HOCHTIEF
DO BRASIL
Orientações de Meio Ambiente
02 – Armazenagem de Líquidos Inflamáveis e
Combustíveis – r.0
1. Procedimento
1.1. Definições
• Bacia de Contenção: Área constituída por uma depressão, pela topografia do terreno
ou ainda limitada por dique, destinada a conter eventuais vazamentos de produtos. A
área interna da bacia deve possuir um coeficiente máximo de permeabilidade de 10-6
cm/s, referenciado à água 20º C;
• Canal de Fuga: Canal que interliga os canaletes periféricos aos tanques à bacia de
contenção à distância, construído com material incombustível, inerte aos produtos
armazenados e com o coeficiente de permeabilidade máximo de 10-6 cm/s,
referenciado à água 20º C;
• Dique: Maciço de terra, concreto ou outro material quimicamente compatível com os
produtos armazenados nos tanques, com o coeficiente de permeabilidade máximo de
10-6 cm/s, referenciado à água 20º C, formando uma bacia capaz de conter o volume
calculado segundo a NBR 7505 – 1: Armazenagem de Líquidos Inflamáveis e
Combustíveis;
• Dique intermediário: Dique colocado dentro da bacia de contenção com a finalidade
de conter pequenos vazamentos;
• Dispositivo de alívio de emergência: Dispositivo capaz de aliviar a pressão interna
do tanque quando submetido ao calor irradiado que resulta de incêndio ao seu redor;
• Distãncia de Segurança: Distância mínima livre, medida na horizontal, para que, em
caso de acidente (incêndio, explosão), os danos sejam minimizados;
• Inertização: Redução do percentual de oxigênio no ambiente, com a introdução de
gás inerte, de modo a não ocorrer à combustão;
• Líquidos Inflamáveis: Líquidos que possuem ponto de fulgor inferior a 37,8 ºC e
pressão de vapor menor ou igual a 275,6 KPa (2.068,6 mm Hg), denominados Classe
I, e são subdivididos em:
a) Classe IA: Líquidos com ponto de fulgor inferior a 22,8 ºC e ponto de ebulição
inferior a 37,8 ºC;
b) Classe IB: Líquidos com ponto de fulgor inferior a 22,8 ºC e ponto de ebulição igual
ou superior a 37,8º C;
HOCHTIEF
DO BRASIL
c) Classe IC: Líquidos com ponto de fulgor igual ou superior a 22,8 ºC e inferior a
37,8º C;
• Líquidos Combustíveis: Líquidos que possuem ponto de fulgor igual ou superior a
37,8ºC, e são subdivididos em:
a) Classe II: Líquidos com ponto de fulgor igual ou superior a 37,8º C e inferior a 60º
C;
b) Classe IIIA: Líquidos com ponto de fulgor igual ou superior a 60º C e inferior a 93º
C
c) Classe IIIB: Líquidos com ponto de fulgor igual ou superior a 93º C.
• Líquidos Instáveis ou Reativos: Líquidos que no estado puro ou nas especificações
comerciais, por efeito de variação de temperatura e pressão, ou de choque mecânico,
na estocagem ou no transporte, se tornem auto-reativos e, em consequência, se
decompõem, polimerizem ou venham a explodir;
• Ponto de Fulgor: A menor temperatura na qual um liquido desprende quantidade
suficiente de vapor para formar mistura inflamável com o ar, próximo a sua superfície.
• Risco Isolado: Tanque ou conjunto de tanques instalados em bacias de contenção
não adjacentes, cujas distâncias de segurança excedam aos requisitos das tabelas 1,
2 ou 3 da NBR 7505-1:2000.
• Maior Risco: Risco isolado que requer a maior demanda de água para combate a
incêndio;
• Parede Externa: Estrutura externa do tanque horizontal.
• Produto: Liquido inflamável ou combustível.
• Líquidos Combustíveis: Líquidos que possuem ponto de fulgor igual ou superior a
37,8º C; são subdivididos em:
a) Classe II: líquidos com ponto de fulgor igual ou superior a 37,8º C e inferior
a 60º C.
Óleo diesel PF = 43 º C.
1.2. Tanques de Armazenamento
Os tanques são classificados da seguinte forma:
Em relação ao tipo
a) tanque elevado
b) tanque de superfície
c) tanque subterrâneo
HOCHTIEF
DO BRASIL
Em relação ao formato
a) tanque vertical
b) tanque horizontal
Em relação à pressão interna
a) tanque atmosférico
b) tanque de baixa pressão
Em relação ao teto
a) tanque de teto fixo, podendo possuir internamente um teto flutuante
b) tanque de teto flutuante externo
1.3. Projeto e Construção de Tanques
1.3.1. Tanques Horizontais de Superfície
Tanques cilíndricos horizontais devem ser projetados e construídos obedecendo as
Normas Brasileiras, ou na ausência destas, a UL-142 ou a outras internacionalmente
aceitas. Devem operar a uma pressão máxima de 6,9 kPa (21 psig).
