Departamento de Economia e Gestão
Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental
Análise de Risco Ambiental
Amisse Amimo Malaculava: 91200058
Pemba-Cabo Delgado, Junho de 2021
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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Departamento de Economia e Gestão
Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental
Análise de Risco Ambiental
Trabalho de Campo da cadeira de Gestão
de Riscos Ambientais a ser submetido na
Coordenação do Curso de Licenciatura em
Gestão Ambiental do ISCED.
Os Tutores
Msc. Teresa Rungo e Lic. Pereira Bernardo
Amisse Amimo Malaculava: 91200058
Pemba-Cabo Delgado, Junho de 2021
Índice
1. Análise de Risco Ambiental ............................................................................................... 3
1.1. Introdução ....................................................................................................................... 3
1.2. Objectivos ....................................................................................................................... 4
1.2.1. Objectivo geral ............................................................................................................. 4
1.2.2. Objectivos específicos .................................................................................................. 4
1.3. Metodologias .................................................................................................................. 4
1.4. Problematização .............................................................................................................. 5
1.5. Justificativa ..................................................................................................................... 6
1.6. Descrição das características sócio-ambientais da zona de Naquipiche ............................ 6
1.7. O tipo e a natureza do risco ............................................................................................. 7
1.8. O nível de acesso e exposição humana sobre o risco ........................................................ 8
1.9. A probabilidade de ocorrência do risco ............................................................................ 8
1.10. A magnitude ou as consequências do risco .................................................................... 8
1.11. As medidas de gestão do risco (prevenção, correcção, protecção e controlo) ............... 11
Conclusão ............................................................................................................................ 12
Referências bibliográficas .................................................................................................... 13
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1. Análise de Risco Ambiental
1.1. Introdução
A utilização de bens minerais pelo homem é tão antiga quanto sua história, o que pode ser
observado no registo das actividades humanas, que buscam suas referências iniciais na
dependência do homem em relação aos recursos minerais. Assim, as fases de evolução da
humanidade são divididas em função dos tipos de minerais utilizados: idades da pedra, do
bronze e do ferro. Essa dependência do homem com relação as substancias minerais adquire,
na actualidade, uma relevante importância, na medida em que a mineração fornece os
principais elementos e comodidades da vida humana, a tal ponto que o consumo de minério
por habitante é considerado como um dos índices de avaliação do nível de desenvolvimento
dos países.
“A Constituição da República considera a mineração como uma actividade modificadora do
meio ambiente e, portanto, passível de uma avaliação de impacto ambiental – AIA”
(Raffestin, 1993, p.17).
A mineração é uma das actividades humanas que mais contribui para a alteração da superfície
terrestre, afectando a área lavrada e os seus arredores, causando impactos negativos sobre a
água, o ar, o solo, o subsolo, a flora, a fauna, e a paisagem como um todo. Por outro lado, tem
grande alcance social, na medida em que, como todo empreendimento económico, está ligado
à geração de emprego e renda (Lelles, 2004). É necessário, portanto a realização de estudos de
controlo ambiental, visando a identificação das áreas de preservação necessárias e a definição
e implantação de medidas mitigadoras capazes de reduzir ao mínimo os impactos negativos
gerados ao ambiente em cada fase do empreendimento, buscando-se ao final da lavra, a
realização de um plano de recuperação e reabilitação da área afectada, o que nem sempre é
alcançado (Filho, 2011).
Neste contexto, o presente trabalho de Gestão de Riscos Ambientais que fala sobre “Análise
de Risco Ambiental” traz uma reflexão em torno de uma ameaça decorrente na província de
Nampula, concretamente no bairro de Napipine, zona de Naquipiche. Trata-se de processo de
extracção de arreia nas águas do rio Napipine, um facto que tem-se desenvolvido nos últimos
tempos devido ao processo acelerado de urbanização.
Portanto, considerada produto básico na indústria da construção civil, a areia é um recurso
natural abundante e de baixo valor unitário. A exploração deste recurso, que acarreta
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inúmeros impactos ambientais ao longo de sua manufactura, está difundida em toda zona de
Naquipiche – Napipine, Nampula.
Diante deste panorama, é essencial que se discorra inicialmente sobre as características
intrínsecas da actividade de extracção de areia.
