RESSUSCITAÇÃO NEONATAL
Prof. Talles Homero P. Feitosa
Enfermeiro, graduado pela URCA.
Mestrando do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Regional do Cariri (PMAE/URCA).
Especialista em Enfermagem em Emergência e Cuidados Intensivos pelo Centro Universitário São Camilo.
Professor do curso de graduação em Enfermagem da URCA.
NOTAS INTRODUTÓRIAS...
NEONATO:
Compreende as quatro primeiras semanas de vida (0 a 28 dias
incompletos).
Denomina-se período neonatal precoce a primeira semana
completa ou os sete primeiros dias de vida
Período neonatal tardio, as três semanas seguintes.
EPIDEMIOLOGIA
A mortalidade neonatal precoce associada à asfixia perinatal em
recém-nascidos de baixo risco, ou seja, com peso ao nascer
≥2500g e sem malformações congênitas, é elevada em nosso
meio.
Dados de 2013 indicam que no Brasil, nascem cerca de três
milhões de crianças ao ano, e destas, 350.000 são prematuras.
Transição cardiorrespiratória, necessária para a adaptação à vida
extrauterina.
EPIDEMIOLOGIA
2005 e 2010 no Brasil;
5-6 mortes precoces por dia de
neonatos ≥2500g;
sem anomalias congênitas por causas
associadas à asfixia perinatal
Duas delas, em cada dia, decorrentes
de síndrome de aspiração de mecônio.
1º ano de vida
A necessidade de procedimentos de reanimação
Maior quanto menor a idade gestacional e/ou peso ao nascer
O parto cesárea, entre 37 e 39 semanas de gestação, mesmo sem
fatores de risco antenatais para asfixia.
Passos iniciais da estabilização/
reanimação
1) Medidas de prevenção primária, com melhora da saúde materna:
• Reconhecimento de situações de risco no pré-natal
• Disponibilização de recursos humanos capacitados
• Reconhecer complicações obstétricas
2) Tratamento do evento, que consiste na reanimação neonatal imediata;
3) Tratamento das complicações do processo asfíxico, reconhecimento da
asfixia e suas complicações.
RESSUSCITAÇÃO NEONATAL
PARADA CARDÍACA...
O QUE FAZER?
RESSUSCITAÇÃO NEONATAL
A Parada Cardiorrespiratória (PCR) em neonatos é
predominantemente causada por asfixia
Ordem das perguntas – avaliação da vitalidade ao nascer
• Gestação a termo?
• Respiração ou choro presente? SIM!
• Tônus muscular em flexão?
• Ausência de mecônio?
conduzir o RN à mesa de
NÃO
reanimação
A marca do minuto de ouro (60 segundos)
Os passos iniciais da estabilização na seguinte sequência:
1. Aquecer e manter a temperatura
(prover calor)
2. Posicionar a cabeça em leve extensão
3. Aspirar boca e narinas (se necessário)
4. Secar
5. Estimulação do bebê
O preparo para a assistência
É necessário contar com uma equipe de profissionais de saúde
treinada em reanimação neonatal antes do nascimento de qualquer
RN.
Preparar o material para uso imediato na sala de parto.
Todo material necessário para a reanimação deve ser preparado,
testado e estar disponível em local de fácil acesso, antes do
nascimento.
Para a recepção do RN, utilizar as precauções-padrão que
compreendem:
Lavagem/ higienização correta das mãos
Uso de luvas
Aventais
Máscaras ou proteção facial
para evitar o contato do profissional
com o material biológico do paciente
Clampeamento do cordão
umbilical
Atraso na clipagem por mais de 30 segundos para bebês a termo e prematuro – sem
RCP.
ORDENHA DO CORDÃO !
Recomenda-se que a temperatura axilar do RN seja mantida entre 36,5-37,5ºC
(normotermia), desde o nascimento até a admissão no alojamento conjunto ou na
unidade neonatal.
• Berços aquecidos c/ aquecedores radiantes,
• Colchão térmico,
• Gazes umedecidas e aquecidas,
• Aumento da temperatura ambiente
RECURSO LIMITADO:
Uso de capa plástica, contato pele a pele e até mesmo colocar o bebê, depois de
seco, em um saco plástico para alimentos, ate o pescoço
Redução da mortalidade.
(AHA, 2015)
Assegurar a permeabilidade das vias aéreas
A aspiração está reservada aos pacientes que apresentam
obstrução de vias aéreas por excesso de secreções.
Nesses casos, aspirar delicadamente a boca e depois as narinas
com sonda traqueal no 8-10 conectada ao aspirador a vácuo, sob
pressão máxima de 100 mmHg.
Aspiração de bebês com líquido amniótico meconial e tônus muscular insatisfatório
e esforços respiratórios inadequados.
A intubação de rotina para aspiração não é indicada.
A intervenção pode incluir intubação e aspiração, se a via aérea estiver obstruída e na
presença de equipe especializada.
Ressuscitação de bebês prematuros com menos de 35 semanas e pouco oxigênio
(21% a 30%).
HIPÓXIA HIPERÓXIA
Evitar hiperoxigenação (100%)
Ar ambiente
DANOSO AO RN
Uma vez feitos os passos iniciais, avalia-se a respiração e a
frequência cardíaca.
A avaliação da respiração é feita por meio da observação da expansão torácica do
RN ou da presença de choro.
A respiração espontânea está adequada se os movimentos são regulares e
suficientes para manter a FC >100 bpm.
Já se o paciente não apresentar movimentos respiratórios, se eles forem
irregulares ou o padrão for do tipo gasping (suspiros profundos entremeados por
apneias), a respiração está inadequada
Os métodos de avaliação da FC nos primeiros minutos de vida
incluem:
• Palpação do cordão umbilical,
• Ausculta do precórdio com estetoscópio,
• Detecção do sinal de pulso pela oximetria e da atividade
elétrica do coração pelo monitor cardíaco
Avaliação da frequência cardíaca - ECG de 3
derivações
O acompanhamento da FC por meio do monitor cardíaco com
três eletrodos parece o mais indicado para a condução da
reanimação em sala de parto
MÁSCARA LARÍNGEA como alternativa à intubação traqueal
– não indicada pra pré-termos.
Durante a ressuscitação de RN´s com 34 semanas ou mais
Compressões cardíacas: 3 comp. E 1 vent. Com 90
compressões e 30 respirações por minuto)
Frequência: 120 eventos por minuto.
Profundidade: 1/3 da dimensão ântero-posterior do tórax
Oxigênio a 100% durante as compressões torácicas.
Ou seja, em recém-nascidos, a sequência
de ressuscitação cardiopulmonar continua sendo:
A – Abertura de Vias Aéreas
B – Boa ventilação
C – Compressão Torácica
A sequência C – A – B somente é realizada quando
a etiologia da PCR for claramente cardíaca.
Últimas recomendações da AHA 2015
Epinefrina durante a RCP
Manter ou suspender a ressuscitação. **
Família, individualizada, considerar
RN pré-termo em assistolia por 10 min DE RCP. (SBP)
APGAR de 0 a 10 minutos é um forte fator de previsão
de mortalidade e morbidade em prematuros e a termo.
Treinamento mais frequente do que 2 anos.
Por tratar-se de um cuidado tão peculiar,
faz-se necessário uma equipe de
enfermagem e multidisciplinar com amplo
conhecimento e habilidade em reanimação
neonatal e em atendimento ao recém-
nascido em sala de parto.
CIRCUITO DAS ESTAÇÕES