Excepcionalmente, poderão operar a pressão máxima de 17,2 kPa (6,5 psig) quando
possuírem alivio de emergência.
1.3.2. Instalação
A cava para instalação do tanque deve ser feita de forma a não comprometer as fundações
de estruturas vizinhas.
As cargas das fundações vizinhas não devem ser transmitidas ao tanque. As seguintes
distâncias mínimas, medidas na horizontal devem ser atendidas:
a) para tanques que contenham líquidos da classe I: 0,5 m de muros e outras construções
e de 1,0 m para o limite de propriedade;
b) para tanques que contenham líquidos das classes II e III: 0,5 m de muros, poços,
cisternas e outras construções e limite de propriedade.
No caso em que o lençol freático possa ultrapassar a cota inferior do tanque, deve ser
previsto um sistema de ancoragem.
1.3.3. Proteção Contra Corrosão
O tanque deverá possuir um dos seguintes tipos de proteção:
a) proteção catódica;
b) revestimento externo espesso, compatível com o produto e com as condições do solo,
de acordo com as Normas Brasileiras ou, na ausência destas, a UL 1746, ou ainda, outras
internacionalmente aceitas, desde que atendam no mínimo aos requisitos das Normas
Brasileiras ou, na ausência destas, da UL 1746;
HOCHTIEF
DO BRASIL
c) parede dupla, sendo a última em plástico reforçado com fibra de vidro ou de outro
material similar (jaquetado); no caso em que ambas as paredes do tanque de parede
dupla forem de aço, a parede externa deverá possuir pelo menos uma das proteções
referidas nas alíneas a) e b).
Caso seja revestido, este deve ser inerte e compatível com o produto armazenado,
resistente à corrosão do solo e impermeável.
1.3.4. Proteção do Meio Ambiente
as instalações de posto de abastecimento interno devem atender a NBR 13786, ou outra
internacionalmente aceita, desde que atenda no mínimo aos requisitos da NBR 13786.
1.3.5. Controle de Vazamento e Derrame
A área ocupada pelos tanques deve dispor de recursos de controle de vazamento de
produto. Tais recursos devem ser constituídos por diques que formem uma bacia de
contenção ou por canais de fuga que conduzam o produto vazado ou derramado para
uma bacia de contenção posicionada a distãncia.
Devem ser providos meios para evitar que qualquer descarga acidental de líquidos classe
I, II ou IIIA ameace instalações importantes, propriedades adjacentes ou atinja cursos
d’água.
Tanques armazenando líquidos classe IIIB não necessitam de previsão especial para
drenagem ou bacia de contenção para fins de proteção contra incêndio.
1.3.6. Bacia de Contenção
A bacia de contenção deve ser adjacente no mínimo a duas vias diferentes. Estas vias
devem ser pavimentadas ou estabilizadas e ter largura compatível para a passagem
simultânea de dois veículos de combate a incêndio, ou 5 m, devendo ser adotado o maior
destes valores. Em instalações com capacidade até 1.000 m³ será permitida a existência
de apenas uma via para a passagem de um veículo de combate a incêndio ou 3 m, o que
for maior.
Não é permitido qualquer construção diferente de tanque e suas tubulações no seu interior.
Não são permitidos, em uma mesma bacia de contenção, tanques que contenham
produtos aquecidos, produtos sujeitos a ebulição turbilhonar ou óleos combustíveis e
tanques que contenham produtos de classe I, II e IIIA.
