os medicamentos conforme a prescrição;
• observar aparecimento de sinais e sintomas de intoxicação medicamentosa;
• solicitar o enfermeiro sempre que houver dúvidas na conduta prescrita;

HIPERTENSÃO ARTERIAL

A HAS pode ser traduzida como o aumento dos níveis pressóricos acima do recomendado
para uma determinada faixa etária e condição clínica, sempre levando em conta também o
risco cardiovascular.
Com base na média de duas ou mais medidas em diferentes visitas, com técnica
adequada, aparelho calibrado e com indivíduo em posição sentada, é possível definir o
diagnóstico.
Fatores situacionais, como exercícios físicos, estresse emocional, digestão, sono e
repouso contribuem para a oscilação dos níveis pressóricos.
A maior incidência de doença hipertensiva é verificada entre as mulheres da raça negra,
fumantes, na faixa etária entre 30 e 50 anos e com histórico de hiperlipidemia (excesso de
substâncias lipídicas no sangue). Embora a incidência seja mais elevada no sexo feminino, a
tolerância nas mulheres é maior que nos homens.
É dividida em três principais classes:
Emergências hipertensivas: são situações em que ocorre progressiva lesão aguda
de órgãos-alvo e risco iminente de morte, que necessitam de redução imediata da PA (não
necessariamente para níveis normais). Tais emergências devem ser tratadas preferencialmente
com agentes anti-hipertensivos parenterais em unidades de urgência.
Urgências hipertensivas: há elevação importante da pressão arterial, em geral
pressão arterial diastólica > 120mmHg, com condição clínica estável, sem comprometimento
de órgãos-alvo, porém são situações em que existe risco potencial de lesão aguda de órgão-
alvo. Nos casos de urgência, a atuação sobre o controle pressórico deve ser realizada de
forma menos intensa que nas emergências, podendo-se estabelecer esse controle em até
24h, com medicações por via oral.
Pseudocrises hipertensivas: ocorre quando, apesar de se presenciar elevações
significativas da PA, associadas a sintomas relatados pelo paciente, não se pode estabelecer
relação causal entre a hipertensão e a manifestação do desconforto.
A classificação já foi abordada anteriormente quando discutido sobre Pressão Arterial
nos Sinais Vitais.
Diagnóstico: É feito pelo exame físico e anamnese (exame físico sempre inclui sinais
vitais), verificação de pressão arterial a intervalos regulares; hematócritos, RX de tórax e ECG.
Tratamento: Objetiva reduzir a pressão sanguínea a níveis normais, com isso diminuir o
risco da evolução rápida da lesão vascular. Pode ser combinado o tratamento medicamentoso

63
Enfermagem Assistencial II
e o não medicamentoso
Cuidados de Enfermagem:
• Evitar o estresse emocional;
• verificar a pressão arterial sempre nos mesmos horários e com o paciente sentado e em
repouso;
• atentar para sinais de confusão mental, irritabilidade, desorientação, cefaleia, náuseas e
vômitos;
• trabalhar a redução de danos relacionada a fatores potencialmente agravantes como
sedentarismo, alcoolismo, tabagismo, dietas hipercalóricas e hiperssódicas;
• orientar quanto aos horários adequados dos medicamentos e efeitos colaterais (hipotensão,
sensação de desmaio, vertigem ao mudar de posição, obstrução nasal, perda de força,
perda de apetite, secura na boca, tosse, emagrecimento, sonolência, entre outros).

Arritmias:
Uma arritmia cardíaca é uma anormalidade na freqüência, regularidade ou na origem
do impulso cardíaco, ou uma alteração na sua condução causando uma seqüência anormal
da ativação miocárdica.

Exemplos:

Extrassístole Atrial:

Diagnóstico Eletrocardiográfico
• Ritmo irregular
• Onda P’ de morfologia diferente da onda P sinusal ocorrendo antes do batimento sinusal
esperado
◦◦ As extrassistoles que se originam no mesmo foco tem morfologia semelhante ( a análise
deve ser feita na mesma derivação)
• O complexo QRS geralmenteé normal

Extrassístole Ventricular:

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Enfermagem Assistencial II
Diagnóstico Eletrocardiográfico
• Ritmo irregular
• Onda P sinusal geralmente está oculta pelo QRS, ST ou onda T da extrassístole
• O complexo QRS
◦◦ Precoce
◦◦ Alargado, com mais de 0,12 sec
◦◦ Morfologia bizarra
• O segmento ST e onda T geralmente tem polaridade oposta ao QRS

Cardiopatia Isquêmica

A cardiopatia isquémica é uma doença em que se verifica isquemia(diminuição do


fornecimento de sangue) do miocárdio, normalmente devida a uma aterosclerose coronariana.
O risco de contrair a doença aumenta com a idade, tabagismo, hipercolesterolemia,Diabetes
e HAS sendo mais frequente em indivíduos do sexo masculino e naqueles com familiares
portadores da doença.

Manifestações Clínicas:

Entre os sintomas da cardiopatia isquémica estável estão angina e a diminuição da


tolerância ao esforço físico. A cardiopatia isquémica instável manifesta-se através de dores no
peito ou outros sintomas em repouso, ou angina de peito súbita.

Diagnóstico/Tratamento:

O diagnóstico é feito através de ECG análises de sangue, prova de esforço ou de


angiogrma. Dependendo dos sintomas e do grau de risco, o tratamento pode ter como base a
medicação, a angioplastia coronária ou um bypass.
É a primeira causa de morte em grande parte dos países Ocidentais, e uma das
principais causas de admissão hospitalar. Há poucas evidências que apontem para a eficácia
de um rastreio universal, embora como prevenção e para diminuição do risco de complicações
se recomende uma dieta saudável e por vezes medicação para a diabetes, o colesterol e
tensão arterial elevada.

Descreva 4 cuidados de Enfermagem para esta patologia:


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Trombose venosa

Embora a causa exata da trombose venosa permaneça obscura, acredita-se que 3


fatores exerçam um papel significativo no seu desenvolvimento: a estase sanguínea, a lesão
parietal vascular e o distúrbio da coagulação do sangue. É necessária a presença de pelo
menos 2 desses fatores para que ocorra uma trombose.
65
Enfermagem Assistencial II
A estase venosa ocorre quando o fluxo de sangue é lento, tal como ocorre no ICC ou
no choque. O repouso no leito foi demonstrado como um elemento facilitador.
A tromboflebite é uma inflamação das paredes das veias e quase sempre acompanhada
da formação de coágulos.
A flebotrombose é a formação de um coágulo sem inflamação.

Causas:
• Trombose: estase sanguínea, lesão parietal vascular, distúrbios de coagulação, imobilidade
no leito.
• Tromboflebite: traumatismos vasculares, irritações químicas em decorrência de
medicamentos intravenosos.
• contraceptivos orais.
• discrasias sanguíneas.

A trombose venosa pode ocorrer em qualquer veia, incidindo mais nas veias das
extremidades inferiores, superficiais e profundas. Das superficiais a veia safena é a mais
acometida; das profundas das penas, a ileofemoral, poplítea e a pequena da panturrilha são
as mais afetadas.
Os trombos venosos são compostos de um agregado de plaquetas incrustadas nas
paredes dos vasos junto com fibrina, leucócitos e hemácias.

Manifestações clínicas:
• veias profundas: edema de extremidade em decorrência da inibição do fluxo sanguíneo.
A perna afetada pode estar mais quente que a outra não afetada; as veias superficiais
podem estar mais proeminentes (dor na panturrilha).
• veias superficiais: dor ou aumento da sensibilidade, rubor e calor na área cometida. O
risco de deslocamento de trombos venosos em veias superficiais ou sua fragmentação em
êmbolos é muito pequena, pois a maioria se dissolve espontaneamente. Assim pode ser
tratado com repouso no leito, elevação das pernas, analgésicos e antinflamatórios.

Diagnóstico: existem várias técnicas não invasivas e invasivas para ajudar a verificar, definir
e localizar a presença de trombose venosa.

Tratamento: o tratamento clínico consiste em prevenir o crescimento e fragmentação do


trombo com risco inerente de embolia pulmonar, e prevenir tromboêmbolos recorrentes.

Descreva 4 cuidados de Enfermagem para esta patologia:


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SISTEMA GASTROINTESTINAL

ÚLCERA PÉPTICA:

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Enfermagem Assistencial II
Sinônimos e nomes populares:

Úlcera, doença ulcerosa, úlcera do estômago ou úlcera do duodeno.

Definição:

A úlcera é uma lesão do revestimento (mucosa) do esôfago, estômago ou duodeno,


que é a porção inicial do intestino.

Como se desenvolve?

O estômago, intestinos e glândulas digestivas produzem substâncias que são


responsáveis pela digestão dos alimentos que ingerimos, dentre elas, o ácido clorídrico e a
pepsina. Durante muito tempo o entendimento desta doença foi baseado em duas crenças:
“sem ácido, não há úlcera” e “uma vez ulceroso, sempre ulceroso”. Com base nestes princípios
a definição era de uma doença crônica de longa duração, com períodos variáveis de atividade
e de acalmia e que só ocorria na presença de ácido e pepsina, portanto, somente em áreas
banhadas por estas substâncias, como o estômago e duodeno.

Com o tempo descobriu-se que o ácido não era o único responsável pelo aparecimento
das úlceras e que havia outros agressores. Os principais em relação à mucosa do estômago
e do duodeno são a bactéria chamada Helicobacterpylori e os medicamentos antiinflamatórios
e aspirina. Os mecanismos de proteção do aparelho digestivo (produção de muco e de
neutralizantes) agem como uma barreira contra agentes agressores da mucosa e tem sua
função muito prejudicada pelos antiinflamatórios e pelo cigarro. O fumo facilita o aparecimento
da úlcera e dificulta sua cicatrização. Além disto, a úlcera péptica é resultante do desequilíbrio
entre os fatores agressores e protetores.

Manifestações Clínicas:

A manifestação mais comum da úlcera é a dor, tendo quatro características


fundamentais, que auxiliam no diagnóstico, tais como: tipo, localização, ritmo e periodicidade.
A dor, em geral, é referida como uma queimação e, às vezes, como dor de fome. Na maioria
das vezes, localiza-se “na boca do estômago”, podendo o paciente apontar com o dedo o
ponto doloroso. A ritmicidade é entendida pelo alívio da dor com a alimentação, sendo descrita
como do tipo “dói, come e passa”. Outra característica marcante da dor, principalmente da
úlcera duodenal, é sua ocorrência à noite, acordando o paciente durante a madrugada, quase
sempre na mesma hora e que alivia com a ingestão de leite, antiácido ou mesmo de água.
É freqüente a repetição das queixas numa mesma época do ano o que é entendido como
periodicidade. Outros sintomas podem ocorrer como enjôo, vômitos e plenitude (sensação de
peso ou estufamento no estômago) após as refeições. A azia, apesar de não ser diretamente
causada pela úlcera, está associada em muitos casos.