O mesmo está estruturado em capa, folha de rosto, um índice completo, esta introdução,
seguindo-se do desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas. Na parte referente ao
desenvolvimento do conteúdo, existem duas “sub-partes”, uma referente a definições das
funções aprendidas e outra que apresenta a resolução dos exercícios propostos pelos docentes.
1.2. Objectivos
Segundo Libaneo (1992), “objectivos são os pontos de partida, as premissas gerais do
processo pedagógico. Representam as exigências da sociedade em relação a escola, ao mesmo
tempo reflecte as opções político – pedagógicas dos agentes educativos em face das condições
sociais existentes na sociedade” (p.122). Foi com este olhar que houve necessidade de
formular um objectivo geral e três específicos.
1.2.1. Objectivo geral
Analisar o impacto da extracção de areia no meio ambiente e moradores do bairro de
Napipine – Nampula.
1.2.2. Objectivos específicos
Descrever as características socio-ambientais do bairro;
Identificar o tipo e a natureza do risco;
Indicar o nível de acesso e exposição humana sobre o risco;
Estimar probabilidade de ocorrência do risco;
Descrever a magnitude ou as consequências do risco;
Apresentar medidas de gestão do risco (prevenção, correcção, protecção e controlo).
1.3. Metodologias
De acordo com Richardson (1999), “Metodologia é o conjunto de métodos que regem uma
investigação científica ou uma exposição doutrinal. Corresponde à sequência de
procedimentos que orientam um trabalho para se obter determinado resultado (garante
resultado independente de tempo e espaço)” (p.144). A metodologia envolve o tipo de
pesquisa, métodos de pesquisa, técnicas de colecta de dados, local de pesquisa, tratamento de
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dados, a população e amostra. Diante do exposto acima, apresentam-se os procedimentos
metodológicos para a execução deste estudo.
Por consideração dos objectivos deste estudo, decidiu-se empregar uma pesquisa do tipo
exploratória, pois pretende se familiarizar com a situação, já que ela é nova e nunca foi antes
estudada. A mesma é uma pesquisa de campo, cuja área de estudo é o bairro de Napipine –
Nampula.
Quantos aos instrumentos de recolha de dados, importa destacar que o trabalho foi possível
através dos seguintes instrumentos:
Revisão bibliográfica – que consistiu na leitura de obras referentes a normas de
publicação de trabalhos académicos e algumas referentes a técnicas de pesquisa.
Observação participante – Neste estudo, usou-se a observação directa participativa
que consistiu num contacto visual da zona de extracção de areia, bairro de Napipine,
zona de Naquipiche, com vista a inteirar-se dos impactos causados pelo processo de
extracção de areia, que consistiu na obtenção de dados mediante a observação do
ambiente em que ocorrem os factos.
De acordo com Marconi e Lakatos (2001) “a observação é a réplica ou faz-se da investigação
científica na qual são tratados fenómenos tais como ocorrem sem interferência do observador”
(p.112).
O autor deste trabalho observou as condições das margens do rio, as profundidades das covas
resultantes da extracção de areia, entre outros caracteres que foram relevantes, durante 120
minutos num período de 3 vezes por semana. Posteriormente procurou-se analisar e discutir
algumas questões observadas em campo.
1.4. Problematização
O processo de extracção de areia vem se tornando um grande vector de crescimento
económico no bairro de Napipine – Nampula, e com isso suas consequências se tornam cada
vez mais visíveis.
No ano de 2015 o município da cidade de Nampula sofreu grandes mudanças referentes ao
ordenamento territorial, organização das valas de drenagens, mantimento de limpeza das
zonas estratégicas e diversas outras áreas da urbe. Nesse processo e com a construção das
valas de drenagem o caudal do rio Napipine aumentou transportando consigo muita água, e
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lixo proveniente dos diversos pontos da cidade, facto que ocasiona o arraste de areia ao longo
do seu percurso. Neste sucedido, a população que se localiza nas bermas do rio viu uma
oportunidade de explorar as novas potencialidades que o rio traz, além de fortalecer a prática
da actividade de irrigação que vinha sendo feita desde tempos passados.
Porém, essa prática intensificou-se bastante por razões diversas, dentre as quais a arrecadação
de dinheiro. Como qualquer outro processo há que se esperar impactos em torno dessa prática.
Assim, nesta pesquisa colocam-se as seguintes questões:
Que efeitos podem advir da extracção irracional de arreia?
Até que ponto a extracção de arreia pode prejudicar o bem-estar socio-ambiental do
bairro?
