Apontamentos Ciência Da Terra
Apontamentos Ciência Da Terra
Conceito de biodiversidade
Diversidade genética variedade dentro dos indivíduos da mesma espécie
Diversidade de espécies espécies diferentes de seres vivos que vivem nos
diferentes ecossistemas
Diversidade ecológica variedade de ecossistemas
Diversidade funcional variedade de processos químicos e bioquímicos que
ocorrem nos ecossistemas
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o Muitos locais condicionados pela geodiversidade são profundamente
apelativos
Económico
o A geodiversidade potencia atividades produtivas divervas, assim como
outras associadas ao lazer e à cultura
Funcional
o O valor da geodiversidade in situ para o ser humano. O substrato geológico
condiciona e torna propícios determinados usos do território (agricultura,
aproveitamento energético, desenvolvimento urbano). Mas também
condiciona a seleção de locais para depósito de resíduos diversos, por ex:
aterros sanitários, colocação de resíduos nucleares. O solo exerce ainda um
efeito depurativo nos poluentes lançados para o meio.
o O valor da geodiversidade como suporte dos sistemas físicos e ecológicos
do planeta. A geodiversidade possibilita a existência de diversos habitats que
potenciam a especiação.
Científico e educacional
o Certos locais permitem conhecer melhor a dinâmica da Terra assim como
aspetos da sua história.
GEODIVERSIDADE E CONSERVACIONISMO
À semelhança de qualquer património construído que fruto de determinadas
características é considerado monumento e, portanto, um bem cultural a preservar,
também algumas ocorrências geológicas têm características monumentais.
Dai a classificação de algumas dessas ocorrências como geomonumentos e geo-
recursos.
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A GEOÉTICA
Princípios genéricos:
GEOPARQUE
Área única e unificada onde locais e paisagens de importância geológica
internacional são geridos numa conceção holística de proteção, educação e
desenvolvimento sustentável
Um Geoparque Mundial da UNESCO utiliza o seu património geológico, em conjunto
com todos os outros aspetos do património natural e cultural da área, para aumentar
a consciência e a compreensão acerca dos valores associados à natureza
Através de uma maior consciencialização da importância do património geológico
da região na história e na sociedade, um Geoparque Mundial da UNESCO concede
aos seus habitantes um sentimento de orgulho na sua região e fortalece a sua
identificação com o território.
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Geoparque de Portugal Geodiversidade e Biodiversidade
1. Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional, 2006 abrange os concelhos de
Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e
Vila Velha de Ródão. Mais de 170 geossítios que ilustram as principais etapas
de história geológica dos últimos 600 milhões de anos na região
2. Geoparque de Arouca, 2009 a existência das pedras parideiras, trilobites
gigantes e icnofósseis;
3. Geoparque Terras de Cavaleiros, 2014 onde encontramos vestígios da
dinâmica tectónica da Terra, anterior à formação da Pangeia.
4. Geoparque dos Açores, 2015 disperso pelas nove ilhas e onde encontramos
aspetos diferentes da geodiversidade associados à atividade vulcãnica;
5. Geoparque Estrela, 2019 abrange nove municípios, destacando-se a presença
de aspetos petrológicos, hidrogeológicos, geomorfológicos, com destaque para
os vestígios decorrentes do último período glacial.
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DA FORMAÇÃO DA TERRA À TECTÓNICA DE PLACAS(fotos no
powerpoint)
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Da Deriva à Tectónica de placas
Limites convergentes
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Paisagens geológicas (fotografias manual p. 14-20)
Podem ser
Classificam-se
Chaminés
em Ravinas -de-fada
Paisagem
Cársica
Deriva Continental
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Argumentos paleoclimáticos
o A Paleoclimatologia é a ciência que estuda os antigos climas da Terra. Os
dados sobre as condições climáticas que Wegener reuniu permitiram-lhe
verificar que, no passado, grandes superfícies da Terra possuíam climas
diferentes dos atuais. Por exemplo, a existência de materiais transportados
por glaciares e de carvão em regiões onde, na atualidade, dadas as suas
características climáticas, não é possível a sua existência.
Argumentos paleontológicos
o Encontrou vários exemplares dos mesmos fósseis em continentes que,
atualmente, se encontram muito afastados, entre os quais se destaca o fóssil
do réptil Mesosaurus descoberto na América do Sul e em África.