Pode acontecer da úlcera não causar sintomas e a primeira manifestação ser uma
complicação da doença como o sangramento e a perfuração. Quando ocorre o sangramento
o paciente nota fezes pretas, brilhantes, moles e particularmente mal cheirosas (melena) e/ou
vômito com sangue vivo ou tipo borra de café (hematêmese).

67
Enfermagem Assistencial II
Diagnóstico:

Basicamente através das queixas do paciente e sua confirmação pela endoscopia


digestiva, ou quando esta não está disponível, pelo Raio-X contrastado do Estômago e
Duodeno. Outros exames são complementares ao exame endoscópico, como a retirada de um
fragmento da úlcera (biópsia) para exame microscópico. Este informará o grau de inflamação
nesta região, a presença do Helicobacterpylori e a natureza benigna ou maligna da úlcera,
pois algumas são causadas por câncer.

Tratamento:

São utilizados antiácidos para neutralizar o excesso de ácido existente no estômago ou


para inibir sua secreção. Os primeiros são representados por tradicionais pastilhas e líquidos
brancos contendo sais de magnésio e alumínio, enquanto os outros são administrados através
de comprimidos, cápsulas ou injeções. Esses remédios também têm a função de aliviar os
sintomas. O uso de medicamentos já descritos como agressivos deve ser interrompido.
Completando, trata-se de eliminar o Helicobacter pela administração associada de dois ou
três antibióticos.

CIRROSE HEPÁTICA

Definição:

O fígado pesa cerca de um quilo e meio e é o maior órgão do corpo humano. Localiza-
se na parte superior direita do abdome, abaixo das costelas. Quando doenças crônicas tornam
o fígado permanentemente lesado e atrofiado, ocorre o quadro cirrótico. O tecido que forma
a cirrose prejudica a estrutura do fígado e bloqueia a circulação sangüínea no órgão. A perda
de tecido hepático retarda o processamento de nutrientes, hormônios, drogas e toxinas no
fígado. Também retarda a produção de proteínas e outras substâncias ali produzidas.

Causas:

A cirrose tem muitas causas. O alcoolismo crônico é a mais comum. Também pode
surgir como seqüela de hepatite virótica (tipos B, C e D). O dano ao fígado que termina em
cirrose pode ser causado por várias doenças hereditárias, como fibrose cística, mal de Wilson,
galactosemia e doenças relativas ao armazenamento de glicose. As doenças hereditárias
provocam o armazenamento anormal de metais no fígado, prejudicando o tecido e causando
cirrose. As pessoas que padecem do mal de Wilson armazenam cobre em excesso no fígado,
no cérebro, nos rins e nas córneas. Outra doença, a hemocromatose, provoca a absorção de
ferro em excesso, que é depositado no fígado e em outros órgãos como o pâncreas, a pele, o
coração e as glândulas endócrinas.

A cirrose também pode aparecer com o bloqueio do conduto biliar. Os condutos biliares
transportam a bile que se forma no fígado e nos intestinos, onde ajuda a digerir gorduras. Nos
adultos, os condutos biliares podem ficar inflamados, bloqueados e lesados devido a outra
doença hepática: a cirrose biliar primária. Outro tipo de cirrose biliar pode ocorrer depois que
o paciente se submete a uma operação de cálculos biliares na qual os condutos são lesados
ou ligados. Outras causas menos comuns de cirrose são a reação a drogas receitadas, a
exposição prolongada a toxinas e repetidos colapsos cardíacos complicados com o fígado.

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Enfermagem Assistencial II
Manifestações Clínicas:

As pessoasapresentam poucos sintomas no início. A pessoa pode sentir fadiga, debilidade


e esgotamento. A perda de apetite é comum e, geralmente, aparecem náuseas e perda de
peso à medida que as funções hepáticas diminuem e o fígado produz menos proteínas. Por
exemplo, a produção de menos albumina causaedema de membros inferiores ou no abdome.
A diminuição nas proteínas necessárias para a coagulação sangüínea faz a pessoa sangrar.
Na última etapa da cirrose, a pele pode tornar-se amarelada como conseqüência do pigmento
de bile que passa do fígado para os intestinos. Algumas pessoas apresentam prurido uma vez
que a bile vai sendo depositada na pele. Freqüentemente, formam-se cálculos biliares nas
pessoas que sofrem da doença porque a bile necessária não chega à vesícula biliar. O fígado
de um cirrótico tem dificuldade em eliminar toxinas que podem se acumular no sangue. Essas
toxinas podem retardar a função mental e produzir mudanças mentais, inclusive o estado
de coma. Os primeiros sintomas da acumulação de toxinas no cérebro são o descuido da
aparência pessoal, insensibilidade, falta de memória, falta de concentração ou mudanças nos
hábitos de repouso.

Diagnóstico:

O diagnósticopode ser feito com base nos sintomas do paciente e em análises clínicas.
Durante um exame físico, o médico pode observar uma mudança de tamanho no fígado.
Se ele suspeitar de cirrose, o paciente deverá submeter-se a análises. O propósito desses
estudos é descobrir se existe doença hepática. Em alguns casos, o paciente submete-se a
exames por imagens, como a tomografia axial computadorizada ou a ecografia, entre outros.
O médico pode confirmar o diagnóstico por meio de uma biópsia ou pela obtenção de uma
amostra de tecido do fígado. Em alguns casos, a cirrose pode ser diagnosticada durante uma
operação, quando o médico tem a possibilidade de ver o fígado inteiro. Também é possível
examinar o fígado mediante uma laparoscopia com uma microcâmera introduzida por uma
incisão minúscula no abdome.

Tratamento:

O tratamentoé orientado para deter ou retardar o avanço da doença, minimizando o


dano das células do fígado e reduzindo as complicações. Na cirrose causada pelo álcool, a
pessoa deve parar de ingerir álcool para interromper o avanço da doença. Se a pessoa tem
hepatite, o médico pode receitar-lhe esteróides ou drogas antiviróticas para reduzir o tubo
para as células do fígado. Deve-se prescrever medicamentos para controlar os sintomas da
cirrose, como a comichão. A retenção de líquido é tratada por meio da redução de sal na dieta.
Utilizam-se diuréticos para remover o excesso de fluido e para prevenir a nova formação de
edemas. As terapias baseadas em drogas e dietas podem servir para melhorar a alteração
das funções mentais, que a cirrose pode provocar. Por exemplo, a diminuição da ingestão
de proteínas resulta na formação menor de toxinas no aparelho digestivo. Podem-se receitar
laxantes para ajudar a absorver as toxinas e acelerar a sua eliminação do intestino.

COLECISTITE

Definição:

Inflamação da vesícula biliar, ou das vias biliares,

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Enfermagem Assistencial II
Manifestações clinicas:
Ocorrendo síndrome dolorosa na região hepática (Sinal de Murphy).

Causas:
• Litíase: cálculos biliares;
• Infecciosa: é uma inflamação aguda ou crônica causada por uma infecção;
• Verminose: áscaris no colédoco; cirrose hepática;
• Alimentação: ovos, gorduras, óleos e chocolates; cansaço e fadiga; emoção e estresse.
Observação: Existe uma tendência hereditária, e a frequência é maior nas mulheres
obesas a partir dos 40 anos; por inflamação ou retenção da bile e anemia hemolítica que
poderá levar a formação maior de bilirrubina.

Tratamento:
Medicação sintomática, dieta pobre em gordura e condimentos ou cirúrgico
(colecistotectomia).

COLITE ULCERATIVA OU RETOCOLITE

Colite ulcerativa é uma doença crônica, recorrente do intestino grosso. Intestino grosso
(cólon) é um segmento intestinal de aproximadamente noventa centímetros de comprimento
que se inicia no quadrante inferior direito do abdome, terminando no reto. Uma de suas funções
é a de desidratar as fezes a outra é a de armazenar fezes já formadas até o momento da
evacuação. Quando a colite ulcerativa afeta o cólon, há no revestimento interno do intestino
inflamação, e úlceras. A doença pode envolver todo o cólon ou somente o reto, ou mais
correntemente, alguma área entre eles.

Causas:

A causa é desconhecida. Alguns pesquisadores acreditam que pode ser um defeito


no sistema imunológico em que os anticorpos do próprio organismo ataquem o cólon. Outros
especulam que um microorganismo não identificado seja responsável pela doença. Ë provável
que a combinação desses fatores, incluindo hereditariedade, podem estar envolvidos na
causa.

Manifestações Clínicas:

A doença começa gradualmente, com cólicas e diarréiafreqüentemente sanguinolenta.


Em casos severos a diarréia é freqüente e volumosa. Ocorre perda de apetite e perda de
peso. O paciente pode tornar-se fraco e muito doente. Quando a doença é localizada no
reto, a pessoa sente necessidade de evacuar constantemente e elimina pequena quantidade
de fezes sanguinolenta. Usualmente os sintomas vêm e voltam, e pode ocorrer de longos
períodos sem sintomas. Porém, geralmente os sintomas retornam.

Diagnóstico:

O diagnóstico é suspeitado pelos sintomas. Um exame com endoscopia (colonoscopia)


é sempre necessário. Este exame revela detalhes característicos da doença. O Raio-X do
intestino também pode ser necessário.

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Enfermagem Assistencial II
Complicações:
Muitas pessoas com a doença respondem bem ao tratamento e conseguem ter uma vida
confortável. Entretanto a doença pode tornar-se bastante severa necessitando de internação
e Raios-X do cólon. Em raros casos há necessidade de cirurgia de emergência. A doença
pode afetar a parte nutricional, causando retardo no crescimento infantil e do adolescente.
Fígado, pele, olhos ou articulações ocasionalmente podem ter problemas mesmo antes de ter
sintomas intestinais. Em longo prazo a colite ulcerativa gera uma grande preocupação que é o
câncer de cólon. O risco de desenvolver o câncer de cólon aumenta significativamente quando
a doença começa na infância, quando se apresenta pior dos 8 a 10 anos, ou quando há história
familiar de câncer de cólon. Nestas situações é particularmente importante a vigilância do
intestino, mesmo quando não haja sintomas. Análise do cólon com biópsia realizada durante
a colonoscopia podem freqüentemente predizer se o câncer de cólon ocorrerá. Nestes casos,
a cirurgia preventiva é recomendada.

Tratamento:
Há vários tipos de tratamento disponíveis.

Corticóides: Estas drogas promovem um resultado muito bom. Na fase inicial é utilizada alta
dose para trazer a doença sob controle. Então a droga é paulatinamente reduzida a dose e
mantendo uma dosagem baixa por vários dias. Com o tempo o médico tentará descontinuar o
uso dessas drogas para evitar seus efeitos colaterais adversos.

Outras drogas antiinflamatórias: Algumas delam: sulfasalazina e mesalina.

