Soli Deo Gloria - Somente a Deus a glória!
“Porque dele, por meio dele e para ele são todas as coisas, glória, pois, a Ele, eternamente, amém” Rm 11.36
O homem medieval
O homem medieval tinha em sua mente um medo e um pavor da morte, tendo em vista a não garantia de uma vida
eterna no paraíso. Isso ocorria porque não ouvia de seus líderes religiosos uma pregação de consolo para a alma e sim
de procedimentos burocráticos que poderiam ajudá-lo a encontrar a vida eterna longe do inferno, como o pagamento
de indulgências, adoração aos santos, a veneração e compra de relíquias sagradas. Não existia um ensino bíblico para
todos, pois a interpretação correta das Escrituras dependia da Igreja Católica Romana, que poderia ser considerada
como a verdadeira “glória” daquela religiosidade. A tradução da Bíblia em sua própria língua era considerada uma
verdadeira heresia, que poderia levar até mesmo à excomunhão ou morte. O que mudou com a Reforma?
O que foi a Reforma?
A Reforma Protestante não foi um evento isolado, que aconteceu repentinamente. Antes de Lutero houve a morte de
John Huss e de John Wicliff, ambos católicos que experimentaram uma leitura “livre” da influência romana e
pregaram a salvação somente pela fé e a centralidade em Deus. Por isso, quando Lutero, depois de um longo
processo, compreende a justificação pela fé somente sente-se liberto da sua culpa e da centralização dos méritos no
homem para aquisição da fé, totalmente doada por Deus e independente daquilo que venha a fazer. Podemos dizer,
sem medo de errar, que a Reforma foi um movimento que retirou a luz da capacidade falida do homem e o fez se
dirigir à verdadeira luz, a cruz de Cristo, que morreu por nossos pecados e deseja que nossa vida reflita o seu caráter
e honra.
O que é glorificar a Deus?
Utilizando as palavras do pastor John Piper: “A glória de Deus é a santidade de Deus colocada em exposição. Isto é,
o valor infinito de Deus manifestado. Perceba como Isaías muda de “santo” para “glória”: “E clamavam uns para
os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. (Isaías
6:3). Quando a santidade de Deus enche a terra para que as pessoas vejam, ela chama-se glória”. Se a glória de
Deus é a manifestação e exposição da sua santidade e nós somos os representantes Dele, logo, podemos concluir que
somos responsáveis por manifestar e viver essa glória. Isso tem muitas implicações para a nossa vida.
Pare, pense e glorifique a Deus
1. Glorificar a Deus e buscar Nele o nosso deleite significa ter uma vida voltada e centralizada Nele, assim, não
existe divisão entre área sagrada e não sagrada. Tudo o que fazemos deve ser consagrado a Deus; 2. A glorificação a
Deus significa obediência ao nosso Senhor e à liderança constituída por Ele, na igreja e no Estado; 3. Centralização
em Deus significa também ter fé nas promessas bíblicas, pois, em que pese não haver uma autoridade aparente
disputando forças com a Escritura, há valores seculares que se apresentam como promessas de alegria e que
facilmente substituímos pelas promessas bíblicas. Por isso, devemos nos apegar a verdades como a de Mateus 6.33:
“Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça e as demais coisas serão acrescentadas”; 4. Por último, podemos
dizer que centralizar a vida em Deus significa crer nos méritos de Cristo para salvação, entendendo que somente por
meio dele somos salvos e temos um lugar eterno cativo ao seu lado, onde, para sempre poderemos viver em gozo e
alegria. Soli Deo Gloria.