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21-CV4 Educacao de Infancia

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CERTIFICADO (4) EM EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA

PROPOSTA PARA SUBMISSÃO


AO
COMITÉ TÉCNICO SECTORIAL

26 de Outubro, 2012

1
ÍNDICE

1. Introdução ao Registo da Qualificação ................................................................ 4

2. Informação para o Registo da Qualificação ....................................................... 12

3. Unidades de Competência Vocacionais Obrigatórias ....................................... 18


UC 1 Descrever como a criança aprende e se desenvolve, e observar as
competências cognitivas, linguísticas, e sensório-motoras nas crianças .................. 18
UC 2 Acompanhar actividades livres no canto /sala de material didático,
e observar as competências sócio-morais e pessoais nas crianças ........................ 25
UC 3 Aplicar Educação Inclusiva …………………………………………………………..…… 31
UC 4 Agir com base nos direitos, necessidades e deveres das crianças .......................... 35
UC 5 Promover comportamento social nas crianças …………………………………..…….. 43
UC 6 Analisar em equipa o desenvolvimento da criança e colaborar com a família ......... 49
UC 7 Cuidar dos bebés (crianças de 2 meses até aos 2 anos de idade) .......................... 53
UC 8 Estimular o desenvolvimento dos bebés …………………………………….…………. 62
UC 9 Promover actividades dirigidas com as crianças e os encontros de
reflexão e planificação .............................................................................................. 68
.

UC10 Promover actividades dirigidas de matemática com as crianças ............................. 73


UC11 Promover actividades dirigidas de conhecimento do mundo com as crianças ......... 78
UC12 Promover actividades dirigidas de expressão plástica com as crianças ................... 83
..

UC13 Promover actividades dirigidas de linguagem e literacia com as crianças ................ 88

4. Experiência de trabalho ........................................................................................ 95


UC14 Levar a cabo uma experiência de trabalho numa instituição de infância .................. 95

5. Módulos Vocacionais Obrigatórios ..................................................................... 100

MO 1 Descrever como a criança aprende e se desenvolve, e observar as


competências cognitivas, linguísticas, e sensório-motoras nas crianças .................. 100
MO 2 Acompanhar actividades livres no canto /sala de material didático,
e observar as competências sócio-morais e pessoais nas crianças ........................ 116
MO 3 Aplicar Educação Inclusiva ……………………………………………………………… 130
MO 4 Agir com base nos direitos, necessidades e deveres das crianças ......................... 140
MO 5 Promover comportamento social nas crianças ……………………………………….. 156
MO 6 Analisar em equipa o desenvolvimento da criança e colaborar com a família ........ 170
MO7 Cuidar dos bebés (crianças de 2 meses até aos 2 anos de idade) ......................... 180
MO8 Estimular o desenvolvimento dos bebés ………………………………………………. 197
MO9 Promover actividades dirigidas com as crianças e os encontros de
1
reflexão e planificação .............................................................................................. 213
MO10 Promover actividades dirigidas de matemática com as crianças ........................... 228
MO11 Promover actividades dirigidas de conhecimento do mundo com as crianças ....... 240
MO12 Promover actividades dirigidas de expressão plástica com as crianças ................. 254
MO13 Promover actividades dirigidas de linguagem e literacia com as crianças .............. 265

6. Módulo de Experiência de trabalho .................................................................... 285


MO14 Levar a cabo uma experiência de trabalho numa instituição de infância ................. 285

7. Equipa técnica ....................................................................................................... 298

2
1. Introdução ao Registo da Qualificação

Título da Qualificação: Certificado Vocacional (4) em Educação de Infância - Educador de Infância

Código Nacional:

Campo: Educação Sub campo: Educação de Infância

Nível do QNQP: Certificado Vocacional 4 Créditos totais: 1340

Data do registo: Data da revisão do registo:

A qualificação para o Certificado Vocacional 4 em Educação de Infância –Educador de Infância, foi


Introdução
desenvolvida no âmbito do Programa Integrado de Reforma da Educação Profissional (PIREP) em
Geral Moçambique. Esta reforma tem como objectivo principal a transformação do actual sistema de
ensino técnico-profissional em Moçambique dirigido pela oferta para um sistema dirigido pela
procura capaz de responder às necessidades do combate à pobreza e do actual crescimento
rápido da economia Moçambicana. É importante mencionar que o subsector de educação de
infância1 é pioneiro dentro do sector de educação, sendo o primeiro a submeter as qualificações
para fazer parte do Quadro Nacional de Qualificações Profissionais.
É comprovado por imensos estudos internacionais e alguns estudos nacionais que a idade pré-
escolar (de 0 aos 5 anos) é uma fase fundamental não só para o desenvolvimento da criança mas
também para o resto da sua vida. A curto prazo, a educação de infância tem impacto significativo
na preparação das crianças para a escola, em especial das crianças que estão em situação de
pobreza e cujas famílias têm poucas possibilidades ou capacidades de as apoiar ou estimular. O
estudo rigoroso de programas de educação de infância pelo Save the Children em zonas rurais de
Moçambique mostrou que a participação em programas de educação de infância afecta
positivamente a saúde e as capacidades cognitivas, linguísticas, sensório-motoras e sociais das
crianças, preparando-as para a escola (Martinez, S., Naudeau, S.; and Pereira, V., 2011). Também
é provado que a participação em programas de infância de qualidade tem relação directa e positiva
com a redução das taxas de repetição e de conclusão de escola primária.2 Esses assuntos são
importantes para Moçambique: em 2008, 23% de alunos no país não concluíram o primeiro ciclo do
ensino primário; nalgumas províncias, cerca de 40% de estudantes não completaram o nível básico
de educação (MDG, 2010). A taxa de repetição também continua a ser bastante elevada, 9,7% na
segunda classe e 15% na quinta classe.3 Os dados estatísticos revelam maior insucesso nas
zonas rurais. A educação de infância também produz um efeito positivo sobre a taxa de ingresso
na escola. Em países onde se verifica a participação significativa de crianças nos programas pré-
escolares há um maior ingresso de crianças na escola primária com a idade estipulada pelo
governo. Este efeito também seria importante para Moçambique, onde somente 75% de crianças
com 6 anos (e, muitas vezes, somente cerca de 50% de crianças com esta idade nas zonas rurais)
estão a estudar na escola primária (O relatório de Progresso por Sector do PAP (Educação), 2008).
Neste âmbito é significante que o estudo acima mencionado realizado por Save the Children

1
Neste documento, o termo ‘educação de infância’ está utilizado em paralelo com o termo ‘educação pré-escolar’,
referindo as actividades de estimulação e educação para as crianças desde 2 meses até aos 5 anos. O Ministério da
tutela (MMAS) utiliza o termo ‘educação pré-escolar’ para referir a essa faixa etária; contudo, no Decreto n.o 54/2009 de
8 de Setembro sobre o sistema de carreiras e remunerações, refere-se à educação de infância e aos educadores de
infância. Tendo isso em conta, optamos pelo uso dos ambos termos.
2 @OSISA 2007
3 Estatística da Educação, Aproveitamento escolar 2008; Ministério da Educação e Cultura 8.2009,

3
demostrou que, a maioria das crianças que participaram nos programas pré-escolares também
ingressaram na escola na idade certa (com 6 anos). Adicionalmente, no contexto onde a maioria da
população está em situação de pobreza absoluta, sobrevivendo apenas com o equivalente a $1.25
por dia, cerca de 44% de crianças menores de 5 anos de idade estão cronicamente desnutridas, e
48% da população adulta é analfabeta (dos quais mais de metade são mulheres), o papel da
educação de infância como mecanismo para protecção das crianças, sua preparação para a
escola, e sucesso escolar, torna-se essencial.
O sector de educação de infância é ainda um campo pouco desenvolvido em Moçambique. Os
maiores provedores de educação de infância são instituições privadas (à volta de 200 instituições
registadas no pais em 2010), e organizações não-governamentais que apoiam escolinhas
comunitárias (à volta de 700 escolinhas comunitárias é o número corrente estimado pelo Ministério
da Mulher e da Acção Social (MMAS)). Contudo, actualmente, os programas de educação pré-
escolar abrangem somente à volta de 66,000 crianças, que equivale a 4% de crianças de idade
pré-escolar no país4 (a taxa média para a região é de 12%, tratando-se da menor percentagem no
mundo (Garcia, Pence, & Evans, 2008).
A participação do governo neste sector até agora é limitada. O Ministério da Mulher e Acção Social,
que tutela a área de educação pré-escolar, possua 15 instituições de infância em todo o país.
Contudo, o seu papel também abrange a emissão de alvarás para abertura das instituições de
infância formais; formação e capacitação dos técnicos de educação de infância; e a supervisão de
todas as instituições de infância (públicas e privadas). Com a exiguidade de recursos, tem havido
constrangimentos na formação, capacitação, e supervisão. Ao mesmo tempo, o Ministério de
Educação tem previsto dentro do novo plano quinquenal, a incorporação no sistema de educação,
da educação pré-primária (focalizando num ano antes do início da escola). Esta acção expandirá o
papel do governo na educação de infância, garantindo o acesso a este nível de educação a um
grande número de crianças. Foi um avanço importante a aprovação em Julho 2012 da Estratégia
do Desenvolvimento Integrado da Criança em Idade Pré-escolar (DICIPE), estratégia essa que
contribuirá para todos os sectores que trabalhem em prol da criança, claramente discriminando as
linhas de acção de cada sector. Novas oportunidades também serão proporcionadas pelo
doadores que, a partir de 2013, irão investir em mais de 50 milhões de dólares na expansão da
educação de infância de qualidade no pais, sobretudo em zonas rurais, através do Ministério de
Educação e do Ministério da Mulher e da Acção Social. Uma grande parte dos fundos será dirigida
à formação dos recursos humanos necessários para a expansão, através das instituições de
formação públicas e privadas /não-governamentais. Neste contexto, a oferta das qualificações
médias em educação de infância permitirá responder a algumas das necessidades em pessoal
formado (tendo em conta que também serão necessárias as qualificações do nível básico para
animadores nas zonas rurais).
Investimento nos programas de formação de educadores permitirá o governo colocar pessoas
formadas e competentes a lidar com a criança em idade pré-escolar, preparando-a para ingressar
no ensino básico e contribuindo para a melhoria das taxas de ingresso, repetição e conclusão do
ensino primário no país. As pesquisas feitas na área de educação de infância indicam a falta de
pessoal qualificado para trabalhar como educadores de infância. Enquanto nas instituições públicas
90% de educadores passaram por algum tipo de formação profissional, o número reduzido dessas
instituições no país não permite à maioria das crianças beneficiar da presença de educadores com
formação. Nas instituições de infância privadas e nas escolinhas comunitárias, muitos educadores
possuem uma formação desactualizada (que não promove educação centrada na criança) ou
somente beneficiam das capacitações de curto prazo (Austral COWI (2010)). Ao mesmo tempo,
actualmente no país existem poucos programas de formação profissional de educadores de

4O universo de crianças em idade pré-escolar (ou seja menores de 5 anos de idade) no país é estimado em cerca
de 4.5 milhões.

4
infância. A última formação de técnicos de educação de infância de nível médio foi realizada pelo
MMAS há quase 20 anos atrás, na base dum currículo produzido ainda em 1975. Existem
actualmente 2 cursos de formação do nível médio de educação de infância; ambos são oferecidos
somente em Maputo e pelas instituições privadas (IMEP e ISMMA), o que não permite preparar o
número suficiente de educadores de infância no pais. Embora exista oferta dos cursos ao nível
superior em educação de infância (oferecidos pela UEM, a UP, e a Politécnica), esses cursos, pela
sua natureza, são académicos e não oferecem uma preparação para o trabalho profissional do
educador.
Esta qualificação está sendo proposta para responder às lacunas existentes, oferecendo um
programa de formação profissional baseado em competências para o educador de infância, com
vista a tornar esta qualificação acessível nas várias províncias do país, através da colaboração
com vários parceiros públicos e privados.
O educador de infância normalmente tem responsabilidade por um grupo de 15-25 crianças de
acordo com o diploma Ministerial 277/2010, de 30 de Dezembro. De igual modo, deve assegurar
um ambiente acolhedor e estimulante para as crianças, as diversas actividades pedagógicas, e os
processos de cuidados diários. O educador também é responsável pela planificação das
actividades e dos materiais necessários, pela avaliação regular do desenvolvimento das crianças, e
pelas interacções e colaboração eficaz da instituição com os pais. Ela/e deve ser capaz de oferecer
apoio adequado às crianças com necessidades especiais, e de fornecer todo apoio pedagógico e
cuidados necessários tanto para bebés na creche (crianças de 2 meses aos 2 anos) como para
crianças do jardim de infância (3 aos 5 anos). Finalmente, o educador de infância deve gerir o
trabalho dos seus assistentes e colaborar com outros colegas, com o director pedagógico e fazer a
gestão da instituição de maneira amigável e eficaz. Todas essas tarefas exigem uma preparação
prática e de qualidade, e esta qualificação foi elaborada para oferecer tal preparação.
Graduados com esta qualificação poderão trabalhar em qualquer instituição de infância no país,
principalmente como educadores de infância mas também como técnicos de educação de infância
nos serviços distritais e provinciais do MMAS/MINED, ou podem também ingressar no curso
Certificado Vocacional 5 de Educação de Infância, para obter a qualificação de gestor ou
supervisor de Educação de Infância de nível médio.

O desenvolvimento desta qualificação teve como fontes principais:


Metodologia
a) Estudo de Austral Cowi sobre características e necessidades de educadores de infância
Utilizada (2010), feito com objectivo de fornecer os dados para o currículo de educador de infância;
b) Outros estudos sobre as competências das crianças de idade pré-escolar (Save the
Children, 2008; 2010); e sobre o estado de saúde e nutrição de crianças menores de 5
anos no país (MICS, 2009);
c) O relatório da 1ª fase do projecto de elaboração do Currículo de Formação profissional
de educação de Infância em Moçambique (USAID, 2010);
d) O novo Programa Educativo para crianças do 1o ao 5o ano (MMAS) aprovado em 2011;
e) Resultados das consultas efectuadas com várias especialistas da área de educação de
infância dentro e fora do pais, incluindo directores das instituições de infância, técnicos
de educação de infância nas instituições do governo e organizações não-
governamentais, entre outros;
f) Resultados da pesquisa das unidades de competências de educador de infância
elaborados noutros países, tais como África d’Sul, Botswana, e Austrália.

A importância desta Qualificação torna-se visível ao estudar as constatações da pesquisa de


Justificação
Austral COWI (2010) realizada em 9 distritos na zona sul, centro e norte do país. Essa pesquisa
da mostrou que o número de instituições e técnicos de educação de infância no país é obviamente
Qualificação insuficiente. Nos 9 distritos visitados o número médio de educadores por distrito é de 5 educadores

5
por distrito (esta contagem abrange instituições públicas, privadas, comunitárias, e religiosas).
Constata-se também a existência de distritos sem a presença de qualquer tipo de instituição de
infância.

A formação recebida pelos educadores é normalmente de curta duração (5 meses em média para
educadores em instituições privadas, e 1.8 anos para educadores públicos). Dos educadores que
receberam alguma formação, metade consideraram-na insuficiente. Esta opinião foi também
partilhada pelos Directores Provinciais e Distritais e pelos técnicos do MMAS. Enquanto uma parte
dos educadores de infância são abrangidos pelas capacitações anuais orientadas pelas Direcções
Provinciais da Mulher e da Acção Social, os dados do MMAS mostram que a maioria dessas
capacitações duram somente 1-2 semanas e os conteúdos e a qualidade das capacitações variam
significativamente entre as províncias. Assim, constitui uma prioridade promover a formação de
educadores de infância quer em instituições privadas quer públicas, estimulando assim o
reconhecimento e valorização desta importante profissão.
Nas escolinhas comunitárias apoiadas pelos parceiros não-governamentais, animadores recebem
normalmente uma capacitação básica, seguida por um processo de capacitação contínua ao longo
do seu trabalho. Embora seja pouco provável que os animadores beneficiem dum curso de
formação de educador de infância de 2 anos como esta qualificação está a prever5, os
coordenadores pedagógicos desses programas comunitários podem beneficiar desta qualificação
profissional de qualidade.
Ao mesmo tempo, os dados da pesquisa sugerem que a maioria dos educadores de infância, em
todos os tipos de instituições, é bastante experiente no seu trabalho, muitas vezes, com mais de 5
anos de experiência. Será importante ter em conta esta base de experiência prática, sobretudo no
contexto de aprendizagem, incentivando os educadores a recorrer às suas experiências relevantes
e relacioná-las com os novos conhecimentos.
Os resultados do estudo de Austral COWI mostram que há necessidade de melhorar a qualidade
da formação dos educadores de infância. Somente 5% dos educadores entrevistados ouviram ou
conheciam algo sobre “educação centrada na criança”. As observações qualitativas e as consultas
realizadas pelo Grupo Técnico confirmam que a maioria dos programas de educação de infância
no país realiza as suas actividades com base na pedagogia centrada no educador. Neste âmbito, o
novo curso de formação é de extrema importância, porque irá promover a adaptação à abordagem
centrada na criança, ajudando os educadores a desenvolver uma nova imagem da criança e do
seu papel como educador, e a dominar os métodos activos de ensino-aprendizagem. Os
conteúdos do curso também têm ligação directa com os conteúdos e métodos do novo Programa
Educativo para as crianças do 1o ao 5o ano, assegurando assim a formação de educadores que
são capazes de interpretar e implementar este programa.
Um indicador de educador de qualidade é a sua capacidade de proporcionar à criança um
ambiente rico em materiais estimulantes. O acesso livre da criança ao material e recursos
educativos e sua respectiva manipulação é de extrema importância para o desenvolvimento da
criança, e distingue os programas centrados na criança, doutros tipos de programas. A pesquisa
feita pelo Departamento da Criança no MMAS em 2008 em relação aos recursos pedagógicos em
uso nas instituições de infância no país, denuncia a falta de materiais básicos como blocos, bolas,
carrinhos, etc., na maior parte das instituições. Os livros infantis são quase inexistentes. Só uma
pequena parte das instituições visitadas produzem os seus recursos pedagógicos na base de
materiais reciclados ou de recursos locais. Quase metade dos educadores apontou a falta de
recursos pedagógicos. Estes dados foram também apontados pela Austral COWI como

5 As qualificaçõesções do nível básico (Nível 1 e 2) podem ser mais apropriadas para as funções, o nível de escolarização, e o nível de
remuneração comuns dos animadores de escolinhas comunitárias.

6
constrangimento no trabalho dos educadores. É neste âmbito que o curso de formação irá ajudar
os educadores a desenvolver capacidades de reaproveitar os recursos disponíveis à sua volta para
a produção de vários tipos de materiais para brincar e aprender.
Os educadores actuais estão interessados em participar numa formação sistemática, mas, ao
mesmo tempo, insistem que o modelo de formação seja flexível, permitindo-lhes participar na
formação de formadores ao longo do seu trabalho no tempo disponível. Em relação ao modelo de
formação, os directores provinciais e de serviços distritais repisaram que o sistema deve ser
descentralizado e oferecido no sistema “em serviço” para os educadores existentes.
Adicionalmente, a preocupação comum é de obter uma qualificação formal reconhecida no país,
que permitirá aos educadores receber uma remuneração condigna e continuar com os seus
estudos profissionais quando for necessário.

Essas constatações da situação no terreno6 confirmam a extrema importância de promover a


formação de qualidade de educadores de infância, e permitem recomendar algumas
características-chave para a formação que esta qualificação deve proporcionar, tais como:
1. Uma formação sistemática, com conteúdos bem organizados à volta de competências-chave
dum educador de infância;
2. Uma formação que capacite os educadores em educação centrada na criança;
3. Uma formação que permita aos formandos a implementar o novo Programa Educativo para
crianças do 5º ao 10o ano;
4. Uma formação que capacite os educadores a preparar ou produzir recursos pedagógicos
necessários;
5. Uma formação que reconheça as experiências e conhecimentos práticos de educadores
correntes;
6. Uma formação que seja oferecida através dum modelo flexível e que seja acessível às
pessoas interessadas nas províncias e distritos em todo o país;
7. Uma formação que ofereça uma qualificação reconhecida no país e permita continuar os
estudos para receber uma qualificação mais avançada.
Essas recomendações são tomadas em consideração na concepção do desenho da qualificação
vocacional de educação de infância proposto aqui.

Esta qualificação tem como objectivo o desenvolvimento de competências educacionais,


Objectivo da
metodológicas, e logísticas necessárias para a ocupação de educador de infância. Este
Qualificação profissional deve, de uma forma geral, ser capaz de: a) demonstrar um nível adequado de
conhecimentos teóricos e técnicos na área de educação de infância para realização das suas
tarefas, e resolver problemas comuns que surgirem ao longo do trabalho; b) utilizar um amplo leque
de habilidades em situações previsíveis e em algumas situações novas que surgirem no trabalho
na instituição de infância, seleccionando equipamentos e métodos apropriados; e c) funcionar
independentemente em contextos típicos na instituição de infância, levando a cabo certas funções
de supervisão de pequenas equipas de trabalho.
Esta qualificação complementa a qualificação vocacional (3) em Educação de Infância, e capacita
os formandos a realizar as seguintes tarefas de um educador de infância no contexto de educação
inclusiva e centrada na criança, além daquelas que já fazem parte da qualificação do Nível 3:
a) Agir com base nas necessidades e direitos das crianças, incluindo crianças com
necessidades especiais;
b) Observar as competências das crianças e analisar o seu desenvolvimento;
c) Realizar encontros semanais de reflexão e planificação, na instituição de infância;

6 Algumas constatações adicionais dessa pesquisa, estão também integradas nas secções seguintes.

7
d) Preparar e desenvolver actividades dirigidas com crianças, especialmente nas áreas de
linguagem, matemática, conhecimento do mundo, e expressão plástica;
e) Acompanhar as crianças nas actividades livres no canto de materiais didáticos;
f) Comunicar e colaborar com as famílias, envolvendo-as em actividades da instituição, e
apoiando-as para lidar com comportamentos e necessidades especiais da criança;
g) Cuidar dos bebés e estimular o desenvolvimento deles.
Graduados com esta qualificação estarão habilitados a trabalhar como educadores em qualquer
instituição de infância, tais como instituições de governo, e instituições privadas e organizações
não-governamentais e comunitárias, incluindo centros de infância, jardins de infância, creches,
infantários, centros de acolhimento, e escolinhas comunitárias.

A qualificação estrutura-se da seguinte forma:


Estrutura da
Qualificação a) Módulos de habilidades essenciais: O formando deve completar um mínimo
de 20 créditos
b) Módulos de habilidades vocacionais obrigatórios: O formando deve
completar um mínimo de 98 créditos
c) Experiência de trabalho: O formando deve completar um mínimo de 16
créditos.
O foco de todas as unidades de competência desta qualificação centra-se no formando e na
educação de infância inclusiva e centrada na criança (EICC). Assim, as unidades de competência
do educador agrupam-se em 3 famílias de competências que directamente apoiam este processo:
(1) promoção dum ambiente acolhedor e das práticas que respondem às necessidades e interesses
das crianças e promovem as suas capacidades; (2) acompanhamento das crianças, desde bebés,
nas actividades livres e dirigidas; e (3) colaboração com colegas e com pais na reflexão sobre as
crianças e na planificação dos passos seguintes.

Esta qualificação pode ser proporcionada a tempo inteiro ou parcial para permitir que os
Estratégias
educadores em exercício, que tenham certos anos de experiência mas não possuem formação
de Ensino - técnica nessa área, possam inscrever-se nos módulos individuais se assim o desejarem e
aprendizagem completarem a qualificação como parte da sua formação contínua e processo de
e de profissionalização. O reconhecimento de aprendizagem anterior deve ser considerado para os que
Avaliação dos já trabalham como educadores de infância.
estudantes
O ensino à distância pode também ser outra importante alternativa de instrução. Está a ser levada
a cabo a produção dos guiões dos formadores (passo-a-passo) para cada módulo, como
estratégia de descentralização da oferta do curso de Maputo para as províncias e distritos.
Nesta qualificação se privilegia uma forte ligação entre teoria e prática, que está reforçada dentro
de cada módulo:
1. A teoria será abordada nas aulas, utilizando métodos de aprendizagem activa.
2. A prática será desenvolvida numa instituição da infância (formal ou não-formal) ou com um
grupo de crianças de idade pré-escolar, e incluirá actividades pedagógicas e outras práticas
em relação às crianças, seus pais, e os colegas.
3. A reflexão prosseguirá a prática, e será nestes momentos em que os formandos analisarão as
experiências obtidas através da prática, e consolidarão os conceitos apreendidos de cada
módulo.
O processo de ensino - aprendizagem baseia-se nos métodos activos e centrados no formando.
Esses métodos são essenciais para os profissionais pois, não só dominam os conceitos chaves da
formação, como também são capazes de utilizar o raciocínio crítico, a capacidade de resolução de
problemas, iniciativa, e criatividade no seu trabalho. O uso dos métodos activos de aprendizagem

8
também oferece aos formandos os modelos de ensino baseado no aluno, que os educadores
devem adoptar no seu trabalho com crianças.
Considerando as características do módulo e os objectivos a alcançar, devem ser privilegiados os
seguintes métodos de aprendizagem activa:
 Reflexão contínua sobre a sua própria aprendizagem;
 Consolidação de conteúdos através dos métodos visuais e dramas;
 Debates e outras formas de discussões;
 Reflexão sobre a sua própria infância e confrontação com trabalho pedagógico actual;
 Pequenas pesquisas;
 Trabalhos com exemplos concretos: simulações, estudos de caso;
 Trabalho com filmes e fotos que demonstrem práticas pedagógicas centradas na criança e
educação inclusiva;
 Observação directa das actividades de crianças e educadores;
 Conceptualização e produção de recursos pedagógicos e uso simulado nas aulas.
Além disso, os formandos irão desenvolver, pelo menos, metade das actividades do curso em
pequenos grupos, para aprender a comunicar e colaborar com a equipa no seu local de trabalho.

Proposta de progressão de qualificações profissionais do sector, elaborada pelo grupo de trabalho


Progressão
do currículo de educador de infância, baseado nas qualificações e suas descrições no Quadro
entre Nacional de Qualificações Profissionais (QNQP):
Qualificações
do Sector
Certificado Vocacional 5 Certificado Vocacional 5 em I
N
em Educação de Educação de Infância – S
Técnico-profissional Infância – Gestor /coordenador da rede T
de educação de Gestor do centro infantil de escolinhas comunitárias I
infância, no sistema T
(peri-urbano, urbano) (peri-urbano, rural) U
de carreiras do I
MMAS Ç
Õ
E
S
Certificado Vocacional 4 em Educação de Infância -
DE
Educador de Infância de Nível 4
I
N
F
Â
N
Certificado Vocacional 3 em Educação de Infância – C
Educador de infância de Nível 3 I
A

10ª classe Educador de Infância com Certificado Vocacional 2


9 ª classe e em Educação de Infância
Reconhecimento de
Aprendizagem Anterior

Referências Garcia, M., Pence, A., & Evans,J.L. (Eds.) (2008). Africa’s future, Africa’s challenge: Early
childhood care and development in sub Saharan Africa. Washington, DC: World
Bank.

9
Austral Cowi. (2010). Estudo sobre as qualificações actuais e necessárias de educadores
de infância e de técnicos de acção social. [Relatório preliminar.] Maputo:
Moçambique.
Hohmann, M., & Weikart, D. (1997). Educar a criança. (High Scope Educational Research
Foundation) Fundação Calouste Gulbenkian
Instituto Superior Maria Mãe de África. (2009). Currículo deformação Técnico - Médio em
Educação de Infância.
Martinez, S., Naudeau, S.; and Pereira, V. (2011). The Promise of Preschool in Africa: A
Randomized Impact Evaluation of Early Childhood Development in Rural
Mozambique.
MICS (2009). Inquérito de Indicadores Múltiplos 2008. Sumário. INE, UNICEF.
Ministério da Educação. (2012). Estratégia do desenvolvimento integrado da criança em
idade pré-escolar (Dicipe) 2012-2021. Maputo: Moçambique.
Ministério da Mulher e da Acção Social. (em press). Programa educativo para crianças do
1º ao 5º ano.
Ministério da Mulher e da Acção Social. (2008). Relatório de resultados de levantamento
sobre uso de materiais pedagógicos no país.
Ministério da Saúde e Ministério da Educação (1975?). Curriculum de formação de Nível
Básico de Agentes de Puericultura e Educação de Infância.
Plano Quinquenal do Governo (2010-2014), Republica de Moçambique.
Relatório de Progresso por Sector do PAP (Educação) (2008), Republica de Mocambique.
Report on the Millennium Development Goals (MDG) – Mozambique. (2010). Ministry of
Planning and Development, Republic of Mozambique.
Save the Children (2008, 2010). [Estudo de base sobre desenvolvimento de crianças nas
comunidades com programa de DPI em Gaza.]
Save the Children (2010). [Mid-term evaluation of early literacy in preschool and primary
school in Save the Children – EMA schools in Gaza Province.]
UEM, Faculdade de Educação, Departamento de Psicologia e Ciências de Educação.
(2009). Currículo de Licenciatura em Desenvolvimento e Educação de Infância.
Universidade Politécnica. (2010). Currículo da formação de Licenciatura em Educação de
Infância.
USAID Moçambique. (2010). Currículo de Formação Profissional de Educadores de
Infância em Moçambique: Características-chave.

10
2. Informação para o Registo da Qualificação

Título da
Certificado Vocacional (4) em Educação de Infância - Educador de Infância
Qualificação:

Código Nacional:

Campo: Educação Sub campo: Educação de infância

Nível do
4 Créditos totais: 134
QNQP:

Data do registo: Data da revisão do registo:

Progressão: Graduados com esta qualificação poderão trabalhar como educadores em instituições de infância, tais como
centros de infância, creches, infantários, centros de acolhimento e escolinhas comunitárias.
Regras de combinação de módulos
Módulos de habilidades essenciais: O candidato deve completar um mínimo de 20 créditos.
Módulos de habilidades vocacionais obrigatórios: O candidato deve completar um mínimo de 98 créditos.
Módulos de habilidades vocacionais opcionais: O candidato deve completar um mínimo de 0 créditos.
Experiência de trabalho: O candidato deve completar um mínimo de 16 créditos
Conteúdo da Qualificação
Módulos constantes nesta Qualificação
Código da
Número Número de
Unidade de
Código do Módulo Título do Módulo de Horas
Competência
Créditos Normativas
relacionada
Módulos de Habilidades Essenciais

MO HG014001 UC HG014001 Definir objectivos para a vida 2 20

MO HG014002 UC HG014002 Adoptar hábitos de vida saudáveis 2 20


Usar a língua Inglesa com objectivos sociais, pessoais e
MO HG024001 UC HG024001 2 20
de negócios
Comunicar informação em língua Inglesa relacionada
MO HG024002 UC HG024002 2 20
com o emprego
MO HG024003 UC HG024003 Ler e responder a materiais escritos em língua Inglesa 2 20

MO HG024004 UC HG024004 Produzir materiais escritos em língua Inglesa 2 20


Interpretar informação utilizando processos e
MO HG034001 UC HG034001 procedimentos matemáticos 2 20

Investigar e resolver problemas económicos simples da


MO HG034002 UC HG034002 2 20
vida pessoal e da comunidade
Interpretar e produzir enunciados orais adequados a
MO HG044001 UC HG044001 2 20
diferentes contextos
Interpretar e produzir textos escritos de carácter
MO HG044002 UC HG044002 2 20
utilitário e informativo, tendo em conta um plano e

11
respeitando técnicas e convenções da escrita

Total 20 200

Módulos de Habilidades Vocacionais Obrigatórios

Descrever como a criança aprende e se desenvolve, e


observar as competências cognitivas, linguísticas, e 5 50
sensório-motoras nas crianças
Acompanhar actividades livres no canto /sala de material
didático, e observar as competências sócio-morais e 8 80
pessoais nas crianças
Aplicar Educação Inclusiva 7 70
Agir com base nos direitos, necessidades e deveres
7 70
das crianças

Promover comportamento social nas crianças 8 80

Analisar em equipa o desenvolvimento da criança


6 60
e colaborar com a família

Cuidar dos bebés


10 100
(crianças de 2 meses até aos 2 anos de idade)

Estimular o desenvolvimento dos bebés 9 90

Promover actividades dirigidas com as crianças e


10 100
os encontros de reflexão e planificação

Promover actividades dirigidas de matemática


7 70
com as crianças

Promover actividades dirigidas de conhecimento do


6 60
mundo com as crianças

Promover actividades dirigidas de expressão


6 60
plástica com as crianças

Promover actividades dirigidas de linguagem e


9 90
literacia com as crianças
Total 98 980
Experiência de Trabalho
Levar a cabo uma experiência de trabalho numa
16 160
instituição de infância
Total 16 160

TOTAL 134 1340

12
Grupo (s) alvo Pontos de saída
Educador de infância capaz de: a) demonstrar um nível adequado de conhecimentos
Graduados com certificado vocacional
teóricos e técnicos na área de educação de infância para realização das suas
3 em Educação de Infância
tarefas, e resolver problemas típicos que surgirem ao longo do trabalho; b) utilizar um
amplo leque de habilidades em situações previsíveis e em algumas situações novas
que surgirem no trabalho na instituição de infância, seleccionando equipamentos e
métodos apropriados; e c) funcionar independentemente em contextos típicos na
instituição de infância, levando a cabo certas funções de supervisão de pequenas
equipas de trabalho.

Formas de instrução
Actividades práticas (observação de crianças, planificação, implementação, acompanhamento e avaliação de actividades)
numa instituição de infância ou num grupo comunitário /escolinha de crianças de idade pré-escolar, interligadas com as aulas
teóricas realizadas numa sala de aula. Aulas teóricas baseadas nos métodos de ensino -aprendizagem activos, incluindo os
estudos de caso, as simulações, os debates, entre outros.
Experiência de trabalho numa instituição de infância ou num grupo comunitário / escolinha.
Esta qualificação pode ser oferecida a tempo inteiro ou parcial para permitir que os educadores em exercício possam
inscrever-se em módulos individuais se assim o desejarem e completarem a qualificação como parte da sua formação
contínua e processo de profissionalização.
O ensino à distância pode também ser considerado como uma forma importante de instrução da qualificação. A produção e
distribuição dos guiões (passo-a-passo) para cada módulo (para os formadores e grupos de formandos), está a ser levada a
cabo como parte da estratégia para descentralizar a oferta do curso da província de Maputo para outras províncias e
distritos.

Requisitos de instrução
Salas de aula para trabalho em turma, em grupo e individual.
Centro de recursos pedagógicos com materiais relevantes organizados por áreas de aprendizagem
(linguagem, matemática, conhecimento do mundo, expressão plástica, expressão musical, etc.).
Instalações e Os materiais devem incluir diversos jogos didacticos, materiais de exercícios (pré-escrita, tarefas
Equipamento de quotidiano etc.), livros de contos produzidos pelos educadores, cartazes com temas relevantes,
fotos dos materiais e das actividades, entre outros.
Instituições de infância parceiras (1 instituição para 3-5 formandos) ou grupos comunitários /
escolinhas geridas pelos formandos (devem ser formados pelo grupo de 2-3 formandos).

13
Conjunto de materiais para processo de ensino-aprendizagem (quadro, computador, impressora,
etc.)
Consumíveis para processo de ensino-aprendizagem (papel, canetas, etc.)
Recursos materiais
Materiais para o centro de recursos que inclui “media” como computadores, projector, filmes; livros
e manuais; modelos de materiais didácticos, jogos e brinquedos; ferramentas e materiais de baixo
custo /reciclados para a produção de recursos como jogos e outros.
Guiões dos módulos para cada formador.
Formadores capacitados em modelo de formação profissional baseada em competências e em
Recursos humanos educação (de infância) centrada na criança.
Assistentes de formador capacitados para acompanhar os formandos nas tarefas de ensino -
aprendizagem e avaliação.

Um ano de instrução, 40 semanas divididas em dois semestres ou três trimestres, e com uma
Duração média de 35 horas por semana.
Outras formas possíveis de instrução negociáveis com os empregadores ou formandos
individualmente.

Estratégias de avaliação dos candidatos


Lista de
Lista de
Ficha de verificação /
verificação Estudos de
avaliação / Ficha de Diário / Livro
Instrumentos / Diário / caso / Lista de
Entrevista entrevista de registos
Livro de verificação
estruturada estruturada /
registos
Apresentação
Correcção e
Avaliação /
Métodos classificação Observação Verificação Escrito / Oral
Verificação
Entrevista
Trabalho em
grupo
Desempenho
(Estudos de
Actividade Escrita/Oral Demonstração Produto no local de
caso,
trabalho
Discussão,
Dramatização)
Tipo Título do Módulo Créditos
G Definir objectivos para a vida 2   
G Adoptar hábitos de vida saudáveis 2   
Usar a língua Inglesa com
G objectivos sociais, pessoais e de 2   
negócios
Comunicar informação em língua 2
G
Inglesa relacionada com o emprego   
Ler e responder a materiais escritos 2
G
em língua Inglesa   
Produzir materiais escritos em 2
G
língua Inglesa 
Interpretar informação utilizando
G processos e procedimentos 2 
matemáticos

14
Investigar e resolver problemas
G económicos simples da vida pessoal 2 
e da comunidade
Interpretar e produzir enunciados
G orais adequados a diferentes 2   
contextos
Interpretar e produzir textos
escritos de carácter utilitário e
G informativo, tendo em conta um 2   
plano e respeitando técnicas e
convenções da escrita
Descrever como a criança aprende e
se desenvolve, e observar as 
VO
competências cognitivas, linguísticas,
5 
e sensório-motoras nas crianças
Acompanhar actividades livres no
VO
canto /sala de material didáctico, e
observar as competências sócio-
8    
morais e pessoais nas crianças
VO Aplicar Educação Inclusiva 7    
Agir com base nos direitos,
VO
necessidades e deveres das crianças
7  
VO Promover comportamento social
nas crianças
8    
VO Analisar em equipa o
desenvolvimento da criança 6    
e colaborar com a família

VO Cuidar dos bebés


(crianças de 2 meses até aos 2 10    
anos de idade)

VO Estimular o desenvolvimento dos


bebés
9    
VO Promover actividades dirigidas com
as crianças e os encontros de 10    
reflexão e planificação
Promover actividades dirigidas de
VO
matemática com as crianças
7    
VO Promover actividades dirigidas de
conhecimento do mundo com as 6    
crianças
VO Promover actividades dirigidas de
expressão plástica com as crianças
6    
VO Promover actividades dirigidas de 
linguagem e literacia com as crianças
9   
Levar a cabo uma experiência de
VO trabalho numa instituição de infância
16    

15
Semestre Título do Módulo
Módulos de habilidades essenciais
1 Definir objectivos para a vida

1 Adoptar hábitos de vida saudáveis

1 Usar a língua Inglesa com objectivos sociais, pessoais e de negócios


2 Comunicar informação em língua Inglesa relacionada com o emprego
2 Ler e responder a materiais escritos em língua Inglesa
2 Produzir materiais escritos em língua Inglesa
1 Interpretar informação utilizando processos e procedimentos matemáticos

2 Investigar e resolver problemas económicos simples da vida pessoal e da comunidade

1 Interpretar e produzir enunciados orais adequados a diferentes contextos


Interpretar e produzir textos escritos de carácter utilitário e informativo, tendo em conta um plano e respeitando
2 técnicas e convenções da escrita
Módulos de Habilidades Vocacionais Obrigatórios
Descrever como a criança aprende e se desenvolve, e observar as competências cognitivas, linguísticas,
1 e sensório-motoras nas crianças
Acompanhar actividades livres no canto /sala de material didático, e observar as competências
1 sócio-morais e pessoais nas crianças
1 Aplicar Educação Inclusiva

1 Agir com base nos direitos, necessidades e deveres das crianças

1 Promover comportamento social nas crianças

1 Analisar em equipa o desenvolvimento da criança e colaborar com a família

1 Cuidar dos bebés (crianças de 2 meses até aos 2 anos de idade)

2 Estimular o desenvolvimento dos bebés

2 Promover actividades dirigidas com as crianças e os encontros de reflexão e planificação

2 Promover actividades dirigidas de matemática com as crianças

2 Promover actividades dirigidas de conhecimento do mundo com as crianças

2 Promover actividades dirigidas de expressão plástica com as crianças

2 Promover actividades dirigidas de linguagem e literacia com as crianças

Módulos de Experiência de Trabalho e Avaliação Integrada


2 Levar a cabo uma experiência de trabalho numa instituição de infância

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3. Unidades de Competencia Vocacionais Obrigatórios

Descrever como a criança aprende e se desenvolve, e observar as competências cognitivas,


linguísticas, e sensório-motoras nas crianças

Registo de Unidade de Competência

Título da Unidade de Descrever como a criança aprende e se desenvolve, e observar as competências cognitivas,
Competência linguísticas, e sensório-motoras nas crianças

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Exemplificar a importância de focar nos processos e não nos resultados de aprendizagem;
2. Exemplificar a importância das necessidades das crianças assim como da motivação intrínseca no seu
desenvolvimento;
3. Descrever o conceito de desenvolvimento integral da criança;
4. Observar as competências cognitivas, linguísticas, e sensório-motoras nas crianças.

Código: Nível do QNQP: 4


Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância
Data de Registo: Data de Revisão do Registo:

Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação


Competência

1. Exemplificar a a) Resume os princípios da prática Princípios de prática pedagógica:


importância de focar pedagógica e relaciona-os com as suas  Estimular a criança (por parte do adulto e por
nos processos e percepções sobre a criança. parte do ambiente preparado em volta)
não nos resultados b) Resume porquê e como focalizar-se nos  Respeitar e deixar a crianças expressarem as
de aprendizagem processos e não nos resultados de necessidades da criança
aprendizagem.  Deixar a criança ter escolha livre num ambiente
c) Exemplifica como promover processos estimulante e seguro
de aprendizagem na instituição de  Deixar as crianças terem a Interacção livre
infância. entre elas
 Levar a criança a ter participação activa em
Evidências Requeridas todas as actividades
Evidência escrita:  Orientar o uso e experimentação de objectos
O formando... por parte da criança
 Resume porquê e como focar nos  Promover a ludicidade
processos e não nos resultados de  Evitar comparação e competição entre as
aprendizagem crianças
 Exemplifica como promover processos  Ter o enfoque nos processos e não nos
de aprendizagem na instituição de resultados
infância.
Exemplos de percepções sobre a criança:
Produto: Mitos: As crianças...
O formando resume os princípios da prática  São uma tábua rasa
pedagógica utilizando exemplos concretos na  São adultos em miniatura
instituição de infância e relaciona-os com as  Não querem aprender mas sim somente brincar
suas percepções sobre a criança.  Ao nascer não são afectivos, inteligentes,
sociais e cooperativos
 Precisam ser forçadas para se tornarem sociais

17
e cooperativos
 Não são competentes ou capazes

Percepções na base de EICC: As crianças…


 Têm igual valor em relação aos adultos
 Estão cheias de potencialidades
 Possuem características que são diferentes das
do adulto
 Querem aprender e se desenvolver
 São sociais e cooperativas desde o seu
nascimento

Porquê focalizar-se nos processos e não nos


resultados de aprendizagem:
Não é bom dar tanta importância à transmissão de
conteúdos (conceitos etc.) ou focalizar-se nos
resultados de aprendizagem nas actividades. Isso
pode resultar na ausência de desenvolvimento das
competências sociais e de aprendizagem nas
crianças

O que fazer para focalizar-se nos processos de


aprendizagem (brincar, experimentar, tentar e errar,
agir) e não nos seus resultados (uma letra escrita,
um desenho, etc.):
 Não dar importância que um resultado deve ser
“bonito” ou “correcto”, mas valorizar o processo
nas várias tentativas de experimentar e na
expressão individual da criança
 Tolerar se a criança não fizer como o educador
acha melhor
 Não dar uma ideia à criança que ainda não
sabe fazer mas sim incentivar mostrando os
vários materiais que ela pode usar
 Não iniciar uma actividade com teoria e
explicações. Deixar a criança explorar,
experimentar e expressar, e só depois dar
pequenas informações se necessário
 Observar sempre as crianças nos seus
processos de aprendizagem

Exemplo de promover processos de aprendizagem:


Uma criança que gosta de fazer puzzles mas tem
dificuldade em terminar. O importante é a
educadora incentivar a não desistir e a criança
tentar (tentativa e erro) outra vez em momentos
diferentes até conseguir terminar

2. Exemplificar a a) Resume a hierarquia das necessidades Necessidades e a sua hierarquia:


importância das e como respeitá-la no trabalho Em primeiro lugar:
necessidades das pedagógico. Necessidades básicas
crianças assim b) Exemplifica as necessidades como força
 Alimentação e repouso
como da motriz do desenvolvimento da criança e
 Amor (apego, atenção, e carinho)
motivação descreve a sua consequência no
intrínseca no seu trabalho do educador.  Protecção e segurança
desenvolvimento c) Descreve o efeito da motivação

18
intrínseca no desenvolvimento duma Em segundo lugar:
criança.  Movimentação
d) Identifica o efeito de recompensas não Em terceiro lugar:
naturais e define o efeito da boa Necessidades do desenvolvimento e aprendizagem
interligação entre motivação intrínseca e (desenvolver as suas habilidades inatas através de
extrínseca no desenvolvimento da experiências concretas)
criança.  Imitar
 Experimentar duma maneira activa
Evidências Requeridas  Fazer e analisar experiências
Evidência escrita:
Necessidades sociais
O formando resume, exemplifica, descreve e
 Sentir-se aceite pelos outros
identifica a importância das necessidades das
crianças assim como a motivação intrínseca  Sentir a pertença num grupo social /
no seu desenvolvimento, de acordo com os participar
critérios de desempenho a) até d).  Agir em conjunto com outras crianças e ter
amigos
 Cooperar com os adultos
 Sentir a Integridade da própria pessoa
(manter dignidade própria…)

Como respeitar a hierarquia das necessidades no


trabalho pedagógico:
As práticas do educador assim como as suas
atitudes são determinantes para que se respeite as
necessidades em geral. O educador ao perceber a
hierarquia das necessidades saberá que não pode
fomentar as necessidades de 3º nível se a criança
não compreende antes as primeiras necessidades
ou segundas.

Exemplos de que maneira as necessidades são o


motor do desenvolvimento duma criança:
A necessidade de brincar com água e areia leva a
criança a desenvolver:
 Motricidade fina (bases para escrita e outras
actividades manuais)
 Conexões no cérebro através das
experiências sensoriais (ligação complexa
entre as sinapses)
 Competências cognitivas de física ao
experimentar com água sem ou com utensílios
(qualidades de líquidos)
 Competências cognitivas de matemática ao
juntar tubos de diferentes diâmetros para
deixar passar água)

Como consequência, para garantir que a criança


desenvolva as suas competências, o educador
pode/ deve orientar-se nas necessidades delas e
preparar um ambiente e actividades que permitem a
satisfação dessas necessidades

Efeito (importância) da motivação intrínseca:


Crianças que são permitidas agir na base de
motivação intrínseca desenvolvem as seguintes
competências:

19
 Aprendem com maior entusiasmo,
profundidade e rapidez
 Envolvem-se mais com a instituição
 Persistem em tarefas desafiadoras
 Fixam metas pessoais
 Demonstram os seus acertos e dificuldades
 Planeiam as acções necessárias para viabilizar
seus objectivos
 Avaliam adequadamente o seu progresso
 Demonstram o sentimento de “sou capaz”
 Demonstram vontade de aprender e trabalhar e
possuem auto-regulação
 Vêem a própria actividade como a recompensa

Elementos /tipos de motivação extrínseca:


 Ambiente externo (pessoas, materiais, objectos
etc.)
 Recompensas externas naturais (ex. o aluno
explora um jogo e o jogo funciona)
 Recompensas externas não naturais (ex. o
aluno porta-se bem e é recompensado com um
doce)

Efeito de recompensas externas não naturais:


 Diminuem a motivação intrínseca da criança
 A criança deixa de aprender para saber e
aprende para satisfazer o educador
 A criança deixa de perceber as suas acções
internamente guiadas para se sentir
externamente guiada

Efeito de boa interligação entre motivação intrínseca


e extrínseca: Provoca um aumento favorável e
natural da aprendizagem

3. Descrever o a) Define o conceito de desenvolvimento Desenvolvimento holístico e integral:


conceito de holístico e integral da criança.  O desenvolvimento da criança acontece como
desenvolvimento b) Define o conceito competências e um todo e não em partes e por isso é holístico
integral da nomeia as competências gerais a  É um processo contínuo de crescimento físico e
criança desenvolver pela criança. maturidade física, mental e afectiva e por isso é
c) Descreve a ligação entre áreas integral
pedagógicas e competências e identifica  Engloba áreas de desenvolvimnento da criança
competências que uma criança pode que se interligam e pelo processo de
desenvolver nas várias áreas aprendizagem as habilidades inatas
pedagógicas. transformam e são manifestas em
d) Identifica como a auto-estima e o competências
ambiente preparado promovem /
afectam o desenvolvimento das várias Competências na criança são os resultados do
competências nas crianças. desenvolvimento das habilidades inatas da criança
e) Exemplifica a importância das fases através de vários processos de aprendizagem, são
sensíveis no desenvolvimento da capacidades provenientes do processo de
criança. aprendizagem
f) Apresenta e discute as dúvidas em Competências gerais (a desenvolver pela criança:
relação aos aspectos principais do  Competências sócio-morais
desenvolvimento holístico e integral da  Competências pessoais
criança.

20
Evidências Requeridas  Competências linguísticas
 Competências sensório-motoras
Evidência escrita:
O formando define, descreve, identifica e  Competências cognitivas
exemplifica o conceito de desenvolvimento
integral da criança e respectivas Áreas pedagógicas:
competências, de acordo com os critérios de  Área de desenvolvimento sensório-motor
desempenho a) até e).  Área de matemática
 Área de linguagem
Produto:  Área de conhecimento de mundo
O formando apresenta e argumenta através  Área de expressão plástica
duma ficha de autoavaliação as suas dúvidas  Área de expressão musical
em relação aos aspectos principais do  Área de formação moral e cívica
desenvolvimento holístico da criança.
Ligação entre áreas pedagógicas e competências
 Os adultos preparam um ambiente estimulante
e actividades para a criança desenvolver as
suas competências
 Dentro de uma área pedagógica a criança pode
desenvolver competências de vários grupos de
competências gerais

Competências que uma criança pode desenvolver


nas varias áreas pedagógicas na base do exemplo
da área expressão plástica:
 Competências linguísticas e de comunicação
 Competências cognitivas de matemática
 Competências de motricidade fina
 Competências sócio-morais
 Competências pessoais

Como a auto-estima promove / afecta o


desenvolvimento das competências nas crianças:
A auto-estima é a força motriz que leva a criança a
querer experimentar, aceitar ser estimulada,
socializar, expressar, portanto é primordial para
desencadear o desenvolvimento das várias
competências nas crianças

Como o ambiente preparado promove / afecta o


desenvolvimento das várias competências nas
crianças:
O ambiente exterior é um estímulo externo que
quando bem preparado, são e seguro estimula a
criança a querer experimentar, a viver o mundo e
portanto é primordial para desencadear o
desenvolvimento das várias competências nas
crianças

Fases sensíveis no desenvolvimento da criança:


Existe um momento apropriado ou fases sensíveis
para a criança desenvolver as habilidades inatas
para se tornarem em competências por exemplo:
 Se a criança não é nutrida adequadamente no
útero e nos primeiros 2 anos, tem capacidades
reduzidas de aprender
 O desenvolvimento da personalidade é

21
realizado entre os 0 aos 8 anos de idade
 A estimulação da escrita emergente é
importante desde os 3 aos 8 anos de idade

4. Observar as a) Descreve como utilizar a Ficha individual Ficha individual 1:


competências 1 para a observação das competências  Consiste duma tabela com várias
cognitivas, das crianças e explica a importância de competências concretas agrupadas em
linguísticas, e analisá-las pelo nível de maturidade e relação às competências gerais
sensório- não pela idade da criança.  O educador poder analisar o nível de
motoras nas b) Observa as competências cognitivas nas maturidade do desenvolvimento dessas
crianças crianças tomando notas no caderno de competências da criança onde se sinaliza se
observação. desenvolveu pouco ou totalmente
c) Observa as competências linguísticas da  Baseia-se na premissa de que o
criança tomando notas no caderno de desenvolvimento é um processo individual
observação. (cada criança se desenvolve no seu ritmo e de
d) Observa as competências sensório- acordo com as suas características e
motores nas crianças tomando notas no interesses individuais) O desenvolvimento das
caderno de observação. competências não é analisado na base da
e) Resume como e porquê fazer a auto- idade mas pelo nível de maturidade
observação em situações de desafio que  Não existe uma ficha para cada ano, mas sim
vivencia durante a implementação da para cada criança dos 0-2 anos e para
EICC. crianças de 3-5 anos de idade

Evidências Requeridas Caderno de observação das crianças:


Existente em cada instituição ou para grupo de
Evidência escrita:
crianças, esse caderno de capa dura inclui os
O formando...
nomes e reserva 5 pág. para cada criança. No início
 descreve como utilizar a Ficha individual
contem a lista das competências que cada criança
1 para a observação das competências
pode desenvolver (copiado da ficha individual 1). Ao
e explica a importância de analisá-las
longo do ano, os educadores devem anotar
pelo nível de maturidade e não pela
situações que observaram numa dada criança em
idade da criança
relação a quaisquer competências alistadas na lista.
 resume como e porque fazer auto- Este caderno serve como apoio para o
observacao em situações de desafio preenchimento da Ficha individual 1.
que vivencia durante a implementação
da EICC. Situações de desafio:
Situações durante a implementação nas quais o
Produto: formando sentiu tensão ou emoções fortes
O formando anota no caderno de observação (como medo, insegurança, raiva etc.)
das crianças as situações concretas
observadas que demonstram as Importância da auto-observação em relação a
competências cognitivas, linguísticas e situações de desafio:
sensório-motoras nas crianças. Desta maneira o formando/ educador assegura uma
ligação permanente entre o que aprende e o que
sente e o que faz. As tensões sentidas são
indicadores de aspectos por aprofundar,
compreender e clarificar

22
Como fazer a auto-observação ao lidar com
situações de desafio:
1) Perceber quando sente tensão e que surgem
emoções fortes
2) Se possível, lidar com a tensão e agir de
acordo com o que aprendeu
3) Observar o que acontece na criança e em si
próprio ao agir dessa maneira
4) Tentar identificar o que está por detrás da sua
tensão e das emoções

23
Acompanhar actividades livres no canto/ sala de material didáctico e observar
as competências sócio-morais e pessoais nas crianças

Registo de Unidade de Competência


Título da Unidade
Acompanhar actividades livres no canto / sala de material didáctico e observar as competências
de Competência
sócio-morais e pessoais nas crianças

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Identificar aspectos de organização e de processos de aprendizagem no canto/ sala de material didáctico;
2. Acompanhar e orientar as crianças no canto/ sala de material didáctico;
3. Observar o desenvolvimento de competências sócio-morais e pessoais na criança nas actividades livres.

Código: Nível do 4
QNQP:
Campo: Educação Sub Educação de infância
Campo:
Data de Registo: Data de Revisão do
Registo:
Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência
1. Identificar a) Identifica as principais actividades previstas Principais actividades e outras actividades possíveis
aspectos de para cada material didáctico e outras de diferentes graus de dificuldade:
organização e de actividades possíveis com diferentes graus de Exemplo: Um material que consiste em latas
processos de dificuldade com o mesmo material preenchendo numeradas e paus:
aprendizagem no as partes I e IV (1-3, a, b) da Ficha de material. Actividade principal com esse material:
canto/ sala de b) Nomeia as diferentes maneiras como uma  Meter a quantidade de paus na lata que
material didáctico criança aprende com o material didáctico. corresponde ao número escrito na lata
c) Resume os aspectos da organização física do Outras actividades possíveis:
canto/ sala de material didáctico e descreve a  Mesmo exercício mas colocar as latas sem ser
vantagem do uso de pequenas esteiras. em sequência
 Esconder os números escritos nas latas e meter
Evidências Requeridas em cada lata uma outra quantidade de paus –
Evidência escrita: associar a cada lata uma placa com um número
O formando: escrito que corresponde à quantidade de paus
na lata
 Nomeia as diferentes maneiras como uma
criança aprende com o material didáctico
Principais maneiras de aprender com o material:
 Resume os aspectos da organização física do
 Experimentar e descobrir sozinha
canto/ sala de material didáctico e descreve a
vantagem do uso de pequenas esteiras.  Imitar uma outra criança/ adulto
 Participar numa demonstração do educador
Produto:
Um pequeno grupo de formandos preenche partes Aspectos da organização física do canto/ sala de
de 5 Fichas de material de acordo com critério de material didáctico:
desempenho a), respectivamente um material por Espaço adequado
cada uma das seguintes áreas pedagogicas:  Sítio calmo, que não seja onde as crianças
 Exercícios de quotidiano passam para chegar a uma outra área de
 Sensorial actividades
 Linguagem  Separado de outras áreas
 Matemática  Bem colocado ao lado da área biblioteca e /ou
 Conhecimento do mundo. de descanso

24
 Espaço suficiente para a criança se poder
movimentar dentro da área

Organização adequada do material


 Lugares fixos e organizados para guardar cada
material
 Por diferentes áreas pedagógicas (ex.: materiais
sensoriais, de quotidiano, de linguagem, de
matemática, de conhecimento do mundo
 Por diferentes graus de dificuldade
 Enriquecendo a área regularmente com novos
materiais feitos com vista às necessidades,
interesses e capacidades individuais das
crianças
 Manutenção de todo o material

Mobiliário adequado
 Estantes abertas à altura da criança, sendo
assim acessíveis para cada criança
 Poucas mesas e cadeiras deixando muito
espaço livre dentro do qual as crianças podem
organizar o seu lugar de trabalho
 Esteiras pequenas, onde cada criança pode
utilizar o material que escolheu

Vantagem do uso de pequenas esteiras:


 Melhor para a saúde do que sentar em cadeiras
e permite mais movimento
 Limitam o espaço da criança, ajudando desta
maneira que a criança organize bem o material
com que quer brincar
 É sinal de limitação para as outras crianças
apoiando-as a respeitar o trabalho/ material com
que está a brincar na esteira e respeitando
também o número de crianças por actividade
 Ajuda a criança a não misturar (demais) jogos ou
materiais promovendo a concentração e a
estruturação do seu trabalho

A Ficha de material contem as seguintes partes:


Parte I Descrição do material
Parte II Objectivo do material
Parte III Como produzir o material
Parte IV Como usar o material
1)Actividade principal
a) Descrição breve (nome)
b) Nível de desafio (1, 2 ou 3)
c) Passos da sua demonstração
d) Autocontrole de erro
2)Outra actividade possível (a,b,c,d)
3)Outra actividade possível (a,b,c,d)
Parte V Critérios de qualidade

2. Acompanhar e a) Resume as atitudes do educador nas Atitudes que o educador precisa para poder
orientar as actividades livres e assegura o cumprimento acompanhar crianças nas actividades livres:
crianças no canto/ de regras básicas na área de material

25
sala de material didáctico.  Reconhece a criança como um ser com
didáctico b) Promove a aprendizagem por tentativa e erro características próprias
no canto/ sala de material didáctico, identifica  Não molda a criança mas sim acompanha-a
o mecanismo de autocontrole do material,  Tem confiança na vontade da criança de
explica o seu impacto e preenche as partes IV aprender e desenvolver-se
(1-3 d) da Ficha de material.  Tem atitude positiva perante os erros
c) Identifica quando deve apoiar uma criança  É paciente, calma e firme
fazendo uma demonstração do uso dum
material didáctico. Regras básicas no canto/ sala de material didáctico:
d) Realiza uma demonstração do uso do material  Tirar um material de cada vez e arrumar no
didáctico de maneira que a criança seja capaz mesmo sítio onde tirou, antes de utilizar outro
de continuar em autonomia e preenche as  Não correr e não gritar nesse canto/ sala
partes IV (1-3 c) da Ficha de material.
 As restantes regras a aplicar, são as mesmas
e) Encoraja as crianças a usar os materiais de
das outras áreas de actividades livres:
diferentes maneiras e graus de dificuldade que
o Se quiser brincar com um material que
correspondem com às suas capacidades /
uma outra criança tem ou com a outra
níveis de desenvolvimento.
criança – deve pedir e respeitar a resposta
f) Lida com situações complexas ou de desafio
o Cuidar bem dos materiais
no canto/sala de material didáctico aplicando
o Não bater aos outros
também os critérios de como acompanhar
o Ter um número limitado de crianças no
crianças nas actividades livres não
canto/ na sala
especificadas em relação a esta área.
Passos de levar uma criança a cumprir regras:
Evidências Requeridas
 Informar/ Lembrar da regra
Evidência escrita:  Repetir
O formando...  Avisar a consequência lógica
 Resume as atitudes adequadas do educador  Agir (implementar a consequência lógica)
nas actividades livres
 Identifica o impacto do mecanismo de Promove aprendizagem por tentativa e erro:
autocontrole de erro inserido no material  Não se foca nos erros das crianças mas sim no
didáctico. que elas conseguiram fazer
 Não corrige o erro da criança, mas sim confia na
Demonstração real ou simulada: força da criança de encontrar o caminho certo
O formando... através do autocontrole de erro do material e
 Acompanha e orienta as crianças no canto/sala através de vários exercícios com materiais de
de material didáctico de acordo com os temas semelhantes
critérios de desempenho a, b), c), e e f).  Dá tempo para a criança por si própria descobrir
 Demonstra a uma criança o uso dum material como atingir o objectivo do material
didáctico de maneira que a criança seja capaz
de continuar em autonomia. Exemplo dum mecanismo de autocontrole dum
material:
Produto: A criança deve identificar num grupo de 4 imagens a
Um pequeno grupo de formandos completa o imagem que não pertence ao grupo ao pôr um pico
preenchimento da parte IV (1-3, c ,d) das 5 Fichas em baixo desta imagem. Depois de pôr o pico, a
de material, respectivamente um material por cada criança pode virar a placa e verificar se em volta do
uma das seguintes áreas pedagógicas: seu pico encontra um círculo colorido (certo) ou não
 Exercícios de quotidiano (falso).
 Sensorial
 Linguagem Impacto do mecanismo de autocontrole de erro
 Matemática inserido num material:
 Conhecimento do mundo. A criança não precisa do educador para saber se fez
bem ou não, pode identificar e corrigir o erro por si
própria. Isto facilita uma aprendizagem em
autonomia e por tentativa e erro

26
Quando se deve apoiar a criança ao fazer uma
demonstração:
 Quando se verifica que a criança não consegue
descobrir o uso do material ao experimentar ou
ao imitar outras crianças
 Quando se verifica que a criança não usa o
material de maneira correcta e assim não
poderá funcionar
 Quando a criança já usou os materiais e o
educador conhece mais exercícios possíveis de
graus de dificuldade mais elevados, que a
criança não descobriu

Realizar uma demonstração do uso dum material de


maneira que a criança seja capaz de continuar em
autonomia:
 Deve-se perguntar à criança, se aceita ou
precisa que o educador faça uma
demonstração, (se a criança não estiver
interessada – não se deve fazer!)
 Contacto individual e personalizado
 Um material de cada vez no lugar de
demonstração
 Demonstrando e fazendo
 Passos simples e claros
 Acompanhando cada passo com palavras
simples e claras
 Se a criança ainda não conseguir sozinha –
repetir novamente a demonstração

Encorajar a usar os materiais de diferentes graus de


dificuldade:
 Recomendar um outro material do mesmo tipo
de diferente nível de dificuldade
 Demonstrar no mesmo material um exercício
de diferente grau de dificuldade
 Seguir os critérios de uma demonstração

Exemplos de situações complexas ou de desafio:


 Grupo de crianças onde cada criança trabalha
de maneira individual com materiais diferentes
 Fazendo uma demonstração enquanto as
outras crianças precisam de ajuda
 Fazendo uma demonstração ao mesmo tempo
que surge um conflito entre outras crianças

Critérios de como acompanhar crianças nas


actividades livres em geral:
 Promove interacção e escolha livre
 Promove aprendizagem por tentativa e erro
 Encoraja e ajuda a criança a identificar as suas
necessidades, interesses e capacidades e
ajuda-a a escolher o material ou a área
adequada.
 Diferencia as crianças que precisam e as que
não precisam de apoio

27
 Apoia as crianças de maneira a estimulá-las a
agir em autonomia
 Estimula as crianças de forma adequada
 Assegura o cumprimento de regras básicas
 Avisa as crianças antes de iniciar uma outra
actividade

Critérios sobre como acompanhar crianças nas


actividades livres que não foram especificadas em
relação à área de material didáctico:
 Promove interacção e escolha livre (do
material, do tempo e do(s) parceiro(s))
 Encoraja e ajuda a criança a identificar as suas
necessidades e interesses e ajuda-a a escolher
o material ou a área adequada.
 Estimula as crianças de forma adequada
o verifica um interesse/ necessidade/
capacidade na criança e prepara /fornece
um material que a ajude a concretizar a
acção
o demonstra o seu interesse pelo que a
criança faz (lançar um olhar, etc.)
o protege a criança que está a realizar uma
actividade (ex. exige o respeito das regras
levando outras crianças a perguntarem
antes se podem ou não participar na
actividade da colega, etc.)
o reconhece o que a criança fez
o não compara os trabalhos entre as
crianças
o não louva ou critica o trabalho da criança
de forma demonstrativa em frente de
outras crianças
 Avisa as crianças antes de iniciar uma outra
actividade

3. Observar o a) Identifica competências sócio-morais que as Competências sócio-morais:


desenvolvimento crianças podem desenvolver através da  Respeitar as suas necessidades, intenções e
de competências escolha e interacção livre nas AL num gostos
sócio-morais e ambiente estimulante.  Respeitar as necessidades, intenções e gostos
pessoais na b) Identifica competências pessoais que as dos outros
criança nas crianças podem desenvolver através da  Colocar-se na posição duma outra criança
actividades livres escolha e interacção livre nas AL num  Negociar/procurar soluções satisfactórias para
ambiente estimulante. todos
c) Observa as competências sócio-morais das  Saber brincar sozinha
crianças e toma anotações no caderno de  Saber brincar com outros
observação das crianças.  Não seguir apenas as ideias das outras mas
d) Observa as competências pessoais das sim ter iniciativa própria
crianças e toma anotações no caderno de
 Não querer fazer algo apenas da sua ideia mas
observação das crianças.
sim também participar em jogos de ideias de
e) Descreve a importância das competências
outros
sócio-morais e das competências pessoais no
 Partilhar
desenvolvimento da criança.
 Ajudar

Competências pessoais:

28
Evidências Requeridas  Mostrar entusiasmo em interagir nas diversas
áreas de actividades
Evidência escrita:
O formando...  Ter iniciativa
 Identifica competências sócio-morais que as  Sentir-se capaz de realizar uma ideia
crianças podem desenvolver nas actividades  Vontade de descobrir algo
livres num ambiente estimulante  Tomar decisões
 Identifica competências pessoais que as  Colocar metas adequadas à sua capacidade
crianças podem desenvolver nas actividades  Enfrentar obstáculos/ desafios e não desistir
livres num ambiente estimulante logo
 Descreve a importância das competências  Procurar uma solução para um problema
socio-morais e das competências pessoais no  Ter uma ligação estreita entre pensar e agir
desenvolvimento das crianças.  Procurar ajuda se precisar
 Saber avaliar perigos
Produto:  Aceitar os seus limites e conhecer as suas
O formando descreve no caderno de observação de capacidades
crianças...  Aguentar momentos de frustração
 Situações concretas que demonstram o
desenvolvimento de competências sócio- Caderno de observação das crianças:
morais nas actividades livres, orientando-se Existente em cada instituição (ou em cada grupo de
por uma lista de competências crianças), o caderno de capa dura que inclui os
 Situações concretas que demonstram o nomes e reserva 5 pág. para cada criança. No início
desenvolvimento de competências pessoais contem a lista das competências que cada criança
nas actividades livres, orientando-se por uma pode desenvolver (da Ficha individual 1). Ao longo
lista de competências. do ano, os educadores devem anotar situações que
observaram numa dada criança em relação a
quaisquer competências alistadas na lista. Este
caderno serve como apoio para o preenchimento da
Ficha individual 1.

Importância das competências sócio-morais:


 Importantes para poder interagir de forma
positiva, respeitando os outros e respeitando-se
a si próprio
 Colocar-se no lugar dos outros, sendo capaz de
ler os sinais emocionais deles
 Uma boa preparação para a vida na sociedade

Importância das competências pessoais:


 Aprender como aprender mais importante de
que aprender conteúdos
 São importantes, não só para uma boa
preparação para a escola mas também para
toda a vida do indivíduo num mundo globalizado

29
Aplicar Educação Inclusiva

Registo de Unidade de Competência


Título da Unidade de
Aplicar Educação Inclusiva (EI)
Competência

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Descrever as diferentes necessidades especiais e identificar as causas do comportamento da criança;
2. Identificar intervenções pedagógicas adequadas no contexto de diferentes necessidades especiais;
3. Aplicar intervenções pedagógicas adequadas na base da EI.

Código: Nível do QNQP: 4


Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância
Data de Registo: Data de Revisão do Registo:
Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência
1. Descrever a) Resume a importância da participação das Importância da participação das crianças
diferentes crianças com necessidades especiais, as com necessidades especiais:
necessidades definições básicas utilizadas na EI e os objectivos  Permite o desenvolvimento do
especiais e principais da EI. potencial da criança
identificar as b) Descreve os principais tipos de necessidades  Através de métodos da EI promove a
causas do especiais e as suas manifestações. aprendizagem de todas as crianças
comportamento da c) Observa necessidades, capacidades, e interesses  É fundamento da tolerância
criança da criança com necessidade especial, e preenche
Parte I da Ficha individual 2. Definições básicas da EI:
d) Identifica, junto com colegas, os aspectos do  Deficiência ≠ Doença
ambiente da instituição de infância que podem  Deficiência = uma maneira de ser
agravar ou apoiar o comportamento da criança  “Criança com necessidades especiais”
com necessidade especial, e preenche Parte II a)
da Ficha individual 2. Objectivos principais da EI:
e) Recolhe informação sobre o historial e a situação  Incluir todas as crianças
familiar da criança, numa conversa respeitosa com
 Realizar os direitos das crianças
os pais, e preenche Parte II b) da Ficha individual
 Desenvolver o potencial individual da
2.
criança
 Aumentar a independência das
Evidências Requeridas
crianças (treinar em habilidades para
Evidência escrita: a vida, “life-skills”)
O formando:
 Descreve a importância da participação, as Tipos principais de necessidades
definições básicas e os objectivos principais da especiais:
EI  Necessidades especiais físicas,
 Descreve os principais tipos de necessidades auditivas, da visão, da fala
especiais e as suas manifestações. /linguagem
 Necessidades especiais mentais
Demonstração simulada:  Necessidades especiais da
O formando realiza conversa respeitosa com os pais, aprendizagem
recolhendo informação necessária sobre o historial e a  Necessidades especiais sociais e
situação familiar da criança com certa necessidade emocionais
especial.  Necessidades especiais múltiplas
 Autismo

30
Produto:  Síndroma de Dawn
O formando em grupo preenche as partes I e II da
Ficha individual 2 na base da observação duma Aspectos do ambiente da instituição que
criança com necessidades especiais e a partir de uma podem afectar o comportamento da
conversa com os pais. criança com necessidades especiais
incluem:
 Volume de barulho
 Escadas ou outras barreiras físicas
que dificultam o movimento
 Falta de acesso aos materiais
pedagógicos
 Ambiente afectivo (falta de carinho,
atenção)
 (Falta duma) estrutura clara /
organização do dia
 Exercícios inadequados à
capacidade da criança
 Nível elevado de competição

Ficha individual 2 da criança:


Parte I: Observação:
Identificar os interesses, capacidades e
dificuldades da criança.
Parte II: Ambiente e o historial:
a) Identificar aspectos do ambiente da
instituição que podem apoiar ou
agravar o comportamento / a
necessidade especial da criança
b) Identificar causas prováveis no
historial da criança e na situação
familiar7.

