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Programação CNC

O documento descreve a programação básica de CNC, incluindo comandos para movimentos, funções auxiliares e códigos M e G. É apresentada a estrutura geral de um programa CNC, com seções para início, troca de ferramentas e fim do programa.

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O documento descreve a programação básica de CNC, incluindo comandos para movimentos, funções auxiliares e códigos M e G. É apresentada a estrutura geral de um programa CNC, com seções para início, troca de ferramentas e fim do programa.

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2.

5 - Programação CNC básica


A linguagem de programação CNC mais difundida no Brasil é a linguagem ISO, também
muito conhecida por código G. Um programa CNC escrito nesta linguagem é composto por
linhas, normalmente denominadas de blocos. Cada bloco é formado por comandos, também
chamados de palavras, que controlam as funções da máquina. Essas palavras podem indicar
movimentos dos elementos da máquina, coordenadas da geometria da peça e também funções da
máquina.
2.5.1 – Informações de geometria
X – Movimento horizontal longitudinal. Limite de 508 mm (20 polegadas).
Y – Movimento horizontal transversal. Limite de 406.4 mm (16 polegadas).
Z – Movimento vertical. Limite de 406.4 mm (16 polegadas).
R0 – Raio de circunferência (pode ser positivo ou negativo, e o sinal é obrigatório).
I – Centro de circunferência no eixo X.
J – Centro de circunferência no eixo Y.
K – Centro de circunferência no eixo Z.
2.5.2 - Funções auxiliares
N – Numeração das linhas do programa.
O - Número do programa (até quatro dígitos).
S - Rotação do fuso (de 150 até 7500 rpm).
E - Ponto zero-peça (de 1 até 48).
H - Comprimento da ferramenta (de 1 até 99).
D – Diâmetro da ferramenta (de 1 até 99).
F – Velocidade de avanço em mm/min.
Q – Passo em ciclos fixos.
( - Comentários
2.5.3 - Códigos M básicos
M0 - Parada do programa. Aguarda pressionar-se a botoeira START para continuar.
M1 - Parada condicional do programa. Opera como M0, mas depende de uma chave no painel.
M2 - Fim de programa.
M3 - Aciona fuso no sentido horário.
revisão 6 64
M4 - Aciona fuso no sentido anti-horário.
M5 - Desliga o fuso.
M6 T__ - Troca a ferramenta atual pela ferramenta especificada (1 até 21).
M8 - Aciona refrigerante de usinagem.
M9 - Desliga refrigerante de usinagem.
2.5.4 - Códigos G básicos
Avanço rápido (G0)
Utilizado para posicionar a ferramenta com os eixos se movimentando na maior
velocidade fornecida pela máquina. Quando utiliza-se este comando com as três coordenadas
primeiro move-se o eixo Z, e em seguida movem-se os eixos X e Y simultaneamente, em 45º até
que um dos eixos atinja seu objetivo. O eixo restante segue seu caminho sozinho.
G0 X__ Y__ Z__
Avanço linear (G1)
É o comando utilizado para movimentar a ferramenta com velocidade de avanço
controlada pelo parâmetro F. Todos os eixos se movem simultaneamente.
G1 X__ Y__ Z__ F__
Interpolação circular horária com definição do raio (G2)
Movimenta a ferramenta em um arco de circunferência de raio programado pelo
parâmetro R0, no sentido horário. A velocidade de avanço pode ser determinada por F. Não é
possível executar uma circunferência completa com este comando. Gera-se um erro quando o
raio programado não é suficiente para ligar o ponto inicial ao final.
G2 X__ Y__ R0±__ F__ (para o plano XY).
G2 X__ Z__ R0±__ F__ (para o plano XZ).
G2 Y__ Z__ R0±__ F__ (para o plano YZ).
Quando se trabalha com o raio, tem-se duas possibilidades de solução, sendo uma com
arco menor que 180º (R0+) e outra com mais de 180º (R0-). A situação mais comum é a de
menor percurso. Na figura 2.13 à esquerda estão ilustrados os pontos inicial (I) e final (F) do
arco a ser executado com raio R e também estão marcados os dois possíveis centros C1 e C2.
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Figura 2.13 – Possibilidades de G2.
No desenho central da figura 2.13 foi desenhado um arco de circunferência horário com