Supressores de imunidade: Um sistema imunológico superativo e provavelmente importante


pode causar colite ulcerativa. Certas drogas que suprimem o sistema imunológico podem ser
efetivas no tratamento. Exemplo: Azathioprima, 6-MP, ciciclosporina e methotrexate.

Dietas e emoções: Não há nenhum alimento que possa prejudicar o intestino. Porém na fase
aguda, leite e derivados podem aumentar a cólica e causar e a diarréia. Em geral o paciente
deve alimentar-se com uma dieta balanceada com quantidade adequada de calorias e/ou
vitaminas. O uso de multi-vitaminas também pode ser recomendado. Stress e ansiedade
podem agravar os sintomas da doença, mas não se acredita que possam provocar ou causar
a doença. Qualquer doença crônica produz sérias reações emocionais. Estas alterações
emocionais devem ser trabalhadas com um psicoterapeuta.

Cirurgia: Para pacientes com a doença por longo tempo em que é difícil ou impossível controlar
com medicamentos, a cirurgia é uma opção. Nestes casos raros, a vida do paciente e sua
saúde são significantemente afetadas. A remoção do cólon doente cura a doença e haverá
retorno a vida normal e saudável do paciente. Atualmente com a cirurgia não há necessidade
o uso de bolsas.

PANCREATITE

Definição: É quando o pâncreas torna-se rápida e severamente inflamado

Etiologia: álcool, doenças de vias biliares, trauma, estados pós-operatórios, causas


metabólicas (hipertrigliceridemia, insuficiência renal, esteatose hepática aguda da gravidez...),
hereditariedade, infecções (principalmente as virais), fármacos ( tiazídicos, furosemida ACHO,
DDI...)...
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Manifestações Clínicas: quadro clássico de dor epigástrica em barra, náuseas e vômitos,
distensão abdominal ( hipomotilidade), amilase elevada ( acima de 500), peritonite química.

Febre baixa, taquicardia e hipotensão NÃO são raras (choque hipovolêmico secundário
à exsudação para retroperitônio, vasodilatação e efeitos sistêmicos das enzimas liberadas).
A icterícia é incomum, assim como os achados pulmonares ( 10 a 20 % dos pacientes
podem apresentar derrame pleural, principalmente à direita).
Equimoses periumbilicais e em flancos refletem o catabolismo tecidual de hemoglobina,
indicando pancreatite necrosante grave.

LABORATÓRIO:
◦◦ Hemograma: leucocitose e hemoconcentração;
◦◦ Metabólico: hiperglicemia ( diminuição da insulina e aumento do glucagon), hipocalcemia
( “saponificação” por ácidos graxos em áreas com necrose gordurosa – ocorre em 25%
dos casos);
◦◦ Enzimas: amilase > 500 (não é o melhor parâmetro de avaliação caso os níveis estejam
pouco aumentados), lipase, tripsina.

EXAMES RADIOLÓGICOS:
◦◦ Radiografia simples de abdome: íleo paralítico localizado ou generalizado com níveis
hidro-aéreos, distensão isolada do transverso, distensão duodenal com níveis hidro-
aéreos, massa localizada (pseudocisto).
◦◦ Ultrassonografia de abdome superior.
◦◦ Tomografia de abdome.
◦◦ Colangioduodenopancreatografia retrógrada.

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS:
◦◦ Úlcera perfurada;
◦◦ Colecistite aguda ou cólica biliar (dor é mais à direita, sem íleo);
◦◦ Obstrução intestinal aguda (dor em cólica);
◦◦ Trombose mesentérica, cólica renal;
◦◦ IAM, aneurismas dissecante de aorta, pneumonia;
◦◦ Cetoacidose diabética 9 lipase não está elevada).

COMPLICAÇÕES:
◦◦ LOCAIS: massa inflamatória no local 2 a 3 semanas após ( necrose, abscesso ou
pseudocisto), ascite, comprometimento de órgãos adjacentes, icterícia obstrutiva.
◦◦ SISTÊMICAS: pulmonares (derrames, atelectasia), cardiovasculares (choque,
derrame pericárdico), hematológicas (CIVD), renais (azotemia, necrose
tubular aguda), SNC (psicose, embolia gordurosa), necrose gordurosa, metabólicas (
hipertrigliceridemia, hiperglicemia, hipocalcemia), retinopatia de Purtscher.

TRATAMENTO CLÍNICO:
◦◦ Analgesia;
◦◦ Reposição hemodinâmica;
◦◦ SNG para aspiração gástrica (?);
◦◦ Nutrição parenteral ou enteral por jejunostomia;
◦◦ Somatostatina ou anticolinérgicos;
◦◦ Antibioticoterapia quando há infecção importante instalada.

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Diverticulite

Diverticulite é uma doença Gastrointestinal caracterizada pela inflamação dos


divertículos– bolsas anormais que se desenvolvem na parede do intestini grosso.

Manifestações Clínicas:
O sintoma mais comum é dor na parte inferior do abdómen de início súbito. No entanto,
o aparecimento de sintomas também pode ocorrer de forma gradual ao longo de vários dias.
Entre outros possíveis sintomas estão náuseas e diarreia ou obstipação. A presença de febre
ou sangue nas fezes sugere possíveis complicações.

Causas:
As causas de diverticulite são pouco claras. Entre os fatores de risco estão a obesidade,
falta de exercício, fumar, antecedentes familiares da doença e anti-inflamatórios não esteroides.
O papel de uma dieta pobre em fibras como fator de risco não é claro. A mera presença de
bolsas no intestino grosso, sem que se encontrem inflamadas, é denominada diverticulose. A
inflamação dos divertículos ocorre em 10–25% dos casos de diverticulose em algum momento
da vida, geralmente devido a uma infeção bacteriana.

Diagnóstico:
O diagnóstico é geralmente confirmado com tomografia computorizada, podendo ser
complementado com análises ao sangue, colonoscopia ou enema opaco. Entre as doenças
que causam sintomas semelhantes estão a síndrome do cólon irritável.

Descreva 4 cuidados de Enfermagem para as Doenças Gastrointestinais de maneira geral:


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SISTEMA RESPIRATÓRIO

Gripe A
A gripe H1N1 consiste em uma doença causada por uma mutação do vírus da gripe.
Também conhecida como gripe Influenza tipo A ou gripe suína, ela se tornou conhecida quando
afetou grande parte da população mundial entre 2009 e 2010.

Manifestações Clínicas:
Os sintomas da gripe H1N1 são bem parecidos com os da gripe comum e a transmissão
também ocorre da mesma forma. O problema da gripe H1N1 é que ela pode levar a complicações
de saúde muito graves, podendo ser fatal. O vírus vive por duas a oito horas em superfícies e
lavar as mãos com frequência ajuda a reduzir as chances de contaminação.

Como a doença é transmitida?


Acredita-se que o H1N1 possa ser transmitido da mesma maneira pela qual se transmite

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a gripe comum. Os vírus da influenza se disseminam de pessoa para pessoa, especialmente
através de tosse ou espirros das pessoas infectadas. Algumas vezes, elas podem se infectar
tocando objetos que estão contaminados com os vírus da influenza e depois tocando sua boca
ou o nariz.

Como evitar a gripe H1N1?


A prevenção da gripe H1N1 segue as mesmas regras da prevenção de qualquer tipo de
gripe, que incluem:

• evitar manter contato muito próximo com uma pessoa que esteja infectada;
• lavar sempre as mãos com água e sabão e evitar levar as mãos ao rosto e, principalmente,
à boca;
• sempre que possível, ter um frasco com álcool-gel para garantir que as mãos sempre
estejam esterilizadas;
• manter hábitos saudáveis, alimentar-se bem e beber bastante água;
• não compartilhar utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros;
• caso haja indicação, utilizar uma máscara para proteger-se de gotículas infectadas que
possam estar no ar;
• evitar frequentar locais fechados ou com muitas pessoas.

A vacinação é uma estratégia de prevenção da gripe H1N1. Ela é capaz de promover


imunidade durante o período de maior circulação dos vírus influenza reduzindo o risco de
formas graves da doença. No geral, a detecção de anticorpos protetores se dá entre duas a
três semanas após a vacinação e, em média, confere proteção de seis a doze meses, sendo
que o pico máximo de anticorpos ocorre após quatro a seis semanas da vacinação.

PNEUMONIA

Definição:
A pneumonia é uma infecção ou inflamação nos pulmões. Ela pode ser causada por
vários microorganismos diferentes, incluindo vírus, bactérias, parasitas ou fungos.
Esta doença é muito freqüente e afeta pessoas de todas as idades. Muitas destas,
anualmente, morrem por pneumonia. A metade de todos os casos de pneumonia é causada
por bactérias e, destas, o pneumococo é o mais freqüente.

Causas:
Normalmente, a doença se desenvolve quando, por algum motivo, há uma falha nos
mecanismos de defesa do organismo. A pneumonia pode desenvolver-se por três mecanismos
diferentes:
Um deles, bem freqüente, ocorre quando a pessoa inala um microorganismo, através
da respiração, e este chega até um ou ambos pulmões, onde causa a doença.
Outra maneira freqüente é quando bactérias, que normalmente vivem na boca, se
proliferam e acabam sendo aspiradas para um local do pulmão.
A forma mais incomum de contrair a doença é através da circulação sangüínea. Uma
infecção por um microorganismo em outro local do corpo se alastra e, através do sangue que
circula, chega aos pulmões, onde causa a infecção.
.
Tipos:
As pneumonias podem ser: viróticas, bacterianas, aspirativas e por estase.

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Manifestações Clínicas:
A pneumonia bacteriana clássica inicia abruptamente, com febre, calafrios, dor no
tórax e tosse com expectoração (catarro) amarelada ou esverdeada que pode ter um pouco
de sangue misturado à secreção. A tosse pode ser seca no início. A respiração pode ficar
mais curta e dolorosa, a pessoa pode ter falta de ar e em torno dos lábios a coloração da
pele pode ficar azulada, nos casos mais graves. Em idosos, confusão mental pode ser um
sintoma freqüente, além da piora do estado geral (fraqueza, perda do apetite e desânimo, por
exemplo). Nas crianças, os sintomas podem ser vagos (diminuição do apetite, choro, febre).
Outra alteração que pode ocorrer é o surgimento de lesões de herpes nos lábios, por estar o
sistema imune debilitado. Em alguns casos, pode ocorrer dor abdominal, vômitos, náuseas e
sintomas do trato respiratório superior como dor de garganta, espirros, coriza e dor de cabeça.

Diagnóstico:
O diagnóstico pode ser feito apenas baseado no exame físico alterado e na conversa
que o médico teve com seu paciente que relata sinais e sintomas compatíveis com a doença.
Os exames complementares são importantes para corroborar o diagnóstico e ajudarão a definir
o tratamento mais adequado para cada caso. Normalmente, o médico utiliza-se dos exames
de imagem (raios-X de tórax ou, até mesmo, da tomografia computadorizada de tórax) e de
exames de sangue como auxílio para o diagnóstico. O exame do escarro também é muito
importante para tentar identificar o germe causador da pneumonia. Com isso, o médico poderá
prever, na maioria dos casos, o curso da doença e também definir o antibiótico mais adequado
para cada caso.