Necessidades, capacidades e interesses


da criança ligadas a:
 Áreas de desenvolvimento
 Material pedagógico
 Actividades físicas e jogos

Durante a conversa respeitosa com os


pais, o educador...
 Fala de forma amigável e respeitosa
 Pergunta como a criança/pais se
comportam em casa (ex., como a
criança interage com os amigos)
 Pode questionar sobre as razões de
certas acções da criança /pais
 Procura saber se há questões que a
família quer discutir
 Ouve as respostas com atenção,
sem julgar
 Discute boas práticas da família
 Dá conselhos ou transmite
experiências relevantes se a família

7O formando irá aprender a recolher a informação da família de maneira mais sistemática no Módulo 6: Analisar em equipa o
desenvolvimento da criança e colaborar com a família.

31
necessitar
 Usa a língua (local) da família, se for
possível

2. Identificar a) Identifica, com colegas, as metas individuais da Ficha individual 2, Parte III
intervenções criança na base das Partes I e II da Ficha individual a) Metas individuais:
pedagógicas 2 e anota-as na Parte III a) da mesma.  Para habilidades para vida diária
adequadas no b) Identifica, com colegas, os passos de (‘life-skills’)
contexto de aprendizagem necessários para atingir cada meta  Para áreas pedagógicas
diferentes individual, e preenche Parte III b) da Ficha  Para competências pessoais (de
necessidades individual 2. aprendizagem)
especiais c) Descreve com detalhe necessário as técnicas de
promoção do desenvolvimento no contexto dos b) Passos de aprendizagem:
principais tipos de necessidades especiais. Passos concretos necessários para
d) Identifica actividades com a criança, com a família atingir cada meta individual
e acções para melhorar o ambiente na instituição
para promover os passos de aprendizagem, e Técnicas de promoção do
preenche a Parte IV da Ficha individual 2. desenvolvimento das crianças com
necessidades especiais (exemplos):
Evidências Requeridas  Perturbações de fala: exercício
Evidência escrita: muscular dos lábios e da língua
O formando descreve as técnicas de promoção do  Ansiedade, medos: imaginação
desenvolvimento no contexto duma necessidade meditativa; séries de movimentos
especial física e duma necessidade especial de para poder aumentar a confiança na
aprendizagem. sua força fisica
 Falta de atenção: Exercícios de
Produto: concentração
Os formandos preenchem, em grupos pequenos, as  Dificuldades de movimento:
Partes III a) e b), e IV da Ficha individual 2 na base da Fortalecimento do equilíbrio e do
observação duma criança, e de acordo com critérios controle do corpo através do dispor
de desempenho a), b), e d). de equipamento para exercícios
fisicos

Ficha individual 2, Parte IV:


Promover passos de aprendizagem:
 Acções para melhorar o ambiente
na instituição
 Acções para melhorar o ambiente
em casa
 Actividades com a criança (para
serem continuadas em casa)

3. Aplicar a) Explica os benefícios de actividades inclusivas Benefícios de actividades inclusivas para


intervenções para todas as crianças e como atingir estes todas as crianças:
pedagógicas benefícios.  Aprendizagem social (ex.: respeitar
adequadas na b) Apresenta e aplica os critérios principais para a cada criança tal como é)
base da EI criação de grupos de crianças com e sem  Exercício de apoiar e receber apoio
necessidades especiais.  Conhecimento das suas
c) Descreve e implementa as formas de estimular o capacidades e necessidades
contacto entre crianças com e sem necessidades  Cria uma visão mais ampla sobre os
especiais. conteúdos de aprendizagem
d) Descreve e implementa as formas de diferenciar o
grau de dificuldade das actividades pedagógicas, Critérios principais para a criação de
para crianças com várias capacidades. grupos:
e) Realiza actividades em grupos pequenos,

32
promovendo os passos de aprendizagem da  Proporção (rácio) de crianças com
criança com necessidades especiais, descritos nas múltiplas necessidades especiais
Partes III b) e IV da Ficha individual 2.  Proporção (rácio) de crianças com
f) Reflecte sobre o processo de desenvolvimento da necessidades especiais “ligeiras”
criança, actualizando a Ficha individual 2 Partes I a  Proporção (rácio) de crianças,
IV. educadores, assistentes
 Idade e nível de maturidade das
Evidências Requeridas crianças
Evidência escrita:  Interesses e capacidades das
O formando... crianças
 Explica os benefícios de actividades inclusivas e
como atingir estes benefícios, e os critérios Estimular o contacto entre crianças com e
principais para criação dos grupos de crianças sem necessidades especiais, através de:
com e sem necessidades especiais  Jogos e actividades físicas em
 Descreve as formas de estimular o contacto grupos heterogéneos completos e
com, e as formas de diferenciar o grau de em grupos pequenos
dificuldade das actividades para, as crianças  Tarefas que destacam as
com necessidades especiais. capacidades da criança com
necessidades especiais
Demonstração real:  Materiais pedagógicos que
O formando realiza uma actividade pedagógica com interessam as crianças e assim
um grupo que inclui criança/s com necessidades servem como uma “ponte” entre as
especiais de acordo com os critérios de desempenho diferentes crianças
b) a e).  Ambiente positivo, pacífico e
tolerante
Produto:  Ambiente físico que estimula
O formando apresenta as partes I a IV da Ficha interacção (ex., mesas grandes,
individual actualizadas na base da observação imagens interessantes, etc.)
continua duma criança.  Aceitação e capacidade de ouvir
sentimentos individuais (também
sustos, dúvidas, etc.) e capacidade
de responder

Formas de diferenciar o grau de


dificuldade nas actividades:
 Através de diferentes materiais
pedagógicos
 Através de diferentes tarefas
 Através de diferentes apoios

33
Agir com base nos direitos, necessidades e deveres das crianças

Registo de Unidade de Competência

Título da Unidade de
Competência
Agir com base nos direitos, necessidades e deveres das crianças

Descrição da Unidade de Competência:


Após da conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Implementar os direitos da criança e descrever a sua ligação com as necessidades e deveres da criança;
2. Reagir adequadamente às necessidades da criança;
3. Identificar abuso sexual na criança, explicar como prevenir e responder adequadamente à situação de abuso.

Código: Nível do QNQP: 4


Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância
Data de Registo: Data de Revisão do Registo:
Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência

1. Implementar os a) Nomeia direitos da criança.


Direitos da criança
direitos da b) Implementa no seu trabalho os
 à amor, segurança e compreensão
criança e direitos da criança à expressão, à
descrever a sua participação, a brincar e à  à saúde, alimentação, moradia e assistência médica
ligação com as educação. adequadas
necessidades e c) Define a ligação entre os direitos da  à protecção
deveres das criança, as suas necessidades e os  a todas as facilidades e oportunidades para se
crianças seus deveres. desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade.
d) Exemplifica as consequências de  de brincar
não respeitar as necessidades da  à educação
criança.  à participação
e) Define o conceito “crianças  à expressão
vulneráveis” e exemplifica de que  a cuidados especiais para a criança física ou
maneira os direitos delas não são mentalmente deficiente
respeitadas.  a ser protegida contra qualquer tipo de preconceito, seja
de raça, religião ou posição social
Evidências Requeridas
Exemplos de como implementar o direito à expressão:
Evidência escrita:  Compreender que a expressão é a forma de a criança
O formando... mostrar o que sente, pensa, o que aprendeu e o que lha
 Nomeia direitos da criança ocupa
 Identifica como implementar o  Compreender que a expressão ajuda para a criança
direito da criança à educação aliviar-se de sentimentos
 Descreve e exemplifica a ligação  Deixar a criança expressar diferentes opiniões, ideias e
entre os direitos, as necessidades sentimentos
e os deveres da criança  Deixar a criança expressar-se por diferentes maneiras
 Exemplifica as consequências de socialmente aceitáveis (falar, cantar, chorar, pintar,
não respeitar as necessidades da modelar, faz-de-conta…)
criança  Ouvir com atenção qualquer expressão da criança e levá-
 Define o conceito “crianças las a sério
vulneráveis“ e exemplifica de que
maneira os direitos das crianças

34
vulneráveis não são respeitadas. Exemplos de como implementar o direito à participação:
 Participação activa em todos os momentos do dia
Demonstração real:  Deixar a criança mesmo participar activamente em
O formando implementa no seu trabalho processos nos quais ainda não pode cuidar de si próprio
os direitos da criança à expressão, à (Ex.: alimentar-se)
participação e a brincar, e logo a seguir  Participação de todas as crianças, independente da sua
da demonstração faz uma auto-avaliação origem ou de características específicas
do que até agora fez para tornar a  “Ouvir” as contribuições (opiniões, ideias, sentimentos)
implementação destes direitos na sua das crianças e levá-las a sério integrando-as nos
instituição possível, as dificuldades nesse processos do dia
processo e o que ainda pretende fazer.  Criar um ambiente que permite às crianças decidir entre
diferentes escolhas
 Estar atento e presente, mas não manipular a criança na
sua actividade
 Promover autonomia e responsabilidade na criança
mantendo ao mesmo tempo uma ligação emocional e
afectiva forte
 Diferenciar responsabilidades do educador e
responsabilidades da criança

Como implementar o direito à educação:


Este direito
 Inclui a possibilidade de escolha livre para decidir o que
quer aprender, como e quando
 Inclui a possibilidade de errar e não ser castigado ou
envergonhado por isso
 Deve realizar-se sempre em ligação com os outros
direitos da criança (ver acima)
 Inclui não trabalhar com as crianças apenas com a
intenção de prepara-las à escola, mas sim para dá-las
oportunidade de se desenvolver plenamente
 Inclui a disponibilização de um ambiente estimulante e
seguro

Exemplos sobre como implementar o direito de brincar:


 Dar tempo suficiente para actividades livres com escolha
e interacção livre
 Criar um ambiente com brinquedos e materiais suficientes
 Criar um ambiente com espaço suficiente para cada
criança poder movimentar-se intensivamente
 Permitir às crianças brincarem livremente e não apenas
em forma de jogos dirigidos
 Acompanhar as crianças e criar regras na instituição para
assegurar o direito de cada à liberdade e dignidade

Ligação entre direitos, necessidades e deveres das crianças:


 Direitos das crianças baseiam-se nas necessidades
delas. (O não respeito pelas necessidades duma criança
resulta, cedo ou tarde, em problemas no desenvolvimento
dela).
 Deveres duma criança não são abstractos, mas sim
referem-se às responsabilidades que ela tem na
satisfação das suas necessidades/ dos seus direitos.

35
Consequências de não respeitar as necessidades duma
criança:
 Atraso noutras etapas de desenvolvimento ou limitações no
desenvolvimento
Ex.: Se as necessidades da criança de experimentar
com todos os seus sentidos e de movimentar-se não
são satisfeitas, isto pode resultar em atraso no
desenvolvimento do cérebro da criança por falta de
experiências suficientes. Por isso a criança tem o direito
a todas as facilidades e oportunidades para se
desenvolver plenamente
 Avanço demasiado rápido numa dada área a custa do
desenvolvimento em outras áreas
Ex.: Se a necessidade da criança a brincar livremente
não é satisfeita porque sempre é levada a escrever
números e letras, a criança vai ler e escrever mais
cedo, mas não vai desenvolver competências pessoais
e sociais suficientes. Por isso a necessidade de brincar
livremente torna-se um direito.
 Permanência de necessidades infantis enquanto adulto →
problemas nas relações entre adultos
Ex.: Se a necessidade de amor e atenção duma criança
não são satisfeitas na infância, isto pode provocar
distúrbios na idade adulta (O adulto exige amor
incondicional como se ainda fosse criança). Por isso a
necessidade de amor torna-se um direito.

Crianças vulneráveis…
são crianças que não são respeitadas de uma forma
permanente nos seus direitos/ necessidades.
Exemplos
 Criança que não têm espaço/ tempo para brincar
livremente e para movimentar-se
 Crianças abusadas
 Crianças mal tratadas emocionalmente
 Crianças negligenciadas
 Crianças órfãs
 Crianças fugitivas
 Crianças com necessidades especiais não tratadas
adequadamente
Sempre que um direito não é respeitado de forma permanente
tornando a criança vulnerável, a consequência é que essa
criança torna-se vulnerável também em outros direitos.

2. Reagir a) Identifica como a criança manifesta Como a criança manifesta as suas necessidades:
adequadamente as suas necessidades.  Através da fala (ex. “Eu quero/ preciso…”)
às necessidades b) Distingue desejos e necessidades  Através de uma acção (ex.: bater a mesa)
da criança substituintes das necessidades e  Através de um comportamento (ex. ser apático)
indica como reagir adequadamente  Através duma atitude (ex. ter interesse ou não)
em cada caso.  Através da linguagem não-verbal (ex. mímica)
c) Identifica condições que devem ser
criadas para a criança satisfazer as Necessidades:
suas necessidades respondendo ao  São necessidades básicas, necessidades de
mesmo tempo à diversidade das desenvolvimento e aprendizagem e necessidades sociais
necessidades numa instituição. (veja hierarquia das necessidades no modulo 1)
d) Cria um ambiente que permite à

36
criança satisfazer ela própria as suas  Têm a função de servir ao desenvolvimento da criança/
necessidades ou a participar na sua são a força motriz do desenvolvimento da criança
satisfação e explica a importância  Por isso ignorar estas necessidades pode criar problemas
disso. no desenvolvimento da criança
e) Ajuda a criança a satisfazer as suas
necessidades de forma adequada e Desejos:
explica a importância de agir desta  Differem-se das necessidades uma vez que a falta da sua
maneira. satisfação não cria problemas no desenvolvimento duma
f) Nomeia como as crianças aprendem criança/ a sua satisfação não é indispensável para o seu
a respeitar as suas necessidades e desenvolvimento. Exemplos: “Quero sorvete.”
as das outras.  A satisfação repetitiva de certos desejos pode criar
dependência (ex.: consumir açúcar, assistir televisão)
Evidências Requeridas
Necessidades substituintes:
Evidência escrita:  São necessidades ou desejos que subsituem
O formando... necessidades que não são satisfeitas.
 Distingue desejos e necessidades  A falta de satisfação da necessidade substituída por esta
substituintes das necessidades e necessidade substituinte traz problemas no
indica como reagir em cada caso. desenvolvimento da criança
 Identifica como a criança manifesta Exemplos:
as suas necessidades o Criança exige doces ou brinquedos para substituir a
 Identifica condições que devem ser falta de amor
criadas para a satisfação das o Criança para de brincar e quer sempre escrever
necessidades das crianças letras e números para substituir a necessidade de ser
respondendo ao mesmo tempo à sua amada incondicionalmente (porque os pais apenas
diversidade numa instituição estão satisfeitos quando a criança “aprende bem”)
 Explica a importância de criar um
ambiente que permite à criança Reagir adequadamente quando criança mostra uma
satisfarzer ela própria as suas necessidade ou desejo:
necessidades ou a participar na sua 1. Procurar identificar se se tratar duma necessidade, dum
satisfação desejo ou duma necessidade substituinte orientando-se
 Explica a importância de criar um nas seguintes perguntas:
ambiente que permite a criança o “A permanente falta de satisfação daquilo que a
satisfazer as suas necessidades de criança quer pode criar problemas no desenvolvimento
forma adequada dela ou não?”/ “A satisfação daquilo que a criança quer
 Nomeia como as crianças aprendem tem algo que pode contribuir para o desenvolvimento
a respeitar as suas necessidades e dela?”
as de outras crianças. o Por atrás daquilo que a criança quer haverá ou não
uma necessidade que não está sendo satisfeita?
Demonstração real ou simulada: 2. Se se tratar duma necessidade:
O formando responde às necessidades Respeitar agindo de acordo com o que aprenderão a
das crianças de acordo com os critérios seguir
de desempenho d) e e). 3. Se se tratar dum desejo:
 pode satisfazer ou não dependendo da decisão do
(Todos os critérios de desempenho que adulto
não foram possíveis avaliar na  Limitar se tiver potencialidade de criar dependência
demonstração real devem ser avaliadas 4. Se se tratar duma necessidade substituinte
numa demonstração simulada.)  Limitar se tiver potencialidade de criar dependência
 Procurar identificar a necessidade que não está
sendo satisfeita (a necessidade substituída)
 Criar condições para esta necessidade seja satisfeita.

Condições que devem ser criadas para a criança satisfazer as


suas necessidades respondendo ao mesmo tempo à
diversidade das necessidades das crianças no grupo:
 Criar um ambiente estimulante com várias áreas de

37
actividades e uma diversidade de materiais que permitem
o a satisfação das necessidades observadas nas
crianças
o que por escolha livre várias crianças podem
satisfazer uma variedade de necessidades diferentes
ao mesmo tempo
 Desenvolver um sistema de organização dentro da
instituição
o Entre os educadores (ex. que cada educador fica
responsável por certa área)
o Regras que permitem que não haja confusão (ex.
limitar o números de crianças que podem entrar
numa área de actividades)
 Materiais de diferentes níveis de dificuldade
 Realizar uma variedade de actividades dirigidas que
incluem os seus diferentes interesses

Criar condições para a criança satisfazer as suas


necessidades para garantir uma aprendizagem baseada na sua
motivação intrínseca (e não fazer o que o adulto quer que ela
aprenda) inclui também:
Não realizar actividades ou demonstrar o uso dum material
didáctico antes de a criança demonstrar a necessidade e o
interesse (ex. não mandar as crianças de 4 anos a aprender a
escrever letras)

Criar um ambiente que permite à criança satisfazer por si


própria a sua necessidade:
 Não é tarefa do educador de satisfazer todas as
necessidades da criança, mas sim de criar condições
para ela própria poder satisfazê-las em autonomia
 Em momentos de desafio não ajudar imediatamente a
criança a chegar ao resultado por ela desejado, se for
preciso apoiar de maneira a estimular a criança a agir em
autonomia e de acordo com as suas capacidades
 O educador permite e exige à criança a assumir a
responsabilidade relacionada com a sua necessidade (=
deveres relacionados com os seus direitos)

Criar um ambiente que permite à criança participar na


satisfação das suas necessidades:
Há necessidades que a criança ainda não é capaz de
satisfazer por si próprio. Neste caso o educador deve permitir
ou exigir a criança participar tanto quanto possível na sua
satisfação.
Ex.: O educador permite ao bebé pegar ela própria a colher
mesmo que venham a cair partes da comida
Ex.: A criança precisa do apoio do educador ao calçar sapatos.
O educador exige à criança a esticar o seu pé e a prestar
atenção na acção do educador

Importância de criar condições para a criança poder satisfazer


ela própria as suas necessidades ou participar na satisfação
delas:
 Saber satisfazer por si próprio as suas necessidades
significa ser autónoma
 Ser autónoma aumenta a forca, o auto-estima e o sentido

38
de responsabilidade duma pessoa
 A criança tem a necessidade/o direito a satisfazer as suas
necessidades por si própria

Como ajudar a criança a satisfazer as suas necessidades de


forma adequada:
Pode ser que uma criança satisfaça uma necessidade
verdadeira, mas faz isto duma maneira não adequada. Isso fica
visível através dum comportamento não adequado. Ao invés de
apenas limitar esse comportamento, seguir os seguintes
passos:
1. Limitar o comportamento não adequado
2. Procurar identificar a necessidade por detrás do
comportamento não adequado
3.a Apoiar a criança a encontrar a maneira ou o lugar
adequado dando-lhe opções
Ex.: Criança nas actividades livres a correr na sala de
material didáctico → Nec. de movimentar-se → 1.dar duas
opções: “Se quiseres correr, podes ir ao pátio. Se quiseres
brincar aqui, deves parar de correr.”/ 2. repetir/ 3.avisar: “Se
não pares de correr, hei-de te levar ao pátio. Lá podes correr
à vontade.”/ 4. levar a criança ao pátio onde pode correr.

OU (se não tiver condições adequadas na instituição)


3.b Criar condições para a criança poder satisfazer a sua
necessidade de maneira adequada
Ex.: Criança a bater com um pau na mesa, nas janelas, na
viola → Nec. de distinguir sons de diferentes objectos →
construir/ recolher materiais que permitem a criança escutar
sons de diferentes objectos

Importância de responder correctamente a um comportamento


não adequado duma criança:
 A criança sente-se respeitada nas suas necessidades e
entende que tem maneiras adequadas e não adequadas
de vivê-las
 A criança aprende a desenvolver a sua força de vontade
(sentir e entender as suas necessidades - o que quer e o
que não quer)
 A criança aprende a ter opções

Como a criança aprende a respeitar as suas necessidades e as


necessidades das outras:
 Os adultos respeitam as necessidades da criança - a
criança sente-se respeitada nas suas necessidades
(aprende do modelo do educador)
 Os adultos respeitam as suas necessidades e as das
crianças levando as duas a sério)
 Criando condições para interacções livres entre crianças
amigas nas quais a necessidade delas de continuarem
amigas e a brincar juntas é uma motivação para se
colocar na posição do outro e assim a respeitar as
necessidades dos outros e as suas.

3. Identificar abuso a) Explica o mecanismo de auto- O mecanismo de auto-regulação duma criança pode ser
sexual na regulação duma criança, como ele comparado com o funcionamento duma célula que com ajuda

39
criança, explicar pode ser danificado e quais as do seu núcleo e da sua membrana semi-aberta sabe responder
como prevenir, e possíveis consequências dessa adequadamente às influências que vêm de fora (abrir ou
responder danificação. fechar-se quando for preciso)
adequadamente b) Identifica como ajudar a prevenir o Uma criança com este mecanismo em função:
à situação de abuso sexual da criança.  Sabe distinguir entre o que é bom e o que não é para ela
abuso c) Identifica crianças abusadas através  Mostra motivação intrínseca (abre-se) em relação às
de uma lista de sintomas coisas que podem servir ao seu desenvolvimento
manifestadas pela criança.  Fecha-se perante aspectos prejudiciais a ela
d) Reage adequadamente quando  Procura ajuda e orienta-se em pessoas de referência em
confrontado com a situação duma momentos onde não tem conhecimentos suficientes para
criança provavelmente sexualmente decidir se algo é bom ou é mau para a sua vida
abusada. Uma criança deste tipo é mais protegida perante o abuso
sexual!
Evidências Requeridas
O mecanismo de auto-regulação pode ser danificado:
Evidência escrita: Quando não respeitados/ feridos os limites físicos, psico-
O formando... emocionais e/ ou cognitivos duma criança
 Explica o mecanismo de auto- Exemplos:
regulação, como ele pode ser  Ferir limites físicos: lavar o corpo da criança duma
danificado e quais as possíveis maneira rápida e não respeitosa
consequências dessa danificação  Ferir limite emocional: dizer à criança no hospital “ah, não
 Identifica como ajudar prevenir o dói, não precisas gritar” quando ela for picada
abuso sexual  Ferir limite cognitiva: ensinando a criança conteúdos dos
quais ainda não demonstrou interesse, maturidade ou
Demonstração simulada: capacidade
O formando...
 Identifica através de uma lista de Consequências de danificar o mecanismo de auto-regulação:
sintomas uma criança Uma criança cujo mecanismo de auto-regulação está
provavelmente abusada estragado...
 Reage adequadamente sendo  Não sente o que lhe faz bem e o que lhe faz mal e fica
confrontado com uma criança dependente de outros neste assunto
provavelmente sexualmente  Fica demasiado aberta ou demasiado fechada perante
abusada. influências de fora
 Desenvolve uma relação extrema perante autoridades (ou
aceitação demasiada ou rebeldia perante autoridades)
Uma criança deste tipo fica demasiada frágil e assim vulnerável
perante o abuso sexual!

Aspectos que contribuem para uma prevenção dum possível


abuso sexual:
 Criar um relacionamento respeitoso com a criança,
assegurar que não fere o mecanismo de auto-regulação
da criança capacitando-a desta maneira a sentir os seus
limites pessoais e a reagir na base deste sentimento
 Respeitar os gostos de cada criança e ajudar a
desenvolver a força de vontade delas (Isto quero/ gosto e
isto não quero/ não gosto)
 Ajudar a criança a respeitar os gostos, vontades e limites
individuais e dos outros
 Apoiar a criança a colocar limites para si mesma e para
as outras expressando-se com linguagem pessoal

Sintomas manifestadas por crianças que provavelmente


sofreram de abuso sexual (ou outros tipos de abuso:
 Mudanças bruscas de comportamento e de humor da
criança

40
 Comportamentos regressivos e/ou agressivos, sonolência
excessiva, perda ou excesso de apetite
 Comportamentos sexuais inadequados para a idade ou
compulsivos,
 Baixa auto-estima, insegurança, busca de isolamento e
auto - injúria
 Insónia, pesadelos ou ansiedade ou depressão
 Mentiras
 Ataques de pânico
 Dificuldade cognitiva ou de aprendizagem ou problemas
de atenção
 Lesões, hematomas e outros ferimentos frequentes sem
uma explicação clara sobre a sua origem
 Doenças sexualmente transmissíveis
 Fugas de casa
 Medo generalizado ou medo de adultos estranhos, no
escuro, de ficar sozinho e de ser deixado próximo ao
potencial agressor ou de certos lugares
 Roubo ou pedir em demasiado
 Tentativas de suicídio
 Sem vínculo afectivo com os pais
Deve perceber que um tipo de abuso pode estar associado a
outros tipos de abuso.

Reagir adequadamente perante uma criança provavelmente


abusada sexualmente:
 Ouvir atentamente, sem interrupções, e não pressionar ou
colocar muitas perguntas para obter informações
 Levar a sério tudo o que ouvir, sem julgar, criticar ou
duvidar do que a criança diz
 Manter-se calmo e tranquilo, sem reacções extremas ou
passionais
 Anotar tudo que lhe foi dito, pois isso poderá ser utilizado
em procedimentos legais posteriores
 Mostrar-se disponível a conversar e apoiar e reforçar que
a criança não tem culpa do que aconteceu
 Explicar à criança que será necessário conversar com
outras pessoas para protegê-la
 Evitar que muitas pessoas saibam dos acontecimentos,
para minimizar a estigmatização da criança
 Contactar os serviços de protecção social

41
Promover comportamento social nas crianças

Registo de Unidade de Competência


Título da Unidade de
Promover comportamento social nas crianças
Competência

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Reflectir sobre a situação de crianças com comportamento desviante e exemplificar razões por detrás desse
comportamento;
2. Apoiar adequadamente a criança com comportamento desviante;
3. Ajudar a criança a praticar bons hábitos de comportamento social.

Código: Nível do QNQP: 4


Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância
Data de Registo: Data de Revisão do Registo:
Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência
1. Reflectir sobre a a) Reflecte sobre o costume de chamar às Possíveis comportamentos desviantes:
situação de crianças “crianças chatas”. Crianças
crianças com b) Ao observar as crianças nos vários  tristes e chorando
comportamento processos e actividades identifica  tímidas (que brincam sozinhas; que não falam; que
desviante e crianças com comportamentos são passivas)
exemplificar razões desviantes e preenche a Parte I da  agitadas
por detrás desse Ficha individual 2.  agressivas (batem; tiram coisas; estragam material)
comportamento c) Identifica razões por detrás dum  que dependem demais dos outros (crianças /
comportamento desviante instantâneo educador)
ou permanente.  com tiques (mordem as suas unhas, balanceiam
d) Exemplifica ambientes não adequados permanentemente o corpo de um lado para o outro)
para o desenvolvimento duma criança  sem apetite
que provocam comportamentos
 com comportamento de adultos ou demasiado
desviantes.
infantil
e) Exemplifica os dois tipos de imitação de
 que fazem muito xixi durante o dia
modelos de pessoas de referência
pelas crianças descreve o impacto da  que exigem permanente atenção
imitação inversiva.  sem vínculo afectivo com os pais
 com um conhecimento sexual bizarro
 que fogem de casa ou da instituição
Cuidado: Não se fala dum comportamento desviante
quando a criança por vezes quebra uma regra ou tem um
conflito com uma outra criança. Esse tipo de situações
faz parte da vida e de aprendizagem.

Ficha individual 2:
Parte I: Observação:
Identificar os interesses, capacidades e dificuldades da
criança.
Parte II: Ambiente e o historial:
a) Identificar aspectos do ambiente da instituição que
podem reforçar ou agravar o comportamento da

42
criança
b) Identificar causas prováveis no historial da vida da
Evidências Requeridas criança e na situação familiar8.
(Parte III apenas se preenche em relação à crianças com
Evidência escrita: NEE - ver módulo 3)
O formando... Parte IV: Actividades para promover o desenvolvimento
 Nomeia possíveis comportamentos da criança (para melhorar o ambiente institucional ou
desviantes familiar e para lidar com o comportamento da criança)
 Identifica razões por detrás dum
comportamento desviante instantâneo Razões por detrás de comportamentos desviantes:
ou permanente Comportamentos desviantes não são causados pela
 Exemplifica ambientes não adequados maldade da criança, mas sim tem uma razão por detrás
para o desenvolvimento duma criança que leva a criança a agir desta maneira
que provocam comportamentos Na maioria dos casos são:
desviantes  Sinal de alarme sobre um ambiente não adequado
 Exemplifica os dois tipos de imitação para o desenvolvimento da criança
de modelos de pessoas de referência  Imitação directa ou oposta do modelo das pessoas
pelas crianças descreve o impacto da de referência (seguir um modelo)
imitação inversiva. Por vezes:
 Doenças
Demonstração real:  Mudanças na vida da criança
Os formandos, em pequenos grupos, Ex.: A criança ‘é nova na instituição de infância e
realizam um debate tipo “pro” e “contra” no chora por ficar isolada das suas pessoas de
qual um grupo argumenta a favor e um referência
outro contra o costume de chamar uma
criança com comportamento desviante Comportamentos desviantes instantâneos e
“criança chata”, trocando depois os papeis permanentes:
 Dependendo da gravidade, cada um desses
Produto:
aspectos pode levar a criança a ter comportamentos
Os formandos, em pequenos grupos ou
desviantes:
individualmente, identificam na sua
o Instantâneos (só num momento/ num dia/
instituição de prática duas crianças com
de vez em quando)
comportamento desviante e preenchem,
o Permanentes (durante várias dias, meses
em relação a cada criança, a Parte I da
ou anos)
Ficha individual 2.
 Crianças com comportamentos desviantes
permanentes são crianças vulneráveis.

Ambientes não adequadas que provocam


comportamentos desviantes são ambientes que não
respeitam os direitos e necessidades das crianças:
 Falta de amor, carinho, atenção
Ex.: Os pais oferecem muitos brinquedos, mas andam
muito ocupados, não prestam atenção à criança; a
criança não se sente amada
 Falta de nutrição ou cuidados de saúde suficientes e
adequados
Ex.: Crianças que sofrem de fome
Ex.: Crianças que demasiadamente chupam doces
 Falta de segurança e protecção
Ex: pais em conflito, órfãos, falta de regularidade no
quotidiano
 Falta de respeito perante os limites e
responsabilidades da criança
Ex.: Violência física e psico-emocional

8O formando irá aprender a recolher a informação da família de maneira mais sistemática no Módulo 6: Analisar em equipa o
desenvolvimento da criança e colaborar com a família.

43
Ex.: Crianças não permitidas a tomarem decisões por
si próprios, a agirem com autonomia
 Falta de participação e de ser levado a sério
Ex.: Uma criança com necessidades especiais que
fica sempre ao lado e não é envolvida nas actividades
na instituição
Ex.: Ninguém ouve as ideias ou outras expressões da
criança.
 Falta de condições para um desenvolvimento pleno
Ex.: Uma instituição de infância com pouco espaço no
pátio em relação ao número de crianças
 Falta de tempo para movimentar-se, brincar e interagir
livremente com outras crianças
Ex.: As crianças apenas têm 15 min de actividades
livres durante a manhã.
 Falta de estímulos no ambiente e falta de condições
que permitam às crianças experimentarem
Ex.: Crianças não encontram um lugar onde podem
experimentar os aviões que construíram e sobem
continuamente às mesas
 Estimulação demasiada e inadequada
Ex.: música alta e sem intervalo, barulho de estrada,
assistência demasiada à televisão, assistência de
programas não adequados

Exemplos dos dois tipos de imitação da criança de


modelos de adultos:
 Imitação directa
Ex.: Pai bate a mãe - criança bate outra criança;
Ex.: Mãe esconde a sua tristeza sobre marido
assassinado - filho obedece sem questionamento, de
forma aparentemente calma mas melancólica
 Imitação inversiva
Ex.: Pai bate mãe - filho mostra comportamentos auto
agressivos
Ex.: Mãe esconde a sua tristeza sobre marido
assassinado - filho provoca conflitos com qualquer
pessoa externa à família

Impacto da imitação inversiva:


Inconscientemente acaba por ter uma função pois a
criança através deste comportamento mostra algo
incorrecto que parte sobretudo da própria
família/instituição. A família /instituição pode aproveitar
esses sinais para “curar-se” a si próprias melhorando
desta maneira o ambiente dentro da família/instituição.

44
2. Apoiar a) Fundamenta as atitudes adequadas Atitudes adequadas para lidar com crianças com
adequadamente a para lidar com crianças com comportamentos desviantes:
criança com comportamentos desviantes.  Ver cada criança como uma pessoa boa
comportamento b) Nomeia os passos de como responder  Reconhecer os comportamentos deles como sinal de
desviante adequadamente aos comportamentos alarme ou imitação das pessoas de referência
desviantes e explica porquê agir desta  Mostrar uma atitude calma e de amor perante a
maneira. criança porque o que é mau é o comportamento e
c) Procura entender com colegas/ pais o não a criança
que no ambiente da criança pode estar
a causar o comportamento e acorda Passos de como responder adequadamente aos
com colegas/pais sobre como melhorar comportamentos desviantes:
o ambiente na instituição ou em casa e  Limitar logo um comportamento que afecta
preenche as Partes II e IV da Ficha negativamente aos outros/aos objectos
individual 2.  Procurar em equipa e com os pais entender o que no
d) Acorda com colegas/ pais sobre como ambiente da criança (na instituição, em casa) pode
reagir perante a criança duma maneira causar o comportamento
não manipulativa e preenche a Parte IV  Acordar com colegas / pais sobre o que deve ser
da Ficha individual 2.9 feito para melhorar o ambiente na instituição e/ou em
e) Analisa a qualidade de conversas em casa
equipa ou com pais sobre uma criança  Acordar com colegas/ pais sobre como reagir perante
com comportamento desviante. a criança duma maneira não manipulativa
f) Resume a função do choro e como lidar
 Implementar na instituição o que foi decidido ou/ e
com crianças que choram.
acompanhar os pais nessa implementação
 Contactar os serviços adequados se a causa é
Evidências Requeridas derivada de alguém próximo da criança e agir com
cuidado para não deixar a criança ainda mais
Evidência escrita:
vulnerável a situação
O formando...
 Fundamenta as atitudes adequadas
Porquê agir desta maneira:
para lidar com crianças com
Como os comportamentos desviantes na maioria dos
comportamentos desviantes
casos são causados por um ambiente não adequado
 Nomeia os passos de como para o desenvolvimento da criança e maus modelos das
responder adequadamente aos pessoas de referencia, a mudança do comportamento em
comportamentos desviantes e explica primeiro lugar exige melhorar o ambiente da criança (por
porquê agir desta maneira ex. na instituição e/ ou em casa) ou o comportamento da
 Resume a função do choro e como pessoa de referencia ao invés de fazer um tratamento
lidar com crianças que choram. com a criança forcando-a a mostrar o comportamento
social desejado. A eliminação das causas do
Demonstração simulada: comportamento desviante leva a criança a parar o
O formando responde adequadamente aos mesmo.
comportamentos desviantes das crianças
de acordo com os critérios de desempenho Exemplos de maneiras não manipulativas de reagir
c) e d). perante crianças:
Ex 1: Criança hiperactiva
Demonstração real:  Não dar remédios para acalmar a criança
Os formandos, em pequenos grupos,
 Não se concentrar em treinar a criança para se
analisam a qualidade duma conversa em
mostrar um comportamento calma
equipa ou com pais sobre uma criança com
 Permitir à criança a interagir livremente num
comportamento desviante.
ambiente estimulante com muito espaço e objectos a
explorar e não obrigá-la a participar em actividades
Produto:
que exigem muita concentração
Os formandos, em grupos pequenos,
preenchem as Partes II e IV da Ficha  Levar a criança com firmeza a agir de acordo com as
regras estabelecidas na instituição

9Neste módulo as actividades serão realizadas apenas de forma simulada, contudo no módulo sobre famílias (Módulo 6) já serão realizadas
de forma real.

45
individual 2 na base dos critérios de  Dar muita atenção e carinho a esta criança, não só
desempenho c) e d). em momentos de conflito

Ex. 2: Criança demasiadamente dependente duma outra


criança assim que já não participa nas actividades de
certas áreas pedagógicas porque a amiga não quer que
ela participe
 Não resolver o problema por ela (exigir da outra a
deixar a amiga ir à área aonde quer, separar as
crianças),
 Acompanhar com paciência a criança no seu
processo de se aliviar da dependência (observar a
criança, estimulá-la às vezes a expressar como se
sente, mais tarde estimulá-la também a identificar as
razões por detrás destes sentimentos);
 Ter a confiança de que a criança com este
acompanhamento e através do ambiente estimulante
irá resolver o seu problema por si própria

Função do choro em geral: expressar a sua dor e aliviar-


se da mesma (direito da criança!)
Função do choro “não adequado à situação”: expressar
dores internalizadas no passado e aliviar-se das mesmas
(processo de curar-se)

Agir de maneira respeitosa perante crianças que choram:


 Aproximar-se (com calma, abaixando-se até à altura
da criança)
 Aceitar a expressão da dor no lugar de limitar o choro
 Não dar explicações no momento do choro (dor)
 Assumir a função de espelho - descrever como a
criança está a sentir-se
 Ficar calma, presente e atenta mesmo que o choro
leve muito tempo
 Não mentir, ameaçar ou prometer algo ou
envergonhar a criança para a criança acabar com o
choro
 Não desistir dos limites estabelecidos só para
acalmar a criança

3. Ajudar a criança a a) Descreve a diferença entre regras e Exemplos de bons hábitos de comportamento social:
praticar bons bons hábitos de comportamento social  Cumprimentar e despedir
hábitos de e como intervir em cada situação.  Limpar o nariz de forma adequada
comportamento b) Justifica porquê o educador deve  Fechar a porta/ carregar cadeiras em silêncio
social praticar as bons hábitos de  Sentar-se de maneira correcta
comportamento social que quer que as  Fechar a boca ao comer
crianças pratiquem.
c) Ajuda a criança de forma respeitosa a Diferença entre regras e bons hábitos de comportamento
praticar bons hábitos de social:
comportamento social.  Regras são imprescindíveis para o convívio e não
podem ser quebradas de qualquer maneira. - O
educador deve intervir imediatamente.
 Bons hábitos de comportamento social não são
imprescindíveis para o convívio. - Falta de bons
hábitos de comportamento social não exige uma

46
Evidências Requeridas intervenção imediata do educador.
Evidência escrita:
Porquê o educador deve praticar as bons hábitos que
O formando…
quer que as crianças pratiquem:
 Descreve a diferença entre regras e Porque o ser/ o modelo do educador tem o maior impacto
bons hábitos de comportamento social na educação. (“O factor mais eficaz é como o educador
e a maneira adequada de intervir em é; em segundo lugar, o que faz; e, em terceiro, o que ele
cada situação diz.”- citação de Romano Guardini)
 Justifica porque o educador deve
praticar os bons hábitos que ele quer Como ajudar a criança de forma respeitosa a praticar
que as crianças pratiquem. bons hábitos de comportamento social:
1. Não envergonhar e não corrigir o comportamento da
Demonstração real ou simulada: criança
O formando ajuda a criança de forma 2. Em vez disso convidar mais tarde (não no mesmo
respeitosa a praticar bons hábitos de momento) 3-5 crianças, incluindo essa criança, a
comportamento social. participar numa pequena demonstração.
3. Fazer demonstração do bom hábito de
comportamento social a esse pequeno grupo de
crianças
4. Deixar cada criança repetir/ imitar a demonstração
Se a criança continuar com o mesmo
comportamento – não corrigir, mas convida-la para
uma nova demonstração, num outro dia com outras
crianças

47
Analisar em equipa o desenvolvimento da criança e colaborar com a família

Registo de Unidade de Competência


Título da Unidade de
Competência Analisar em equipa o desenvolvimento da criança e colaborar com a família

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão da unidade, o formando será capaz de:
1. Realizar reuniões de análise do desenvolvimento da criança;
2. Comunicar com os pais sobre o desenvolvimento da criança e acordar acções caso necessário;
3. Comunicar com os pais para identificar a origem ou as causas duma necessidade especial ou dum comportamento
desviante duma criança e acordar acções para apoiar a criança.

Código: Nível do QNQP: 4


Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância
Data de Registo: Data de Revisão do Registo:
Elementos Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
de Competência

1. Realizar reuniões de a) Explica a importância de se reunir em A importância de se reunir em equipa para


análise do equipa para analisar o analisar o desenvolvimento da criança:
desenvolvimento da desenvolvimento da criança.  Visão mais complexa e completa do
criança b) Participa na reunião para analisar em desenvolvimento da criança
equipa o desenvolvimento da criança  Mais áreas/ momentos observados: ‘Mais
preenchendo a Ficha individual 1. olhos vêem mais’
c) Participa na reunião de equipa de  Outras perspectivas e interpretações
maneria a contribuir para uma
consulta dinâmica e harmoniosa. Analisar o desenvolvimento da criança em
equipa:
Evidências requeridas  Na base das anotações no caderno de
observação
Evidência escrita:  Recolher as opiniões de cada educador
O formando explica a importância de se
reunir em equipa para analisar o
Ficha individual 1 (análise de competências)
desenvolvimento da criança.
inclui:
 Uma tabela com várias competências
Demonstração real ou simulada:
especificas agrupadas em relação às
O formando participa na reunião em
competências gerais
equipa para analisar o desenvolvimento
da criança de maneira a contribuir para  O educador analisa o nível de
uma consulta dinâmica e harmoniosa. desenvolvimento dessas competências da
criança, sinalizando se desenvolveu pouco ou
Produto: totalmente
Os formandos preenchem, no reunião em  A premissa é de que o desenvolvimento é um
equipa, a Ficha individual 1 em relação a processo individual (cada criança se
uma criança. desenvolve no seu ritmo e de acordo com as
suas características e interesses). O
desenvolvimento das competências não é
analisado na base da idade mas pelo nível de
maturidade da criança
 Não existe uma ficha para cada ano, mas sim
para crianças do 1o e 2o ano e para crianças
de 3-5 anos de idade

48
Caderno de observação das crianças:
Existente em cada instituição ou para cada grupo
de crianças, esse caderno de capa dura inclui os
nomes e reserva 5 páginas para cada criança. No
início contem a lista das competências que cada
criança pode desenvolver (copiado da Ficha
individual 1). Ao longo do ano, os educadores
podem anotar situações que observaram numa
dada criança em relação a quaisquer
competências alistadas na lista. Este caderno
serve como apoio para o preenchimento da Ficha
individual 1.

Como contribuir para uma consulta dinâmica


harmoniosa:
 Ouvir atentivamente e respeitar a opinião dos
outros
 Comentar objectivamente
 Oferecer novas ideias de forma clara
 Procurar e aceitar a solução melhor em
conjunto e na base das contribuições de
todos ao invés de ficar fixado na sua opinião
 Conhecer o seu papel e contribuição no
processo de consulta: inovador; visionário;
operacionalizador; clarificador; resumidor;
conclusivo, etc.
 Reconhecer as capacidades únicas dos
colegas de forma a maximizar as sinergias
do trabalho de equipa

2. Comunicar com o pais a) Comunica com os pais de uma Comunica com os pais de uma maneira
sobre o maneira respeitosa e eficaz tomando respeitosa e eficaz tomando em consideração a
desenvolvimento da em consideração a sua cultura e sua cultura:
criança e acordar dinâmicas do género na família.  O educador não deve ter preconceitos em
acções caso necessário b) Comunica com a família sobre o relação à origem cultural ou económica dos
desenvolvimento da criança na base pais e deve procurar perceber as razões por
da Ficha individual 1 e acorda acções detrás de comportamentos dos pais que
possíveis para apoiar caso poderá achar estranho
necessário.  Quando o educador fala de maneira
c) Planifica como acompanhar os pais autoritária está a impor ao invés de consultar
na implementação das acções de e de envolver. Como consequência disso os
apoio à criança. pais não participam e não implementam as
acções ditadas. Falar como igual no
interesse da criança, procurar opinião,
acordar
 Se os pais aceitam a opinião do educador
como certa e sem questionar, criar uma
relação próxima com os pais incentivando ao
mesmo tempo um a crítica construtiva numa
atitude humilde e de aprendizagem
 Se os pais falam o que é esperado deles ao
invés de dar a sua opinião real, criar um
ambiente e um relacionamento que encoraja
os pais a terem coragem de dizer o que
pensam

49
Evidências requeridas  Multiculturalismo - procurar perceber as
várias características culturais
Demonstração real ou simulada:  O educador não deve ter preconceitos em
O formando comunica com a família sobre relação à origem cultural ou económica dos
o desenvolvimento da criança e acorda pais e deve procurar perceber as razões por
acções possíveis de acordo com os detrás de comportamentos dos pais, que
critérios de desempenho a) e b). poderá achar estranho

Produto: Dinâmicas do género referem-se ao:


Os formandos, com base nas varias  Papel e funções da mãe e do pai no seio
situações alistadas, descrevem como familiar
pretendem acompanhar os pais na  Como a relação estabelecida entre os pais e
implementação das acções de apoio à a criança influencia a educação da criança, o
criança. seu sentido de autoridade, de capacidades e
expectativas
 Reconhecimento institucional da
necessidade de adoptar uma comunicação
inclusiva ao género

NOTA: para rever como estabelecer uma


comunicação básica com a família veja módulo
13 do nível 3.

Como comunicar com a família sobre o


desenvolvimento da crianç e acordar acções caso
necessário:
1. Informar os pais do desenvolvimento e
salientar aspectos especialmente positivos e
possíveis dificuldades
2. Escutar e sondar a opinião dos pais em
relação aos aspectos apresentados
3. Facilitar uma consulta sobre possíveis
causas de dificuldades
4. Facilitar a chegada a um acordo unanime de
como apoiar a criança

Como acompanhar os pais na implementação


das acções acordadas:
 Visitas domiciliares
 Encontros pessoais com os pais quando os
pais as solicitam
 Encontros pessoais com os pais por
iniciativa dos educadores

3. Comunicar com os pais a) Comunica com os pais para em Ficha individual 2:


para identificar o origem conjunto identificarem o origem ou Parte I: Observação da criança
ou as causas duma possíveis causas das necessidades Parte II: Aspectos no ambiente institucional ou
necessidade especial especiais da criança e preenche a familiar que causam ou agravam o
ou dum comportamento parte II da ficha individual 2. comportamento/ necessidades especiais da
desviante duma criança b) Acorda com a família acções criança
e acordar com eles possíveis para apoiar a criança com Parte III (apenas para crianças com NEE): Metas
sobre acções para necessidades especiais, individuais e passos de aprendizagem
apoiar a criança preenchendo as partes III e IV da Parte IV: Actividades para promover o
ficha individual 2. desenvolvimento da criança/ os passos de
c) Comunica com os pais para em aprendizagem
conjunto identificarem o que no

50
ambiente familiar está a causar o
comportamento desviante da criança Necessidades especiais (NEE) referem-se a:
e preenche a parte II da ficha  Necessidades especiais físicas, auditivas,
individual 2. da visão, da fala /linguagem
d) Acorda com a família possíveis  Necessidades especiais mentais
acções para apoiar a criança com  Necessidades especiais da aprendizagem
comportamentos desviantes,  Necessidades especiais sociais e
preenchendo a parte IV da ficha emocionais
individual 2.  Necessidades especiais múltiplas
 Autismo
Evidências requeridas  Síndroma de Dawn
Demonstração real ou simulada:
 O formando comunica com a família Exemplos de comportamentos desviantes:
sobre o desenvolvimento da criança e  Choro constante
acorda acções possíveis de acordo  Agressividade
com os critérios de desempenho dos  Timidez
elementos 2 e 3.  Dependência
 O formando comunica com a família
sobre a sua criança com Acções gerais para apoiar a criança com
necessidades especiais ou comportamentos desviantes a acordar com os
comportamento desviante de acordo pais:
com os critérios de desempenho a) a  O que fazer para melhorar o ambiente
d). familiar
 Como reagir perante a criança de maneira
Produto: respeitosa e nao impositiva (sem impor a
O formando… sua vontade)
 Preenche em pequeno grupo as Comportamentos desviantes na maioria dos
partes I, II, III e IV da Ficha individual casos são causados por um ambiente não
2 em relação a uma criança com NEE adequado para o desenvolvimento da criança e
 Preenche em pequeno grupo as por isso em primeiro lugar exigem mudanças no
partes I, II e IV da Fcha individual 2 ambiente a volta da criança (por ex. na instituição
em relação a uma criança com e/ ou em casa) ao invés dum tratamento da
comportamento desviante. criança.

NOTA:
Para intervenções e conteúdos respectivos a
comportamentos desviantes consulte UC 5, nível
4: Promover comportamento social nas crianças.
Para intervenções e conteúdos respectivos a
necessidades especiais consulte UC3, nível 4:
Aplicar Educação Inclusiva.

51
Cuidar dos bebés (crianças de 2 meses até aos 2 anos de idade)

Registo de Unidade de Competência


Título da Unidade de
Competência Cuidar dos bebés (crianças de 2 meses até aos 2 anos de idade)

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Observar os bebés em momentos de processos diários e analisar as suas observações;
2. Ajudar os bebés a fazer transição da casa para o centro e do centro para a casa;
3. Cuidar da alimentação dos bebés de forma adequada;
4. Cuidar da higiene e saúde dos bebés de forma adequada;
5. Cuidar do repouso dos bebés de forma adequada.

Código: Nível do 4
QNQP:
Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância
Data de Registo: Data de Revisão do
Registo:
Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência
1. Observar os bebés a) Observa, na base de critérios definidos, como Momentos de processos diários:
em momentos de são realizados os momentos de processos  Chegada e saída
processos diários e diários com os bebés.  Asseio
analisar as suas b) Analisa as suas observações comparando  Alimentação
observações diferentes práticas no cuidado dos bebés.  Higiene
c) Descreve e identifica como acompanhar os  Repouso
bebés nos processos diários com respeito,
segundo a Educação Centrada na Criança. Critérios de observação:
d) Observa o bebé para perceber as suas rotinas,  Relação entre educador e bebé
ritmos e preferências.  Interacção e comunicação entre
e) Observa os bebés identificando os seus sinais educador e bebé
e analisa o seu significado.
 Participação do bebé nos processos
diários
Evidências Requeridas  Comportamento do bebé (alegre, activo,
aberto ou não)
Evidência oral ou escrita:
 Ambiente (adequadamente preparado
O formando descreve e identifica como
ou não)
acompanhar os bebés nos processos diários com
respeito, segundo a Educação Centrada na
Comparar diferentes práticas tem a ver com:
Criança.
Dizer, com base em suas palavras e com
exemplos concretos, o que se faz no cuidado
Produto:
dos bebés e até que ponto as diferentes
O formando...
praticas promovem ou não o desenvolvimento
 Anota as suas observações em relação a cada dos bebés
momento de processos diários, e compara
diferentesr práticas observadas nas instituições
Acompanhar os bebés nos processos diários
em relação a cada critério de observação
com respeito:
 Anota as suas observações em relação às
 Criar relação amorosa, próxima, individual
rotinas, rítmos e preferências dum bebé
e respeitosa entre educador e bebé
 Anota as suas observações em relação aos o Não agir com pressa
sinais de 3 bebés, analisando o significado dos o Respeitar o rítmo do bebé
mesmos.

52
o Tratar o corpo do bebé com
sensibilidade e respeito
o Dar atenção completa ao bebé que
estiver a cuidar de momento (não
fazer várias coisas ao mesmo
tempo)
o Escutar e responder atentamente
aos sinais, sons e palavras do bebé,
o Falar em voz suave
o Acompanhar cada acção com
palavras simples que descrevam o
que o educador/ o bebé está a fazer
 Permitir a participação do bebé
o Respeitar os sinais que o bebé
emite, por ex. que quer parar de
comer, que quer fazer algo sozinho,
que precisa de água mais fria,
 Prepara um ambiente adequado para cada
momento de processos diários:
o Lugar adequado
o Materiais adequados e suficientes

Possíveis sinais de um bebé:


 Bebé a chorar*
 Bebé a fazer expressões de desconforto
 Bebé a pegar uma parte do seu corpo
 Bebé passivo e retraído ou mesmo
apático
 Bebé a sonecar

* O choro é a primeira forma de comunicação


da criança sobre as suas necessidades reais.
O choro deve ser respeitado e atendido
imediatamente, só assim o bebé ganha a
confiança do adulto e percebe que o adulto o
acompanha.

Possíveis significados dos sinais dos bebés:


Fome, angústia, dores, cansaço

2. Ajudar os bebés a a) Comunica com o bebé com respeito e amor Comunicar com bebé com respeito inclui:
fazer a transição de no momento de chegada.  Acompanhar a despedida dos pais com
casa para o centro e b) Nomeia duas formas de agir quando uma uma conversa alegre e divertida com o
do centro para a nova criança chora no momento de chegada. bebé
casa c) Comunica com os pais sobre como agir  Usar sinais e palavras que transmitam
quando o bebé chora no momento de confiança para criança
chegada e porque agir desta maneira, e age  Falar com voz normal
adequadamente nestas situações.  Dar carinho antes e após qualquer acto
d) Estimula os pais a acompanharem o bebé até ou procedimento com o bebé
adaptar-se à instituição.  Nunca pegar no bebé directamente da
e) Indica como prolongar o lar do bebé para a mãe/ pai, mas encorajar a mãe/ pai a
instituição. colocar o bebé no tapete e convidar a
f) Identifica como manter conversas à porta na mãe/o pai a ficar perto por um tempo. O
hora de saída e explica a sua importância. educador fica próximo para, se for
necessário, abaixar-se à altura da

53
Evidências Requeridas criança para acompanhá-la
Evidência escrita:
Duas formas de lidar com bebés que choram
O formando...
no momento de chegada nas primeiras
 Nomeia duas formas de agir quando uma nova semanas:
criança chora muito no momento de chegada
 Agir, de forma respeitosa, nos
 Indica como prolongar o lar do bebé na momentos da chegada do bebé
instituição
 Se os pais tiverem muito tempo:
 Identifica como manter conversas à Estimulá-los a acompanhar o bebé até
porta na hora de saída e explica a sua ele adaptar-se à instituição
importância
Comunicar com os pais sobre como agir com
Demonstração real ou simulada: respeito quando o bebé chora no momento de
O formando: chegada:
 Comunica com o bebé com respeito e  Comunicar sobre a tristeza no processo
amor no momento de chegada de separação de ambos (criança assim
 Comunica com os pais sobre como agir como a mãe)
quando a criança chora no momento da  Comunicar aos pais sobre o perigo de
chegada e porque agir desta maneira deixar bruscamente o bebé
 Reage adequadamente perante a criança  Comunicar com os pais sobre a
que chora no momento da chegada importância de não fugir da creche sem
 Estimula os pais a acompanharem o se despedir
bebé até se adaptar à instituição (A criança apenas se cala no
momento em que é enganada, mas
depois chora mais e perde a
confiança nos seus pais)
 Comunicar sobre a importância de se
despedir com amor e clareza/ firmeza
o Com amor para a criança saber que
é amada, mesmo que os pais saiam
o Com clareza/ firmeza para não
dificultar o processo de separação
para o bebé
o Com clareza/firmeza para evitar que
o desespero da mãe/ pai afecte o
bebé
 Comunicar com os pais sobre a
importância de terem confiança na
capacidade do educador de cuidar do
bebé
o A criança sente esta confiança dos
seus pais o que lhe ajuda a também
criar confiança na educadora

Reagir adequadamente quando a criança


chora no momento de chegada:
 Dar tempo aos pais para ficarem uns
momentos com o bebé e não arrancar
logo dos braços da mãe/pai
 A seguir, pedir aos pais para se
despedirem com amor e firmeza e
sairem logo
 Acompanhar a criança no seu choro
seguindo os passos que aprenderam no
nível 3:
o Manter contacto físico com a criança
e falar com ela numa voz calma

54
o Aceitar a expressão de dor em lugar
de limitar o choro
o Assumir a função de espelho -
descrever como a criança está a
sentir-se
o Ficar calma, presente e atenta
mesmo que o choro leve muito
tempo
o Não mentir, ameaçar ou prometer
algo ou envergonhar a criança para
acabar com o choro

Estimular os pais a acompanharem o bebé na


fase inicial até adaptar-se:
 Comunicar sobre a tristeza no processo
de separação de ambos (criança assim
como a mãe)
 Comunicar sobre como se comportar
como mãe/ pai na creche de forma a
ajudar o bebé a adaptar-se:
o Ficar no mesmo lugar ao invés de
andar atrás do bebé
o Receber e acarinhar o bebé sempre
quando vem ter com mãe/ pai

Prolongar o lar da criança para a instituição


inclui:
 Usar as mesmas ou idênticas práticas
como as que os pais usam em casa
quando o bebé chora, ri, brinca, toma
banho, se alimenta, etc.
 Permitir que o bebé traga para o centro
um brinquedo ou objecto de casa que
possua muita afinidade
 Comunicar com os pais para perceber
as rotinas, rítmos e preferências do bebé

Mantém conversas à porta:


Só com os pais...
 Explica aos pais, no fim do dia, como foi
o dia do bebé mas não na presença
deste
Com os pais e o bebé...
 Promove diálogo entre pai/ mãe, bebé e
educador na hora de saída
 Faz promessas (honestas) e desejos
aos bebés para o dia seguinte quando já
estão com os pais

Importância das conversas à porta:


 Promovem a participação activa da
mãe/pai no cuidado do seu bebé
 Permitem a troca fiel e séria de
informações a respeito do bebé

55
3. Cuidar da a) Prepara um ambiente adequado para a Ambiente adequado para a alimentação:
alimentação dos alimentação dos bebés.  Mesas/cadeiras à altura dos bebés que
bebés de forma b) Indica como dar alimentação de forma permitem o bebé mover-se e levantar-se
adequada saudável e segura. ou um outro lugar confortável (que
c) Comunica com os bebés durante a permite que o bebé fique encostado)
alimentação.  Lugar limpo e fácil de limpar (ex.,
d) Define como promover autonomia nos bebés e tijoleiras do chão e das paredes)
como tratá-los com respeito, durante a  Lugar calmo, distante das outras
alimentação, age adequadamente, e explica a actividades
importância de agir desta forma.  Lugar para a mãe amamentar o bebé, se
puder
Evidências Requeridas
Evidência escrita: Alimentação de forma saudável e segura:
O formando...  Alimentação que corresponde à faixa
 Indica como dar alimentação de forma saudável etária dos bebés (sopas, purés e papas
e segura a partir dos 6 meses, alimentos para
 Define como promover autonomia nos bebés e adultos a partir de 12 meses)
como tratar-lhes com respeito durante a  Alimentação nutritiva
alimentação e explica a importância de agir  Alimentos frescos/dentro do prazo de
desta forma. validade
 Comidas preparadas em condições
Demonstração real ou simulada: higiénicas (utensílios e ambiente
O formando cuida da alimentação dos bebés de higiénicos assim como alimentos
acordo com os critérios de desempenho c) e d). processados dentro das normas de
Aspectos que não forem possíveis de observar higiene).
devem ser avaliados através duma demonstração  Água fervida e arrefecida para os bebés
simulada.  Não oferecer biberão a um bebé quando
estiver deitado
Produto:  Coordenação entre a família e a
Os formandos, individualmente ou em grupos instituição na introdução de novos
pequenos, preparam um ambiente adequado para alimentos aos bebés
os processos de alimentação dos bebés e
entregam uma lista com propostas de como ainda Comunicar com os bebés durante a
melhorar este ambiente. alimentação:
 Manter bebés acordados e alegres
durante a alimentação
 Estimulá-los a comer com palavras
calmas e carinhosas
 Descrever com palavras simples o que
acontece e o que a criança mostra como
sinais
 Retirar o prato quando a criança não
quiser comer sem moralizar nem
envergonhar

Promover autonomia nos bebés e trata-lhes


com respeito durante a alimentação:
 Dar refeições individuais até 1 ano
 Depois, se for preciso, colocar 3 a 4
bebés na mesma mesa
 Servir atentamente a alimentação e com
expressão leve e alegre
 Permitir ao bebé mover-se e levantar-se
durante a alimentação
 Escutar e respeitar os sinais do bebé

56
(não quer comer mais, a comida é muito
quente, quer fazer algo sozinho)
 Deixar o bebé fazer por si próprio tudo o
que já sabe fazer, permitindo um
desenvolvimento progressivo (pegar
biberão pegar colher, meter a colher na
boca, recolher comida com a colher e
meter na boca….) até o bebé comer
sozinho
 Reconhecer o deixar cair da comida
como um processo normal para a
autonomia na alimentação do bebé
 Usar pratos com desenhos para
estimular os bebés para estimular a
comerem com mais vontade

Importância de promover a autonomia e de


tratar os bebés com respeito:
 Aumenta a auto-estima do bebé
 Sente-se respeitado e amado o que lhe
permite, por sua vez, respeitar e amar
outras pessoas e crescer com
convicção de ser o autor do seu
desenvolvimento
 O bebé desenvolve a capacidade de
sentir o que lhe faz bem e o que não e o
sentimento de ser o autor do seu
desenvolvimento
4. Cuidar da higiene e a) Prepara um ambiente adequado para
Ambiente adequado para processos de
saúde dos bebés de processos de higiene do bebé.
higiene do bebé:
forma adequada b) Define como comunicar e comunica com bebés
 O educador sempre limpo, com unhas
nos momentos de asseio e explica a
cortadas, sem anéis com saliência,
importância de agir desta forma.
perfumes fortes e com as mãos lavadas
c) Define como tratar e trata os bebés com
regularmente
respeito nos momentos de asseio e explica a
importância de agir desta forma.  Lugar para trocar fraldas/usar penico,
d) Promove autonomia no bebé para ele ser o limpar o bebé e/ tratar dele antes e
agente activo nos momentos de asseio. depois de tomar banho:
o Sítio calmo e seguro (para bebé não
Evidências Requeridas cair, mas com algo, se possível,
para o bebé segurar e levantar-se no
Evidência escrita: asseio) e separado das outras áreas
O formando… o Se for possível, considerar a altura
 Define como comunicar com os bebés no dos educadores para terem acesso
momento de higiene e explica a importância confortável ao bebé
de agir desta forma o Com todos os utensílios e as roupas
 Define como tratar o bebé com respeito nos do bebé de fácil acesso ao educador
momentos de asseio e explica a importância o Estojo com utensílios adequados
de agir desta forma. (pedaços de algodão, panos,
toalha), pessoal e bem conservado
Demonstração real ou simulada: o Perto duma torneira ou outra fonte
O formando cuida da higiene e saúde dos bebés da água
de acordo com os critérios de desempenho b), c), e o Com imagens atraentes nas
d). Aspectos não possíveis de observar na paredes
demonstração real devem ser avaliados através de o Facil de limpar (ex., tijoleiras do
uma demonstração simulada. chão e das paredes)

57
Produto: Comunicar com os bebés no momento de
Os formandos, individualmente ou em grupos asseio:
pequenos, preparam um ambiente adequado para  Tornar os momentos de higiene em
os processos e higiene do bebé e entregam uma momentos agradáveis (desenvolvendo o
lista com as propostas de como ainda melhorar gosto pela higiene e pela água)
este ambiente.  Acompanhar cada acção com palavras
simples que descrevem o que ele ou o
bebé está a fazer ou a sinalizar. Desta
forma:
o Dá segurança ao bebé sobre aquilo
que acontece com ela
o Cria uma relação íntima de forma
que a criança se sinta amada
o Permite o bebé criar uma boa
relação com o seu corpo
o Desenvolve a linguagem do bebé
(ao falar estimula-se, por ex. as
cordas vocais e o cérebro)
 Comunicar de forma interactiva
respeitando a estrutura duma boa
comunicação (não interromper a fala do
bebé)
 Desenvolve capacidades básicas de
comunicação (ouvir e falar)
 Fazer jogos (com água, com partes de
corpo) e massagens suaves
 Acarinhar o bebé e cantar canções

Tratar os bebés com respeito:


 Não tratar o corpo da criança como se
fosse um objecto
o Não agir com pressa, mas com
calma
o Avisar o bebé antes de mudar a
posição dele ou antes de levantá-lo
o Não empurrá-lo ao penico mas sim
dirigir os seus movimentos com
sensibilidade
 Cuidar de bebés de forma individual
o Cuidar dos bebés de forma
individual ao dar banho, trocar fralda
e vestir roupa
o Ir em grupos pequenos (ao invés de
mandar todos ao mesmo tempo a se
sentarem no penico)
o Não falar alto e nem debruçado
sobre o bebé.

Importância geral de tratar o bebé com


respeito no momento de asseio:
o Permite a criança criar uma relação
positiva com o seu corpo
o Permite a criança respeitar o seu
corpo

Através destes aspectos:


o A criança terá boas relações com

58
outras pessoas e seres vivos
o Contribuirá na prevenção do abuso
sexual de crianças

Promover autonomia para o bebé ser agente


activo no momento do asseio inclui:
 Ouvir e respeitar os diferentes sinais de
colaboração que os bebés fazem (ex. que
a água está fria demais, que ele pega a
toalha que precisa de usar…)
 Permitir o bebé fazer tudo por ele próprio o
que já sabe fazer (ex. tirar braço da
camisa)
 Pedir a colaboração por parte do bebé (ex.
virar-se para o educador alcançar as
costas, levantar o pé quando o educador
pretende vestir as calças….)
 Estimular o uso de penico a partir de 8/9
meses
 Dar atenção e respeitar os sinais dos
bebés que mostram que querem fazer
necessidades (mesmo fora do rítmo
estabelecido) e estimula o bebé a dar
estes sinais

Cuidar da segurança dos bebés e prestar


primeiros socorros inclui:
 Medir temperatura de água antes de dar
banho a um bebé (25º no verão e 37º no
inverno) ou mesmo usar a técnica do
pulso
 Desinfectar a bacia de banho antes de
cada banho que der a um bebé com álcool
embebido a 70% a uma prensa e deixar
por um período de 30 segundos
 Cuidar para que o bebé não coma sabão
ou beba água concentrada nos utensílios
pequenos usados para o banho
 Limpar os ouvidos com pedaço de algodão
ou pano e não usar cotonetes
 Não beijar na criança, mas dar carinho
 Chamar um enfermeiro em caso de
emergência
 Ler sempre as instruções para
administração do medicamento ao bebé e
segui-las rigorosamente.

5. Cuidar do repouso a) Prepara um ambiente adequado para o Preparar ambiente adequado para o repouso:
dos bebés de forma repouso do bebé.  Diminuir demasiados estímulos de luz (luz
adequada b) Acompanha o bebé no processo do repouso. natural, de preferência), usar cortinas etc.
c) Promove a autonomia e trata os bebés com  Assegurar que a sala tenha pouco barulho,
respeito nos momentos de repouso. ex., não se reunir na sala de repouso do
bebé
 Assegurar que a sala esteja bem ventilada
 Cuidar para que as camas dos bebés

59
tenham, pelo menos, no mínimo 60 cm de
distância, para prevenir infecções
Evidências Requeridas  Assegurar a lavagem regular dos lençóis e
a limpeza do espaço
Demonstração real:
O formando cuida do repouso do bebé de acordo Como acompanhar os bebés no momento de
com os critérios de desempenho b) e c). repouso:
 Respeitar o rítmo biológico do bebé e o
Produto: jeito que ele tem de dormir (com uma
Os formandos, individualmente ou em grupos história, canção, carinho, silêncio, etc.)
pequenos, preparam um ambiente adequado para o  Permitir que o bebé traga um brinquedo ou
repouso do bebé e entregam uma lista com objecto preferido para a creche que lhe
propostas sobre como ainda melhorar este conforta na hora de repouso
ambiente.  Não prolongar o repouso do bebé em seu
benefício (para o educador também
descansar)
 Dar carinho (não beijando) a uma criança
na sua cabeça e dizer palavras de conforto
quando ela tiver pesadelos ou problemas
de apanhar sono
 Se for preciso, procurar outros meios que
ajudem o bebé a apanhar sono (ex.
carregar nos seus braços)
 Não obrigar o bebé a dormir se não tiver
sono

Promover autonomia e tratar os bebés com


respeito no momento de repouso inclui:
 Respeitar a necessidade de não dormir do
bebé ou acordar cedo
 Respeitar as brincadeiras que o bebé
inventa quando não quer dormir
 Não o acordar quando dorme
 Permitir que os bebés durmam na posição
em que se sentirem bem

60
Estimular o desenvolvimento dos bebés

Registo de Unidade de Competência


Título da Unidade de
Estimular o desenvolvimento dos bebés
Competência

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Explicar a importância de estimular o desenvolvimento dos bebés, observar os bebés, e identificar como os bebés se
desenvolvem e aprendem;
2. Preparar um ambiente físico seguro e estimulante interior para os bebés e acompanhá-los a explorá-lo livremente;
3. Proporcionar materiais e experiências estimulantes aos bebés no espaço exterior;
4. Explicar as características de actividades com bebés, e realizar actividades com os bebés do 1o ano de vida;
5. Realizar actividades estimulantes com os bebés do 2o ano de vida.

Código: Nível do 4
QNQP:
Campo: Educação Sub Educação de infância
Campo:
Data de Registo: Data de Revisão do
Registo:
Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência
1. Explicar a a) Explica a importância de estimular o Importância de estimular o desenvolvimento dos bebés:
importância de desenvolvimento dos bebés.  A estimulação cria bases para toda a aprendizagem
estimular o b) Resume o desenvolvimento padrão dos no futuro (aproveitando que o cérebro nesta idade é
desenvolvimento bebés. muito sensível e maleável)
dos bebés, c) Explica como é que os bebés aprendem.  A estimulação reforça relacionamento agradável e
observar os bebés, d) Observa com atenção como os bebés no estável com os seus encarregados
e identificar como 1o e 2o ano agem em momentos  A estimulação desperta interesse e motivação no
os bebés se diferentes, fazendo notas detalhadas. bebé para explorar e aprender mais
desenvolvem e e) Analisa e compara sistematicamente
aprendem as suas observações dos bebés com seus Características do desenvolvimento padrão dos bebés
conhecimentos de como os bebés se incluem:
desenvolvem e aprendem. Área sensório-motora:
 De estar deitado até levantar a cabeça, rolar, sentar,
Evidências Requeridas gatinhar, ficar de pé, e andar
 Dos movimentos grossos aos movimentos finos (dos
Evidência escrita:
dedos)
O formando...
 De pegar com toda a mão até pegar com os dedos
 Explica a importância de estimular o
desenvolvimento dos bebés  Dos reflexos aos movimentos voluntários
 Resume alguns princípios gerais e  O tempo desperto aumenta gradualmente
passos concretos de como os bebés se Área cognitiva:
desenvolvem em pelo menos 2 áreas  Predomina a aprendizagem sensorial/ através das
 Explica em detalhe suficiente como é acções com objectos
que os bebes aprendem.  Gradualmente desenvolve-se a memoria e outras
funções mentais (ter objectivo, focar atenção)
Produto:  Gradualmente percebe a permanência de objectos e
O formando: pessoas
 observa um bebé do 1º ano e um bebé do
2º ano, cada em dois contextos Área social:
diferentes, preenchendo com detalhe o  Da aceitação espontânea de todos, até ao apego às
caderno de notas pessoas preferidas a volta dos 6 meses
 Dos jogos solitários aos jogos paralelos e de imitação

61
 Analisa e compara as suas observações  Reconhecimento de si próprio, a volta dos 18 meses
com seus conhecimentos sobre  Uso de adultos de confiança para referência social
desenvolvimento e aprendizagem dos (‘posso fazer algo ou não?’), a partir das 9 meses
bebés.
Área de linguagem:
 Do escutar e imitar ao reproduzir os sons e as
palavras
 Dos sons às sílabas, às ‘conversas inventadas’, às
palavras curtas, às frases curtas (sem regras
gramáticas)
 Inicialmente predomina comunicação não-verbal
(olhar, mudar expressões da cara, chorar, rir,
apontar...)