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O conhecimento do fundo dos oceanos levou os investigadores Harry Hess e Robert
Dietz a propor a hipótese da expansão dos fundos oceânicos.
Estes geólogos propuseram a ideia segundo a qual a superfície terrestre se forma,
a partir de material em estado de fusão, ao nível do rifte das dorsais médio-
oceânicas.
O paleomagnetismo
registado nas
rochas e a
determinação da
sua idade em
milhões de anos
(M.a.), de ambos os
lados do rifte, da
dorsal médio-
atlântica, revelaram
um padrão regular
da polaridade
magnética e da
idade preservado
nas rochas dos
fundos oceânicos.
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Constatou-se, assim, que existem zonas na Terra como, ao nível dos riftes, onde se
verifica a expansão dos fundos dos oceanos e outras onde o material rochoso é
destruído, como, por exemplo, em regiões onde existem fossas oceânicas. Nestas
regiões, os cientistas descobriram
que os fundos oceânicos mergulham
sob a região continetal, em direção ao
interior da Terra, razão pela qual as
rochas dos fundos oceâncios são
mais jovens do que as rochas dos
continentes, pois o fundo dos
oceanos está constantemente a ser
renovado e destruído.
Segundo esta teoria, a parte superior rochosa da Terra (litosfera) não é contínua,
mas dividida num conjunto de placas litosféricas que se movimentam, transportando
a crusta. A litosfera é uma camada constituída por rochas da crusta terreste
(oceânica e continental) e por rochas da parte superior do manto (a camada
subjacente à crusta terreste).
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Enquanto a Hipótese da Deriva Continental admite o movimento dos continentes, a
Teoria da Tectónica de Placas defende o movimento das placas litosféricas.
Estas placas deslocam-se por cima de uma região do manto, onde existe material
rochoso submetido a temperaturas elevadas e num estado dúctil (pode deformar-se
com facilidade) que, por sua vez, também se encontra em movimento.
convecção.
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De acordo com o movimento relativo das placas litosféricas, os cientistas
identificaram três tipos de limites que estão associados a fenómenos como o
vulcanismo e os sismos.
Limites divergentes
Ao nível do rifte das dorsais, as duas placas litosféricas, que estão constantemente
a formarem-se, afastam-se em sentidos opostos. Placas que exibem este
movimento apresentam limites
divergentes.
A deslocação destas placas
provoca, também, nas zonas de rifte,
sismos e erupções vulcânicas.
Limites convergentes
Limites transformantes
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DEFORMAÇÃO DAS ROCHAS
À superfície ou em profundidade, as forças tectónicas provocam também alterações
na forma e volume das rochas que constituem a crusta terrestre designadas
deformações, frequentes na formação de montanhas.
Formação de montanhas
Está relacionada com a colisão de placas litosféricas com limite convergente de dois
tipos: subducção de uma placa com crusta oceânica sob uma placa com crusta
continental ou da colusão de duas placas com crusta continental.
No primeiro caso, o material rochoso
da placa oceânica sofre subducção e
os materiais fundem. Quando o
magma com esta origem atinge a
superfície, oigina erupções
vulcânicas que estão na base da
formação deste tipo de montanhas.
Quando duas placas em colisão apresentam densidades equivalentes, a
combinação de fenómenos
vulcânicos e a deformação dos
materiais que as constituem são os
principais processos geológicos
que contudzem à formação desta
tipo de montanhas.
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Falhas
Dobras
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VULCÃO
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elevadas, que podem deslocar-se a grande velocidade, junto ao solo (fluxos
piroclásticos), destruindo tudo à sua passagem
Mista
o Apresenta período de tranquila emissão de lava, alternando com período
explosivos, de pouca violência, com projeções de materiais piroclásticos. As
escoadas lávicas são, geralmente, curtas e a lava apresenta um grau intermédio
de viscosidade
Material piroclástico
Poeiras e cinza/ Lapilli ou bagacina/ Bombas
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ROCHAS MAGMÁTICAS
Relação entre a profundidade a que se dá o arrefecimento do magma e a textura
das rochas magmáticas
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Formação dos minerais cristalização fracionada Séries de Bowen
minerais em 2 partes :
a
são sempre
• Contínuas
-
que
um
mineral ( Plagio clase?