Tratamento:
A pneumonia bacteriana deverá ser tratada com antibióticos. Cada caso é avaliado
individualmente e se definirá, além do tipo de antibiótico, se há ou não necessidade de
internação. Nos casos graves, até mesmo a internação em Unidades de Tratamento Intensivo
(UTI) poderá ser necessária. Os antibióticos e demais medicações podem ser utilizados por
via oral ou através de injeções, que podem ser na veia ou no músculo.
Em alguns casos, além das medicações, podemos utilizar a fisioterapia respiratória
como auxiliar no tratamento. Os fisioterapeutas podem utilizar exercícios respiratórios,
vibradores no tórax e tapotagem (percussão do tórax com os punhos) com o intuito de retirar
as secreções que estão dentro dos pulmões, agilizando o processo de cura dos pacientes.
Na maioria dos casos de pneumonias virais o tratamento é só de suporte. Visa melhorar as
condições do organismo para que este combata a infecção. Utiliza-se uma dieta apropriada,
oxigênio (se for necessário) e medicações para dor ou febre. Nos casos de pneumonia por
parasitas ou fungos, antimicrobianos específicos são utilizados.

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC):

Consistem em um grupo de infecções associadas à obstrução crônica do fluxo de ar


nos pulmões, como a bronquite, o enfisema e a asma.
• Demais cuidados a outros problemas respiratórios.
• Observar e registrar dados sobre expectoração.
• Estimular a ingestão hídrica.
• Ensinar técnicas de relaxamento
• Observar sinais de cianose.
Causas: Tabagismo; substâncias químicas e poeiras ocupacionais; deficiência de alfa-1-
antitripsina.

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Manifestações Clinicas:
• Dispnéia progressiva;
• Limitação progressiva aos exercícios;
• Alterações no estado mental;
• Diminuição do débito cardíaco (o resto do corpo pode sofrer de hipoxemia tecidual e
caquexia respiratória)
• Eventualmente o portador de DPOC desenvolve diminuição da massa muscular e perda
de peso.

ASMA

É uma doença pulmonar obstrutiva com diminuição do calibre das ramificações dos
bronquíolos, devido a broncoespasmo, edema mucoso e produção excessiva de muco.

Causas: fatores alérgicos, substâncias causadoras de alergia, infecções respiratórias,


estresse emocional.

Manifestações clínicas:
• Dispneia;
• Tosse crônica;
• Sibilância;
• Aperto no peito ou desconforto torácico, particularmente à noite ou nas primeiras horas da
manhã;
• Melhora espontânea ou pelo uso de medicações específicas para asma (broncodilatadores,
anti-inflamatórios esteroides);

Tratamento: de acordo com a gravidade pode ser feito uso de aerossol, soro fisiológico,
fenoterol, aminofilina (EV), adrenalina (SC), broncodilatadores.

Rinosinusites

É a inflamação da mucosa do nariz e seios paranasais.

Causas: infecção viral, bacteriana, fúngica ou pode estar associado a processos alérgicos.

Manifestações clinicas: Apresenta dois sintomas ou mais:


• Obstrução ou congestão nasal;
• Pressão ou dor facial;
• Hiposmia ou anosmia (olfato);
• Rinorréia, espirros e irritação na garganta;
• Hiperemia do nariz, orofaringe e membranas timpânicas.

Diagnóstico: normalmente é feito a partir dos achados clínicos, sem necessidade de exames
complementares. A diferenciação entre resfriado (rinossinusite viral – os sintomas são mais
intensos nos três primeiros dias e regridem em torno do sétimo dia), rinite alérgica aguda e
rinossinusite bacteriana (sintomas persistem mais de 10 dias) está relacionada o tempo de
evolução e a gravidade do quadro.

Tratamento: Consiste principalmente na desobstrução das vias aéreas e eliminação do agente

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causador. Poderão ser usados antitérmicos e analgésicos,descongestionantes, corticoides e
antibióticos.

Enfisema Pulmonar

O enfisema pulmonar é uma doença respiratória grave que geralmente se desenvolve


nos pulmões de quem fumou cigarro por muitos anos. A doença leva à diminuição da elasticidade
dos pulmões e à destruição dos alvéolos pulmonares.

Manifestações Clínicas:
• Dificuldade para respirar;
• Respiração ofegante;
• Tosse;
• Sensação de falta de ar, com o agravamento da doença.

O enfisema pulmonar não tem cura, mas os seus sintomas podem ser aliviados, e até
evitados, com o uso de alguns medicamentos e alteração de alguns hábitos de vida.

Diagnóstico:
O diagnóstico da doença é baseado nos sintomas apresentados e no histórico de vida
do paciente. Um exame será pedido para avaliar a inflamação do pulmão e a ausculta pulmonar
será realizada para verificar os sons produzidos pelo pulmão no momento da respiração.
Além disso, deverá ser feito um teste para avaliar as capacidades pulmonares, chamado de
espirometria, que mede o volume de ar inspirado para verificar se são satisfatórios ou não
além de raio-x e do exame de sangue gasometria arterial.

Tratamento:
Em todos os casos é importante evitar o uso de cigarro e não permanecer em locais
com muita poluição ou fumaça.
Além disso, podem ser ainda receitados remédios para dilatar as estruturas do pulmão
e ajudar a entrada de ar, como Salbutamol ou Salmeterol. Mas, no caso de sintomas mais
intensos, também pode ser necessário usar corticoides, como Beclometasona ou Budesonida,
para aliviar a inflamação das vias respiratórias e reduzir a dificuldade para respirar.
O médico pode ainda recomendar sessões de fisioterapia respiratória, que utiliza
exercícios que ajudam a expandir o pulmão e aumentam os níveis de oxigênio no organismo

No quadro abaixo,descreva 5 cuidados de enfermagem das Doenças Respiratórias de


maneira geral,relacione com os sinais e sintomas e apósjustifique o cuidado escolhido:
Justificativa do cuidado
Sinais e Sintomas Cuidados de Enfermagem
escolhido


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SISTEMA ENDÓCRINO

Diabete Mellitus
Transtorno metabólico, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de
carboidratos, lipídios e proteínas que ocorre devido à ausência total de produção de insulina
pelo pâncreas ou ação ineficaz da insulina sobre o metabolismo.

Tipos de diabetes:
• Diabetes Mellitus tipo 1: uma desordem no organismo ocasiona a não produção de insulina
pelo pâncreas. Acomete principalmente crianças e adolescentes. Tratamento com Insulina
• Diabetes Mellitus tipo 2: ocorre a produção normal com a resistência à insulina é a precursora
da diabetes tipo 2. Acomete principalmente adultos acima do peso e com histórico familiar.
Tratamento com medicamentos e se necessário Insulina.

Causas: hereditariedade, problemas pancreáticos, distúrbios hormonais, obesidade,


alcoolismo, estresse.

Manifestações clínicas: polidipsia (muita sede), poliúria, polifagia (aumento do apetite), perda
de peso, naúsea, fadiga, dificuldade de cicatrização, sonolência pós-brandial, irritabilidade,
diminuição da acuidade visual progressiva, fraqueza muscular, hiperglicemia, glicosúria e
cetonúria (presença de corpos cetônicos na urina – C=O).
Na cetoacidose diabética severa, pode ocorrer o coma (inconsciência), progredindo
para a morte. De qualquer forma, a cetoacidose diabética é uma emergência médica e requer
atenção de um especialista.
Um estado raro, porém igualmente severo, é o estado não cetótico, que é mais comum
no diabetes tipo 2, e é principalmente resultante da desidratação devido à perda de líquido
corporal. Frequentemente, o paciente ingere grandes quantidades de bebidas contendo
açúcar, levando a um ciclo vicioso em consideração à perda de líquido.

Diagnóstico: exame físico, anamnese e exames laboratoriais: glicemia, curva glicêmica,


hemoglicoteste (HGT), glicosúria.

Tratamento: visa normalizar as taxas de glicose sanguínea e manter um metabolismo de


maneira que o indivíduo possa viver de modo mais saudável pelo maior tempo possível, dentro
do quadro clínico diminuído, as complicações decorrentes da doença, visto que a cura ainda
não está ao nosso alcance. Este tratamento baseia-se em:

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• Dieta: a dieta e o controle do peso são extremamente importantes e devem ser ajustados
a cada indivíduo, conforme seus níveis de glicose e suas necessidades nutricionais. De
maneira geral, é pobre em gorduras e açúcares e rica em alimentos plásticos e regulares;
observando-se a importância da alimentação a intervalos regulares e sem excessos.
• Exercícios físicos: devem ser orientados e ajustados para auxiliar na queima carboidratos
e reduzir as necessidades de insulina.
• Medicação: normalmente consta da administração de insulina (extraída do pâncreas do
boi, do porco e carneiro), e/ou metformina, glibenclamida, entre outros. As aplicações
diárias de insulina devem ser realizadas no tecido subcutâneo, que se situa abaixo da
derme, constituído por células adiposas. A extensa rede de capilares venosos e arteriais
possibilita a absorção lenta, garantindo o perfil fármaco cinético, descrito pelo fabricante.

As regiões mais recomendadas são:


a) abdômen: região lateral direita e esquerda distantes 4-6cm da cicatriz umbilical.
b) coxa: face anterior e lateral externa. Em adultos compreende a região entre 12-
15cm, abaixo do grande trocanter, e de 9-12cm acima do joelho, em uma faixa de 7-10cm
de largura. Em crianças, a região é a mesma, respeitando-se a proporcionalidade corporal.
c) braço: face posterior.
d) nádega: quadrante superior lateral externo da região glútea.

O rodízio nos locais de aplicação é muito importante na prevenção de lipodistrofia e


consequente descontrole glicêmico. Segundo as recomendações da Associação Americana
de Diabetes (2007), devemos esgotar as possibilidades de aplicação em uma mesma região
distanciando-as em, aproximadamente, 2cm entre uma e outra.

Cuidados de Enfermagem:
• Controlar glicosúria e centúria conforme prescrição.
• aplicar insulina conforme esquema de rodízio e dosagem prescrita.
• alimentar o paciente após a aplicação de insulina e em intervalos regulares.
• controlar líquidos ingeridos e eliminados (com atenção especial a vômitos e diarreias
intensos).
• observar sempre sinais de hipoglicemia e hiperglicemia.
• Orientar sobre a alimentação.
• orientar e auxiliar na higiene, em especial dos pés, vagina e oral.
• orientar (inclusive a família) sobre o uso de insulina, aplicação e continuidade do tratamento,
acerca da autoaplicação

SISTEMA URINÁRIO

Insuficiência Renal Aguda (IRA)


É a rápida deterioração da função renal com redução do volume urinário inferior a
400/500ml ao dia. Refere-se principalmente à diminuição da filtração glomerular, porém pode
ocorrer disfunção hidroeletrolítica e ácido-base. Reversível quando identificada e tratada, mas
a mortalidade dos pacientes é alta, cerca de 50%.
• Pré-renal: ocorre antes do rim. Ex.: hipovolemia e hipoperfusão.
• Renal: lesão do parênquima renal. Ex.: glomerulonefrites.
• Pós-renal: obstrução de vias urinárias. Ex.: neo trato urinário.