1.5. Justificativa
O interesse pela temática surge quando o autor deste trabalho se apercebeu deste problema e
quando lhe foi dado ferramentas para analisar esse tipo de estudos.
A escolha do bairro Naquipiche – Napipine é devido a moradia momentânea do autor deste
trabalho e tendo-se apercebido num curto tempo de espaço que morou nesta zona. Assim,
tendo-se apercebido da gravidade da situação que a comunidade corre achou-se conveniente
desenvolver este estudo para devido estudo e avaliação dos efeitos dessa prática.
Segundo a Polícia Florestal, a legislação permite que seja feita extracção nos morros, desde
que os proprietários obtenham o Rima (Relatório de Impacto no Meio Ambiente), junto à
Secretaria do Meio Ambiente. Daí que seja pertinente fazer este estudo para avaliar as
consequências desta pratica que se julga comum e normal para despertar a comunidade sobre
os possíveis impactos da prática de extracção de areia naquela zona.
Neste sentido, e reconhecendo que este tipo de empreendimento, ora denominado extracção
de arreia em curso da água, apresenta grande potencial modificador e impactante, faz-se
necessário o entendimento, em base científica, dos reais impactos resultantes desta actividade.
1.6. Descrição das características sócio-ambientais da zona de Naquipiche
A Zona em estudo ocupa uma área de 500.940 m2 aproximadamente, é uma zona ribeirinha do
rio Napipine, rio este que transporta o precioso recurso que é usado na construção de casas. É
uma zona arenosa, e o rio afundou e faz um V.
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Acerca da comunidade que esta a volta da escola, importa dizer que a população da zona de
Naquipiche é muito trabalhadora e acolhedora, a mesma sobrevive realizando alguns
trabalhos nas pequenas empresas e lojas existentes nesta cidade municipal de Nampula, outros
na sua maioria uns trabalham por conta própria através de prática de agricultura,
concretamente a produção de hortícolas como é o caso de alface, couve, tomate, cenoura e
outros vegetais com valor nutricional de destaque. Nesta comunidade há muitos
desempregados existentes, pessoas que concluíram os estudos e não têm emprego e o
analfabetismo a população tem uma escola AEA.
Características religiosas
Nota-se a existência de uma religião que é neste caso a crista e são dirigidas pelos seus
respectivos líderes que servem de guião para aquela população.
A comunidade vizinha tem um hábito quando chega um período de interrupção das aulas
levam os seus filhos para o rito de iniciação no qual excedem o seu período de execução
levando mais de um mês perturbando assim o processo de ensino aprendizagem.
Características ambientais da zona de Naquipiche
A zona de Naquipiche por ser uma com uma população praticante da horticultura, ela nas
margens do rio Napipine contem uma espécie de plantas esverdeadas, com uma terra arável, e
bastante perigosa para a população das margens do rio devido as características da terra, uma
vez que é fundamentalmente arenosa não garantido a não existência de desgaste e
deslizamento de terra nalgumas partes que porventura contem casas erguidas e com famílias a
morarem nessas mesmas partes.
Segundo contam os antigos moradores daquela zona, o rio passava noutra parte da zona, na
linha onde passa o rio foi forçado a passar por conta da construção e necessidade do Homem
em construir e nos últimos anos com a aumento do caudal devido as manilhas, conforme dito
acima, o curso do rio tende a voltar no seu curso original. Esse facto ocasionou a destruição
de algumas moradias ribeirinhas o que pode de certa forma acontecer num futuro breve para
outras casas ribeirinhas.
1.7. O tipo e a natureza do risco
A retirada irregular de areia aumenta o risco de deslizamentos de morros e polui, com óleo e
areia suja, o leito dos rios.
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Com o tempo, as actividades de extracção de areia ampliam a profundidade do rio, que acaba
sendo mais fundo e desta forma com a queda subsequente de chuvas acompanhada coma
descarrega de água provindo das descarregas caseiras da cidade em causa provoca-se o
desgaste das margens e desta forma aumenta-se a probabilidade de deslizamento de uma parte
da terra que sustentava algumas casas e desta forma aumenta-se a probabilidade de mais casas
em destruição.
O Código Florestal proíbe retirada de areia de uma faixa de até 100 m a partir do leito dos
rios, considerada área de preservação. É permitido tirar areia do fundo do rio, preservando a
margem. Porém, em zonas como de Naquipiche precisa de um olhar particular devido as
características do solo da zona em si.
