Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca
Unidade Nova Iguaçu
Disciplina: Língua Portuguesa Professoras: Mariana Andrade e Viviane Marquezini
Data: / / Turma:
Alunos(as): _________________________________________________________________
Atividade de produção textual – Valor: 2,0 pontos
Leia os textos motivadores abaixo:
Texto 01:
Em meados de 2014, uma polêmica agitou os meios literários e educacionais brasileiros: uma escritora
decidiu publicar, com o apoio de lei de incentivo do Ministério da Cultura, uma adaptação simplificada do
conto "O alienista", de Machado de Assis. Para justificar seu projeto, a escritora alegou que a dificuldade da
linguagem do texto original afasta os jovens da leitura desse autor - um dos maiores escritores brasileiros.
Entre educadores, críticos literários e jornalistas, as opiniões se dividiram: houve quem concordasse com ela
e aprovasse a iniciativa; houve quem tachasse o projeto de equivocado e até de criminoso.
Palavra da adaptadora
"Entendo por que os jovens não gostam de Machado de Assis", diz a escritora Patrícia Secco. "Os livros dele
têm cinco ou seis palavras que não entendem por frase. As construções são muito longas. Eu simplifico isso."
Ela simplifica mesmo: Patrícia lançará uma versão de "O Alienista", obra de Machado publicada em 1882,
em que as frases estão mais diretas e palavras são trocadas por sinônimos mais comuns (um "sagacidade"
virou "esperteza", por exemplo". A mudança não fere o estilo do escritor mais celebrado do Brasil, diz Patrícia.
"A ideia não é mudar o que ele disse, só tornar mais fácil."
[Folha de S. Paulo]
A função da escola
"É absurdo imaginar que a função da escola seja facilitar qualquer coisa, em vez de levar a trabalhar com
as dificuldades da vida, da crítica e do conhecimento", comenta o professor da USP Alcides Villaça. Ele se
diz indignado: "Apresentar como sendo de Machado de Assis uma mutilação bisonha de seu texto não devia
dar cadeia?".
[Folha de S. Paulo]
Uma chance para os clássicos
Acreditar que as versões simplificadas de Machado de Assis emburrecerão a população é errôneo. Quem
defende esse argumento parte do pressuposto de que vivemos num país de leitores ávidos de Machado de
Assis que, por pura preguiça, trocarão a versão original pela adaptação e deixarão de enriquecer seu
vocabulário. Nada mais distante da realidade. A grande maioria dos alunos foge da leitura obrigatória
depois de esbarrar na primeira palavra difícil e recorre a resumos (ou à cola) para acertar a meia dúzia de
questões dedicadas a Machado nas provas escolares. Muitos jamais dão outra chance aos clássicos da
literatura. Uma versão simplificada poderia diminuir o choque e prepará-los para descobrir a obra original
mais tarde, quando estiverem prontos.
[Danilo Venticinque, Época]
Adaptado de: http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/e-valido-simplificar-a-linguagem-de-um-
classico.jhtm
Texto 02:
A magia da adaptação dos livros ao cinema
Alguns bibliófilos afirmam que a adaptação é sempre pior que o livro, posto que, apesar de toda sua
variedade, os meios artísticos do cinema são limitados e frequentemente são incapazes de transmitir o
estilo criativo do escritor.
Terão sido muitos os diretores a não defraudar as expectativas dos leitores? Será frequente grandes
livros se transformarem em filmes não menos grandes e que sobrevivem ao passar dos tempos?
Desde o aparecimento da arte cinematográfica que obras literárias servem de base para filmes. À
primeira vista, podia parecer que criar filmes com base num livro já escrito seria muito mais fácil que fazer
um filme com base em um guião original. Contudo, não é bem assim.
O principal problema da adaptação é a questão eterna se a adaptação é apenas uma ilustração
da obra escrita, ou se é um gênero autônomo que permite a liberdade criativa. Frequentemente, ao passar
o livro para a tela, o diretor abdica de personagens secundárias e linhas narrativas e, pelo contrário, pode
acrescentar coisas que não existiam na obra. Por tomar essas liberdades ele depois é criticado tanto pelos
bibliófilos, como pelos cinéfilos.
A poetisa, crítica literária e, evidentemente, cinéfila Oksana Liskovaya reconhece:
“Durante a leitura, muitos de nós criam um filme interior. São as impressões pessoais do que se leu, e
isso pode não coincidir, o que cria um conflito natural. “Os Três Mosqueteiros” é, desde criança, o meu livro
favorito, eu vi muitos filmes e nenhum deles corresponde à imagem idealizada pela minha imaginação. Nos
créditos, é frequente estar mencionado “baseado em”, mas nós não reparamos e pensamos que o diretor
filmou algo de diferente. Na realidade, isso é um aviso ao espectador sobre o condicionalismo, sobre a
transferência para um plano de visão diferente. O nosso conflito com a adaptação é apenas a diferença
entre nossas expectativas e uma regra que diz mais ou menos o seguinte: não se pode filmar assim um livro.”
A adaptação ao cinema é sempre uma visão diferente sobre a obra e que pode mostrar aquilo que
o leitor podia não ter visto ao virar as páginas. Um bom livro é um estímulo para ver sua adaptação. Uma
adaptação interessante é um bom pretexto para ler o livro. As emoções vivas transmitidas pela arte podem
ser absorvidas de diversas fontes: leia, veja, sofra, pense – aí reside a essência da verdadeira arte.
Adaptado de: http://br.sputniknews.com/portuguese.ruvr.ru/2014_05_01/A-magia-da-adapta-o-dos-livros-
ao-cinema-0968/
A partir dos textos acima e do seu conhecimento de mundo, redija um texto dissertativo-
argumentativo sobre o tema: é válido adaptar os clássicos?
Orientações:
• Seu texto deverá ter um título;
• Seu texto deverá ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
• Seu texto deve ter entre 18 a 25 linhas, se digitado, e 25 a 30 linhas, se escrito à mão.
• Seu texto deverá trazer algum exemplo de uma adaptação de livro.
Bom trabalho!