Sintomas: Oligúria, elevação dos níveis sanguíneos de ureia, creatinina potássio, entre outros.

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Tratamento: buscar eliminar a causa da doença o quanto antes. Pode ser realizado diálise.

Insuficiência Renal Crônica (IRC)

É a perda lenta e progressiva da função renal, sendo que o corpo não consegue manter
a homeostasia interna.

Sintomas: Diminuição da função renal, insuficiência renal, falência renal, edema, ICC, náusea
vomito, anemia, palidez, pele seca.

Tratamento: Através do transplante renal ou da Terapia Renal Substitutiva (TRS) que pode
ser Diálise Peritonial ou Hemodiálise.

Descreva 3 cuidados de Enfermagem para as Doenças Renais:


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SISTEMA NEUROLÓGICO

AVE
Um acidente vascular encefálico (AVE) ocorre quando problemas na irrigação sanguínea
do cérebro causam a morte das células, o que faz com que partes do cérebro deixem de
funcionar devidamente.
Existem dois tipos principais de AVE: isquémico, causado pela interrupção da irrigação
sanguínea, e hemorrágico, causado por uma hemorragia.

Manifestações Clínias:
Entre os sinais e sintomas de um AVE estão a incapacidade de mover ou de sentir um
dos lados do corpo, dificuldades em compreender ou em falar, sensação de que os objetos
em volta se movimentam ou perda de um dos lados da visão. Na maior parte dos casos, os
sinais e sintomas manifestam-se imediatamente após o AVE. Quando a duração dos sintomas
é inferior a uma ou duas horas, o episódio denomina-se acidente isquémico transitório (AIT).
Uma hemorragia subaracnóidea pode também estar associada a dores de cabeça intensas.
Os sintomas de um AVE podem ser permanentes.
Entre as complicações a longo prazo estão a pneumonia ou incontinência urinária.

AVE ISQUÊMICO

É o tipo de AVE mais comum, presente em cerca de 80% dos casos. Ocorre pela
falta de fluxo sanguíneo cerebral, levando ao sofrimento e enfarte do parênquima do sistema
nervoso. Essa queda no fluxo sanguíneo pode ser decorrente de:
• Uma obstrução arterial: um trombo ou, mais comummente, um êmbolo;
• Queda na pressão de perfusão sanguínea, como nos estados de choque;
• Uma obstrução na drenagem do sangue venoso, como na trombose venosa, causando
dificuldade de entrada do sangue arterial no cérebro.
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Enfermagem Assistencial II
Nos primeiros momentos do AVE isquêmico não há morte de tecido cerebral, mas
a falta de suprimento sanguíneo provoca a rápida degeneração do tecido cerebral, um
tecido metabolicamente muito ativo e que demanda muito oxigénio e glicose para manter
seus neurónios vivos. A área central do acidente vascular morre em pouco tempo, pois está
praticamente sem nenhum fluxo de sangue.

AIT

Acidente isquêmico transitório pode ser considerado um tipo de AVE isquêmico.


Corresponde a uma isquemia (entupimento) passageira que não chega a constituir uma lesão
neurológica definitiva e não deixa sequela. Ou seja, é um episódio súbito de déficit sanguíneo
em uma região do cérebro com manifestações neurológicas que se revertem em minutos
ou em até 24 horas sem deixar sequelas (se deixar sequelas por mais de 24 horas, passa
a se chamar acidente isquêmico Encefálico por definição). Constitui um fator de risco muito
importante, visto que uma elevada porcentagem dos pacientes com AIT apresentam um AVE
nos dias subsequentes.

AVE Hemorrágico

É o acidente Encefálico cerebral menos comum presente em cerca de 20% dos casos,
mas não menos grave. Ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano. O sangue
em contato com o parênquima nervoso tem ação irritativa. Além disso, a inflamação e o
efeito de massa ou pressão exercida pelo coágulo de sangue no tecido nervoso prejudica
e degenera o cérebro e a função cerebral. Pode ser divido em dois tipos, O sangramento
intraparenquimatoso ou a hemorragia subaracnóidea:
O sangramento intraparenquimatoso ocorre por ruptura dos aneurismas de Charcot-
Bouchard, pequenas formações saculares das artérias cerebrais na transição da substância
branca com o córtex cerebral que se formam pela hipertensão arterial descontrolada ou não
tratada.
A hemorragia subaracnoide ocorre por sangramento de aneurismas cerebrais (defeito
ou formações saculares das artérias) no espaço licórico ou subaracnóideo. Eles tem
provavelmente origem congênita.

Diagnóstico:
O diagnóstico do AVE é clínico, ou seja, é feito pela história e exame físico do paciente.
Os principais sintomas são:
• Dificuldade de mover o rosto;
• Dificuldade em movimentar os braços adequadamente;
• Dificuldade de falar e se expressar;
• Fraqueza nas pernas;
• Problemas de visão.

Durante um exame pode-se pedir ao paciente que sorria, levante os dois braços e repita
uma frase (como “trinta e três”). Diante desses sintomas, quanto mais rápido o socorro, menor
a probabilidade de sequelas, este teste é designado Escala de Cincinnati. Outros sintomas
menos específicos, como queda do estado geral e coma, também elevam o risco de AVE.

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Enfermagem Assistencial II
Exames Diagnósticos:
A hipótese deve ser confirmada por um exame de imagem, tomografia computadorizada
e ressonância magnética, que permitem ao médico identificar a área do cérebro afetada e o
tipo de AVE.

Baseado nos sinais e sintomas que um paciente com AVE apresenta, descreva 4
cuidados de Enfermagem específicos para esta patologia:
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Meningite

Meningite é uma inflamaçãoaguda das membranas protetoras que revestem o cérebro


e a medula espinal, denominadas coletivamente por meninges.
A inflamação das meninges é geralmente causada por uma infeção por vírus, bactérias
ou outros microorganismos. Ainda que de forma pouco comum, pode também ser causada
por alguns medicamentos. A meningite pode provocar a morte devido à proximidade da
inflamação com o cérebro e medula espinal, o que faz com que a condição seja classificada
como emergência médica.

Manifestações clínicas:
Os sintomas mais comuns são febre súbita e elevada, dor de cabeça intensa e rigidez
no pescoço. Entre outros possíveis sintomas estão confusão mental ou alteração do estado
de consciência, vómitos e intolerância à luz ou a barulho. A meningite causada por bactérias
meningocócicas apresenta manchas características na pele.
Em adultos, o sinal mais comum é uma dor de cabeça intensa, presente em cerca de
90% dos casos de meningite bacteriana, seguido por rigidez da nuca, presente em 70% dos
casos. A rigidez na nuca é a incapacidade de mover passivamente o pescoço para a frente
devido ao aumento do tónus muscular.
Entre outros possíveis sinais estão a presença do sinal de Kernig ou sinal de Brudziński.
O sinal de Kernig pode ser avaliado deitando a pessoa de costas, com a anca e joelho
flectidos 90º. Numa pessoa com sinal de Kernig positivo, a dor limita a extensão excessiva
do joelho. Um sinal de Brudziński positivo ocorre quando a flexão do pescoço causa a flexão
involuntária do joelho e anca. Embora estes sinais sejam geralmente usados no diagnóstico
de meningite, são de sensibilidade limitada; ou seja, nem sempre ocorrem. No entanto, são
muito específicos para a meningite, o que significa que raramente ocorrem em outras doenças.
Outro exame, denominado “manobra de acentuação”, ajuda a determinar a presença de
meningite em pessoas com febre e dor de cabeça. Pede-se à pessoa que rode rapidamente e
horizontalmente a cabeça. Se esta manobra não agravar a dor, é pouco provável que se trate
de meningite.

Diagnóstico:
Um diagnóstico de meningite pode ser confirmado ou excluído com uma punção lombar.
Este procedimento consiste na inserção de uma agulha no canal medular para recolher

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Enfermagem Assistencial II
uma amostra do líquido cefalorraquidiano que envolve o cérebro e medula espinal, a qual é
posteriormente analisada em laboratório.

Tratamento:
Algumas formas de meningite podem ser prevenidas mediante vacinação com a vacina
meningocócica, vacina contra a papeira, vacina antipneumocócica e vacina Hib. Pode também
ser útil administrar antibióticos em pessoas com exposição significativa a determinados tipos de
meningite. O tratamento inicial da meningite aguda é a administração imediata de antibióticos
e, em alguns casos, de antivirais. Podem também ser administrados corticosteroides para
prevenir complicações resultantes de uma inflamação excessiva. A meningite pode causar
complicações graves a longo prazo, incluindo perda auditiva, epilepsia, hidrocefalia ou défice
cognitivo, sobretudo quando não é tratada rapidamente. Quando não é tratada, a meningite
bacteriana é quase sempre fatal. Pelo contrário, a meningite viral tende a resolver-se
espontaneamente e raramente é fatal.

Bacteriana
As bactérias mais frequentemente envolvidas na meningite bacteriana são a Neisseria
meningitidis (meningococo), o Streptococcus pneumoniae (pneumococo; na imagem) e o
Haemophilus influenzae tipo b.
Em adultos, 80% dos casos de meningite bacteriana são causados por Neisseria
meningitidis e Streptococcus pneumoniae. O risco de infeção por Listeria monocytogenes
aumenta a partir dos 50 anos de idade. A introdução da vacina antipneumocócica veio diminuir
a prevalência de meningite pneumocócica, tanto em crianças como em adultos.
Um trauma recente no crânio pode permitir às bactérias que residem na cavidade nasal
penetrarem no espaço das meninges. De igual forma, o risco aumenta com a utilização de
alguns dispositivos médicos invasivos nos cérebro ou nas meninges, como shunts cerebrais,
reservatórios de Ommaya ou uma derivação ventricular externa. Nestes casos, é mais provável
que a pessoa seja infetada com estafilococos, pseudomonas ou outros tipos de bactérias
gram-negativas. Estes patógenos estão também associados à meningite em pessoas com
imunodeficiência. As pessoas que usam implantes coclear para a perda auditiva apresentam
também um risco acrescido de meningite.

Viral
Os vírus mais comuns que causam meningite viral são enterovírus, o vírus do herpes
simples, o vírus varicela-zoster, o vírus da imunodeficiência humana e o vírus da coriomeningite
linfocitária. Os vírus de herpes simples mais comuns são os do tipo 2, que produzem a maior
parte das úlceras genitais, sendo o tipo 1 pouco frequente.