Como os bebés aprendem:


 Com todo o seu corpo e todos os seus sentidos
 Quando lhes e permitido serem independentes, e
explorar por sua iniciativa
 Num contexto de relações de confiança com adulto/s
 A observar, imitar, e comunicar com os outros

Observar os bebés nos seguintes momentos:


 A brincar com vários objectos
 A interagir com outra/s criança/s
 A interagir com adulto (educador, membros da
família)
 A movimentar-se em diferentes maneiras
 A comer, a sentar no penico, etc.

2. Preparar um a) Descreve os critérios básicos de higiene e Critérios básicos de higiene e segurança na sala dos
ambiente físico segurança na sala dos bebés, e colabora bebes incluem:
seguro e estimulante na preparação adequada da sala.  Sala limpada uma vez por dia no mínimo
para os bebés no b) Descreve os elementos que tornam a sala  Sala tranquila, com baixa incidência de ruídos e de
interior e estimulante para os bebés do 1o ao 2o carros
acompanhá-los a ano.  Espaço longe da qualquer poluição, bem arejado,
explorá-lo livremente c) Descreve os materiais de baixo custo que com paredes laváveis
estimulam o desenvolvimento dos bebés,  As instalações eléctricas bem protegidas
e disponibiliza-os aos bebés.  Portas móveis que impossibilitam a saída dos bebés
d) Descreve e produz, de acordo com da sua área de recreação
critérios de qualidade, brinquedos para
 Chão sem buracos e nem muito escorregadio
estimular diferentes competências nos
 Móveis seguros e bancadas bem fixas
bebés.
e) Acompanha os bebes nas suas  Sem sacos plásticos ou papéis impermeáveis
brincadeiras de maneira sensível e cuida  Os brinquedos são adequados e seguros, limpados
da sua segurança. diariamente
f) Dá recomendações aos pais sobre como
acompanhar os bebés nas brincadeiras. A sala estimulante para os bebés inclui:
 Cores suaves nas paredes e nas mobílias
Evidências Requeridas  Imagens, capulanas, e espelhos ao nível visual dos
bebés; fotos das famílias das crianças
Evidência escrita:  Superfícies diferentes para crianças tocarem (chão
O formando descreve... de madeira, de tijolos, tapetes etc.)
 Os critérios básicos de higiene e  Móveis (objectos pendurados que se mexem) ao
segurança na sala dos bebés nível das crianças
 Os elementos da sala estimulante para  Área calma e área para os movimentos; ambas com
os bebés do 1o a 2o ano materiais adequados
 Os materiais de baixo custo e os

62
brinquedos que estimulam o
desenvolvimento dos bebés.  2o ano: Áreas definidas para diferentes actividades
(com livros, com blocos e carrinhos, com bonecas e
Produto: casa etc.)
Os formandos em grupos de 3 preparam as
bases duma sala segura e estimulante para Materiais de baixo custo que estimulam o
os bebés... desenvolvimento dos bebés incluem:
 Com pelo menos metade dos critérios de  Objectos diferentes da cozinha, de plástico ou de
higiene e segurança cumpridos madeira (peneiras, copos, bacias, panelas,
 Com pelo menos 4 tipos de materiais garrafas, colheres...)
diferentes de baixo custo  Objectos pequenos de casa e de natureza, para
 Com pelo menos 6 brinquedos produzidos encher e esvaziar os recipientes (tampas, molas,
para estimular diferentes competências conchas, sementes grandes). NOTA:o tamanho dos
nos bebés. objectos deve prevenir que os bebés os possam
Os formandos entregam uma lista de engolir ou aspirar.
propostas do que ainda falta / como poderiam  Objectos que se fecham e se abrem de maneiras
tornar a sala mais estimulante e segura para diferentes (garrafas, carteiras, pastas, panelas etc.)
os bebés.  Objectos para subir, descer, entrar por dentro
(almofadas duras, bacias grandes, caixas)
Demonstração real:  Objectos que oferecem sensações diferentes
O formando acompanha os bebés nas suas (tapetes macios e rígidos; cubos de gelo; gelatina
brincadeiras livres de maneira sensível e de varias cores; papel fino para rasgar etc.)
cuida da sua segurança.  2o ano: roupa e assessórios antigos para ‘faz-de-
conta’
Demonstração simulada:
O formando dá recomendações aos pais Brinquedos para estimular várias competências dos
sobre como acompanhar os bebés nas bebés incluem:
brincadeiras.  Brinquedos para empurrar e puxar (carrinhos,
comboios, etc.)
 Jogos de causa e efeito (ex., jogo de martelar)
 Jogos simples (quebra-cabeças de 2-3 peças;
jogos de encaixar; loto)
 Objectos para jogos de imitação e ‘faz de conta’
(bonecas, animais, carrinhos, produtos...)
 Livros com partes para tocar, com imagens grandes
e simples
 Pirâmides, blocos e outros brinquedos para
construir
 Bolas de vários materiais, cores, e tamanhos
 Materiais para desenhar, pintar, modelar

Os brinquedos feitos de acordo com critérios de qualidade


são:
1) Seguros; 2) Atraentes; 3) Resistentes;
4) Desafiadores; 5) Completos; 6) Oferecem controle
de erro, onde possível (criança pode ver facilmente,
ex., se fez correctamente a quebra-cabeça)

Acompanhar os bebés inclui:


 Assegurar que os bebés não se aleijam com
nenhum objecto, e não aleijam um ao outro
 Permitir os bebés a movimentar-se livremente
 Ficar no mesmo nível e próximos dos bebés
 Observar acções dos bebes com atenção
 Seguir e participar nas acções dos bebés
 Comentar sobre acções dos bebés

63
 Interpretar as acções e comunicações da criança
para com outros bebés
 Conversar com bebés em frases curtas
 Apoiar interacções entre os bebés
 Avisar aos bebés quando está na hora de entrar
para dentro
 Encorajar os bebés a ajudar a arrumar no fim

3. Proporcionar a) Proporciona materiais diversos para os Materiais diversos para os bebés no espaço exterior:
materiais e bebés no espaço exterior.  Plantas
experiências b) Oferece uma variedade de experiências  Superfícies diferentes (relva, areia, etc.)
estimulantes aos aos bebés no exterior.  Areia, água, diversos recipientes
bebés no espaço c) Acompanha os bebés no exterior de  Cesta com brinquedos de dentro
exterior maneira sensível e cuida da sua  Vários objectos para subir, descer, entrar por
segurança. dentro (bacias grandes, caixas, pneus, troncos de
árvores, latas grandes, palhotas)
Evidências Requeridas  Baloiços e escorregas para bebés
Produto:  Carrinhos simples ou objectos que podem servir
Os formandos em grupos de 3 preparam pelo de carrinhos
menos 6 tipos diferentes de materiais no  Giz e tintas para pintar no chão
exterior para os bebés.
Experiências para os bebés no exterior incluem:
Os formandos descrevem o que ainda falta /  Observar a natureza (plantas, insectos)
como poderiam tornar o espaço exterior mais  Recolher e brincar com objectos de natureza
estimulante para os bebés.  Observar pessoas e carros fora
 Brincar com areia e água
Demonstração real:  Desenhar no chão
O formando proporciona 2 experiências  Empurrar e puxar carrinhos etc.
diferentes aos bebés, acompanhá-los de  Movimentar-se de diferentes formas e por cima de
maneira sensível e cuida da sua segurança. superfícies variadas (relva, areia etc.)

Cuidar da segurança dos bebés no exterior inclui:


 Por os bebes que não se deslocam, num lugar
seguro. Variar o lugar para permitir que os
bebés observam coisas diferentes.
 Assegurar que não há objectos perigosos no
jardim
 Assegurar que os bebés não se aleijam ou uns
aos outros
 Verificar com a família se há algumas plantas ou
substâncias que provocam alergias no bebé

4. Explicar as a) Descreve e explica as características de Características de actividades com os bebés:


características de actividades com bebés.  Com 2-4 bebés
actividades com b) Realiza actividades para estimular  De curta duração (3-10 min); as próprias crianças
bebés, e realizar capacidades sensório-motoras e decidem sobre o fim das actividades
actividades com os cognitivas nos bebés no 1o ano de vida.  Podem ser repetidas durante o dia
bebés do 1o ano de c) Realiza actividades para estimular  Realizadas quando as crianças estão acordadas,
vida capacidades sociais e da linguagem, nos activas e bem dispostas
bebés do 1o ano de vida.  Parar a actividade quando as crianças mostrarem
d) Avalia o seu desempenho nas actividades cansaço
com bebés.  Enfoque na exploração dos materiais e na interacção
 Educador a falar de maneira clara e simples,
repetindo frases curtas

64
Evidências Requeridas
Actividades para estimular capacidades sensório-motoras
Evidência escrita: e cognitivas no 1o ano incluem:
O formando descreve as características das  Movimentar-se para atingir e agarrar objectos; passar
actividades com bebés. objectos de uma mão para a outra
 Virar-se e rolar-se; movimentar braços e pés
Demonstração real:  Baloiçar e dançar com o bebé
O formando...
 Gatinhar até um objecto; mudar de direcção,
 Prepara e orienta 2 actividades (sensório- ultrapassar obstáculos
motora e cognitiva; linguagem e social),
 Rolar a bola
com bebés do 1o ano de vida, respeitando
 Começar a andar com e sem suportes, à volta de
as características de actividades para
obstáculos, em superfícies diferentes
esta faixa etária
 Rasgar papel
 Responde às questões de autoavaliação
em relação a cada das actividades.  Fazer experiências com areia e plasticina
 Rabiscar com lápis grosso; pintar com dedos ou
pincel grosso
 Manipular objectos: encaixar, tirar, entregar, fechar e
abrir, juntar e separar, fazer torres
 Tocar e explorar qualidades de objectos (frio e
quente; com várias superfícies etc.)
 Fazer jogos de escondidas (esconder e encontrar
imagens, objectos etc.)

Actividades para estimular a linguagem e capacidades


sociais no 1o ano incluem:
 Fazer ‘diálogos’ com a criança: repetir ou mudar os
sons da criança; convidar a criança a imitar os sons e
as sílabas
 Fazer brincadeiras e canções com movimentos
 Contar pequenas histórias com fantoches e livros
simples, envolvendo o/s bebés
 Olhar para e falar sobre imagens interessantes
 Levar o bebé a ‘passear’ a volta da sala ou no jardim;
falar sobre tudo o que vê

Avaliar seu desempenho:


 Preparação
 Reacção e a participação do/s bebé/s
 O que se pode fazer na próxima vez, para dar
continuidade

5. Realizar actividades a) Realiza actividades para estimular Actividades para estimular capacidades sensório-
estimulantes com os capacidades sensório-motoras e motoras e cognitivas no 2o ano de vida incluem:
bebés do 2o ano de cognitivas nos bebés do 2o ano de vida.  Andar com e sem suportes, à volta de obstáculos, em
vida b) Realiza actividades para estimular superfícies diferentes
capacidades sociais e da linguagem dos  Andar, correr, saltar, gatinhar, rastejar, e fazer outros
bebés do 2o ano de vida. movimentos (ex., imitando animais, pessoas a
c) Avalia o seu desempenho nas actividades trabalhar)
com bebés.  Fazer danças simples; lançar bolas
d) Dá recomendações das actividades  Modelar com areia e plasticina
simples para fazer com bebés em casa,  Rabiscar com lápis grosso; pintar com dedos ou
aos pais. pincel grosso; rasgar e colar o papel
 Construir e desmontar vários objectos
 Continuar a explorar propriedades de objectos
(macio-duro; pesado-leve; liso-áspero etc.)
Evidências Requeridas

65
 Fazer jogos simples com peças (jogos de encaixar,
Demonstração real ou simulada:
quebra-cabeça, loto)
O formando...
 Fazer jogos de escondidas (esconder objectos,
 Prepara e orienta 2 actividades (sensório-
pessoas)
motora /cognitiva, de linguagem, ou
social), e descreve a 3a actividade10, com  Fazer jogos de imitação (de actividades de
bebés no 2o ano de vida, respeitando as adultos etc.)
características de actividades para esta
faixa etária. Actividades para estimular a linguagem no 2o ano de vida
incluem:
 Responde às questões de autoavaliação
em relação a cada das 2 actividades.  Fazer jogos de sons, sílabas e palavras (ouvir e
imitar sons de animais, de carros etc.)
Demonstração simulada:  Ouvir e contar juntos histórias simples com
O formando dá recomendações das base de imagens
actividades simples para fazer com bebés em  Fazer jogos com nomes de objectos (pedir para
casa, aos pais. encontrar ou dizer o nome do certo objecto, parte do
corpo etc.)
 Cantar canções com gestos e movimentos
 Fazer passeios e falar sobre as coisas no caminho

Actividades para estimular as capacidades sociais no 2o


ano de vida incluem:
 Fazer jogos de partilha (partilhar ‘bolo’, brinquedos
etc.)
 Fazer dramatizações ‘sociais’, ex., boneca está
doente /triste, e as crianças ajudam a boneca
 Fazer actividades em pares/grupos, ex., jogar bola;
desenhar/colar algo nas grandes folhas de papel etc.

10 A terceira actividade refere-se ao tipo de actividade que não foi demonstrada (sensório-motora /cognitiva, de linguagem, ou social).

66
Promover actividades dirigidas com as crianças e os encontros de reflexão e planificação

Registo de Unidade de Competência


Título da Unidade de
Promover actividades dirigidas com as crianças e os encontros de reflexão e planificação
Competência

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Rever as características das actividades dirigidas e livres, e, propôr os objectivos específicos para actividades dirigidas
na base da competência alvo;
2. Planificar e realizar actividades dirigidas com base nos métodos activos e centrados na criança;
3. Incluir as ideias das crianças nas actividades dirigidas;
4. Preparar e realizar a hora do círculo com as crianças;
5. Realizar os encontros semanais de reflexão e planificação, na instituição de infância.

Código: Nível do QNQP: 4


Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância
Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência
1. Rever as a) Revê os objectivos e as características Objectivos de actividades dirigidas:
características das principais de actividades dirigidas e livres.  Promover a aprendizagem das competências e
actividades dirigidas b) Revê as competências-chave das crianças, conteúdos definidos
e livres, e, propôr os identificando como as mesmas são  Promover a atenção às instruções e ao modelo
objectivos promovidas em várias actividades dirigidas. de educador nas crianças
específicos para c) Identifica os passos lógicos para promover  Promover a capacidade das crianças de
actividades dirigidas competências definidas. aprender em grupo
na base da d) Propõe os objectivos específicos para uma
competência alvo actividade dirigida na base de uma Objectivos de actividades livres:
competência-chave.  Estimular os interesses e as capacidades
individuais das crianças
Evidências Requeridas  Promover a capacidade das crianças de
escolher, planificar, realizar, e avaliar o seu
Evidência escrita:
trabalho
O formando...
 Promover capacidades sócio-morais nas
 Identifica os objectivos e características de
crianças
actividades livres e dirigidas
 Identifica competências das crianças Características principais - actividades dirigidas:
promovidas em exemplos de actividades  Educador planifica actividades passo a passo
dirigidas concretas.  Educador organiza e gere o trabalho das
crianças
Produto escrito:
O formando identifica, pelo menos, 3 passos Características principais - actividades livres:
para desenvolver cada uma das 2 diferentes  Educador prepara o ambiente físico estimulante
competências, e propõe os objectivos para as crianças
específicos para 2 actividades dirigidas.  As crianças escolhem com quem, como, onde e
quanto trabalhar; e o educador observa e
acompanha as crianças de forma discreta

Competências-chave de crianças:
Sensório-motoras, cognitivas, linguísticas, sócio-
morais, pessoais

67
Identificar passos lógicos para desenvolver
competências definidas significa identificar a
sequência de passos lógicos e cada vez mais
complexos, que a criança deve aprender, para
atingir essa competência

Objectivo específico para a actividade dirigida...


 Deve ser ligado com um dado passo do
processo de aprendizagem para atingir certa
competência
 Deve ser possível de atingir durante uma dada
actividade dirigida

2. Planificar e realizar a) Nomeia e exemplifica os critérios de Critérios de qualidade da actividade dirigida


actividades qualidade duma actividade dirigida. incluem:
dirigidas com base b) Nomeia e exemplifica os métodos activos 1. Crianças a expressarem-se sobre o tema
nos métodos para actividades dirigidas. 2. Momentos para a criança se movimentar
activos e centrados c) Planifica aspectos-chave das actividades 3. Crianças a usarem os seus sentidos
na criança dirigidas, orientando-se nos critérios de 4. Crianças a agirem
qualidade. 5. Educador a oferecer actividades com vários
d) Realiza actividades dirigidas na base dos graus de dificuldade
critérios de qualidade e com métodos  Através de materiais diferentes
activos.  Através de tarefas diferentes
e) Auto-avalia a sua prática e identifica como  Através de apoios diferentes
melhorar as próximas actividades dirigidas. 6. Educador a criar um bom ambiente para a
aprendizagem (sem barulho, interrupções ou
Evidências Requeridas competição, sempre encorajador etc.)
Evidência escrita:
O formando... Métodos activos principais nas actividades dirigidas
incluem:
 Nomeia todos os critérios de qualidade de
actividade dirigida, e exemplifica 3 desses  Jogos (ex.: de adivinha, de contagem, jogos de
critérios agrupar e ordenar…)
 Nomeia a maioria dos métodos activos  Actividades na base de histórias
principais de actividade dirigida, e (ex.: dramatizações, desenhos, histórias com
exemplifica 3 desses métodos. bonecas, etc.)
 Actividades de produção e experiências
Produto: (ex.: produção artística; experiências
O formando apresenta a planificação dos científicas; experiências sensoriais)
aspectos-chave de duas actividades dirigidas,  Passeios e visitas (ex.: visita à clinica
baseada nos critérios de qualidade e nos veterinária ou ao mercado)
métodos activos.  Actividades com mapas, diagramas, fichas (ex.:
agrupar alimentos bons e alimentos ‘maus’)
Demonstração simulada:  Resolução de problemas (ex.: problemas
O formando... inventados que incluem noções de matemática)
 Realiza uma actividade dirigida na base  Actividades de movimentos ou jogos dinâmicos
dos critérios de qualidade (ex.: saltar a forma duma letra pintada no chão)
 Auto-avalia o seu desempenho no fim
da actividade e descreve o que irá Aspectos-chave da actividade dirigida incluem :
adoptar ou fazer de forma diferente, nas 1. Objectivos e resultados a atingir (por parte da
próximas actividades. criança – competências)
2. Actividade passo a passo:
 Motivação/Introdução
 Demonstração
 Acompanhamento
 Arrumação
3. Tempo necessário e seu uso

68
4. Materiais e local a utilizar
5. Tipo de organização das crianças (em pares,
em grupos etc.)

Auto-avaliação da prática:
1) Preparação
2) Participação das crianças
3) Dificuldades
4) Sucessos

3. Incluir as ideias das a) Argumenta sobre a importância de incluir É importante que as ideias das crianças sejam
crianças nas as ideias das crianças nas actividades incluídas nas actividades dirigidas, porque...
actividades dirigidas dirigidas.  As actividades têm maior relevância para as
b) Anota acções e conversas significativas crianças, e assim serão mais motivadoras para
das crianças em vários momentos do dia elas
e identifica os interesses das crianças.  O conhecimento da criança será captado;
c) Planifica novas actividades dirigidas a partir promove-se uma ligação dos conteúdos de
dos interesses das crianças. aprendizagem com o pré-saber da criança
d) Integra os interesses observados das  As necessidades (e interesses) das crianças
crianças, nas actividades dirigidas já são a força motriz do seu desenvolvimento
planificadas.  As crianças aprendem que as suas ideias têm
valor; aprendem a participar nas decisões
Evidências Requeridas relevantes para elas
Evidência escrita:
O formando argumenta sobre a importância de Acções e conversas significativas são aquelas que
incluir as ideias das crianças nas actividades são iniciadas pelas próprias crianças, e mostram os
dirigidas. interesses das crianças

Produto:
O formando…
 Anota observações e conversas
significativas das crianças, e identifica os
interesses delas
 Planifica duas actividades dirigidas a partir
dos interesses das crianças
 Anota como irá integrar os interesses
observados nas crianças, nas 3
actividades dirigidas descritas no plano
semanal.

4. Preparar e realizar a a) Descreve os objectivos e as actividades Objectivos da hora do círculo:


hora do círculo com típicas da hora do círculo.  Encorajar as crianças a falar livremente
as crianças. b) Prepara os materiais básicos para a hora  Promover nas crianças a capacidade de
do círculo. escutar com atenção
c) Prepara e realiza a hora do círculo no início  Promover a ligação entre a vida em casa e no
do dia. centro infantil
d) Prepara e realiza a hora do círculo no fim  Introduzir ou reforçar os conhecimentos nas
do dia. áreas de aprendizagem
 Reflectir sobre assuntos actuais
 Ampliar o sentido de pertença de grupo e as
capacidades sociais

Actividades típicas da hora do círculo no início do


dia:
 Canções

69
Evidências Requeridas  Chamada
 Actividades com calendário, tempo e horário
Evidência escrita:  Partilha por parte das crianças sobre as suas
O formando descreve os objectivos e as experiências em casa
actividades típicas na hora do círculo.  Anúncios dos educadores
 Introdução ou revisão dalguns conceitos
Produto: de forma lúdica
Os formandos em pares preparam 2 materiais
da sua escolha para a hora do círculo. Actividades típicas da hora do círculo no final do dia:
 Canções
Demonstração simulada:  Partilha das crianças sobre as suas
Os formandos em pares preparam e realizam a experiências do dia
hora do círculo no início ou no final do dia,
 Observações do educador sobre o dia
implementando pelo menos 4 actividades
 Anúncios sobre próximas actividades;
diferentes.
mensagens para passar aos pais
 Revisão de reflexão sobre alguns conceitos
de forma lúdica

Materiais básicos para a hora do círculo:


 Tabela de presenças
 Calendário
 Calendário de aniversários
 Cartões com previsão do tempo
 Plano semanal para crianças (horário)
 Quadro e giz
 Materiais para introduzir ou rever certos
conceitos (cartazes, cartões, materiais
pedagógicos utilizados nas actividades, etc.)
 Cartão de silêncio

5. Realizar os a) Descreve a importância, os aspectos, e as Importância de encontro de reflexão e planificação:


encontros semanais formas possíveis de organização, dos  Assegura que os educadores respondem aos
de reflexão e encontros de reflexão e de planificação. interesses, capacidades, e
planificação, na b) Reflecte em equipa sobre situações de necessidades correntes das crianças
instituição de desafio, de sucesso, e de descoberta, nas  Promove capacidades de observação e
infância crianças e nas actividades dirigidas e livres, análise nos educadores
durante a semana recente.  Promove a comunicação e colaboração entre
c) Planifica em equipa as actividades dirigidas os educadores
para a semana seguinte na base dos  Facilita comunicação com as famílias
passos de planificação semanal.  Treina os educadores a planificar duma
d) Planifica como melhorar o ambiente para as maneira prática e flexível
actividades livres na base da análise da
semana recente. Aspectos do encontro de reflexão e planificação:
e) Debate activamente e com respeito as  Reflexão sobre crianças e actividades na
experiências e ideias dos colegas. semana recente
f) Preenche a ficha do plano semanal com  Planificação conjunta de actividades dirigidas
atenção e detalhe suficiente.
 Planificação de melhoria do ambiente nas
actividades livres
 Preenchimento do plano semanal

Formas possíveis de organização das reuniões:


 Realizar 2 encontros semanais: um encontro
de reflexão e um encontro de planificação
 Realizar um único encontro de reflexão e
planificação de duração mais longa, durante a

70
semana

Situações de desafio são aquelas onde ou a criança


Evidências Requeridas ou o próprio educador tiveram certas dificuldades ou
reacções negativas.
Evidência escrita:
O formando descreve a importância, os Situações de sucesso e de descoberta são aquelas
aspectos, e as formas de organização de onde a criança ou o próprio educador aprenderam
encontros de reflexão e de planificação. ou conseguiram fazer algo de novo para eles.

Demonstração simulada: Passos da planificação semanal das actividades


O formando realiza em grupo uma reflexão e dirigidas em equipa:
planificação semanal, seguindo os passos 1) Analisar os conteúdos do plano trimestral para
principais (ou de acordo com os critérios de a semana seguinte
desempenho b) a e). 2) Realizar uma chuva de ideias sobre as
possíveis actividades dirigidas
Produto: 3) Melhorar e /ou ampliar as ideias de
O formando apresenta a ficha do plano actividades (na base dos critérios de
semanal preenchida com detalhe suficiente. qualidade, objectivos relevantes e
competências da criança)
4) Organizar as actividades em sequência lógica
5) Descrever as actividades desafiadores passo-
a-passo, para todos terem a certeza de como
as realizar
6) Preencher a ficha do plano semanal e partilhá-
lá com pais

Preenche a ficha de plano semanal com atenção e


detalhe suficiente:
 Cada actividade tem objectivo, passos
principais, e materiais
 Há sugestões de materiais para actividades
livres

NOTA: Consulte o “Programa Educativo para


crianças de 1º ao 5º ano” para aprender mais sobre
encontros de reflexão e de planificação.

71
Promover actividades dirigidas de matemática com as crianças
Registo de Unidade de Competência
Título da Unidade de Promover actividades dirigidas de matemática com as crianças
Competência

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Descrever as áreas temáticas, as competências chaves e a importância do desenvolvimento dos conceitos
matemáticos na criança;
2. Descrever e exemplificar como promover os conceitos de matemática nas crianças;
3. Planificar e preparar em equipa actividades dirigidas de matemática;
4. Realizar actividades dirigidas de matemática e auto-avaliar a sua prática;
5. Promover encontros semanais de reflexão e planificação na área de matemática como base para a preparação do
plano semanal.

Código: Nível do QNQP: 4

Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância

Data de Registo: Data de Revisão do Registo:

Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação


Competência

1. Descrever as a) Descreve as noções matemáticas na Noções matemáticas incluem:


noções educação de infância, ligando-as a aspectos  Propriedades dos objectos: forma, cor,
matemáticas, as na vida diária da criança. tamanho, peso, sabor, temperatura,
competências b) Resume as competências-chave que as entre outros
chave e a actividades de matemática desenvolvem na  Espaço / posições (longe, perto; em
importância do criança. cima, em baixo, entre, etc.), direcções
desenvolvimento c) Descreve a importância das competências de (para trás para a frente, …), e distâncias
dos conceitos matemática para o desenvolvimento global da  Tempo (antes – agora – depois; ontem -
matemáticos na criança. hoje – amanhã, etc.)
criança  Quantidades (muito, pouco, metade,
Evidências Requeridas dobro, mais, menos...) e, números e
medidas
Evidência escrita:
 Acções para nomear (identificar),
O formando:
comparar, classificar (agrupar), ordenar,
 Descreve noções matemáticas dando
e sequenciar
exemplos da vida diária da criança
 Resume competências chaves que as Competências-chave ligadas a:
actividades de matemática desenvolvem na
 Primeiras etapas do raciocínio
criança e descreve a sua importância para o
matemático: descobrir, observar,
desenvolvimento global da criança.
classificar e reflectir para resolver
 Comparação de formas, tamanhos,
cores, e outras propriedades
 Capacidades de classificar e sequenciar
 Noções de tempo e espaço (posições,
distâncias, direcções e lateralidade)
 Noções básicas de quantidades e
números, medidas /medição / medir
não-tradicionais

72
Veja a proposta de competências matemáticas
específicas para educação de infância, no
Programa Educativo para crianças do 1º ao 5º
ano.

Importância de adquirir noções matemáticas:


 Desenvolve a capacidade de pensar
logicamente; contribui para uma
autonomia intelectual
 Facilita a compreensão do mundo à sua
volta
 Ajuda a resolver problemas diários de
carácter matemático

2. Descrever e a) Descreve como as crianças aprendem as Classificar, ordenar e sequenciar:


exemplificar propriedades de objectos (através de processos  Classificar: é incluir um objecto num
como promover para nomear, comparar, classificar, ordenar, e determinado conjunto, tendo em conta
os conceitos de sequenciar) e exemplifica actividades possíveis. determinadas propriedades
matemática nas b) Descreve como as crianças desenvolvem as  Ordenar: é relacionar diferentes
crianças noções de espaço e tempo e exemplifica qualidades de objectos, no espaço e no
actividades possíveis. tempo
c) Descreve e exemplifica como as crianças  Sequenciar: é ser capaz de referir os
desenvolvem as noções de quantidades e elementos da sequência, de modo a
números e exemplifica actividades possíveis. que se reconheça um precedente e um
sucessor, sequência: do tempo, dos
dias da semana, números naturais, com
Evidências Requeridas
objectos, cores e formas, etc.
Evidência escrita:
Actividades dirigidas possíveis de matemática
O formando descreve como as crianças
podem se orientar nas acções seguintes:
 Aprendem propriedades de objectos
 Realizar movimentos físicos (saltar,
 Desenvolvem noções de tempo e espaço gatinhar) no “raio de número” –
 Desenvolvem noções de números e experiências físicas com distâncias,
quantidades. espaço, formas, quantidades e
sequência de números
Produto:  Encontrar igual e diferentes objectos
O formando apresenta uma lista de actividades ‘intrusos’ na sequência de objectos
dirigidas possíveis para o desenvolvimento das
 Identificar, comparar e ordenar
noções matemáticas, descrevendo pelo menos 3
formas, cores, posições, direcções,
actividades concretas para cada um dos conceitos
quantidades, medidas, tamanhos
de matemática.
 Formar grupos de objectos ou
conjuntos de acordo com
propriedades
 Criar sequências de objectos, com e
sem padrão
 Descrever posições e distâncias, fazer
e ‘ler’ mapas
 Colocar e descrever imagens em
sequência temporária (antes, durante
e depois)
 Criar actividades de contagem; criar
grupos com certo número de objectos
 Ligar o número à quantidade,
 Realizar a escrita dos números,
identificação dos números

73
 Arranjar números em sequência
 Adicionar e diminuir (problemas
matemáticos)

Actividades matemáticas podem ser


desenvolvidas no contexto de actividades
físicas, actividades de culinária, actividades com
objectos de natureza, através de passeios,
jogos etc.

3. Planificar e a) Identifica objectivos da actividade dirigida na Aspectos-chave da actividade dirigida incluem:


preparar em base das competências chaves da matemática 1. Objectivos e resultados a atingir (por
equipa e as competências já desenvolvidas nas parte da criança – competências)
actividades crianças. 2. Actividade passo a passo:
dirigidas de b) Planifica a actividade dirigida com os seus  Motivação/Introdução
matemática aspectos-chave e na base dos critérios de  Demonstração
qualidade de actividades dirigidas.  Acompanhamento
c) Prepara e produz materiais de aprendizagem  Arrumação
de matemática necessários para a actividade 3. Tempo necessário e seu uso
dirigida. 4. Materiais e local a utilizar
d) Identifica formas de diferenciar o grau de 5. Tipo de organização das crianças (em
dificuldade da actividade dirigida. pares, em grupos etc.)
e) Identifica como incluir ideias das crianças na
actividade dirigida de matemática. Critérios de qualidade da actividade dirigida
incluem:
Evidências Requeridas 1. Crianças a expressarem-se sobre o
tema
Produto:
2. Momentos para a criança se
O formando apresenta:
movimentar
 A planificação de duas actividades dirigidas, 3. Crianças a usarem os seus sentidos
seguindo os critérios de qualidade e 4. Crianças a agirem
descrevendo os aspectos-chave e as formas 5. Educador a oferecer actividades com
concretas de diferenciar o grau de dificuldade vários graus de dificuldade
da actividade
 Através de materiais diferentes
 Exemplos de pelo menos 2 formas como
 Através de tarefas diferentes
incluir os interesses da criança nas
 Através de apoios diferentes
actividades dirigidas planificadas
7. Educador a criar um bom ambiente para a
 Os materiais pedagógicos necessários para
aprendizagem (sem barulho, interrupções
as actividades dirigidas planificadas.
ou competição, e sempre encorajador etc.)

Diferenciar o grau de dificuldade:


 Através de materiais pedagógicos
diferentes
 Através de tarefas diferentes
 Através de apoios diferentes

Como incluir ideias das crianças nas actividades


dirigidas:
1) Escolher temas que interessem as crianças

74
2) Optar por actividades que interessem as
crianças
3) Oferecer materiais que interessem as
crianças

4. Realizar a) Realiza actividades dirigidas de matemática, Auto-avaliação do seu desempenho inclui:


actividades seguindo os critérios de qualidade. 1) Preparação
dirigidas de b) Diferencia na implementação, o grau de 2) Participação das crianças
matemática e dificuldade de acordo com as capacidades e 3) Dificuldades
auto-avaliar a sua necessidades das crianças. 4) Sucessos
prática c) Realiza a auto-avaliação do seu desempenho
no fim da actividade e descreve o que irá
adoptar ou fazer diferente, nas próximas
actividades.

Evidências Requeridas
Demonstração real ou simulada:
O formando prepara os materiais e realiza 1
actividade dirigida de matemática, seguindo os
critérios de qualidade, diferenciando o grau de
dificuldade de acordo com as capacidades e
necessidades das crianças e avaliando a sua
prática no fim da actividade.

5. Promover a) Reflecte em equipa sobre situações de Situações de desafio são aquelas onde ou a
encontros desafio, de sucesso, e de descoberta, nas criança ou o próprio educador tiveram certas
semanais de crianças e nas actividades dirigidas de dificuldades ou reacções negativas.
reflexão e matemática, durante a semana recente.
planificação na b) Identifica objectivos para actividades seguintes Situações de sucesso e de descoberta são
área de de matemática. aquelas onde a criança ou o próprio educador
matemática como c) Planifica em equipa as actividades dirigidas de aprenderam ou conseguiram fazer algo de novo
base para a matemática para a semana seguinte na base para eles.
preparação do dos passos de planificação semanal.
plano semanal d) Debate activamente e com respeito as Objectivos para actividades seguintes
experiências e ideias dos colegas. identificam-se na base de:
e) Preenche as actividades de matemática na  Aproveitamento das actividades
ficha do plano semanal, ordenando as pedagógicas realizadas anteriormente
actividades na sequência adequada e  Progresso das crianças em relação às
nomeando os materiais necessários. competências chave
 Plano trimestral / anual das actividades
Evidências Requeridas pedagógicas da instituição de infância
 Interesses das crianças
Demonstração simulada:
O formando realiza em grupo uma reflexão e
Passos da planificação semanal das actividades
planificação semanal sobre actividades de
dirigidas:
matemática, seguindo os passos principais (ou de
1) Realizar uma chuva de ideias sobre as
acordo com os critérios de desempenho a) a d).
possíveis actividades dirigidas
2) Melhorar e /ou ampliar as ideias de
Produto:
actividades (na base dos critérios de
O formando apresenta a ficha de plano semanal
qualidade, objectivos relevantes e
onde são preenchidas com detalhe suficiente e na
competências da criança)
sequência adequada, 4 actividades de
3) Organizar as actividades em sequência
matemática.
lógica
4) Descrever as actividades desafiadores
passo-a-passo, para todos terem a

75
certeza de como as realizar
5) Preencher a ficha do plano semanal e
partilhá-la com os pais (pode ser feito por
um educador já fora do encontro)

O plano semanal contém:


 Sequência das actividades
 Materiais necessários para cada
actividade
 Alguns conteúdos da hora do círculo e
materiais para actividades livres

Sequência adequada das actividades dirigidas


orienta-se por:
 Sequência lógica das competências
chave atingidas
 Aumento do grau de complexidade
 Exigências de concentração (nível alto
melhor para a 1ª actividade do dia)
 Exploração sensório-motora antes da
aprendizagem mais abstracta
 Disponibilidade dos materiais
pedagógicos (onde os materiais são
partilhados entre os grupos)

76
Promover actividades dirigidas de conhecimento do mundo com as crianças

Registo de Unidade de Competência

Titulo da Unidade de Promover actividades dirigidas de conhecimento do mundo com as crianças


Competência

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Descrever os conteúdos, as competências chave e os métodos a utilizar para o conhecimento do mundo pela criança;
2. Descrever, preparar e realizar as actividades de educação para saúde e autoavaliar a sua prática;
3. Descrever, preparar e realizar actividades de educação ambiental e autoavaliar a sua prática;
4. Promover encontros semanais de reflexão e planificação na área de conhecimento do mundo como base para o plano
semanal.

Código: Nível do QNQP: 4


Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância
Data de Registo: Data de Revisão do Registo:
Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência

1. Descrever os a) Descreve e ordena os conteúdos sobre Conteúdos possíveis de conhecimento do mundo


conteúdos, as o conhecimento do mundo na educação Meio circundante – ao redor da criança:
competências de infância, ligando-os a assuntos na  Centro infantil ou escolinha, família, escola, loja
chave e os vida diária da criança. ou mercado
métodos a utilizar b) Resume as competências chave que as  Objectos e materiais do quotidiano
para o actividades de conhecimento do mundo  Caminhos, estradas, carros
conhecimento do desenvolvem na criança.  Natureza ao redor; cuidados do meio ambiente
mundo pela c) Exemplifica alguns dos métodos a  Tempo
criança utilizar no desenvolvimento do  Actividades e profissões comuns (no
conhecimento do mundo pela criança. centro/escolinha; na família e na comunidade)
d) Exemplifica como incluir ideias das  Higiene, alimentação, repouso, perigos
crianças nas actividades dirigidas de
 Meios de comunicação na comunidade
conhecimento do mundo.
 Tradições e culturas na família, comunidade
Evidências Requeridas
À volta do mundo:
Evidência escrita:  Localidades (cidades, aldeias); países
O formando:  A natureza: Animais e plantas
 Descreve e ordena os conteúdos sobre  Tempo
o conhecimento do mundo segundo  Meios de transporte
critérios de proximidade da vida diária  Actividades e profissões
da criança  Meios de comunicação
 Alista as competências chave que as  Alimentação, roupa, tradições e culturas de
actividades de conhecimento do mundo outros países
desenvolvem na criança
 Exemplifica dois métodos diferentes Competências chave desenvolvidas nas actividades de
para abordar um conceito sobre o conhecimento do mundo:
conhecimento do mundo pela criança  Capacidades de observar, descobrir, e reflectir
 Exemplifica como incluir as ideias das para resolver problemas
crianças, nas actividades de  Capacidades de comparar, classificar e
conhecimento do mundo. seleccionar
 Capacidade de descobrir ligações (ex., ligação
entre pessoas na comunidade; entre acções e

77
seus resultados)
 Capacidade de explicar processos (de
crescimento, produção etc.)
 Vocabulário temático
 Noções de tempo e espaço
 Auto-regulação e responsabilidade
 Empatia e relações sociais
 Capacidade de cuidar do meio ambiente

Métodos principais para actividades do conhecimento


do mundo (na base da educação centrada na criança):
 Observação
 Descoberta, acção e exploração livre, com todos
os sentidos
 Experiências científicas (ex., objectos que
afundam e flutuam)
 Visitas e passeios
 Histórias, livros, filmes e conversas
 Actividades de artes plásticas (ajudar a
organizar e exprimir os seus conhecimentos)
 Jogos temáticos
 Fichas de consolidação/revisão de
conhecimentos adquiridos

Como incluir ideias das crianças nas actividades


dirigidas (observando a crianças e perguntando aos
pais):
1) escolher temas que interessem as crianças
2) optar por actividades que interessem as
crianças
3) oferecer materiais que interessem as crianças

2. Descrever, a) Descreve os possíveis conteúdos de Conteúdos possíveis de educação para a saúde:


preparar e educação para a saúde.  esquema corporal e seus órgãos principais;
realizar b) Nomeia e exemplifica os métodos e como funciona o corpo
actividades de técnicas de educação para a saúde.  como se contraem doenças comuns e como se
educação para a c) Planifica e realiza actividades dirigidas proteger delas (acções de higiene, o repouso)
saúde e de educação para a saúde, com base  bases de alimentação saudável
autoavaliar a sua nos aspectos-chave e nos critérios de  importância da água potável
prática qualidade, duma actividade dirigida.
d) Realiza a autoavaliação do seu Métodos e técnicas de educação para a saúde incluem:
desempenho no fim da actividade e  Conversas sobre temas de saúde
descreve o que irá adoptar ou fazer  Vídeos, fantoches, histórias, imagens
diferente, nas próximas actividades.  Jogos temáticos (partes de corpo etc.)
 Puzzles (alimentos, vestuário, etc.)
 Jogos de causa e efeito (ex., acções de higiene
e seus resultados)
 Faz de conta que: médico/doente; higiene ao
deitar/acordar/comer
 Simulações (ex., como um vírus ataca a criança
com mãos sujas)
 Produção de bandas desenhadas (acções para
serem saudáveis; como comer bem...)
 Confecção de pratos saudáveis (ex., salada de
frutas) junto com as crianças

78
 Prática de bons hábitos de higiene
 Tarefas de limpeza da sala e do espaço exterior,
com componente educativo
Evidências Requeridas  Experiências científicas e reflexão
 Passeio para identificar os perigos e a limpeza
Evidência escrita: ou não dos espaços públicos
O formando...
 Descreve conteúdos chave de Aspectos-chave da actividade dirigida incluem:
educação para a saúde 1. Objectivos e resultados a atingir (por parte da
 Alista os métodos possíveis de criança – competências)
educação para a saúde, 2. Actividade passo a passo:
exemplificando 5 dos métodos.  Motivação/Introdução
 Demonstração
Produto:  Acompanhamento
O formando planifica 3 actividades de  Arrumação
educação para a saúde, com conteúdos e 3. Tempo necessário e seu uso
métodos diferentes, de acordo com critério 4. Materiais e local a utilizar
de desempenho c). 5. Tipo de organização das crianças (em pares, em
grupos etc.)
Demonstração real ou simulada:
O formando prepara os materiais e realiza 1 Critérios de qualidade da actividade dirigida incluem:
actividade de educação para a saúde, 1. Crianças a expressarem-se sobre o tema
avaliando a sua prática no fim da actividade. 2. Momentos para a criança se movimentar
3. Crianças a usarem os seus sentidos
4. Crianças a agirem
5. Educador a oferecer actividades com vários
graus de dificuldade
 Através de materiais diferentes
 Através de tarefas diferentes
 Através de apoios diferentes
6. Educador a criar um bom ambiente para a
aprendizagem (sem barulho, interrupções
ou competição, e sempre encorajador etc.)
Autoavaliação do seu desempenho:
1) Preparação
2) Participação das crianças
3) Dificuldades
4) Sucessos

3. Descrever, a) Descreve os possíveis conteúdos de Conteúdos possíveis de educação ambiental


preparar e actividades que promovem a educação Ambiente natural:
realizar ambiental.  Animais domésticos e selvagens
actividades de b) Nomeia e exemplifica os métodos e  Alterações físicas e climatéricas
educação técnicas principais para a educação  O sol e os astros
ambiental e ambiental.  A terra, as árvores, as plantas, as flores e a sua
autoavaliar a sua c) Planifica e realiza actividades dirigidas utilização, areia, pedras, terra, barro, rios,
prática de educação ambiental, com base nos mares...
aspectos chave e nos critérios de
qualidade, duma actividade dirigida.) Importância da água:
d) Realiza a autoavaliação do seu  Sem água e sem ar não há vida nem
desempenho no fim da actividade e sustentabilidade
descreve o que irá adoptar ou fazer  A água é o elemento fundamental para a
diferente, nas próximas actividades. existência da vida na Terra e dela dependem
todos os seres vivos para sobreviver

79
Evidências Requeridas Preservação do ambiente:
 Limpar a praia, o campo preservando o
Evidência escrita: ambiente
O formando...  Aprender a cuidar das árvores e plantas; regar
 Descreve conteúdos de educação as plantas
ambiental  Consumir produtos da natureza de maneira
 Alista os métodos possíveis de sustentável
educação ambiental, exemplificando 5  Não poluir o ar, os rios, etc.
dos métodos.
Reciclagem, redução e reutilização:
Produto:  Água, poupar, reutilizar
O formando planifica 3 actividades de  Separar e reutilizar o lixo
educação ambiental, com conteúdos e  Reciclar o material de desperdício: papel,
métodos diferentes, de acordo com critério cartões, frascos, garrafas, pacotes, caixas, etc.,
de desempenho c). em brinquedos e outros materiais

Demonstração real ou simulada: Métodos e técnicas para a educação ambiental incluem:


O formando prepara os materiais e realiza 1  Conversas sobre temas de ambiente
actividade de educação ambiental, avaliando  Histórias, filmes, discussão de histórias e de
a sua prática no fim da actividade. imagens
 Jogos temáticos e simulações
 Jogos de causa e efeito (ex., colocar e descrever
imagens em sequência)
 Puzzles (animais, plantas, ciclo da água,
sequências temporais, etc.)
 Experiências científicas (ex., fazer ondas)
 Prática de separação e reciclagem do lixo
 Produção de brinquedos, jogos, e obras
artísticas na base dos materiais reciclados
 Produção de bandas desenhadas (sobre como
proteger o ambiente etc.)
 Observação da natureza
 Passeios, para identificar se o ambiente na
comunidade está bem preservado
 Criação e cuidados duma machamba ou jardim
da instituição
 Limpeza e cuidados duma área na comunidade
(praia, campo)

4. Promover a) Reflecte em equipa sobre situações de Situações de desafio são aquelas onde a criança ou o
encontros desafio, de sucesso, e de descoberta, próprio educador tiveram certas dificuldades ou
semanais de nas crianças e nas actividades dirigidas reacções negativas.
reflexão e de conhecimento do mundo, durante a
planificação na semana recente. Situações de sucesso e descoberta são aquelas onde a
área de b) Identifica objectivos para actividades criança ou o próprio educador aprenderam ou
conhecimento do seguintes do conhecimento do mundo. conseguiram fazer algo novo para eles.
mundo como c) Planifica em equipa as actividades
base para o dirigidas de conhecimento do mundo Objectivos para actividades seguintes identificam-se na
plano semanal para a semana seguinte na base dos base de:
passos de planificação semanal.  Aproveitamento das actividades pedagógicas
d) Debate activamente e com respeito as realizadas anteriormente
experiências e ideias dos colegas.  Progresso das crianças em relação às
e) Preenche as actividades de competências chave
conhecimento do mundo na ficha do  Plano trimestral / anual das actividades
plano semanal, ordenando as

80
actividades na sequência adequada e pedagógicas da instituição de infância
nomeando os materiais necessários.  Interesses das crianças

Evidências Requeridas Passos da planificação semanal das actividades


dirigidas:
Demonstração simulada: 1) Realizar uma chuva de ideias sobre as
O formando realiza em grupo uma reflexão e 2) possíveis actividades dirigidas
planificação semanal sobre actividades de 3) Melhorar e /ou ampliar as ideias de actividades
conhecimento do mundo, seguindo os (na base dos critérios de qualidade, objectivos
passos principais (ou de acordo com os relevantes e competências da criança)
critérios de desempenho a) a d). 4) Organizar as actividades em sequência lógica
5) Descrever as actividades desafiadores passo-
Produto: a-passo, para todos terem a certeza de como
O formando apresenta a ficha de plano as realizar
semanal onde são preenchidas com detalhe 6) Preencher a ficha do plano semanal e partilhá-
suficiente e na sequência adequada, 4 la com os pais (pode ser feito por um educador
actividades de conhecimento do mundo. já fora do encontro)

O plano semanal contem:


 Sequência das actividades
 Materiais necessários para cada actividade
 Alguns conteúdos da hora do círculo e materiais
para actividades livres

Sequência adequada das actividades dirigidas orienta-


se por:
 Sequência lógica das competências chave
atingidas
 Aumento do grau de complexidade
 Exigências de concentração (nível alto melhor
para a 1ª actividade do dia)
 Exploração sensório-motora antes da
aprendizagem mais abstracta
 Disponibilidade dos materiais pedagógicos (onde
os materiais são partilhados entre os grupos)

81
Promover actividades dirigidas de expressão plástica com as crianças

Registo de Unidade de Competência

Titulo da Unidade
Promover actividades dirigidas de expressão plástica com as crianças
de Competência

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Descrever as competências chave que a criança desenvolve na expressão plástica e a sua importância no
desenvolvimento da criança;
2. Praticar várias técnicas de expressão plástica e descrever possíveis formas de actividades dirigidas de expressão
plástica;
3. Planificar, preparar, realizar e avaliar actividades dirigidas de expressão plástica.

Código: Nível do 4
QNQP:
Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância
Data de Registo: Data de Revisão do Registo:
Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência
1. Descrever as a) Define o objectivo principal das O objectivo principal das actividades de expressão
competências actividades de expressão plástica. plástica é de permitir a criança expressar os seus
chave que a b) Resume as competências-chave que as sentimentos e pensamentos através de meios
criança desenvolve crianças desenvolvem nas actividades de plásticos e não o de atingir certos produtos.
na expressão expressão plástica.
plástica e a sua c) Descreve a importância das competências Competências-chave que as crianças desenvolvem
importância no desenvolvidas na expressão plástica para nas actividades de expressão plástica:
desenvolvimento o desenvolvimento da criança.  Competências sócio-morais
da criança Ex: seguir regras; ter autonomia; sociabilidade
Evidências Requeridas  Competências pessoais
Ex: autoconfiança; colocar-se uma meta
Evidência escrita:
adequada à sua capacidade; procurar
O formando…
caminhos para atingir as suas metas;
 Define o objectivo principal da expressão
procurar soluções se tiver problemas;
plástica
auto-avaliar o seu trabalho; criatividade;
 Resume as competências chave que as atenção e concentração
crianças desenvolvem nas actividades
 Competências de motricidade fina
de expressão plástica
Ex.: saber cortar, colar, desenhar, modelar;
 Descreve a importância das controlo motor; ligação vista-mão
competências desenvolvidas na
 Competências cognitivas
expressão plástica para o
Ex. conhecimentos sobre formas, tamanhos,
desenvolvimento da criança.
quantidades, cores; imaginação
 Competências linguísticas e de comunicação
Ex.: oralidade; formas de comunicação (ex.
como pedir algo); expressar-se sobre o que
faz/fez; expressar-se usando vários meios

Importância das competências para o


desenvolvimento da criança:
 Promove saúde psíquica da criança (tem meios
de expressar o que sente e pensa e o que a
atrapalha)
 Estimula desenvolvimento complexo do cérebro

82
através das diversas experiencias sensoriais
 Permite a criança agir de forma integral e num
conjunto entre ideias e realização das ideias em
acção
 Aumenta o auto estima da criança
 Proporciona competências básicas para a
aprendizagem da escrita
 Proporciona competências elementares para
profissões artesas e artísticas

2. Praticar várias a) Pratica várias técnicas de expressão Técnicas usadas em actividades dirigidas de
técnicas de plástica. expressão plástica incluem:
expressão plástica b) Nomeia dois tipos de actividades  Desenho, pintura (com pincéis, dedos, mãos,
e descrever dirigidas de expressão plástica, fios, pauzinhos)
possíveis formas identificando como esses cumprem os  Carimbagem (com as mãos, esponjas, rolhas,
de actividades critérios de qualidade e permitem a vegetais, frutos, balões, etc,) e estampagem (ex.
dirigidas de participação activa da criança. com areia)
expressão plástica c) Descreve como realizar uma actividade  Rasgagem, machucagem, e recortes
dirigida do tipo ‘Exploração livre de um  Colagem com recortes, objectos, arreia etc.
tema/ duma técnica comum’. (livres e seguindo padrões, ex. mandalas)
d) Descreve como realizar uma actividade  Modelagem (areia e água, barro, plasticina,
dirigida do tipo ‘Produção de um produto massa de farinha, outros)
comum’.  Dobragem
e) Resume os critérios sobre como  Tecelagem (esteirinhas, cestas, cercas) e
acompanhar as crianças nas actividades enfiamento (de figuras na cartolina; no pano,
livres da expressão plástica que são etc.)
relevantes para as actividades dirigidas.
 Trabalho com todo o tipo de materiais de
desperdício e da natureza
Evidências Requeridas  Trabalhos simples com madeira (serrar,
Produto: descascar, martelar, produção de objectos
O formando produz 5 obras de artes plásticas simples)
utilizando uma nova técnica da expressão
plástica em cada obra. Dois tipos de actividades dirigidas de expressão
plástica:
Evidência escrita:  Exploração livre de um tema/ duma técnica
O formando... comum
 Nomeia e descreve 2 tipos de actividades  Produção de um produto em conjunto
dirigidas de expressão plástica de acordo
com os critérios de desempenho b) a d) Critérios de qualidade da actividade dirigida:
 Resume os critérios de como 1. Crianças a expressarem-se sobre o tema
acompanhar as crianças nas actividades 2. Momentos para a criança se movimentar
livres de expressão plástica que são 3. Crianças a usarem os seus sentidos
relevantes para actividades dirigidas. 4. Crianças a agirem
5. Educador a oferecer actividades de vários
graus de dificuldade:
 Através de materiais diferentes
 Através de tarefas diferentes
 Através de apoios diferentes
6. Educador a criar um bom ambiente para a
aprendizagem (sem barulho, interrupções
ou competição, sendo encorajador etc.)

Promover participação activa da criança:


 Basear-se nas ideias das crianças ou incluir
essas ideias

83
 Estimular participação das crianças com as suas
diferentes capacidades e características
 Estimular participação da criança com a sua
criatividade individual
 Estimular a participação activa da criança na
angariação dos materiais primários para as suas
actividades, ex., ir procurar materiais na natureza

Como realizar uma actividade dirigida do tipo


‘Exploração livre de um tema ou de uma técnica
comum’:
 O educador propõe um objecto a produzir na
actividade dirigida (ex.: borboleta, fantoche). A
escolha do objecto pode ser resultado de uma
ideia apresentada pelas crianças ou de uma
observação dos interesses das crianças
 O educador demonstra uma possível maneira de
produzir o objecto ou mostra pelo menos dois
modelos diferentes já produzidos
 O educador disponibiliza uma variedade de
materiais – não só os que ele usou ou aqueles
usados na produção dos modelos já existentes
 As crianças produzem um objecto do mesmo
tema, mas cada uma da sua maneira
dependendo da sua criatividade e capacidade
 O educador acompanha as crianças de forma
adequada

Como realizar uma actividade dirigida do tipo


‘Produção de um produto comum’:
O educador:
 Propõe um objecto para produzir em grupo/s (ex.:
colagem, casinha, desenho de mãos e pés das
crianças). A escolha do objecto pode ser
resultado de uma ideia apresentada pelas
crianças ou de uma observação dos interesses
das crianças
 Demonstra acções básicas para as crianças
poderem produzir tal objecto em comum. Ou
mostra pelo menos um modelo de tal objecto
 Acompanha cada grupo no seu trabalho e ajuda-
los a cumprir as regras
 Cria regras básicas para esse trabalho, por ex.:
o Cada criança deve ter a possibilidade de
participar
o O grupo deve identificar formas de
participação de cada criança de acordo com
as suas características/ capacidades
especificas
o Em momentos de confusão parar e consultar
em grupo de forma construtiva e positiva
As crianças, em grupos pequenos ou em grupo
grande, produzem em conjunto o objecto, cada um
contribuindo com as suas capacidades e a sua
criatividade

84
Critérios sobre como acompanhar as crianças na
expressão plástica relevantes para as actividades
dirigidas (ver modulo 8 do nível 3):
 Permitir a escolha livre
o Se quer ou não participar na actividade
dirigida (depende da instituição)
o Do material a usar
o Do parceiro com quem trabalha ou se
trabalha sozinho
 Permitir a interacção livre entre as crianças
 Permitir aprendizagem por tentativa e erro e
focalizar-se em processos ao invés de resultados
o Não focar e corrigir o erro da criança
o Não dar primazia ao produto final
 Encorajar o interesse e escolhas da criança
 Distinguir crianças que precisam de ajuda das
que não precisam - é preciso apoiar quando:
o A criança pede ajuda
o A criança não é capaz de resolver um
problema sozinha e o demonstra
o A criança dá sinais de frustração
 Apoiar a criança de uma maneira que as estimula
a agir em autonomia:
o Demonstrar ao invés de explicar
o Com passos pequenos e simples
o Acompanhar cada passo com palavras
simples que descrevem o que se faz
o Não fazer para a criança
o Se a criança não conseguir, repetir a
demonstração do passo difícil ou propor
uma actividade mais simples
 Estimular a criança de forma adequada
o Encorajar a criança propondo actividades
mais avançadas
o Reconhecer a criatividade da criança
o Expor os trabalhos da criança
o Não comparar entre trabalhos de crianças
o Não louvar ou criticar em frente de outras
crianças
o Comentar os trabalhos de forma construtiva
estimulando a auto-avaliação pela criança
 Guardar os trabalhos da criança
 Avisar 10 minutos antes do fim da actividade

3. Planificar, a) Planifica a actividade dirigida de Aspectos-chave da planificação duma actividade


preparar, expressão plástica com os seus dirigida:
realizar e avaliar aspectos-chave, na base dos critérios de 1. Objectivo/s
actividades qualidade e de interesses observados 2. Actividade passo a passo:
dirigidas de nas crianças.  Motivação/ Introdução
expressão b) Identifica formas de diferenciar o grau de  Demonstração
plástica dificuldade da actividade dirigida para  Acompanhamento
permitir a participação de criança com 3. Materiais e local
diferentes capacidades. 4. Tempo e seu uso
c) Identifica como as crianças nesta 5. Organização das crianças
actividade podem participar com
criatividade e com as suas ideias.

85
d) Prepara materiais de aprendizagem Diferenciar o grau de dificuldade:
necessários para a actividade de  Através de materiais pedagógicos diferentes
expressão plástica.  Através de tarefas diferentes
e) Realiza dois tipos de actividades  Através de apoios diferentes
dirigidas de expressão plástica seguindo
os critérios de qualidade. Como incluir ideias das crianças nas actividades
f) Realiza a auto-avaliação do seu dirigidas:
desempenho no fim da actividade e 1) Escolher temas que interessem as crianças
descreve o que irá adoptar ou fazer 2) Optar por actividades que interessem as
diferente, nas próximas actividades. crianças
3) Oferecer materiais que interessem as crianças
Evidências Requeridas
Materiais para actividades de expressão plástica
Produto:
podem incluir:
O formando planifica por escrito, em grupo
 Todos os tipos de papel: branco, castanho,
pequeno, uma actividade dirigida do tipo
papel reciclado fino e grosso, tecidos,
‘Exploração livre de um tema ou de uma
madeiras, paredes, chão para pintar, cartões,
técnica comum’ e uma do tipo ‘Produção de
caixas, papelões, jornais, revistas
um produto em conjunto’ com base nos
critérios de qualidade e nos interesses  Água, giz, carvão, lápis, pincel e tintas naturais
observados nas crianças, identificando as ou comerciais
formas de diferenciar o grau de dificuldade e  Cola natural ou comercial
as formas de incluir as ideias das crianças.  Tesoura de bicos redondos
 Cordas, restos de lãs, linhas e fios
Demonstração simulada:  Objectos para estampar e desenhar por cima
O formando:  Massa de modelar
 Prepara os materiais e realiza uma  Para enfiar: bases para enfiar, cordas
actividade dirigida de expressão plástica  Para tecelagem: palha, fios
do tipo ‘Exploração livre de um tema ou  Ferramentas para trabalho com madeira
de uma técnica comum’ seguindo os  Outros materiais de desperdício
critérios de qualidade e os passos de  Outros materiais de natureza
planificação
 Prepara os materiais e realiza uma Auto-avaliação do seu desempenho inclui:
actividade dirigida do tipo ‘Produção de 1) Preparação
um produto em conjunto’ seguindo os 2) Participação das crianças
critérios de qualidade e os passos de 3) Dificuldades
planificação 4) Sucessos
 Autoavalia o seu desempenho no fim de
cada actividade e descreve o que irá
adoptar ou fazer diferente, nas próximas
actividades.

86
Promover actividades dirigidas de linguagem e literacia com as crianças

Registo de Unidade de Competência

Titulo da Unidade de Promover actividades dirigidas de linguagem e literacia com as crianças


Competência

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1. Resumir algumas competências de linguagem e literacia e a sua importância para o desenvolvimento da criança;
2. Realizar actividades dirigidas de pré-escrita e autoavaliar a sua prática;
3. Realizar actividades dirigidas de pré-leitura e autoavaliar a sua prática;
4. Estimular a criança a criar, ditar, ler e representar as suas histórias, mensagens ou outros textos escritos;
5. Utilizar com sensibilidade a língua materna e a língua nacional, nas interacções com as crianças;
6. Promover encontros semanais de reflexão e planificação na área de linguagem e literacia como base para o plano
semanal.

Código: Nível do QNQP: 4


Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância
Data de Registo: Data de Revisão do Registo:
Elementos de Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência
1. Resumir algumas a) Descreve algumas competências de Competências de linguagem e literacia
competências de linguagem e literacia (escrita e leitura) que (competências emergentes de escrita e leitura)
linguagem e literacia e ocorrem na sequência do desenvolvimento envolvem:
a sua importância da criança.  Capacidades narrativas
para o b) Resume a importância de algumas  Capacidades de ouvir e participar
desenvolvimento da competências de linguagem e literacia para  Capacidades analíticas e de resolução de
criança o desenvolvimento da criança. problemas
c) Exemplifica alguns dos métodos a utilizar  Capacidades emocionais e sociais
para estimular a criança a aprender a falar,  Capacidades de discriminação visual e
‘escrever’, ‘ler’ e ‘ditar’. auditiva
d) Exemplifica como incluir ideias das crianças  Lateralidade
nas actividades dirigidas de linguagem e  Capacidades motoras finas
literacia.
As diferentes idades revelam diferentes
Evidências Requeridas competências que podem variar com o grau de
estimulação que a criança recebe
Evidência escrita:
O formando: As competências de linguagem e de literacia são
 Descreve, exemplifica e resume importantes para o desenvolvimento das crianças
competências de linguagem e literacia e porque as estimulam a exprimir as suas
sua importância para o desenvolvimento da necessidades, desejos, opiniões; a participar e
criança, de acordo com os critérios de cooperar; a organizar o pensamento; a
desempenho a) a b) desenvolver o prazer e a alegria de aprender e a
 Exemplifica pelo menos 2 métodos a autoconfiança; a criar as bases para o sucesso
utilizar para estimular a criança a falar, escolar
escrever, ler e contar Métodos a utilizar para estimular a criança a
 Exemplifica como incluir as ideias das aprender a falar, escrever, ler e ditar incluem:
crianças, nas actividades de linguagem e  Fazer perguntas e dar respostas (criança/adulto
literacia. e vice-versa)
 Não repetir o erro mas dar a versão correcta
(ex....à minha trás. O gato está atrás de ti.)
 Expandir o que a criança disse

87
 Nomear o que se vê em livros, na sala, em
casa, ao ar livre
 Comentar o que sentem ao ler livros, em novas
experiências, quando algo inesperado acontece
 Falarem/contarem e ditarem ao educador sobre
o que escreveram, rabiscaram, desenharam,
pintaram fazendo livrinhos com esse material
 Ler livros com as crianças
 Rotular tudo o que for rotulável na sala e ou na
instituição
 As crianças a lerem livros sozinhas e com
outras crianças ou adultos
 Expôr as crianças à escrita e leitura na vida real
(lista de compras, receitas culinárias, consulta
da lista telefónica, ler jornais e revistas, livros...)
 As crianças a terem acesso a material de
escrita para garatujar, desenhar, pintar
escrever como quizerem e fazerem os seus
livrinhos

2. Realizar actividades a) Descreve e explica os objectivos das Objectivos das actividades de pré-escrita na
dirigidas de pré- actividades de pré-escrita na educação de educação de infância são principalmente:
escrita e autoavaliar a infância, e relaciona-os a situações  Despertar a curiosidade e o interesse
sua prática pedagógicas negativas em relação às  Proporcionar um ambiente estimulante
crenças e práticas familiares comuns no  Demonstrar as práticas de pré-escrita
ensino da escrita.  Ajudar as crianças a criarem as bases
b) Identifica as diferentes formas de escrita necessárias para o início da escrita
emergente por parte da criança e de como
encorajá-la a escrever à sua própria Situações pedagógicas negativas - Crenças e
maneira. práticas familiares em relação ao ensino da pré-
c) Planifica e realiza actividades dirigidas de escrita podem incluir:
pré-escrita ou de invenção de ortografia  Aprender a escrever é a tarefa mais
com base nos aspectos-chave e nos importante de educação de infância
critérios de qualidade duma actividade  A criança deve desde o início aprender a
dirigida, arquivando os trabalhos no escrever como um adulto
portefólio.  A escrita emergente da criança deve ser
d) Produz e providencia uma boa diversidade corrigida
de materiais para estimular o interesse pela  A criança só pode aprender a escrever
a escrita. seguindo o exemplo do adulto
e) Autoavalia o seu desempenho no fim da
As diferentes formas de escrita emergente
actividade e descreve o que irá adoptar ou
incluem escrita não convencional e original por
fazer diferente, nas próximas actividades.
parte da criança que escreve de maneiras não
reconhecidas convencionalmente (ex., com
desenhos, partes de letras, garatujas, riscos,
letras ou partes de palavras em espelho ou de
pernas para o ar, etc.)

Actividades dirigidas de escrita ou de invenção de


ortografia podem incluir escrita em qualquer
superfície, mesmo as pouco convencionais; com
diversos tipos de instrumentos, tracejar, saltar ou
andar sobre letras desenhadas, completar partes
de letras entre outras

88
Evidências Requeridas Aspectos-chave da actividade dirigida incluem:
1. Objectivos e resultados a atingir (por
Evidência escrita:
parte da criança – competências)
O formando...
2. Actividade passo a passo:
 Descreve e explica os objectivos de
 Motivação/Introdução
actividades de pré-escrita e relaciona-os
com situações pedagógicas negativas  Demonstração
relativamente às crenças e práticas  Acompanhamento
comuns  Arrumação
 Identifica diferentes formas de escrita 3. Tempo necessário e seu uso
emergente por parte da criança e como 4. Materiais e local a utilizar
encorajá-la a escrever à sua própria 5. Tipo de organização das crianças (em
maneira. pares, em grupos etc.)

Produto: Critérios de qualidade da actividade dirigida


O formando... incluem:
 Produz ou recolhe pelo menos 2 tipos de 1. Crianças a expressarem-se sobre o tema
materiais diferentes para actividades das 2. Momentos para a criança se movimentar
crianças com a escrita e descreve outros 3. Crianças a usarem os seus sentidos
tipos de materiais que estimulam o 4. Crianças a agirem
interesse pela escrita nas crianças 5. Educador a oferecer actividades com
 Planifica 2 actividades dirigidas de pré- vários graus de dificuldade
escrita de acordo com o critério de  Através de materiais diferentes
desempenho c)  Através de tarefas diferentes
 Recolhe e organiza exemplos de escrita  Através de apoios diferentes
emergente da criança para o portefólio. 6. Educador a criar um bom ambiente para
Demonstração real ou simulada: a aprendizagem (sem barulho,
O formando... interrupções ou competição, e sempre
encorajador etc.)
 Desenvolve uma actividade dirigida de pré-
escrita de acordo com o critério de O portefólio da criança inclui exemplos de
desempenho c), encorajando a criança a trabalhos livres e dirigidos que representam as
escrever à sua própria maneira, e várias áreas (ex., artes, matemática, linguagem).
avaliando a sua prática no fim da É importante...
actividade.  Anotar a data e a descrição analítica curta
em cada trabalho
 Ordenar os trabalhos para indicar o
desenvolvimento de competências
 Guardar o portefólio de diferentes maneiras,
ex.: mapas ou gavetas para cada criança,
pasta grande com parte para cada criança,
portefólio com análise do progresso

Tipos de materiais para estimular a pré-escrita


variam bastante e podem incluir desde adultos ou
crianças mais velhas como modelo, que escrevem,
sempre que possível, à frente de e com as crianças
e rótulos, livros, bilhetes, notas, receitas, cartazes
ou puzzles e outros jogos com letras, palavras, ou
frases e diversos materiais onde e com os quais se
possa “escrever”, lápis, canetas de feltro, giz, areia,
pauzinhos entre outros

Auto-avaliação do seu desempenho inclui:


1) Preparação
2) Participação das crianças
3) Dificuldades
4) Sucessos

89
3. Realizar actividades a) Descreve e explica os objectivos de Objectivos de actividades de pré-leitura na
dirigidas de pré-leitura actividades de pré-leitura na educação de educação de infância são principalmente:
e autoavaliar a sua infância e a ligação entre a aprendizagem  Despertar a curiosidade e interesse pela
prática da leitura e a da escrita na criança. leitura
b) Descreve as abordagens para a criação de  Proporcionar um ambiente estimulante
hábitos de leitura através da partilha e  Demonstrar as práticas de pré-leitura
criação de livros, fantasias, entre outros.  Ajudar as crianças a criar as bases
c) Planifica e realiza actividades dirigidas que necessárias para o inicio da leitura
despertam as crianças para o som e para a
relação som/símbolo(letra), com base nos Ligação entre a aprendizagem da leitura e a da
aspectos chave e nos critérios de qualidade, escrita na criança: A criança aprende a ler:
duma actividade dirigida.  Quando é imersa num ambiente de leitura-
d) Planifica e realiza actividades dirigidas com escrita
histórias com base nos aspectos chave e  Quando escreve ou lê por iniciativa própria
nos critérios de qualidade, duma actividade Ao escrever/ler ou ao ver alguém a
dirigida. escrever/ler, a criança...
e) Autoavalia o seu desempenho no fim da  Aprende que as palavras podem ser
actividade e descreve o que irá adoptar ou escritas e lidas
fazer diferente, nas próximas actividades.  Aprende que se escrevem e lêem da
esquerda para a direita
 Presta atenção às formas das letras e à
composição das palavras
Evidências Requeridas  Mais tarde ‘aproveita’ esses
conhecimentos para ler/escrever
Evidência escrita:
O formando... Criação de hábitos de leitura acontece através de:
 Descreve e explica os objectivos das  Leitura individual pela criança
actividades de pré-leitura, a ligação entre a  Leitura para o grupo
aprendizagem da leitura e da escrita  Discussão dos livros (partilha do que sabem e
 Descreve e as abordagens para a criação construção dos novos conhecimentos)
de hábitos de leitura nas crianças  Produção de livrinhos
Produto:  Encenação das histórias ouvidas ou criadas
O formando... pelas crianças
 Constrói um livro de contos ou outro da sua Actividades que despertam as crianças para o som
preferência e verifica a reacção das incluem: adivinhar e imitar sons, lengalengas,
crianças ao ler trava-línguas, rimas, procurar palavras que
 Planifica duas actividades dirigidas com comecam com o mesmo som
sons ou sons/letras, e duas actividades
com histórias com base nos critérios de
desempenho c) e d). Actividades que ensinam a ligação entre o símbolo
e o som da letra, e promovem a divisão silábica,
Demonstração real ou simulada: são por exemplo, escolher objectos/imagens que
O formando... começam com certa letra, juntar letras com
 Realiza uma actividade dirigida com os palavras que começam com essas letras, saltar
sons, de ligação da letra com o som, ou de duma letra (consoante) para as vogais, dizendo
divisão silábica avaliando a sua prática no cada sílaba e explorar as capacidades sensoriais
fim da actividade da criança para concretizar o abstracto do símbolo
 Realiza uma actividade dirigida com
histórias avaliando a sua prática no fim. Actividades dirigidas com histórias incluem ler a
história de maneira interactiva, levantando
questões, predizendo o que vai acontecer a seguir,
comparando com algo na sua vida, criar ou mudar
a história ou partes dela, fazer actividades na base
da história, com desenhos, jogos, passeios, etc.