centro em C1, partindo do ponto I e chegando no ponto F. Esse é um arco com menos de 180o de
abertura e, portanto, de menor percurso.
Já, mo desenho da direita foi desenhado um arco de circunferência horário com centro em
C2 que também partiu do ponto I e chegou no ponto F. Como pode-se ver esse arco possui mais
de 180o de abertura e sendo assim é o arco de maior percurso.
Interpolação circular horária com definição do centro (G2)
Nesta configuração tem-se o controle da posição do centro da circunferência, colocandoo
nas coordenadas I (para o eixo X), J (para o eixo Y) e K (para o eixo Z). Também possui o
parâmetro F para programação da velocidade de avanço. Com este comando pode-se programar
uma circunferência completa. Este comando irá gerar erro caso as coordenadas iniciais, finais e
do centro não satisfizerem corretamente as condições matemáticas.
G2 X__ Y__ I__ J__ F__ (para o plano XY).
G2 X__ Z__ I__ K__ F__ (para o plano XZ).
G2 Y__ Z__ J__ K__ F__ (para o plano YZ).
Interpolação circular anti-horária (G3)
É um comando similar ao G2, sendo que a diferença é o sentido em que o giro ocorre. No
caso de G3 o sentido é anti-horário. Possui a estrutura que utiliza o raio e também a definição de
centro. Maiores detalhes podem ser observados no comando G2.
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Pausa do programa (G4)
Em algumas situações é necessário paralisar a execução do programa por um
determinado tempo. Através deste comando pode-se programar o parâmetro P que definirá, em
milésimos de segundo, este tempo de parada.
G4 P__
Plano de trabalho (G17, G18 e G19)
Para o correto cálculo das interpolações circulares é importante que o comando da
máquina conheça o plano no qual a usinagem está sendo efetuada. É um comando sem
parâmetros. Como são três os possíveis planos de trabalho tem-se três comandos distintos
G17 - Plano de trabalho XY
G18 - Plano de trabalho ZX
G19 - Plano de Trabalho YZ
Unidade de programação (G20 e G21)
Pode-se programar as coordenadas utilizando valores em polegadas ou em milímetros. Os
dois códigos são modais e não possuem parâmetros.
G20 – Unidade em polegadas
G21 – Unidade em milímetros
Sistemas de coordenadas (G90 e G91)
A programação CNC envolve coordenadas geométricas. No desenho estas coordenadas
podem ser baseadas em um único ponto ou estarem encadeadas umas com as outras. Em outros
casos um mesmo desenho pode utilizar as duas técnicas. Sendo assim pode-se optar por utilizar
coordenadas absolutas ou incrementais.
G90 - Sistema de coordenadas absolutas
G91 - Sistema de coordenadas incrementais
2.5.5 – Conceitos importantes
Dois conceitos importantes utilizados em CNC são: default e modal. Um valor default é
aquele valor que o comando ou parâmetro assume quando nenhum valor lhe é atribuído na
programação. Ou seja, se nenhum valor é determinado o comando utiliza o valor default.
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Um comando ou parâmetro modal é aquele que, quando definido, fica ativo até que outro
o substitua. Tem-se os seguintes comandos e parâmetros modais: G0, G1, G2, G3, F, X, Y, Z, I,
J, K. Isto significa que, em uma seqüência de linhas, se um determinado valor não muda então
não precisa ser digitado. A tabela 2.4 apresenta no seu lado esquerdo um trecho de programa
onde todos os valores são digitados e no lado direito apenas os valores que foram alterados. Em
termos de funcionamento os resultados obtidos são idênticos. A vantagem do uso de modais está
no fato de se digitar menos (programação mais rápida) e ocupar menos espaço na memória do
CNC da máquina.
....
G0 X10. Y20.
G0 X10. Y-15.
G1 X-100. Y-15. F125
G1 X-100. Y-35. F125
G1 X-150. Y-35. F125
G1 X-150. Y-45. F200
G1 X-100. Y40. F200
....
....
G0 X10. Y20.
Y15.
G1 X-100. F125
Y-35.
X-150.
Y45. F200
X100. Y40.
....
Tabela 2.4 – Exemplo do uso de modais.
2.5.6 - Estrutura geral de um programa
Para o desenvolvimento de um programa CNC deve-se seguir as regras sintáticas de cada
comando e os movimentos determinados pelo processo de fabricação elaborado. Algumas partes