de
partir
•
Descontínuas -
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ROCHAS METAMÓRFICAS
Metamorfismo conjunto de fenómenos que contribui para a transformação, no estado
sólido, dos minerais e da textura de uma rocha pré-existente numa rocha metamórfica
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Tipos de metamorfismo
Metamorfismo de contacto
o Afeta pequenas zonas e o principal fator de metamorfismo é a elevada
temperatura, proveniente de uma massa magmática designada intrussão
magmática
o A auréola de metamorfismo corresponde à zona onde o calor do magma
transforma as rochas encaixantes em rochas metamórficas
o As rochas que rodeiam esta intrusão, designadas rochas encaixantes, se
forem de natureza calcária originam o mármore. Mas, se, por exemplo,
forem arenito, originam um quartzito.
o resulta do impacto de uma intrusão ígnea em redor de rochas
encaixantes. O factor temperatura é o mais relevante, embora não
exclusivo. Em alguns zonas afectadas por metamorfismo regional
surgem dinâmicas deste tipo.
Metamorfismo regional
o Afeta zonas extensas e está associada a fenómenos tectónicos e de
afundamento relacionados com as transformações que ocorrem nas rochas
de zonas de colisão de placas litosféricas e nos sedimentos depositados
em bacias de sedimentação. Se estes sedimentos forem, por exemplo, de
natureza argilosa originam ardósias ou xistos. (ou o granito pode originar
um gnaisse)
o ocorre em zonas de convergência de placas e de colisão entre placas
continentais. Associa-se a condições elevadas ou médias de pressão
e variáveis de temperatura (baixas, médias e elevadas).
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Metamorfismo de afundamento
o ocorre quando as rochas sedimentares são enterradas através da
subsidência da crosta. A tectónica influencia ao criar bacias de
sedimentação marinhas.
Metamorfismo de impacto
o resulta do impacto dos meteoritos. O calor e as ondas de impacto
transmitem-se às rochas terrestres e podem recristalizá-las.
Outras sequências
Sequência pelítica originada de argilitos ou siltitos, mostra os seguintes tipos
principais: ardósia filádio ou xisto luzente micaxisto gnaisse migmatito
(granitos de anatexia)
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Fácies metamórfica
Metamorfismo de contacto
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CICLO DAS ROCHAS
O ciclo das rochas é um ciclo contínuo de transformações a que as rochas estão
sujeitas.
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ROCHAS SEDIMENTARES
O ciclo das rochas resulta da interacção da tectónica de placas com o sistema
climático.
Alteração ou meteorização das rochas consiste na sua desagregação e
decomposição levadas a cabo por agentes físicos e químicos naturais (atmosféricos,
hidrológicos e biológicos) que transformam essa rocha noutro produto natural, agora
em equilíbrio físico-químico com o meio ambiente
Meteorização química ocorre quando os minerais numa rocha são quimicamente
alterados ou dissolvidos
Meteorização física ocorre quando a rocha é fragmentada por processos
mecânicos que não alteram a sua composição
i = f1 (n, s)
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Meteorização química
Os agentes de alteração química são:
§ a atmosfera com destaque para a presença de oxigénio, vapor de água e dióxido
de carbono
§ a água da hidrosfera mais ou menos acidificada por CO2 dissolvido e ácidos
orgânicos
§ a temperatura elevada
Reações químicas principais:
Dissolução por carbonatação ocorre através da formação de ácido carbónico por
reação da água com o dióxido de carbono
Hidrólise dos feldspatos transformação em argila ( acontece no
granito )
Oxidação destruição de minerais ricos em ferro em outros minerais
Hidratação consiste na incorporação de moléculas de água
Troca iónica consiste na troca de iões contidos nas estruturas cristalinas
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Séries de GOLDICH
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Meteorização mecânica ou física
Expansão e contração de origem térmica termoclastia
o grandes amplitudes térmicas
o escassa condutividade térmica da maioria das rochas
o presença de minerais de diferentes tonalidades
o presença de minerais com diferentes coeficientes de dilatação térmica
Desagregação por crescimento de cristais por
o congelação da água crioclastia
o cristalização de sais (NaCl, CaSO4.H2O, MgSO4 e Na2CO3)
dissolvidos em águas de infiltração
suspensos no ar sob a forma de poeiras salinas
presentes no spray marinho em zonas litorais
Desagregação por descompressão
Desagregação por atividade biológica
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Processos que originam as rochas sedimentares
Erosão mobiliza as partículas produzidas por meteorização
Transporte deslocação das partículas para novos destinos por acção do vento,
da água no estado líquido e fruto da deslocação dos glaciares
Deposição (ou sedimentação) a diminuição da capacidade dos agentes de
transporte conduz à deposição dos materiais. Pode ocorrer em ambiente terrestre
ou marinho e inclui processos de precipitação química e bioquímica e a deposição
de conchas de organismos mortos.