90
4. Estimular a criança a a) Descreve e explica a importância da criança Importância da criança criar, ditar, ler e utilizar as
criar, ditar, ler e criar, ditar, ler e representar as suas suas histórias, mensagens, e outros textos
representar as suas histórias, mensagens, e outros textos escritos:
histórias, mensagens escritos.  Valoriza as ideias e a criatividade da
ou outros textos b) Estimula as crianças ditar suas histórias, criança
escritos mensagens, listas, ou pensamentos e anota  Reforça a ligação entre palavra dita, escrita,
os ditados delas. e lida
c) Lê, para as crianças, e estimula-as a ‘ler’ as
histórias, mensagens, e outros textos Anota as histórias, mensagens, listas ou
ditados por elas, reforçando a ligação entre pensamentos ditados pelas crianças
a leitura e escrita. individualmente ou em grupo sempre na presença
d) Encoraja as crianças a representar as suas das crianças e deixando-as ilustrar o que ditaram,
histórias, mensagens e outros textos. podendo ser utilizado em vários momentos
e) Expõe os ditados escritos nas paredes, importantes do dia como a hora do círculo
encorajando as crianças a “lê-los” de vez
em quando e guarda/arquiva os ditados Representar as suas histórias:
escritos da criança no portefólio.  Visualmente através duma ilustração ou de
recorte e colagem
Evidências Requeridas  Através de faz-de-conta, jogo de papéis ou
dramatização
Evidência escrita:
O formando...
 Descreve e explica a importância da
criança criar, ditar, ler e representar suas
histórias e outros textos, e as formas de
como estimular a realização dessas
actividades pelas crianças.
Demonstração real ou simulada:
O formando desenvolve duas formas de
estimular a criança a ditar, ler, e representar
vários textos, que abrangem os critérios b), c) e
d).
Produto:
O formando expõe trabalhos com escrita ditada
ou criada pelas crianças, nas paredes da sala, e
arquiva outros - no portefólio da criança.

5. Utilizar com a) Explica a importância de usar a língua Língua materna (L1) é a base para todo o
sensibilidade a língua materna (L1) na interacção com as desenvolvimento da criança, incluindo a
materna e a língua crianças. aprendizagem de outras línguas porque baseada
nacional, nas b) Fala e ensina na língua materna para no conhecimento e experiências das crianças e da
interacções com as promover o desenvolvimento harmonioso sua comunidade
crianças da criança.
Efeitos negativos de apenas usar a L2 no ensino
c) Introduz a língua nacional (L2) no pré-
pré-escolar: impede ou limita a participação plena
escolar através de técnicas didácticas de
da criança por não se basear no seu
educação bilingue aproveitando o período
conhecimento linguístico-cultural
chave de aquisição da linguagem.
Técnicas didácticas na educação bilingue podem
Evidências Requeridas conter materiais e promovem a utilização de
palavras chave em ambas as línguas, ex.:
Evidência escrita:
 Nomear tudo o que vê no ambiente, na
O formando justifica a importância da língua
sala, em livros, etc. em L1 e depois em L2
materna na educação bilingue.
 Contar histórias em língua materna e
depois em L2, com apoio de imagens e
Demonstração real ou simulada:
gestos, chamando pais e outros familiares
O formando...

91
 Utiliza a língua materna das crianças nas para virem contar uma história
interacções e actividades com crianças  Usar canções como meio educativo para L2
 Implementa pelo menos 3 técnicas de  Associar certas acções diárias com as
educação bilingue nas actividades com frases em L2
crianças.  Não misturar as 2 línguas na mesma frase
 Usar escrita na sala em língua materna e
em L2
 Utilizar cartazes de matemática,
conhecimento do mundo e outros que
através das imagens promovam a
aprendizagem de palavras e frases em
ambas as línguas
 Utilizar jogos de memória de imagens com
palavras em ambas as línguas
 Utilizar puzzles de sequência com palavras
em ambas as línguas
Período chave de aquisição da linguagem vai dos
0 aos 5 anos.

6. Promover encontros a) Reflecte em equipa sobre situações de Situações de desafio são aquelas onde ou a
semanais de reflexão desafio e de sucesso/descoberta nas criança ou o próprio educador tiveram certas
e planificação na área actividades de linguagem e literacia dificuldades ou reacções negativas
de linguagem e realizadas durante a semana.
Situações de sucesso e descoberta são aquelas
literacia como base b) Identifica objectivos para actividades
onde a criança ou o próprio educador aprenderam
para o plano semanal pedagógicas seguintes de linguagem e
ou conseguiram fazer algo novo para eles
literacia.
c) Planifica em equipa as actividades dirigidas Objectivos e técnicas para actividades
de linguagem e literacia para a semana pedagógicas seguintes identificam-se na base de:
seguinte na base dos passos de  Aproveitamento das actividades
planificação semanal. pedagógicas realizadas anteriormente
d) Debate activamente e com respeito, as  Progresso das crianças em relação às
experiências e ideias de actividades de competências chave
linguagem e literacia para atingir os  Plano trimestral e plano anual das
objectivos. actividades pedagógicas da instituição de
e) Preenche o plano semanal ordenando as infância
actividades dirigidas na sequência  Interesses das crianças
adequada e nomeando os materiais  Sugestões dos pais
pedagógicos necessários.
Passos da planificação semanal das actividades
dirigidas:
1) Realizar uma chuva de ideias sobre as
2) possíveis actividades dirigidas
Evidências Requeridas 3) Melhorar e /ou ampliar as ideias de
actividades (na base dos critérios de
Demonstração simulada: qualidade, objectivos relevantes e
O formando realiza em grupo uma reflexão e competências da criança)
planificação semanal sobre actividades de 4) Organizar as actividades em sequência
linguagem e literacia, seguindo os passos lógica
principais (ou de acordo com os critérios de 5) Descrever as actividades desafiadores
desempenho a) a d). passo-a-passo, para todos terem a certeza
de como as realizar
Produto: 6) Preencher a ficha do plano semanal e
O formando apresenta a ficha de plano semanal partilhá-la com os pais (pode ser feito por
onde são preenchidas com detalhe suficiente e um educador já fora do encontro)
na sequência adequada 4 actividades de
linguagem/ literacia. O plano semanal contém:

92
 Sequência das actividades
 Materiais necessários para cada actividade
 Alguns conteúdos da hora do circulo e
materiais para actividades livres
Sequência adequada das actividades dirigidas
orienta-se por:
 Sequência lógica das competências chave
atingidas
 Aumento do grau de complexidade
 Exigências de concentração (nível alto é
melhor para a 1ª actividade do dia)
 Explorar um conteúdo com mais
envolvimento motor antes da exploração
mais abstracta
 Disponibilidade dos materiais pedagógicos
(no caso duma instituição com mais do que
um grupo)

93
4. Experiência de trabalho

Levar a cabo uma experiência de trabalho numa instituição de infância

Registo de Unidade de Competência

Título da Unidade de Levar a cabo uma experiência de trabalho numa instituição de infância
Competência:

Descrição da Unidade de Competência:


Após a conclusão desta unidade, o formando será capaz de:
1) Preparar uma experiência de trabalho (estágio);
2) Realizar com qualidade as tarefas alocadas e as metas pessoais para o estágio de acordo com a Educação Inclusiva e
Centrada na Criança;
3) Rever a contribuição do conhecimento e habilidades ganhas para o seu próprio desenvolvimento pessoal e profissional;
4) Reflectir criticamente sobre as suas experiências, conhecimentos, e percepções adquiridas ao longo do curso.

Código: Nível do QNQP 4

Campo: Educação Sub Campo: Educação de infância

Data de Registo: Data de Revisão do Registo:

Elementos de
Critérios de Desempenho Contextos de Aplicação
Competência
1. Preparar uma a) Faz autoavaliação das qualidades e Qualidades e habilidades são:
experiência de habilidades requeridas para o trabalho de  Pessoais
trabalho (estágio) educador de infância, e define as metas  Interpessoais
pessoais para o estágio baseando-se na
lista de verificação das competências O formando deve definir 2 metas pessoais para o
atingidas do nível 4. estágio baseando-se na seguinte lista:
b) Prepara-se para realizar com qualidade Lista de verificação de competências atingidas no
as tarefas definidas para o estágio dentro nível 4:
do curso.  Explica como a criança aprende e se
c) Encontra-se com o responsável da desenvolve
instituição de infância e concorda sobre  Acompanha as actividades livres das
os objectivos, as actividades e a monitoria crianças no canto de materiais didácticos
do estágio.  Respeita as necessidades, deveres e
direitos da criança
Evidências Requeridas  Aplica a Educação Inclusiva
Produto:  Observa as competências da criança e
O formando define as qualidades e comunica com as famílias
habilidades através de uma autoavaliação,  Cuida dos bebés
estabelece pelo menos 2 metas pessoais  Estimula o desenvolvimento dos bebés
realísticas para o estágio, e descreve acções  Realiza actividades dirigidas com as
específicas dentro das tarefas definidas para crianças (de matemática, de conhecimento
o estágio. de mundo, de expressão plástica, de
linguagem e literacia.)
Desempenho no local de trabalho:
O formando confirma os resultados
pretendidos e os objectivos, assim como os

94
procedimentos relativos ao estágio com o 3 tarefas definidas para o estágio que devem ser
responsável da instituição de infância. realizadas com qualidade:
1) Promover e participar nos encontros
semanais de planificação e de reflexão
comunicando e colaborando
respeitosamente com os colegas.
2) Realizar actividades dirigidas
3) Preparar portefólios de crianças

2. Realizar com a) Leva a cabo as responsabilidades Promover encontros de reflexão e planificação


qualidade as tarefas alocadas de uma forma profissional, através de:
alocadas e as metas aproximando cada vez mais as  Propostas ao director da instituição de
pessoais para o competências atingidas no Nível 4. infância
estágio de acordo com b) Realiza as metas pessoais para o  Convites à equipa para participar em novas
a Educação Inclusiva e estágio. formas de colaboração
Centrada na Criança c) Promove os encontros semanais de  Implementacao dalgumas ou de todas as
(EICC) reflexão e planificação na instituição de partes dos encontros
infância.
d) Planifica e realiza as actividades dirigidas Passos da reflexão e planificação semanal em
com base nos aspectos-chave e de equipa para as actividades dirigidas:
acordo com os critérios de qualidade e 1) Reflectir em equipa sobre situações de
usando métodos activos. desafio, de sucesso, e de descoberta, nas
e) Faz a autoavaliação da implementação crianças e nas actividades dirigidas e livres,
das actividades dirigidas e identifica durante a semana recente
aspectos para melhorar. 2) Analisar os conteúdos do plano trimestral
f) Prepara os portefólios de trabalhos das para a semana seguinte
crianças. 3) Realizar uma chuva de ideias sobre
possíveis actividades dirigidas
4) Melhorar e /ou ampliar as ideias de
actividades (na base dos critérios de
qualidade e objectivos relevantes)
5) Organizar as actividades em sequência
lógica
6) Descrever as actividades passo-a-passo
desafiadores, para todos terem a certeza de
como realizá-las
7) Preencher a ficha do plano semanal e
partilhá-la com os pais (pode ser feito por um
educador já fora do encontro)

Aspectos-chave para planificar uma actividade


dirigida incluem:
 Objectivos e resultados a atingir (por parte
da criança)
 Actividade passo a passo
(motivação/introdução; demonstração;
acompanhamento)
 Tempo necessário
 Materiais e local a utilizar
 Tipo de organização das crianças

Critérios de qualidade da actividade dirigida


incluem:
1. Crianças a expressarem se sobre o tema
2. Momentos para a criança movimentar-se
3. Crianças a usarem os seus sentidos

95
Evidências Requeridas 4. Crianças a agirem
5. Educador a oferecer actividades com vários
Desempenho no local de trabalho:
graus de dificuldade:
O formando...
 Através de materiais diferentes
 Leva a cabo as tarefas planificadas
 Através de tarefas diferentes
durante a experiência no trabalho na
instituição de infância  Através de apoios diferentes
6. Educador a criar um bom ambiente para a
 Promove e participa com qualidade em
aprendizagem (sem barulho, interrupções ou
pelo menos 2 encontros de reflexão e
competição, e sempre encorajador, etc.)
planificação
 Planifica e realiza actividades dirigidas de Métodos activos principais nas actividades
acordo com os critérios de qualidade e dirigidas incluem:
utilizando métodos activos  Jogos (ex.: de adivinha, de contagem, de
 Faz autoavaliação do decorrer das agrupar e ordenar…)
actividades dirigidas e identificando  Actividades na base de histórias(ex.:
aspectos para melhorar. dramatizações, desenhos, histórias com
bonecas, etc.)
Produto:  Actividades de produção e experiências (ex.:
O formando prepara o portefólio duma produção artística; experiências científicas;
criança de acordo com os critérios exigidos. experiencias sensoriais)
 Passeios e visitas (ex.: visita à clinica
veterinária ou ao mercado)
 Actividades com mapas, diagramas, fichas
(ex.: agrupar alimentos bons e alimentos
‘maus’)
 Resolução de problemas (ex.: problemas
inventados que incluem noções de
matemática)
 Actividades de movimentos (ex.: saltar a
forma duma letra pintado no chão)

Autoavaliação do decorrer das actividades


dirigidas:
1) Preparação
2) Participação das crianças
3) Dificuldades
4) Sucessos

Preparar o portefólio da criança inclui:


 Incluir exemplos de trabalhos livres e dirigidos;
que representam as várias áreas (ex., artes,
matemática, linguagem)
 Anotar a data e a descrição analítica curta em
cada trabalho
 Nas artes plásticas, anotar as palavras da
própria criança sobre o seu trabalho
 Ordenar os trabalhos para indicar o
desenvolvimento de competências
 Guardar o portefólio de diferentes maneiras,
ex.: mapas ou gavetas para cada criança,
pasta grande com parte para cada criança,
portefólio com análise do progresso

3. Rever a contribuição a) Reexamina a autoavaliação inicial em Rever o seu progresso pode incluir:
do conhecimento e termos de pontos fortes e fracos e revê o  Identificar e admitir os seus pontos fracos,
habilidades ganhas seu progresso rumo às metas pessoais e

96
para o seu próprio aos objectivos definidos para o estágio. suas próprias dificuldades, erros
desenvolvimento b) Comenta de forma crítica o relatório do (fraquezas)
pessoal e profissional supervisor.  Identificar os seus lados fortes e sucessos
c) Revê o valor da aprendizagem ganha, em (forças) atingidos
relação a metas pessoais e profissionais  Analisar razões para as suas dificuldades
futuras.  Deixar cada pessoa exprimir a sua
opinião, e ajudar e chegar a um acordo
Evidências Requeridas
Produto
O formando…
 Reexamina a sua autoavaliação inicial e
identifica as forças e as fraquezas ainda
existentes rumo às metas pessoais e às
tarefas definidas para o estágio
 Critica o relatório do supervisor
 Revê o valor da aprendizagem ganha e
define algumas metas pessoais e
profissionais futuras.

4. Reflectir a) Reflecte criticamente sobre as suas Aspectos da EICC (Educação Inclusiva e


criticamente sobre experiências e as situações de desafio Centrada na Criança) que implementou durante o
as suas que vivenciou durante a implementação curso:
experiências, da EICC ao longo do curso.  Trabalhar com as crianças na base de
conhecimentos, e b) Reflecte sobre a sua aprendizagem e percepções sobre a criança, atitudes,
percepções suas dúvidas em relação a novos métodos e princípios de prática pedagógica
adquiridas ao longo conhecimentos adquiridos durante o da EICC
do curso curso.  Promover uma interacção respeitosa com e
c) Reflecte sobre o seu processo de entre as crianças e respeitar os direitos e
aprendizagem em relação às suas necessidades das crianças
percepções sobre a criança.  Promover a Educação inclusiva
 Promover comportamento social nas crianças
Evidências Requeridas e lidar com comportamentos desviantes
Demonstração real (na sala de aulas):  Preparar um ambiente estimulante para
O formando reflecte criticamente sobre as actividades livres
suas experiêrncias e situações de desafio  Acompanhar crianças nas actividades livres
que vivenciou durante a implementação da em geral, na oficina de expressão plástica, no
EICC ao longo do curso. parque infantil e na sala de material didáctico
 Realizar os processos diários
Produto:  Realizar actividades dirigidas nas áreas de
O formand entrega um trabalho por escrito música e drama, linguagem, conhecimento do
onde... mundo, matemática e expressão plástica
 Apresenta e argumenta sobre as suas  Cuidar dos bebés e estimular o seu
dúvidas em relação aos conhecimentos desenvolvimento
adquiridos durante o curso sobre a  Realizar em equipa encontros de reflexão e
EICC planificação
 Argumenta sobre as suas percepções  Colaborar com a família
actuais sobre a criança, apresentando
as mudanças que sofreu a partir do Situações de desafio:
contacto com os conhecimentos sobre Situações durante a implementação nas quais o
o desenvolvimento da criança, assim formando sentiu tensão ou emoções fortes (como
como as dúvidas que surgiram deste medo, insegurança, raiva etc.)
processo.
O que no nível 3 foi recomendado para saber lidar
com situações de desafio:
1) se possível, lidar com a tensão e agir como

97
aprendeu
2) observar o que acontece na criança e em si
próprio ao agir de dada maneira
3) tentar identificar o que está por detrás da
sua tensão e das emoções

Exemplos de percepções sobre a criança


na EICC:
 Igual valor aos adultos
 Cheio de potencialidades
 Possui características que são diferentes
das do adulto
 Quer aprender e desenvolver-se
 Actor do seu próprio desenvolvimento
 Individual e integrado
 Social e cooperativo desde o nascimento
 Necessidades como força motriz do seu
desenvolvimento

98
5. Módulos Vocacionais Obrigatórios

INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Descrever como a criança aprende e se


desenvolve, e, observar as competências
Título do módulo:
cognitivas, linguísticas e sensório-motoras nas
crianças
Código do módulo: MO

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 5

Requisitos de inscrição Conclusão com êxito da qualificação do certificado


no módulo: vocacional 3 em educação de infância.

A conclusão com êxito deste módulo é necessária para a


Progressão: inscrição nos seguintes módulos do certificado vocacional
4 ‘Agir com base nos direitos, necessidades e deveres
das crianças’ e ‘Analisar em equipa o desenvolvimento da
criança e colaborar com a família’.

Após a conclusão deste módulo os formandos serão


capazes de descrever como a criança aprende e se
desenvolve através da competência pessoal de saber
exemplificar a importância de focar nos processos e não
nos resultados de aprendizagem; de exemplificar a
Introdução ao módulo:
importância das necessidades das crianças assim como
da motivação intrínseca no seu desenvolvimento e
descrever tanto o conceito de desenvolvimento integral da
criança como saber observar as competências cognitivas,
linguísticas, e sensório-motoras nas crianças.

Resumo dos resultados


de aprendizagem:
1. Exemplificar a importância de focar nos processos e
não nos resultados de aprendizagem.
2. Exemplificar a importância das necessidades das
crianças assim como da motivação intrínseca no seu
desenvolvimento.
3. Descrever o conceito de desenvolvimento integral da
criança.
4. Observar as competências cognitivas, linguísticas, e
sensório-motoras nas crianças.

99
Resultado de aprendizagem 1: Exemplificar a importância de focar
nos processos e não nos resultados
de aprendizagem

Critérios de desempenho:
(a) Resume os princípios da prática pedagógica e relaciona-os com as
suas percepções sobre a criança.
(b) Resume porquê e como focalizar-se nos processos e não nos
resultados de aprendizagem.
(c) Exemplifica como promover processos de aprendizagem na
instituição de infância.

Contextos de aplicação:
Princípios de prática pedagógica:
 Estimular a criança (por parte do adulto e por parte do
ambiente preparado em volta)
 Respeitar e deixar a crianças expressarem as
necessidades da criança
 Deixar a criança ter escolha livre num ambiente
estimulante e seguro
 Deixar as crianças terem a Interacção livre entre elas
 Levar a criança a ter participação activa em todas as
actividades
 Orientar o uso e experimentação de objectos por parte da
criança
 Promover a ludicidade
 Evitar comparação e competição entre as crianças
 Ter o enfoque nos processos e não nos resultados

Exemplos de percepções sobre a criança:


Mitos: As crianças...
 São uma tábua rasa
 São adultos em miniatura
 Não querem aprender mas sim somente brincar
 Ao nascer não são afectivos, inteligentes, sociais e
cooperativos
 Precisam ser forçadas para se tornarem sociais e
cooperativos
 Não são competentes ou capazes

Percepções na base de EICC: As crianças…


 Têm igual valor em relação aos adultos
 Estão cheias de potencialidades
 Possuem características que são diferentes das do adulto
 Querem aprender e se desenvolver
 São sociais e cooperativas desde o seu nascimento

Porquê focalizar-se nos processos e não nos resultados de


aprendizagem:
Não é bom dar tanta importância à transmissão de conteúdos
(conceitos etc.) ou focalizar-se nos resultados de aprendizagem nas

100
actividades. Isso pode resultar na ausência de desenvolvimento das
competências sociais e de aprendizagem nas crianças

O que fazer para focalizar-se nos processos de aprendizagem


(brincar, experimentar, tentar e errar, agir) e não nos seus
resultados (uma letra escrita, um desenho, etc)
 Não dar importância que um resultado deve ser “bonito” ou
“correcto”, mas valorizar o processo nas várias tentativas
de experimentar e na expressão individual da criança
 Tolerar se a criança não fizer como o educador acha
melhor
 Não dar uma ideia à criança que ainda não sabe fazer mas
sim incentivar mostrando os vários materiais que ela pode
usar
 Não iniciar uma actividade com teoria e explicações
 Deixar a criança explorar, experimentar e expressar, e só
depois dar pequenas informações se necessário
 Observar sempre as crianças nos seus processos de
aprendizagem

Exemplo de promover processos de aprendizagem:


Uma criança que gosta de fazer puzzles mas tem dificuldade em
terminar. O importante é a educadora incentivar a não desistir e a
criança tentar (tentativa e erro) outra vez em momentos diferentes
até conseguir terminar

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Resume porquê e como focar nos processos e não nos
resultados de aprendizagem
 Exemplifica como promover processos de aprendizagem na
instituição de infância.

Produto
O formando resume os princípios da prática pedagógica utilizando
exemplos concretos na instituição de infância e relaciona-os com as
suas percepções sobre a criança.

Resultado de aprendizagem 2: Exemplificar a importância das


necessidades das crianças assim
como da motivação intrínseca no seu
desenvolvimento

Critérios de desempenho:
(a) Resume a hierarquia das necessidades e como respeitá-la no
trabalho pedagógico.
(b) Exemplifica as necessidades como força motriz do desenvolvimento
da criança e descreve a sua consequência no trabalho do educador.

101
(c) Descreve o efeito da motivação intrínseca no desenvolvimento
duma criança.
(d) Identifica o efeito de recompensas não naturais e define o efeito da
boa interligação entre motivação intrínseca e extrínseca no
desenvolvimento da criança.

Contextos de aplicação:
Necessidades e a sua hierarquia:
Em primeiro lugar:
Necessidades básicas
 Alimentação e repouso
 Amor (apego, atenção, e carinho)
 Protecção e segurança
Em segundo lugar:
 Movimentação
Em terceiro lugar:
Necessidades do desenvolvimento e aprendizagem
(desenvolver as suas habilidades inatas através de experiências
concretas)
 Imitar
 Experimentar duma maneira activa
 Fazer e analisar experiências
Necessidades sociais
 Sentir-se aceite pelos outros
 Sentir a pertença num grupo social / participar
 Agir em conjunto com outras crianças e ter amigos
 Cooperar com os adultos
 Sentir a Integridade da própria pessoa (manter dignidade
própria…)

Como respeitar a hierarquia das necessidades no trabalho


pedagógico:
As práticas do educador assim como as suas atitudes são
determinantes para que se respeite as necessidades em geral. O
educador ao perceber a hierarquia das necessidades saberá que
não pode fomentar as necessidades de 3º nível se a criança não
compreende antes as primeiras necessidades ou segundas.

Exemplos de que maneira as necessidades são a força motriz do


desenvolvimento duma criança:
A necessidade de brincar com água e areia leva a criança a
desenvolver:
 Motricidade fina (bases para escrita e outras actividades
manuais)
 Conexões no cérebro através das experiências sensoriais
(ligação complexa entre as sinapses)
 Competências cognitivas de física ao experimentar com água
sem ou com utensílios (qualidades de líquidos)
 Competências cognitivas de matemática ao juntar tubos de
diferentes diâmetros para deixar passar água)

Como consequência, para garantir que a criança desenvolva as


suas competências, o educador pode/ deve orientar-se nas
necessidades delas e preparar um ambiente e actividades que
permitem a satisfação dessas necessidades

102
Efeito (importância) da motivação intrínseca:
Crianças que são permitidas agir na base de motivação intrínseca
desenvolvem as seguintes competências:
 Aprendem com maior entusiasmo, profundidade e rapidez
 Envolvem-se mais com a instituição
 Persistem em tarefas desafiadoras
 Fixam metas pessoais
 Demonstram os seus acertos e dificuldades
 Planeiam as acções necessárias para viabilizar seus
objectivos
 Avaliam adequadamente o seu progresso
 Demonstram o sentimento de ‘sou capaz’
 Demonstram vontade de aprender e trabalhar e possuem
auto-regulação
 Vêem a própria actividade como a recompensa

Elementos /tipos de motivação extrínseca:


 Ambiente externo (pessoas, materiais, objectos etc.)
 Recompensas externas naturais (ex. o aluno explora um jogo
e o jogo funciona)
 Recompensas externas não naturais (ex. o aluno porta-se
bem e é recompensado com um doce)

Efeito de recompensas externas não naturais:


 Diminuem a motivação intrínseca da criança
 A criança deixa de aprender para saber e aprende para
satisfazer o educador
 A criança deixa de perceber as suas acções internamente
guiadas para se sentir externamente guiada

Efeito de boa interligação entre motivação intrínseca e extrínseca:


Provoca um aumento favorável e natural da aprendizagem

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando resume, exemplifica, descreve e identifica a
importância das necessidades das crianças assim como a
motivação intrínseca no seu desenvolvimento, de acordo com os
critérios de desempenho a) até d).

Resultado de aprendizagem 3: Descrever o conceito de


desenvolvimento integral da criança

Critérios de desempenho:
(a) Define o conceito de desenvolvimento holístico e integral da
criança.
(b) Define o conceito competências e nomeia as competências gerais a
desenvolver pela criança.

103
(c) Descreve a ligação entre áreas pedagógicas e competências e
identifica competências que uma criança pode desenvolver nas
várias áreas pedagógicas.
(d) Identifica como a auto-estima e o ambiente preparado promovem /
afectam o desenvolvimento das várias competências nas crianças.
(e) Exemplifica a importância das fases sensíveis no desenvolvimento
da criança.
(f) Apresenta e discute as dúvidas em relação aos aspectos principais
do desenvolvimento holístico e integral da criança.

Contextos de aplicação:
Desenvolvimento holístico e integral:
 O desenvolvimento da criança acontece como um todo e não
em partes e por isso é holístico
 É um processo contínuo de crescimento físico e maturidade
física, mental e afectiva e por isso é integral
 Engloba áreas de desenvolvimnento da criança que se
interligam e pelo processo de aprendizagem as habilidades
inatas transformam e são manifestas em competências

Competências na criança são os resultados do desenvolvimento


das habilidades inatas da criança através de vários processos de
aprendizagem, são capacidades provenientes do processo de
aprendizagem

Competências gerais (a desenvolver pela criança):


 Competências sócio-morais
 Competências pessoais
 Competências linguísticas
 Competências sensório-motoras
 Competências cognitivas

Áreas pedagógicas:
 Área de desenvolvimento psicomotor
 Área de matemática
 Área de linguagem
 Área de conhecimento de mundo
 Área de expressão plástica
 Área de expressão musical
 Área de formação moral e cívica

Ligação entre áreas pedagógicas e competências


 Os adultos preparam um ambiente estimulante e actividades
para a criança desenvolver as suas competências
 Dentro de uma área pedagógica a criança pode desenvolver
competências de vários grupos de competências gerais

Competências que uma criança pode desenvolver nas varias áreas


pedagógicas na base do exemplo da área expressão plástica:
 Competências linguísticas e de comunicação
 Competências cognitivas de matemática
 Competências de motricidade fina
 Competências sócio-morais
 Competências pessoais

104
Como a auto-estima promove / afecta o desenvolvimento das
competências nas crianças:
A auto-estima é a força motriz que leva a criança a querer
experimentar, aceitar ser estimulada, socializar, expressar, portanto
é primordial para desencadear o desenvolvimento das várias
competências nas crianças

Como o ambiente preparado promove / afecta o desenvolvimento


das várias competências nas crianças:
O ambiente exterior é um estímulo externo que quando bem
preparado, são e seguro estimula a criança a querer experimentar,
a viver o mundo e portanto é primordial para desencadear o
desenvolvimento das várias competências nas crianças

Fases sensíveis no desenvolvimento da criança:


Existe um momento apropriado ou fases sensíveis para a criança
desenvolver as habilidades inatas para se tornarem em
competências por exemplo:
 Se a criança não é nutrida adequadamente no útero e nos
primeiros 2 anos, tem capacidades reduzidas de aprender
 O desenvolvimento da personalidade é realizado entre os 0
aos 8 anos de idade
 A estimulação da escrita emergente é importante desde os 3
aos 8 anos de idade

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando define, descreve, identifica e exemplifica o conceito de
desenvolvimento integral da criança e respectivas competências, de
acordo com os critérios de desempenho a) até e).

Produto
O formando apresenta e argumenta através duma ficha de
autoavaliação as suas dúvidas em relação aos aspectos principais
do desenvolvimento holístico da criança.

Resultado de aprendizagem 4: Observar as competências


cognitivas, linguísticas, e sensório-
motoras nas crianças

Critérios de desempenho:
(a) Descreve como utilizar a Ficha individual 1 para a observação das
competências das crianças e explica a importância de analisá-las
pelo nível de maturidade e não pela idade da criança.
(b) Observa as competências cognitivas nas crianças tomando notas
no caderno de observação.
(c) Observa as competências linguísticas da criança tomando notas no
caderno de observação.
(d) Observa as competências sensório-motores nas crianças tomando
notas no caderno de observação.

105
(e) Resume como e porquê fazer a auto-observação em situações de
desafio que vivencia durante a implementação da EICC.

Contextos de aplicação:
Ficha individual 1:
 Consiste duma tabela com várias competências concretas
agrupadas em relação às competências gerais
 O educador pode analisar o nível de maturidade do
desenvolvimento dessas competências da criança onde se
sinaliza se desenvolveu pouco ou totalmente
 Baseia-se na premissa de que o desenvolvimento é um
processo individual (cada criança se desenvolve no seu ritmo
e de acordo com as suas características e interesses
individuais) O desenvolvimento das competências não é
analisado na base da idade mas pelo nível de maturidade
 Não existe uma ficha para cada ano, mas sim para crianças
do 1o e 2o ano, e para crianças de 3-5 anos de idade

Caderno de observação das crianças:


Existente em cada instituição ou para grupo de crianças, esse
caderno de capa dura inclui os nomes e reserva 5 pág. para cada
criança. No início contem a lista das competências que cada criança
pode desenvolver (copiado da Ficha individual 1). Ao longo do ano,
os educadores devem anotar situações que observaram numa dada
criança em relação a quaisquer competências alistadas na lista.
Este caderno serve como apoio para o preenchimento da Ficha
individual 1.

Situações de desafio:
Situações durante a implementação nas quais os formandos sentiu
tensão ou emoções fortes (como medo, insegurança, raiva etc.)

Importância da auto-observação em relação a situações de desafio:


Desta maneira os formandos/ educador assegura uma ligação
permanente entre o que aprende e o que sente e o que faz. As
tensões sentidas são indicadores de aspectos por aprofundar,
compreender e clarificar

Como fazer a auto-observação ao lidar com situações de desafio:


1) Perceber quando sente tensão e que surgem emoções fortes
2) Se possível, lidar com a tensão e agir de acordo com o que
aprendeu
3) Observar o que acontece na criança e em si próprio ao agir
dessa maneira
4) Tentar identificar o que está por detrás da sua tensão e das
emoções

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Descreve como utilizar a Ficha individual 1 para a observação
das competências e explica a importância de analisá-las pelo
nível de maturidade e não pela idade da criança
 Resume como e porque fazer auto-observacao em situações
de desafio que vivencia durante a implementação da EICC.

106
Produto
O formando anota no caderno de observação das crianças as
situações concretas observadas que demonstram as competências
cognitivas, linguísticas e sensório-motoras nas crianças.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 50 horas

Justificação do módulo
Este módulo é essencial, porque apoia cada educador numa instituição de infância
em desenvolver conhecimentos básicos sobre como a criança aprende e se
desenvolve e promove exercícios que levam os formandos a saberem exemplificar,
descrever e observar conceitos importantes sobre o processo de desenvolvimento
na criança e respectivas competências a desenvolver, assim como o processo de
aprendizagem e o que as motiva a aprender. Este módulo dá continuidade aos
conhecimentos adquiridos dos módulos 2 e 14 do nível 3, e continua a abrir um
espaço de reflexão e argumentação sobre as percepções pessoais sobre a
aprendizagem e desenvolvimento da criança e método de ensino centrado na
criança. Espera-se que neste módulo pela aquisição de novos conhecimentos, a
percepção dos formandos sobre a criança ganhe novos significados contribuindo
para uma melhor prática do educador no espaço educativo. Além disso, este módulo
serve como base de ligação para grande parte dos módulos do nível 4.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado nos formandos dando aos formandos sempre o tempo necessário e a
possibilidade para apresentarem dúvidas e questões abertas para prosseguir para a
aula seguinte e sempre que possível sem dúvidas. Será importante fomentar
exercícios que utilizem as capacidades de memorização visual e auditiva para
facilitar e promover nos formandos a capacidade de sistematização e reflexão assim
como a vontade de aprofundamento sobre as matérias dadas. Em relação a
questões do género, sempre que for relevante as questões sociais relacionadas com
o género serão abordadas para se perceber como o desenvolvimento da criança
assim como a aprendizagem são influenciadas pelos estímulos externos
relacionados com a questão do género.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimadas: 8 horas)


O formando é capaz de resumir os princípios da prática pedagógica (tais como
estimulação da criança, respeito das necessidades da criança, escolha livre da
criança num ambiente estimulante e seguro, entre outros) e de relaciona-os com as
suas percepções sobre a criança. Para isso os formandos devem apoiar-se em
107
mapas visuais, cartazes, ou pequenas simulações para resumir os princípios de
prática pedagógica. A seguir devem reflectir em grupos pequenos sobre cada
princípio e sobre o que os educadores devem aprender sobre a criança (que
percepção sobre a criança devem ter) para seguir esse princípio. A seguir devem
individualmente reflectir sobre os princípios de prática pedagógica que ainda não
percebem ou não implementam bem, e sobre as suas percepções sobre as crianças
que podem estar por detrás dessa dificuldade. O formador deve convidar os
voluntários a partilhar as suas reflexões em grupo grande, e resumir o debate que
daí resulta.

O formando é capaz de resumir porque é que e como se deve focalizar nos


processos de aprendizagem (brincar, experimentar, tentar e errar, agir) ao invés dos
seus resultados (uma letra escrita, um desenho, etc). Para ajudar os formandos a
aprender esses conceitos, devem-se disponibilizar filmes, imagens, ou exemplos
concretos de situações pedagógicas com crianças onde o educador focaliza nos
processos ao invés dos resultados de aprendizagem. Os formandos devem analisar
esses exemplos, debatendo sobre a importância de focalizar nos processos, e as
formas de o fazer, resumindo as ideias principais por escrito. Se for necessário, o
formador também pode convidar os formandos a reflectirem sobre as suas
actividades preferidas de infância, para identificar o que foi mais motivante para eles
– tanto ao nível do processo ou dos resultados dessas actividades.

O formando é capaz de exemplificar como promover os processos de aprendizagem


na instituição de infância. Para isso os formandos em grupos pequenos devem
reflectir na base de exemplos dados de algumas acções das crianças, sugerindo em
cada caso 2 respostas do educador – uma que focaliza nos processos e outra –nos
resultados. Devem apresentar as suas respostas em plenário e debater sobre as
mesmas, chegando a um acordo. Os exemplos explorados assim como a percepção
que têm da criança servem como base para a reflexão sobre como promover
processos de aprendizagem. No final, devem debater sobre as suas dúvidas e
questões que ficaram em aberto àcerca do que aprenderam.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 12 horas)


O formando é capaz de resumir a hierarquia das necessidades (sabendo que
existem necessidades básicas, secundárias e terciárias) e sabe resumir como
respeitá-las no trabalho pedagógico (ao perceber a hierarquia das necessidades
saberá que não pode fomentar as necessidades terciárias se a criança não supera
antes as básicas ou secundárias). Para isso os formandos em grupos pequenos,
devem fazer chuva de ideias para relembrar sobre as necessidades das crianças,
aprendidas no curso do nível 3, e a seguir devem completar as suas listas com base
no feedback dos colegas e do formador. Devem ainda organizar as necessidades na
hierarquia certa e apresentar o seu trabalho a todos, melhorando-o na base do
feedback (retorno). Mais tarde, devem assistir 1-2 filmes ou simulações e discutir
como o educador nesses exemplos respeita as necessidades das crianças,
partilhando ainda outros exemplos no fim.

O formando é capaz de exemplificar as necessidades como força motriz do


desenvolvimento da criança e de descrever a sua consequência no trabalho do
educador (ou seja, o educador deve orientar-se nas necessidades das crianças e
preparar um ambiente e actividades que permitem a satisfação dessas
necessidades.) Para isso os formandos em grupos, devem em primeiro lugar discutir
o significado da frase ‘as necessidades são a força motriz do desenvolvimento da
criança’, e a seguir devem associar algumas necessidades concretas com as
competências que essas podem promover, e finalmente devem analisar outras
necessidades das crianças, anotando que competências cada uma dessas

108
necessidades pode promover nas crianças. Depois devem apresentar e debater
sobre os resultados na turma, chegando no fim à conclusão sobre que
consequências este princípio (necessidades como força motriz) tem para o trabalho
do formador.

O formando é capaz de descrever o efeito da motivação intrínseca no


desenvolvimento duma criança (por ex. leva as crianças a aprenderem com maior
entusiasmo, profundidade e rapidez, vêem a própria actividade como a recompensa,
entre outros aspectos). Para isso os formandos devem primeiro fazer chuva de
ideias sobre o que é motivação intrínseca e poque é diferente da motivação
extrínseca, dando exemplos concretos em cada caso. A seguir, devem utilizar os
filmes ou imagens (e na falta utilizar-se exemplos concretos de situações
pedagógicas com crianças) para 1) reconhecer os casos de motivação intrínseca
(em que situações está presente) e para 2) analisar o efeito da motivação intrínseca
na criança. A seguir devem também realizar uma observação directa das crianças
numa actividade num centro de prática próximo, e reflectir sobre as duas questões
levantadas. Finalmente, em plenário devem resumir e sistematizar o que
aprenderam sobre a motivação intrínseca e o seu efeito.

O formando é capaz de identificar o efeito de recompensas não naturais e de definir


o efeito da boa interligação entre a motivação intrínseca e extrínseca no
desenvolvimento da criança. Para isso os formandos devem em primeiro lugar
definir o que são recompensas não naturais, dando exemplos concretos numa chuva
de ideias. A seguir, devem através de simulações ou exemplos escritos analisar as
situações onde as crianças recebem recompensas não naturais e sugerir em cada
caso quais seriam as consequências para a motivação / desenvolvimento da
criança. Depois devem assistir à segunda parte das mesmas simulações ou ler as
segundas partes dos exemplos escritos onde estão revelados os efeitos dessas
recompensas sobre a criança, e comparar as suas respostas com esses exemplos.
Se for possível, devem também realizar uma observação numa instituição de
infância (e na sua impossibilidade o formador deve preparar mais simulações) para
observar os tipos de motivação que os educadores utilizam e então devem reflectir
sobre o este efeito. Finalmente, na base dessas actividades, devem definir o efeito
da boa interligação entre motivação intrínseca e extrínseca no desenvolvimento da
criança e por fim devem realizar um debate, para sistematizar e organizar a
informação aprendida.

Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 18 horas)


O formando é capaz de definir o conceito de desenvolvimento holístico e integrado
da criança. Para isso os formandos em grupos devem primeiro propôr a definição
pessoal de desenvolvimento holístico e integrado, e a seguir devem apresentar e
debater as suas definições para chegar a uma adequada a todos. A seguir e em
grupos devem estudar alguns exemplos de práticas pedagógicas, e assinalar
aqueles que promovem o desenvolvimento holístico e integrado da criança. No fim
devem identificar se esse exercício sugere para eles algo mais a acrescentar na
definição do desenvolvimento holístico e integrado, e caso sim, realizar isso mesmo.
Devem partilhar as suas respostas e ideias em plenário, chegando a uma definição
mais completa do desenvolvimento holístico e integrado da criança.

O formando é capaz de definir o conceito de competências (que são os resultados


do desenvolvimento das habilidades inatas da criança através de vários processos
de aprendizagem) e de nomear as competências gerais a desenvolver pela criança
(competências sócio-morais, pessoais, linguísticas, sensório-motoras e
competências cognitivas). Para isso os formandos devem fazer chuva de ideias para
dar exemplos das várias competências das crianças que conhecem, criando um
mapa visual de competências no quadro. A seguir, com o apoio do formador, devem
109
agrupar as competências por níveis de conteúdos, chegando aos 5 grupos de
competências gerais. Devem ainda dar outro ou mais dois exemplos para cada um
dos 5 grupos de competências, para fixar os grupos na sua memória. Finalmente,
devem em grupos pequenos propor a definição do que são competências,
apresentar as suas definições, e com apoio do formador chegar a uma definição
mais completa.

O formando é capaz de descrever a ligação entre áreas pedagógicas e


competências e identificar competências que uma criança pode desenvolver nas
várias áreas pedagógicas (providenciando um ambiente estimulante e actividades
significativas para o desenvolvimento das várias competências na criança.) Para
isso os formandos em plenário devem primeiro rever as principais áreas
pedagógicas (ex. na base do Programa Educativo), e a seguir realizar um trabalho
em grupos onde reflectem 1) as competências comuns que a criança pode
desenvolver em diferentes áreas pedagógicas e 2) as competências específicas que
apenas se pode realizar em áreas específicas. Finalmente devem sugerir e anotar,
na base das competências dadas, como o educador poderia preparar melhor
actividades ou um ambiente estimulante para promover essas competências. Devem
apresentar e debater as suas conclusões em plenário.

O formando é capaz de identificar como a auto-estima e o ambiente preparado


promovem / afectam o desenvolvimento das várias competências nas crianças. Para
isso os formandos divididos em grupos pequenos e com a orientação do formador
devem realizar a observação directa numa instituição de infância e fazer anotações
para (1) detectar como crianças que demonstram ter auto-estima em comparação
com criancas que demonstram ter pouca auto-estima aprendem um dado jogo e
como manifestam os seus comportamentos de frustração ou de stress assim como
os seus comportamentos de sucesso, (2) da mesma forma (metodologia) o
formando através da visita a duas instituições deve identificar como o ambiente
preparado promove / afecta o desenvolvimento das várias competências nas
crianças. Por uma questão de boa utilização do tempo enquanto uns grupos
observam a auto-estima (ou falta dela) outros observam o ambiente preparado (ou
falta dele). Na base destas anotações os formandos devem realizar um debate de
reflexão no centro de formação, resumindo como a auto-estima e o ambiente
preparado promovem / afectam o desenvolvimento das competências nas crianças.

O formando é capaz de exemplificar a importância das fases sensíveis no


desenvolvimento da criança. Para isso os formandos em grupos pequenos devem
ler um texto de estudo sobre as fases sensíveis, resumir os factos principais, e para
cada exemplo da fase sensível, anotar 1) as práticas pedagógicas e os cuidados que
ajudam a promover o desenvolvimento da criança neste período; 2) o que pode
acontecer se a criança não recebe esses cuidados/estimulação. Finalmente, devem
apresentar e debater sobre o seu trabalho, chegando às conclusões concretas sobre
a importância de fases sensíveis.

O formando é capaz de apresentar e discutir as dúvidas em relação aos aspectos


principais do desenvolvimento holístico e integral da criança. Para isso o formador
deve primeiro resumir, com o apoio de mapas visuais, os aspectos do
desenvolvimento holístico e integrado da criança. A seguir os formandos devem
primeiro reflectir individualmente e anotar as suas dúvidas em relação a esse
conceito. Depois devem apresentar e debater as suas dúvidas em grupos pequenos,
anotando as semelhanças e diferenças entre os membros do grupo, e no final
devem apresentar e discutir as dúvidas do grupo em plenário. A competência aqui
desenvolvida é importante para o formando ter uma maior capacidade de reflexão,
organização e sistematização dos conteúdos aprendidos e saber aplicá-los no
contexto do seu trabalho.

110
É importante ressalvar que no tempo de prática das aulas, se possivel é
aconselhável fazer uma ou duas visitas a insituições de infância para dois momentos
distintos de observação directa – uma para observar as competências gerais da
criança e verificar como as áreas pedagógicas estimulam a aquisição de
competências e outro momento para observar como o ambiente preparado contribui
para o desenvolvimento das várias competências nas crianças.

Resultado de aprendizagem 4. (Nº de horas estimado: 12 horas)


O formando é capaz de descrever como utilizar a Ficha individual 1 para a
observação e análise das competências das crianças e explicar a importância de
analisá-las pelo nível de maturidade e não pela idade da criança. Para isso os
formandos devem receber e estudar em grupos a Ficha individual 1, sugerindo 1)
para que objectivos e 2) como essa deve ser utilizada. Os grupos devem apresentar
as suas conclusões e dúvidas sobre a ficha, e a seguir devem receber mais
esclarecimentos do formador. Em especial, o formador deve repisar que a ficha será
somente preenchida 1-3 vezes por ano, mas ao mesmo tempo será utilizada como
referência para as notas diárias dos educadores sobre as crianças. A seguir os
formandos devem estudar e resumir os grupos principais de competências que
aparecem na ficha, e depois ver 1 ou 2 filmes das crianças em acção e fazer notas
em relação a algumas competências que observaram, e que também apareceram na
ficha. Devem também realizar um debate sobre a importância de analisar as
crianças pelo nível de maturidade e não pela idade, identificando as razões de tal
análise. Assim os formandos devem dividir-se em dois grupos um a favor de analisar
a criança pelo nível de maturidade e o grupo adverso argumenta que se deve
analisar pela idade da criança. Com estes argumentos os formandos vão
compreender porque se deve dar maior relevância à maturidade mais do que à
idade. No fim, devem sistematizar a informação num texto para distribuir a todo o
grupo.

O formando é capaz de observar as competências cognitivas, sensório-motoras e


linguísticas nas crianças tomando notas no caderno de observação. Para isso os
formandos, em grupos por locais de prática, devem preparar um caderno de
observação para a sua instituição de prática (incluindo a lista de competências logo
no início e deixando 5 páginas em branco para cada criança). Em seguida devem
rever as competências cognitivas, sensório-motoras e linguísticas com apoio do
mapa visual construído numa aula anterior, e treinar as suas capacidades de
observar e registar essas competências nas crianças com base em 2 filmes curtos.
Nomeadamente, os formandos devem tomar notas sobre uma certa criança nos
filmes em relação aos 3 tipos de competências, comparar as notas em grupos
pequenos para acrescentar mais detalhe e mais competências que aparecem na
ficha, e finalmente comparar o seu trabalho com uma nota de observação preparada
pelo formador, melhorando as suas notas ainda mais. Devem concluir através dum
resumo sobre as boas práticas que inclui notas detalhadas e significativas sobre as
competências das crianças. No fim, o formador deve lembrar que as notas no
caderno de observações irão servir para ter suficiente informação 1) para os
encontros de reflexão e planificação, e 2) para os encontros com os pais e o
preenchimento da Ficha individual 1.

Finalmente, os formandos devem realizar a observação directa na instituição de


infância, registando com detalhe suficiente os 3 tipos de competências observadas
de certa criança, tendo como base a lista de competências (Ficha individual 1). Na
sala de aula devem realizar um debate em grupo para a partilha das várias
informaçõpes obtidas e sugestões concretas para o melhoramento das técnicas de
registo.

111
O formando é capaz de resumir como e porquê fazer a auto-observação em
situações de desafio que vivencia durante a implementação da EICC (ex. para
melhor compreender a si e à criança e saber agir correctamente perante a criança).
Para isso os formandos devem primeiro observar o formador ou um educador a
fazer a auto-observaçao em relação a uma situação de desafio durante a
implementação da EICC. Devem debater sobre a importância de tal auto-observação
e partilhar as suas próprias experiências de avaliar-se em diferentes situações,
reflectindo como essas experiências foram úteis para eles. Finalmente devem utilizar
chuva de ideias para recolher as boas práticas de fazer a auto-observaçao,
anotando numa lista no quadro.

Este Resultado é em relação às outras partes do módulo particularmente prático,


intercalando a explanação do formador sobre os conceitos e as práticas dentro da
sala de aula e momentos de implementação que é a de observação directa numa
instituição de infância, a avaliação e o tempo para a reflexão.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação neste módulo irá focalizar-se na avaliação dos conhecimentos básicos
sobre como a criança aprende e se desenvolve e na capacidade dos formandos
saberem observar as competências cognitivas, línguisticas e sensório-motoras nas
crianças. A avaliação do módulo pode ser feita de forma integrada, onde se privilegia
a avaliação dos resultados como um conjunto ao invés de resultados em separado.
Sempre que possível, os formandos fazem a autoavaliação das suas observações,
antes da avaliação realizada pelo formador.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito com perguntas de curtas respostas sobre o porquê e como focar nos
processos e não nos resultados de aprendizagem, e sobre exemplos de como
promover processos de aprendizagem na instituição de infância.

Produto realizado individualmente ou em grupo em forma dum texto escrito avaliado


com base numa lista de verificação onde o formando resume os princípios da prática
pedagógica utilizando exemplos concretos na instituição de infância e relaciona-os
com as suas percepções sobre a criança.

Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito de um texto com espaços para a inclusão de palavras chave sobre o
efeito da boa interligação entre motivação intrínseca e extrínseca no
desenvolvimento da criança; teste de perguntas abertas sobre exemplos das
necessidades como força motriz do desenvolvimento da criança, a sua
consequência no trabalho do educador; teste escrito de respostas curtas sobre o
efeito da motivação intrínseca no desenvolvimento duma criança e a hierarquia das
necessidades e como respeitá-la no trabalho pedagógico; teste de frases
verdadeiras e falsas sobre o efeito de recompensas não naturais.

Resultado de Aprendizagem 3
Teste escrito com perguntas de curtas respostas 1) sobre o conceito de
desenvolvimento holístico e integrado11 da criança, 2) sobre o conceito de
competências na criança e os grupos principais de competências a desenvolver pela

11 Integrado ou integral

112
criança; e 3) sobre a ligação entre áreas pedagógicas e competências. Teste escrito
de respostas abertas sobre os exemplos da importância das fases sensíveis no
desenvolvimento da criança; teste de múltiplas respostas sobre as competências
que uma criança pode desenvolver nas várias áreas pedagógicas e sobre como a
auto-estima e o ambiente preparado promovem / afectam o desenvolvimento das
várias competências nas crianças. Para facilitar a organização do tempo é
necessário juntar os vários testes num só momento.

Produto constituído por um relatório de no máximo 1000 palavras, avaliado através


de uma ficha de verificação, onde o formando apresenta e argumenta as suas
dúvidas em relação aos aspectos principais do desenvolvimento holístico da criança.

Resultado de Aprendizagem 4
Teste escrito de perguntas de respostas curtas sobre como utilizar a Ficha individual
1 para a observação das competências; teste de perguntas abertas 1) sobre a
importância de analisar as competências da criança pelo nível de maturidade e não
pela idade e 2) sobre como e porquê fazer auto-observação em situações de desafio
que vivenciam durante a implementação da EICC.

Produto constituído por anotações breves no caderno de observações onde o


formando apresenta as situações concretas observadas na instituição de infância
que demonstram as competências cognitivas, linguísticas e sensório-motoras nas
crianças.

Necessidades Especiais
Para evitar que os formandos com necessidades especiais sejam prejudicados,
podem ser produzidas as evidências requeridas modificadas para a certificação
destes candidatos por uma escola ou Centro de ensino. Contudo, para a
modificação ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das especificações do módulo.
Em todos os casos todas as modificações estão sujeitas à aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Hohmann, M., & Weikart, D. (1997). Educar a criança. Fundação Calouste
Gulbenkian: Lisboa.
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4. Associação Mwana (2012). Cadernetas da criança e dos encarregados de
educação da Escola da Associação Mwana.
5. Duarte, S. &all (2008) – FDC. Consultoria de apoio pedagógico para a
“Janela de Esperança”
6. Juul. J. (2002). Sua criança competente. Osasco: Editora Novo Século.
7. Ministério da Educação – SEOP – Portugal (1982). Texto de Apoio para o
ensino secundário – A Psicologia como ciência
8. Wild, R. (2007). Educar para Ser. Herder: Barcelona.
9. Wild, R. (2003). Calidad de Vida. Educacion y Respeto para el Crecimiento
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10. Wild, R. (2006). Libertad y Limites: Amor y Respeito. Herder: Barcelona.
11. http://pt.wikipedia.org/wiki/Teorema_do_impulso
12. http://pt.wikipedia.org/wiki/Necessidade_(psicologia)

113
Glossário

1. Necessidades de desenvolvimento e aprendizagem


Necessidade12 designa em psicologia um estado interno de insatisfação causado
pela falta de algum bem necessário ao bem-estar. A intensidade de uma
necessidade determina a intensidade do comportamento a que ela está ligada:
quanto mais intensa a necessidade, mais intensa a acção. Tal "intensidade" pode se
expressar de diferentes formas: pelo vigor, entusiasmo, perseverança - ou mesmo a
prioridade que se dá ao comportamento em detrimento de outros. Dessa forma uma
necessidade tem um caráter directivo com relação ao comportamento: por um lado
ela determina o objeto ou evento necessários para sua saciação e, por outro, ela
determina se essa satisfação se dá através de um movimento para perto desse
objecto ou para longe dele - por exemplo "sede" e "medo de nadar" têm ambos por
objeto a água, mas a direcção é diferente. Assim sendo as necessidades
determinam a direcção do desenvolvimento e a forma (quantidade e intensidade de)
como se aprende assim como determina a personalidade do indivíduo. Por exemplo
o AMOR como necessidade básica é tão fiundamental como a alimentação. Na falta
de nutrição do indivíduo de amor ou alimentos nutritivos a criança cria a insatisfação
que prejudica depois o seu desenvolvimento harmonioso e global.

2. Força motriz
Da mesma forma que as necessidades condicionam o desenvolvimento e a
aprendizagem, a força motriz tem um papel fundamental também na vida e
experiencias das criancas.
Ludwig von Mises realça que “A acção é a vontade posta em funcionamento,
transformada em força motriz; é procurar alcançar fins e objetivos; é a
significativa resposta do ego aos estímulos e às condições do seu meio
ambiente; é o ajustamento consciente ao estado do universo que lhe
determina a vida”. Se a força motriz é o princípio da nossa acção então toda o
ambiente pedagógico deve perceber o que faz a criança aprender para o educador
poder melhor ensinar. Por isso a aprendizagem é individual e depende da vontade
da criança – ou seja da sua força motriz.

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP

12 Carver, C. S. & Scheier, M. F. (2000) Perspectives on personality. Boston: Allyn and Bacon

114
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Acompanhar actividades livres no canto/ sala de


Título do módulo: material didáctico e observar as competências
sócio-morais e pessoais nas crianças

Código do módulo: MO

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 8

A conclusão com êxito de todos os módulos do certificado


Requisitos de inscrição vocacional 3 em educação de infância (em especial do
no módulo: módulo “Acompanhar crianças nas actividades livres”).

A conclusão com êxito deste módulo é necessária para a


inscrição nos seguintes módulos do certificado vocacional
Progressão: 4 em educação de infância: ‘Analisar em equipa o
desenvolvimento da criança e colaborar com a família’ e
‘Levar a cabo uma experiência de trabalho numa
instituição de infância’, e em todos os módulos do
certificado vocacional 5 em educação de infância.

Após a conclusão deste módulo os formandos serão


capazes de identificar aspectos de organização e de
processos de aprendizagem no canto/ sala de material
didáctico, acompanhar e orientar as crianças no canto/
Introdução ao módulo:
sala de material didáctico e de observar o
desenvolvimento de competências sócio-morais e
pessoais na criança nas actividades livres.

Resumo dos resultados


de aprendizagem:

Identificar aspectos de organização e de processos


1. de aprendizagem no canto/ sala de material
didáctico.
Acompanhar e orientar as crianças no canto/ sala de
2.
material didáctico.
Observar o desenvolvimento de competências sócio-
3.
morais e pessoais na criança nas actividades livres.

115
Resultado de aprendizagem 1: Identificar aspectos de organização e
de processos de aprendizagem no
canto/ sala de material didáctico

Critérios de desempenho:
(a) Identifica as principais actividades previstas para cada material
didáctico e outras actividades possíveis com diferentes graus de
dificuldade com o mesmo material preenchendo as partes I e IV
(1-3, a, b) da Ficha de material.
(b) Nomeia as diferentes maneiras como uma criança aprende com o
material didáctico.
(c) Resume os aspectos da organização física do canto/ sala de
material didáctico e descreve a vantagem do uso de pequenas
esteiras.

Contextos de aplicação:
Principais actividades e outras actividades possíveis de diferentes
graus de dificuldade:
Exemplo: Um material que consiste em latas numeradas e paus:
Actividade principal com esse material:
 Meter a quantidade de paus na lata que corresponde ao
número escrito na lata
Outras actividades possíveis:
 Mesmo exercício mas colocar as latas sem ser em sequência
 Esconder os números escritos nas latas e meter em cada lata
uma outra quantidade de paus – associar a cada lata uma
placa com um número escrito que corresponde à quantidade
de paus na lata

Principais maneiras de aprender com o material:


 Experimentar e descobrir sozinha
 Imitar uma outra criança/ adulto
 Participar numa demonstração do educador

Aspectos da organização física do canto/ sala de material didáctico:


Espaço adequado
 Sítio calmo, que não seja onde as crianças passam para
chegar a uma outra área de actividades
 Separado de outras áreas
 Bem colocado ao lado da área biblioteca e /ou de descanso
 Espaço suficiente para a criança se poder movimentar dentro
da área

Organização adequada do material


 Lugares fixos e organizados para guardar cada material
 Por diferentes áreas pedagógicas (ex.: materiais sensoriais, de
vida quotidiana, de linguagem, de matemática, de
conhecimento do mundo
 Por diferentes graus de dificuldade
 Enriquecendo a área regularmente com novos materiais feitos
com vista às necessidades, interesses e capacidades
individuais das crianças
 Manutenção de todo o material

116
Mobiliário adequado
 Estantes abertas e à altura da criança, sendo assim acessíveis
para cada criança
 Poucas mesas e cadeiras deixando muito espaço livre dentro
do qual as crianças podem organizar o seu lugar de trabalho
 Esteiras pequenas, onde cada criança pode utilizar o material
que escolheu

Vantagem do uso de pequenas esteiras:


 Melhor para a saúde do que sentar em cadeiras e permite
mais movimento
 Limitam o espaço da criança, ajudando desta maneira que a
criança organize bem o material com que quer brincar
 É sinal de limitação para as outras crianças apoiando-as a
respeitar o trabalho/ material com que está a brincar na esteira
e respeitando também o número de crianças por actividade
 Ajuda a criança a não misturar (demais) jogos ou materiais
promovendo a concentração e a estruturação do seu trabalho

A Ficha de material contem as seguintes partes:


Parte I Descrição do material
Parte II Objectivo do material
Parte III Como produzir o material
Parte IV Como usar o material
1) Actividade principal
a) Descrição breve (nome)
b) Nível de desafio (1, 2 ou 3)
c) Passos da sua demonstração
d) Autocontrole de erro
2) Outra actividade possível (a,b,c,d)
3) Outra actividade possível (a,b,c,d)
Parte V Critérios de qualidade

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Nomeia as diferentes maneiras como uma criança aprende com
o material didáctico
 Resume os aspectos da organização física do canto/ sala de
material didáctico e descreve a vantagem do uso de pequenas
esteiras.

Produto
Um pequeno grupo de formandos preenche partes de 5 Fichas de
material de acordo com critério de desempenho a), respectivamente
um material por cada uma das seguintes áreas:
 De exercícios de quotidiano
 Sensorial
 De linguagem
 De matemática
 De conhecimento do mundo.

117
Resultado de aprendizagem 2: Acompanhar e orientar as crianças
no canto/ sala de material didáctico

Critérios de desempenho:
(a) Resume as atitudes do educador nas actividades livres e assegura
o cumprimento de regras básicas na área de material didáctico.
(b) Promove a aprendizagem por tentativa e erro no canto/ sala de
material didáctico, identifica o mecanismo de autocontrole do
material, explica o seu impacto e preenche as partes IV (1-3 d) da
Ficha de material.
(c) Identifica quando deve apoiar uma criança fazendo uma
demonstração do uso dum material didáctico.
(d) Realiza uma demonstração do uso do material didáctico de maneira
que a criança seja capaz de continuar em autonomia e preenche as
partes IV (1-3 c) da Ficha de material.
(e) Encoraja as crianças a usar os materiais de diferentes maneiras e
graus de dificuldade que correspondem com as suas capacidades /
níveis de desenvolvimento.
(f) Lida com situações complexas ou de desafio no canto/sala de
material didáctico aplicando também os critérios de como
acompanhar crianças nas actividades livres não especificadas em
relação a esta área.

Contextos de aplicação:
Atitudes que o educador precisa para poder acompanhar
crianças nas actividades livres:
 Reconhece a criança como um ser com características
próprias
 Não molda a criança mas sim acompanha-a
 Tem confiança na vontade da criança de aprender e
desenvolver-se
 Tem atitude positiva perante os erros
 É paciente, calma e firme

Regras básicas no canto/ sala de material didáctico:


 Tirar um material de cada vez e arrumar no mesmo sítio onde
tirou, antes de utilizar outro
 Não correr e não gritar nesse canto/ sala
 As restantes regras a aplicar, são as mesmas das outras áreas
de actividades livres:
o Se quiser brincar com um material que uma outra criança
tem ou com a outra criança – deve pedir e respeitar a
resposta
o Cuidar bem dos materiais
o Não bater aos outros
o Ter um número limitado de crianças no canto/ na sala

Passos de levar uma criança a cumprir as regras:


 Informar/ Lembrar da regra
 Repetir
 Avisar a consequência lógica

118
 Agir (implementar a consequência lógica)
Promove aprendizagem por tentativa e erro:
 Não se foca nos erros das crianças mas sim no que elas
conseguiram fazer
 Não corrige o erro da criança, mas sim confia na força da
criança de encontrar o caminho certo através do autocontrole
de erro do material e através de vários exercícios com
materiais de temas semelhantes
 Dá tempo para a criança por si própria descobrir como atingir o
objectivo do material

Exemplo dum mecanismo de autocontrole dum material:


A criança deve identificar num grupo de 4 imagens a imagem que
não pertence ao grupo ao pôr um pico em baixo desta imagem.
Depois de pôr o pico, a criança pode virar a placa e verificar se em
volta do seu pico encontra um círculo colorido (certo) ou não (falso).

Impacto do mecanismo de autocontrole de erro inserido num


material:
A criança não precisa do educador para saber se fez bem ou não,
pode identificar e corrigir o erro por si própria. Isto facilita uma
aprendizagem em autonomia e por tentativa e erro

Quando se deve apoiar a criança ao fazer uma demonstração:


 Quando se verifica que a criança não consegue descobrir o
uso do material ao experimentar ou ao imitar outras crianças
 Quando se verifica que a criança não usa o material de
maneira correcta e assim não poderá funcionar
 Quando a criança já usou os materiais e o educador conhece
mais exercícios possíveis de graus de dificuldade mais
elevados, que a criança não descobriu

Realizar uma demonstração do uso dum material de maneira que a


criança seja capaz de continuar em autonomia:
 Deve-se perguntar à criança, se aceita ou precisa que o
educador faça uma demonstração, (se a criança não estiver
interessada – não se deve fazer!)
 Contacto individual e personalizado
 Um material de cada vez no lugar de demonstração
 Demonstrando e fazendo
 Passos simples e claros
 Acompanhando cada passo com palavras simples e claras
 Se a criança ainda não conseguir sozinha – repetir novamente
a demonstração

Encorajar a usar os materiais de diferentes graus de dificuldade:


 Recomendar um outro material do mesmo tipo de diferente
nível de dificuldade
 Demonstrar no mesmo material um exercício de diferente grau
de dificuldade
 Seguir os critérios de uma demonstração

Exemplos de situações complexas ou de desafio:


 Grupo de crianças onde cada criança trabalha de maneira
individual com materiais diferentes

119
 Fazendo uma demonstração enquanto as outras crianças
precisam de ajuda
 Fazendo uma demonstração ao mesmo tempo que surge um
conflito entre outras crianças

Critérios de como acompanhar crianças nas actividades livres em


geral:
 Promove interacção e escolha livre
 Promove aprendizagem por tentativa e erro
 Encoraja e ajuda a criança a identificar as suas necessidades,
interesses e capacidades e ajuda-a a escolher o material ou a
área adequada.
 Diferencia as crianças que precisam e as que não precisam de
apoio
 Apoia as crianças de maneira a estimulá-las a agir em
autonomia
 Estimula as crianças de forma adequada
 Assegura o cumprimento de regras básicas
 Avisa as crianças antes de iniciar uma outra actividade

Critérios sobre como acompanhar crianças nas actividades livres


que não foram especificadas em relação à área de material
didáctico:
 Promove interacção e escolha livre (do material, do tempo e
do(s) parceiro(s))
 Encoraja e ajuda a criança a identificar as suas necessidades
e interesses e ajuda-a a escolher o material ou a área
adequada.
 Estimula as crianças de forma adequada
o verifica um interesse/ necessidade/ capacidade na criança
e prepara /fornece um material que a ajude a concretizar a
acção
o demonstra o seu interesse pelo que a criança faz (lançar
um olhar, etc.)
o protege a criança que está a realizar uma actividade (ex.
exige o respeito das regras levando outras crianças a
perguntarem antes se podem ou não participar na
actividade da colega, etc.)
o reconhece o que a criança fez
o não compara os trabalhos entre as crianças
o não louva ou critica o trabalho da criança de forma
demonstrativa em frente de outras crianças
 Avisa as crianças antes de iniciar uma outra actividade

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Resume as atitudes adequadas do educador nas actividades
livres
 Identifica o impacto do mecanismo de autocontrole de erro
inserido no material didáctico.

120
Demonstração real ou simulada:
O formando...
 Acompanha e orienta as crianças no canto/sala de material
didáctico de acordo com os critérios de desempenho a, b), c), e
e f)
 Demonstra a uma criança o uso dum material didáctico de
maneira que a criança seja capaz de continuar em autonomia

Produto
Um pequeno grupo de formandos completa o preenchimento da
parte IV (1-3, c ,d) das 5 Fichas de material, respectivamente um
material por cada uma das seguintes áreas pedagógicas:
 Exercícios de quotidiano
 Sensorial
 Linguagem
 Matemática
 Conhecimento do mundo.

Resultado de aprendizagem 3: Observar o desenvolvimento de


competências sócio-morais e
pessoais na criança nas
actividades livres

Critérios de desempenho:
(a) Identifica competências sócio-morais que as crianças podem
desenvolver através da escolha e interacção livre nas AL num
ambiente estimulante.
(b) Identifica competências pessoais que as crianças podem
desenvolver através da escolha e interacção livre nas AL num
ambiente estimulante.
(c) Observa as competências sócio-morais das crianças e toma
anotações no caderno de observação das crianças.
(d) Observa as competências pessoais das crianças e toma anotações
no caderno de observação das crianças.
(e) Descreve a importância das competências sócio-morais e das
competências pessoais no desenvolvimento da criança.

Contextos de aplicação:
Competências sócio-morais:
 Respeitar as suas necessidades, intenções e gostos
 Respeitar as necessidades, intenções e gostos dos outros
 Colocar-se na posição duma outra criança
 Negociar/procurer soluções satisfactórias para todos
 Saber brincar sozinha
 Saber brincar com outros
 Não seguir apenas as ideias das outras mas sim ter iniciativa
própria
 Não querer fazer algo apenas da sua ideia mas sim também
participar em jogos de ideias de outros

121
 Partilhar
 Ajudar

Competências pessoais:
 Mostrar entusiasmo em interagir nas diversas áreas de
actividades
 Ter iniciativa
 Sentir-se capaz de realizar uma ideia
 Vontade de descobrir algo
 Tomar decisões
 Colocar metas adequadas à sua capacidade
 Enfrentar obstáculos/ desafios e não desistir logo
 Procurar uma solução para um problema
 Ter uma ligação estreita entre pensar e agir
 Procurar ajuda se precisar
 Saber avaliar perigos
 Aceitar os seus limites e conhecer as suas capacidades
 Aguentar momentos de frustração

Caderno de observação das crianças:


Existente em cada instituição (ou em cada grupo de crianças), o
caderno de capa dura que inclui os nomes e reserva 5 pág. para
cada criança. No início contem a lista das competências que cada
criança pode desenvolver (da Ficha individual 1). Ao longo do ano,
os educadores devem anotar situações que observaram numa dada
criança em relação a quaisquer competências alistadas na lista. Este
caderno serve como apoio para o preenchimento da Ficha individual
1.

Importância das competências sócio-morais:


 Importantes para poder interagir de forma positiva, respeitando
os outros e respeitando-se a si próprio
 Colocar-se no lugar dos outros, sendo capaz de ler os sinais
emocionais deles
 Uma boa preparação para a vida na sociedade

Importância das competências pessoais:


 Aprender como aprender mais importante de que aprender
conteúdos
 São importantes, não só para uma boa preparação para a
escola mas também para toda a vida do indivíduo num mundo
globalizado

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Identifica competências sócio-morais que as crianças podem
desenvolver nas actividades livres num ambiente estimulante
 Identifica competências pessoais que as crianças podem
desenvolver nas actividades livres num ambiente estimulante
 Descreve a importância das competências socio-morais e das
competências pessoais no desenvolvimento das crianças.

Produto
O formando descreve no caderno de observação de crianças...
122
 Situações concretas que demonstram o desenvolvimento de
competências sócio-morais nas actividades livres, orientando-
se por uma lista de competências
 Situações concretas que demonstram o desenvolvimento de
competências pessoais nas actividades livres, orientando-se
por uma lista de competências.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 80 horas

Justificação do módulo
Este módulo é importante porque cada educador deve saber acompanhar crianças
nas actividades livres no canto/ sala de material didáctico o que exige habilidades
profissionais mais complexas e mais específicas do que o acompanhamento de
crianças nas actividades livres em geral. A importância deste módulo resulta
também do facto que o trabalho com materiais didácticos nas actividades livres para
a maioria das instituições de infância é um aspecto novo, mas muito importante para
permitir a criança aprender duma maneira activa.