A bacia de contenção deve atender às seguintes condições:
a) a capacidade volumétrica da bacia de contenção deve ser no mínimo igual ao volume
do maior tanque, mais o volume de deslocamento da base deste tanque, mais os volumes
equivalentes aos deslocamentos dos demais tanques, suas bases e dos diques
intermediários;
HOCHTIEF
DO BRASIL
b) a capacidade volumétrica da bacia de contenção de tanques horizontais deve ser no
mínimo igual ao volume de todos tanques horizontais nela contidos;
c) no caso da bacia de contenção que possua um único tanque, sua capacidade
volumétrica deve ser no mínimo igual ao volume deste tanque mais o volume
correspondente à base deste tanque;
-6
d) coeficiente de permeabilidade máximo de 10 cm/s, referenciado à água a 20 º C e a
uma coluna de água igual à altura do dique;
e) declive do piso de no mínimo 1% na direção do ponto de coleta nos primeiros 15 m a
partir do tanque ou até o dique, o que for maior;
f) ser provida de meios que facilitem o acesso de pessoas e equipamentos ao seu interior,
em situação normal e em casos de emergência;
g) seu sistema de drenagem deve ser dotado de válvulas posicionadas no lado externo e
mantidas fechadas;
h) a altura máxima do dique, medida pela parte interna, deve ser de 3 m; a altura do dique
deve ser o somatório da altura que atenda à capacidade volumétrica da bacia de
contenção, como estabelecido acima, mais 0,2 m para conter as movimentações do
liquido e, no caso de dique de terra, mais 0,2 m para compensar a redução originada pela
acomodação do terreno, não se aplicando para tanques horizontais;
i) um ou mais lados externos do dique pode ter altura superior a 3 m, desde que todos os
tanques sejam adjacentes, no mínimo, a uma via na qual esta altura nos trechos frontais
aos tanques não ultrapasse 3 m;
j) dique de terra deve ser construído com camadas sucessivas de espessura não superior
a 0,3 m, devendo cada camada ser comparada antes da deposição da camada seguinte;
k) a distãncia mínima entre a base externa do dique (pé do dique) e o limite de
propriedade não deverá ser inferior a 3 m, para qualquer classe de produto;
l) a superfície superior do dique de terra deve ser plana, horizontal e ter uma
largura mínima de 0,6 m; o dique deve ser protegido da erosão, não devendo ser
utilizado para este fim material de fácil combustão.
1.3.7. Arranjo dos Tanques na Bacia de Contenção
1.3.7.1. Tanques de Teto Fixo
1.3.7.1.1. Produtos das Classes I, II e IIIA
Deve obedecer ao seguinte:
HOCHTIEF
DO BRASIL
a) os tanques devem preferencialmente ser localizados em bacia de contenção individual;
b) quando dois tanques forem agrupados em uma mesma bacia de contenção devem ser
atendidas, no mínimo, as seguintes condições:
- a soma das capacidades dos tanques não deve exceder 35.000 m³;
- os tanques devem ser posicionados de modo a permitir o acesso a cada um deles pelo
menos por uma via;
- havendo um tanque com capacidade superior a 2.400 m³, deve existir entre os tanques
um canal de fuga ou, pelo menos, dique intermediário com altura mínima de 0,45 m,
dividindo a área da bacia de contenção de forma aproximadamente proporcional às
capacidades dos tanques.
c) quando mais de dois tanques forem agrupados em uma mesma bacia de contenção,
devem ser atendidas no mínimo as seguintes condições:
- a soma de suas capacidades não deve exceder 20.000 m³;
- os tanques devem ser posicionados de modo a permitir o acesso a cada um deles pelo
menos por uma das vias adjacentes;
- tanque que tenha volume igual ou superior a 1.600 m³ deve ser separado por um canal
de fuga ou, pelo menos, dique intermediário com altura mínima de 0,45 m;
- agrupamento de tanques cujo somatório dos volumes seja no máximo de 2.400 m³ deve
ser separado de outro tanque ou agrupamento por um dique intermediário, com altura
mínima de 0,45 m.
d) quando mais de dois tanques forem agrupados em uma mesma bacia de contenção e
houver um ou mais tanques não adjacentes a qualquer via, deverão ser atendidas no
mínimo as seguintes condições:
- a soma de suas capacidades não deve exceder 12.000 m³;
- a altura de cada tanque não deve exceder a 15,5 m;
- diâmetro de cada tanque não deve exceder a 10 m;
- o afastamento entre os costados de tanques deverá ser no mínimo de 1/6 da soma das
maiores dimensões dos tanques confrontantes;
- possuir sistema de inertização para todos os tanques;
- agrupamento de tanques cujo somatório dos volumes seja no máximo 2.400 m³ deve ser
separado de outro tanque ou agrupamento por um dique intermediário, com altura mínima
de 0,45 m.
Para que o tanque seja considerado adjacente a uma via é necessário que qualquer jato
de água de resfriamento de fora da bacia possa atingir a metade da superficie do costado
em qualquer ponto, sem que seja obstruído por outro tanque.
HOCHTIEF
DO BRASIL
1.3.7.2. Tanques Verticais e Tanques Horizontais
Quando localizados na mesma bacia de contenção, devem ser segregados e separados
por dique intermediário com altura mínima de 0,45 m, formando uma bacia de contenção
em torno dos tanques horizontais, com capacidade mínima igual ao volume contido nos
mesmos e ser adjacente, pelo menos, a uma via.
