ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE NO
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE
Marcielle Angeli Telles RDN1
Resumo Livro Cachorro Velho
Porto Alegre - RS
2021
Essa história tem como tema principal a escravidão em Cuba no final do
século XIX. Se trata da escravidão de Cuba e principalmente sobre um escravo, o
Cachorro Velho.
Cachorro Velho foi tirado de sua mãe quando ainda era muito jovem, por
isso não lembrava dela e foi levado para o engenho de açúcar. Ele costumava ficar
cheirando as pessoas para encontrar o cheiro de sua mãe e encontrá-la novamente.
Sempre viveu e trabalhou no engenho até sua velhice, ele não conhecia
os arredores da fazenda, não conhecia outro local próximo, somente a fazenda.
Cachorro Velho estava com a idade muito avançada e não aguentava
mais trabalho pesado como a maioria dos outros escravos. Ele era porteiro da
fazenda.
Beira é uma escrava que era considerada por muitos, pois era feiticeira.
Ela usava roupas estranhas diferentes das outras escravas e andava descalça.
Colocava a mão no fogo sem proteção nenhuma. Por isso todos a chamavam de
feiticeira. Cachorro Velho era seu amigo mais próximo. Beira preparava
medicamentos para ele passar nos machucados, pois devido a idade avançada,
acabava se machucando bastante.
Naquela época os escravos eram tratados como animais e os senhores
de engenho seus donos. Os escravos não podiam olhar nos olhos dos senhores de
engenho, deveriam baixar a cabeça perante eles.
Cachorro Velho sentia uma profunda tristeza, muito sofrimento e muita
dor. Nunca havia sentido amor, não sentia amor e achava que nunca iria sentir amor
segundo ele. O sentimento que ele havia sentido mais próximo do amor foi o que
sentiu por Assuncion. Quando ele era mais novo a sua função era lavar cavalos.
Certo dia ele foi executar sua função e encontrou uma escrava belíssima e se
apaixonou por ela. Só que ele nunca mais ia ver ela de novo. Quando ela estava
indo embora, Cachorro Velho perguntou qual era seu nome e ela respondeu
Assuncion e ele nunca mais deixou de pensar nela. Passando muito tempo,
Cachorro Velho tentou ir atrás dela, fugindo da fazenda. Com medo e pensando em
todas as consequências de sua fuga, retornou para ficar na fazenda e nunca mais
encontrar Assuncion.
Como Cachorro Velho já era bem idoso e não tinha muita serventia para
os senhores de engenho. Por essa razão os senhores de engenho não forneciam
roupas para ele. Ele sentia muito frio por ter mais idade e também por fazer muito
frio naquela época. Graças a Beira e seus outros amigos que lhe forneciam panos
velhos para ele se cobrir e não passar muito frio ele conseguiu sobreviver.
Aroni era uma escrava considerada por muitos como a feiticeira das
palavras, pois contava suas histórias de qualquer lugar, para qualquer público,
independente ser escravo ou senhor ou senhora de engenho. Era considerada por
Cachorro Velho como amuleto, pois ela lhe dava esperança e a certeza de que sua
mãe existia.
Cachorro Velho se sentia muito sozinho, o que era comum naquela época
entre os escravos, e lembra como sua vida mudou depois de conhecer Beira e
começou a sentir uma saudade enorme dela. E o simples fato dele estar perto dela
fazia ele se sentir bem.
Aisa era uma escrava bem jovem que tinha fugido de um engenho vizinho
e encontrou Beira que a ajudou a se esconder. Cachorro Velho descobriu que Beira
estava escondendo essa escrava e ficou completamente aterrorizado, brigando com
Beira, dizendo que a qualquer momento os senhores de engenho iriam descobrir
que ela estava escondendo uma escrava vizinha e iriam matá-las. Cachorro Velho
falou para Beira entregar a menina, pois não estava certo o que ela estava fazendo,
porém Beira estava determinada a fugir com a garota e convidou Cachorro Velho
para ir junto. Cachorro Velho estava falando com Beira com um preconceito sobre os
negros, igual os senhores de engenho um dia falaram com ele.
Certo dia o patrão de Cachorro Velho o chamou para conversar e quis lhe
entregar uma sacola cheia de roupa. Ele ficou com muito medo do patrão já saber
sobre Beira e Aisa e que ele também sabia e não aceitou o presente, pois naquela
época os patrões costumavam alegrar os escravos em um dia e no outro matar eles.
Por esse motivo não quis a sacola e saiu às pressas da casa do senhor do engenho.
Os escravos em dia de festa se reuniam no pátio para dançar, se divertir,
fazer brincadeiras conforme a cultura africana. Nessa festa, Cachorro Velho olhou
diferente para Beira e imaginou como seria sua vida se quando era mais jovem
tivesse ficado com Beira, formado família e pensou que poderia estar amando a
Beira, sendo que achou que nunca mais sentiria amor por alguém.
Cachorro Velho foi para a portaria da fazenda e viu algo se mexendo.
Reconheceu Aisa , pois Beira havia mandado ela para perto de Cachorro Velho pois
ela se sentia mais segura perto dele, que reagiu grosseiramente e mandou a menina
embora pois os senhores de engenho iam matar ela caso a vissem. Aisa falou para
o Cachorro Velho que ele não era tão bom quanto as pessoas achavam e fugiu.
Cachorro Velho ficou pensando no que Aisa havia dito, pesando na sua consciência
e foi atrás dela. Depois de um tempo, um capitão do mato achou Aisa, amarrou ela e
a colocou em cima do cavalo. Cachorro Velho para não deixar o capitão do mato
fugir com ela, se agarrou na perna dele o derrubando do cavalo, deixando também
Aisa cair. Beira e os outros escravos foram correndo tentar ajudar. Aisa se
machucou muito e todos achavam que ela havia morrido. Os escravos mataram o
capitão do mato e beira chorando muito viu que Aisa ainda estava respirando e que
precisava tirar ela dali. Resolveram fugir da fazenda e Cachorro Velho foi junto para
El Colibri.
Cachorro Velho estava muito debilitado e idoso, acabou caindo no meio
do caminho. Ele sentia muitas dores no corpo e nas pernas e viu que não iria
conseguir continuar. Beira voltou para ajudá-lo, mas ele disse para ela prosseguir qu
ele sabia o caminho e assim que se recuperasse iria ao encontro dela. Mas ele não
sabia o caminho na verdade. Beira o abraçou, beijou e agradeceu a ele, seguindo
em frente.
Cachorro Velho morreu, e nessa transição entre a vida e a morte ele
sentiu um cheiro e não teve nenhuma dúvida que era o cheiro que ele procurava
desde a infância de sua mãe. Somente nos seus últimos suspiros de vida ele teve a
imagem de sua mãe e o cheiro dela. Morrendo ele olhou para o céu e o comparou
com El Colibri, sinônimo de liberdade para sua vida.