Afundamento - com a acumulação de sedimentos o material mais antigo é
compactado
Diagénese refere-se às mudanças físicas e químicas incluindo pressão, calor e
reações químicas através dos quais os sedimentos enterrados são litificados e
adquirem uma nova identidade como rochas sedimentares
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GLACIARES
Tipos de glaciares
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Os glaciares de vale
Os glaciares de vale são o tipo de glaciares com uma maior ação modeladora do
relevo devido à sua maior capacidade erosiva e de transporte e formam importantes
línguas de gelo.
Variações sazonais na temperatura e declive do terreno, explicam estas
características.
As moreiras
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Circos glaciares
Vales glaciares
Fiordes
Os fiordes da Noruega são antigos vales glaciáres invadidos pela subida do nível da
água.
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O MAR
Tipo de ações destrutivas provocadas pelo mar
O processo de corrosão
O processo de corrasão
Marés: movimento periódico de subida (fluxo) e descida (refluxo) das águas do mar,
produzido principalmente pela atração da Lua e do Sol, em geral com duas marés altas
e duas marés baixas por dia
Produto da atração gravitacional exercida pelo sol e pela lua sobre a Terra.
A lua tem mais influência!! Mas o sol tem a ver com as forças gravitacionais
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As ondas são movimentos provocados pelo vento, que sopra sobre a superfície das
águas oceânicas. Quando as ondas se aproximam do litoral elas quebram-se sobre
uma praia ou diretamente sobre as arribas.
Regressão marinha
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Alterações climáticas
aquáticos
atividades económicas
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OS RIOS
Caudal de um rio (Q) é o parâmetro que mede a quantidade de água que um rio
escoa através da sua secção húmida. Corresponde assim ao volume de água (v)
que passa numa dada secção da corrente fluvial num certo intervalo de tempo (t).
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Marmitas de gigante
São depressões, mais ou menos arredondadas, com dimensões variáveis,
existentes no fundo do leite rochoso de alguns rios e no fundo das quais se
encontram seixos e areias.
Parecem ter origem em irregularidades existentes nos leitos rochosos retenção e
movimentação circular de seixos devido ao atrito as partículas vão escavando
depressões.
Transporte de partículas
Existem diferentes modos de as correntes fluviais transportarem a sua carga em
função do tipo de transporte:
o flutuante (fragmentos de origem orgânica e pequenas poeiras)
o suspensão (argilas e siltes)
o saltação (areias)
o rolamento e arrastamento (balastros)
o dissolução
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Regime de escoamento
Temporários
o efémeros quando se encontram secos durante a maior parte do ano,
comportando água durante ou após uma chuvada
o intermitentes quando transportam água durante apenas uma parte do ano
Perenes ou permanentes quando transportam água durante todo o ano
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Bacias hidrográficas
Tipos de rede de drenagem:
o Arreicas são regiões sem escoamento fluvial
o Endorreiras são regiões em que a drenagem se efetua para um lago interior
o Exorreica a drenagem efetua-se para o mar
o Criptorreica a drenagem é essencialmente subterrânea
Deltas
Morfologia normalmente triangular de um rio decorrente dos sedimentos que este
deposita, fruto da perda de capacidade de transporta. A água acaba por seguir vários
percursos até atingir o mar, no caso da bacia de drenagem ser exorreica.
Estuários
São as zonas terminais dos rios onde se exerce a influência da corrente fluvial e a
força das marés.
Pode receber sedimentos quer marinhos quer continentais.
Encerram importante biodiversidade e são uma zona de nursery (i.e. zona onde as
larvas e juvenis dos peixes se desenvolvem)
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