Descreva 3 cuidados de Enfermagem para a Meningite:


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Enfermagem Assistencial II
Sistema Tegumentar

O Sistema tegumentar é composto por pele, pelos, unhas e glândulas, sendo que a
pele é subdividida em epiderme, derme e tecido subcutâneo (tecido de gordura). Tem como
principais funções:
• Proteção contra o ambiente, microorganismos invasores e substâncias nocivas
• Sensação através das terminações nervosas
• Ajudar no equilíbrio hídrico através da proteção contra perda de água por evaporação
• Regulação da temperatura através das glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos
• Produção de vitamina D através da ação dos raios solares (importante na fixação do
cálcio aos ossos)
• Excreção de produtos tóxicos, como uréia, amônia e ácido úrico

Anatomia e Fisiologia da Pele, Glândulas Sudoríparas e Sebáceas

PELE

A pele funciona como uma interface entre o meio externo e o meio interno. É composta
por três camadas, epiderme, derme e tecido subcutâneo. Abaixo da pele fica o tecido muscular
ou ósseo dependendo da localização.
A epiderme é a camada mais externa; não possuí vascularização. A derme é a camada
do meio; é ricamente vascularizada e inervada.O tecido subcutâneo é a parte mais interna da
pele; proporciona proteção contra o frio, pois o tecido adiposo serve como isolante térmico;
também possuí vascularização.

GLÂNDULAS SUDORÍPARAS

Excretam produtos com odor característico; presente em toda a pele, porém mais na
testa, nas abas do nariz, nas axilas, na palma das mãos e na planta dos pés.
O suor é importante, pois serve para excretar alguns produtos tóxicos (ureia, amônia e
ácido úrico) e dissipar calor, contribuindo na termorregulação.

GLÂNDULAS SEBÁCEAS

Localizadas junto aos pelos; secretam óleo que ajudam a dar flexibilidade e
impermeabilidade à pele e aos pelos; esse óleo (colesterol e triglicerídeos) é o hidratante
natural da pele.
A acne é uma doença inflamatória crônica que envolve as glândulas sebáceas e
os folículos pilosos. A secreção das glândulas, bem como os restos de queratina do pelo,
obstruem o canal do folículo piloso e podem servir como substrato para a proliferação de
bactérias, gerando essa doença.

PELOS

Localizados em todo o corpo em maior ou menor número, exceto na palma das mãos e
na planta dos pés. Principalmente na região genital servem como proteção local.

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Enfermagem Assistencial II
GLOSSÁRIO

Hiperemia – região avermelhada devido à dilatação dos vasos e ao aumento do fluxo de


sangue circulante no local; o aumento do fluxo de sangue gera calor local. Ex.: irrigação
aumentada nos músculos durante exercício, na mucosa gastrointestinal na digestão, diante
de inflamação ou trauma local.
Mácula e Mancha – é a alteração da coloração da pele plana; mácula (Ex.: petéquia) menor
que 1 cm e mancha (Ex.: equimose) maior.
Vesícula e Bolha – massa palpável contendo líquido seroso; vesícula (Ex.: lesões de herpes)
menor que 1 cm e bolha (Ex.: lesões por queimaduras) maior.
Pústula – massa palpável contendo líquido purulento (Ex.: acne).
Placa e Pápula – massa sólida; palpável e com relevo; pápula (Ex.: verruga) menor que 1 cm
e placa (Ex.: psoríase) maior.
Queloide – tecido cicatricial hipertrofiado secundário a formação excessiva de colágeno após
uma cicatriz; é um tecido benigno e indolor; maior incidência na raça negra; pode ou não
regredir com o tempo.
Petéquia – mácula (plana) avermelhada ou rosada associada a distúrbios de plaquetas e
tendências hemorrágicas.
Equimose – maior que petéquias; manchas (planas) roxas, geralmente localizadas; associadas
a traumas ou tendências hemorrágicas.
Hematoma – maior que equimoses; tem um conteúdo volumoso (edema) com coloração roxa,
geralmente localizados; associada a trauma ou tendências hemorrágicas.
Úlcera por Pressão – lesão causada por pressão excessiva no mesmo local, geralmente
proeminências ósseas (região sacra, trocanteres, calcâneos, maléolos, occipital) por um
longo período de tempo; inicia-se com lesão superficial da pele e pode progredir para o tecido
muscular e até a exposição óssea; possuí 4 estágios:
ESTÁGIO I – hiperemia localizada sem rompimento da pele.
ESTÁGIO II – há rompimento da pele até a derme ou formação de bolha, que também
pode estar rompida.
ESTÁGIO III – há rompimento de toda a pele (até o tecido subcutâneo), mas sem
exposição de músculo ou óssea.
ESTÁGIO IV – há rompimento de toda extensão da pele e também lesão do tecido
muscular, podendo ter exposição ou lesão óssea (osteomielite).

Distúrbios Cutâneos

ERISIPELA
A erisipela é uma infecção da derme e tecido subcutâneo de forma mais superficial,
onde precisa de uma ruptura da pele para a penetração (Ex.: úlceras, drogas injetáveis, feridas
cirúrgicas ou lesões da epiderme). Essa ruptura pode até ser distante do local da infecção,
como uma fissura interdigital nas “frieiras” que podem causar erisipela acima do tornozelo ou
uma rinite e sinusite que pode levar a uma erisipela na face.
Os sintomas na área atingida costumam ser eritema (hiperemia), dor, calor e edema,
e ainda, pode estar associada febre. Esta área geralmente é bem delimitada, porém pode
avançar progressivamente. Os locais mais afetados são face e extremidades (braços e pernas).
Algumas situações se tornam fatores predisponentes para a ocorrência da erisipela,
como, diabetes, pacientes imunossuprimidos, com circulação periférica prejudicada e na
presença de traumas e cirurgias.
O tratamento é baseado em antibióticoterapia, repouso, elevação do membro afetado

85
Enfermagem Assistencial II
e analgésico.

CELULITE

A celulite tem um quadro semelhante ao da erisipela, sendo também uma infecção de


derme e tecido subcutâneo, com os mesmos sintomas de eritema, dor, calor, edema e febre.
Porém, sua diferença é por ser mais profunda e ter limites menos precisos, o que torna difícil
diagnosticar de forma clara celulite e erisipela muitas vezes.
O tratamento também é semelhante com antibióticoterapia, repouso, elevação do
membro afetado e analgésico. A incidência de complicações é muito maior na celulite, tendo
como principais o abscesso e necrose do tecido.

HERPES SIMPLES

O herpes simples é um vírus que se divide em tipo 1 e 2. O tipo 1 se caracteriza pelas


lesões na região orofacial e o tipo 2 na região genital. Entretanto, o vírus tipo 1 pode levar a
lesões genitais e o tipo 2 a lesões orofaciais.
A transmissão do herpes simples se dá por contato direto com as lesões em pele
não íntegra e também no contato direto com mucosas (Ex.: contato sexual). O término da
transmissão se dá após a eliminação e término da drenagem das vesículas.
Os sintomas característicos, tanto de herpes simples tipo 1 e 2, são lesões vesiculares
(periorais e genitais), queimação, prurido e dor. A presença de febre pode estar associada a
casos mais graves.
Esses sintomas normalmente se manifestam em situações de baixa imunidade e lesões
orofaciais e genitais. Sendo assim temos como fatores desencadeantes estresse, drogas
imunossupressoras, exposição solar, trauma físico ou químico, cirurgias e infecções virais ou
bacterianas.
O tratamento pode ser feito com antivirais tópicos, enterais ou parenterais (Ex.: aciclovir).

HERPES ZOSTER

O herpes zoster é causado pelo vírus da varicela-zoster, uma mutação do vírus da


varicela (catapora) que fica latente no corpo. Manifesta-se normalmente em situações onde
a pessoa encontra-se com a imunidade baixa (drogas imunossupressoras, infecção pelo HIV,
neoplasias, quimioterapia, etc.).
Esse vírus fica alojado na raiz de um nervo e ao longo do seu trajeto, sendo mais
comum sua presença na inervação toraco-lombar, porém também pode afetar outras regiões.
As características dos sintomas são dor irradiada em queimação (nevralgia), lesões vesiculares
dolorosas, eritema e prurido ao longo da área de distribuição dos nervos acometidos. Esses
sintomas geralmente acompanham o trajeto do nervo de forma unilateral.
Seu tratamento é feito com antivirais enterais e parenterais (Ex.: aciclovir), no entanto
não é aconselhado usar tópico por interferirem no acompanhamento da lesão. Além disso,
podem-se usar analgésicos e água boricada.

VITILIGO

É uma patologia crônica de difícil previsão da sua evolução clínica que apresenta regiões
despigmentadas pela ausência de melanina por destruição ou inativação dos melanócitos
(células produtoras de melanina). A principal função da melanina é a filtragem
das radiações ultravioleta.
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Enfermagem Assistencial II
Sua causa ainda é desconhecida. Essas áreas de manchas despigmentadas podem
crescer principalmente nos momentos de crises, mas podem regredir logo após. Os locais
mais comumente afetados são face, genitais, mãos e pés. Além da pele o vitiligo também pode
atingir os pêlos.
Não é uma doença infecto-contagiosa e nem causa incapacidade clínica, porém pode
causar impacto na qualidade de vida e questões psicossocial, já que seu maior problema é
estético. O tratamento é feito basicamente com corticóide tópico.

Oftalmologia

A função do olho é converter raio de luz em sinal elétrico que é transmitido para o
cérebro. Neste local o sinal elétrico será convertido em imagem gerando a visão.

Anatomia do Olho

CÓRNEA

A córnea é uma membrana que precisa obrigatoriamente ser transparente, caso


contrário a imagem não pode ser formada com nitidez. Constitui-se na primeira estrutura
ocular por onde passa o raio de luz para dentro do olho. Necessita ser lubrificada, pois seu
ressecamento prejudica suas células, e naturalmente é feito isso através da lágrima.
Em casos de pacientes inconscientes que não conseguem manter as pálpebras fechadas
ou a mucosa ocular está ressecada é indicada sua lubrificação com colírio e proteção com gaze
umedecida para evitar tal ressecamento. Possuí a peculiaridade de poder ser transplantada
de um indivíduo para outro desde que não haja contra-indicação.

ÍRIS

A íris é a estrutura responsável pela cor dos olhos e em seu centro existe uma abertura,
a pupila. Nessa abertura passam os raios de luz, e dependendo da quantidade de luz que os
olhos são expostos fibras musculares da íris são ativadas para fazer contração ou dilatação
pupilar.
Portanto a principal função da pigmentação dos olhos é reduzir a lesão intra-ocular
causada pela luminosidade. Quanto mais pigmento a íris tem mais escuro (marrom) a cor dos
olhos e quanto menos mais claro (azul) sua cor.

PUPILA

Na região central da íris existe um espaço negro arredondado por onde a luz entra
no olho, a pupila. Quanto mais luz menor fica seu diâmetro e quanto menos luz maior seu
diâmetro. Alguns problemas neurológicos podem alterar o tamanho da pupila, deixando-as
midriáticas, mióticas ou anisocóricas.