Além disso, um educador deve ser capaz de identificar e observar as competências


sociais e pessoais que as crianças podem desenvolver nas actividades livres. É
importante ter esta competência por duas razões: primeiro para o educador saber
analisar o desenvolvimento de cada criança tendo em conta a importância das
competências -sociais e pessoais para todos os processos de aprendizagem duma
pessoa e portanto para a vida. E em consequência disso, o educador também vai
perceber porque deve dar tempo suficiente à interacção livre entre crianças num
ambiente estimulante na instituição de infância.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando dando ao formando sempre tempo e possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 6 horas)


O formando é capaz de identificar as principais actividades previstas para cada
material didáctico e outras actividades possíveis com diferentes graus de dificuldade
com o mesmo material e sabe preencher as partes I e IV (1-3, a, b) da Ficha de
material. Para isso os formandos primeiro devem assistir a uma demonstração pelo

123
formador da actividade principal e de actividades adicionais de um material. A seguir
devem, em pequenos grupos, circular por 5 materiais diferentes e identificar as
actividades principais e adicionais para cada um dos 5 materiais. Devem apresentar
e debater na turma. Depois de receber uma explicação pelo formador devem, em
pequenos grupos, preencher as respectivas partes duma ficha em relação a cada
material.

O formando sabe nomear as diferentes maneiras como uma criança aprende com o
material didáctico (experimentar e descobrir sozinha, imitar uma outra criança/
adulto, participar numa demonstração do educador). Para isso os formandos devem
apresentar ideias a partir da sua imaginação e, se ainda for preciso, identificar outras
maneiras ao analisar simulações apresentadas pelo formador.

O formando é capaz de resumir os aspectos da organização física do canto/ sala de


material didáctico (espaço adequado, organização adequada do material, mobiliário
adequado) e de descrever a vantagem do uso de pequenas esteiras (melhor para a
saúde, limitação do espaço da criança, sinal de limitação para as outras crianças,
promoção da concentração e a estruturação do seu trabalho). Para isso os
formandos devem organizar-se em pequenos grupos. Cada grupo deve resumir um
dos 3 aspectos da organização física do canto/sala de material didáctico. A seguir
devem apresentar e debater na turma, completando e melhorando o seu trabalho
com as contribuições de todos. Finalmente devem auto-avaliar todo o trabalho
através de uma solução afixada ao contrário (para não ser visível antes do fim do
trabalho). A seguir devem trabalhar com um material didáctico num pequeno tapete/
esteira e debater sobre a vantagem do seu uso.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 61 horas)


O formando sabe resumir as atitudes do educador nas actividades livres (reconhecer
a criança como um ser com características próprias, não moldar a criança mas sim
acompanhá-la, ter confiança na vontade da criança de aprender e desenvolver-se,
etc.) e é capaz de assegurar o cumprimento de regras básicas na área de material
didáctico. Para isso os formandos devem em conjunto debater sobre as atitudes do
educador nas actividades livres e elaborar uma lista das regras básicas para o
canto/ a sala de material didáctico relembrando-se do que aprenderam no nível 3. A
seguir devem demonstrar e analisar uma simulação sobre como reagir quando uma
criança não cumpre uma regra relembrando os passos sobre como assegurar o
cumprimento duma regra (lembrar da regra, repetir, avisar a consequência, agir). Na
base dos passos relembrados devem simular mais situações relacionadas
especificamente a situações típicas no canto/ sala de material didáctico analisando
em conjunto se o “educador” agiu de maneira e na base de atitudes adequadas.

O formando é capaz de promover a aprendizagem por tentativa e erro no canto/ sala


de material didáctico (não se focar nos erros, não corrigir, mas sim confiar na força
da criança de encontrar o caminho certo etc.). O formando sabe identificar o
mecanismo de autocontrole do material e sabe explicar o seu impacto (a criança não
precisa do educador para saber se fez bem ou não, pode identificar e corrigir o erro
por si própria – o que facilita uma aprendizagem). Ele é capaz de preencher as
partes IV (1-3 d) da Ficha de material. Para atingir estas competências os formandos
primeiro devem assistir uma demonstração pelo formador do mecanismo de
autocontrole de um material didáctico e debater sobre o impacto desse mecanismo
na base de situações concretas. Depois de receber uma explicação sobre como
preencher a parte do mecanismo de autocontrole na ficha de material, devem formar
pequenos grupos e circular de um material para o outro, identificando o mecanismo
de autocontrole dos 5 materiais para os quais já iniciaram o preenchimento da ficha,
preenchendo as respectivas partes na ficha de cada um desses materiais. A seguir
devem debater na turma com ajuda do formador sobre como promover a
124
aprendizagem por tentativa e erro no canto/ sala de material identificando e
reflectindo os critérios importantes desse assunto. Finalmente devem simular
situações no canto/ sala de material aplicando os critérios que aprenderam.

O formando é capaz de identificar quando deve apoiar uma criança fazendo uma
demonstração do uso dum material didáctico. Para isso os formandos devem, em
pequenos grupos, identificar em exercício escrito situações em que o educador deve
apoiar a criança e situações onde o educador não deve apoiar a criança. Devem
apresentar os seus resultados e debater, se for preciso usando simulações, sobre
todas as situações em relação às quais não houve concordância tentando chegar a
uma solução comum. Devem auto-avaliar o seu trabalho através duma solução
escrita, afixada ao contrário e clarificar com o formador dúvidas ou questões em
aberto. Finalmente devem resumir os critérios importantes.

O formando é capaz de realizar uma demonstração do uso do material didáctico de


maneira que a criança seja capaz de continuar em autonomia (perguntar à criança,
se aceita ou precisa que o educador faça uma demonstração, ter contacto individual
e personalizado, etc.). Ele sabe preencher as partes IV (1-3 c) da Ficha de material.
Para isso os formandos primeiro devem analisar o impacto duma simulação duma
demonstração não adequada do uso dum material didáctico e a seguir assistir a uma
simulação duma demonstração adequada e identificar os critérios importantes. A
seguir devem, em pares e circulando de um material colocado na sala para outro,
realizar várias simulações duma demonstração adequada do uso dum material
didáctico e na turma analisar a qualidade de 5 apresentações de demonstrações do
uso dum material didáctico. Depois de receber uma explicação pelo formador devem
preencher as respectivas partes na ficha de material nas fichas dos materiais que já
preencheram parcialmente.

O formando sabe encorajar as crianças a usar os materiais de diferentes maneiras e


graus de dificuldade que correspondem às suas capacidades / níveis de
desenvolvimento. Para isso os formandos primeiro devem debater sobre como agir
em situações concretas nas quais as crianças sentem que o material exige mais que
o que podem conseguir ou quando usam materiais demasiado fáceis para as suas
capacidades. A seguir devem debater sobre a importância de aplicar as possíveis
formas de encorajar as crianças a usar os materiais de diferentes maneiras e graus
de dificuldade. Devem realizar simulações nas quais encorajam as crianças de
maneira adequada. Finalmente, depois de receber explicações pelo formador,
devem preencher nos seus pequenos grupos as respectivas partes nas fichas de
material que já analisaram nos critérios de desempenho anteriores.

O formando é capaz de lidar com situações complexas ou de desafio no canto/sala


de material didáctico, aplicando também os critérios de como acompanhar crianças
nas actividades livres não especificadas em relação a esta área. Para isso os
formandos primeiro devem escrever em conjunto uma lista dos critérios de como
acompanhar crianças nas actividades livres que aprenderam no modulo 8 do nível 3
e aprofundar os que ainda não foram especificados em relação à área canto/
material didáctico. A seguir devem simular situações complexas no canto/ sala de
material didáctico que incluem 7-10 crianças a trabalhar nesse canto/ sala ao
mesmo tempo e situações de desafio que podem ocorrer neste canto. Uns
formandos devem assumir, um de cada vez, o papel de educador que deve lidar
com esta situação de forma correcta e a seguir, com apoio dos outros, deve analisar
como conseguiu cumprir os critérios e como melhorar a sua acção.

Finalmente os formandos devem implementar na sua instituição de prática tudo o


que aprenderam sobre como acompanhar e orientar as crianças no canto/ sala de
material didáctico. Depois da metade do tempo da implementação devem realizar
aulas de reflexão nas quais devem debater sobre as suas experiências durante a
125
implementação e dúvidas e questões que ficaram em aberto, tomando na segunda
parte da implementação os resultados da reflexão em consideração.
(Por questões logísticas recomenda-se dar logo a seguir das aulas de reflexão as
aulas do primeiro critério de desempenho do resultado de aprendizagem 3).

Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 12 horas)


O formando é capaz de identificar competências sócio-morais e de identificar
competências pessoais que as crianças podem desenvolver através da escolha e
interacção livre nas actividades livres num ambiente estimulante. Para atingir todas
estas competências os formandos devem assistir pequenos filmes ou simulações ou
ler situações descritas nas quais podem ver crianças em interacção livre nas
actividades livres em situações que mostram como uma criança desenvolve certas
competências sócio-morais. Em conjunto devem identificar estas competências.

O formando sabe observar as competências sócio-morais e observar as


competências pessoais das crianças e sabe tomar anotações no caderno de
observação das crianças. Para atingir todas estas estas competências os
formandos, individualmente ou em pequenos grupos, primeiro devem produzir um
caderno de observação para a sua instituição de prática e receber uma explicação
sobre como usar este caderno. Depois devem, orientando-se pela lista de
competências sócio-morais e pessoais afixada no início do caderno de observação,
realizar individualmente observações nas actividades livres na sua instituição de
prática de maneira a identificar situações concretas que manifestam como uma
criança na interacção livre com outras crianças desenvolve uma certa competência
sócio-moral ou pessoal. Cada um deve anotar as suas observações em relação a
estas situações no caderno de observação.

A seguir devem reflectir na turma sobre os conteúdos e a qualidade das suas


observações. (Por questões logísticas recomenda-se dar as aulas dos últimos
critérios de desempenho logo a seguir das aulas de reflexão.)

Finalmente devem implementar o que aprenderam realizando mais observações do


mesmo tipo e tomando notas no caderno de observação.

O formando é capaz de descrever a importância das competências sócio-morais e


das competências pessoais no desenvolvimento da criança (sócio-morais:
importantes para poder interagir de forma positiva, respeitando-se a si próprio e
respeitando os outros, colocar-se no lugar dos outros, sendo capaz de ler os sinais
emocionais deles, boa preparação para a vida na sociedade; pessoais: aprender
como aprender mais importante de que aprender conteúdos, importantes, não só
para uma boa preparação para a escola mas também para toda a vida do indivíduo
num mundo globalizado). Para isso os formandos devem, na base de situações
descritas, imaginar os desafios num mundo globalizado em relação ao convívio na
família/ sociedade e em relação ao trabalho profissional. Devem tirar disso
conclusões sobre as competências que uma pessoa deve ter para lidar de maneira
satisfatória com estes desafios, comparando-os com as competências que a criança
pode desenvolver através da interacção livre nas actividades livres. Na base do que
acabam de aprender devem tirar uma conclusão para o seu trabalho como educador
(dar tempo suficiente para as crianças poderem interagir livremente num ambiente
estimulante).

NOTA: A partir do fim deste módulo os formandos devem continuar a observar as


competências sócio-morais e pessoais das crianças e tomar notas nos cadernos de
observação da maneira como neste módulo aprenderam. No módulo 6 vão precisar
destas anotações.

126
Abordagem na geração das evidências de avaliação
A avaliação neste módulo ira focalizar-se 1) na avaliação dos conhecimentos
básicos sobre como acompanhar crianças no canto/ sala de material didáctico e
sobre como identificar competências sociais e pessoais de crianças e a sua
importância; 2) na avaliação das habilidades práticas de acompanhar crianças nas
actividades livres no canto/ sala de material didáctico em forma duma demonstração
e em forma de produtos; e 3) na avaliação das habilidades práticas de observar as
competências sociais e pessoais das crianças nas actividades livres tomando notas
no caderno de observação.

Os formandos devem fazer a auto-avaliação das suas demonstrações, antes da


avaliação feita pelo formador.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito com perguntas de curtas respostas sobre as diferentes maneiras como
uma criança aprende com o material didáctico e os aspectos da organização física
do canto/ sala de material didáctico; teste escrito de perguntas abertas sobre a
vantagem do uso de pequenas esteiras

Produto feito em pequeno grupo que inclui 5 Fichas de material preenchidas nas
partes I e IV (1-3, a, b), respectivamente um material por cada uma das seguintes
áreas:
 De exercícios de quotidiano
 Sensorial
 De linguagem
 De matemática
 De conhecimento do mundo.

Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito com perguntas de curtas respostas sobre as atitudes adequadas do
educador nas actividades livres; teste escrito de frases falsas e verdadeiras sobre o
impacto do mecanismo de autocontrole de erro inserido no material didáctico.

Demonstração real ou simulada avaliada através de uma lista de verificação sobre


como acompanhar e orientar as crianças no canto/sala de material didáctico de
acordo com os critérios de desempenho a) a f).

Produto feito em pequeno grupo que inclui as 5 Fichas de material completadas no


preenchimento da sua parte IV (1-3, c, d), respectivamente um material por cada
uma das seguintes áreas:
 De exercícios de quotidiano
 Sensorial
 De linguagem
 De matemática
 De conhecimento do mundo.

Resultado de Aprendizagem 3
Teste escrito de associação de situações descritas e competências sócio-morais e
pessoais que as crianças podem desenvolver nas actividades livres num ambiente
estimulante; teste escrito de perguntas abertas sobre a importância das
competências socio-morais e das competências pessoais no desenvolvimento das
crianças.

127
Produto que inclui 1) o caderno de observação na qual o formando descreveu, em
relação a diferentes crianças, situações concretas que demonstram o
desenvolvimento de competências sócio-morais que elas desenvolvem durante as
actividades livres; 2) o caderno de observação na qual o formando descreveu, em
relação a diferentes crianças, situações concretas que demonstram o
desenvolvimento de competências pessoais que elas desenvolvem durante as
actividades livres.

Na observação os formandos podem se orientar por uma lista de competências que


fica nas páginas iniciais do caderno de observação.
Necessidades Especiais
Em certos casos, evidências requeridas modificadas podem ser produzidas por uma
escola ou Centro de ensino para certificação de candidatos com necessidades
especiais. Contudo, se a modificação ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das
especificações do módulo. Em todos os casos as modificações devem ser sujeitas à
aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Hainstock, E.G., & Havis, L. (1997). Teaching Montessory in the home: The
preschool years. Plume: Upd Sub publishing.
2. Hohmann, M. & David Weikart. (1979). A criança em acção (2. Edição).
Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa.
3. Hohmann, M, & David Weikart. (1997). Educar a criança. (High Scope
Educational Research Foundation). Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa.
4. Lagoa, Vera. Estudo do sistema Montessori. São Paulo, edições Loyola, 1981
5. Wild, R. (2007). Educar para Ser. Herder: Barcelona.
6. Wild, R. (2003). Calidad de Vida. Educacion y Respeto para el Crecimiento
Interior de Ninos y Adolescentes. Herder: Barcelona.
7. Wild, R. (2006). Libertad y Limites: Amor y Respeito. Herder: Barcelona.

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP.

128
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Título do módulo:
Aplicar Educação Inclusiva (EI)

Código do módulo:

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 7

A conclusão, com êxito, do seguintes módulo do


certificado vocacional 4 em educação de infância:
Requisitos de inscrição
‘Acompanhar actividades livres no canto /sala de material
no módulo: didáctico, e observar as competências sócio-morais e
pessoais nas crianças`.
A conclusão, com êxito, deste módulo é necessária para a
inscrição em seguintes módulos do nível 4: ‘Analisar em
equipa o desenvolvimento da criança e colaborar com a
família’, ‘Promover actividades dirigidas com as crianças e
os encontros de reflexão e planificação’, ‘Promover
Progressão: actividades dirigidas de matemática com as crianças’,
‘Promover actividades dirigidas de conhecimento do
mundo com as crianças’, ‘Promover actividades dirigidas
de expressão plástica com as crianças’, ‘Promover
actividades dirigidas de linguagem e literacia com as
crianças’, e ‘Levar a cabo uma experiência de trabalho
numa instituição de infância’, e em todos os módulos do
certificado vocacional 5 em educação de infância.

Após conclusão deste módulo os formandos serão


capazes de descrever diferentes necessidades especiais,
identificar as causas possíveis do comportamento da
Introdução ao módulo: criança, identificar intervenções pedagógicas adequadas,
e aplica-las na base da Educação Inclusiva (EI).

Resumo dos resultados


de aprendizagem:

Descrever diferentes necessidades especiais e


1. identificar causas do comportamento da criança.

Identificar intervenções pedagógicas adequadas no


2. contexto de diferentes necessidades especiais.

Aplicar intervenções pedagógicas adequadas na


3. base da EI.

129
Resultado de aprendizagem 1: Descrever as diferentes necessidades
especiais e identificar as causas do
comportamento da criança

Critérios de desempenho:
(a) Resume a importância da participação das crianças com necessidades
especiais, as definições básicas utilizadas na EI e os objectivos principais
da EI.
(b) Descreve os principais tipos de necessidades especiais e as suas
manifestações.
(c) Observa necessidades, capacidades, e interesses da criança com
necessidade especial, e preenche Parte I da Ficha individual 2.
(d) Identifica, junto com colegas, os aspectos do ambiente da instituição de
infância que podem agravar ou apoiar o comportamento da criança com
necessidade especial, e preenche Parte II a) da Ficha individual 2.
(e) Recolhe informação sobre o historial e a situação familiar da criança,
numa conversa respeitosa com os pais, e preenche Parte II b) da Ficha
individual 2.

Contextos de aplicação:
Importância da participação das crianças com necessidades especiais:
 Permite o desenvolvimento do potencial da criança
 Através de métodos da EI promove a aprendizagem de todas as
crianças
 É fundamento da tolerância

Definições básicas da EI:


 Deficiência ≠ Doença
 Deficiência = uma maneira de ser
 “Criança com necessidades especiais”

Objectivos principais da EI:


 Incluir todas as crianças
 Realizar os direitos das crianças
 Desenvolver o potencial individual da criança
 Aumentar a independência das crianças (treinar em habilidades para a
vida, “life-skills”)

Tipos principais de necessidades especiais:


 Necessidades especiais físicas, auditivas, da visão, da fala
/linguagem
 Necessidades especiais mentais
 Necessidades especiais da aprendizagem
 Necessidades especiais sociais e emocionais
 Necessidades especiais múltiplas
 Autismo
 Síndroma de Dawn

Aspectos do ambiente da instituição que podem afectar o comportamento


da criança com necessidades especiais incluem:
 Volume de barulho

130
 Escadas ou outras barreiras físicas que dificultam o movimento
 Falta de acesso aos materiais pedagógicos
 Ambiente afectivo (falta de carinho, atenção)
 (Falta duma) estrutura clara / organização do dia
 Exercícios inadequados à capacidade da criança
 Nível elevado de competição

Ficha individual 2 da criança:


Parte I: Observação: Identificar os interesses, capacidades e dificuldades
da criança.
Parte II: Ambiente e o historial:
a) Identificar aspectos do ambiente da instituição que podem apoiar ou
agravar o comportamento / a necessidade especial da criança
b) Identificar causas prováveis no historial da criança e na situação
familiar13.

Necessidades, capacidades e interesses da criança ligadas a:


 Áreas de desenvolvimento
 Material pedagógico
 Actividades físicas e jogos

Durante a conversa respeitosa com os pais, o educador...


 Fala de forma amigável e respeitosa
 Pergunta como a criança/pais se comportam em casa (ex., como a
criança interage com os amigos)
 Pode questionar sobre as razões de certas acções da criança /pais
 Procura saber se há questões que a família quer discutir
 Ouve as respostas com atenção, sem julgar
 Discute boas práticas da família
 Dá conselhos ou transmite experiências relevantes se a família
necessitar
 Usa a língua (local) da família, se for possível

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Descreve a importância da participação, as definições básicas e os
objectivos principais da EI
 Descreve os principais tipos de necessidades especiais e as suas
manifestações.

Demonstração simulada
O formando realiza conversa respeitosa com os pais, recolhendo
informação necessária sobre o historial e a situação familiar da criança
com certa necessidade especial.

Produto
O formando em grupo preenche as partes I e II da Ficha individual 2 na
base da observação duma criança com necessidades especiais e a partir
de uma conversa simulada com os pais.

13O formando irá aprender a recolher a informação da família de maneira mais sistemática no Módulo 6: Analisar o
desenvolvimento da criança e colaborar com a família.

131
Resultado de aprendizagem 2: Identificar intervenções
pedagógicas adequadas no
contexto de diferentes
necessidades especiais

Critérios de desempenho:
(a) Identifica, com colegas, as metas individuais da criança na base das
Partes I e II da Ficha individual 2 e anota-as na Parte III a) da mesma.
(b) Identifica, com colegas, os passos de aprendizagem necessários para
atingir cada meta individual, e preenche Parte III b) da Ficha individual 2.
(c) Descreve com detalhe necessário as técnicas de promoção do
desenvolvimento no contexto dos principais tipos de necessidades
especiais.
(d) Identifica actividades com a criança, com a família e acções para melhorar
o ambiente na instituição para promover os passos de aprendizagem, e
preenche a Parte IV da Ficha individual 2.

Contextos de aplicação:
Ficha individual 2, Parte III
a) Metas individuais:
 Para habilidades para vida diária (‘life-skills’)
 Para áreas pedagógicas
 Para competências pessoais (de aprendizagem)

b) Passos de aprendizagem:
Passos concretos necessários para atingir cada meta individual

Técnicas de promoção do desenvolvimento das crianças com


necessidades especiais (exemplos):
 Perturbações de fala: exercício muscular dos lábios e da língua
 Ansiedade, medos: imaginação meditativa; séries de movimentos para
poder aumentar a confiança na sua força fisica
 Falta de atenção: Exercícios de concentração
 Dificuldades de movimento: Fortalecimento do equilíbrio e do controle
do corpo através do dispor de equipamento para exercícios fisicos

Ficha individual 2, Parte IV: Promover passos de aprendizagem:


 Acções para melhorar o ambiente na instituição
 Acções para melhorar o ambiente em casa
 Actividades com a criança (para serem continuadas em casa)

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando descreve as técnicas de promoção do desenvolvimento no
contexto duma necessidade especial física e duma necessidade especial
de aprendizagem.

Produto
Os formandos preenchem, em grupos pequenos, as Partes III a) e b), e IV
da Ficha individual 2 na base da observação duma criança, e de acordo
com critérios de desempenho a), b), e d).

132
Resultado de aprendizagem 3: Aplicar intervenções pedagógicas
adequadas no contexto da EI

Critérios de desempenho:
(a) Explica os benefícios de actividades inclusivas para todas as crianças e
como atingir estes benefícios.
(b) Apresenta e aplica os critérios principais para a criação de grupos de
crianças com e sem necessidades especiais.
(c) Descreve e aplica as formas de estimular o contacto entre crianças com e
sem necessidades especiais.
(d) Descreve e aplica as formas de diferenciar o grau de dificuldade das
actividades pedagógicas, para crianças com várias capacidades.
(e) Realiza actividades em grupos pequenos, promovendo os passos de
aprendizagem da criança com necessidades especiais, descritos nas
Partes III b) e IV da Ficha individual 2.
(f) Reflecte sobre o processo de desenvolvimento da criança, actualizando a
Ficha individual 2 Partes I a IV.

Contextos de aplicação:
Benefícios de actividades inclusivas para todas as crianças:
 Aprendizagem social (ex.: respeitar cada criança tal como é)
 Exercício de apoiar e receber apoio
 Conhecimento das suas capacidades e necessidades
 Cria uma visão mais ampla sobre os conteúdos de aprendizagem

Critérios principais para a criação de grupos:


 Proporção (rácio) de crianças com múltiplas necessidades especiais
 Proporção (rácio) de crianças com necessidades especiais “ligeiras”
 Proporção (rácio) de crianças, educadores, assistentes
 Idade e nível de maturidade das crianças
 Interesses e capacidades das crianças

Estimular o contacto entre crianças com e sem necessidades especiais,


através de:
 Jogos e actividades físicas em grupos heterogéneos completos e em
grupos pequenos
 Tarefas que destacam as capacidades da criança com necessidades
especiais
 Materiais pedagógicos que interessam as crianças e assim servem
como uma “ponte” entre as diferentes crianças
 Ambiente positivo, pacífico e tolerante
 Ambiente físico que estimula interacção (ex., mesas grandes, imagens
interessantes, etc.)
 Aceitação e capacidade de ouvir sentimentos individuais (também
sustos, dúvidas, etc.) e capacidade de responder

Formas de diferenciar o grau de dificuldade nas actividades:


 Através de diferentes materiais pedagógicos
 Através de diferentes tarefas
 Através de diferentes apoios

133
Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Explica os benefícios de actividades inclusivas e como atingir estes
benefícios, os critérios principais para criação dos grupos de crianças
com e sem necessidades especiais, e as formas de diferenciar o grau
de dificuldade das actividades para as crianças com necessidades
especiais
 Descreve as formas de estimular o contacto com as crianças com
necessidades especiais.

Demonstração real
O formando realiza uma actividade pedagógica com um grupo que inclui
criança/s com necessidades especiais de acordo com os critérios de
desempenho b) a e).

Produto
O formando apresenta as partes I a IV da Ficha individual 2 actualizadas
na base da observação continua duma criança.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guião de apoio e
nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 70 horas

Justificação do módulo
Este módulo é importante porque transmite as bases para a implementação da Educação
Inclusiva. Com estes conhecimentos, o educador é capaz de lidar com todas as crianças
e promover o seu desenvolvimento independentemente de quaisquer necessidades
especiais que existam no grupo. O módulo cria as bases para o educador poder realizar
actividades com um grupo heterogéneo, diferenciando o grau da dificuldade de acordo
com as capacidades e necessidades de cada uma das crianças. O módulo é essencial
porque possibilita a educação para todos e disponibiliza instrumentos ao educador para
planificar e realizar intervenções pedagógicas para diferentes necessidades especiais.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 23 horas)


O formando é capaz de resumir a importância da participação das crianças com
necessidades especiais, as definições básicas da EI (ex., deficiência não é doença, é
uma maneira de ser, etc.) e os objectivos principais da EI. Para isso, os formandos em
grupo completo, devem recolher os seus conhecimentos prévios sobre esses temas

134
(revisão do Módulo 3, Nível 3) e completá-los com apoio do formador. A seguir, devem
fazer um jogo de cartões com tarefa de separar frases verdadeiras e falsas sobre a EI.

O formando é capaz de descrever tipos principais de necessidades especiais (ex:


necessidades especiais da aprendizagem, autismo, síndroma de Dawn) e as suas
manifestações. Para isso, os formandos devem concretamente observar (observação
real, filme ou, caso não haja as primeiras duas opções, descrever os casos/cenários)
crianças com os principais tipos de necessidades especiais. Depois, devem analisar as
suas observações, identificando as diferentes necessidades especiais e listando as suas
manifestações.

O formando é capaz de observar as necessidades, capacidades e interesses da criança e


preencher a Parte I da Ficha individual 2. Para isso, os formandos devem observar
diferentes situações em filmes ou simulações e analisar, com apoio do formador, as
necessidades, capacidades e interesses que a criança apresenta, preenchendo a Parte I
da Ficha individual 2. Depois, devem fazer o mesmo nas instituições de prática,
preenchendo a Parte I da Ficha individual 2 sobre duas crianças que demostram
necessidades especiais, e apresentar os resultados aos seus colegas da instituição bem
como apresentar os aspectos principais ao grupo grande. Se for necessário, o director da
instituição de infância ajuda a identificar as crianças com necessidades especiais. Caso
não haja crianças com necessidades especiais, os formandos realizam esta parte da
prática nas instituições dos colegas.

O formando consegue identificar aspectos do ambiente do centro que podem apoiar ou


agravar o comportamento da criança com necessidades especiais (nível de barulho, falta
de acesso aos materiais, ambiente afectivo), colaborando com as colegas.
Adicionalmente, o formando consegue recolher informação sobre o historial e a situação
familiar da criança e é capaz de preencher a Ficha individual 2 Parte II a) e b). Para isso,
o formador deve apresentar alguns cenários escritos que mostrem a ligação entre o
ambiente do centro e o comportamento da criança. Os formandos devem reflectir sobre
os cenários em grupos pequenos e identificar os aspectos do ambiente que influenciam o
comportamento da criança. Os aspectos principais podem ser apresentados em
simulações e devem ser recolhidos por escrito. O mesmo método deve ser utilizado com
cenários que mostrem a ligação entre o historial e a situação familiar da criança e o seu
comportamento. A seguir, os formandos devem fazer uma chuva de ideias sobre aspectos
importantes de conversas respeitosas com os pais e simular algumas conversas relativas
à recolha do historial e da situação familiar duma criança, com base nos cenários
oferecidos pelo formador. Finalmente, devem reflectir sobre as simulações. Mais tarde, o
formador deve entregar as Partes II a) e b) da Ficha individual 2 aos formandos, e cada
uma das questões deve ser reflectida em conjunto Os formandos devem preencher estas
partes da ficha na base de cenários recebidos e conversas simuladas. Finalmente, devem
praticar o preenchimento das mesmas partes da ficha na base de observações das
crianças e do ambiente nas suas instituições de prática, e na base das conversas
simuladas ou reais com os pais, e apresentar os seus resultados.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 17 horas)


O formando é capaz de identificar com os colegas as metas individuais para a criança
(ex., para habilidades para a vida diária e para a áreas pedagógicas) na base das Partes I
e II da Ficha individual 2. Ele também consegue identificar os passos de aprendizagem
necessários para atingir cada meta individual, e preencher as Partes III a) e b) da Ficha
individual 2. Para isso, o formador deve apresentar aos formandos uma ficha individual
com as Partes I e II já preenchidas. Os formandos, em pequenos grupos, devem analisar
a situação desta criança e recolher as metas individuais para a criança. A seguir, em
mesmos grupos e na base dum exemplo de formador, devem repartir as metas individuais
em passos concretos necessários para atingir esses conteúdos. Finalmente, devem

135
repetir o processo com as outras fichas individuais (com partes I e II preenchidas) em
grupos pequenos, preencher as Partes III a) e b) na base na informação recolhida, e
apresentá-las ao grupo grande.

O formando consegue descrever técnicas de promoção do desenvolvimento no contexto


dos principais tipos de necessidades especiais. Para isso, o formador deve demonstrar
em simulações ou filmes as técnicas principais de promoção do desenvolvimento das
crianças com diferentes necessidades especiais. Os formandos devem descrever as
técnicas apresentadas, reflectindo como essas promovem o desenvolvimento das
crianças. No final, o formador deve entregar a cada formando o texto de resumo das
principais técnicas, para auto-estudo.

O formando é capaz de identificar actividades com a criança, com a família, e acções


para melhorar o ambiente na instituição para promover os passos de aprendizagem, e
preencher a Parte IV da Ficha individual 2. Para tal, eles devem analisar as partes I a III
da Ficha individual 2 preenchida, e o formador deve simular actividades adequadas e
orientar a reflexão sobre as mesmas. A seguir, os formandos, em grupo grande, devem
treinar na base de outra Ficha individual 2 (Partes I a III preenchidas) propôr actividades
adequadas a partir de uma chuva de ideias, simulá-las, reflectir sobre as mesmas e
preencher a Parte IV da ficha. Eles devem repetir o processo em grupos pequenos com
base numa outra ficha, preencher a Parte IV da ficha e apresentar o seu trabalho.

Finalmente, no seu local de prática, os formandos devem praticar o preenchimento das


Partes III e IV sobre as mesmas crianças que observaram no Resultado 1.

Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 30 horas)


O formando é capaz de explicar os benefícios de actividades inclusivas para todas as
crianças e como atingir estes benefícios. Para isso eles fazem uma chuva de ideias sobre
os benefícios, acrescentam as ideias com apoio do formador e criam um mapa mental
descrevendo os benefícios e as formas de como atingi-los.

O formando consegue apresentar e aplicar os critérios principais para a criação de grupos


de crianças com e sem necessidades especiais. Para tal, eles devem recolher as suas
ideias e o formador deve completar a recolha e ajudar a explicar os critérios, se for
necessário. A seguir, simulam a criação de grupos, imitando certos critérios (quantidade
de crianças, tipos de necessidades especiais, etc.) e justificando a forma do grupo criada.

O formando é capaz de descrever e aplicar as formas de estimular o contacto entre


crianças com e sem necessidades especiais. Para isso, eles devem fazer chuva de ideias
sobre as tais formas, reflectir sobre as contribuições e completa-las com apoio do
formador. A seguir, devem simular em grupo grande as formas de estimular o contacto
entre as crianças, implementá-las em situações reais na instituição de infância e reflectir
em grupo grande sobre as experiências na prática.

O formando consegue descrever e aplicar as formas de diferenciar o grau de dificuldade


das actividades pedagógicas para crianças com várias capacidades. Para tal, o formador
deve simular uma actividade dirigida e, a seguir, deve perguntar como se poderia
diferenciar o grau de dificuldade desta actividade, para crianças com diferentes
capacidades. Em grupo grande, os formandos devem simular as suas ideias e reflectir
sobre as mesmas. A seguir, os formandos devem simular outras actividades pedagógicas,
e o formador deve apoiá-los a demostrar as formas de diferenciar o grau de dificuldade
(através de diferentes materiais, diferentes tarefas e diferentes apoios). A seguir, os
formandos devem implementar o que aprenderam, na prática e relatar no fim as suas
experiências.

136
O formando é capaz de realizar actividades em grupos pequenos (com diferentes
crianças), promovendo os passos de aprendizagem da criança com necessidades
especiais, descritos nas Partes III b) e IV da Ficha individual 2. Para tal, os formandos
devem ler a Parte III b) e IV de algumas fichas individuais preenchidas, e fazer uma chuva
de ideias sobre as formas de promover estes passos de aprendizagem em actividades de
grupos pequenos. Depois, devem simular as actividades e reflectir sobre as mesmas. A
seguir, devem realizar as actividades em situações reais nas instituições de infância.

O formador é capaz de reflectir sobre o processo de desenvolvimento da criança


actualizando a Ficha individual 2 Partes I a IV. Para tal, os formandos devem reflectir
sobre estudos de caso analisando pequenos progressos que indicam novos passos no
desenvolvimento da criança, e sugerindo como actualizar a Ficha individual 2. Depois,
nas instituições de infância devem observar as crianças com necessidades especiais
sobre quais preencheram a sua primeira Ficha individual 2 e actualizar a ficha.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação deste módulo tem o seu enfoque nas bases teóricas da EI, na implementação
das mesmas e no preenchimento do instrumento de apoio (Ficha individual 2). A
avaliação do módulo pode ser feita de forma integrada, onde se privilegia a avaliação dos
resultados como um conjunto ao invés de resultados separados. Sempre que possível e,
especialmente nas demonstrações, o formando deve fazer a auto-avaliação antes de o
formador partilhar os seus comentários de avaliação.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito com perguntas de resposta curta sobre a importância da participação, as
definições básicas e os objectivos principais da EI. Teste escrito com perguntas de
associação entre os principais tipos de necessidades especiais e as suas manifestações.

Demonstração simulada avaliada através duma lista de verificação, onde o formando


realiza uma conversa respeitosa com os pais, recolhendo informações sobre o historial e
a situação familiar da criança com necessidades especiais.

Produto produzido em grupo pequeno e avaliado através duma lista de verificação,


constituído pelas Partes I e II da Ficha individual 2 preenchidas na base da observação
duma criança com necessidades especiais, do ambiente do centro, e a partir duma
conversa simulada com os pais desta criança.

Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito com perguntas de respostas abertas sobre as técnicas de promoção do
desenvolvimento da criança de acordo com uma descrição dada duma necessidade
especial física e duma necessidade especial de aprendizagem.

Produto avaliado através duma ficha de verificação, medindo os critérios de desempenho


a), b) e d). Os formandos preenchem, em grupos pequenos, as Partes III a) e b) e IV da
Ficha individual 2 na base da observação duma criança.

Resultado de Aprendizagem 3
Teste escrito que contem uma explicação satisfatória sobre os benefícios de actividades
inclusivas e como atingir estes benefícios, e os critérios principais para a criação dos
grupos de crianças com e sem necessidades especiais.

137
Teste escrito com perguntas de respostas curtas sobre as formas de estimular o contacto
entre crianças com e sem necessidades especiais. Teste escrito que inclui uma descrição
satisfatória sobre as formas de diferenciar o grau de dificuldade duma dada actividade
pedagógica.

Demonstração real avaliada através duma lista de verificação medindo os critérios de


desempenho b) a e). O formando realiza uma actividade pedagógica com um grupo que
inclui criança/s com necessidades especiais.

Produto avaliado através duma ficha de verificação, e constituindo pela ficha individual 2
completa actualizada na base da observação contínua duma criança.

Necessidades Especiais
Em certos casos, evidências requeridas modificadas podem ser produzidas por uma
escola ou Centro de ensino para certificação de candidatos com necessidades especiais.
Contudo, se a modificação ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das especificações do
módulo. Em todos os casos as modificações devem ser sujeitas à aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Ministério da Mulher e da Acção Social. [in press]. Programa Educativo para
crianças do 1o ao 5o ano. Maputo, Moçambique.
2. Werner, D. (2009). Disabled Village Children. Localizado no
http://hesperian.org/books-and-resources/ no 8 de Outubro de 2012.
3. Pierangelo, R. (2004). The Special Educators Survival Guide. John Wiley & Sons: San
Francisco, CA.

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros fins ou
motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP.

138
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Título do módulo: Agir com base nos direitos, necessidades e


deveres das crianças

Código do módulo: MO

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 7
A conclusão com êxito de todos os módulos do certificado
vocacional 3 em educação de infância (em especial do
módulo ‘Promover uma interacção respeitosa com e entre as
crianças’). Adicionalmente, a conclusão com êxito do
Requisitos de inscrição módulo do certificado vocacional 4 ‘Descrever como a
no módulo: criança aprende e se desenvolve, e observar as
competências cognitivas, linguísticas, e sensório-motoras
nas crianças’.

A conclusão com êxito deste módulo é necessária para a


inscrição nos seguintes módulos do certificado vocacional
4 em educação de infância: ‘Promover comportamento
Progressão: social nas crianças’, ‘Cuidar dos bebés’, ‘Estimular o
desenvolvimento dos bebés’, ‘Promover actividades
dirigidas com as crianças e os encontros de reflexão e
planificação’ e ‘Levar a cabo uma experiência de trabalho
numa instituição de infância’, e em todos os módulos do
certificado vocacional 5 em educação de infância.

Após a conclusão deste módulo os formandos serão


capazes de implementar os direitos da criança e descrever
a sua ligação com as necessidades e deveres da criança,
Introdução ao módulo: de reagir adequadamente às necessidades da criança e de
identificar abuso sexual na criança, explicar como prevenir,
e responder adequadamente à situação de abuso.

1. Implementar os direitos da criança e descrever a sua


ligação com as necessidades e deveres da criança.

2. Reagir adequadamente às necessidades da criança.


Resumo dos resultados
de aprendizagem:
3. Identificar abuso sexual na criança, explicar como
prevenir e responder adequadamente à situação de
abuso.

139
Resultado de aprendizagem 1: Implementar os direitos da criança e
descrever a sua ligação com as
necessidades e deveres da criança

Critérios de desempenho:
(a) Nomeia direitos da criança.
(b) Implementa no seu trabalho os direitos da criança à expressão, à
participação, a brincar e à educação.
(c) Define a ligação entre os direitos da criança, as suas necessidades
e os seus deveres.
(d) Exemplifica as consequências de não respeitar as necessidades da
criança.
(e) Define o conceito “crianças vulneráveis” e exemplifica de que
maneira os direitos delas não são respeitadas.

Contextos de aplicação:
Direitos da criança
 à amor, segurança e compreensão
 à saúde, alimentação, moradia e assistência médica adequadas
 à protecção
 a todas as facilidades e oportunidades para se desenvolver
plenamente, com liberdade e dignidade.
 de brincar
 à educação
 à participação
 à expressão
 a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente
deficiente
 a ser protegida contra qualquer tipo de preconceito, seja de
raça, religião ou posição social

Exemplos de como respeitar o direito à expressão:


 Compreender que a expressão é a forma de a criança mostrar o
que sente, pensa, o que aprendeu e o que lha ocupa
 Compreender que a expressão ajuda para a criança aliviar-se
de sentimentos
 Deixar a criança expressar diferentes opiniões, ideias e
sentimentos
 Deixar a criança expressar-se por diferentes maneiras
socialmente aceitáveis (falar, cantar, chorar, pintar, modelar,
faz-de-conta…)
 Ouvir com atenção qualquer expressão da criança e levá-las a
sério
 Exemplos de como respeitar o direito à participação:
 Participação activa em todos os momentos do dia
 Deixar a criança mesmo participar activamente em processos
nos quais ainda não pode cuidar de si próprio (Ex.: alimentar-se)
 Participação de todas as crianças, independente da sua origem
ou de características específicas
 “Ouvir” as contribuições (opiniões, ideias, sentimentos) das
crianças e levá-las a sério integrando-as nos processos do dia
 Criar um ambiente que permite às crianças decidir entre
diferentes escolhas
140
 Estar atento e presente, mas não manipular a criança na sua
actividade
 Promover autonomia e responsabilidade na criança mantendo
ao mesmo tempo uma ligação emocional e afectiva forte
 Diferenciar responsabilidades do educador e responsabilidades
da criança

Como respeitar o direito à educação:


Este direito
 Inclui a possibilidade de escolha livre para decidir o que quer
aprender, como e quando
 Inclui a possibilidade de errar e não ser castigado ou
envergonhado por isso
 Deve realizar-se sempre em ligação com os outros direitos da
criança (ver acima)
 Inclui não trabalhar com as crianças apenas com a intenção de
prepara-las à escola, mas sim para dá-las oportunidade de se
desenvolver plenamente
 Inclui a disponibilização de um ambiente estimulante e seguro

Exemplos sobre como respeitar o direito de brincar:


 Dar tempo suficiente para actividades livres com escolha e
interacção livre
 Criar um ambiente com brinquedos e materiais suficientes
 Criar um ambiente com espaço suficiente para cada criança
poder movimentar-se intensivamente
 Permitir às crianças brincarem livremente e não apenas em
forma de jogos dirigidos
 Acompanhar as crianças e criar regras na instituição para
assegurar o direito de cada à liberdade e dignidade

Ligação entre direitos, necessidades e deveres das crianças:


 Direitos das crianças baseiam-se nas necessidades delas. (O
não respeito pelas necessidades duma criança resulta, cedo ou
tarde, em problemas no desenvolvimento dela).
 Deveres duma criança não são abstractos, mas sim referem-se
às responsabilidades que ela tem na satisfação das suas
necessidades/ dos seus direitos.

Consequências de não respeitar as necessidades duma criança:


 Atraso noutras etapas de desenvolvimento ou limitações no
desenvolvimento
Ex.: Se as necessidades da criança de experimentar com todos
os seus sentidos e de movimentar-se não são satisfeitas, isto
pode resultar em atraso no desenvolvimento do cérebro da
criança por falta de experiências suficientes. Por isso a criança
tem o direito a todas as facilidades e oportunidades para se
desenvolver plenamente
 Avanço demasiado rápido numa dada área a custa do
desenvolvimento em outras áreas
Ex.: Se a necessidade da criança a brincar livremente não é
satisfeita porque sempre é levada a escrever números e letras,
a criança vai ler e escrever mais cedo, mas não vai desenvolver
competências pessoais e sociais suficientes. Por isso a
necessidade de brincar livremente torna-se um direito.

141
 Permanência de necessidades infantis enquanto adulto →
problemas nas relações entre adultos
Ex.: Se a necessidade de amor e atenção duma criança não são
satisfeitas na infância, isto pode provocar distúrbios na idade
adulta (O adulto exige amor incondicional como se ainda fosse
criança). Por isso a necessidade de amor torna-se um direito.

Crianças vulneráveis…
são crianças que não são respeitadas de uma forma permanente
nos seus direitos/ necessidades.
Exemplos
 Criança que não têm espaço/ tempo para brincar livremente e
para movimentar-se
 Crianças abusadas
 Crianças mal tratadas emocionalmente
 Crianças negligenciadas
 Crianças órfãs
 Crianças fugitivas
 Crianças com necessidades especiais não tratadas
adequadamente
Sempre que um direito não é respeitado de forma permanente
tornando a criança vulnerável, a consequência é que essa criança
torna-se vulnerável também em outros direitos.

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Nomeia direitos da criança
 Identifica como implementar o direito da criança à educação
 Descreve e exemplifica a ligação entre os direitos, as
necessidades e os deveres da criança
 Exemplifica as consequências de não respeitar as necessidades
da criança
 Define o conceito “crianças vulneráveis“ e exemplifica de que
maneira os direitos das crianças vulneráveis não são
respeitadas.

Demonstração real
O formando implementa no seu trabalho os direitos da criança à
expressão, à participação e a brincar, e logo a seguir da
demonstração faz uma auto-avaliação do que até agora fez para
tornar a implementação destes direitos na sua instituição possível,
as dificuldades nesse processo e o que ainda pretende fazer.

Resultado de aprendizagem 2: Reagir adequadamente às


necessidades da criança

Critérios de desempenho:
(a) Identifica como a criança manifesta as suas necessidades.

142
(b) Distingue desejos e necessidades substituintes das necessidades
e indica como reagir adequadamente em cada caso.
(c) Identifica condições que devem ser criadas para a criança
satisfazer as suas necessidades respondendo ao mesmo tempo à
diversidade das necessidades numa instituição.
(d) Cria um ambiente que permite à criança satisfazer ela própria as
suas necessidades ou a participar na sua satisfação e explica a
importância disso.
(e) Ajuda a criança a satisfazer as suas necessidades de forma
adequada e explica a importância de agir desta maneira.
(f) Nomeia como as crianças aprendem a respeitar as suas
necessidades e as das outras.

Contextos de aplicação:
Como a criança manifesta as suas necessidades:
 Através da fala (ex. “Eu quero/ preciso…”)
 Através de uma acção (ex.: bater a mesa)
 Através de um comportamento (ex. ser apático)
 Através duma atitude (ex. ter interesse ou não)
 Através da linguagem não-verbal (ex. mímica)

Necessidades:
 São necessidades básicas, necessidades de desenvolvimento e
aprendizagem e necessidades sociais (veja hierarquia das
necessidades no modulo 1)
 Têm a função de servir ao desenvolvimento da criança/ são a
força motriz do desenvolvimento da criança
 Por isso ignorar estas necessidades pode criar problemas no
desenvolvimento da criança

Desejos:
 Differem-se das necessidades uma vez que a falta da sua
satisfação não cria problemas no desenvolvimento duma
criança/ a sua satisfação não é indispensável para o seu
desenvolvimento. Exemplos: “Quero sorvete.”
 A satisfação repetitiva de certos desejos pode criar dependência
(ex.: consumir açúcar, assistir televisão)

Necessidades substituintes:
 São necessidades ou desejos que subsituem necessidades que
não são satisfeitas.
 A falta de satisfação da necessidade substituída por esta
necessidade substituinte traz problemas no desenvolvimento da
criança
Exemplos:
o Criança exige doces ou brinquedos para substituir a falta de
amor
o Criança para de brincar e quer sempre escrever letras e
números para substituir a necessidade de ser amada
incondicionalmente (porque os pais apenas estão satisfeitos
quando a criança “aprende bem”)

143
Reagir adequadamente quando criança mostra uma necessidade ou
desejo:
1. Procurar identificar se se tratar duma necessidade, dum
desejo ou duma necessidade substituinte orientando-se nas
seguintes perguntas:
o A permanente falta de satisfação daquilo que a criança quer
pode criar problemas no desenvolvimento dela ou não?/ A
satisfação daquilo que a criança quer tem algo que pode
contribuir para o desenvolvimento dela?
o Por atrás daquilo que a criança quer haverá ou não uma
necessidade que não está sendo satisfeita?
2. Se se tratar duma necessidade: Respeitar agindo de acordo
com o que aprenderão a seguir
3. Se se tratar dum desejo:
 pode satisfazer ou não dependendo da decisão do adulto
 Limitar se tiver potencialidade de criar dependência
4. Se se tratar duma necessidade substituinte
 Limitar se tiver potencialidade de criar dependência
 Procurar identificar a necessidade que não está sendo
satisfeita (a necessidade substituída)
 Criar condições para esta necessidade seja satisfeita.

Condições que devem ser criadas para a criança satisfazer as suas


necessidades respondendo ao mesmo tempo à diversidade das
necessidades das crianças no grupo:
 Criar um ambiente estimulante com várias áreas de actividades
e uma diversidade de materiais que permitem
o a satisfação das necessidades observadas nas crianças
o que por escolha livre varias crianças podem satisfazer uma
variedade de necessidades diferentes ao mesmo tempo
 Desenvolver um sistema de organização dentro da instituição
o Entre os educadores (ex. que cada educador fica responsável
por certa área)
o Regras que permitem que não haja confusão (ex. limitar o
números de crianças que podem entrar numa área de
actividades)
 Materiais de diferentes níveis de dificuldade
 Realizar uma variedade de actividades dirigidas que incluem os
seus diferentes interesses

Criar condições para a criança satisfazer as suas necessidades


garantindo uma aprendizagem na base da sua motivação intrínseca
(ao invés de fazer o que o adulto quer que ela aprenda) inclui
também:
Não realizar actividades ou demonstrar o uso dum material didáctico
antes de a criança demonstrar a necessidade e o interesse (ex. não
mandar as crianças de 4 anos a aprender a escrever letras)

Criar um ambiente que permite à criança satisfazer por si própria a


sua necessidade:
 Não é tarefa do educador de satisfazer todas as necessidades
da criança, mas sim de criar condições para ela própria poder
satisfazê-las em autonomia
 Em momentos de desafio não ajudar imediatamente a criança a
chegar ao resultado por ela desejado, se for preciso apoiar de

144
maneira a estimular a criança a agir em autonomia e de acordo
com as suas capacidades
 O educador permite e exige à criança a assumir a
responsabilidade relacionada com a sua necessidade (=
deveres relacionados com os seus direitos)

Criar um ambiente que permite à criança participar na satisfação das


suas necessidades:
Há necessidades que a criança ainda não é capaz de satisfazer por
si próprio. Neste caso o educador deve permitir ou exigir a criança
participar tanto quanto possível na sua satisfação.
Ex.: O educador permite ao bebé pegar ela própria a colher mesmo
que venham a cair partes da comida
Ex.: A criança precisa do apoio do educador ao calçar sapatos. O
educador exige à criança a esticar o seu pé e a prestar atenção na
acção do educador

Importância de criar condições para a criança poder satisfazer ela


própria as suas necessidades ou participar na satisfação delas:
 Saber satisfazer por si próprio as suas necessidades significa
ser autónoma.
 Ser autónoma aumenta a forca, o auto-estima e o sentido de
responsabilidade duma pessoa.
 A criança tem a necessidade/ o direito à satisfazer as suas
necessidades por si própria.

Como ajudar a criança a satisfazer as suas necessidades de forma


adequada:
Pode ser que uma criança satisfaça uma necessidade verdadeira,
mas faz isto duma maneira não adequada. Isso fica visível através
dum comportamento não adequado. Ao invés de apenas limitar esse
comportamento, seguir os seguintes passos:
1. Limitar o comportamento não adequado
2. Procurar identificar a necessidade por detrás do
comportamento não adequado
3. a) Apoiar a criança a encontrar a maneira ou o lugar adequado
dando-lhe opções
Ex.: Criança nas actividades livres a correr na sala de
material didáctico → Nec. de movimentar-se → 1.dar duas
opções: “Se quiseres correr, podes ir ao pátio. Se quiseres
brincar aqui, deves parar de correr.”/ 2. repetir/ 3.avisar: “Se
não pares de correr, hei-de te levar ao pátio. Lá podes correr
à vontade.”/ 4. levar a criança ao pátio onde pode correr.

OU (se não tiver condições adequadas na instituição)


3. b) Criar condições para a criança poder satisfazer a sua
necessidade de maneira adequada
Ex.: Criança a bater com um pau na mesa, nas janelas, na
viola → Nec. de distinguir sons de diferentes objectos →
construir/ recolher materiais que permitem a criança escutar
sons de diferentes objectos

Importância de responder correctamente a um comportamento não


adequado duma criança:
 A criança sente-se respeitada nas suas necessidades e entende
que tem maneiras adequadas e não adequadas de vivê-las

145
 A criança aprende a desenvolver a sua força de vontade (sentir
e entender as suas necessidades - o que quer e o que não
quer)
 A criança aprende a ter opções

Como a criança aprende a respeitar as suas necessidades e as


necessidades das outras:
 Os adultos respeitam as necessidades da criança - a criança
sente-se respeitada nas suas necessidades (aprende do modelo
do educador)
 Os adultos respeitam as suas necessidades e as das crianças
levando as duas a sério)
Criando condições para interacções livres entre crianças amigas
nas quais a necessidade delas de continuarem amigas e a
brincar juntas é uma motivação para se colocar na posição do
outro e assim a respeitar as necessidades dos outros e as suas.

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Distingue desejos e necessidades substituintes das
necessidades e indica como reagir em cada caso.
 Identifica como a criança manifesta as suas necessidades
 Identifica condições que devem ser criadas para a satisfação
das necessidades das crianças respondendo ao mesmo tempo
à sua diversidade numa instituição
 Explica a importância de criar um ambiente que permite à
criança satisfarzer ela própria as suas necessidades ou a
participar na sua satisfação
 Explica a importância de criar um ambiente que permite a
criança satisfazer as suas necessidades de forma adequada
 Nomeia como as crianças aprendem a respeitar as suas
necessidades e as de outras crianças.

Demonstração real ou simulada


O formando responde às necessidades das crianças de acordo com
os critérios de desempenho d) e e).
(Todos os critérios de desempenho que não foram possíveis avaliar
na demonstração real devem ser avaliadas numa demonstração
simulada.)

Resultado de aprendizagem 3: Identificar abuso sexual na criança,


explicar como prevenir
e responder adequadamente à
situação de abuso

Critérios de desempenho:
(a) Explica o mecanismo de auto-regulação duma criança, como ele
pode ser danificado e quais as possíveis consequências dessa
danificação.

146
(b) Explica como ajudar a prevenir o abuso sexual.
(c) Identifica crianças abusadas através de uma lista de sintomas
manifestadas pela criança.
(d) Reage adequadamente quando confrontado com a situação duma
criança provavelmente sexualmente abusada.

Contextos de aplicação:
O mecanismo de auto-regulação duma criança pode ser comparado
com o funcionamento duma célula que com ajuda do seu núcleo e
da sua membrana semi-aberta sabe responder adequadamente às
influências que vêm de fora (abrir ou fechar-se quando for preciso)
Uma criança com este mecanismo em função:
 Sabe distinguir entre o que é bom e o que não é para ela
 Mostra motivação intrínseca (abre-se) em relação às coisas que
podem servir ao seu desenvolvimento
 Fecha-se perante aspectos prejudiciais a ela
 Procura ajuda e orienta-se em pessoas de referência em
momentos onde não tem conhecimentos suficientes para decidir
se algo é bom ou é mau para a sua vida
Uma criança deste tipo é mais protegida perante o abuso
sexual!

O mecanismo de auto-regulação pode ser danificado:


Quando não respeitados/ feridos os limites físicos, psico-emocionais
e/ ou cognitivos duma criança
Exemplos:
 Ferir limites físicos: lavar o corpo da criança duma maneira
rápida e não respeitosa
 Ferir limite emocional: dizer à criança no hospital “ah, não dói,
não precisas gritar” quando ela for picada
 Ferir limite cognitiva: ensinando a criança conteúdos dos quais
ainda não demonstrou interesse, maturidade ou capacidade

Consequências de danificar o mecanismo de auto-regulação:


Uma criança cujo mecanismo de auto-regulação está estragado...
 Não sente o que lhe faz bem e o que lhe faz mal e fica
dependente de outros neste assunto
 Fica demasiado aberta ou demasiado fechada perante
influências de fora
 Desenvolve uma relação extrema perante autoridades (ou
aceitação demasiada ou rebeldia perante autoridades)
 Uma criança deste tipo fica demasiada frágil e assim vulnerável
perante o abuso sexual!

Aspectos que contribuem para uma prevenção dum possível abuso


sexual:
 Criar um relacionamento respeitoso com a criança, assegurar
que não fere o mecanismo de auto-regulação da criança
capacitando-a desta maneira a sentir os seus limites pessoais e
a reagir na base deste sentimento
 Respeitar os gostos de cada criança e ajudar a desenvolver a
força de vontade delas (Isto quero/ gosto e isto não quero/ não
gosto)
 Ajudar a criança a respeitar os gostos, vontades e limites
individuais e dos outros

147
 Apoiar a criança a colocar limites para si mesma e para as
outras expressando-se com linguagem pessoal

Sintomas manifestadas por crianças que provavelmente sofreram de


abuso sexual (ou outros tipos de abuso:
 Mudanças bruscas de comportamento e de humor da criança
 Comportamentos regressivos e/ou agressivos, sonolência
excessiva, perda ou excesso de apetite
 Comportamentos sexuais inadequados para a idade ou
compulsivos
 Baixa auto-estima, insegurança, busca de isolamento e auto -
injúria
 Insónia, pesadelos ou ansiedade ou depressão
 Mentiras
 Ataques de pânico
 Dificuldade cognitiva ou de aprendizagem ou problemas de
atenção
 Lesões, hematomas e outros ferimentos frequentes sem uma
explicação clara sobre a sua origem
 Doenças sexualmente transmissíveis
 Fugas de casa
 Medo generalizado ou medo de adultos estranhos, no escuro,
de ficar sozinho e de ser deixado próximo ao potencial agressor
ou de certos lugares
 Roubo ou pedir em demasiado
 Tentativas de suicídio
 Sem vínculo afectivo com os pais
Deve perceber que um tipo de abuso pode estar associado a outros
tipos de abuso.

Reagir adequadamente perante uma criança provavelmente


abusada sexualmente:
 Ouvir atentamente, sem interrupções, e não pressionar ou
colocar muitas perguntas para obter informações
 Levar a sério tudo o que ouvir, sem julgar, criticar ou duvidar do
que a criança diz
 Manter-se calmo e tranquilo, sem reacções extremas ou
passionais
 Anotar tudo que lhe foi dito, pois isso poderá ser utilizado em
procedimentos legais posteriores
 Mostrar-se disponível a conversar e apoiar e reforçar que a
criança não tem culpa do que aconteceu
 Explicar à criança que será necessário conversar com outras
pessoas para protegê-la
 Evitar que muitas pessoas saibam dos acontecimentos, para
minimizar a estigmatização da criança
 Contactar os serviços de protecção social

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Explica o mecanismo de auto-regulação, como ele pode ser
danificado e quais as possíveis consequências dessa
danificação
148
 Identifica como ajudar prevenir o abuso sexual

Demonstração simulada
O formando...
 Identifica através de uma lista de sintomas uma criança
provavelmente abusada
 Reage adequadamente sendo confrontado com uma criança
provavelmente sexualmente abusada.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 70 horas

Justificação do módulo
Este módulo é importante porque os educadores devem saber respeitar e lidar com
os direitos e necessidades das crianças que no desenvolvimento delas jogam um
papel fundamental. Baseando-se no módulo 1 no qual aprenderam a importância
das necessidades no desenvolvimento duma criança, este modulo ajuda a perceber
a ligação entre os direitos, necessidades e deveres das crianças e o conceito
crianças vulneráveis e ensina aos formandos a implementar os direitos no trabalho
com crianças. O módulo também é importante pelo facto de que muitos adultos ou
não respeitam as necessidades das crianças ou não sabem como lidar de forma
adequada com elas caindo no outro extremo de permitir tudo e de qualquer maneira.
Com este módulo os formandos podem aprender lidar de forma adequada e
respeitosa com as necessidades das crianças. Além disso o módulo responde ao
problema de um tipo de situação especialmente grave que é a das crianças
vulneráveis (crianças cujos direitos não são respeitados): o abuso sexual de
crianças. Os formandos vão desenvolver competências básicas sobre como
identificar estas crianças, como ajudar a prevenir o abuso e como lidar com uma
criança provavelmente abusada.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando dando ao formando sempre tempo e possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 18 horas)


O formando sabe nomear direitos da criança. Para isso os formandos devem fazer
em chuva de ideias uma colecção sobre o que sabem em relação aos direitos da
criança (quais direitos existem e o que significam) e recebem explicações adicionais
pelo formador.

O formando é capaz de implementar no seu trabalho os direitos da criança à


expressão, à participação, a brincar e à educação. Para isso os formandos primeiro
devem em pequenos grupos juntar ideias sobre como implementar respectivamente
149
dois desses direitos devendo para isso recorrer aos seus conhecimentos adquiridos
em vários módulos do nível 3. A seguir devem apresentar os resultados na turma
que serão enriquecidos através das contribuições dos outros e das indicações que o
formador vai fornecer sobre como implementar esses direitos.

O formando sabe definir a ligação entre os direitos da criança, as suas necessidades


e os seus deveres. (Direitos das crianças baseiam-se nas necessidades delas - o
não respeito pelas necessidades duma criança resulta, cedo ou tarde, em problemas
no desenvolvimento dela. Deveres duma criança não são abstractos, mas sim
referem-se às responsabilidades que ela tem na satisfação das suas necessidades/
dos seus direitos.) Para isso os formandos devem primeiramente tentar explicar
como eles entendem esta ligação e depois ler um texto seguido por um exercício em
que terão de completar os espaços em branco no texto dado.

O formando é capaz de exemplificar as consequências de não respeitar as


necessidades da criança (atraso noutras etapas de desenvolvimento ou limitações
no desenvolvimento, avanço demasiado rápido numa dada área a custa do
desenvolvimento em outras áreas, permanência de necessidades infantis enquanto
adulto → problemas nas relações entre adultos). Para isso os formandos devem dar
e analisar um exemplo em relação a cada tipo de consequências. A seguir devem
em pequenos grupos identificar e debater mais exemplos em relação a cada tipo de
consequências cujos resultados devem ser apresentados e debatidos na turma.

O formando sabe definir o conceito “crianças vulneráveis” (crianças que não são
respeitadas de uma forma permanente nos seus direitos/ necessidades) e sabe
exemplificar de que maneira os direitos delas não são respeitadas. Para isso os
formandos devem dar propostas sobre como eles definiriam o conceito para a seguir
um formador dar a definição correcta. Em pequenos grupos devem analisar cada
grupo um caso especifico de uma certa criança vulnerável e identificar de que
maneira os direitos dela não são respeitadas. Devem apresentar e debater o
resultado na turma.

Finalmente devem implementar na instituição onde realizam as suas práticas os


direitos da criança à expressão, à participação, a brincar e à educação.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 41 horas)


O formando é capaz de identificar como a criança manifesta as suas necessidades
(através da fala, de uma acção, de um comportamento, duma atitude ou da
linguagem não-verbal). Para isso os formandos devem dar ideias simulando uma
situação para iluminar a ideia. A seguir devem analisar simulações, filmes ou fotos.

O formando sabe distinguir desejos e necessidades substituintes das necessidades


e sabe indicar como reagir adequadamente em cada caso. Para isso os formandos
devem associar cartões com várias características ai descritas aos títulos escritos na
parede (necessidades, desejos, necessidades substituintes). Depois disso devem
confrontar o seu trabalho com a solução disponível e debater sobre o resultado e
perguntas em aberto/ dúvidas. A seguir devem analisar várias situações concretas
simuladas ou descritas para identificar se se trata duma necessidade, dum desejo ou
duma necessidade substituinte. Finalmente devem associar cartões nas quais se
encontram maneiras de agir em relação a cada título escrito na parede e debater
sobre elas.

O formando é capaz de identificar condições que devem ser criadas para a criança
satisfazer as suas necessidades respondendo ao mesmo tempo à diversidade das
necessidades numa instituição (ambiente estimulante com várias áreas de
actividades e uma diversidade de materiais, sistema de boa organização dentro da
150
instituição, materiais de diferentes níveis de dificuldade, variedade de actividades
dirigidas que incluem os diferentes interesses das crianças). Para isso os formandos
primeiro devem anotar em cartões as suas preocupações em relação a questão de
como lidar com a diversidade das necessidades numa instituição e organizá-los na
parede juntando preocupações semelhantes. A seguir devem em pequenos grupos
elaborar ideias sobre como lidar com estas preocupações/ com a diversidade das
necessidades devendo para isso recorrer aos seus conhecimentos adquiridos em
vários módulos do nível 3. Depois disso devem apresentar e debater as suas ideias
na turma criando em conjunto uma lista de critérios a ser confrontada com uma
solução disponível. Finalmente devem debater sobre a questão de o que fazer para
garantir que a criança satisfaça as suas necessidades assegurando ao mesmo
tempo uma aprendizagem baseada na sua motivação intrínseca ao invés de fazer o
que o adulto quer que ela aprenda (os critérios em cima mencionadas mais: não
realizar actividades ou demonstrar o uso dum material didáctico antes de a criança
demonstrar a necessidade e o interesse).

O formando sabe criar um ambiente que permite à criança satisfazer ela própria as
suas necessidades ou a participar na sua satisfação e sabe explicar a importância
disso. Para isso os formandos devem reagir a duas simulações do formador nas
quais ele apresenta de cada vez uma criança que demonstra uma necessidade. As
simulações devem ser de tal maneira concebidas que sugerem aos formandos a
satisfação das necessidades da criança como reacção. A seguir devem analisar as
reacções dos colegas e finalmente devem ser confrontados com a explicação do
formador na qual ele sublinha que não é tarefa do educador de satisfazer todas as
necessidades das crianças mas sim de criar condições para ela satisfazê-las por si
própria. Com base nestas explicações os formandos devem dar propostas sobre
como agir adequadamente nas situações anteriormente simuladas e anotar os
aspectos importantes. A seguir os formandos devem analisar o impacto das duas
diferentes formas de agir perante a criança no desenvolvimento dela. Da mesma
maneira devem analisar situações nas quais crianças apresentam necessidades que
ainda não podem satisfazer por si próprios (ex. o bebe de estar vestida) identificando
de que maneira pelo menos podem participar na sua satisfação.

Finalmente devem identificar num exercício com frases verdadeiras e falsas os


aspectos da importância de agir de maneira como aprenderam e devem
autocontrolar o seu trabalho através duma solução disponível.

O formando é capaz de ajudar a criança a satisfazer as suas necessidades de forma


adequada e sabe explicar a importância de agir desta maneira.
Para isso os formandos devem dar ideias sobre como agir em duas situações
apresentadas pelo formador na qual a criança apresenta uma necessidade mas
satisfá-la de maneira não adequada (uma vez de formas não adequadas e outra vez
num local ou usando materiais não adequados). Depois da apresentação pelo
formador dos passos por seguir, devem assistir duas simulações de formas
adequadas de reagir apresentadas pelo formador. A seguir devem em pequenos
grupos simular como reagir a duas situações descritas de acordo com os passos
aprendidos. (Se tiver muitos formandos sempre 3 grupos devem ter as mesmas
duas situações.) Finalmente devem debater na turma sobre dúvidas e questões em
aberto.

O formando sabe nomear como as crianças aprendem a respeitar as suas


necessidades e as das outras. Para isso os formandos devem, individualmente,
preencher 3 cartões – cada um com uma ideia sobre a questão e a seguir devem
fixá-los na parede de forma organizada (agrupando ideias similares). Depois devem
controlar o seu trabalho de maneia que um formando lê a solução e devem clarificar
dúvidas.

151
Finalmente os formandos devem implementar na sua instituição de prática de lidar
com as necessidades das crianças de acordo com o que aprenderam nas aulas.
Depois da metade do tempo da implementação devem realizar uma reflexão para
debater sobre as suas experiências e sobre dúvidas/ questões que ficaram em
aberto. Devem aproveitar dos resultados da reflexão para ainda melhorar o seu
trabalho na segunda parte da implementação.

Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 10 horas)


O formando sabe explicar o mecanismo de auto-regulação duma criança, como ele
pode ser danificado (quando não respeitados/ feridos os limites físicos, psico-
emocionais e/ ou cognitivos duma criança) e quais as possíveis consequências
dessa danificação. Para atingir estas competências os formandos primeiro devem ler
um texto que explica o mecanismo de auto-regulação e como ele pode ser
danificado, seguido por um exercício em que terão de completar os espaços em
branco num texto distribuído. Depois devem explicar com suas palavras próprias o
mecanismo de auto-regulação e como ele pode ser danificado. Em situações
descritas devem identificar de que maneira nesta situação o mecanismo de auto-
regulação pode ter sido danificado (como foram violados os limites físicos,
emocionais e/ ou cognitivos duma criança nessa situação). Em debate devem
identificar as consequências da danificação do mecanismo de auto-regulação,
especialmente em relação ao abuso sexual.

O formando é capaz de explicar como ajudar a prevenir o abuso sexual (ex., criar
um relacionamento respeitoso com a criança, respeitar os gostos de cada criança e
ajudar a desenvolver a força de vontade delas, etc.). Para isso os formandos devem
em pequenos grupos elaborar ideias sobre como ajudar prevenir o abuso sexual
baseando-se no que aprenderam sobre o mecanismo de auto-regulação e anotando
as suas ideias num máximo de 4 cartões (por grupo). Devem apresentar e organizar
as ideias na parede (juntando ideias semelhantes em grupos) e autocontrolar e
reflectir sobre o seu trabalho baseando-se numa solução disponível.

O formando é capaz de identificar crianças abusadas através de uma lista de


sintomas manifestadas pela criança e sabe explicar como reagir adequadamente em
caso de provável abuso. Para isso os formandos devem ler a lista de sintomas e
debater sobre dúvidas/ questões em aberto. Em grupos pequenos devem identificar
em relação à descrição de 4 crianças se se trata de crianças possivelmente
sexualmente abusadas ou não. Através da apresentação na turma e do autocontrole
com base numa solução disponível devem debater sobre as situações nas quais não
houve concordância.

O formando sabe reagir adequadamente quando confrontado com a situação duma


criança provavelmente sexualmente abusada e reage adequadamente.
Para isso os formandos primeiro devem, a partir de descrições escritas, simular
várias maneiras falsas de reagir em caso de provável abuso e analisar o impacto
desse agir e como agir de maneira adequada. Desta maneira devem elaborar
sucessivamente uma lista de critérios sobre como agir de maneira adequada. A
seguir os formandos devem simular de reagir adequadamente em situações
concretas respeitando os critérios que identificaram.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação neste módulo irá focalizar-se na avaliação dos conhecimentos básicos
sobre direitos e necessidades das crianças e sobre o fenómeno do abuso sexual
duma criança, na avaliação das habilidades práticas de lidar com as necessidades
das crianças e de lidar com crianças provavelmente abusadas. A avaliação do

152
módulo pode ser feita de forma integrada, onde se privilegia a avaliação dos
resultados como um conjunto ao invés de resultados separados. Sempre que
possível, os formandos devem fazer autoavaliação das suas demonstrações, antes
da avaliação feita pelo formador.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito com perguntas de curtas respostas sobre os direitos da criança e o
conceito “crianças vulneráveis“; teste de associação da descrição duma criança
vulnerável e dos direitos não respeitados nelas; teste de perguntas abertas sobre a
ligação entre os direitos, as necessidades e os deveres da criança e sobre as
consequências para a criança quando não se respeitam as necessidades dela.

Demonstração real avaliada através de uma lista de verificação sobre como


implementar no trabalho com crianças os direitos dela à expressão, à participação, a
brincar e à educação e seguida por uma auto-avaliação do que o formando até
agora fez para tornar a implementação destes direitos na sua instituição possível, as
dificuldades nesse processo e o que ainda pretende fazer.

Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito de identificação de maneiras de a criança manifestar as suas
necessidades em situações descritas ou ilustradas; teste escrito com perguntas de
curtas respostas sobre as maneiras de a criança manifestar as suas necessidades e
sobre como reagir em caso de desejos, necessidades substituintes e em caso de
necessidades; teste escrito de associação de situações descritas e desejos,
necessidades substituintes e necessidade manifestadas nestas situações, teste com
partes em branco a preencher sobre como criar condições para a satisfação das
necessidades das crianças respondendo ao mesmo tempo à sua diversidade numa
instituição; teste com frases falsas e verdadeiras sobre como as crianças aprendem
a respeitar as suas necessidades e as de outras crianças

Demonstração real avaliada através de uma lista de verificação sobre como


responder às necessidades das crianças de acordo com os critérios de desempenho
c), d) e e). (Todos os critérios de desempenho que não foram possíveis avaliar na
demonstração real devem ser avaliadas numa demonstração simulada.)

Resultado de Aprendizagem 3
Teste de identificação de aspectos sobre como ajudar prevenir o abuso sexual em
situações descritas; teste de perguntas abertas sobre o mecanismo de auto-
regulação, como ele pode ser danificado e quais as possíveis consequências dessa
danificação

Demonstração simulada avaliada através de uma lista de verificação sobre como


identificar uma criança provavelmente abusada através de uma lista de sintomas

Demonstração simulada avaliada através de uma lista de verificação sobre como


reagir adequadamente sendo confrontado com uma criança provavelmente
sexualmente abusada.

Necessidades Especiais
Em certos casos, evidências requeridas modificadas podem ser produzidas por uma
escola ou Centro de ensino para certificação de candidatos com necessidades
especiais. Contudo, se a modificação ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das

153
especificações do módulo. Em todos os casos as modificações devem ser sujeitas à
aprovação pelo PIREP.

Referências
1. DeVries, R., & Zan, B. (1998). A ética na educação infantil: O ambiente sócio-
moral na escola. Porto Alegre: Artes Medicas.
2. Ferreira , H.M. (2011). Violência sexual contra crianças e adolescentes. Artmed.
3. Juul. J. (2002). Sua criança competente. Osasco: Editora Novo Século.
4. Ministério da Mulher e da Acção Social, Republica de Moçambique. (2011).
Programa Educativo para crianças do 1º ao 5º ano. Maputo, Moçambique.
5. Soares, L.D. (2009). Os direitos das crianças. Civilização Editora.
6. Wild, R. (2007). Educar para Ser. Herder: Barcelona.
7. Wild, R. (2003). Calidad de Vida. Educacion y Respeto para el Crecimiento
Interior de Ninos y Adolescentes. Herder: Barcelona.
8. Wild, R. (2006). Libertad y Limites: Amor y Respeito. Herder: Barcelona.

Sobre direitos da criança no internet:


 pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_da_criança
 http://www.unicef.pt/artigo.php?mid=18101111&m=2

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP.

154
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Título do módulo:
Promover comportamento social nas crianças

Código do módulo: MO

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 8
A conclusão com êxito de todos os módulos do certificado
vocacional 3 em educação de infância (em especial do
módulo ‘Lidar com crianças que choram, conflitos entre
crianças e crianças com comportamentos desviantes’) e do
Requisitos de inscrição seguinte módulo do certificado vocacional 4 em educação
no módulo: de infância: ‘Agir com base nos direitos, necessidades e
deveres das crianças’.

A conclusão com êxito deste módulo é necessária para a


inscrição nos seguintes módulos do certificado vocacional
Progressão: 4 em educação de infância: ‘Analisar em equipa o
desenvolvimento da criança e colaborar com a família’ e
‘Levar a cabo uma experiência de trabalho numa
instituição de infância’, e em todos os módulos do
certificado vocacional 5 em educação de infância.

Após a conclusão deste módulo os formandos serão


capazes de reflectir sobre a situação de crianças com
comportamentos desviantes e exemplificar razões por
Introdução ao módulo: detrás desses comportamentos, responder
adequadamente aos comportamentos desviantes duma
criança e de ajudar a criança a praticar bons hábitos de
comportamento social.

1. Reflectir sobre a situação de crianças com


comportamento desviante e exemplificar razões por
detrás desse comportamento.
Resumo dos resultad.os
2. Apoiar adequadamente a criança com
de aprendizagem: comportamento desviante.
3. Ajudar a criança a praticar bons hábitos de
comportamento social.

155
Resultado de aprendizagem 1: Reflectir sobre a situação de crianças
com comportamento desviante e
exemplificar razões por detrás desse
comportamento

Critérios de desempenho:
(a) Reflecte sobre o costume de chamar às crianças “crianças chatas”.
(b) Ao observar as crianças nos vários processos e actividades
identifica crianças com comportamentos desviantes e preenche a
Parte I da Ficha individual 2.
(c) Identifica razões por detrás dum comportamento desviante
instantâneo ou permanente.
(d) Exemplifica ambientes não adequados para o desenvolvimento
duma criança que provocam comportamentos desviantes.
(e) Exemplifica os dois tipos de imitação de modelos de pessoas de
referência pelas crianças descreve o impacto da imitação inversiva.

Contextos de aplicação:
Possíveis comportamentos desviantes:
Crianças
 tristes e chorando
 tímidas (que brincam sozinhas; que não falam; que são
passivas)
 agitadas
 agressivas (batem; tiram coisas; estragam material)
 que dependem demais dos outros (crianças / educador)
 com tiques (mordem as suas unhas, balanceiam
permanentemente o corpo de um lado para o outro)
 sem apetite
 com comportamento de adultos ou demasiado infantil
 que fazem muito xixi durante o dia
 que exigem permanente atenção
 sem vínculo afectivo com os pais
 com um conhecimento sexual bizarro
 que fogem de casa ou da instituição
Cuidado: Não se fala dum comportamento desviante quando a
criança por vezes quebra uma regra ou tem um conflito com uma
outra criança. Esse tipo de situações faz parte da vida e de
aprendizagem.

Ficha individual 2:
Parte I: Observação:
Identificar os interesses, capacidades e dificuldades da criança.
Parte II: Ambiente e o historial:
a) Identificar aspectos do ambiente da instituição que podem
reforçar ou agravar o comportamento da criança
b) Identificar causas prováveis no historial da vida da criança e na
situação familiar14.

14O formando irá aprender colaborar com a família de maneira real mais sistemática no Módulo 6: Analisar o
desenvolvimento da criança e colaborar com a família.

156
(Parte III apenas se preenche em relação à crianças com NEE - ver
módulo 3)
Parte IV: Actividades para promover o desenvolvimento da criança
(para melhorar o ambiente institucional ou familiar e para lidar com o
comportamento da criança)

Razões por detrás de comportamentos desviantes:


Comportamentos desviantes não são causados pela maldade da
criança, mas sim tem uma razão por detrás que leva a criança a agir
desta maneira
Na maioria dos casos são:
 Sinal de alarme sobre um ambiente não adequado para o
desenvolvimento da criança
 Imitação directa ou oposta do modelo das pessoas de referência
(seguir um modelo)
Por vezes:
 Doenças
 Mudanças na vida da criança
Ex.: A criança ‘é nova na instituição de infância e chora por ficar
isolada das suas pessoas de referência

Comportamentos desviantes instantâneos e permanentes:


 Dependendo da gravidade, cada um desses aspectos pode
levar a criança a ter comportamentos desviantes:
o Instantâneos (só num momento/ num dia/ de vez em
quando)
o Permanentes (durante várias dias, meses ou anos)
 Crianças com comportamentos desviantes permanentes são
crianças vulneráveis.

Ambientes não adequadas que provocam comportamentos


desviantes são ambientes que não respeitam os direitos e
necessidades das crianças:
 Falta de amor, carinho, atenção
Ex.: Os pais oferecem muitos brinquedos, mas andam muito
ocupados, não prestam atenção à criança; a criança não se
sente amada
 Falta de nutrição ou cuidados de saúde suficientes e adequados
Ex.: Crianças que sofrem de fome
Ex.: Crianças que demasiadamente chupam doces
 Falta de segurança e protecção
Ex: pais em conflito, órfãos, falta de regularidade no quotidiano
 Falta de respeito perante os limites e responsabilidades da
criança
Ex.: Violência física e psico-emocional
Ex.: Crianças não permitidas a tomarem decisões por si
próprios, a agirem com autonomia
 Falta de participação e de ser levado a sério
Ex.: Uma criança com necessidades especiais que fica sempre
ao lado e não é envolvida nas actividades na instituição
Ex.: Ninguém ouve as ideias ou outras expressões da criança
 Falta de condições para um desenvolvimento pleno
Ex.: Uma instituição de infância com pouco espaço no pátio em
relação ao número de crianças
 Falta de tempo para movimentar-se, brincar e interagir
livremente com outras crianças

157
Ex.: As crianças apenas têm 15 min de actividades livres
durante a manhã
 Falta de estímulos no ambiente e falta de condições que
permitam às crianças experimentarem
Ex.: Crianças não encontram um lugar onde podem
experimentar os aviões que construíram e sobem
continuamente às mesas
 Estimulação demasiada e inadequada
Ex.: música alta e sem intervalo, barulho de estrada, assistência
demasiada à televisão, assistência de programas não
adequados

Exemplos dos dois tipos de imitação da criança de modelos de


adultos:
 Imitação directa
Ex.: Pai bate a mãe - criança bate outra criança;
Ex.: Mãe esconde a sua tristeza sobre marido assassinado -
filho obedece sem questionamento, de forma aparentemente
calma mas melancólica
 Imitação inversiva
Ex.: Pai bate mãe - filho mostra comportamentos auto
agressivos
Ex.: Mãe esconde a sua tristeza sobre marido assassinado -
filho provoca conflitos com qualquer pessoa externa à família

Impacto da imitação inversiva:


Inconscientemente acaba por ter uma função pois a criança através
deste comportamento mostra algo incorrecto que parte sobretudo da
própria família/instituição. A família /instituição podem aproveitar
esses sinais para “curar-se” a si próprias melhorando desta maneira
o ambiente dentro da família/instituição.

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Nomeia possíveis comportamentos desviantes
 Identifica razões por detrás dum comportamento desviante
instantâneo ou permanente
 Exemplifica ambientes não adequados para o desenvolvimento
duma criança que provocam comportamentos desviantes
 Exemplifica os dois tipos de imitação de modelos de pessoas de
referência pelas crianças descreve o impacto da imitação
inversiva.

Demonstração real
Os formandos, em pequenos grupos, realizam um debate tipo “pro”
e “contra” no qual um grupo argumenta a favor e um outro contra o
costume de chamar uma criança com comportamento desviante
“criança chata”, trocando depois os papeis.

Produto
Os formandos, em pequenos grupos ou individualmente, identificam
na sua instituição de prática duas crianças com comportamento
desviante e preenchem, em relação a cada criança, a Parte I da
Ficha individual 2.

158
Resultado de aprendizagem 2: Apoiar adequadamente a criança
com comportamento desviante

Critérios de desempenho:
(a) Fundamenta as atitudes adequadas para lidar com crianças com
comportamentos desviantes.
(b) Nomeia os passos de como responder adequadamente aos
comportamentos desviantes e explica porquê agir desta maneira.
(c) Procura entender com colegas/ pais o que no ambiente da criança
pode estar a causar o comportamento e acorda com colegas/pais
sobre como melhorar o ambiente na instituição ou em casa e
preenche as Partes II e IV da Ficha individual 2.
(d) Acorda com colegas/ pais sobre como reagir perante a criança duma
maneira respeitosa e não impositiva e preenche a Parte IV da Ficha
individual 2.15
(e) Analisa a qualidade de conversas em equipa ou com pais sobre uma
criança com comportamento desviante.
(f) Resume a função do choro e como lidar com crianças que choram.

Contextos de aplicação:
Atitudes adequadas para lidar com crianças com comportamentos
desviantes:
 Ver cada criança como uma pessoa boa
 Reconhecer os comportamentos deles como sinal de alarme, ou
imitação das pessoas de referência
 Mostrar uma atitude calma e de amor perante a criança porque
o que é mau é o comportamento e não a criança

Passos de como responder adequadamente aos comportamentos


desviantes:
 Limitar logo um comportamento que afecta negativamente aos
outros/aos objectos
 Procurar em equipa e com os pais entender o que no ambiente
da criança (na instituição, em casa) pode causar o
comportamento
 Acordar com colegas / pais sobre o que deve ser feito para
melhorar o ambiente na instituição e/ou em casa
 Acordar com colegas/ pais sobre como reagir perante a criança
duma maneira não manipulativa
 Implementar na instituição o que foi decidido ou/ e acompanhar
os pais nessa implementação
 Contactar os serviços adequados se a causa é derivada de
alguém próximo da criança e agir com cuidado para não deixar
a criança ainda mais vulnerável a situação

Porquê agir desta maneira:


Como os comportamentos desviantes na maioria dos casos são
causados por um ambiente não adequado para o desenvolvimento
da criança e maus modelos das pessoas de referencia, a mudança

15Neste módulo os encontros com os pais serão realizadas apenas de forma simulada, contudo
no módulo sobre famílias (Módulo 6) já serão realizadas de forma real.

159
do comportamento em primeiro lugar exige melhorar o ambiente da
criança (por ex. na instituição e/ ou em casa) ou o comportamento
da pessoa de referencia ao invés de fazer um tratamento com a
criança forcando-a a mostrar o comportamento social desejado. A
eliminação das causas do comportamento desviante leva a criança a
parar o mesmo.

Exemplos de maneiras respeitosas e não impositivas de reagir


perante crianças:
Ex 1: Criança que sempre tira objectos de outros
 Não criticar, ralhar, moralizar, manipular, envergonhar, criar má
consciência
 Seguir consequentemente os passos sobre como levar as
crianças a cumprir regras: limitar o comportamento e ensinar ou
lembrar a regra, avisar a consequência, agir (implementar a
consequência com firmeza mas sem agressividade)
 Dar muito carinho a esta criança, não só em momentos de
conflito

Ex. 2: Criança demasiadamente dependente duma outra criança


assim que já não participa nas actividades de certas áreas
pedagógicas porque a amiga não quer que ela participe
 Não resolver o problema por ela (exigir da outra a deixar a
amiga ir à área aonde quer, separar as crianças),
 Acompanhar com paciência a criança no seu processo de se
aliviar da dependência (observar a criança, estimulá-la às vezes
a expressar como se sente, mais tarde estimulá-la também a
identificar as razões por detrás destes sentimentos);
 Ter a confiança de que a criança com este acompanhamento e
através do ambiente estimulante irá resolver o seu problema por
si própria

Função do choro em geral: expressar a sua dor e aliviar-se da


mesma (direito da criança!)
Função do choro “não adequado à situação”: expressar dores
internalizadas no passado e aliviar-se das mesmas (processo de
curar-se)

Agir de maneira respeitosa perante crianças que choram:


 Aproximar-se (com calma, abaixando-se até à altura da criança)
 Aceitar a expressão da dor no lugar de limitar o choro
 Não dar explicações no momento do choro (dor)
 Assumir a função de espelho - descrever como a criança está a
sentir-se
 Ficar calma, presente e atenta mesmo que o choro leve muito
tempo
 Não mentir, ameaçar ou prometer algo ou envergonhar a
criança para a criança acabar com o choro
 Não desistir dos limites estabelecidos só para acalmar a criança

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Fundamenta as atitudes adequadas para lidar com crianças
com comportamentos desviantes

160
 Nomeia os passos de como responder adequadamente aos
comportamentos desviantes e explica porquê agir desta maneira
 Resume a função do choro e como lidar com crianças que
choram.

Demonstração simulada
O formando responde adequadamente aos comportamentos
desviantes das crianças de acordo com os critérios de desempenho
c) e d).

Demonstração real
Os formandos, em pequenos grupos, analisam a qualidade duma
conversa em equipa ou com pais sobre uma criança com
comportamento desviante.

Produto
Os formandos, em grupos pequenos, preenchem as Partes II, e IV
da Ficha individual 2 na base dos critérios de desempenho c) e d).

Resultado de aprendizagem 3: Ajudar a criança a praticar bons


hábitos de comportamento social

Critérios de desempenho:
(a) Descreve a diferença entre regras e bons hábitos de comportamento
social e como intervir em cada situação.
(b) Justifica porquê o educador deve praticar os bons hábitos de
comportamento social que quer que as crianças pratiquem.
(c) Ajuda a criança de forma respeitosa a praticar bons hábitos de
comportamento social.

Contextos de aplicação:
Exemplos de bons hábitos de comportamento social:
 Cumprimentar e despedir
 Limpar o nariz de forma adequada
 Fechar a porta/ carregar cadeiras em silêncio
 Sentar-se de maneira correcta
 Fechar a boca ao comer

Diferença entre regras e bons hábitos de comportamento social:


 Regras são imprescindíveis para o convívio e não podem ser
quebradas de qualquer maneira. - O educador deve intervir
imediatamente.
 Bons hábitos de comportamento social não são imprescindíveis
para o convívio. - Falta de bons hábitos de comportamento
social não exige uma intervenção imediata do educador.

161
Porquê o educador deve praticar as bons hábitos que quer que as
crianças pratiquem:
Porque o ser/ o modelo do educador tem o maior impacto na
educação. (“O factor mais eficaz é como o educador é; em segundo
lugar, o que faz; e, em terceiro, o que ele diz.”- citação de Romano
Guardini)

Como ajudar a criança de forma respeitosa a praticar bons hábitos


de comportamento social:
1. Não envergonhar e não corrigir o comportamento da criança
2. Em vez disso convidar mais tarde (não no mesmo momento) 3-5
crianças, incluindo essa criança, a participar numa pequena
demonstração.
3. Fazer demonstração do bom hábito de comportamento social a
esse pequeno grupo de crianças
4. Deixar cada criança repetir/ imitar a demonstração

Se a criança continuar com o mesmo comportamento – não


corrigir, mas convida-la para uma nova demonstração, num outro
dia com outras crianças

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando…
 Descreve a diferença entre regras e bons hábitos de
comportamento social e a maneira adequada de intervir em
cada situação
 Justifica porque o educador deve praticar os bons hábitos que
ele quer que as crianças pratiquem.

Demonstração real ou simulada


O formando ajuda a criança de forma respeitosa a praticar bons
hábitos de comportamento social.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 80 horas

Justificação do módulo
Este módulo é importante porque em cada instituição tem crianças com
comportamentos desviantes e um educador deve ser capaz de lidar adequadamente
com estas crianças. Em primeiro lugar o módulo dá a oportunidade de reflectir sobre
o costume de ver crianças com comportamentos desviantes como “crianças chatas”
e de perceber que os comportamentos desviantes na verdade não são causados

162
pela maldade da criança, mas sim tem uma razão por detrás. Os formandos
aprendem a analisar em equipa ou com os pais as causas dum comportamento
desviante e a acordar sobre acções adequadas para ajudar a criança. Ao invés de
concentra-se em tratamentos da criança podem perceber o quão importante é e
sobretudo o melhoramento do ambiente em volta da criança para esta poder mudar
o seu comportamento desviante.

Além disso os formandos aprendem neste módulo a ajudar a criança a praticar bons
hábitos de comportamentos social. A sociedade acha muito importante a criança
desenvolver esses hábitos e os formandos aprendem neste módulo maneiras mais
respeitosas de ajudar a criança a desenvolver os hábitos desejados.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando dando ao formando sempre tempo e possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 27 horas)


O formando é capaz de reflectir sobre o costume de chamar às crianças “crianças
chatas”. Para isso os formandos primeiro devem simular crianças chatas. A seguir
devem debater abertamente sobre este costume e se necessário usar mais
simulações identificando em cada situação o sentimento que o educador tem
quando chama a criança chata e o sentimento/ a reacção da criança nesta situação.
Depois devem, individualmente, lembrar-se e reflectir sobre uma situação da sua
infância na qual foram vistos como criança chata e recordar o sentimento que
tiveram. Depois devem trocar as suas vivências em pequenos grupos . As seguir
cada grupo deve escolher uma ou duas vivências para partilhar e reflectir na turma.

O formando, ao observar as crianças nos vários processos e actividades, sabe


identificar crianças com comportamentos desviantes (crianças tristes e chorando,
tímidas, agressivas, que dependem demais dos outros, com tiques, sem apetite,
com comportamento de adultos ou demasiado infantil, que fazem muito xixi durante
o dia, que exigem permanente atenção, sem vínculo afectivo com os pais, com um
conhecimento sexual bizarro, que fogem) e sabe preencher a Parte I da Ficha
individual 2. Para isso os formandos devem, na base das suas experiencias
recolhidas na instituição de prática, apresentar um comportamento desviante que
observaram numa criança e preencher a parte I da ficha individual 2 sem dar
nenhuma interpretação. A seguir devem, na base de simulações de grupos de
crianças, identificar crianças com comportamentos desviantes e, em pequenos
grupos, preencher a Ficha individual 2 em relação à criança identificada e
observada.

O formando é capaz de identificar razões por detrás dum comportamento desviante


instantâneo ou permanente. Para isso os formandos devem ler um texto sobre a
característica de comportamentos desviantes e possíveis razões por detrás e
responder com suas palavras a perguntas relacionadas com o texto e clarificar
duvidas. A seguir devem individualmente lembrar-se da sua infância e tentar
identificar a razão por detrás do seu comportamento desviante e devem partilhar as
suas vivências em pequenos grupos. Cada grupo deve escolher uma ou duas
vivências para partilhar e reflectir na turma.

O formando sabe exemplificar ambientes não adequados para o desenvolvimento


duma criança que provocam comportamentos desviantes (são ambientes que não
respeitam os direitos e necessidades das crianças). Para isso os formandos,

163
individualmente ou em pequenos grupos devem fazer observações na sua família ou
famílias vizinhas ou na instituição da sua pratica sobre aspectos no ambiente da
criança que não são adequados para o seu desenvolvimento. A seguir, em
pequenos grupos, devem reflectir e escrever respectivamente um novo exemplo em
papéis que circulam na turma, cada um representando a falta de satisfação de uma
necessidade duma criança. Na turma devem debater sobre alguns dos exemplos. A
seguir devem novamente cada um lembrar-se da sua infância e identificar a razão
por detrás de um comportamento desviante seu ligado a um ambiente não
adequado. Alguns podem apresentar as suas reflexões na turma.

O formando é capaz de exemplificar os dois tipos de imitação de modelos de


pessoas de referência pelas crianças (imitação directa e imitação inversiva) e sabe
descrever o impacto da imitação inversiva (a criança através deste comportamento
mostra algo incorrecto que parte da própria família/instituição. A família /instituição
podem aproveitar esses sinais para “curar-se” a si próprias melhorando desta
maneira o ambiente dentro da família/instituição.) Para isso os formandos, depois de
receber do formador uma explicação sobre os dois tipos de imitação, devem
identificar em pequenos grupos exemplos de maus modelos de pessoas de
referência criando a seguir na turma uma lista dos mesmos. Nos seus pequenos
grupos devem identificar em relação a cada modelo alistado o provável
comportamento duma criança que imita esse modelo de forma directa e o provável
comportamento duma criança que o imita de forma inversiva. Cada grupo deve
apresentar através de uma simulação as duas formas de imitação em relação a um
dos exemplos da lista. A seguir devem novamente cada um lembrar-se da sua
infância e identificar a razão por detrás de um comportamento desviante seu ligado a
uma imitação. Alguns podem apresentar as suas reflexões em grande grupo.
Finalmente devem, na base de situações descritas, reflectir na turma sobre o
impacto da imitação inversiva na família.

Finalmente devem fazer uma reflexão sobre todos os aspectos que aprenderam
debatendo dúvidas e questões que tenham ficado em aberto.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 34 horas)


O formando sabe fundamentar as atitudes adequadas para lidar com crianças com
comportamentos desviantes (ver cada criança como uma pessoa boa, reconhecer os
comportamentos deles como sinal de alarme ou imitação dos adultos, atitude calma
e de amor perante a criança porque o que é mau é o comportamento e não a
criança). Para isso os formandos, na base do que aprenderam no nível 3 e através
de uma reflexão individual, devem, propor e fundamentar atitudes que o educador
precisa de desenvolver dentro e si para ser capaz de lidar com crianças com
comportamentos desviantes.

O formando é capaz de nomear os passos de como responder adequadamente aos


comportamentos desviantes (ver na parte geral) e sabe explicar porquê agir desta
maneira. Para isso os formandos devem, na base do que aprenderam no elemento
anterior, propor passos adequados. Devem avaliar o seu trabalho usando uma
solução inicialmente tapada e debater sobre dúvidas e questões em aberto e sobre a
importância de agir de acordo com esses passos desenvolvidos. A seguir devem,
individualmente e por escrito, explicar com suas próprias palavras porquê agir desta
maneira e auto-avaliar o seu trabalho usando uma solução inicialmente tapada e
clarificar na turma as questões que tiverem ficado em aberto.

O formando é capaz de procurar entender com colegas/ pais o que no ambiente da


criança pode estar a causar o comportamento desviante, é capaz de acordar com
colegas/pais sobre como melhorar o ambiente na instituição ou em casa e sabe
preencher as Partes II e IV da Ficha individual 2. O formando é capaz de analisar a
164
qualidade de conversas em equipa ou com pais sobre uma criança com
comportamento desviante. Para atingir todas estas competências, primeiro um
pequeno grupo de formandos que trabalham juntos numa instituição de prática deve
simular um encontro em equipa no qual procuram perceber o que no ambiente
institucional pode estar a causar ou agravar o comportamento de uma criança
concreta da sua instituição e sobre como melhorar esse ambiente. Toda a turma
deve preencher as partes II e IV a) e b) da Ficha individual 2. A seguir devem
simular da mesma maneira a realização de um encontro com os pais duma criança
fictícia para procurar perceber o que no ambiente familiar pode estar a causar ou
agravar o comportamento da criança e sobre como melhorar esse ambiente,
preenchendo seguidamente na turma as partes II e IV a) e b) da Ficha individual 2.
Desta vez devem fazer isto em relação a uma criança fictícia usando informações
previamente preparadas em cartões separados a serem distribuídos por cada
participante. Cada cartão contém aspectos específicos do comportamento da
criança ou da situação da família.

Em cada simulação dos encontros um pequeno grupo de formandos deve registar


das conversas, os aspectos que achavam positivos e negativos no comportamento
dos “educadores”. Depois de cada encontro simulado o respectivo pequeno grupo
de formandos deve apresentar as suas observações para serem objecto de debate
na turma. A seguir devem repetir o mesmo exercício, mas desta vez em pequenos
grupos: simular um encontro em equipa e um com pais preenchendo imediatamente
durante cada encontro as partes II e IV a) e b) da Ficha individual 2. Podem basear-
se ou em crianças reais ou em crianças imaginativas usando neste caso
informações escritas em folhas de papéis para cada educador/ pai. Neste exercício
os grupos devem dois a dois colaborar para o efeito quando faz a simulação o outro
observa e regista.

O formando é capaz de acordar com colegas/ pais sobre como reagir perante a
criança duma maneira respeitosa e não impositiva. Ele sabe preencher a parte IV c)
da Ficha individual 2.16 Para isso os formandos primeiro devem assistir duas
simulações nas quais o formador reage perante a) uma criança dependente e b)
uma criança hiperactiva duma maneira impositiva e devem debater sobre o impacto
desta maneira de agir. A seguir devem assistir simulações nas quais o formador
reage de maneira respeitosa perante as mesmas crianças e debater sobre elas.
Orientando-se nestes modelos devem, em pequenos grupos, simular a continuação
de um encontro já feito anteriormente em equipa para em conjunto acordar sobre
como agir perante a criança de maneira respeitosa/ não impositiva. Na turma devem
debater sobre o resultado dos encontros.

O formando sabe resumir a função do choro (em geral: expressar a sua dor e aliviar-
se da mesma - direito da criança!; do choro “não adequado à situação”: expressar
dores internalizadas no passado e aliviar-se das mesmas - processo de curar-se)
e como lidar com crianças que choram Para isso os formandos primeiro devem
resumir através dum debate o que aprenderam no nível 3 sobre a função do choro.
A seguir devem simular como reagir perante uma criança que chora usando para o
efeito um exemplo anteriormente tratado, devendo analisar se a reacção é adequada
ou não aos critérios que aprenderam no nível 3 sobre como reagir perante crianças
que choram. Na base dos critérios relembrados devem simular como agir de
maneira adequada em mais situações igualmente tratados anteriormente nas quais
uma criança chora.
NOTA: Este critério é importante por duas razões: A primeira porque o choro pode
acontecer quando uma criança com comportamento desviante é confrontada com
regras por cumprir. A segunda razão é quando o choro é em si o comportamento

16Neste módulo as actividades serão realizadas apenas de forma simulada, contudo no módulo
sobre famílias (Módulo 6) já serão realizadas de forma real.

165
desviante. E de recomendar que este critério de desempenho seja abordado logo
que uma situação favorável se apresentar durante os debates ou simulações.

Finalmente devem implementar o que aprenderam ao realizar17 em pequenos


grupos encontros complexos em equipa nas quais 1) procuram perceber o que no
ambiente institucional pode causar ou agravar o comportamento da criança e sobre
como melhorar esse ambiente, preenchendo em conjunto as partes II e IV a) e b) da
Ficha individual 2 e 2) acordam com colegas/ pais sobre como reagir perante a
criança duma maneira respeitos/ não impositiva preenchendo em conjunto a parte IV
c) da Ficha individual 2. Nestes encontros os formandos organizam-se e tal maneira
que uns participam no encontro e outros observam a qualidade da conversa.
Depois da implementação devem realizar aulas de reflexão nas quais debatem
sobre as suas experiencias e duvidas/ questões em aberto.

Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 17 horas)


O formando sabe descrever a diferença entre regras e bons hábitos de
comportamento social e sabe como intervir em cada situação (regras são
imprescindíveis para o convívio e não podem ser quebradas de qualquer maneira. O
educador deve intervir imediatamente. Bons hábitos de comportamento social não
são imprescindíveis para o convívio. Falta de bons hábitos de comportamento social
não exige uma intervenção imediata do educador.) Para isso os formandos primeiro
devem ler um texto seguido por um exercício em que terão de completar os espaços
em branco no texto dado. A seguir devem descrever com as suas próprias palavras
a diferença entre regras e bons hábitos de comportamento social e como intervir em
cada situação.

O formando é capaz de justificar porquê o educador deve praticar os bons hábitos


de comportamento social que quer que as crianças pratiquem (porque o ser/ o
modelo do educador tem o maior impacto na educação). Para isso os formandos
devem através dum debate relembrar o que aprenderam no nível 3 no módulo
“Promover uma interacção respeitosa com e entre crianças”

O formando é capaz de ajudar a criança de forma respeitosa a praticar bons hábitos


de comportamento social (1. não envergonhar e não corrigir o comportamento da
criança; 2. em vez disso convidar mais tarde (não no mesmo momento) 3-5 crianças,
incluindo essa criança, a participar numa pequena demonstração; 3. fazer
demonstração do bom hábito de comportamento social a esse pequeno grupo de
crianças; 4. deixar cada criança repetir/ imitar a demonstração. Se a criança
continuar com o mesmo comportamento – não corrigir, mas convida-la para uma
nova demonstração, num outro dia com outras crianças). Para isso os formandos
primeiro devem simular maneiras habituais de reagir e analisar o seu impacto na
criança. Depois devem assistir uma simulação feita pelo formador mostrando uma
maneira adequada respeitosa de ajudar a criança a praticar bons hábitos de
comportamento social e identificar os critérios desta maneira. A seguir devem, em
pequenos grupos, simular como reagir de forma respeitosa em relação a um hábito
de comportamento social, devendo cada grupo tratar um hábito diferente dos dos
outros. Na turma devem apresentar a simulação e os outros colegas devem analisar
o agir apresentado na base dos critérios que aprenderam.

17 Os encontros em equipa para a implementação podem ser realizados na sala de aula ou nas
instituições de prática. Estes encontros podem ser reais caso o pequeno grupo de formandos
trabalha juntos na mesma instituição com as mesmas crianças. Em caso de formandos estarem
sozinhos nas instituições de prática, estes deverão se juntar e fazer encontros simulados.

166
Finalmente devem implementar o que aprenderam na sua instituição de prática.
Depois da implementação devem reflectir sobre as suas experiencias e duvidas/
questões que ficaram em aberto.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação neste módulo irá focalizar-se na avaliação dos conhecimentos básicos
sobre como promover comportamento social na criança e na avaliação das
habilidades práticas de promover comportamentos social nas crianças lidar com
choros, conflitos entre crianças. A avaliação do módulo pode ser feita de forma
integrada, onde se privilegia a avaliação dos resultados como um conjunto ao invés
de resultados separados. Sempre que possível, os formandos devem fazer
autoavaliação das suas demonstrações, antes da avaliação feita pelo formador.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito com perguntas de curta resposta sobre possíveis comportamentos
desviantes e comportamentos desviantes instantâneos e permanentes; teste de
frases verdadeiras e falsas sobre razões por detrás dum comportamento desviante
instantâneo ou permanente; Teste de perguntas abertas sobre exemplos de
ambientes não adequados para o desenvolvimento duma criança que provocam
comportamentos desviantes e sobre exemplos de dois tipos de imitação de modelos
de pessoas de referência pelas crianças e sobre o impacto da imitação inversiva.

Demonstração real realizada em pequenos grupos e avaliada através de uma lista


de verificação sobre como argumentar num debate de tipo “pro” e “contra” a favor ou
contra o costume de chamar uma criança com comportamento desviante “criança
chata”.

Produto de um trabalho em grupo que inclui duas Fichas individuais 2 preenchidas


na sua parte I (cada ficha em relação a uma outra criança).

Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito com perguntas de curtas respostas sobre os passos de como
responder adequadamente aos comportamentos desviantes; teste de preencher
partes em branco dum texto sobre a função do choro e como lidar com crianças que
choram, Teste de perguntas abertas sobre as atitudes adequadas para lidar com
crianças com comportamentos desviantes e a importância de agir de acordo aos
passos adequados de lidar com comportamentos desviantes.

Demonstração real ou simulada avaliada através de uma lista de verificação sobre 1)


como procurar entender com colegas/ pais o que no ambiente da criança pode estar
a causar o comportamento da criança e como acordar com colegas/pais sobre como
melhorar o ambiente na instituição ou em casa e 2) como acordar com colegas/ pais
sobre como reagir perante a criança duma maneira respeitosa e não impositova
Demonstração real avaliada através de uma lista de verificação sobre como analisar
a qualidade duma conversa em equipa ou com pais sobre uma criança com
comportamento desviante.

Produto feitio em pequeno grupo que inclui uma das fichas individual 2 que já foi
preenchida na sua parte I agora também preenchida nas suas partes II, e IV na base
dos critérios de desempenho c) e d).

167
Resultado de Aprendizagem 3
Teste escrito de perguntas abertas sobre a diferença entre regras e bons hábitos de
comportamento social e a maneira adequada de intervir em cada situação e sobre
porque o educador deve praticar os bons hábitos que ele quer que as crianças
pratiquem.

Demonstração simulada avaliada através de uma lista de verificação sobre como


ajudar a criança de forma respeitosa a praticar bons hábitos de comportamento
social.

Necessidades Especiais
Em certos casos, evidências requeridas modificadas podem ser produzidas por uma
escola ou Centro de ensino para certificação de candidatos com necessidades
especiais. Contudo, se a modificação ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das
especificações do módulo. Em todos os casos as modificações devem ser sujeitas à
aprovação pelo PIREP.

Referências
1. DeVries, R., Zan, B. (1998). A ética na educação infantil: O ambiente sócio-
moral na escola. Porto Alegre: Artes Medicas.
2. Juul. J. (2002). Sua criança competente. Osasco: Editora Novo Século.
3. Lagoa, Vera. Estudo do sistema Montessori. São Paulo, edições Loyola, 1981
4. Ministério da Mulher e da Acção Social, Republica de Moçambique. (2011).
Programa Educativo para crianças do 1º ao 5º ano. Maputo, Moçambique.
5. Wild, R. (2007). Educar para Ser. Herder: Barcelona.
6. Wild, R. (2003). Calidad de Vida. Educacion y Respeto para el Crecimiento
Interior de Ninos y Adolescentes. Herder: Barcelona.
7. Wild, R. (2006). Libertad y Limites: Amor y Respeito. Herder: Barcelona.

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP

168
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Título do módulo: Analisar em equipa o desenvolvimento da


criança e colaborar com a família
Código do módulo: MO

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 6
A conclusão com êxito de todos os módulos do
certificado vocacional 3 em educação de infância
em especial do módulo ‘Comunicar e colaborar
com a família’ e dos seguintes módulos do
certificado vocacional 4 em educação de infância:
‘Descrever como a criança aprende e se
Requisitos de desenvolve, e observar as competências
inscrição no módulo: cognitivas, linguísticas, e sensório-motoras nas
crianças’, ‘Acompanhar actividades livres no canto
/sala de material didáctico, e observar as
competências sócio-morais e pessoais nas
crianças’, ‘Aplicar Educação Inclusiva’ e
‘Promover comportamento social nas crianças’.

A conclusão com êxito deste módulo é necessária


para a inscrição nos seguintes módulos do
certificado vocacional 4: ‘Promover actividades
Progressão: dirigidas com as crianças e os encontros de
reflexão e planificação’ e ‘Levar a cabo uma
experiência de trabalho numa instituição de
infância’. É também essencial para a inscrição em
todos os módulos do certificado vocacional do nível
5 em educação de infância.

Após a conclusão deste módulo os formandos


serão capazes de realizar reuniões de análise do
Introdução ao
desenvolvimento da criança, comunicar com a
módulo: família sobre o desenvolvimento da criança e
acordar acções possíveis.

1. Realizar reuniões de análise do


desenvolvimento da criança.
2. Comunicar com a família sobre o
desenvolvimento da criança e acordar acções
Resumo dos caso necessário.
resultados de 3. Comunicar com a família para identificar a
aprendizagem: origem ou as causas duma necessidade
especial ou dum comportamento desviante
duma criança e acordar acções para apoiar a
criança.

169
Resultado de aprendizagem 1: Realizar reuniões de análise do
desenvolvimento da criança

Critérios de desempenho:

(a) Explica a importância de se reunir em equipa para analisar o


desenvolvimento da criança.
(b) Participa na reunião para analisar em equipa o desenvolvimento da
criança preenchendo a Ficha individual 1.
(c) Participa na reunião de equipa de maneria a contribuir para uma
consulta dinâmica e harmoniosa.

Contextos de aplicação:
A importância de se reunir em equipa para analisar o
desenvolvimento da criança:
 Visão mais complexa e completa do desenvolvimento da
criança
 Mais áreas/ momentos observados: ‘Mais olhos vêem mais’
 Outras perspectivas e interpretações

Analisar o desenvolvimento da criança em equipa:


 Na base das anotações no caderno de observação
 Recolher as opiniões de cada educador

Ficha individual 1 (análise de competências) inclui:


 Uma tabela com várias competências específicas agrupadas
em relação às competências gerais
 O educador analisa o nível de desenvolvimento dessas
competências da criança, sinalizando se desenvolveu pouco
ou totalmente
 A premissa é de que o desenvolvimento é um processo
individual (cada criança se desenvolve no seu ritmo e de
acordo com as suas características e interesses). O
desenvolvimento das competências não é analisado na base
da idade mas pelo nível de maturidade da criança
 Não existe uma ficha para cada ano, mas sim para crianças
do 1o e 2o ano e para crianças de 3-5 anos de idade

Caderno de observação das crianças:


Existente em cada instituição ou para cada grupo de crianças, esse
caderno de capa dura inclui os nomes e reserva 5 páginas para
cada criança. No início contem a lista das competências que cada
criança pode desenvolver (copiado da Ficha individual 1). Ao longo
do ano, os educadores podem anotar situações que observaram
numa dada criança em relação a quaisquer competências alistadas
na lista. Este caderno serve como apoio para o preenchimento da
Ficha individual 1.

Como contribuir para uma consulta dinâmica harmoniosa:


 Ouvir atentivamente e respeitar a opinião dos outros
 Comentar objectivamente
 Oferecer novas ideias de forma clara

170
 Procurar e aceitar a solução melhor em conjunto e na base das
contribuições de todos ao invés de ficar fixado na sua opinião
 Conhecer o seu papel e contribuição no processo de consulta:
inovador; visionário; operacionalizador; clarificador; resumidor;
conclusivo, etc.
 Reconhecer as capacidades únicas dos colegas de forma a
maximizar as sinergias do trabalho de equipa

Evidências requeridas:
Evidência oral
O formando explica a importância de se reunir em equipa para
analisar o desenvolvimento da criança.

Demonstração real ou simulada


O formando participa na reunião em equipa para analisar o
desenvolvimento da criança de maneira a contribuir para uma
consulta dinâmica e harmoniosa.

Produto
Os formandos, na reunião em equipa, preenchem a Ficha individual
1 em relação a uma criança.

Resultado de aprendizagem 2: Comunicar com a família sobre o


desenvolvimento da criança e
acordar acções possíveis

Critérios de desempenho:
(a) Comunica com os pais de uma maneira respeitosa e eficaz
tomando em consideração a sua cultura e dinâmicas do género na
família.
(b) Comunica com a família sobre o desenvolvimento da criança na
base da Ficha individual 1 e acorda acções possíveis para apoiar
caso necessário.
(c) Planifica como acompanhar os pais na implementação das acções
de apoio à criança.

Contextos de aplicação:
Comunica com os pais de uma maneira respeitosa e eficaz tomando
em consideração a sua cultura e dinâmicas do género:
 Quando o educador fala de maneira autoritária está a impor ao
invés de consultar e de envolver. Como consequência disso os
pais não participam e não implementam as acções ditadas.
Falar como igual no interesse da criança, procurar opinião,
acordar
 Se os pais aceitam a opinião do educador como certa e sem
questionar, criar uma relação próxima com os pais incentivando
ao mesmo tempo um a crítica construtiva numa atitude humilde
e de aprendizagem

171
 Se os pais falam o que é esperado deles ao invés de dar a sua
opinião real, criar um ambiente e um relacionamento que
encoraja os pais a terem coragem de dizer o que pensam
 Multiculturalismo - procurar perceber as várias características
culturais
 O educador não deve ter preconceitos em relação à origem
cultural ou económica dos pais e deve procurar perceber as
razões por detrás de comportamentos dos pais, que poderá
achar estranho

Dinâmicas do género referem-se ao:


 Papel e funções da mãe e do pai no seio familiar
 Como a relação estabelecida entre os pais e a criança
influencia a educação da criança, o seu sentido de autoridade,
de capacidades e expectativas
 Reconhecimento institucional da necessidade de adoptar uma
comunicação inclusiva ao género

NOTA: para rever como estabelecer uma comunicação básica com


a família veja módulo 13 do nível 3.

Como comunicar com a família sobre o desenvolvimento da


criança e acordar acções caso necessário:
1. Informar os pais do desenvolvimento e salientar aspectos
especialmente positivos e possíveis dificuldades
2. Escutar e sondar a opinião dos pais em relação aos aspectos
apresentados
3. Facilitar uma consulta sobre possíveis causas de dificuldades
4. Facilitar a chegada a um acordo unanime de como apoiar a
criança

Como acompanhar os pais na implementação das acções


acordadas:
 Visitas domiciliares
 Encontros pessoais com os pais quando os pais as solicitam
 Encontros pessoais com os pais por iniciativa dos educadores

Evidências requeridas:
Demonstração real ou simulada
O formando comunica com a família sobre o desenvolvimento da
criança e acorda acções possíveis de acordo com os critérios de
desempenho a) a b).

Produto
Os formandos com base nas várias situações alistadas, escrevem
como pretendem acompanhar os pais na implementação das
acções de apoio à criança tomando as características da situação
em consideração.

172
Resultado de aprendizagem 3: Comunicar com a família para
identificar a origem ou as causas
duma necessidade especial ou dum
comportamento desviante duma
criança e acordar acções para apoiar
a criança

Critérios de desempenho:
(a) Comunica com os pais para em conjunto identificarem a origem ou
possíveis causas das necessidades especiais da criança e preenche
a parte II da Ficha individual 2.
(b) Acorda com a família acções possíveis para apoiar a criança com
necessidades especiais, preenchendo as partes III e IV da Ficha
individual 2.
(c) Comunica com os pais para em conjunto identificarem o que no
ambiente familiar está a causar o comportamento desviante da
criança, preenchendo a parte II da Ficha individual 2
(d) Acorda com a família possíveis acções para apoiar a criança com
comportamentos desviantes, preenchendo a parte IV da Ficha
individual 2.

Contextos de aplicação:
Ficha individual 2:
Parte I: Observação da criança
Parte II: Aspectos no ambiente institucional ou familiar que causam
ou agravam o comportamento/ necessidades especiais da criança
Parte III (apenas para crianças com NEE): Metas individuais e
passos de aprendizagem
Parte IV: Actividades para promover o desenvolvimento da criança/
os passos de aprendizagem

Necessidades especiais (NEE) referem-se a:


 Necessidades especiais físicas, auditivas, da visão, da fala
/linguagem
 Necessidades especiais mentais
 Necessidades especiais da aprendizagem (ex., dyslexia)
 Necessidades especiais sociais e emocionais
 Necessidades especiais múltiplas
 Autismo
 Síndroma de Dawn

Exemplos de comportamentos desviantes:


 Choro constante
 Agressividade
 Timidez
 Dependência

Acções gerais para apoiar a criança com comportamentos


desviantes têm a ver com:
 O que fazer para melhorar o ambiente familiar
 Como reagir perante a criança de maneira respeitosa e não
impositiva (sem impor a sua vontade)

173
Comportamentos desviantes na maioria dos casos são causados por
um ambiente não adequado para o desenvolvimento da criança e por
isso em primeiro lugar exigem mudanças no ambiente a volta da
criança (por ex. na instituição e/ ou em casa) ao invés dum
tratamento da criança.

NOTA:
Para intervenções e conteúdos respectivos a comportamentos
desviantes consulte UC 4, nível 4: Promover comportamento social
nas crianças.
Para intervenções e conteúdos respectivos a necessidades
especiais consulte UC3, nível 4: Aplicar Educação Inclusiva.

Evidências requeridas:
Demonstração real
O formando comunica com a família de uma maneira respeitosa e
eficaz, considerando as dinâmicas do género e de cultura, sobre o
desenvolvimento da criança e acorda acções possíveis de acordo
com os critérios de desempenho (a) a (d).

Produto
O formando…
 Preenche em pequeno grupo as partes I, II, III, IV da Ficha
individual 2 em relação a uma criança com NEE
 Preenche em pequeno grupo as partes I, II e IV da Ficha
individual 2 em relação a uma criança com comportamento
desviante.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 60 horas

Justificação do módulo
Este módulo é importante porque a instituição terá uma análise mais complexa e
completa do desenvolvimento das crianças se tiverem educadores capacitados a,
em consulta dinâmica e harmoniosa, partilharem as suas perspectivas e
interpretações dos seus vários momentos com dada criança. Também muito
importante é depois saberem comunicar esta análise aos pais, conhecer e perceber
a criança em conjunto e acordar possíveis acções caso necessário.

Em resposta às necessidades específicas da criança este módulo treina os


educadores a comunicarem com os pais a sua análise de equipa em relação a
necessidades especiais da criança ou a comportamentos desviantes com o objectivo
de juntos acordarem acções de apoio à criança e darem o devido acompanhamento.

174
Para poder atingir sucessos sustentáveis no processo de aprendizagem é essencial
que um educador colabore e se relacione, com a família. Como seguimento do
módulo de comunicar e colaborar com a família no nível 3, este módulo ajuda o
educador a comunicar com os pais de uma maneira respeitosa e eficaz tomando em
consideração a sua cultura e dinâmicas do género.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando dando ao formando sempre tempo e possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 18 horas)


O formando sabe explicar a importância de se reunir em equipa para analisar o
desenvolvimento da criança (visão mais complexa e completa do desenvolvimento
da criança, mais áreas/ momentos observados, outras perspectivas e
interpretações). Para isso os formandos devem desenvolver uma chuva de ideias
em turma de forma a ficar evidente a mais-valia do desenvolvimento da criança ser
analisado em equipa.

O formando é capaz de participar na reunião para analisar em equipa o


desenvolvimento da criança preenchendo a Ficha individual 1 e consegue contribuir
para uma consulta dinâmica e harmoniosa. Para adquirir todas estas competências,
os formandos devem receber uma explicação de como analisar em conjunto o
desenvolvimento duma criança (com base nos cadernos de observação e nas
opiniões de cada educador) e de como preencher a Ficha individual 1 com base
nesta análise. A seguir devem realizar um jogo em que cada participante tem uma
afirmação a qual desconhece mas que os outros seguem (ex. interrompe-me,
ignora-me, sou o mestre, etc.), com o objectivo de reconhecerem acções e atitudes
que muitas vezes tomamos sem que nos apercebamos e que perturbam a
efectividade e unidade da consulta. De forma a consolidar o conhecimento obtido, os
formandos da mesma instituição de prática devem reunir-se em equipa para
participar e recolher as anotações do caderno de observação e as opiniões de cada
educador sobre o desenvolvimento de uma certa criança e preenchem a Ficha
individual 1. Caso os formandos não tenham uma criança de análise em comum,
com base em anotações dadas pelo formador devem simular uma reunião e
consulta sobre o desenvolvimento duma criança. Durante esta reunião um segundo
grupo deve observar a dinâmica e a qualidade da consulta, nomeadamente, cada
formando do grupo externo deve observar um participante com base numa lista de
atitudes e papeis possíveis preparados pelo formador. No final o observador e
observado devem reflectir juntos sobre a experiência. Depois devem dar feedback à
turma daquilo que aprenderam com o exercício.

Finalmente devem implementar na sua instituição de prática o que aprenderam


sobre a realização de reuniões de análise em equipa. Para o efeito os formandos
têm duas opções: ou realizar reuniões entre si sobre uma criança que conhecem na
mesma instituição de infância ou realizar reuniões com pelo menos um colega da
sua instituição de prática sobre uma criança que os ambos conhecem.
Depois da implementação devem realizar uma reflexão para discutir sobre as suas
experiências durante a implementação e dúvidas/ questões que ficaram em aberto.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 20 horas)


O formando é capaz de comunicar com os pais de uma maneira respeitosa e eficaz
tomando em consideração a sua cultura e dinâmicas do género na família. Para isso

175
os formandos primeiro devem receber uma explicação do formador sobre a
importância de uma conversa ser eficaz (para não só falar e concordar mas depois
não implementar decisões acordadas por não ter havido verdadeira comunicação) e
respeitoso (para por ex. não falar com uma atitude que coloca os pais na posição de
ignorantes). Depois devem fazer uma chuva de ideias sobre aspectos a) do género e
b) da cultura que podem influenciar a conversa e que por isso devem ser tomados
em consideração na comunicação. A seguir os formandos devem realizar em turma
simulações sobre de que maneira estes aspectos identificados podem levar a
comunicação a não ser eficaz ou respeitosa. Em pequenos grupos devem elaborar
propostas sobre como lidar com estes aspectos de maneira de garantir uma
conversa eficaz e respeitosa. Finalmente devem debater em turma com base em
simulações apresentadas pelos pequenos grupos.

O formando é capaz de comunicar com a família sobre o desenvolvimento da


criança na base da Ficha individual 1 e de acordar acções possíveis para apoiar
caso necessário. Para isso os formandos primeiro devem receber uma explicação do
formador sobre como comunicar com os pais sobre o desenvolvimento da sua
criança na base da Ficha individual 1: a) Informar os pais do desenvolvimento e
salientar aspectos especialmente positivos e possíveis dificuldades; b) Escutar e
sondar a opinião dos pais em relação aos aspectos apresentados e como acordar
com os pais sobre possíveis acções para apoiar a criança caso necessário; c)
Facilitar uma consulta sobre possíveis causas de dificuldades; d) Facilitar a chegada
a um acordo unânime de como apoiar a criança. Depois, em grupos pequenos,
devem simular tal conversa com os pais. Nestas simulações 3 grupos devem
trabalhar juntos de maneira a assumir os papéis de educadores, de pais e de
observadores que observam se a “equipa dos educadores”: comunica com os pais
de forma respeitosa e eficaz tomando em consideração a cultura e dinâmicas do
género na família e se cumprem os critérios sobre como comunicar sobre o
desenvolvimento da criança. Depois de os educadores, pais e observadores em
conjunto terem analisado a conversa devem repetir todo o processo trocando os
papéis. Finalmente devem debater na turma sobre dúvidas e questões em aberto e
sobre observações interessantes que o formador anotou durante as simulações.

O formando é capaz de planificar como acompanhar os pais na implementação das


acções de apoio à criança (visitas domiciliares, encontros pessoais com os pais
quando os pais as solicitam ou por iniciativa dos educadores). Para isso os
formandos, em grupos pequenos, devem com base nas várias situações
previamente alistadas escrever de que maneira pretendem acompanhar os pais na
implementação das acções de apoio à criança tomando as características da
situação em consideração. Depois devem debater sobre os seus resultados em
turma.

Finalmente os formandos devem implementar na sua instituição de infância ou nas


casas de famílias a realização de conversas com pais sobre o desenvolvimento da
sua criança nas quais devem comunicar com os pais de forma respeitosa e eficaz
tomando em consideração a cultura dos pais e dinâmicas do género na família.
Depois da implementação devem fazer uma reflexão sobre as suas experiências e
dúvidas/ questões em aberto.

NOTA: Para implementar o aprendido na sua instituição de prática, os formandos


devem planificar com antecedência uma semana completa de encontros com os pais
(encontros que servirão para a implementação deste e do seguinte resultado de
aprendizagem), assim quando estiverem a planificar devem reservar 3 horas por dia,
1 hora dedicada a cada encontro por exemplo.

176
Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 20 horas)
O formando sabe comunicar com os pais para em conjunto identificarem a origem ou
possíveis causas das necessidades especiais da criança e de preencher a parte II
da Ficha individual 2. O formando é capaz de, mais tarde, acordar com a família
acções possíveis para apoiar a criança com necessidades especiais, preenchendo
as partes III e IV da Ficha individual 2. O formando sabe comunicar com os pais para
em conjunto identificarem o que no ambiente familiar está a causar o
comportamento desviante da criança e preencher a parte II da Ficha individual 2.
Adicionalmente o formando é capaz de acordar com a família possíveis acções para
apoiar a criança com comportamentos desviantes, preenchendo a parte IV da Ficha
individual 2.

Para atingir todas estas competências os formandos primeiro devem resumir o que
aprenderam sobre como fazer os encontros com os pais sobre uma criança com
necessidades especiais. Depois, em grupos pequenos, devem simular uma
conversa com os pais sobre uma criança com necessidades especiais. Nesta
simulação 3 grupos devem trabalhar juntos de maneira a assumir os papéis de
educadores, de pais e de observadores. Os ‘observadores’ devem observar se a
“equipa dos educadores” comunica com os pais de forma respeitosa e eficaz, e se
segue de forma adequada os passos da conversa e do preenchimento da Ficha
individual 2 durante a conversa. Depois de os educadores, pais e observadores em
conjunto terem analisado a conversa e o preenchimento da ficha devem debater na
turma sobre dúvidas e questões em aberto e sobre observações interessantes que o
formador anotou durante as simulações. A seguir os formandos devem resumir o
que aprenderam sobre como fazer os encontros com os pais sobre uma criança com
comportamentos desviantes, a importância de seguir estes passos e como acordar
sobre maneiras não impositivas de apoiar uma criança.
Depois devem seguir os mesmos passos em relação a uma criança com
comportamento desviante trocando os papéis nas simulações. Todas as simulações
dos encontros devem ser feitas com crianças fictícias usando informações
previamente preparadas em cartões separados a serem distribuídos para cada
participante, onde cada cartão contém aspectos específicos do comportamento da
criança ou da situação da família.

Finalmente os formandos devem implementar na sua instituição de prática ou nas


casas dos pais o que aprenderam sobre a colaboração com as famílias em relação a
crianças com necessidades especiais e crianças com comportamento desviante.
Nas conversas devem comunicar de forma respeitosa e eficaz tomando em
consideração a cultura dos pais e dinâmicas do género na família. Depois da
implementação devem realizar uma reflexão para consultar sobre as suas
experiências durante a implementação e dúvidas/ questões que ficaram em aberto.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação deste módulo irá focalizar-se na avaliação de conhecimentos básicos
sobre a importância de analisar em equipa o desenvolvimento da criança e colaborar
com a família em relação ao desenvolvimento da sua criança e na avaliação de
habilidades práticas sobre como comunicar com a família de maneira respeitosa e
eficaz sobre o desenvolvimento da criança. A avaliação do módulo pode ser feita de
forma integrada, onde se privilegia a avaliação dos resultados como um conjunto ao
invés de resultados separados. Sempre que possível, os formandos devem fazer
auto-avaliação das suas demonstrações, antes da avaliação feita pelo formador.

177
Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste oral de pergunta aberta sobre a importância de se reunir em equipa para
analisar o desenvolvimento da criança.

Demonstração avaliada através de uma lista de verificação onde o formandos


participam na reunião em equipa para analisar o desenvolvimento da criança de
maneira a contribuir para uma consulta dinâmica e harmoniosa.

Produto constituído por uma Ficha individual 1 preenchida na reunião em equipa em


relação a uma criança e avaliada através de uma lista de verificação.

Resultado de Aprendizagem 2
Demonstração real ou simulada avaliada através duma lista de verificação onde os
formandos 1) comunicam com os pais de uma maneira respeitosa e eficaz tomando
em consideração a sua cultura e as suas dinâmicas de género e 2) comunicam com
a família sobre o desenvolvimento da criança na base da Ficha individual 1 e
acordam acções possíveis para apoiar caso necessário.

Produto feito em pequeno grupo de um trabalho escrito no qual os formandos


escrevem por baixo de várias situações previamente alistadas, de que maneira
pretendem acompanhar os pais na implementação das acções de apoio à criança
tomando as características da situação em consideração.

Resultado de Aprendizagem 3
Demonstração simulada avaliada através de uma lista de verificação onde os
formandos comunicam com a família sobre o desenvolvimento da criança com
necessidades especiais e da criança com comportamentos desviantes e acordam
acções possíveis de acordo com os critérios de desempenho (a) a (d).

Produto feito em pequeno grupo e constituído por uma Ficha individual 2 preenchida
nas partes I, II, III, IV em relação a uma criança com NEE e uma outra ficha
individual 2 preenchida nas partes I, II e IV em relação a uma criança com
comportamento desviante.

Necessidades Especiais
Para evitar que os formandos com necessidades especiais sejam prejudicados,
podem ser produzidas por uma escola ou Centro de ensino as evidências requeridas
modificadas para a certificação destes candidatos. Contudo, para a modificação
ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das especificações do módulo. Em todos os
casos todas as modificações estão sujeitas à aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Meyer, D.J. (2004). Pais de crianças especiais. Books do Brasil São Paulo.
2. Ministério da Mulher e da Acção Social, Republica de Moçambique. (2011).
Programa Educativo para crianças do 1º ao 5º ano. Maputo, Moçambique.
3. UNESCO. (2011). Módulo de Educação Parental. Maputo, Moçambique. [Não
publicado].

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP.

178
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Cuidar dos bebés (crianças de 2 meses até aos 2


Título do módulo: anos de idade)

Código do módulo: MO

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 10

A conclusão, com êxito, do módulo ‘Agir com base nos


Requisitos de inscrição
direitos, necessidades e deveres das crianças’ do
no módulo: certificado vocacional 4 em educação de infância.

A conclusão, com êxito, deste módulo é necessária para a


Progressão: inscrição em seguintes módulos do certificado vocacional
4: ‘Estimular o desenvolvimento dos bebés’ e ‘Levar a
cabo uma experiência de trabalho numa instituição de
infância’, e em todos os módulos do certificado vocacional
5 em educação de infância.

Após a conclusão deste módulo os formandos serão


capazes de observar os bebés em momentos de
processos diários e analisar as suas observações, ajudar
Introdução ao módulo: os bebés a fazer transição da casa para o centro e de
centro para casa, e cuidar da alimentação, higiene e
repouso dos bebés de maneira adequada.

1. Observar os bebés em momentos de processos


diários e analisar as suas observações.
2. Ajudar os bebés a fazer transição da casa para o
centro e do centro para casa.
Resumo dos resultados
3. Cuidar da alimentação dos bebés de forma
de aprendizagem: adequada.
4. Cuidar da higiene e saúde dos bebés de forma
adequada.
5. Cuidar do repouso dos bebés de forma adequada.

179
Observar os bebés em momentos de processos
Resultado de aprendizagem 1: diários e analisar as suas observações

Critérios de desempenho:
(a) Observa, na base de critérios definidos, como são realizados os momentos de
processos diários com os bebés.
(b) Analisa as suas observações comparando diferentes práticas no cuidado dos
bebés.
(c) Descreve e identifica como acompanhar os bebés nos processos diários com
respeito, segundo a Educação Centrada na Criança
(d) Observa o bebé para perceber as suas rotinas, ritmos e preferências.
(e) Observa os bebés identificando os seus sinais e analisa o seu significado.

Contextos de aplicação:
Momentos de processos diários:
 Chegada e saída
 Asseio
 Alimentação
 Higiene
 Repouso

Critérios de observação:
 Relação entre educador e bebé
 Interacção e comunicação entre educador e bebé
 Participação do bebé nos processos diários
 Comportamento do bebé (alegre, activo, aberto ou não)
 Ambiente (adequadamente preparado ou não)

Comparar diferentes práticas nos cuidados dos bebés tem a ver com:
Dizer, com base em suas palavras e com exemplos concretos, o que se faz no
cuidado dos bebés e analisar até que ponto as diferentes práticas promovem ou
não o desenvolvimento dos bebés

Acompanhar os bebés nos processos diários com respeito:


 Criar relação amorosa, próxima, individual e respeitosa entre educador e bebé
o Não agir com pressa
o Respeitar o rítmo do bebé
o Tratar o corpo do bebé com sensibilidade e respeito
o Dar atenção completa ao bebé que estiver a cuidar de momento (não
fazer várias coisas ao mesmo tempo)
o Escutar e responder atentamente aos sinais, sons e palavras do bebé,
o Falar em voz suave
o Acompanhar cada acção com palavras simples que descrevam o que o
educador/ o bebé está a fazer
 Permitir a participação do bebé
o Respeitar os sinais que o bebé emite, por ex. que quer parar de comer,
que quer fazer algo sozinho, que precisa de água mais fria,
 Preparar um ambiente adequado para cada momento de processos diários
o Lugar adequado
o Materiais adequados e suficientes

180
Possíveis sinais de um bebé:
 Bebé a chorar*
 Bebé a fazer expressões de desconforto
 Bebé a pegar uma parte do seu corpo
 Bebé passivo e retraído ou mesmo apático
 Bebé a sonecar

* O choro é a primeira forma de comunicação da criança sobre as suas


necessidades reais. O choro deve ser respeitado e atendido imediatamente, só
assim o bebé ganha a confiança do adulto e percebe que o adulto o
acompanha.

Possíveis significados dos sinais dos bebés:


Fome, angústia, dores, cansaço

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando descreve e identifica como acompanhar os bebés nos processos
diários com respeito, segundo a Educação Centrada na Criança.

Produto
O formando...
 Anota as suas observações em relação a cada momento de processos diários,
e compara diferentes práticas observadas nas instituições em relação a cada
critério de observação
 Anota as suas observações em relação às rotinas, rítmos e preferências dum
bebé
 Anota as suas observações em relação aos sinais de 3 bebés, analisando o
significado dos mesmos.

Ajudar os bebés a fazer a transição de casa para


Resultado de aprendizagem 2: o centro e do centro para a casa

Critérios de desempenho:
(a) Comunica com o bebé com respeito e amor no momento de chegada.
(b) Nomeia duas formas de agir quando uma nova criança chora no momento de
chegada.
(c) Comunica com os pais sobre como agir quando o bebé chora no momento de
chegada e porque agir desta maneira, e age adequadamente nestas
situações.
(d) Estimula os pais a acompanharem o bebé até adaptar-se à instituição.
(e) Indica como prolongar o lar do bebé para a instituição.
(f) Identifica como manter conversas à porta na hora de saída e explica a sua
importância.

Contextos de aplicação:
Comunicar com bebé com respeito inclui:
 Acompanhar a despedida dos pais com uma conversa alegre e
divertida com o bebé

181
 Usar sinais e palavras que transmitam confiança para criança
 Falar com voz normal
 Dar carinho antes e após qualquer acto ou procedimento com o
bebé
 Nunca pegar no bebé directamente da mãe/pai, mas encorajar a
mãe/ pai a colocar o bebé no tapete e convidar a mãe/pai a ficar
perto por um tempo. O educador também fica próximo para, se
for necessário, abaixar-se à altura da criança para acompanhá-
la.

Duas formas de lidar com bebés que choram no momento de


chegada nas primeiras semanas:
 Agir, de forma respeitosa, nos momentos da chegada do bebé
 Se os pais tiverem muito tempo: Estimulá-los a acompanhar o
bebé até ele adaptar-se à instituição

Comunicar com os pais sobre como agir com respeito quando o


bebé chora no momento de chegada:
 Comunicar sobre a tristeza no processo de separação de ambos
(criança assim como a mãe)
 Comunicar aos pais sobre o perigo de deixar bruscamente o
bebé
 Comunicar com os pais sobre a importância de não fugir da
creche sem se despedir (A criança apenas se cala no momento
em que é enganada, mas depois chora mais e perde a confiança
nos seus pais)
 Comunicar sobre a importância de se despedir com amor e
clareza/ firmeza
o Com amor para a criança saber que é amada, mesmo que os
pais saiam
o Com clareza/ firmeza para não dificultar o processo de
separação para o bebé
o Com clareza/firmeza para evitar que o desespero da mãe/ pai
afecte o bebé
 Comunicar com os pais sobre a importância de terem confiança
na capacidade do educador de cuidar do bebé
o A criança sente esta confiança dos seus pais o que lhe ajuda
a também criar confiança na educadora

Reagir adequadamente quando a criança chora no momento de


chegada:
 Dar tempo aos pais para ficarem uns momentos com o bebé e
não arrancar logo dos braços da mãe/pai
 A seguir, pedir aos pais para se despedirem com amor e firmeza e
sairem logo
 Acompanhar a criança no seu choro seguindo os passos que
aprenderam no nível 3:
o Manter contacto físico com a criança e falar com ela numa
voz calma
o Aceitar a expressão de dor em lugar de limitar o choro
o Assumir a função de espelho - descrever como a criança está
a sentir-se
o Ficar calma, presente e atenta mesmo que o choro leve muito
tempo
o Não mentir, ameaçar ou prometer algo ou envergonhar a
criança para acabar com o choro

182
Estimular os pais a acompanharem o bebé na fase inicial até
adaptar-se:
 Comunicar sobre a tristeza no processo de separação de ambos
(criança assim como a mãe)
 Comunicar sobre como se comportar como mãe/ pai na creche
de forma a ajudar o bebé a adaptar-se:
o Ficar no mesmo lugar ao invés de andar atrás do bebé
o Receber e acarinhar o bebé sempre quando vem ter com
mãe/ pai

Prolongar o lar da criança para a instituição inclui:


 Usar as mesmas ou idênticas práticas como as que os pais usam
em casa quando o bebé chora, ri, brinca, toma banho, se
alimenta, etc.
 Permitir que o bebé traga para o centro um brinquedo ou objecto
de casa que possua muita afinidade
 Comunicar com os pais para perceber as rotinas, rítmos e
preferências do bebé

Mantém conversas à porta:


Só com os pais...
 Explica aos pais, no fim do dia, como foi o dia do bebé mas não
na presença deste
Com os pais e o bebé...
 Promove diálogo entre pai/ mãe, bebé e educador na hora de
saída
 Faz promessas (honestas) e desejos aos bebés para o dia
seguinte quando já estão com os pais

Importância das conversas à porta:


 Promovem a participação activa da mãe/pai no cuidado do seu
bebé
 Permitem a troca fiel e séria de informações a respeito do bebé

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Nomeia duas formas de agir quando uma nova criança chora muito
no momento de chegada
 Indica como prolongar o lar do bebé na instituição
 Identifica como manter conversas à porta na hora de saída e
explica a sua importância.

Demonstração real ou simulada


O formando:
 Comunica com o bebé com respeito e amor no momento de
chegada
 Comunica com os pais sobre como agir quando a criança chora no
momento da chegada e porque agir desta maneira
 Reage adequadamente perante a criança que chora no momento
da chegada
 Estimula os pais a acompanharem o bebé até se adaptar à
instituição.

183
Cuidar da alimentação dos bebés de forma
Resultado de aprendizagem 3: adequada

Critérios de desempenho:
(a) Prepara um ambiente adequado para a alimentação dos bebés.
(b) Indica como dar alimentação de forma saudável e segura.
(c) Comunica com os bebés durante a alimentação.
(d) Define como promover autonomia nos bebés e como tratá-los com
respeito, durante a alimentação, age adequadamente, e explica a
importância de agir desta forma.

Contextos de aplicação:
Ambiente adequado para a alimentação:
 Mesas/cadeiras à altura dos bebés que permitem o bebé mover-se e
levantar-se ou um outro lugar confortável (que permite que o bebé
fique encostado)
 Lugar limpo e fácil de limpar (ex., tijoleiras do chão e das paredes)
 Lugar calmo, distante das outras actividades
 Lugar para a mãe amamentar o bebé, se puder

Alimentação de forma saudável e segura:


 Alimentação que corresponde à faixa etária dos bebés (sopas, purés
e papas a partir dos 6 meses, alimentos para adultos a partir de 12
meses)
 Alimentação nutritiva
 Alimentos frescos/dentro do prazo de validade
 Comidas preparadas em condições higiénicas (utensílios e ambiente
higiénicos assim como alimentos processados dentro das normas de
higiene)
 Água fervida e arrefecida para os bebés
 Não oferecer biberão a um bebé quando estiver deitado
 Coordenação entre a família e a instituição na introdução de novos
alimentos aos bebés

Comunicar com os bebés durante a alimentação:


 Manter bebés acordados e alegres durante a alimentação
 Estimulá-los a comer com palavras calmas e carinhosas
 Descrever com palavras simples o que acontece e o que a criança
mostra como sinais
 Retirar o prato quando a criança não quiser comer sem moralizar
nem envergonhar

Promover autonomia nos bebés e tratar lhes com respeito durante a


alimentação:
 Dar refeições individuais até 1 ano. Depois, se for preciso, colocar 3
a 4 bebés na mesma mesa
 Servir atentamente a alimentação e com expressão leve e alegre
 Permitir ao bebé mover-se e levantar-se durante a alimentação
 Escutar e respeitar os sinais do bebé (não quer comer mais, a
comida é muito quente, quer fazer algo sozinho)
 Deixar o bebé fazer por si próprio tudo o que já sabe fazer,
permitindo um desenvolvimento progressivo (pegar biberão, pegar

184
colher, meter a colher na boca, recolher comida com a colher e
meter na boca….) até o bebé comer sozinho
 Reconhecer o deixar cair da comida como um processo normal para
a autonomia na alimentação do bebé
 Usar pratos com desenhos para estimular os bebés a comerem com
mais vontade

Importância de promover a autonomia e de tratar os bebés com


respeito:
 Aumenta a auto-estima do bebé
 Sente-se respeitado e amado o que lhe permite, por sua vez,
respeitar e amar outras pessoas e crescer com convicção de ser o
autor do seu desenvolvimento
 O bebé desenvolve a capacidade de sentir o que lhe faz bem e o que
não e o sentimento de ser o autor do seu desenvolvimento

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Indica como dar alimentação de forma saudável e segura
 Define como promover autonomia nos bebés e como tratar-lhes com
respeito durante a alimentação e explica a importância de agir desta
forma.