do programa são padronizadas, e são apresentadas abaixo. Um detalhe a ser ressaltado é a
chamada linha de segurança, cuja finalidade é colocar alguns parâmetros e comandos modais em
valores conhecidos, evitando que valores definidos por programas executados anteriormente
mantenham-se ativos.
2.5.6.1 - Início de programa
A primeira linha deve, obrigatoriamente, conter o número do programa, definido pelo
comando O. Na mesma linha pode-se, após um parêntesis, digitar um nome para o programa.
Nas linhas seguintes é interessante colocar um conjunto de comentários que descrevam o
programa, tornando sua identificação futura mais simples e rápida. Após este conjunto inicia-se o
revisão 6 68
programa propriamente dito através da linha de segurança (linha N9 abaixo). Os comandos da
linha de segurança ainda não detalhados serão analisados futuramente. Em seguida tem-se a
chamada da primeira ferramenta e um comentário sobre suas características (linha N10). Os
comandos seguintes são o acionamento do fuso e a realização do primeiro movimento XY (linha
N11). Para finalizar este procedimento de inicialização deve-se buscar os dados de definição da
ferramenta (comprimento e diâmetros), acionar o fluxo de fluido refrigerante e realizar a
aproximação em Z (linha N12).
N1 O____ (_______________
N2 (PROGRAMADOR: ________________________________
N3 (CLIENTE: _______________________________________
N4 (DATA: ___ / ___ / ___
N5 (PECA: __________________________________________
N6 (OPERACOES: ___________________________________
N7 (MATERIAL: ______________________________________
N8 (
N9 G0 G17 G21 G40 G80 G90 M5 M9 H0 Z0
N10 M6 T____ (__________________
N11 S____ M3 E___ X____ Y_____
N12 H___ D___ M8 Z____
N13 .....
2.5.6.2 - Troca de ferramenta
Para se executar uma troca de ferramentas basta incluir as linhas abaixo, que estão na
mesma seqüência do início do programa, ou seja: linha de segurança, chamada de ferramenta,
ajuste de rotação, movimento em XY, definição da ferramenta, acionamento do refrigerante e
movimento em Z.
N__ ...
N__ M5 M9
N__ G0 H0 Z0
N__ M6 T___ (___________________
N__ S___ M3 E___ X___ Y___
N__ H___ D___ M8 Z___
N__ ...
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2.5.6.3 - Fim de programa
Para se finalizar um programa pode-se seguir o modelo abaixo. O procedimento inicia-se
desligando o fuso e o fluido refrigerante. Em seguida tem-se a linha de segurança. A linha
seguinte tem a finalidade de mover a mesa para o centro em X e para o mais próximo possível da
porta, de modo a facilitar a retirada da peça usinada e a colocação de uma nova peça. A mesa
permanecerá nesta posição, permitindo a abertura da porta, devido ao comando M0 da linha
seguinte, que executa uma interrupção do programa. Desta forma, após a troca da peça deve-se
pressionar a botoeira START para o programa prosseguir. A última linha indica que chegou-se
ao fim do programa. Este comando leva a mesa para a posição X=0 e Y=0 e prepara o CNC para
executar novamente o programa, bastando para isto pressionar-se a botoeira START novamente.
N__ ...
N__ M5 M9
N__ (
N__ G0 H0 Z0
N__ E0 X0 Y200
N__ M0
N__ M2
2.5.6.4 - Recomendações
É de grande importância manter comentários no programa. Isto simplifica a procura de
falhas, acelera o processo de modificações e permite que outras pessoas entendam mais
facilmente seus programas. Como citado anteriormente os lugares ideais para se colocar
comentários são:
· início do programa, com dados de identificação;
· na definição de cada subrotina, indicando sua função no programa;
· na chamada de cada ferramenta, especificando suas características;
· no início de cada parte de usinagem de uma mesma ferramenta.
Também é bastante interessante manter uma linha vazia, através do uso do sinal de
comentário, entre cada definição de subrotina e entre cada troca de ferramenta. Esta linha vazia é
mais facilmente reconhecível no monitor do CNC quando se movimenta o programa para cima e
para baixo, buscando localizar um trecho específico.

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