CRISTALINO

O cristalino é considerado a lente natural do olho, pois tem a capacidade de alterar


seu formato para podermos enxergar com nitidez de perto e de longe. Essa capacidade de
acomodação pode entrar em falência com o passar dos anos por causa de seu enrijecimento,
ocorrendo à chamada presbiopia (“vista cansada”).

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Enfermagem Assistencial II
Anatomicamente o cristalino fica atrás da íris e ele precisa ser necessariamente
transparente, porque sua opacidade pode dificultar a focalização da imagem e indicar uma
patologia, a catarata.

HUMOR AQUOSO

O humor aquoso é um líquido transparente que preenche o espaço entre a córnea e a


íris e também entre a íris e o cristalino. Esse líquido contém glicose, oxigênio e aminoácidos
para nutrir à córnea e o cristalino.
Sua produção e drenagem são balanceadas para manter uma pressão intra-ocular
adequada, pois seu acúmulo pode estar envolvido no glaucoma.

ESCLERA

A esclera é a parte branca do olho que compõe a parede externa do globo ocular junto
com a córnea.

CONJUNTIVA

A conjuntiva é uma membrana transparente que reveste a parte interna da pálpebra e


a parte branca visível do olho (parte anterior). É muitas vezes confundida com a esclera. Essa
estrutura que está envolvida na conjuntivite.

RETINA

A retina fica na parte posterior do olho internamente, aderida ao globo ocular. Sua
função é converter o raio de luz em sinal elétrico e está cheia de fotorreceptores com pigmentos
visuais, dentre eles o retinol (vitamina A), para captação do raio de luz.
Ela é nutrida por vasos sanguíneos separados da circulação sistêmica pela barreira
hemato-retiniana, a qual se for rompida pode levar a edema da retina e diminuição da visão. A
situação mais comum de quebra dessa barreira é a retinopatia diabética. Além disso, a retina
também está envolvida na comorbidade de descolamento de retina.

NERVO ÓPTICO

O nervo óptico é a estrutura que transporta o sinal elétrico formado na retina ao cérebro
para a imagem ser formada. Ele está lesado em doenças como glaucoma e enfermidades
intracranianas.

HUMOR VÍTREO

O humor vítreo é um líquido gelatinoso que preenche o globo ocular, ficando aderida
a retina em certos pontos. Com avançar da idade pode haver sua degeneração e tração da
retina (descolamento de retina).

GLOSSÁRIO

Diplopia – visão dupla.


Enucleação – retirada do globo ocular.
Estrabismo – desvio do eixo do alinhamento do olho (“vesguice”).
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Enfermagem Assistencial II
Exoftalmia – protrusão anormal do globo ocular (“olhos arregalados”).
Midríase – dilatação da pupila.
Miose – contração da pupila.
Anisocoria – pupilas com tamanhos diferentes (dilatada e contraída).
Nistagmo – oscilação anormal dos músculos oculares responsáveis por sua movimentação
(“movimento de limpador de pára-brisas”).

Distúrbios Oculares

MIOPIA

Miopia é a dificuldade para enxergar de longe. O principal defeito para ocorrer à miopia
é no tamanho do globo ocular que está alongado (“olhos longos”), mas também pode ser por
distúrbios da córnea e do cristalino. Nesses casos a imagem se forma a frente da retina.

HIPERMETROPIA

Hipermetropia é a dificuldade para enxergar de perto. O principal defeito para ocorrer à


hipermetropia é no tamanho do globo ocular que está encurtado (“olhos curtos”), mas também
pode ser por distúrbios da córnea e do cristalino. Nesses casos a imagem se forma atrás da
retina.
Todas as crianças podem nascer com certo grau de hipermetropia, já que o globo
ocular ainda está em desenvolvimento e encontra-se curto. Isso não acontece de fato em
todas as crianças porque o cristalino tem uma grande elasticidade e consegue alterar muito
seu formato para compensar e projetar a imagem sobre a retina.
Estas crianças com hipermetropia podem acabar desenvolvendo estrabismo na
infância, porém a utilização de óculos pode corrigir a hipermetropia e o estrabismo até o
desenvolvimento completo do globo ocular. Esse é o motivo pelo qual algumas crianças
utilizam óculos apenas na infância.

ASTIGMATISMO

O astigmatismo é a visão imperfeita para perto e longe. Nesse caso geralmente o


problema encontra-se na córnea ou no cristalino.

GLAUCOMA

Glaucoma é uma patologia caracterizada por alterações no disco óptico e fibras nervosas
da retina, causando alteração no campo visual. Essas condições além de alterar o campo
visual, também podem lesionar o nervo óptico. A principal causa de glaucoma é a pressão
intra-ocular aumentada, ocasionada fundamentalmente por acúmulo do humor aquoso. Essa
situação se não tratada pode levar a cegueira.

Os principais fatores de risco são:


◦◦ Pressão Intra-ocular aumentada
◦◦ Raça negra
◦◦ Hereditariedade (familiares de primeiro grau)
◦◦ Miopia
◦◦ Diabetes
◦◦ Idade avançada
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Enfermagem Assistencial II
O humor aquoso flui entre a íris e o cristalino, nutrindo-os e estando em equilíbrio entre
a produção e drenagem. Quando a produção é aumentada ou sua drenagem é impedida de
sair à pressão intra-ocular fica aumentada.

A obstrução da drenagem do humor aquoso pode dar-se da seguinte forma:


• Obstrução parcial pela íris
• Obstrução total pela íris
• Obstrução por tecidos anormais (congênito)
• Obstruções secundárias (tumor, trauma, medicamentos)

Os principais sintomas de glaucoma são:


• Perda da visão periférica
• Visão embaçada
• Dificuldade de focalizar
• Dor ou desconforto nos olhos
• Cefaleia
• Fotofobia

Porém pode-se ter um período assintomático por um período prolongado, mas que
pode ser diagnosticado através das consultas oftálmicas de rotina.

O tratamento tem objetivo de prevenir a lesão do nervo óptico através de terapia clínica
(colírios), a laser ou cirúrgica. Sua meta é manter a pressão intraocular controlada para não
haver lesão, já que não tem cura e depois de instalada é irreversível.

CATARATA

Catarata é turvação ou opacidade do cristalino e não é uma “película” sobre o olho.


Pode-se nascer ou adquirir a catarata.

Os fatores de risco são:


• Envelhecimento
• Hereditariedade
• Diabetes
• Exposição solar
• Doenças oculares
• Tabagismo
• Má alimentação

Os principais sintomas são:


• Visão turva ou escurecida
• Visão noturna ruim
• Visão dolorosa
• Sensibilidade a luzes fortes

O tratamento é cirúrgico e aproximadamente mais de 90% dos indivíduos apresentam


melhora da visão após a cirurgia.

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Enfermagem Assistencial II
DESCOLAMENTO DE RETINA

É o descolamento da camada de células da retina, pois a mesma não possuiu fixação


nenhuma ao globo ocular, é o humor vítreo que ajuda a dar sustentação a parede interna do
olho, além de ajudar a manter em contato com vasos sanguíneos para sua nutrição. No local
onde ocorre o descolamento se interrompe o fornecimento de nutrientes e tem-se degeneração
celular. Por isso, tem que ser tratada como uma urgência médica, pois pode levar a perda da
visão de forma rápida.

As possíveis causas de descolamento de retina são:


• Por ruptura da retina: é o mais comum, um orifício ou laceração desenvolve-se na retina
permitindo que o humor vítreo deslize através da retina e desloque-a.
• Por tração: ocorre por uma tensão ou tração (associado a traumas no encéfalo).
• Por tumor ou doença inflamatória (exsudativo): consequência da produção de líquido
abaixo da retina.

Os sintomas são:
• Sombra na visão (central ou periférica dependendo do local de descolamento, podendo
progredir)
• “moscas voando” ao enxergar (manchas ou filetes como teias de aranha)
• Indolor

O tratamento é feito de forma cirúrgica (fixar a retina para vedar o orifício por onde
infiltra o humor vítreo), por fotocoagulação a laser ou crioterapia (fundir pequenos orifícios
para casos onde não houve infiltração do humor vítreo).

Após o tratamento cirúrgico algumas orientações pós-operatória são dadas:


• Curativo sobre o olho operado
• Evitar atividade física
• Evitar movimentos bruscos
• Evitar viagens de avião

CONJUNTIVITE

A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, caracterizada principalmente pelo olho


avermelhado devido à hemorragia dos vasos da conjuntiva.

Os principais sintomas são:


• Sensação de corpo estranho no olho (areia, ciscos, etc)
• Sensação de arranhadura ou queimação
• Prurido e hiperemia ocular
• Fotofobia
• Lacrimejamento
• Pode ser unilateral ou bilateral
• Pode apresentar secreção purulenta

Conjuntivite bacteriana
• É mais agressiva que a conjuntivite viral.
• Início agudo.

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Enfermagem Assistencial II
• Secreção purulenta (principalmente ao acordar)
• Necessita tratamento com antibiótico
• É contagiosa
• Conjuntivite gonocócica
► Sexualmente transmissível
► Pode ser transmitida na hora do parto
► Administração de 1 gota do colírio com nitrato de prata no recém-nascido para prevenção

Conjuntivite viral

• Secreção aquosa
• Pode ser precedido por infecção (virose) de via aérea alta
• Geralmente mais branda que a bacteriana
• É contagiosa

Conjuntivite alérgica

• Reação de hipersensibilidade – pode ser devido a uma rinite alérgica


• História de alergias
• Geralmente nos dois olhos
• Não é contagiosa

Conjuntivite tóxica

• Ocorre devido à exposição a substâncias químicas, como medicamentos, cloro de piscina,


fumaça, espuma de xampu, maquiagens, spray de pimenta, etc.
• Não é contagiosa

Tratamento:

• Conjuntivite bacteriana: colírio com antibiótico.


• Conjuntivite viral: é autolimitante; tratam-se sintomas (administração de colírio lubrificante).
• Conjuntivite alérgica: tratam-se sintomas (antialérgico).
• Conjuntivite tóxica: lavar o olho com água abundante e eliminar o agente causador

A transmissão das conjuntivites contagiosas é feita por contato direto, principalmente


com fômites.

Prevenção:
• Lavar as mãos frequentemente
• Evitar levar a mão aos olhos
• Lavar com frequência o rosto
• Cuidado com os fômites

Sistema Auditivo

O ouvido é um órgão sensorial com dupla função de audição e de equilíbrio.

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Enfermagem Assistencial II

Anatomia do Ouvido

OUVIDO EXTERNO

• Formado pelo pavilhão auditivo e canal auditivo externo


► Pavilhão auditivo: concha acústica capaz de coletar sons para dentro do canal auditivo.
► Canal auditivo externo: direciona os sons ao tímpano.