Demonstração real ou simulada


O formando cuida da alimentação dos bebés de acordo com os critérios
de desempenho c) e d). Aspectos que não forem possíveis de observar
devem ser avaliados através duma demonstração simulada.

Produto
Os formandos, individualmente ou em grupos pequenos, preparam um
ambiente adequado para os processos de alimentação dos bebés e
entregam uma lista com propostas de como ainda melhorar este
ambiente.

Cuidar da higiene e saúde dos bebés de forma


Resultado de aprendizagem 4: adequada

Critérios de desempenho:
(a) Prepara um ambiente adequado para processos de higiene do bebé.
(b) Define como comunicar e comunica com bebés nos momentos de
asseio e explica a importância de agir desta forma.
(c) Define como tratar e trata os bebés com respeito nos momentos de
asseio e explica a importância de agir desta forma.
(d) Promove autonomia no bebé para ele ser o agente activo nos
momentos de asseio.

185
Contextos de aplicação:
Ambiente adequado para processos de higiene do bebé:
 O educador sempre limpo, com unhas cortadas, sem anéis com
saliência, perfumes fortes e com as mãos lavadas regularmente
 Lugar para trocar fraldas/usar penico, limpar o bebé e/ tratar dele
antes e depois de tomar banho:
o Sítio calmo e seguro (para bebé não cair, mas com algo, se
possível, para o bebé segurar e levantar-se no asseio) e
separado das outras áreas
o Se for possível, considerar a altura dos educadores para terem
acesso confortável ao bebé
o Com todos os utensílios e as roupas do bebé de fácil acesso
ao educador
o Estojo com utensílios adequados (pedaços de algodão, panos,
toalha), pessoal e bem conservado
o Perto duma torneira ou outra fonte da água
o Com imagens atraentes nas paredes
o Fácil de limpar (ex., tijoleiras do chão e das paredes)

Comunicar com os bebés no momento de asseio:


 Tornar os momentos de higiene em momentos agradáveis
(desenvolvendo o gosto pela higiene e pela água)
 Acompanhar cada acção com palavras simples que descrevem o
que ele ou o bebé está a fazer ou a sinalizar. Desta forma:
o Dá segurança ao bebé sobre aquilo que acontece com ela
o Cria uma relação íntima de forma que a criança se sinta
amada
o Permite o bebé criar uma boa relação com o seu corpo
o Desenvolve a linguagem do bebé (ao falar estimula-se, por ex.
as cordas vocais e o cérebro)
 Comunicar de forma interactiva respeitando a estrutura duma boa
comunicação (não interromper a fala do bebé)
o Desenvolve capacidades básicas de comunicação (ouvir e
falar)
 Fazer jogos (com água, com partes de corpo) e massagens suaves
 Acarinhar o bebé e cantar canções

Tratar os bebés com respeito:


 Não tratar o corpo da criança como se fosse um objecto
o Não agir com pressa, mas com calma
o Avisar o bebé antes de mudar a posição dele ou antes de
levantá-lo
o Não empurrá-lo ao penico mas sim dirigir os seus movimentos
com sensibilidade
 Cuidar de bebés de forma individual
o Cuidar dos bebés de forma individual ao dar banho, trocar
fralda e vestir roupa
o Ir em grupos pequenos (ao invés de mandar todos ao mesmo
tempo a se sentarem no penico)
o Não falar alto e nem debruçado sobre o bebé.

Importância geral de tratar o bebé com respeito no momento de


asseio:
 Permite a criança criar uma relação positiva com o seu corpo
 Permite a criança respeitar o seu corpo

186
Através destes aspectos:
 A criança terá boas relações com outras pessoas e seres vivos
 Contribuirá na prevenção do abuso sexual de crianças

Promover autonomia para o bebé ser agente activo no momento do


asseio inclui:
 Ouvir e respeitar os diferentes sinais de colaboração que os
bebés fazem (ex. que a água está fria demais, que ele pega a
toalha que precisa de usar…)
 Permitir o bebé fazer tudo por ele próprio o que já sabe fazer (ex.
tirar braço da camisa)
 Pedir a colaboração por parte do bebé (ex. virar-se para o
educador alcançar as costas, levantar o pé quando o educador
pretende vestir as calças….)
 Estimular o uso de penico a partir de 8/9 meses
 Dar atenção e respeitar os sinais dos bebés que mostram que
querem fazer necessidades (mesmo fora do rítmo estabelecido) e
estimular o bebé a dar estes sinais

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando…
 Define como comunicar com os bebés no momento de higiene e
explica a importância de agir desta forma
 Define como tratar o bebé com respeito nos momentos de asseio e
explica a importância de agir desta forma.

Demonstração real ou simulada


O formando cuida da higiene e saúde dos bebés de acordo com os
critérios de desempenho b), c), e d). Aspectos não possíveis de
observar na demonstração real devem ser avaliados através de uma
demonstração simulada.

Produto
Os formandos, individualmente ou em grupos pequenos, preparam
um ambiente adequado para os processos e higiene do bebé e
entregam uma lista com as propostas de como ainda melhorar este
ambiente

Resultado de aprendizagem 5: Cuidar do repouso dos bebés de forma adequada

Critérios de desempenho:
(a) Prepara um ambiente adequado para o repouso do bebé.
(b) Acompanha o bebé no processo do repouso.
(c) Promove a autonomia e trata os bebés com respeito nos momentos
de repouso.

187
Contextos de aplicação:
Preparar ambiente adequado para o repouso inclui:
 Diminuir demasiados estímulos de luz (luz natural, de
preferência), usar cortinas etc.
 Assegurar que a sala tenha pouco barulho, ex., não se reunir na
sala de repouso do bebé
 Assegurar que a sala esteja bem ventilada
 Cuidar para que as camas dos bebés tenham, pelo menos, no
mínimo 60 cm de distância, para prevenir infecções
 Assegurar a lavagem regular dos lençóis e a limpeza do espaço

Como acompanhar os bebés no momento de repouso:


 Respeitar o rítmo biológico do bebé e o jeito que ele tem de dormir
(com uma história, canção, carinho, silêncio, etc.)
 Permitir que o bebé traga um brinquedo ou objecto preferido para a
creche que lhe conforta na hora de repouso
 Não prolongar o repouso do bebé em seu benefício (para o educador
também descansar)
 Dar carinho (não beijando) a uma criança na sua cabeça e dizer
palavras de conforto quando ela tiver pesadelos ou problemas de
apanhar sono
 Se for preciso, procurar outros meios que ajudem o bebé a apanhar
sono (ex. carregar nos seus braços)
 Não obrigar o bebé a dormir se não tiver sono

Promover autonomia e tratar os bebés com respeito no momento de


repouso inclui:
 Respeitar a necessidade de não dormir do bebé ou acordar cedo
 Respeitar as brincadeiras que o bebé inventa quando não quer dormir
 Não o acordar quando dorme
 Permitir que os bebés durmam na posição em que se sentirem bem

Evidências requeridas:
Demonstração real
O formando cuida do repouso do bebé de acordo com os critérios de
desempenho b) e c).

Produto
Os formandos, individualmente ou em grupos pequenos, preparam
um ambiente adequado para o repouso do bebé e entregam uma lista
com propostas sobre como ainda melhorar este ambiente.

188
INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guião de


apoio e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 100 horas

Justificação do módulo
Este módulo é um dos dois módulos deste curso dedicados especificamente aos
cuidados e práticas educativas com bebés. O módulo traz nova dinâmica às práticas
do cuidado aos bebés nas instituições, focando essas nos próprios bebés (de acordo
com a Educação Centrada na Criança). O módulo irá ajudar aos formandos a
traduzir aquilo que aprendem sobre como os bebés se desenvolvem, em acções
diárias com os bebés na instituição de infância.

Em muitas instituições de infância os cuidados com os bebés do 1o e sobretudo do


2o ano são realizados de maneira que não corresponde às características e
necessidades dos bebés. Por exemplo, é possível observar os bebés todos
sentados nos penicos ao mesmo tempo e cuidados duma maneira bastante
mecânica (a limpá-los rápido), os bebés a serem obrigados a dormir todos à mesma
hora, numa sala não bem ventilada e com barulho, os bebés a alimentarem-se duma
forma que não promove a autonomia deles, etc. Essas práticas não são adequadas
às necessidades dos bebés do 1o e 2o ano, que são muito sensíveis a diversos
factores ambientais da instituição de Infância.

Considerando essas realidades, neste módulo, os formandos aprenderão a observar


e a identificar as características dos bebés em momentos de processos diários e
analisar as suas observações, ajudar a fazer a transição da casa para o centro e de
centro para a casa, cuidar da alimentação, da higiene e do repouso de maneira
adequada e respeitosa onde se permite que a criança participe activamente em
todos os momentos. Esta forma de agir é muito importante para o desenvolvimento
da autonomia, e de vários aspectos cruciais para toda a vida de uma criança.

Orientações sobre o conteúdo e o contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando dando ao formando sempre tempo e a possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 21 horas)


O formando é capaz de observar, na base de critérios definidos, como são
realizados os momentos de processos diários com os bebés (chegada e saída,
asseio, alimentação, higiene, repouso). Para isso, os formandos primeiro devem
observar dois filmes curtos ou simulações e anotar como o educador cuida do bebé
em relação a 2 momentos de processos diários diferentes, orientando-se por
critérios definidos em cada momento. Na turma devem clarificar dúvidas/ questões
abertas em relação a esse trabalho. A seguir, devem implementar o que aprenderam
e observar da mesma maneira todos os momentos de processos diários numa
instituição de infância tipo creche.

189
O formando consegue analisar as suas observações comparando as diferentes
práticas no cuidado dos bebés. Para isso, os formandos primeiro devem,
individualmente, analisar e organizar as suas observações de maneira a identificar
as práticas que promovem e as que impedem, o desenvolvimento harmonioso dos
bebés. A seguir, um formando deve apresentar na turma as suas observações e a
sua análise em relação a um momento de processos diários. Na turma devem
debater sobre este momento de processos diários na base das contribuições dos
colegas sobre o mesmo momento. Devem continuar da mesma maneira com outros
momentos de processo diários.

O formando sabe descrever e identificar como acompanhar os bebés nos processos


diários com respeito, segundo a Educação Centrada na Criança. Para isso, os
formandos devem, baseando-se nas suas observações e análises das aulas
anteriores, resumir as boas práticas em relação a cada critério definido e comparar o
seu trabalho com uma solução disponível.

O formando é capaz de observar o bebé para perceber as suas rotinas, ritmos e


preferências. Para isso, os formandos, primeiro devem fazer uma chuva de ideias
sobre possíveis rotinas, ritmos e preferências de bebés. A seguir, devem ler
situações descritas e identificar as rotinas, ritmos e preferências do bebé em cada
uma destas situações.

O formando é capaz de observar os bebés identificando os seus sinais (bebé a


chorar, a fazer expressões de desconforto, etc.) e sabe analisar o seu significado
(fome, angústia, dores, cansaço). Para isso, os formandos primeiro devem debater
sobre possíveis sinais de bebés, o seu significado e como analisar esse significado.
A seguir, devem assistir a filmes curtos ou simulações e anotar individualmente os
sinais dos bebés e analisar em conjunto o seu significado.

Finalmente, os formandos devem implementar na sua instituição de prática o que


aprenderam quanto aos últimos critérios de desempenho e realizar observações nas
instituições de infância para tomar notas sobre rotinas, ritmos e preferências de
bebés e sobre os seus sinais e os seus significados.

Resultado de Aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 21 horas)


O formando sabe comunicar com bebé com respeito e amor no momento de
chegada. Para isso, os formandos devem, em pequenos grupos, simular maneiras
de comunicar com o bebé com respeito e apresentar uma simulação ao grupo
grande para depois fazer a respectiva análise. A seguir, os formandos devem, em
pares, simular maneiras não adequadas de comunicação com os bebés que
previamente foram preparadas pelo formador. Uns formandos devem assumir o
papel dos bebés, e, no fim, devem analisar o impacto que essa forma de
comunicação teve neles. Em seguida, devem simular, em relação as mesmas
situações, as formas adequadas de comunicar e anotar os critérios duma boa
comunicação.

O formando sabe apresentar duas formas de agir quando uma nova criança chora
no momento de chegada. O formando também é capaz de comunicar com os pais
sobre como agir quando o bebé chora no momento de chegada. Adicionalmente, o
formando sabe estimular os pais a acompanharem o bebé até adaptar-se à
instituição.
Para atingir todas estas competências, os formandos, primeiro, devem simular ou
descrever várias maneiras habituais de reagir quando uma nova criança chora no
momento de chegada e analisar o impacto de cada maneira (ex. despedida brusca,
fugir, mentir etc.). A seguir, devem receber uma explicação do educador sobre a

190
existência de duas formas mais adequadas de agir neste momento de desafio e
devem debater, na base da análise anterior, sobre os critérios de agir de forma
respeitosa no momento da chegada, revendo-os, no fim, na base duma lista
fornecida pelo formador. Depois, devem simular, em pequenos grupos, conversas
com pais sobre como agir de forma respeitosa no momento de chegada. Sempre
devem colaborar em 2 pequenos grupos, sendo um a simular e outro a assistir e a
analisar a conversa na base dos critérios que aprenderam. Depois, uns pequenos
grupos de formandos devem simular para todos a situação da chegada e o
“‘educador’ deve agir adequadamente perante o ‘bebé’ que chora muito e perante a
sua ‘mãe’. Em conjunto, devem analisar as acções do educador na base dos
critérios que aprenderam. A seguir, devem procurar na turma uma ideia sobre uma
segunda forma de agir (estimular os pais a acompanhar o bebé até ele se adaptar à
instituição) e debater sobre a sua vantagem e os critérios. Finalmente devem simular
conversas com os pais em relação à esta segunda forma aplicando os mesmos
métodos como nas simulações da primeira forma.

O formando sabe indicar como prolongar o lar do bebé para a instituição. Para isso,
os formandos devem organizar-se em pares e indicar, pelo menos, 3 maneiras de
prolongar o lar do bebé para a Instituição e apresentar na turma para se fazer
análise. Os formandos devem comparar o seu trabalho com uma solução disponível
e debater sobre as dúvidas/ questões em aberto.

O formando é capaz de identificar como manter conversas à porta na hora de saída


(contar aos pais na ausência do bebé como foi o dia dele, promover diálogo entre
pai/ mãe, etc.) e explicar a sua importância. Para isso, os formandos, em pequenos
grupos, devem organizar diferentes simulações sobre conversas na porta e
apresentar à turma. A seguir, devem fazer um debate sobre a importância de realizar
estas conversas à porta com os pais.

Finalmente devem implementar, na sua instituição de prática, tudo o que


aprenderam. Depois da implementação, devem realizar uma reflexão para debater
sobre as suas experiências e dúvidas/ questões em aberto, especialmente em
relação à implementação dos critérios b) e c).

Resultado de Aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 19 horas)


O formando é capaz de preparar um ambiente adequado para a alimentação dos
bebés (mesas/cadeiras à altura dos bebés e que permitem o bebé mover-se e
levantar-se, lugar limpo e calmo e distante das outras actividades etc.). Para isso, os
formandos, em pequenos grupos, devem fazer chuva de ideias sobre o que é
ambiente adequado para a alimentação e descrever as suas características, devem
apresentá-las à turma e discutir sobre as mesmas. A seguir, podem ver fotografias
ou imagens ou assistir a uma demonstração de como preparar este ambiente e, na
base destas, devem discutir as suas observações baseadas nas características já
descritas anteriormente.

O formando é capaz de indicar como dar alimentação de forma saudável e segura


ao bebé (alimentação que corresponde à faixa etária dos bebés, alimentação
nutritiva, etc.). Para isso, os formandos devem, observar e debater na turma sobre
certas imagens criando uma lista dos aspectos importantes da alimentação saudável
e segura, e comparando-a com a lista do formador.

O formando consegue comunicar com os bebés durante a alimentação (estimulá-los


a comer com palavras calmas e carinhosas, descrever com palavras simples o que
acontece e o que a criança mostra como sinais). Para isso, os formandos devem
assistir primeiro a uma simulação ou filme que mostra a falta de comunicação

191
durante a alimentação e depois fazer simulação ou ver filme que mostra uma boa
comunicação analisando as diferenças e os seus impactos nos bebés.

O formando sabe definir como promover autonomia nos bebés e como tratá-los com
respeito, durante a alimentação, consegue agir adequadamente, e explicar a
importância de agir desta forma. Para isso, os formandos devem, em pequenos
grupos, analisar diferentes situações que estão descritas em cartões e escrever,
com base nelas, uma lista das formas que promovem e que não promovem a
autonomia nos bebés durante a alimentação. Devem analisar as apresentações dos
colegas e melhorar a sua lista. A seguir, devem simular, em grupos pequenos, as
formas adequadas de promover a autonomia nos bebés, com o apoio de formador.
Mais tarde, devem debater a importância de o educador agir na base das
observações anteriormente descritas assim como as suas duvidas/ questões.

Finalmente devem implementar na sua instituição de prática tudo o que aprenderam.

Resultado de Aprendizagem 4. (Nº de horas estimado: 23 horas)


O formando consegue preparar um ambiente adequado para processos de higiene
do bebé. (todos os utensílios e as roupas do bebé com fácil acesso para o educador,
sítio calmo e seguro etc.). Para isso, os formandos, em pequenos grupos, devem
primeiro fazer chuva de ideias sobre os elementos de um ambiente adequado, como
o lugar, os utensílios e características do ambiente. A seguir, devem analisar as
fotografias ou imagens (ou desenhos) ou uma pequena simulação feita pelo
formador e reorganizar as suas ideias em forma de notas.

O formando é capaz de definir como comunicar com bebés e consegue comunicar


com eles nos momentos de asseio, explicando a importância de tal comunicação. O
formando também é capaz de definir como tratar e consegue tratar os bebés com
respeito nos momentos de asseio, explicando a importância de agir desta forma.
Para isso, os formandos primeiro devem, em pares, participar como ‘educador’ e
‘bebé’ em simulações de práticas negativas (previamente preparadas pelo formador)
e analisar o impacto das mesmas partindo do ponto de vista do bebé. Na base das
situações analisadas, devem descrever, em pequenos grupos ou individualmente,
sob forma de notas as maneiras respeitosas de comunicar e tratar os bebés nos
processos de higiene. Em seguida, na turma uns formandos devem fazer simulações
‘positivas’ em relação a cada uma das situações e debater em conjunto sobre esta
maneira de agir e a sua importância, orientando-se por uma lista de critérios e a
outra de soluções fornecida pelo formador. Finalmente devem assistir a um filme no
qual o educador comunica com e trata o bebé com muito respeito e identifica quando
e como o educador cumpre cada um dos critérios que aprenderam.

O formando é capaz de promover a autonomia no bebé de forma que o bebé seja o


agente activo nos momentos de asseio. Para isso, os formandos devem primeiro
resumir porque é importante promover a autonomia nos bebés. Depois, devem
assistir, de novo, o mesmo filme que assistiram anteriormente e identificar desta vez
de que maneira a educadora promove autonomia nos bebés, apresentando, em
seguida, os critérios que identificaram e comparando-os com uma lista de critérios
fornecida pelo formador; a seguir, devem debater sobre cada critério e as suas
duvidas/ questões em aberto relacionados com este. Finalmente, devem, em
pequenos grupos, simular várias situações de processos de higiene nas quais
comunicam com e tratam o bebé de maneira respeitosa, promovendo a sua
autonomia. Dois grupos sempre devem colaborar de forma que um grupo consiste
dos ‘educadores’ a interagir com os bebés e outro analisa o agir dos ‘educadores’ na
base de todos os critérios que aprenderam.

192
Finalmente, devem implementar na sua instituição de prática, tudo o que
aprenderam sobre como cuidar do bebé nos momentos de higiene. Depois da
implementação, devem realizar uma reflexão para debater sobre as suas
experiências e dúvidas/ questões em aberto.

Resultado de Aprendizagem 5. (Nº de horas estimado: 15 horas)


O formando é capaz de preparar um ambiente adequado e acompanhar o bebé no
processo de repouso (sala sem ruído, camas com separação conforme
recomendado, etc.). Para isso, os formandos devem, em pequenos grupos, debater
sobre os critérios de um ambiente adequado para o repouso do bebé e fazer uma
lista destes critérios. Em seguida, devem observar fotografias ou imagens (ou
assistir a um pequeno filme) ou simular a organização de um ambiente preparado
para repouso e fazer a reorganização da lista dos critérios elaborados anteriormente.

O formando consegue acompanhar o bebé no processo do repouso. Para isso, os


formandos, em pequenos grupos, devem fazer um exercício com respostas de
escolhas múltiplas onde devem identificar os critérios correctos de acompanhamento
do bebé em repouso. Depois, devem comparar com uma lista fornecida pelo
formador e debater sobre os critérios e a sua importância, caso tenha havido
contradições. Finalmente, devem simular e, a seguir, analisar e melhorar várias
formas de ajudar o bebé quando ele tiver pesadelos ou problemas de apanhar sono.

O formando é capaz de promover a autonomia e tratar os bebés com respeito, no


momento de repouso. Para isso, os formandos devem, em pequenos grupos,
realizar um exercício com frases verdadeiras e falsas. A seguir, devem comparar
com uma solução disponibilizada pelo formador e debater sobre os critérios e a sua
importância nos sítios onde houve contradições nas respostas.

Finalmente, devem implementar na sua instituição de prática, tudo o que


aprenderam sobre como acompanhar as crianças no processo de repouso. Depois
da implementação, fazem uma reflexão sobre o que foram as práticas sobre os
processos de repouso dos bebés.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação neste módulo deve focalizar-se na avaliação dos conhecimentos básicos
sobre características dos cuidados diários dos bebés numa instituição com
educação centrada na criança e nas habilidades práticas de educador de preparar o
ambiente e prestar os cuidados necessários aos bebés de maneira respeitosa e
adequada. A avaliação do módulo pode ser feita de forma integrada, onde se
privilegia a avaliação dos resultados como um conjunto ao invés de resultados
separados. Sempre que possível, os formandos devem fazer auto-avaliação das
suas demonstrações, antes da avaliação feita pelo formador.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito com perguntas de respostas curtas e teste com frases verdadeiras e
falsas sobre como acompanhar os bebés nos processos diários com respeito e
segundo a Educação Centrada na Criança.

Produto em forma de um trabalho escrito que apresenta 1) anotações de


observações em relação aos momentos de processos diários e compara diferentes
práticas observadas nas instituições em relação a cada critério de observação; 2)

193
anotações de observações do formando em relação às rotinas, ritmos e preferências
dum bebé; 3) anotações de observações do formando em relação aos sinais de 3
bebés e as análises do significado dos mesmos.

Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito com perguntas de respostas curtas sobre duas formas de agir quando
uma nova criança chora muito no momento de chegada; teste de múltiplas respostas
sobre como prolongar o lar do bebé na instituição de infância; teste de frases tipo
verdadeiro e falso sobre como manter conversa à porta na hora de saída; teste
escrito de perguntas abertas sobre a importância de manter conversas à porta na
hora de saída.

Demonstração real ou simulada avaliada através de uma lista de verificação, onde o


formando 1) comunica com bebé com respeito no momento de chegada; 2)
comunica com os pais sobre como agir quando uma criança chora no momento de
chegada e porque age desta maneira; 3) reage adequadamente quando uma nova
criança chora no momento de chegada; e 4) estimula os pais a acompanhar o bebé
até se adaptar à instituição.

Resultado de Aprendizagem 3
Teste escrito com perguntas de respostas curtas sobre como dar alimentação de
forma saudável e segura; teste de frases falsas e verdadeiras sobre como promover
a autonomia nos bebés e como tratar-lhes com respeito durante a alimentação; teste
de perguntas abertas sobre a importância de o educador agir desta forma.

Demonstração real ou simulada avaliada através de uma lista de verificação onde o


formando 1) comunica com os bebés durante a alimentação; e 2) promove a
autonomia nos bebés e trata-os com respeito durante a alimentação.

Produto feito individualmente ou em grupo, em forma de um ambiente preparado


adequadamente para os processos de alimentação dos bebés e de uma lista com
propostas de como ainda melhorar este ambiente.

Resultado de Aprendizagem 4
Teste escrito com perguntas de respostas curtas sobre como tratar o bebé com
respeito e como comunicar com o bebé nos momentos de asseio; teste de perguntas
abertas sobre a importância de comunicar com e de tratar o bebé com respeito nos
momentos de asseio.

Demonstração real ou simulada avaliada por uma ficha de verificação onde o


formando
1) comunica com os bebés nos momentos de asseio; 2) trata os bebés com respeito
nos momentos de asseio; e 3) promove a autonomia no bebé para ele ser o agente
activo nos momentos de asseio.

Produto feito individualmente ou em grupo, em forma de um ambiente preparado


adequadamente para os processos de asseio dos bebés e de uma lista com
propostas de como ainda melhorar este ambiente.

Resultado de Aprendizagem 5
Demonstração real ou simulada através de uma lista de verificação sobre 1) como
acompanhar o bebé no processo do repouso e 2) como promover a autonomia e
tratar os bebés com respeito nos momentos de repouso.

Produto feito individualmente ou em grupo, em forma de um ambiente preparado


adequadamente para o repouso dos bebés e de uma lista com propostas de como
ainda melhorar este ambiente.
194
Necessidades Especiais
Para evitar que os formandos com necessidades especiais sejam prejudicados, as
evidências requeridas modificadas podem ser produzidas por uma escola ou Centro
de ensino para a certificação destes candidatos. Contudo, se a modificação ocorrer,
ela não deve diluir a qualidade das especificações do módulo. Em todos os casos,
as modificações devem ser sujeitas à aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Gerber, M. (2004). Como lograr que mi bebe tenga confinca en si mismo.
Mexico
2. Majoros, M., Tardos, A., & Falk, J. (2002). Comer y dormir. Barcelona
3. Post, J., & Hohmann, M. (2007). Educação de bebés em infantários (3a edição).
Portugal, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
4. Silvestre, D. D. (2005). Manual para cuidadores de crianças em creches.
Berçários, Materiais e Pré-escolares. Fundamentos para a qualidade em saúde,
segurança, higiene e educação. Brazil, São Paulo: Editora Vozes.

DVD:
Vamos, J. (2002). Bathing the baby. Concern, Empathy and Acquired Gestures.
Hungria: Instituto Pikler.

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP

195
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Título do módulo: Estimular o desenvolvimento dos bebés

Código do módulo: MO

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 9
A conclusão com êxito dos módulos ‘Agir com base nos
Requisitos de inscrição direitos, necessidades e deveres das crianças’ e, ‘Cuidar
no módulo: dos bebés’.

A conclusão com êxito deste módulo é necessária para a


Progressão: inscrição em módulo de ‘Levar a cabo uma experiência de
trabalho numa instituição de infância’ do certificado
vocacional 4 em educação de infância, e em todos os
módulos do certificado vocacional 5 em educação de
infância.

Após a conclusão deste módulo os formandos serão


capazes de explicar a importância de promover o
desenvolvimento dos bebés, observar e identificar como os
Introdução ao módulo: bebés aprendem, preparar ambiente estimulante interior e
exterior para os bebés, e acompanhar e realizar
actividades com os bebés que correspondem às suas
características.

1. Explicar a importância de estimular o


desenvolvimento dos bebés, observar os bebés, e
identificar como os bebés se desenvolvem e
aprendem.
2. Preparar um ambiente físico seguro e estimulante
interior para os bebés e acompanha-los a explora-lo
Resumo dos resultados livremente.
de aprendizagem: 3. Proporcionar materiais e experiências estimulantes
aos bebés no espaço exterior.
4. Descrever as características de actividades com
bebés, e realizar actividades com os bebés do 1o
ano de vida.
5. Realizar actividades estimulantes com os bebés do
2o ano de vida.

196
Resultado de aprendizagem 1: Explicar a importância de estimular o
desenvolvimento dos bebes, observar
os bebés, e identificar como os bebés
se desenvolvem e aprendem

Critérios de desempenho:
(a) Explica a importância de estimular o desenvolvimento dos bebés.
(b) Resume o desenvolvimento padrão dos bebés.
(c) Explica como é que os bebés aprendem.
(d) Observa com atenção como os bebés no 1o e 2o ano agem em
momentos diferentes, fazendo notas detalhadas.
(e) Analisa e compara sistematicamente as suas observações dos
bebés com seus conhecimentos de como os bebés se desenvolvem
e aprendem.

Contextos de aplicação:
Importância de estimular o desenvolvimento dos bebés:
 A estimulação cria bases para toda a aprendizagem no futuro
(aproveitando que o cérebro nesta idade é muito sensível e
maleável)
 A estimulação reforça relacionamento agradável e estável com
os seus encarregados
 A estimulação desperta interesse e motivação no bebé para
explorar e aprender mais

Características do desenvolvimento padrão dos bebés incluem:


Área sensório-motora:
 De estar deitado até levantar a cabeça, rolar, sentar, gatinhar,
ficar de pé, e andar
 Dos movimentos grossos aos movimentos finos (dos dedos)
 De pegar com toda a mão até pegar com os dedos
 Dos reflexos aos movimentos voluntários
 O tempo desperto aumenta gradualmente

Área cognitiva:
 Predomina a aprendizagem sensorial/ através das acções com
objectos
 Gradualmente desenvolve-se a memoria e outras funções
mentais (ter objectivo, focar atenção)
 Gradualmente percebe a permanência de objectos e pessoas

Área social:
 Reconhecimento de si próprio, a volta dos 18 meses
 Da aceitação espontânea de todos, até ao apego às pessoas
preferidas a volta dos 6 meses
 Dos jogos solitários aos jogos paralelos e de imitação
 Uso de adultos de confiança para referência social (‘posso
fazer algo ou não?’), a partir das 9 meses

197
Área de linguagem:
 Do escutar e imitar ao reproduzir os sons e as palavras
 Dos sons às sílabas, às ‘conversas inventadas’, às palavras
curtas, às frases curtas (sem regras gramáticas)
 Inicialmente predomina comunicação não-verbal (olhar, mudar
expressões da cara, chorar, rir, apontar...)

Como os bebés aprendem:


 Com todo o seu corpo e todos os seus sentidos
 Quando lhes é permitido serem independentes, e explorar por sua
iniciativa
 Num contexto de relações de confiança com adulto/s
 A observar, imitar, e comunicar com os outros

Observar os bebés nos seguintes momentos:


 A brincar com vários objectos
 A interagir com outra/s criança/s
 A interagir com adulto (educador, membros da família)
 A movimentar-se em diferentes maneiras
 A comer, a sentar no penico, etc.

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Explica a importância de estimular o desenvolvimento dos bebés
 Resume alguns princípios gerais e passos concretos de como os
bebés se desenvolvem em pelo menos 2 áreas
 Explica em detalhe suficiente como é que os bebes aprendem.

Produto
O formando...
 Observa um bebé do 1º ano e um bebé do 2º ano, cada em dois
contextos diferentes, preenchendo com detalhe o caderno de notas
 Analisa e compara as suas observações com seus conhecimentos
sobre desenvolvimento e aprendizagem dos bebés.

Resultado de aprendizagem 2: Preparar um ambiente físico seguro e


estimulante interior para os bebés e
acompanha-los a explora-lo
livremente

Critérios de desempenho:
(a) Descreve os critérios básicos de higiene e segurança na sala dos
bebés e colabora na preparação adequada da sala.
(b) Descreve os elementos que tornam a sala estimulante para os bebés
do 1o ao 2o ano.
(c) Descreve os materiais de baixo custo que estimulam o
desenvolvimento dos bebés, e disponibiliza-os aos bebés.

198
(d) Descreve e produz, de acordo com critérios de qualidade,
brinquedos para estimular diferentes competências nos bebés.
(e) Acompanha os bebes nas suas brincadeiras de maneira sensível e
cuida da sua segurança.
(f) Dá recomendações aos pais sobre como acompanhar os bebés nas
brincadeiras.

Contextos de aplicação:
Critérios básicos de higiene e segurança na sala dos bebés incluem:
 Sala limpa uma vez por dia no mínimo
 Sala tranquila, com baixa incidência de ruídos e de carros
 Espaço longe da qualquer poluição, bem arejado, com paredes
laváveis
 As instalações eléctricas bem protegidas
 Portas móveis que impossibilitam a saída dos bebés da sua área
de recreação
 Chão sem buracos e não escorregadio
 Móveis seguros e bancadas bem fixas
 Sem sacos plásticos ou papéis impermeáveis
 Brinquedos seguros (não muito pequenos, sem partes afinadas,
e limpos diariamente

A sala estimulante para os bebés inclui:


 Cores suaves nas paredes e nas mobílias
 Imagens, capulanas, e espelhos ao nível visual dos bebés; fotos
das famílias das crianças
 Superfícies diferentes para crianças tocarem (chão de madeira,
de tijolos, tapetes etc.)
 Móveis (objectos pendurados que se mexem) ao nível das
crianças
 Área calma e área para os movimentos; ambas com materiais
adequados
 2o ano: Áreas definidas para diferentes actividades (com livros,
com blocos e carrinhos, com bonecas e casa etc.)

Materiais de baixo custo que estimulam o desenvolvimento dos


bebés incluem:
 Objectos diferentes da cozinha, de plástico ou de madeira
(peneiras, copos, bacias, panelas, garrafas, colheres...)
 Objectos pequenos de casa e de natureza, para encher e
esvaziar os recipientes (tampas, molas, conchas, sementes
grandes). NOTA: o tamanho dos objectos deve prevenir que os
bebés os possam engolir ou aspirar.
 Objectos que se fecham e se abrem de maneiras diferentes
(garrafas, carteiras, pastas, panelas etc.)
 Objectos para subir, descer, entrar por dentro (almofadas duras,
bacias grandes, caixas)
 Objectos que oferecem sensações diferentes (tapetes macios e
rígidos; cubos de gelo; gelatina de varias cores; papel fino para
rasgar etc.)
 2o ano: roupa e assessórios antigos para ‘faz-de-conta’

199
Brinquedos para estimular várias competências dos bebés incluem:
 Brinquedos para empurrar e puxar (carrinhos, comboios, etc.)
 Jogos de causa e efeito (ex., jogo de martelar)
 Jogos simples (quebra-cabeças de 2-3 peças; jogos de encaixar;
loto)
 Objectos para jogos de imitação e ‘faz de conta’ (bonecas,
animais, carrinhos, produtos...)
 Livros com partes para tocar, com imagens grandes e simples
 Pirâmides, blocos e outros brinquedos para construir
 Bolas de vários materiais, cores, e tamanhos
 Materiais para desenhar, pintar, modelar

Os brinquedos feitos de acordo com critérios de qualidade são:


1) Seguros; 2) Atraentes; 3) Resistentes; 4) Desafiadores; 5)
Completos; 6) Oferecem controle de erro, onde possível (criança
pode ver facilmente, ex., se fez correctamente a quebra-cabeça)

Acompanhar os bebés inclui:


 Assegurar que os bebés não se aleijam com nenhum objecto, e
não aleijam um ao outro
 Permitir os bebés a movimentar-se livremente
 Ficar no mesmo nível e próximos dos bebés
 Observar acções dos bebes com atenção
 Seguir e participar nas acções dos bebés
 Comentar sobre acções dos bebés
 Interpretar as acções e comunicações da criança para com
outros bebés
 Conversar com bebés em frases curtas
 Apoiar interacções entre os bebés
 Avisar aos bebés quando está na hora de entrar para dentro
 Encorajar os bebés a ajudar a arrumar no fim

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando descreve...
 Os critérios básicos de higiene e segurança na sala dos bebés
 Os elementos da sala estimulante para os bebés do 1o a 2o ano
 Os materiais de baixo custo e os brinquedos que estimulam o
desenvolvimento dos bebés.

Produto
Os formandos em grupos de 3 preparam as bases duma sala
estimulante para os bebés...
 Com pelo menos metade dos critérios de higiene e segurança
cumpridos
 Com pelo menos 4 tipos de materiais diferentes de baixo custo
 Com pelo menos 6 brinquedos produzidos para estimular diferentes
competências nos bebés

Os formandos entregam uma lista de propostas do que ainda falta /


como poderiam tornar a sala mais estimulante e segura para os bebés.

200
Demonstração real
O formando acompanha os bebés nas suas brincadeiras livres de
maneira sensível e cuida da sua segurança.

Demonstração simulada
O formando dá recomendações aos pais sobre como acompanhar os
bebés nas brincadeiras deles.

Resultado de aprendizagem 3: Proporcionar materiais e experiências


estimulantes aos bebés no espaço
exterior

Critérios de desempenho:
(a) Proporciona materiais diversos para os bebés no espaço exterior.
(b) Oferece uma variedade de experiências aos bebés no exterior.
(c) Acompanha os bebés no exterior de maneira sensível e cuida da sua
segurança.

Contextos de aplicação:
Materiais diversos para os bebés no espaço exterior:
 Plantas
 Superfícies diferentes (relva, areia, ‘caminho sensorial’ etc.)
 Areia, água, e diversos recipientes para areia e água
 Cesta com brinquedos de dentro
 Vários objectos para subir, descer, entrar por dentro (bacias
grandes, caixas, pneus, troncos de árvores, latas grandes,
palhotas)
 Baloiços e escorregas para bebés
 Carrinhos simples ou objectos que podem servir de carrinhos
 Giz e tintas para pintar no chão

Experiências para os bebés no exterior incluem:


 Observar a natureza (plantas, insectos)
 Recolher e brincar com objectos de natureza
 Observar pessoas e carros fora
 Brincar com areia e água
 Desenhar no chão
 Empurrar e puxar carrinhos etc.
 Movimentar-se de diferentes formas e por cima de superfícies
variadas (relva, areia, etc.)

Cuidar da segurança dos bebés no exterior inclui:


 Por os bebes que não se deslocam, num lugar seguro. Variar o
lugar para permitir que os bebés observam coisas diferentes.
 Assegurar que não há objectos perigosos no jardim
 Assegurar que os bebés não se aleijam ou uns aos outros
 Verificar com a família se há algumas plantas ou substâncias que
provocam alergias no bebé

201
Evidências requeridas:
Produto
Os formandos em grupos de 3 preparam pelo menos 6 tipos
diferentes de materiais no exterior para os bebés.

Os formandos descrevem o que ainda falta / como poderiam tornar o


espaço exterior mais estimulante para os bebés.
Demonstração real
O formando proporciona 2 experiências diferentes aos bebés,
acompanha-los de maneira sensível e cuida da sua segurança.

Resultado de aprendizagem 4: Descrever as características de


actividades com bebés, e realizar
actividades com os bebés do 1o ano
de vida

Critérios de desempenho:

(a) Descreve e explica as características de actividades com bebés.


(b) Realiza actividades para estimular capacidades sensório-motoras e
cognitivas nos bebés no 1o ano de vida.
(c) Realiza actividades para estimular capacidades sociais e da
linguagem, nos bebés do 1o ano de vida.
(d) Avalia o seu desempenho nas actividades com bebés.

Contextos de aplicação:
Características de actividades com os bebés:
 Com 2-4 bebés
 De curta duração (3-10 min); as próprias crianças decidem sobre o
fim das actividades
 Podem ser repetidas durante o dia
 Realizadas quando as crianças estão acordadas, activas e bem
dispostas
 Parar a actividade quando as crianças mostrarem cansaço
 Enfoque na exploração dos materiais e na interacção
 Educador a falar de maneira clara e simples, repetindo frases
curtas

Actividades para estimular capacidades sensório-motoras e cognitivas


no 1o ano incluem:
 Movimentar-se para atingir e agarrar objectos; passar objectos de
uma mão para a outra
 Virar-se e rolar-se; movimentar braços e pés
 Baloiçar e dançar com o bebé
 Gatinhar até um objecto; mudar de direcção, ultrapassar
obstáculos
 Rolar a bola

202
 Começar a andar com e sem suportes, à volta de obstáculos, em
superfícies diferentes
 Rasgar papel
 Fazer experiências com areia e plasticina
 Rabiscar com lápis grosso; pintar com dedos ou pincel grosso
 Manipular objectos: encaixar, tirar, entregar, fechar e abrir, juntar e
separar, fazer torres
 Tocar e explorar qualidades de objectos (frio e quente; com
várias superfícies etc.)
 Fazer jogos de escondidas (esconder e encontrar imagens,
objectos etc.)

Actividades para estimular a linguagem e capacidades sociais no 1o


ano incluem:
 Fazer ‘diálogos’ com a criança: repetir ou mudar os sons da
criança; convidar a criança a imitar os sons e as sílabas
 Fazer brincadeiras e canções com movimentos
 Contar pequenas histórias com fantoches e livros simples,
envolvendo o/s bebés
 Olhar para e falar sobre imagens interessantes
Levar o bebé a ‘passear’ a volta da sala ou no jardim; falar sobre
tudo o que vê

Avaliar seu desempenho:


 Preparação
 Reacção e a participação do/s bebé/s
 O que se pode fazer na próxima vez, para dar continuidade

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando descreve e explica as características das actividades
com bebés.

Demonstração real
O formando...
 Prepara e orienta 2 actividades (sensório-motora e cognitiva;
linguagem e social), com bebés do 1o ano de vida, respeitando as
características de actividades para esta faixa etária
 Responde às questões de auto-avaliação em relação a cada das
actividades.

Resultado de aprendizagem 5: Realizar actividades estimulantes com


os bebés do 2o ano de vida

Critérios de desempenho:
(a) Realiza actividades para estimular capacidades sensório-motoras e
cognitivas nos bebés do 2o ano de vida.
(b) Realiza actividades para estimular capacidades sociais e da
linguagem dos bebés do 2o ano de vida.

203
(c) Avalia o seu desempenho nas actividades com bebés.
(d) Dá recomendações das actividades simples para fazer com bebés em
casa, aos pais.

Contextos de aplicação:
Actividades para estimular capacidades sensório-motoras e cognitivas
no 2o ano de vida incluem:
 Andar com e sem suportes, à volta de obstáculos, em superfícies
diferentes
 Andar, correr, saltar, gatinhar, rastejar, e fazer outros movimentos
(ex., imitando animais, pessoas a trabalhar)
 Fazer danças simples; lançar bolas
 Modelar com areia e plasticina
 Rabiscar com lápis grosso; pintar com dedos ou pincel grosso;
rasgar e colar o papel
 Construir e desmontar vários objectos
 Continuar a explorar propriedades de objectos (macio-duro;
pesado-leve; liso-áspero etc.)
 Fazer jogos simples com peças (jogos de encaixar, quebra-cabeça,
loto)
 Fazer jogos de escondidas (esconder objectos, pessoas)
 Fazer jogos de imitação (de actividades de adultos etc.)

Actividades para estimular a linguagem no 2o ano de vida incluem:


 Fazer jogos de sons, sílabas e palavras (ouvir e imitar sons de
animais, de carros etc.)
 Ouvir e contar juntos histórias simples com base de imagens
 Fazer jogos com nomes de objectos (pedir para encontrar ou dizer
o nome do certo objecto, parte do corpo etc.)
 Cantar canções com gestos e movimentos
 Fazer passeios e falar sobre as coisas no caminho

Actividades para estimular as capacidades sociais no 2o ano de vida


incluem:
 Fazer jogos de partilha (partilhar ‘bolo’, brinquedos etc.)
 Fazer dramatizações ‘sociais’, ex., boneca está doente /triste, e as
crianças ajudam a boneca
 Fazer actividades em pares/grupos, ex., jogar bola; desenhar/colar
algo nas grandes folhas de papel etc.

Evidências requeridas:
Demonstração real ou simulada
O formando...
 Prepara e orienta 2 actividades (sensório-motora /cognitiva, de
linguagem, ou social), e descreve a 3a actividade18, com bebés no 2o
ano de vida, respeitando as características de actividades para esta
faixa etária
 Responde às questões de auto-avaliação em relação a cada das 2
actividades.

18 A terceira actividade refere-se ao tipo de actividade que não foi demonstrada (sensório-motora /cognitiva, de
linguagem, ou social).

204
Demonstração simulada
O formando dá recomendações das actividades simples para fazer com
bebés em casa, aos pais.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 90 horas

Justificação do módulo
Este módulo é um dos dois módulos neste curso dedicados especificamente aos
cuidados e práticas educativas com bebés. Analise dos cursos de formação em
educação de infância existente no pais mostra que esses se focalizam
principalmente nas crianças entre 3 e 5 anos. Os estudantes costumam estudar os
processos de desenvolvimento das crianças desde o nascimento, mas não
aprofundam as práticas que ajudam as crianças pequenas a desenvolverem-se
harmoniosamente na família ou na instituição de infância. Neste âmbito, os 2
módulos deste curso – ‘Cuidar dos bebés’ e ‘Estimular o desenvolvimento dos
bebés’, irão ajudar os formandos a transformar aquilo que aprendem sobre como os
bebés se desenvolvem, em acções diárias com os bebés na instituição de infância.

Em certas instituições de infância as actividades educativas com crianças do 1o e


sobretudo do 2o ano são versões simplificadas das actividades para crianças mais
velhas (ex.: as crianças sentam-se nas cadeiras, repitam as frases da educadora,
etc.). Existem casos onde os bebés passam todo dia dentro da sala, sem sair para o
parque infantil, porque os educadores acham que não podem garantir a segurança
dos bebés e dar a atenção devida neste ambiente. Essas práticas não tomam em
consideração as características das crianças do 1o e 2o ano, nomeadamente, a
necessidade de movimentar-se, de aprender com todo corpo e todos os sentidos, de
interagir cara a cara com outras crianças, de observar e explorar o mundo a volta,
etc. Também é raro encontrar diversidade de materiais nas salas dos bebés,
aqueles que estimulam vários sentidos dos bebés e encorajam diversos tipos de
actividades. Considerando essas realidades, neste módulo os formandos
aprenderão a observar e identificar as características dos bebés, a preparar os
materiais e experiências estimulantes para os bebés na sala e no parque infantil, a
acompanhar com atenção os bebes nas suas brincadeiras livres, e a realizar
actividades educativas simples e curtas com os bebés. Vão também aprender como
garantir a segurança dos bebés nos momentos de brincar em vários espaços do
centro, inclusive no exterior. A disseminação dessas práticas de certeza tornará as
creches lugares mais acolhedores e respeitosos às crianças, que respondem melhor
às suas necessidades, capacidades, e interesses, tanto ao nível individual como
colectivo.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando dando ao formando sempre tempo e possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas.

205
Logo no início do módulo, o formador deve pedir aos formandos para visitar as salas
dos bebés nos seus locais de prática e observar tanto as condições de higiene e
segurança, como o ambiente estimulante nessas salas, fazendo notas para si. Essas
notas serão utilizadas nas actividades do módulo.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 13 horas)


O formando é capaz de explicar a importância de estimular o desenvolvimento dos
bebés. Para isso, os formandos primeiro devem identificar e debater diferentes
percepções sobre os bebés que enfrentam no dia-dia, e a seguir em pequenos
grupos devem comparar essas com alguns factos, fornecidos pelo formador, sobre o
desenvolvimento dos bebés. O formador deve ajudar os grupos na base deste
trabalho ao colocar os argumentos sobre a importância de estimular os bebés no
seu desenvolvimento.

Adicionalmente, o formando consegue resumir o desenvolvimento padrão dos


bebés. Para isso, o formador deve preparar 4 mesas de trabalho, cada com cartões
que descrevem as características duma das áreas de desenvolvimento (sensório-
motora, cognitiva, social, e da linguagem). Os formandos, em pequenos grupos,
devem passar por cada uma das 4 mesas, ordenando os cartões pela sequência de
desenvolvimento (ex., na área da linguagem, os bebés primeiro fazem sons, depois
dizem sílabas, etc.). No fim, o formador deve ajuda-los a resumir o desenvolvimento
em cada área, solicitando tanto os princípios gerais como os passos concretos.
Devem receber texto de resumo sobre as etapas de desenvolvimento trabalhadas na
aula.

O formando consegue explicar como é que os bebés aprendem. Para isso os


formandos devem reflectir em grupos sobre os bebés que conheçam (na família ou
nos locais de prática) e identificar algumas formas de como os bebés aprendem
sobre o mundo a sua volta. Cada grupo deve partilhar a sua lista, e melhorá-la na
base do feedback dos colegas. Se a lista for completa, o formador deve ajudar aos
formandos a resumir as formas principais de como os bebés aprendem. Caso
contrario, deve mostrar filme/s ou fotos dos bebés a explorar o seu meio ambiente, e
solicitar os formandos a identificar mais formas de aprendizagem dos bebés.

O formando é capaz de observar com atenção como os bebés no 1o e 2o ano agem


em momentos diferentes, fazendo notas detalhadas. A seguir, consegue analisar e
comparar sistematicamente as suas observações dos bebés com seus
conhecimentos de como os bebés se desenvolvem e aprendem. Para isso, os
formandos devem primeiro praticar fazer observações na base de 2-3 filmes sobre
os bebés (podem ser os mesmos como em cima), anotando aquilo que veem.
Depois de cada filme devem comparar as suas notas com as dos colegas e a seguir
as do formador, adicionando mais detalhe às notas. Como segundo passo, devem
em grupos pequenos comparar as suas observações com aquilo que aprenderam
sobre o desenvolvimento dos bebés, identificando como as suas observações
correspondem, aprofundam ou até contradizem aquilo que aprenderam. Devem
anotar os exemplos concretos das observações no texto de resumo sobre o
desenvolvimento das crianças.

Finalmente, devem praticar observar com atenção os bebés e fazer notas


detalhadas, no local de prática, a seguir analisando e comparando as suas notas
com aquilo que aprenderam sobre o desenvolvimento dos bebés.

206
Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 23 horas)
O formando é capaz de descrever os critérios básicos de higiene e segurança na
sala dos bebés, e colaborar na preparação adequada da sala. Para isso os
formandos devem fazer uma chuva de ideias sobre os critérios de higiene e
segurança na sala dos bebés com base nas suas observações das salas no inicio do
módulo. Devem anotar as ideias no papel gigante, e a seguir analisar as fotos ou
desenhos que demostram presença ou falta desses critérios, acrescentando os
pontos na lista. Os formandos cujo local de prática é comum devem reflectir sobre as
salas dos bebés que observaram, e fazer o plano sobre como poderiam melhorar a
segurança e higiene nessas salas, partilhando o seu plano no fim com toda turma.

O formando consegue descrever os elementos que tornam a sala estimulante para


os bebés do 1o ao 2o ano, os materiais de baixo custo que estimulam o
desenvolvimento dos bebés, e os brinquedos que promovem diferentes
competências nos bebés. Para isso, os formandos em grupos devem primeiro fazer
chuva de ideias sobre os elementos da sala estimulante, os materiais, e os
brinquedos adequados. A seguir, devem observar as fotos das salas estimulantes e
das salas inadequadas, e os modelos de materiais e brinquedos, proporcionados
pelo formador, e completar as suas notas. Os grupos devem partilhar e melhorar as
suas listas na base do feedback dos colegas e do formador.

A seguir, o formando é capaz de disponibilizar os materiais adequados aos bebés de


baixo custo, e de produzir, de acordo com critérios de qualidade, brinquedos para
estimular diferentes competências nos bebés. Para isso, os formandos em grupos
devem analisar os diversos materiais fornecidos pelo formador e anotar 1) quais
desses podem ser usados nas brincadeiras dos bebés, e 2) como e/ou onde os
educadores podem arranjar com facilidade esse material.

A seguir, com base nos critérios de qualidade revistos com o formador, e usando
alguns modelos como inspiração, cada membro do grupo pequeno deve produzir 2
brinquedos diferentes para bebés. Devem assegurar que os brinquedos não se
repetem no grupo. O formador deve fornecer o material tais como recipientes
plásticos, cartão, cordas, tintas, restos de tecidos, recortes, tesouras, marcadores,
fita-cola e outros materiais para produção. No fim devem fazer uma exposição dos
brinquedos produzidos; depois de todos observarem o material exposto, os próprios
formandos, com base nos critérios de qualidade, devem escolher os melhores
brinquedos, e convidar os seus autores para apresentarem-los à turma.

Adicionalmente, o formando consegue acompanhar os bebés nas suas brincadeiras


livres de maneira sensível e cuidar da sua segurança. Tambem é capaz de dar
recomendações aos pais sobre como acompanhar os bebés nas brincadeiras deles.
Para isso, os formandos devem rever como acompanhar as crianças em geral nas
actividades livres (veja módulo 8 do Nível 3), e depois identificar aquilo que é
aplicável para os bebés. Devem observar um filme ou uma simulação de
acompanhar bebés nas actividades livres, e identificar essas e mais outras acções
de acompanhamento. A seguir, devem realizar 4-5 pequenas simulações de
actividades livres dos bebés (1 educador e 2-3 bebés) na base dos cenários
oferecidos pelo formador, e analisar as acções do ‘educador’ no fim de cada
simulação. Finalmente, devem discutir como e que tipo de sugestões podem dar aos
pais para estimular as brincadeiras livres dos bebés em casa, e simular algumas das
conversas com os pais, analisando essas a seguir.

No final, devem preparar as bases da sala segura e estimulante e acompanhar os


bebés nas actividades livres, no seu local da prática.

207
Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 18 horas)
O formando é capaz de proporcionar materiais diversos e oferecer uma variedade de
experiências aos bebés no espaço exterior. Para isso, os formandos devem primeiro
identificar porque é que as experiências no exterior são importantes para os bebés,
e a seguir debater porque é que em muitos casos os bebés não são levados para o
espaço exterior. Devem depois em grupos desenhar a sua proposta de espaço
exterior para os bebés, que é seguro e estimulante (oferece varias experiências). A
seguir, com base nas imagens e modelos de materiais disponibilizados pelo
formador, devem melhorar os seus desenhos. Finalmente, devem partilhar e
melhorar ainda mais as suas propostas na base do feedback dos colegas e do
formador.

Adicionalmente, o formando consegue acompanhar os bebés no exterior de maneira


sensível e cuidar da sua segurança. Para isso, os formandos devem rever as acções
do educador ao acompanhar os bebés nas actividades livres, e identificar algumas
acções adicionais ligadas com a segurança dos bebés no espaço exterior. Devem
observar o formador (ou um filme) a simular acompanhar os bebés no espaço
exterior, analisando no final as acções observadas. Finalmente, devem realizar 4-5
pequenas simulações sobre os bebés no espaço exterior (1 educador e 2-3 bebés)
com base nos cenários oferecidos pelo formador, e analisar as acções do ‘educador’
no fim de cada simulação.

Finalmente, nos seus locais de prática, devem ajudar melhorar o espaço exterior que
os bebés usam, e acompanhar os bebés nas actividades livres nesse respectivo
espaço.

Resultado de aprendizagem 4. (Nº de horas estimado: 27 horas19 )


O formando é capaz de descrever e explicar as características de actividades
(dirigidas) com os bebés. Para isso os formandos primeiro devem fazer chuva de
ideias sobre as características dessas actividades, criando uma lista nos seus
cadernos, e a seguir observar 1-2 filmes ou simulações de actividades dirigidas com
os bebés, completando ou mudando algumas das características nas suas listas.
Finalmente, devem comparar a sua lista com aquela do formador, e acrescentar o
que ainda falta. Devem ainda argumentar sobre a importância de cada característica
das actividades com bebés.

O formando consegue realizar actividades para estimular capacidades 1) sensório-


motoras e cognitivas, e 2) sociais e da linguagem, com os bebés no 1o ano de vida,
avaliando o seu desempenho em cada actividade. Para isso, os formandos em
grupos pequenos devem primeiro fazer chuva de ideias sobre as actividades
possíveis para estimular os 2 grupos de capacidades. A seguir devem apresentar e
completar as suas listas na base do feedback dos colegas. Finalmente, completam
mais actividades com base nos exemplos (imagens, materiais, filmes) fornecidos
pelo educador. O formador deve solicitar os formandos a dar exemplos concretos
de cada actividade proposta. A seguir, os formandos em grupos devem preparar e
realizar 2-3 pequenas simulações (1 educador e 2-3 bebés) de actividades dirigidas
que estimulam capacidades sensório-motoras e cognitivas, e 2-3 simulações de
actividades dirigidas que promovem capacidades sociais e da linguagem. O
formando ‘educador’ deve avaliar a sua prática, e a turma deve analisar as acções
do ‘educador’, no fim de cada simulação.

Os formandos devem implementar as actividades (dirigidas) com os bebés do 1o


ano, no seu local de prática. Essa prática pode ser juntada com a prática do

19 As horas de prática deste Resultado incluem tambem a prática do Resultado de Aprendizagem


5.

208
Resultado 5, isso é, implementar actividades (dirigidas) com os bebés do 2o ano.
Caso se no centro não há bebés do 1o ano, o formando pode focalizar a prática nas
actividades com os bebés do 2o ano; em caso de 2 grupos estiver presentes, deve
dividir o tempo igualmente entre as duas faixas etárias.

Resultado de aprendizagem 5. (Nº de horas estimado: 7 horas)


O formando é capaz de realizar actividades para estimular capacidades sensório-
motoras e cognitivas, e sociais e da linguagem, com os bebés do 2o ano de vida,
avaliando o seu desempenho em cada actividade. Para isso, os formandos devem
rever a lista das actividades que criaram para as crianças do 1o ano, e adicionar
mais actividades que são adequadas para os bebés do 2o ano. A seguir, completam
mais actividades na base dos exemplos (imagens, materiais, filmes) fornecidos pelo
educador. O formador deve solicitar os formandos a dar exemplos concretos de
cada actividade proposta.

Finalmente, os formandos realizam as simulações das actividades seguindo os


mesmos passos como no Resultado de aprendizagem 4. Adicionalmente, devem
discutir como e que tipo de sugestões podem dar aos pais para estimular as
actividades simples dos pais com os bebés em casa, e simular algumas das
conversas com os pais, analisando essas a seguir.

Os formandos devem implementar as actividades (dirigidas) com os bebés do 2o


ano, no seu local de prática. Essa prática pode ser juntada com a prática do
Resultado 4, isto é, implementar actividades (dirigidas) com os bebés do 1o ano.
Caso no centro não haja bebés do 1o ano, o formando pode focalizar a prática nas
actividades com os bebés do 2o ano; no caso de 2 grupos estarem presentes, deve-
se dividir o tempo igualmente entre as duas faixas etárias.

Finalmente, devem voltar para sala de aula para reflectir sobre aquilo que
observaram e implementaram neste módulo.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação neste módulo deve focalizar-se na avaliação dos conhecimentos básicos
sobre características das actividades dirigidas de qualidade e das habilidades
práticas de educador de planificar, realizar, e avaliar as suas actividades dirigidas,
em colaboração com os colegas. A avaliação do módulo pode ser feita de forma
integrada, onde se privilegia a avaliação dos resultados como um conjunto ao invés
de resultados separados. Sempre que possível, os formandos devem fazer auto-
avaliação das suas demonstrações, antes da avaliação feita pelo formador.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito que inclui uma explicação satisfatória 1) sobre a importância de
estimular o desenvolvimento dos bebés; 2) sobre as formas de como os bebés
aprendem. Teste escrito de respostas curtas onde os formandos alistam alguns
princípios gerais e passos concretos sobre como os bebés se desenvolvem em 2
áreas diferentes.

Produto em forma das notas detalhadas de observação dum bebé do 1º ano e um


bebé do 2º ano, cada em dois contextos diferentes; produto escrito onde o formando
analisa e compara as suas observações com seus conhecimentos sobre
desenvolvimento e aprendizagem dos bebés.

209
Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito de curtas respostas sobre os critérios básicos de higiene e segurança
na sala dos bebés, os elementos da sala estimulante para os bebés do 1o a 2o ano,
e sobre os materiais de baixo custo e os brinquedos que estimulam o
desenvolvimento dos bebés.

Produto preparado em grupos de 3 formandos no seu local de prática, que inclui as


bases duma sala estimulante para os bebés 1) com pelo menos metade dos critérios
de higiene e segurança cumpridos; 2) com pelo menos 4 tipos de materiais
diferentes e suficientes de baixo custo, e 3) com pelo menos 6 novos brinquedos
(que não foram produzidos na sala de aulas) produzidos para estimular diferentes
competências nos bebés. O produto será avaliado através duma ficha de verificação.
Ao apresentar o produto, os formandos devem entregar uma lista de propostas do
que ainda falta / como poderiam tornar a sala mais estimulante e segura para os
bebés.
Demonstração real avaliada através de uma ficha de verificação, onde o formando
acompanha os bebés nas suas brincadeiras livres de maneira sensível e cuida da
sua segurança. Demonstração simulada avaliada através de uma ficha de
verificação, onde o formando dá sugestões aos pais sobre como acompanhar as
brincadeiras dos bebés em casa.

Resultado de Aprendizagem 3
Produto preparado pelos formandos em grupos de 3 e constituído por pelo menos 6
tipos de materiais diferentes no exterior para os bebés. O produto será avaliado
através duma ficha de verificação. Após apresentação do produto, os formandos
devem descrever o que ainda falta no espaço exterior / como poderiam tornar o
espaço exterior mais estimulante para os bebés.

Demonstração real avaliada através de uma ficha de verificação, onde o formando


proporciona 2 experiências diferentes aos bebés, acompanha-los de maneira
sensível, e cuida da sua segurança.

Resultado de Aprendizagem 4
Teste escrito de respostas abertas onde o formando 1) alista características das
actividades com bebés e 2) explica resumidamente o fundamento de cada uma das
características.

Demonstração real avaliada através de uma ficha de verificação, onde o formando


prepara e orienta 2 actividades (sensório-motora e cognitiva; linguagem e social),
com bebés do 1o ano de vida, respeitando as características de actividades para
esta faixa etária, e responde às questões de auto-avaliação em relação a cada uma
das actividades.

Resultado de Aprendizagem 5
Demonstração real ou simulada avaliada através de uma ficha de verificação, onde o
formando prepara e orienta 2 actividades (sensório-motora /cognitiva, de linguagem,
ou social), e descreve a 3a actividade20, com bebés no 2o ano de vida, respeitando as
características de actividades para esta faixa etária, e responde às questões de
auto-avaliação em relação as 2 actividades preparadas. Demonstração simulada
avaliada através de uma ficha de verificação, onde o formando dá sugestões aos
pais sobre como realizar actividades simples com os bebés em casa.

20 A terceira actividade refere-se ao tipo de actividade que não foi demonstrada (sensório-motora /cognitiva, de
linguagem, ou social).

210
Necessidades Especiais
Para evitar que formandos com necessidades especiais sejam prejudicados as
evidências requeridas modificadas podem ser produzidas por uma escola ou Centro
de ensino para a certificação desses candidatos. Contudo, se a modificação ocorrer,
ela não deve diluir a qualidade das especificações do módulo. Em todos os casos as
modificações devem ser sujeitas à aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Ministério da Mulher e da Acção Social. [in press]. Programa Educativo para
crianças do 1o ao 5o ano. Maputo, Moçambique.
2. Post, J., & Hohmann, M. (2007). Educação de bebés em infantários (3a edição).
Portugal, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
3. Eliot, L. (1999). What’s going on in there? How the brain and mind develop in
the first five years of life. New York, NY: Bantam Books.

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP.

211
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Título do módulo: Promover actividades dirigidas com as crianças


e os encontros de reflexão e planificação
Código do módulo: MO
Data da validação:
Nível do QNQP: 4
Número de créditos: 10
Conclusão, com êxito, dos seguintes módulos: ‘Aplicar
Requisitos de inscrição educação inclusiva’, e ‘Agir com base nos direitos,
no módulo: necessidades e deveres das crianças’.

A conclusão com êxito deste módulo é necessária para


a inscrição em todos os módulos de actividades dirigidas
do certificado vocacional 4, nomeadamente ‘Promover
actividades dirigidas de matemática com as crianças’,
‘Promover actividades dirigidas de conhecimento do
Progressão: mundo com as crianças’, ‘Promover actividades dirigidas
de linguagem e literacia com as crianças’, e ‘Promover
actividades dirigidas de expressão plástica
com as crianças’. Adicionalmente, a conclusão deste
módulo é necessária para inscrição em módulo ‘Levar a
cabo uma experiência de trabalho numa instituição de
infância’, e em todos os módulos do certificado
vocacional 5 em educação de infância.

Após a conclusão deste módulo os formandos serão


com as crianças
capazes de definir os objectivos para actividades
dirigidas, planificar e realizar actividades dirigidas com
base nos métodos centrados na criança, incluindo as
Introdução ao módulo: ideias das crianças
em educação nas actividades.
de infância. Este módulo Adicionalmente,
em especial,
serão capazes de preparar
serve como base para o módulo e realizar a hora‘Apoiar
do círculo
o
com as crianças, e realizar os encontros
desenvolvimento da linguagem nas crianças’ no semanais de
reflexão e planificação,
certificado vocacional 4.na instituição de infância.

1. Rever as características das actividades dirigidas e


Resumo dos resultados
livres, e, propôr os objectivos específicos para
de aprendizagem: actividades dirigidas na base da competência alvo.
2. Planificar e realizar actividades dirigidas com
base nos métodos activos e centrados na
criança.
3. Incluir as ideias das crianças nas actividades
dirigidas.
4. Preparar e realizar a hora do círculo com as
crianças.
5. Realizar os encontros semanais de reflexão e
planificação, na instituição de infância.

212
Resultado de aprendizagem 1: Rever as características das
actividades dirigidas e livres, e, propôr
os objectivos específicos para
actividades dirigidas na base da
competência alvo

Critérios de desempenho:
(a) Revê os objectivos e as características principais de actividades
dirigidas e livres.
(b) Revê as competências-chave das crianças, identificando como as
mesmas são promovidas em várias actividades dirigidas.
(c) Identifica os passos lógicos para promover competências definidas.
(d) Propõe os objectivos específicos para uma actividade dirigida na
base de uma dada competência-chave.

Contextos de aplicação:
Objectivos de actividades dirigidas:
 Promover a aprendizagem das competências e conteúdos
definidos
 Promover a atenção às instruções e ao modelo de educador nas
crianças
 Promover a capacidade das crianças de aprender em grupo

Objectivos de actividades livres:


 Estimular os interesses e as capacidades individuais das
crianças
 Promover a capacidade das crianças de escolher, planificar,
realizar, e avaliar o seu trabalho
 Promover capacidades sócio-morais nas crianças

Características principais - actividades dirigidas:


 Educador planifica actividades passo a passo
 Educador organiza e gere o trabalho das crianças

Características principais - actividades livres:


 Educador prepara o ambiente físico estimulante para as crianças
 As crianças escolhem com quem, como, onde e quanto trabalhar;
e o educador observa e acompanha as crianças de forma
discreta

Competências-chave de crianças:
Sensório-motoras, cognitivas, linguísticas, sócio-morais, pessoais

Identificar passos lógicos para desenvolver competências definidas


significa identificar a sequência de passos lógicos e cada vez mais
complexos, que a criança deve aprender, para atingir essa
competência

Objectivo específico para a actividade dirigida...


 Deve ser ligado com um dado passo do processo de
aprendizagem para atingir certa competência
 Deve ser possível de atingir durante uma dada actividade dirigida

213
Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Identifica os objectivos e características de actividades livres e
dirigidas
 Identifica competências das crianças promovidas em exemplos de
actividades dirigidas concretas.

Produto escrito
O formando identifica, pelo menos, 3 passos para desenvolver cada
uma das 2 diferentes competências, e propõe os objectivos
específicos para 2 actividades dirigidas.

Resultado de aprendizagem 2: Planificar e realizar actividades


dirigidas com base nos métodos
activos e centrados na criança

Critérios de desempenho:
(a) Nomeia e exemplifica os critérios de qualidade duma actividade
dirigida.
(b) Nomeia e exemplifica os métodos activos para actividades dirigidas.
(c) Planifica aspectos-chave das actividades dirigidas, orientando-se
nos critérios de qualidade.
(d) Realiza actividades dirigidas na base dos critérios de qualidade e
com métodos activos.
(e) Auto-avalia a sua prática e identifica como melhorar as próximas
actividades dirigidas.

Contextos de aplicação:
Critérios de qualidade da actividade dirigida incluem:
1. Crianças a expressarem-se sobre o tema
2. Momentos para a criança se movimentar
3. Crianças a usarem os seus sentidos
4. Crianças a agirem
5. Educador a oferecer actividades com vários graus de
dificuldade
 Através de materiais diferentes
 Através de tarefas diferentes
 Através de apoios diferentes
6. Educador a criar um bom ambiente para a aprendizagem (sem
barulho, interrupções ou competição, e sempre encorajador...)

Métodos activos principais nas actividades dirigidas incluem:


 Jogos (ex.: de adivinha, de contagem, jogos de agrupar e
ordenar…)
 Actividades na base de histórias
(ex.: dramatizações, desenhos, histórias com bonecas, etc.)
 Actividades de produção e experiências
214
(ex.: produção artística; experiências científicas; experiências
sensoriais)
 Passeios e visitas (ex.: visita à clinica veterinária ou ao mercado)
 Actividades com mapas, diagramas, fichas (ex.: agrupar
alimentos bons e alimentos ‘maus’)
 Resolução de problemas (ex.: problemas inventados que incluem
noções de matemática)
 Actividades de movimentos ou jogos dinâmicos (ex.: saltar a
forma duma letra pintada no chão)

Aspectos-chave da actividade dirigida incluem :


1) Objectivos e resultados a atingir (por parte da criança –
competências)
2) Actividade passo a passo:
 Motivação/Introdução
 Demonstração
 Acompanhamento
 Arrumação
3) Tempo necessário e seu uso
4) Materiais e local a utilizar
5) Tipo de organização das crianças (em pares, em grupos etc.)

Auto-avaliação da prática:
1) Preparação
2) Participação das crianças
3) Dificuldades
4) Sucessos

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Nomeia todos os critérios de qualidade de actividade dirigida, e
exemplifica 3 desses critérios
 Nomeia a maioria dos métodos activos principais de actividade
dirigida, e exemplifica 3 desses métodos.

Produto
O formando apresenta a planificação dos aspectos-chave de duas
actividades dirigidas, baseada nos critérios de qualidade e nos
métodos activos.

Demonstração simulada
O formando...
 Realiza uma actividade dirigida na base dos critérios de
qualidade
 Auto-avalia o seu desempenho no fim da actividade e descreve o
que irá adoptar ou fazer de forma diferente, nas próximas
actividades.

215
Resultado de aprendizagem 3: Incluir as ideias das crianças nas
actividades dirigidas

Critérios de desempenho:
(a) Argumenta sobre a importância de incluir as ideias das crianças
nas actividades dirigidas.
(b) Anota acções e conversas significativas das crianças em vários
momentos do dia e identifica os interesses das crianças.
(c) Planifica novas actividades dirigidas a partir dos interesses das
crianças.
(d) Integra os interesses observados das crianças, nas actividades
dirigidas já planificadas.

Contextos de aplicação:
É importante que as ideias das crianças sejam incluídas nas
actividades dirigidas, porque...
 As actividades têm maior relevância para as crianças, e assim
serão mais motivadoras para elas
 O conhecimento da criança será captado; promove-se uma
ligação dos conteúdos de aprendizagem com o pré-saber da
criança
 As necessidades (e interesses) das crianças são a força motriz
do seu desenvolvimento
 As crianças aprendem que as suas ideias têm valor; aprendem a
participar nas decisões relevantes para elas

Acções e conversas significativas são aquelas que são iniciadas


pelas próprias crianças, e mostram os interesses das crianças

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando argumenta sobre a importância de incluir as ideias das
crianças nas actividades dirigidas.

Produto
O formando…
 Anota observações e conversas significativas das crianças, e
identifica os interesses delas
 Planifica duas actividades dirigidas a partir dos interesses das
crianças
 Anota como irá integrar os interesses observados nas crianças,
nas 3 actividades dirigidas descritas no plano semanal.