Das margens do rio, podem ser vistos cortes nos morros. Nos locais de extracção, jactos de
água forçam o deslizamento da areia dos morros. A exploração de areia em morros deixa sua
inclinação a 90 graus, quando não deveria passar de 45 graus.
1.8. O nível de acesso e exposição humana sobre o risco
A actividade extractiva de areia é comum na zona de Naquipiche e seus possíveis impactos
são abrangentes que visto que o curso natural das águas desse rio foi modificado tendo-se
feito outro que em parte pode ser alterado pela força natural do rio. Então, os efeitos da
actividade extractiva são mais incidentes para os residentes nas zonas ribeirinhas do rio
Napipine bem como também da parte interior, pouco afastada do rio, pois podem ser
abrangidos pela possível mudança do curso das águass do rio Napipine.
1.9. A probabilidade de ocorrência do risco
O problema resultante da retirada compulsiva e irracional de areia pode causar impactos a
curto e longo prazo, pois a actividade continua sendo o foco da população local, dentre elas as
crianças, mães, e jovens que vêem aquela actividade como fonte de renda.
O deslizamento de terra nas margens do rio Napipine poderá ocorrer nas próximas chuvas
intensas e em todas as chuvas vindouras, portanto trata-se de um problema que requer uma
intervenção urgente e sábia.
1.10. A magnitude ou as consequências do risco
Uma das actividades geológicas mais destacáveis praticadas na zona de Naquipiche é a
extracção de arreia.
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Segundo Oliveira (2012), “a produção de areia ocorre em leitos de rios, depósitos lacustres,
mantos de decomposição de rochas, arenitos e pegmatitos decompostos” (p.101). No caso do
distrito de Mecanhelas, a extracção de areia é feita nas bermas das estradas, ao longo dos
riachos, entre outras planícies aluvionares e tem causado inúmeros impactos ambientais.
Impactos positivos
Um dos efeitos visíveis é que a extracção de areia promove o desenvolvimento económico. O
solo de Naquipiche contem arreia que é útil na construção. No processo de extracção os
jovens ganham pequenos “trocados” que usam para sobrevivência comprando produtos de
primeira necessidade. Além disso, ela é utilizada na fabricação de argamassas para
revestimentos internos, como reboco fino e liso. Ela é também utilizada na maioria das vezes
para fabricação de concreto e argamassa para chapisco. Portanto, essa arreia usada para
rebocar as casas tornando-as mais belas, modificam a estatura do distrito melhorando deste
modo a paisagem local e da cidade em geral. Esse processo gera uma nova paisagem atraente,
com as novas construções erguidas através desse mineral.
Impactos negativos
A extracção é feita através da escavação em locais onde houve acúmulo de areia durante um
certo tempo. É uma actividade que tem causado problemas de erosão e subsidência do terreno.
Tem-se notado o aumento de covas, ao longo de várias planícies do rio, facto que acumula as
águas em tempos chuvosos que podem ser um refúgio e conservador de mosquito e mau
agouro perigando desta maneira a saúde da sociedade. A transitabilidade e instalação de novas
casas são complicadas devido as imensas covas existentes resultantes da acção humana (a
extracção de arreia).
Alteração dos processos geológicos (erosão, voçorocas, hidrogeologia), entre outros. A
actividade extractiva pode causar desastres naturais – como terremotos – que são associados
as forças geodinâmicas.
Também a extracção de arreia ocasiona questões sociais, como: conflitos pelo uso do solo,
depreciação de imóveis circunvizinhos, geração de áreas degradadas e transtornos ao tráfego
urbano. No contexto urbano, os impactos da extracção de areia são agravados pela
proximidade entre áreas areadas e aquelas habitadas.
Além desse conflito pelo espaço urbano, a extracção de areia, como qualquer outra actividade
humana, interfere no meio ambiente, degradando os recursos naturais. Quando ocorre por
dragagem de leitos fluviais, pode provocar graves danos ao meio ambiente, como a supressão
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da vegetação nativa presente às margens do local de exploração, instabilidade de ambientes
ribeirinhos, aumento da turbidez da água e até mesmo modificações e desvios no leito do rio.
Com efeito, nas proximidades do rio Napipine, havia construções como casas, aviários,
hortas, entre outras infra-estruturas que foram destruídas pela fúria das águas do mesmo rio.