OUVIDO MÉDIO

• Tímpano
► Membrana que protege o ouvido e conduz as vibrações sonoras até os ossículos.
• Ossículos
► Martelo, Bigorna e Estribo: são os menores ossos do corpo; auxiliam na transmissão do
som do tímpano para a cóclea.

OUVIDO INTERNO

• Cóclea – responsável pela audição


• Labirinto (canais semicirculares + sáculo + utrículo) – responsável pelo equilíbrio.
• Nervo vestibulococlear – inervação responsável por conduzir até o cérebro as informações
sobre equilíbrio e audição.

Fonte da imagem: https://www.google.com.br/search?q=trompa+de+eust%C3%A1quio&biw=1366&bih=667&so


urce=lnms&tbm=isch&sa=X&ei

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Fonte da imagem: https://www.google.com.br/search?q=trompa+de+eust%C3%A1quio&biw=1366&bih=667&so


urce=lnms&tbm=isch&sa=X&ei

TROMPA DE EUSTÁQUIO

• Também chamada de tuba auditiva


• Comunica ouvido médio com a nasofaringe
• Possibilita que as pressões entre ouvido médio e externo sejam as mesmas, fundamental
para as transmissões sonoras
• Exemplo de diferenças de pressões entre ouvido médio e externo: infecções auditivas e
mudanças de altitudes

Fonte da imagem: https://www.google.com.br/search?q=trompa+de+eust%C3%A1q


uio&biw=1366&bih=667&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei

Distúrbios Auditivos

PERDA DE AUDIÇÃO

Manifestações Clínicas
• Zumbido
• Incapacidade crescente de ouvir em grupos
• Necessidade de elevar o volume da televisão
• Alterações na atitude, na capacidade de se comunicar (isolamento social)

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• Desinteresse e desatenção
• Surdez – temporária ou definitiva

Causas em Neonatos

• Hereditariedade
• Infecções congênitas (rubéola, toxoplasmose, sífilis)
• Medicamentos
• Baixo peso excessivo – menor que 1.500g

Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU)


• Ideal que se faça até o primeiro mês de vida
• Na falha do primeiro teste tem que fazer o RETESTE preferencialmente em 30 dias
• Na falha de ambos o neonato deve ser encaminhado para atendimento médico e audiológico
até o terceiro mês

Tratamento

• Amplificador sonoro
• Implante coclear

CUIDADOS COM O OUVIDO

• Proteger os ouvidos de barulhos persistentes.


• Evitar infecções seguidas.
• Não introduzir no ouvido canetas, grampos ou arames para limpeza.
• Tomar medicamentos somente sob prescrição médica.

OTITE MÉDIA

• É a infecção aguda do ouvido médio (tímpano e ossículos) que dura geralmente menos de
6 semanas.
• A condição CRÔNICA se dá por episódios repetidos de otite aguda com degeneração e
lesão timpânica, e também destruição dos ossículos.
• Crianças são as mais afetadas porque sua trompa de eustáquio (comunica ouvido médio
com a nasofaringe) não está totalmente desenvolvida, sendo menor e mais horizontal em
relação a do adulto, tornando mais fácil uma infecção respiratória alta causar uma otite
média

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Enfermagem Assistencial II
Fatores de Risco
• Infecção respiratória
• Sinusite/rinite
• Amigdalite, faringite
• Meses de Inverno
• Crianças

Sintomas
• Em geral unilateral após os 2 anos
• Otalgia após estado gripal (pode piorar após deglutição ou assoar nariz)
• Febre
• Drenagem de secreção
• Perda da audição

Sintomas na Criança
• Irritabilidade
• Choro contínuo
• Inapetência
• Rejeição à mamadeira
• Esfregar as orelhas

Tratamento
• Uso de antibiótico
• Às vezes é necessária uma incisão cirúrgica no tímpano (cicatrização em 2 a 3 dias) para
drenar a secreção do ouvido médio
• Não molhar o ouvido
• Usar compressas mornas
• Uso de protetores de ouvido

LABIRINTINTE

A labirintite é uma inflamação no labirinto (canais semicirculares + sáculo + utrículo)


que ocasiona um distúrbio do equilíbrio. Esse distúrbio tenta ser compensado pelo sistema
nervoso central (SNC) para recobrar o equilíbrio, porém essa compensação leva em média 2
a 3 meses. A labirintite persistindo como um problema crônico tem seus momentos de crises
com aumento dos sintomas e após diminuição deles.

Causas
• Consequência de uma inflamação/infecção do ouvido médio
• Medicações (toxicidade)
• Obstrução de artérias (HAS, DM, colesterol alto)
• Distúrbios emocionais
• Predisposição genética

Sintomas
• Inicio súbito de vertigem
• Perda de equilíbrio
• Náuseas e vômitos
• Zumbido
• Vários graus de perda de audição
• Palidez e sudorese
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Tratamento
• Medicamentoso (vasodilatadores, sintomáticos)
• Dieta/atividade física
• Fisioterapia e fonoaudiologia

Farmacologia

Farmacologia é a ciência que estuda os fármacos (medicamentos). Fármaco é uma


substância química que provoca uma alteração no funcionamento celular, tendo como
consequência uma resposta desejável e possíveis efeitos colaterais.

Medicamentos

DOSAGENS

As dosagens podem estar descritas da seguinte forma:


• g: gramas
• mg: miligramas
• ml: mililitros
• UI: unidades internacionais
• quantidade: quantidade do medicamento descrito

EXEMPLOS:

DIPIRONA 1g/2ml
1 ampola 1 ampola
1g 1 ampola
1000mg 1 ampola
2ml 1 ampola
HEPARINA 25.000UI/0,25ml
1 ampola 1 ampola
25.000UI 1 ampola
0,25ml 1 ampola
INSULINA 100UI/ml
10UI 0,1ml
0,1ml 0,1ml

6 CERTOS DA MEDICAÇÃO

1. Medicação certa
2. Paciente certo
3. Dose certa
4. Via certa
5. Hora certa
6. Registro (documentação) certo

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PLACEBO

Substância inerte, sem efeito, pode trazer algum benefício só por interferência
psicológica. É muito utilizado em estudos para comparação da ação de outros medicamentos.

MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA (ORIGINAL)

Produção do princípio ativo do medicamento com qualidade, eficácia terapêutica e


seguranças comprovados através de testes científicos. Essa produção é feita originalmente
pelo laboratório detentor de sua patente. Esse laboratório detém sua patente por um tempo
pré-estabelecido (20 anos) por ter feito gastos com estudos para sua produção, testes em
laboratório e testes em seres humanos e somente depois de confirmada sua efetividade e
segurança o fármaco é colocado para comercialização.

MEDICAMENTO GENÉRICO

Possui o mesmo princípio ativo, a mesma ação, a mesma via de administração e a


mesma indicação que o medicamento de referência. No Brasil é feito pelas indústrias nacionais
fiscalizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), após término ou quebra
de patente do laboratório que produziu o medicamento de referência.
Esse tipo de medicamento é mais barato por não ter a necessidade de fazer
investimentos em pesquisas para sua descoberta, já que isso foi feito no desenvolvimento
do medicamento de referência, além de não precisar gastar com propagandas para divulgar
marcas de laboratório.
O medicamento genérico é exatamente igual ao medicamento de referência e pode ser
substituído um pelo outro.

MEDICAMENTO SIMILAR

Possui o mesmo princípio ativo, a mesma ação, a mesma indicação terapêutica e


tem sua segurança e qualidade comprovada através de testes científicos. Podem diferir dos
medicamentos de referência em características relativas ao tamanho e forma do produto,
prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos.
Pode ser produzido por outros laboratórios/marcas após a liberação da patente do
laboratório que produziu o medicamento de referência.
O medicamento similar não é exatamente igual ao medicamento de referência e
genérico, por isso não pode substituí-los, a não ser por orientação médica.

REAÇÕES ADVERSAS

É qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não intencional, a um medicamento,


que ocorre nas doses usualmente empregadas para terapêutica da doença (ANVISA, 2011).
As principais reações são descritas abaixo:

Choque anafilático ou reação de hipersensibilidade: formação de anticorpos contra o


medicamento ingerido, produzindo reações como: prurido intenso, edema (principalmente de
glote), dispnéia por obstrução de vias aéreas e hipotensão.

Tolerância: necessidade de aumento progressivo da dosagem do medicamento para obter

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o mesmo efeito, pois a administração repetida, contínua ou crônica do fármaco na mesma
dose diminuiu a intensidade dos seus efeitos. A tolerância é um fenômeno que leva dias ou
semanas para acontecer.

Dependência química: quando o paciente desenvolve uma dependência psicológica da


droga, pois na realidade não necessita dela fisiologicamente.

Dependência físico-química: quando o organismo precisa da medicação e na ausência da


medicação apresenta reações físicas como convulsões e transtornos mentais na interrupção
brusca. Necessita da droga fisiologicamente.

EVENTO ADVERSO

Os eventos adversos aparecem depois de doses maiores do que as habituais dos


fármacos (acidentais ou intencionais). É considerado dano sofrido pelo paciente em
decorrência de erros no uso da medicação, os quais podem ser dose errada, dose omitida, via
de administração errada, horário de administração incorreto, etc.

INCOMPATIBILIDADE MEDICAMENTOSA

É caracterizada por ocorrer antes da administração do medicamento no paciente, quando


misturados dois ou mais fármacos na mesma seringa, equipo de soro ou outro recipiente. São
reações entre os fármacos que resultam na diminuição ou inativação da sua ação, ou então
formação de compostos tóxicos. Além disso, podem ter alterações de sua estrutura como
mudanças de cor, consistência, turvação, formação de cristais e precipitações.
Podemos considerar um erro de administração de medicação os efeitos causados
pela incompatibilidade medicamentosa, os quais podem afetar a eficácia e a segurança da
terapêutica. Diante disso, torna-se importante o conhecimento e a busca do conhecimento sobre
os medicamentos a serem administrados, por exemplo, através dos manuais disponibilizados
pelas farmácias da instituição de saúde.

ELIMINAÇÃO DAS DROGAS

A eliminação das drogas acontece por diferentes vias: renal, biliar/intestinal, aparelho
respiratório, glândulas sudoríparas e mamárias e pele. Porém, os principais órgãos de
eliminação são rim e fígado.
As enzimas hepáticas têm a propriedade de modificar quimicamente uma variedade de
substâncias nas moléculas dos fármacos, tornando os fármacos inativos ou facilitando a sua
eliminação.
Os fármacos e seus metabólitos são, em sua maioria, eliminados do corpo através de
excreção renal e biliar. A via renal constitui o mecanismo mais comum de excreção de fármacos.
Apenas um número relativamente pequeno de fármacos é excretado primariamente na bile.
Muitos fármacos de administração oral sofrem absorção incompleta pelo trato gastrintestinal
superior, e o fármaco residual é então eliminado por excreção fecal.

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Referências Bibliográficas

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Medicamentos / Assunto de Interesse. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/
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