1.3.8. Dispositivos de Alívio de Emergência para Exposição a Incêndio
Todos os tanques ao nível do solo ou sobre estruturas elevadas que armazenem líquidos
inflamáveis deverão ser dotados de dispositivos de alivio de emergência para exposição a
incêndio, quando requerido pela API 2.000.
Os tanques que armazenem líquidos combustíveis da classe IIIB com capacidade maior
que 45 m³, instalados fora da bacia de contenção ou do encaminhamento da drenagem de
líquidos inflamáveis da classe I ou classe II não requerem dispositivo de alivio de
emergência para exposição a incêndio.
As formas de construção ou dispositivo referidos poderão ser teto flutuante, solda de baixa
resistência entre teto e costado ou outro processo para alivio de emergência de pressão
internacionalmente aceito. O processo de solda de baixa resistência entre teto e costado
encontra-se descrito nas API 650 ou UL 142.
O dimensionamento de alivio de emergência encontra-se nas NFPA 30 e API 2.000.
1.3.9. Distâncias de Segurança
As distâncias de segurança são aquelas compreendidas entre o costado e tanque e:
a) o costado de um outro tanque ou vaso de pressão;
b) a parede externa mais próxima ou projeção da cobertura de uma edificação;
c) a parte externa mais próxima de um equipamento fixo;
d) o limite de propriedade;
e) a base interna de um dique.
A distância mínima do costado de um tanque e a base interna do dique é de 1,5 m.
O espaçamento entre tanques deve ser determinado conforme a tabela 5.
As demais distâncias mínimas de segurança encontram-se nas tabelas 1, 2, 3, 4 e 6.
1.3.10. Identificação
Tanto a linha de enchimento como a de descarga devem ser identificadas por código de
cores ou marcação que identifique o produto para o qual é utilizada.
1.3.11. Sistema de Proteção e Combate a Incêndio
O projeto do sistema de combate a incêndio deve obedecer à Norma Brasileira existente.
HOCHTIEF
DO BRASIL
Tabela 1 – Líquidos classes I, II, IIIA (Pressão de Operação 17,2 kPa ou menor)
Distância mínima do
lado mais próximo de
qualquer via pública ou
Distância mínima do limite da qualquer edificação
propriedade onde haja ou possa importante na mesma
Tipo de Tanque Proteção haver construção, incluindo o propriedade, nunca
lado oposto da via pública, nunca inferior a 4,5 m (15 pés)
inferior a 4,5 m (5 pés) para o primeiro e 1,5 m
(5 pés) para o segundo,
o maior valor
Horizontal e vertical Usando sistema de ½ do valor da tabela 4 ½ do valor da tabela 4
com dispositivo de inertização
alivio de mergência conforme NFPA 69
limitada a pressão no tanque ou
de 17,2 kPa (2,5 sistema de espuma
psig) aprovado no tanque
vertical
Com proteção O valor da tabela 4 O valor da tabela 4
contra exposição
Sem proteção 2 vezes o valor da tabela 4 O valor da tabela 4
alguma
Tabela 2 – Líquidos classes I, II e IIIA (Pressão de Operação superior a 17,2 kPa,
conforme API 620)
Distância mínima do
lado mais próximo de
Distância mínima do limite da
qualquer via publica ou
propriedade onde haja ou possa
Tipo de Tanque Proteção qualquer edificação
haver edificação, incluindo o lado
importante na mesma
oposto da via publica
propriedade
Qualquer tipo Com proteção 1 ½ vezes o valor da tabela 4 mas ½ vez o valor da tabela4
contra exposição não menor que 7,5 m mas não menor que 7,5 m
Sem proteção 3 vezes o valor da tabela 4 mas não 1 ½ vezes o valor da
alguma menor que 15 m tabela 4 mas não menor
que 7,5 m
HOCHTIEF
DO BRASIL
Tabela 4 – Tabela Complementar para ser usada nas tabelas 1 e 2, quando citadas
nas mesmas
Distância mínima do
lado mais próximo de
Distância mínima do limite da
qualquer via publica ou
Capacidade do propriedade onde haja ou possa
qualquer prédio
Tanque (m³) haver construção, incluindo o
importante na mesma
lado oposto da via publica (m)
propriedade (m)
< 45,6 4,5 4,5
2. Documentos de Referência
Portaria 3214 de 08/06/78 – NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
NBR 7505 – 1: Armazenagem de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis – Parte 1:
Armazenagem em tanques estacionários
NBR 7505-4: Armazenagem de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis – Parte 4: protaç~eo
Contra Incêndio
2.1. Formulários Aplicáveis
Não há.