Esse facto de destruição de infra-estruturas, com a contínua retirada de areia no rio Napipine,
pode-se verificar num futuro mais breve destruição de mais casas, conforme ilustra a imagem
abaixo.
Esta actividade sobre extracção de areia vem mostrando sua importância económica e social,
sem deixar de ressaltar as consequências dos impactos ambientais, mostrando também suas
belezas naturais e turísticas, deixando bem claro que os dois lados podem seguir lado a lado,
seres humanos e natureza, traçando os mesmos objectivos com sustentabilidade.
Figura: moradia em perigo de destruição devido a actividade extractiva de areia
Fonte: captado pelo autor deste trabalho
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1.11. As medidas de gestão do risco (prevenção, correcção, protecção e controlo)
Prevenção
Nota-se nas margens do rio, grandes escavações/covas, e muita margem a se
desgastar/destruir, deslizando para o rio uma vez que a terra é arenosa e desta feita aumenta-
se a quantidade de areia disponível no rio, e cada vez mais a terra e as margens vão-se
desabando e perigando as moradias da comunidade às margens. Há, neste caso, a necessidade
de prevalecimento da educação ambiental, a divulgação dessas acções registando e levando
adiante suas denúncias e ao mesmo tempo buscando retratar este melancólico contraste da
realidade ambiental, para que haja a sensibilização geral.
Correcção
Surge uma opção política de plantio de plantas perenes como é o caso de caniço, estepes,
bananeiras, canaviais, entre outras plantas que podem prender a terra de desabar, ao invés de
olhar o aspecto económico em detrimento do bem – estar da sociedade e do meio ambiente.
Protecção
Numa situação, como mostra a imagem acima, é necessário buscar por alternativas de
protecção de moradias e zonas de risco através de proibição de extracção de areia em locais
próximos a residência; desvio do curso de água do rio em casos de este tender a alinhar a
moradia; colocação de plantas resistentes ao arrastamento de água como o caso de caniço.
Controlo
Para minimizar os efeitos nefastos da actividade extractiva de areia pode ser de grande
utilidade a intensificação das acções de fiscalização e monitoramento da actividade;
conscientização da população local sobre os problemas advindos dessa prática; inclusão da
população local no controlo das práticas extractivas e atribuição de locais seguros para
extracção de areia.
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Conclusão
Conclui-se que a construção civil assim como a paisagem do bairro Napipine, zona de
Naquipiche teve uma mudança e um desenvolvimento significativo nos últimos anos, esse
desenvolvimento tem como consequência o aumento da demanda por recursos naturais. Um
dos principais recursos naturais necessários é a areia.
A actividade de extracção de areia é de grande importância para o desenvolvimento
socioeconómico, porém, é também responsável por inúmeros impactos ambientais negativos,
como a depreciação da qualidade das águas, incidência de processos erosivos e alterações na
geomorfologia fluvial dos cursos da água. Nesse sentido, o presente estudo teve como
objectivo central contribuir para a avaliação de impactos ambientais advindos da actividade
de extracção de areia em curso da água do rio Napipine, rio que passa na zona em causa, por
meio da proposição de uma matriz de avaliação de impactos.
Os resultados obtidos por meio da observação possibilitaram perceber que além desse conflito
pelo espaço urbano, a extracção de areia, como qualquer outra actividade humana, interfere
no meio ambiente, degradando os recursos naturais. Quando ocorre por dragagem de leitos
fluviais, pode provocar graves danos ao meio ambiente, como a supressão da vegetação nativa
presente às margens do local de exploração, instabilidade de ambientes ribeirinhos, aumento
da turbidez da água e até mesmo modificações e desvios no leito do rio.
Desta forma, as actividades de extracção de areia são de grande importância para o
desenvolvimento socioeconómico de uma região, pois geram empregos e renda, mas também
são responsáveis por grandes impactos ambientais negativos, como o desmatamento da
cobertura vegetal nativa; a alteração dos cursos dos rios, entre outros impactos.
Portanto, a degradação ambiental é visivelmente um problema também de cunho social. Ao se
caracterizar processos físicos, como degradação ambiental, deve-se levar em consideração
critérios sociais que relacione o ambiente e seu uso. Assim, à medida que a degradação
ambiental se acelera e se amplia espacialmente numa determinada área que esteja sendo
ocupada e explorada pelo homem, a sua produtividade tende a diminuir, a menos que o
homem invista no sentido de recuperar essas áreas.
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