A República do Café com Leite
O período que se estende da posse de Prudente de Morais (1894) à
deposição de Washington Luís (1930) é conhecido tradicionalmente como “REPÚBLICA DO CAFÉ
COM LEITE”. O nome diz respeito ao fato de que as oligarquias paulista e mineira predominaram na
política brasileira. Ao todo neste período dez presidentes ocuparam o cargo:
Em 1894 encerrado o governo de Floriano Peixoto, as elites agrárias, sobretudo
os cafeicultores, passaram a conduzir diretamente a política nacional. A direção política do país
passou a ser exclusivamente dos fazendeiros e assim permaneceu até 1930.
O controle oligárquico consolidou-se aos poucos sustentado em três
elementos: O coronelismo, a política dos governadores e o acordo café com leite.
Coronelismo
No final do século XIX, a economia brasileira continuava a ser agrária, a maioria
da população residia e trabalhava na zona rural e era controlada pelos grandes proprietários de
terras chamados coronéis.
Por sua vez a Constituição havia instituído o voto aberto, os coronéis então
criaram maneiras de controlar o processo eleitoral coagindo os eleitores a votar em determinado
candidato, além disso, prometiam favores de diversas espécies, que nem sempre eram cumpridas.
Essa prática ficou conhecida como voto de cabresto. Também havia fraude nas eleições.
Nas cidades os candidatos contratavam capangas para intimidar os eleitores.
Somente votavam os cidadãos brasileiros do sexo masculino, alfabetizados e maiores de 21 anos.
A política dos governadores
Esta consistia num acordo em que os governadores estaduais, em apoio ao
governo federal, ajudavam a eleger deputados e senadores favoráveis ao presidente. Em troca
prometiam não intervir no governo estadual, o que garantia a continuação do poder das oligarquias
locais.
O Café com Leite
São Paulo e Minas Gerais representavam durante a República Oligárquica, as
principais forças econômicas do país. São Paulo era responsável pela maior parte da produção de
café e Minas Gerais pela criação de gado leiteiro.
Ao mesmo tempo, ambos estados eram populosos e tinham o maior número de
eleitores. Isso tornava as oligarquias as mais fortes do Brasil. Os líderes políticos de São Paulo e
Minas gerais indicavam e sustentavam o presidente de acordo com seus interesses e eram
respaldados pelos grupos dominantes dos demais estados.
Em Minas Gerais, o Partido Republicano Mineiro (PRM) e em São Paulo o
Partido Republicano Paulista (PRP), uniram as elites regionais e estaduais. Atuando de forma coesa,
controlavam a política nacional, num esquema que passou para a história com o nome de política
café com leite.