216
Resultado de aprendizagem 4: Preparar e realizar a hora do círculo
com as crianças

Critérios de desempenho:
(a) Descreve os objectivos e as actividades típicas da hora do círculo.
(b) Prepara os materiais básicos para a hora do círculo.
(c) Prepara e realiza a hora do círculo no início do dia.
(d) Prepara e realiza a hora do círculo no fim do dia.

Contextos de aplicação:
Objectivos da hora do círculo:
 Encorajar as crianças a falar livremente
 Promover nas crianças a capacidade de escutar com atenção
 Promover a ligação entre a vida em casa e no centro infantil
 Introduzir ou reforçar os conhecimentos nas áreas de
aprendizagem
 Reflectir sobre assuntos actuais
 Ampliar o sentido de pertença de grupo e as capacidades
sociais

Actividades típicas da hora do círculo no início do dia:


 Canções
 Chamada
 Actividades com calendário, tempo e horário
 Partilha por parte das crianças sobre as suas experiências em
casa
 Anúncios dos educadores
 Introdução ou revisão dalguns conceitos de forma lúdica

Actividades típicas da hora do círculo no final do dia:


 Canções
 Partilha por parte das crianças sobre as suas experiências do
dia
 Observações do educador sobre o dia
 Anúncios sobre próximas actividades; mensagens para passar
aos pais
 Revisão de reflexão sobre alguns conceitos de forma lúdica

Materiais básicos para a hora do círculo:


 Tabela de presenças
 Calendário
 Calendário de aniversários
 Cartões com previsão do tempo
 Plano semanal para crianças (horário)
 Quadro e giz
 Materiais para introduzir ou rever certos conceitos (cartazes,
cartões, materiais pedagógicos utilizados nas actividades, etc.)
 Cartão de silêncio

217
Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando descreve os objectivos e as actividades típicas na hora
do círculo.

Produto
Os formandos em pares preparam 2 materiais da sua escolha para
a hora do círculo.

Demonstração simulada
Os formandos em pares preparam e realizam a hora do círculo no
início ou no final do dia, implementando pelo menos 4 actividades
diferentes.

Resultado de aprendizagem 5: Realizar os encontros semanais de


reflexão e planificação, na instituição
de infância

Critérios de desempenho:
(a) Descreve a importância, os aspectos, e as formas possíveis de
organização, dos encontros de reflexão e de planificação.
(b) Reflecte em equipa sobre situações de desafio, de sucesso, e de
descoberta, nas crianças e nas actividades dirigidas e livres,
durante a semana recente.
(c) Planifica em equipa as actividades dirigidas para a semana seguinte
na base dos passos de planificação semanal.
(d) Planifica como melhorar o ambiente para as actividades livres na
base da análise da semana recente.
(e) Debate activamente e com respeito as experiências e ideias dos
colegas.
(f) Preenche a ficha do plano semanal com atenção e detalhe
suficiente.

Contextos de aplicação:
Importância de encontro de reflexão e planificação:
 Assegura que os educadores respondem os interesses,
capacidades, e necessidades correntes das crianças
 Promove capacidades de observação e análise nos educadores
 Promove a comunicação e colaboração entre os educadores
 Facilita a comunicação com as famílias
 Treina os educadores a planificar duma maneira prática e
flexível

Aspectos do encontro de reflexão e planificação:


 Reflexão sobre crianças e actividades na semana recente
 Planificação conjunta de actividades dirigidas
 Planificação de melhoria do ambiente nas actividades livres
 Preenchimento do plano semanal

218
Formas possíveis de organização das reuniões:
 Realizar 2 encontros semanais: um encontro de reflexão e um
encontro de planificação
 Realizar um único encontro de reflexão e planificação de
duração mais longa, durante a semana

Situações de desafio são aquelas onde ou a criança ou o próprio


educador tiveram certas dificuldades ou reacções negativas.

Situações de sucesso e de descoberta são aquelas onde a criança


ou o próprio educador aprenderam ou conseguiram fazer algo de
novo para eles.

Passos da planificação semanal das actividades dirigidas em


equipa:
1) Analisar os conteúdos do plano trimestral para a semana
seguinte
2) Realizar uma chuva de ideias sobre as possíveis actividades
dirigidas
3) Melhorar e /ou ampliar as ideias de actividades (na base dos
critérios de qualidade, objectivos relevantes e competências da
criança)
4) Organizar as actividades em sequência lógica
5) Descrever as actividades desafiadores passo-a-passo, para
todos terem a certeza de como as realizar
6) Preencher a ficha do plano semanal e partilhá-lá com pais

Preenche a ficha de plano semanal com atenção e detalhe


suficiente:
 Cada actividade tem objectivo, passos principais, e materiais
 Há sugestões de materiais para actividades livres

NOTA: Consulte o “Programa Educativo para crianças do 1º ao 5º


ano” para aprender mais sobre encontros de reflexão e de
planificação.

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando descreve a importância, os aspectos, e as formas de
organização de encontros de reflexão e de planificação.

Demonstração simulada
O formando realiza em grupo uma reflexão e planificação semanal,
seguindo os passos principais (ou de acordo com os critérios de
desempenho b) a e).

Produto
O formando apresenta a ficha do plano semanal preenchida com
detalhe suficiente.

219
INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 100 horas

Justificação do módulo
Este módulo é importante, porque actividades dirigidas são actividades importantes
para a aprendizagem de conteúdos definidos e predominam nas instituições de
infância neste momento. Infelizmente, muitas vezes são realizadas seguindo um
único método: 1) educador mostra e explica; 2) crianças cada por sua vez repetem o
que o educador disse ou respondem as questões de educador. As crianças podem
passar 30 minutos ou mais sentadas nas cadeiras, sem contacto com nenhum
material didáctico. Estes métodos não correspondem às características de
aprendizagem das crianças, e não promovem interesse nas crianças em aprender
mais.

O dado módulo pretende quebrar essas práticas comuns em uso nas actividades
dirigidas, oferecendo novas abordagens e métodos. Nomeadamente, os formandos
irão aprender definir os objectivos relevantes e cada vez mais complexos para as
crianças; utilizar uma diversidade dos métodos activos, materiais, e locais nas
actividades dirigidas; e planificar actividades dirigidas duma forma reflexiva. A nova
abordagem de planificação elaborada neste módulo preparará os educadores a
1) planificar em conjunto e assim beneficiar de ideias dos colegas, e 2) usar suas
observações e experiências com as crianças como uma fonte importante de
informação para adaptar as actividades dirigidas às necessidades, interesses, e
capacidades das crianças.

Finalmente, os formandos aprenderão realizar a hora do círculo, um tipo específico


de actividade dirigida que tem muita importância para socialização e aprendizagem
das crianças na instituição de infância, mas que tem sido pouco praticada neste
momento.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando dando ao formando sempre tempo e possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 8 horas)


O formando é capaz de rever os objectivos e as características principais de
actividades dirigidas e livres. Para isso, os formandos devem discutir e anotar as
características dos ambos tipos de actividades em grupos pequenos. A seguir, em
grupo grande, devem associar os cartões com características, com cada tipo de
actividades, justificando as suas respostas. e completando as suas notas sobre
actividades livres e dirigidas.

O formando consegue rever as competências-chave das crianças (sensório-motoras,


cognitivas, linguísticas, sócio-morais, e pessoais), identificando como essas são
promovidas em várias actividades dirigidas. Para isso, os formandos em grupos
220
pequenos devem primeiro alistar as competências-chave das crianças, e a seguir
devem analisar simulações, filmes ou exemplos escritos de actividades dirigidas
identificando as competências que a criança pode desenvolver em cada actividade.
No final discutem os resultados em grupo grande, debatendo a ideia que, numa
actividade dirigida, podem ser promovidas várias competências.

O formando é capaz de identificar os passos lógicos para promover as


competências definidas, e propor os objectivos específicos para uma actividade
dirigida na base de dada competência-chave. Para isso, o formador primeiro deve
demonstrar na base de 2 competências diferentes, como dividir cada competência
(ex., aprender as letras) em passos lógicos (ex., ensinar o som da letra e as palavras
onde aparece; ensinar reconhecer e produzir a forma da letra). Depois deve traduzir
alguns desses passos em objectivos para uma actividade dirigida simples (ex., do
grupo de 3º ano, e alguns - em objectivos para uma actividade mais avançada (ex.,
do grupo do 5º ano).

A seguir os formandos em pequenos grupos devem receber pelo menos 5 exemplos


de competências concretas e identificar os passos chave de aprender cada das
competências. Devem apresentar e comparar os passos identificados, completando
lhes se for necessário. Como passo seguinte, para cada competência os formandos
devem propor objectivos específicos (conteúdos concretos) para uma actividade
simples, e para uma actividade mais avançada (que se trata dos conhecimentos ou
habilidades mais complexas). Devem apresentar alguns objectivos em grupo
grande, recebendo o feedback dos colegas a volta das seguintes questões: 1) para
que crianças (idade, competências) são adequadas esses objectivos/actividades?;
2) os objectivos estão ligados com passos de aprendizagem da competência?; 3) os
objectivos propostos podem ser abrangidos numa actividade dirigida?

Finalmente, devem praticar identificar os passos de aprendizagem das certas


competências e definir objectivos para actividades concretas, na base dos exercícios
para casa recebidos do formador.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 35 horas)


O formando é capaz de nomear e exemplificar os critérios de qualidade duma
actividade dirigida (tais como crianças a expressar-se, a movimentar-se, a usar os
seus sentidos etc.), e os métodos activos para actividades dirigidas (entre esses,
jogos, actividades com histórias, actividades de produção, passeios, etc.).

Para isso, os formandos em grupos devem fazer uma chuva de ideias sobre os
critérios de qualidade duma actividade dirigida, e a seguir completar ou rectificar as
suas ideias na base de 1-2 filmes ou simulações que mostram actividades dirigidas
de boa qualidade. Devem a seguir comparar as suas listas dos critérios com a lista
do formador, completando o que ainda falta. Finalmente, em grupos, devem dar 2
exemplos diferentes para ilustrar cada critério, e a seguir partilhar o seu trabalho
com todo grupo. O formador deve ainda preparar 2-3 exemplos de actividades
dirigidas e pedir aos voluntários para demonstrar, como promovessem a participação
de crianças com diferentes capacidades e necessidades nessa actividade, variando
os materiais, as tarefas, ou o apoio que estão a dar às ‘crianças’. Finalmente, os
formandos devem reflectir sobre a sua infância, nomeadamente, 1) em que
situações sentiram-se com muita vontade e interesse a aprender, e ao contrario, 2)
quando foi muito difícil para eles de concentrar-se e de estudar. Devem construir
juntos no quadro as características dum bom ambiente de aprendizagem (ex.,
espaço sem muito barulho e com boa luz; crianças a ter tempo para descansar e
brincar; ambiente encorajador, sem competição, etc.)

221
Devem seguir os mesmos passos como descrito encima em relação aos métodos
activos, mas devem somente lembrar dos métodos que observaram nos filmes ou
simulaçoes, em vez de ve-los de novo.

O formando consegue planificar aspectos-chave das actividades dirigidas,


orientando-se nos critérios de qualidade. Para isso, devem receber a folha de
planificação de actividade dirigida. Devem primeiro observar a simulação de
formador a planificar um actividade na base dos aspectos da planificação anotados
na folha, verificando até que ponto ele/a segue os critérios de qualidade. A seguir
devem analisar em pequenos grupos um plano duma actividade dirigida, e melhora-
lo na base dos aspectos-chave e critérios de qualidade. Devem apresentar o seu
trabalho e receber o feedback dos colegas a volta das seguintes questões: 1) Todos
os aspectos da actividade dirigida foram planificados?; 2) Que critérios de qualidade
inclui a actividade proposta? Devem melhorar a actividade na base do feedback, e a
seguir planificar a sua própria actividade, que deve ser analisada em grupos
pequenos.

O formando é capaz de realizar actividades dirigidas na base dos critérios de


qualidade e com métodos activos, autoavaliar a sua prática, e identificar como
melhorar as próximas actividades dirigidas. Para isso, os formandos primeiro devem,
junto com formador e na base da lista de questões de autoavaliação, avaliar uma
actividade dirigida que assistem num filme ou simulação, e sugerir como poderiam
melhorar essa actividade. A seguir, em grupos de 4-5, devem preparar e simular
uma actividade dirigida da sua escolha, observando critérios de qualidade e usando
métodos activos. Cada grupo deve 1) apresentar sua actividade à turma; 2)
autoavaliar sua prática; e 3) receber o feedback dos colegas. Devem repetir o
mesmo processo com mais uma actividade, mudando dos grupo e do tipo de
actividade, e tentando melhorar o seu desempenho. No fim das simulações, o
formador deve orientar a reflexão sobre como correu o trabalho em grupos,
preparando assim os formandos para alguns aspectos dos encontros de reflexão e
planificação.

Finalmente, devem planificar por escrito e realizar pelo menos 5 actividades dirigidas
na instituição, autoavaliando cada vez o seu desempenho.

Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 14 horas)


O formando consegue argumentar sobre a importância de incluir as ideias das
crianças nas actividades dirigidas. Para isso, os formandos devem primeiro em
grupos pequenos analisar alguns exemplos escritos de como os educadores
incluíram as ideias das crianças nas actividades. A seguir, devem reflectir, em
plenário, sobre a importância de incluir as ideias das crianças, alistando aspectos
principais no quadro e se for preciso recebendo acréscimos do formador.

O formando é capaz de anotar acções e conversas significativas das crianças em


vários momentos do dia, e identificar os interesses das crianças na base dessas
conversas. A seguir, consegue planificar novas actividades dirigidas a partir dos
interesses das crianças, assim como integrar os interesses observados das
crianças, nas actividades dirigidas já planificadas.

Para isso, os formandos devem assistir um filme ou uma simulação, e anotar acções
e temas de conversas das crianças que indicam aquilo que interessa as crianças e
partilhar o que descobriram. Em grupos pequenos devem planificar uma actividade
dirigida que se baseia em alguns interesses identificados. Devem apresentar os
planos em plenário, recebendo o feedback dos colegas. Como próximo passo, cada
grupo deve receber uma cópia dum plano semanal preenchido, e identificar como
222
incluir os interesses observados nas crianças, neste plano. Os grupos devem
apresentar o seu trabalho e receber o feedback dos colegas. O formador deve
resumir a importância de incluir os interesses das crianças nas actividades e solicitar
as ideias dos formandos sobre como isso pode ser feito no dia-a-dia na instituição
de infância.

Finalmente, nos seus locais de prática, devem observar e anotar os interesses das
crianças, e planificar, pelo menos, 3 novas actividades dirigidas na base desses
interesses, assim como sugerir, por escrito, as mudanças nas 3 actividades já
planificadas para semana seguinte, na base dos interesses observados nas
crianças.

Resultado de aprendizagem 4. (Nº de horas estimado: 18 horas)


O formando é capaz de descrever os objectivos (ex., promover nas crianças a
capacidade de escutar com atenção, ampliar o sentido de pertença de grupo) e as
actividades típicas (ex., novidades das crianças e do educador, revisão ou
introdução de alguns conceitos) da hora do círculo.

Para isso, os formandos devem partilhar as suas experiências com a hora do círculo
e identificar em conjunto os objectivos e actividades típicas da hora do círculo. A
seguir, o formador deve simular uma hora do círculo, e pedir aos formandos para
identificar mais objectivos e actividades típicas da hora do círculo, até construir uma
lista mais completa.

O formando consegue preparar (produzir) os materiais básicos para a hora do


círculo, tais como a tabela de presenças, o calendário, o programa semanal para
crianças, cartazes sobre alguns temas, etc. Para isso, os formandos devem observar
diferentes modelos de qualidade apresentados pelo formador, descrevendo as suas
partes principais e a sua função. A seguir, devem dividir-se em grupos pequenos
onde, em pares, preparam um tipo de material, recebendo o feedback e apoio das
colegas do grupo. O formador deve assegurar que existam materiais como caixas,
tesouras, marcadores, tintas, recortes de jornais, bostic, panos, e outro material
necessário em quantidades suficientes. Finalmente, os formandos devem expôr e
analisar os materiais preparados, enquanto o formador escolhe os melhores
materiais e pede os ‘autores’ para explicar como produzir e usá-los.

O formando é capaz de preparar e realizar a hora do círculo no início do dia, e a


hora do círculo no fim do dia. Para isso, os formandos devem fazer uma chuva de
ideias recolhendo conteúdos que são especificamente para o círculo do início do dia
e do fim do dia, assim como os conteúdos comuns. Se for necessário, o formador
pode simular certas actividades que são novas para os formandos. A seguir, devem
discutir e anotar no quadro, que preparação deve fazer o educador para cada tipo de
círculo. Devem formar pequenos grupos, uns preparando a hora do círculo do inicio
outros do fim do dia. Cada grupo deve apresentar a sua hora do círculo, e receber o
feedback dos colegas. No fim, o formador deve resumir os aspectos importantes da
hora do círculo.

Finalmente, os formandos devem produzir, em pares, mais 2 materiais e praticar a


orientar a hora do círculo no inicio ou no fim do dia, no seu local de prática, pelo
menos, 3 vezes.

Resultado de aprendizagem 5. (Nº de horas estimado: 24 horas)


O formando consegue descrever a importância, os aspectos, e as formas possíveis
de organização, dos encontros de reflexão e de planificação na instituição de
223
infância. Esses encontros servem para reflexão sobre as crianças e sobre as
actividades realizadas na última semana e para planificação conjunta. Podem ser
organizados de forma separada ou conjuntamente.

Para isso, os formandos devem primeiro anotar em grupos e partilhar as suas ideias
sobre o que é um encontro de reflexão e planificação, e porque é importante. A
seguir, devem assistir um filme ou simulação do encontro de reflexão e planificação,
e adicionar novas ideias nas suas notas. O formador deve resumir a importância e
os aspectos-chave desse encontro, e discutir as formas possíveis de organização
dos encontros, solicitando as experiências e as ideias dos formandos e clarificando
dúvidas e questões.

O formando é capaz de 1) reflectir em equipa sobre situações de desafio, de


sucesso, e de descoberta, nas crianças e nas actividades dirigidas e livres, durante
a última semana. Para isso, no início deste módulo o formador deve preparar uma
ficha com situações atrás referidas para que os formandos, quando forem praticar
nas instituições de infância, irem, desde o início, registando as suas observações
sobre situações de desafio, de sucesso e de descoberta nas actividades livres e
dirigidas, e nas interacções com as crianças.

A seguir os formandos divididos em pequenos grupos devem fazer um mapa visual


respectivamente de situações de desafio, de sucesso e de descoberta que
observaram nas actividades e com crianças, e reflectir o que as mesmas indicam
para a planificação das actividades para a semana seguinte. Depois, em plenário,
devem apresentar os resultados dos vários grupos e debater as conclusões que os
grupos tiraram das reflexões para planificar actividades da semana seguinte.

O formando consegue 1) planificar em equipa as actividades dirigidas para a


semana seguinte na base dos passos de planificação semanal; 3) planificar como
melhorar o ambiente para as actividades livres na base da análise da última
semana; 4) debater activamente e com respeito às experiências e ideias dos
colegas; e 5) preencher a ficha do plano semanal com atenção e detalhe necessário,
partilhando a com os pais (ex., afixando na parede, copiando para os pais etc.).

Para isso, o formador deve simular o encontro de planificação com um pequeno


grupo de formandos, enquanto os outros assistem. Os formandos que assistem,
devem 1) identificar e anotar os passos do encontro que o formador segue, 2)
identificar e anotar algumas atitudes ou práticas do formador que facilitam o
intercâmbio durante o encontro. Depois da simulação, os formandos devem partilhar
aquilo que observaram, construindo os passos do encontro juntos no quadro, e
identificando as práticas que facilitam o encontro.

A seguir, devem assistir o mesmo filme ou simulação que viram antes, identificando
os passos e as boas práticas durante o encontro. Devem analisar as suas notas
sobre o filme, discutindo também as razões possíveis porque alguns passos eram
saltados ou alterados.

Finalmente, os formandos devem dividir-se em pequenos grupos, receber os


materiais de apoio (plano trimestral, caderno de observações das crianças, ficha
vazia do plano semanal), e simular o encontro de reflexão e planificação seguindo os
passos definidos, e preenchendo o plano semanal no fim. O formador deve circular
pelos grupos, observando as simulações, e dando pequenos estímulos. A seguir,
devem discutir as simulações, analisando o que correu bem, onde tiveram
dificuldades, e o que aprenderam de novo dessa experiencia.

224
Noutra sessão (no dia seguinte) devem praticar mais uma vez a realizacão em
grupos pequenos das simulações dos encontros de reflexão e planificação,
analisando as a seguir.

Finalmente, os formandos, na sua instituição de prática, devem apresentar à equipa


dos educadores os passos do encontro de reflexão e planificação, e orientar um
encontro de reflexão sobre as situações de descoberta, de desafio, e de sucesso da
semana passada, e, mais tarde, um encontro de planificação para a semana
seguinte, apresentando o plano semanal preenchido como produto final, e
concordando como irao partilhá-lo com os pais.

Devem voltar para o centro de formação e reflectir, com apoio do formador, sobre
todas as experiências de implementação que tiveram neste módulo.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação neste módulo deve focalizar-se na avaliação dos conhecimentos básicos
sobre as características das actividades de qualidade dirigidas e das habilidades
práticas de educador de planificar, realizar, e avaliar as suas actividades dirigidas,
em colaboração com os colegas. A avaliação do módulo pode ser feita de forma
integrada, onde se privilegia a avaliação dos resultados como um conjunto ao invés
de resultados separados. Sempre que possível, os formandos devem fazer auto-
avaliação das suas demonstrações, antes da avaliação feita pelo formador.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito de associação entre actividades livres e dirigidas e seus objectivos e
características; teste prático onde o formando deve identificar as competências das
crianças promovidas através de de várias actividades dirigidas.

Produto escrito avaliado com base duma ficha de verificação, onde o formando
identifica, pelo menos, 3 passos para desenvolver cada uma das 2 competências
definidas, e propõe os objectivos específicos para 2 actividades dirigidas.

Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito de respostas curtas sobre os critérios de qualidade de actividade
dirigida e dos métodos activos em uso nas actividades dirigidas; teste de respostas
abertas sobre os exemplos dalguns critérios de qualidade e de alguns métodos
activos.

Produto escrito, constituído por fichas de planificação de 2 actividades dirigidas,


preenchidas com base nos critérios de qualidade e nos métodos activos, e avaliado
com base duma ficha de verificação.

Demonstração simulada avaliada através de uma ficha de verificação, onde o


formando realiza uma actividade dirigida na base dos critérios de qualidade, auto-
avalia o seu desempenho no fim da actividade e descreve o que irá adoptar ou fazer
de forma diferente, nas próximas actividades.

Resultado de Aprendizagem 3
Teste escrito de respostas abertas onde o formando argumenta sobre a importância
de incluir as ideias das crianças nas actividades dirigidas.

225
Produto escrito constituído por 1) notas de observações e conversas significativas
das crianças seguidas pela lista dos interesses das crianças identificados nesses
momentos; 2) fichas preenchidas de planificação de 2 actividades dirigidas
elaboradas a partir dos interesses identificados nas crianças; 3) ficha do plano
semanal com apontamentos de como integrar os interesses observados nas
crianças, em 3 actividades dirigidas descritas no plano. O produto será avaliado
através duma ficha de verificação.

Resultado de Aprendizagem 4
Teste escrito de respostas curtas sobre os objectivos e as actividades típicas na
hora do círculo.

Produto produzido em pares, constituído por 2 materiais da sua escolha para a hora
do círculo, e avaliado através duma ficha de verificação.

Demonstração simulada avaliada através de uma ficha de verificação, onde os


formandos, em pares, preparam e realizam a hora do círculo no início ou no final do
dia, implementando, pelo menos, 4 actividades diferentes.

Resultado de Aprendizagem 5
Teste escrito de respostas curtas sobre a importância, os aspectos, e as formas de
organização de encontros de reflexão e de planificação.

Demonstração simulada avaliada através de uma ficha de verificação, onde os


formandos realizam, em pequeno grupo, uma reflexão e planificação semanal,
seguindo os passos principais (ou de acordo com os critérios de desempenho b) a
e).

Produto em forma da ficha do plano semanal preenchida com detalhe necessário, na


base do encontro de reflexão e planificação (simulado na avaliação anterior),
avaliado através de uma ficha de verificação.

Necessidades Especiais
Para evitar que formandos com necessidades especiais sejam prejudicados, as
evidências requeridas modificadas podem ser produzidas por uma escola ou Centro
de ensino para a certificação destes candidatos. Contudo, se a modificação ocorrer,
ela não deve diluir a qualidade das especificações do módulo. Em todos os casos as
modificações devem ser sujeitas à aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Hohmann, M., & Weikart, D. (1997). Educar a criança. Portugal, Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian.
2. Ministério da Mulher e da Acção Social. [in press]. Programa Educativo para
crianças do 1o ao 5o ano. Maputo, Moçambique.

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP.

226
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Título do módulo: Promover actividades dirigidas de matemática


com as crianças

Código do módulo: -

Data da validação: -

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 7
A conclusão com êxito dos seguintes módulos do
certificado vocacional 4 em educação de infância: ‘Aplicar
Requisitos de inscrição
Educação Inclusiva’ e ‘Promover actividades dirigidas
no módulo: com as crianças e os encontros de reflexão e
planificação’.

A conclusão com êxito deste módulo é necessária para a


Progressão: inscrição em seguintes módulos do nível 4: ‘Levar a cabo
uma experiência de trabalho numa instituição de infância’,
e em todos os módulos do certificado vocacional 5 em
educação de infância.

Após a conclusão deste módulo, os formandos serão


capazes de descrever as áreas temáticas, as
competências chaves e a importância do desenvolvimento
dos conceitos matemáticos na criança. Conseguirão
também descrever e exemplificar como promover os
conceitos de matemática nas crianças. Serão capazes de
Introdução ao módulo: planificar e preparar em equipa actividades dirigidas de
matemática bem como realizá-las e auto-avaliar a sua
prática. Além disso aprenderão promover encontros
semanais de reflexão e planificação na área de
matemática como base para a preparação do plano
semanal.

1. Descrever as noções matemáticas, as competências


chave e a importância do desenvolvimento dos
conceitos matemáticos na criança.
2. Descrever e exemplificar como promover os conceitos
de matemática nas crianças.
Resumo dos resultados 3. Planificar e preparar em equipa actividades dirigidas
de aprendizagem: de matemática.
4. Realizar actividades dirigidas de matemática e auto-
avaliar a sua prática.
5. Promover encontros semanais de reflexão e
planificação na área de matemática como base para a
preparação do plano semanal.

227
Descrever as noções matemáticas, as
competências chave e a importância do
Resultado de aprendizagem 1: desenvolvimento dos conceitos matemáticos na
criança

Critérios de desempenho:
(a) Descreve as noções matemáticas na educação de infância, ligando-as a
aspectos na vida diária da criança.
(b) Resume as competências-chave que as actividades de matemática
desenvolvem na criança.
(c) Descreve a importância das competências de matemática para o
desenvolvimento global da criança.

Contextos de aplicação:
Noções matemáticas incluem:
 Propriedades dos objectos: forma, cor, tamanho, peso, sabor,
temperatura, entre outros
 Espaço / posições (longe, perto; em cima, em baixo, entre, etc.),
direcções (para trás para a frente, …), e distâncias
 Tempo (antes – agora – depois; ontem - hoje – amanhã, etc.)
 Quantidades (muito, pouco, metade, dobro, mais, menos...) e,
números e medidas
 Acções para nomear (identificar), comparar, classificar (agrupar),
ordenar, e sequenciar

Competências-chave ligadas a:
 Primeiras etapas do raciocínio matemático: descobrir, observar,
classificar e reflectir para resolver
 Comparação de formas, tamanhos, cores, e outras propriedades
 Capacidades de classificar e sequenciar
 Noções de tempo e espaço (posições, distâncias, direcções e
lateralidade)
 Noções básicas de quantidades e números, medidas /medição / medir
não-tradicionais

Veja a proposta de competências matemáticas específicas para educação


de infância, no Programa Educativo para crianças do 1º ao 5º ano.

Importância de adquirir noções matemáticas:


 Desenvolve a capacidade de pensar logicamente; contribui para uma
autonomia intelectual
 Facilita a compreensão do mundo à sua volta
 Ajuda a resolver problemas diários de carácter matemático

228
Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Descreve noções matemáticas dando exemplos da vida diária da
criança
 Resume competências chaves que as actividades de matemática
desenvolvem na criança e descreve a sua importância para o
desenvolvimento global da criança.

Descrever e exemplificar como promover os


Resultado de aprendizagem 2: conceitos de matemática nas crianças

Critérios de desempenho:
(a) Descreve como as crianças aprendem as propriedades de objectos (através de
processos para nomear, comparar, classificar, ordenar, e sequenciar) e
exemplifica actividades possíveis.
(b) Descreve como as crianças desenvolvem as noções de espaço e tempo e
exemplifica actividades possíveis.
(c) Descreve e exemplifica como as crianças desenvolvem as noções de quantidades
e números e exemplifica actividades possíveis.

Contextos de aplicação:
Classificar, ordenar e sequenciar:
 Classificar: é incluir um objecto num determinado conjunto, tendo em
conta determinadas propriedades
 Ordenar: é relacionar diferentes qualidades de objectos, no espaço e no
tempo
 Sequenciar: é ser capaz de referir os elementos da sequência, de modo
a que se reconheça um precedente e um sucessor, sequência: do
tempo, dos dias da semana, números naturais, com objectos, cores e
formas, etc.

Actividades dirigidas possíveis de matemática podem se orientar nas


acções seguintes:
 Realizar movimentos físicos (saltar, gatinhar) no “raio de número” –
experiências físicas com distâncias, espaço, formas, quantidades e
sequência de números
 Encontrar igual e diferentes objectos ‘intrusos’ na sequência de
objectos
 Identificar, comparar e ordenar formas, cores, posições, direcções,
quantidades, medidas, tamanhos
 Formar grupos de objectos ou conjuntos de acordo com propriedades
 Criar sequências de objectos, com e sem padrão
 Descrever posições e distâncias, fazer e ‘ler’ mapas
 Colocar e descrever imagens em sequência temporária (antes, durante
e depois)
 Criar actividades de contagem; criar grupos com certo número de
objectos
 Ligar o número à quantidade
 Realizar a escrita dos números, identificação dos números
229
 Arranjar números em sequência
 Adicionar e diminuir (problemas matemáticos)
Actividades matemáticas podem ser desenvolvidas no contexto de actividades
físicas, actividades de culinária, actividades com objectos de natureza,
através de passeios, jogos etc.

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando descreve e exemplifica como as crianças...
 Aprendem propriedades de objectos
 Desenvolvem noções de tempo e espaço
 Desenvolvem noções de números e quantidades.

Planificar e preparar em equipa


actividades dirigidas de
Resultado de aprendizagem 3:
matemática

Critérios de desempenho:
(a) Identifica objectivos da actividade dirigida na base das competências
chaves da matemática e as competências já desenvolvidas nas crianças.
(b) Planifica a actividade dirigida com os seus aspectos chave e na base dos
critérios de qualidade de actividades dirigidas.
(c) Prepara e produz materiais de aprendizagem de matemática necessários
para a actividade dirigida.
(d) Identifica formas de diferenciar o grau de dificuldade da actividade dirigida.
(e) Identifica como incluir ideias das crianças na actividade dirigida de matemática.

Contextos de aplicação:
Aspectos-chave da actividade dirigida incluem:
1. Objectivos e resultados a atingir (por parte da criança – competências)
2. Actividade passo a passo:
 Motivação/Introdução
 Demonstração
 Acompanhamento
 Arrumação
3. Tempo necessário e seu uso
4. Materiais e local a utilizar
5. Tipo de organização das crianças (em pares, em grupos etc.)

Critérios de qualidade da actividade dirigida incluem:


1. Crianças a expressarem-se sobre o tema
2. Momentos para a criança se movimentar
3. Crianças a usarem os seus sentidos
4. Crianças a agirem
5. Educador a oferecer actividades com vários graus de dificuldade
 Através de materiais diferentes
 Através de tarefas diferentes
230
 Através de apoios diferentes
6. Educador a criar um bom ambiente para a aprendizagem (sem barulho,
Interrupções ou competição, e sempre encorajador etc.)

Diferenciar o grau de dificuldade:


 Através de materiais pedagógicos diferentes
 Através de tarefas diferentes
 Através de apoios diferentes

Como incluir ideias das crianças nas actividades dirigidas:


1) Escolher temas que interessem as crianças
2) Optar por actividades que interessem as crianças
3) Oferecer materiais que interessem as crianças

Evidências requeridas:
Produto
O formando apresenta...
 A planificação de duas actividades dirigidas, seguindo os critérios de
qualidade e descrevendo os aspectos chaves e as formas concretas
de diferenciar o grau de dificuldade da actividade
 Exemplos de pelo menos 2 formas como incluir os interesses da
criança nas actividades dirigidas planificadas
 Os materiais pedagógicos necessários para as actividades dirigidas
planificadas.

Realizar actividades dirigidas de


Resultado de aprendizagem 4: matemática e auto-avaliar a sua prática

Critérios de desempenho:
(a) Realiza actividades dirigidas de matemática, seguindo os critérios de
qualidade.
(b) Diferencia na implementação, o grau de dificuldade de acordo com as
capacidades e necessidades das crianças.
(c) Realiza a auto-avaliação do seu desempenho no fim da actividade
e descreve o que irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas actividades.

Contextos de aplicação:
Auto-avaliação do seu desempenho inclui:
1) Preparação
2) Participação das crianças
3) Dificuldades
4) Sucessos

Evidências requeridas:
Demonstração real ou simulada
O formando prepara os materiais e realiza 1 actividade dirigida de
matemática, seguindo os critérios de qualidade, diferenciando o grau de

231
dificuldade de acordo com as capacidades e necessidades das crianças
e avaliando a sua prática no fim da actividade.

Promover encontros semanais de


Resultado de aprendizagem 5: reflexão e planificação na área de
matemática como base para a
preparação do plano semanal

Critérios de desempenho:
(a) Reflecte em equipa sobre situações de desafio, de sucesso, e de
descoberta, nas crianças e nas actividades dirigidas de matemática,
durante a semana recente.
(b) Identifica objectivos para actividades seguintes de matemática.
(c) Planifica em equipa as actividades dirigidas de matemática para a semana
seguinte na base dos passos de planificação semanal.
(d) Debate activamente e com respeito as experiências e ideias dos colegas.
(e) Preenche as actividades de matemática na ficha do plano semanal,
ordenando as actividades na sequência adequada e nomeando os
materiais necessários.

Contextos de aplicação:
Situações de desafio são aquelas onde ou a criança ou o próprio educador
tiveram certas dificuldades ou reacções negativas.

Situações de sucesso e de descoberta são aquelas onde a criança ou o


próprio educador aprenderam ou conseguiram fazer algo de novo para
eles.

Objectivos para actividades seguintes identificam-se na base de:


 Aproveitamento das actividades pedagógicas realizadas anteriormente
 Progresso das crianças em relação às competências chave
 Plano trimestral / anual das actividades pedagógicas da instituição de
infância
 Interesses das crianças

Passos da planificação semanal das actividades dirigidas:


1) Realizar uma chuva de ideias sobre as possíveis actividades dirigidas
2) Melhorar e /ou ampliar as ideias de actividades (na base dos critérios
de qualidade, objectivos relevantes e competências da criança)
3) Organizar as actividades em sequência lógica
4) Descrever as actividades desafiadores passo-a-passo, para todos
terem a certeza de como as realizar
5) Preencher a ficha do plano semanal (pode ser feito por um educador já
fora do encontro)

O plano semanal contém:


 Sequência das actividades
 Materiais necessários para cada actividade
 Alguns conteúdos da hora do círculo e materiais para actividades livres

232
Sequência adequada das actividades dirigidas orienta-se por:
 Sequência lógica das competências chave atingidas
 Aumento do grau de complexidade
 Exigências de concentração (nível alto melhor para a 1ª actividade do
dia)
 Exploração sensório-motora antes da aprendizagem mais abstracta
 Disponibilidade dos materiais pedagógicos (onde os materiais são
partilhados entre os grupos)

Evidências requeridas:
Demonstração simulada
O formando realiza em grupo uma reflexão e planificação semanal sobre
actividades de matemática, seguindo os passos principais (ou de acordo
com os critérios de desempenho a) a d).

Produto
O formando apresenta a ficha de plano semanal onde são preenchidas
com detalhe suficiente e na sequência adequada, 4 actividades de
matemática.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 70 horas

Justificação do módulo
Este módulo é importante porque exercita as competências dos formandos de
planificar e realizar actividades dirigidas de matemática baseadas nos métodos de
EICC. É o primeiro módulo, depois da introdução das bases de planificação e
realização de actividades dirigidas que concretiza a sua implementação na área de
matemática. Os formandos aprofundam as suas competências no contexto de
actividades dirigidas (ex: planificar, reflectir, diferenciar o grau de dificuldade). Além
disso vão conhecer uma variedade de actividades dirigidas de matemática possíveis
e de carácter lúdico que promovem o gosto pela matemática, a criatividade e a
percepção dos métodos de EICC. Isso é fundamental porque muitas vezes os
métodos utilizados em actividades dirigidas nas instituições de infância não são
adequados (não promovem educação inclusiva e centrada na criança) e é
necessário conhecer formas alternativas para as mesmas.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando dando ao formando sempre tempo e possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas.
233
Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 5 horas)
O formando é capaz de descrever as noções matemáticas na educação de infância,
ligando-as a aspectos na vida diária da criança. Para isso devem realizar uma chuva
de ideias recolhendo aspectos que fazem parte das noções matemáticas. Com apoio
do formador devem agrupar e completar as noções de matemática. A seguir devem
dar exemplos concretos como cada uma das noções está ligada aos aspectos da
vida diária da criança. Para isso podem recorrer as reflexões sobre a sua própria
infância, especificamente, como aprendiam algumas das noções de matemática
através das suas actividades diárias.

O formando sabe resumir as competências chaves (ex., comparação de formas,


tamanhos, cores e outras propriedades, capacidade de classificar e sequenciar) que
as actividades de matemática desenvolvem na criança. Para isso os formandos
devem trabalhar em dois grupos, recolhendo as competências chaves. Um grupo
deve recolher as competências na base da lista das noções matemáticas, e o outro
grupo deve rever as propostas de competências no Programa Educativo para
crianças do 1o ao 5o ano. A seguir devem apresentar os seus resultados e completar
a lista das competências chaves, que fica afixada na parede no decorrer do módulo.

O formando consegue descrever a importância das competências de matemática


para o desenvolvimento global da criança. Para tal os formandos devem realizar um
jogo em que devem juntar cartões de competências de matemática a cartões de
influências de certas competências de matemática para a vida diária (para o
desenvolvimento global) da criança. Assim neste jogo os formandos devem analisar
e descrever as ligações estabelecidas, reflectir sobre as mesmas e completar a lista
de importância de competências com o apoio do formador.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 10 horas)


O formando é capaz de descrever como as crianças aprendem as propriedades de
objectos (através de processos para nomear, comparar, classificar, ordenar, e
sequenciar) e exemplifica actividades possíveis. Ele também consegue descrever a
forma como as crianças desenvolvem as noções de espaço e tempo e exemplifica
actividades possíveis. Finalmente, o formando é capaz de descrever e exemplificar
como as crianças desenvolvem as noções de quantidades e números e exemplifica
actividades possíveis.

Para isso os formandos devem primeiro realizar uma chuva de ideias sobre
experiências importantes para a criança na aprendizagem de propriedades de
objectos e sobre possíveis formas desta aprendizagem. A seguir os formandos
devem assistir simulações (ou filmes) sobre possíveis actividades dirigidas que
promovem esta aprendizagem. Eles devem analisar se as actividades observadas
cumprem os critérios de qualidade e sugerir com criatividade as variações possíveis
das actividades (para ter uma diversidade maior de ideias de actividades dirigidas).
Os formandos em pequenos grupos devem propor e simular novas actividades
dirigidas para aprender as propriedades de objectos com base noutros métodos,
analisar a sua qualidade e elaborar uma lista de exemplos extras de actividades
dirigidas adequadas. O mesmo método é utilizado para os outros dois conceitos de
matemática (noções de espaço e tempo, e noções de quantidade de números).

Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 22 horas)


O formando é capaz de identificar os objectivos da actividade dirigida na base das
competências chaves da matemática e das competências já desenvolvidas nas
crianças. Para isso os formandos devem rever as competências chaves de
234
matemática nas crianças, levar uma lista das mesmas para a instituição de infância
e observar crianças de diferentes idades nas actividades de matemática. Eles
devem tomar notas sobre pelo menos dois grupos de crianças, registando as
competências chaves de matemática que as crianças estão a demostrar e quais
ainda têm a desenvolver. Depois reflectem em grande grupo sobre as observações e
a sua ligação com os objectivos da actividade dirigida, e nomeiam os objectivos
adequados para os grupos observados.

O formando é capaz de planificar a actividade dirigida com os seus aspectos chave


e na base dos critérios de qualidade de actividades dirigidas. Para tal os formandos
em grupo grande devem rever os critérios de qualidade de actividades dirigidas. A
seguir o formador deve resumir os aspectos chaves de actividades dirigidas e
realizar uma simulação duma planificação em grupo, com apoio dalguns formandos.
Os formandos que não participam na simulação devem analisar se todos os
aspectos estão incluídos na planificação e se os critérios de qualidade de
actividades dirigidas são cumpridos. A seguir, em grupos de três devem planificar
três actividades dirigidas, apresentar uma das actividades em forma de simulação, e
receber o feedback do grande grupo na base dos critérios e dos aspectos chaves.

O formando consegue preparar e produzir materiais de aprendizagem de


matemática necessários para a actividade dirigida. Para isso os formandos devem
alistar nos grupos de três (da actividade anterior) os materiais necessários para as
actividades dirigidas planificadas, preparar ou produzir os mesmos e apresenta-nos
no grande grupo.

O formando é capaz de identificar as formas de diferenciar o grau de dificuldade da


actividade dirigida. Para isso eles devem rever as formas de diferenciar o grau de
dificuldade e analisar nos grupos de três as formas concretas para as actividades
dirigidas planificadas. Eles devem fazer uma breve simulação das formas de
diferenciar, seguida por uma reflexão em grupo.

O formando é capaz de identificar como incluir ideias das crianças na actividade


dirigida de matemática. Para tal os formandos devem observar na sua instituição de
infância os interesses de algumas crianças e anotar alguns desses, junto com o
contexto da observação. Depois em grande grupo devem rever algumas actividades
dirigidas e alguns formandos voluntários devem apresentar as suas observações e
ideias sobre a inclusão dos interesses da criança nestas actividades dirigidas.

Resultado de aprendizagem 4. (Nº de horas estimado: 20 horas)


O formando é capaz de realizar actividades dirigidas de matemática seguindo os
critérios de qualidade e de diferenciar na implementação o grau de dificuldade de
acordo com as capacidades e necessidades da criança. Ele também consegue
realizar a auto-avaliação no fim da actividade e descrever o que irá adoptar ou fazer
de diferente nas próximas actividades.

Para isso os formandos primeiro devem recolher os aspectos principais para a auto-
avaliação duma actividade dirigida, anotar e reflectir sobre os mesmos. A seguir
cada formando deve levar ao planos de actividades dirigidas de matemática (feitas
no contexto do resultado de aprendizagem 3) para a sua instituição de infância. Na
instituição de infância ele em primeiro lugar deve observar as capacidades e
necessidades das crianças dos grupos onde vai realizar a actividade e planificar na
base disso as formas de diferenciar o grau de dificuldade nas actividades
planificadas. A seguir ele deve preparar e produzir os materiais necessários para as
actividades dirigidas que vai realizar. Antes da realização de cada actividade o
formando deve rever os critérios de qualidade duma actividade. Ele deve realizar
235
pelo menos 5 actividades dirigidas seguidas por uma auto-reflexão escrita onde
deve anotar a reflexão sobre os aspectos principais e descrever o que irá adoptar ou
fazer de diferente nas próximas actividades. Finalmente, no centro de formação, os
formandos devem apresentar as suas experiências e alguns formandos voluntários
devem contar sobre as suas auto-reflexões.

Resultado de aprendizagem 5. (Nº de horas estimado: 13 horas)


O formando é capaz de reflectir em equipa sobre situações de desafio, de sucesso,
e de descoberta, nas crianças e nas actividades dirigidas de matemática, durante a
recente semana. Para isso os formandos primeiro devem identificar e anotar
individualmente as situações de desafio, de sucesso e de descoberta durante a
prática feita no fim do resultado de aprendizagem anterior. Depois devem reflectir
sobre os 3 tipos de situações identificadas nas actividades dirigidas realizadas
anteriormente, em grupos pequenos, e depois com a equipa da sua instituição de
infância.

O formando é capaz de identificar objectivos para as actividades de matemática para


a semana seguinte. Para tal os formandos devem rever juntos com o formador os
aspectos que ajudam a planificar objectivos para actividades dirigidas. Em pares
devem propor objectivos para actividades dirigidas para a semana seguinte,
seguindo as que realizaram anteriormente, e devem apresentar os mesmos ao
grande grupo.

O formando consegue planificar em equipa as actividades dirigidas de matemática


para a semana seguinte na base dos passos de planificação semanal e é capaz
também de debater activamente e com respeito as experiências e ideias dos
colegas. O formando também é capaz de preencher as actividades de matemática
na ficha do plano semanal, ordenando as actividades na sequência adequada e
nomeando os materiais necessários. Para isso os formandos devem rever os passos
de planificação semanal das actividades dirigidas e recolher critérios importantes
para um debate activo e respeitoso, anotando esses no quadro ou no papel gigante.
Eles devem alistar os aspectos que definem a sequência adequada das actividades
dirigidas, fazendo exemplos concretos para cada um dos aspectos. Com o apoio do
formador, um grupo voluntário deve simular um encontro de planificação semanal
sobre actividades de matemática. Os formandos observandos devem analisar se os
passos de planificação e os critérios de um debate activo e respeitoso são
cumpridos. A seguir devem simular o mesmo encontro em grupos pequenos,
seguido pela análise do cumprimento dos passos de planificação e dos critérios do
debate activo e respeitoso. A seguir cada um dos formandos deve preencher
actividades de matemática na ficha de plano semanal na base da planificação
simulada nos grupos pequenos, apresentá-lo no seu grupo, e reflectir sobre os
diferentes aspectos preenchidos. Em grande grupo devem debater sobre desafios e
sucessos na planificação. Finalmente devem realizar uma planificação semanal das
actividades de matemática na sua instituição de infância, explicando antes à equipa,
os aspectos principais, preparando os materiais necessários (ex: planos
trimestrais/anuais) e preenchendo a seguir a ficha do plano semanal com
actividades de matemática concordadas e apresentando a mesma à equipa.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação deste módulo tem o seu enfoque nas bases teóricas de actividades
dirigidas de matemática e implementação dos mesmos, bem como a planificação e
preparação de actividades dirigidas de matemática. A avaliação do módulo pode ser
feita de forma integrada, onde se privilegia a avaliação dos resultados como um
conjunto ao invés de resultados separados. Sempre que possível e especialmente

236
nas demonstrações, o formando deve fazer auto-avaliação antes de o formador
partilhar os seus comentários de avaliação.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito com perguntas de respostas curtas sobre noções matemáticas com
uma breve descrição dum exemplo da vida diária da criança para cada uma das
noções matemáticas. Teste escrito com perguntas de curta resposta onde o
formando deve nomear as competências chaves que as actividades de matemática
desenvolvem na criança e dar uma breve descrição da sua importância para o
desenvolvimento global da criança. Os dois testes escritos devem ser realizados em
conjunto para facilitar a execução da avaliação.

Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito de associação entre as noções matemáticas (nomeadamente,
propriedades de objectos, noções de tempo e espaço, noções de números e
quantidades) e algumas formas de como essas podem ser aprendidas pela criança;
teste de respostas abertas onde os formandos descrevem para cada noção de
matemática, os exemplos adicionais de como essa pode ser aprendida pela criança.

Resultado de Aprendizagem 3
Produto avaliado através duma lista de verificação e constituído pelas partes 1)
planificações de duas actividades dirigidas passo-a-passo incluindo as formas
concretas de diferenciar o grau de dificuldade das actividades; 2) exemplos
concretos de pelo menos 2 formas de incluir os interesses da criança nas duas
actividades dirigidas planificadas; e 3) materiais pedagógicos necessários para as
duas actividades dirigidas planificadas.

Resultado de Aprendizagem 4
Demonstração real avaliada através duma lista de verificação, onde o formando,
realiza uma actividade dirigida de matemática de qualidade, apresenta os materiais
necessários e preparados por ele e avalia a sua prática no fim da actividade.

Resultado de Aprendizagem 5
Demonstração simulada feita em grupos de cinco e avaliada através duma ficha de
verificação, onde os formandos realizam uma reflexão e planificação semanal sobre
actividades de matemática.

Produto avaliado através duma ficha de verificação e constituído por uma ficha de
plano semanal preenchida com 4 actividades dirigidas de matemática.

Necessidades Especiais
Em certos casos, evidências requeridas modificadas podem ser produzidas por uma
escola ou Centro de ensino para certificação de candidatos com necessidades
especiais. Contudo, se a modificação ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das
especificações do módulo. Em todos os casos as modificações devem ser sujeitas à
aprovação pelo PIREP.

237
Referências
1. De Carvalho, D. L. (1998). Metodologia do Ensino da Matematica. DF, Brasilia
2. Hohmann, M, & Weikart, D. (1997). Educar a criança. (High Scope Educational
Research Foundation). Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa.
3. Hohmann, M., & Weikart, D. (1979) A Criança em Acção (2ª Edição). Fundação
Calouste Gulbenkian: Lisboa.
4. Ministério da Mulher e da Acção Social. [in press]. Programa Educativo para
crianças do 1o ao 5o ano. Maputo, Moçambique.
5. Porquet, M. (1978) A matemática natural no ensino infantil - técnicas de
educação. Editorial Estampa: Lisboa.

Glossário
Competencias-chave – competências principais a desenvolver nas áreas de
aprendizagem (padrões uniformizados para a orientação em documentos e
regulamentos oficiais)

Auto-avaliação – fazer uma avaliação sobre a seu próprio desempenho profissional,


reflectindo sobre os pormenores da sua pratica

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP.

238
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Promover actividades dirigidas de conhecimento do


Título do módulo:
mundo com as crianças

Código do módulo: MO

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 6

Conclusão com êxito dos seguintes módulos do certificado


Requisitos de inscrição vocacional 4 em educação de infância: ‘Aplicar Educação
no módulo: Inclusiva’, e ‘Promover actividades dirigidas com as crianças
e os encontros de reflexão e planificação’.

A conclusão, com êxito, deste módulo é necessária para a


Progressão: inscrição no módulo ‘Levar a cabo uma experiência de
trabalho numa instituição de infância’ do certificado
vocacional 4 em educação de infância, e em todos os
módulos do certificado vocacional 5 em educação de
infância.

Após a conclusão deste módulo, os formandos serão


capazes de descrever os conteúdos, as competências chave
e os métodos a utilizar para o conhecimento do mundo pela
criança, descrever, preparar e realizar actividades de
Introdução ao módulo: educação para a saúde e de educação ambiental
autoavaliando a sua prática, e promover encontros semanais
de reflexão e planificação na área de conhecimento do
mundo como base para o plano semanal.

1. Descrever os conteúdos, as competências chave e os


métodos a utilizar para o conhecimento do mundo pela
criança.
2. Descrever, preparar e realizar actividades de educação
Resumo dos resultados para a saúde e autoavaliar a sua prática.
de aprendizagem: 3. Descrever, preparar e realizar actividades de educação
ambiental e autoavaliar a sua prática.
4. Promover encontros semanais de reflexão e planificação
na área de conhecimento do mundo como base para o
plano semanal.

239
Resultado de aprendizagem 1: Descrever os conteúdos, as
competências chave e os métodos a
utilizar para o conhecimento do
mundo pela criança

Critérios de desempenho:
(a) Descreve e ordena os conteúdos sobre o conhecimento do mundo
na educação de infância, ligando-os a assuntos na vida diária da
criança.
(b) Resume as competências chave que as actividades de
conhecimento do mundo desenvolvem na criança.
(c) Exemplifica alguns dos métodos a utilizar no desenvolvimento do
conhecimento do mundo pela criança.
(d) Exemplifica como incluir ideias das crianças nas actividades
dirigidas de conhecimento do mundo.

Contextos de aplicação:
Conteúdos possíveis de conhecimento do mundo
Meio circundante – ao redor da criança:
 Centro infantil ou escolinha, família, escola, loja ou mercado
 Objectos e materiais do quotidiano
 Caminhos, estradas, carros
 Natureza ao redor; cuidados do meio ambiente
 Tempo
 Actividades e profissões comuns (no centro/escolinha; na família
e na comunidade)
 Higiene, alimentação, repouso, perigos
 Meios de comunicação na comunidade
 Tradições e culturas na família, comunidade

À volta do mundo:
 Localidades (cidades, aldeias); países
 A natureza: Animais e plantas
 Tempo
 Meios de transporte
 Actividades e profissões
 Meios de comunicação
 Alimentação, roupa, tradições e culturas de outros países

Competências chave desenvolvidas nas actividades de


conhecimento do mundo:
 Capacidades de observar, descobrir, e reflectir para resolver
problemas
 Capacidades de comparar, classificar e seleccionar
 Capacidade de descobrir ligações (ex., ligação entre pessoas na
comunidade; entre acções e seus resultados)
 Capacidade de explicar processos (de crescimento, produção
etc.)
 Vocabulário temático
 Noções de tempo e espaço

240
 Auto-regulação e responsabilidade
 Empatia e relações sociais
 Capacidade de cuidar do meio ambiente

Métodos principais para actividades de conhecimento do mundo


(com base na educação centrada na criança):
 Observação
 Descoberta, acção e exploração livre, com todos os sentidos
 Experiências científicas (ex., objectos que afundam e flutuam)
 Visitas e passeios
 Histórias, livros, filmes e conversas
 Actividades de artes plásticas (ajudar a organizar e exprimir os
seus conhecimentos)
 Jogos temáticos
 Fichas de consolidação/revisão de conhecimentos adquiridos

Como incluir ideias das crianças nas actividades dirigidas


(observando as crianças e perguntando aos pais):
(a) Escolher temas que interessem as crianças
(b) Optar por actividades que interessem as crianças
(c) Oferecer materiais que interessem as crianças

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Descreve e ordena os conteúdos sobre o conhecimento do
mundo segundo critérios de proximidade da vida diária da
criança
 Alista as competências chave que as actividades de
conhecimento do mundo desenvolvem na criança
 Exemplifica dois métodos diferentes para abordar um conceito
sobre o conhecimento do mundo pela criança
 Exemplifica como incluir as ideias das crianças, nas actividades
de conhecimento do mundo.

Resultado de aprendizagem 2: Descrever, preparar e realizar


actividades de educação para a
saúde e autoavaliar a sua prática

Critérios de desempenho:
(a) Descreve os possíveis conteúdos de educação para a saúde.
(b) Nomeia e exemplifica os métodos e técnicas de educação para a
saúde.
(c) Planifica e realiza actividades dirigidas de educação para a saúde,
com base nos aspectos chave e nos critérios de qualidade, duma
actividade dirigida.
(d) Realiza a autoavaliação do seu desempenho no fim da actividade e
descreve o que irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas
actividades.
241
Contextos de aplicação:
Conteúdos possíveis de educação para a saúde:
 Esquema corporal, o corpo e seus órgãos principais; como
funciona o corpo
 Como se contraem doenças comuns e como se proteger delas
(acções de higiene, o repouso)
 Bases duma alimentação saudável
 Importância da água potável

Métodos e técnicas de educação para a saúde incluem:


 Conversas sobre temas de saúde
 Vídeos, fantoches, histórias, imagens
 Jogos temáticos (partes de corpo etc.)
 Puzzles (alimentos, vestuário, etc.)
 Jogos de causa e efeito (ex., acções de higiene e seus
resultados)
 Faz de conta que: médico/doente; higiene ao
deitar/acordar/comer
 Simulações (ex., como um vírus ataca a criança com mãos sujas)
 Produção de bandas desenhadas (acções para serem saudáveis;
como comer bem...)
 Confecção de pratos saudáveis (ex., salada de frutas) junto com
as crianças
 Prática de bons hábitos de higiene
 Tarefas de limpeza da sala e do espaço exterior, com
componente educativo
 Experiências científicas e reflexão
 Passeio para identificar os perigos e a limpeza ou não dos
espaços públicos

Aspectos-chave da actividade dirigida incluem:


1. Objectivos e resultados a atingir (por parte da criança –
competências)
2. Actividade passo a passo:
 Motivação/Introdução
 Demonstração
 Acompanhamento
 Arrumação
3. Tempo necessário e seu uso
4. Materiais e local a utilizar
5. Tipo de organização das crianças (em pares, em grupos etc.)

Critérios de qualidade da actividade dirigida incluem:


1. Crianças a expressarem-se sobre o tema
2. Momentos para a criança se movimentar
3. Crianças a usarem os seus sentidos
4. Crianças a agirem
5. Educador a oferecer actividades com vários graus de
dificuldade
 Através de materiais diferentes
 Através de tarefas diferentes
 Através de apoios diferentes

242
6. Educador a criar um bom ambiente para a aprendizagem (sem
barulho, interrupções ou competição, e sempre encorajador
etc.)

Autoavaliação do seu desempenho:


1) Preparação
2) Participação das crianças
3) Dificuldades
4) Sucessos

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Descreve conteúdos chave de educação para a saúde
 Alista os métodos possíveis de educação para a saúde,
exemplificando 5 dos métodos.

Produto
O formando planifica 3 actividades de educação para a saúde, com
conteúdos e métodos diferentes, de acordo com critério de
desempenho c).

Demonstração simulada ou real


O formando prepara os materiais e realiza 1 actividade de educação
para a saúde, avaliando a sua prática no fim da actividade.

Resultado de aprendizagem 3: Descrever, preparar e realizar


actividades de educação ambiental e
autoavaliar a sua prática

Critérios de desempenho:
(a) Descreve os possíveis conteúdos de actividades que promovem a
educação ambiental.
(b) Nomeia e exemplifica os métodos e técnicas principais para a
educação ambiental.
(c) Planifica e realiza actividades dirigidas de educação ambiental, com
base nos aspectos chave e nos critérios de qualidade, duma
actividade dirigida.
(d) Realiza a autoavaliação do seu desempenho no fim da actividade e
descreve o que irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas
actividades.

Contextos de aplicação:
Conteúdos possíveis de educação ambiental
Ambiente natural:
 Animais domésticos e selvagens
 Alterações físicas e climatéricas
 O sol e os astros

243
 A terra, as árvores, as plantas, as flores e a sua utilização, areia,
pedras, terra, barro, rios, mares...

Importância da água:
 Sem água e sem ar não há vida nem sustentabilidade
 A água é o elemento fundamental para a existência da vida na
Terra e dela dependem todos os seres vivos para sobreviver

Preservação do ambiente:
 Limpar a praia, o campo preservando o ambiente
 Aprender a cuidar das árvores e plantas; regar as plantas
 Consumir produtos da natureza de maneira sustentável
 Não poluir o ar, os rios, etc.

Reciclagem, redução e reutilização:


 Água, poupar, reutilizar
 Separar e reutilizar o lixo
 Reciclar o material de desperdício: papel, cartões, frascos,
garrafas, pacotes, caixas, etc., em brinquedos e outros materiais

Métodos e técnicas para a educação ambiental incluem:


 Conversas sobre temas de ambiente
 Histórias, filmes, discussão de histórias e de imagens
 Jogos temáticos e simulações
 Jogos de causa e efeito (ex., colocar e descrever imagens em
sequência)
 Puzzles (animais, plantas, ciclo da água, sequências temporais,
etc.)
 Experiências científicas (ex., fazer ondas)
 Prática de separação e reciclagem do lixo
 Produção de brinquedos, jogos, e obras artísticas na base dos
materiais reciclados
 Produção de bandas desenhadas (sobre como proteger o
ambiente etc.)
 Observação da natureza
 Passeios, para identificar se o ambiente na comunidade está
bem preservado
 Criação e cuidados duma machamba ou jardim da instituição
 Limpeza e cuidados duma área na comunidade (praia, campo)

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Descreve conteúdos de educação ambiental
 Alista os métodos possíveis de educação ambiental,
exemplificando 5 dos métodos.

Produto
O formando planifica 3 actividades de educação ambiental, com
conteúdos e métodos diferentes, de acordo com critério de
desempenho c).

244
Demonstração simulada ou real
O formando prepara os materiais e realiza 1 actividade de educação
ambiental, avaliando a sua prática no fim da actividade.

Resultado de aprendizagem 4: Promover encontros semanais de


reflexão e planificação na área de
conhecimento do mundo como base
para o plano semanal

Critérios de desempenho:
(a) Reflecte em equipa sobre situações de desafio, de sucesso, e de
descoberta, nas crianças e nas actividades dirigidas de
conhecimento do mundo, durante a semana recente.
(b) Identifica objectivos para actividades seguintes do conhecimento do
mundo.
(c) Planifica em equipa as actividades dirigidas de conhecimento do
mundo para a semana seguinte na base dos passos de planificação
semanal.
(d) Debate activamente e com respeito as experiências e ideias dos
colegas.
(e) Preenche as actividades de conhecimento do mundo na ficha do
plano semanal, ordenando as actividades na sequência adequada e
nomeando os materiais necessários.

Contextos de aplicação:
Situações de desafio são aquelas onde a criança ou o próprio
educador tiveram certas dificuldades ou reacções negativas.

Situações de sucesso e descoberta são aquelas onde a criança ou


o próprio educador aprenderam ou conseguiram fazer algo novo
para eles.

Objectivos para actividades seguintes identificam-se na base de:


 Aproveitamento das actividades pedagógicas realizadas
anteriormente
 Progresso das crianças em relação às competências chave
 Plano trimestral / anual das actividades pedagógicas da
instituição de infância
 Interesses das crianças

Passos da planificação semanal das actividades dirigidas:


1) Realizar uma chuva de ideias sobre as possíveis actividades
dirigidas
2) Melhorar e /ou ampliar as ideias de actividades (na base dos
critérios de qualidade, objectivos relevantes e competências da
criança)
3) Organizar as actividades em sequência lógica
4) Descrever as actividades desafiadores passo-a-passo, para
todos terem a certeza de como as realizar
5) Preencher a ficha do plano semanal e partilhá-la com os pais
(pode ser feito por um educador já fora do encontro)

245
O plano semanal contem:
 Sequência das actividades
 Materiais necessários para cada actividade
 Alguns conteúdos da hora do círculo e materiais para actividades
livres

Sequência adequada das actividades dirigidas orienta-se por:


 Sequência lógica das competências chave atingidas
 Aumento do grau de complexidade
 Exigências de concentração (nível alto melhor para a 1ª
actividade do dia)
 Exploração sensório-motora antes da aprendizagem mais
abstracta
 Disponibilidade dos materiais pedagógicos (onde os materiais
são partilhados entre os grupos)

Evidências requeridas:
Demonstração simulada
O formando realiza em grupo uma reflexão e planificação semanal
sobre actividades de conhecimento do mundo, seguindo os passos
principais (ou de acordo com os critérios de desempenho a) a d).

Produto
O formando apresenta a ficha de plano semanal onde são
preenchidas com detalhe suficiente e na sequência adequada, 4
actividades de conhecimento do mundo.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 60 horas

Justificação do módulo
Este módulo é o primeiro dedicado às actividades de conhecimento do mundo pelas
crianças. Cada educador duma instituição de infância deve ser capaz de interagir
com as crianças e promover o desenvolvimento de competências e atitudes
positivas em relação ao conhecimento do mundo, à saúde e ao meio ambiente que
nos rodeia. Neste módulo os formandos aprenderão a identificar conteúdos,
métodos e competências chave a desenvolver e ainda a preparar materiais e
experiências que estimulem as crianças a se apropriarem do conhecimento partindo
sempre do nível em que estão e tendo em consideração os seus interesses de modo
a que aprendam a aprender com alegria.
246
Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem
O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando dando ao formando sempre tempo e possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas.
No início de cada tema (resultado de aprendizagem) deste módulo o formador
prepara um resumo sobre os resultados que se espera que os formandos vão atingir
e afixa-o na parede fazendo um pequeno debate sobre o que os formandos acham
que está incluído em cada subtema e registando as contribuições. No fim de cada
tema o formador afixa o resultado do primeiro debate e em conjunto com os
formandos acrescenta o que foi aprendido ao longo do processo e arquiva no
portefólio da turma.
No início do módulo o formador deve ainda avisar os formandos que, quando forem
praticar nas instituições infantis, devem, desde o início, registar as suas observações
sobre situações de desafio, de sucesso e de descoberta nas actividades de
conhecimento do mundo. Se houver formandos que já estão a trabalhar em centros
infantis o formador, pede-lhes que façam listas dessas mesmas situações de acordo
com a sua experiência de trabalho.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 7 horas)


O formando é capaz de descrever e ordenar os conteúdos sobre o conhecimento do
mundo na educação de infância e de fazer a ligação desses conteúdos com a vida
do dia a dia da criança. O formando também é capaz de resumir as competências
chave que as actividades de conhecimento do mundo desenvolvem na criança.

Para isso os formandos devem dividir-se em dois grandes grupos e devem, nos
respectivos grupos, fazer uma chuva de ideias (um grupo sobre os conteúdos de
conhecimento do mundo, e o outro sobre as competências chave que essas
actividades promovem) e registar em papel grande a ser afixado na parede ou
escrever no quadro. Em plenário (turma) os dois grupos apresentam o seu trabalho
aos colegas e recebem mais contribuições dos colegas do outro grupo, com a
supervisão do formador, para garantir a diversidade de ideias. Depois, todos em
pequenos grupos, ordenam os conteúdos sobre o conhecimento do mundo que
identificaram de acordo com critérios de proximidade à vida diária das crianças,
concordando em plenário sobre a lista final.

O formando consegue exemplificar alguns dos métodos a utilizar no


desenvolvimento do conhecimento do mundo pela criança. Para isso os formandos
em plenário, devem fazer uma reflexão/debate sobre como foi que aprenderam algo
na sua infância (pode ser fazer cestos, papagaios, construir uma casa, fazer roupa
para a boneca, cozinhar, contar histórias, andar de bicicleta, fazer machamba, cuidar
dos animais....). Depois devem dividir-se em grupos e cada grupo deve escolher dois
conteúdos do conhecimento do mundo e, da listagem de métodos, debater e
escolher os que mais se adequam aos temas escolhidos. Depois, devem preparar
um exemplo de uma actividade dirigida para cada um dos temas escolhidos e devem
simular uma das aulas entre si (um formando é o educador e os outros do grupo são
as crianças). No fim da simulação o formando que fazia de educador deve fazer a
sua autoavaliação e depois os colegas do grupo devem acrescentar as suas
contribuições.

O formando é capaz de exemplificar como incluir ideias da criança nas actividades


dirigidas de conhecimento do mundo. Para isso os formandos devem fazer uma
chuva de ideias para recordar o que aprenderam sobre inclusão das ideias das
crianças no módulo sobre actividades dirigidas. Terminado o debate os formandos
247
devem, em pequenos grupos, preparar uma actividade dirigida que contenha
actividades, temas ou materiais que incluam o interesse das crianças (cada grupo
escolhe uma das três possibilidades). Devem apresentar os planos ao formador, e
melhorar na base do feedback recebido.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 18 horas)


O formando é capaz de descrever os possíveis conteúdos de educação para a
saúde. Para isso os formandos divididos em dois grupos devem selecionar frases
que contenham conteúdos de educação para a saúde entre outros conteúdos
previamente preparados pelo formador e registar no quadro ou em papel grande
para afixar na parede. Depois, em plenário, cada grupo deve analisar o trabalho dos
seus colegas questionando, pedindo clarificações e sugerindo outros conteúdos. No
fim deve comparar-se o resultado obtido com a listagem do formador e fazer o
registo final do debate em plenário.

O formando consegue nomear e exemplificar os métodos e técnicas de educação


para a saúde. Para isso os formandos divididos em dois grandes grupos devem
fazer uma chuva de ideias sobre os métodos e técnicas de educação para a saúde e
registar em papel grande a ser afixado na parede ou escrevê-los no quadro. Em
plenário (turma) os dois grupos devem apresentar o seu trabalho aos colegas e
receber mais contribuições dos colegas do outro grupo e do formador, para garantir
a diversidade das ideias. Depois devem dividir-se em 5 grupos e cada grupo deve
seleccionar e preparar um exemplo de método que se pode usar para tratar um certo
conteúdo de educação para a saúde. A tarefa do formador é de assegurar que os
métodos escolhidos pelos grupos são bem diferentes. Em plenário cada grupo deve
apresentar duma forma resumida o seu exemplo numa simulação sendo que um
elemento de cada grupo faz de educador e os outros de crianças, os outros grupos
devem observar e no final o que fez de educador deve autoavaliar a sua simulação e
em seguida deve receber as contribuições dos outros elementos do seu grupo e de
toda a turma. No fim devem identificar os métodos exemplificados nas simulações, e
discutir ainda como implementar os outros que não foram exemplificados.

O formando é capaz de planificar e realizar actividades dirigidas de educação para a


saúde, com base nos aspectos chave e nos critérios de qualidade, duma actividade
dirigida. O formando também consegue realizar a autoavaliação do seu desempenho
no fim da actividade e descrever o que irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas
actividades. Para tal os formandos, divididos em dois grupos, devem fazer uma
chuva de ideias para recordar num grupo os aspectos chave de planificação duma
actividade e no outro os critérios de qualidade duma actividade dirigida. Devem
apresentar o resultado do trabalho de grupo em plenário e comparar com o exemplo
do formador. Depois, os formandos em grupos pequenos devem planificar 2
actividades de educação para a saúde com conteúdos e métodos diferentes e de
acordo com os aspectos chave e os critérios de qualidade das actividades dirigidas.
A seguir os grupos devem trocar os planos de actividades e comentar sobre os
planos dos colegas. Cada grupo deve melhorar os seus planos na base dos
comentários feitos. No final, cada grupo deve apresentar uma actividade à turma,
autoavaliar o seu desempenho, descrever o que irá adoptar ou fazer diferente nas
próximas actividades, receber o feedback dos colegas e do educador.

Finalmente, os formandos em grupos pequenos devem preparar os materiais e


implementar na instituição de prática pelo menos 3 actividades de educação para a
saúde avaliando a sua prática no fim da actividade.

248
Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 19 horas)
O formando é capaz de descrever os possíveis conteúdos de actividades que
promovem a educação ambiental. Para isso os formandos divididos em dois grupos
devem fazer chuva de ideias dos conteúdos de educação ambiental, e registar no
quadro ou em papel grande para afixar na parede. Depois, em plenário, cada grupo
analisa o trabalho dos seus colegas questionando, pedindo clarificações e sugerindo
outros conteúdos. No fim compara-se o resultado obtido com a listagem do formador
e faz-se o registo final do debate em plenário.

O formando consegue nomear e exemplificar os métodos e técnicas principais para


a educação ambiental. Para isso os formandos divididos em dois grandes grupos
devem fazer, nos respectivos grupos, uma chuva de ideias sobre os métodos e
técnicas de educação ambiental e registar em papel grande a ser afixado na parede
ou escrever no quadro. Em plenário (turma) os dois grupos devem apresentar o seu
trabalho aos colegas e receber mais contribuições dos colegas do outro grupo e do
formador, para garantir a diversidade das ideias. Depois devem dividir-se em 5
grupos e cada grupo deve seleccionar e preparar um exemplo de método que se
pode usar para tratar um certo conteúdo de educação ambiental. A tarefa do
formador é de assegurar que os métodos escolhidos pelos grupos são bem
diferentes. Em plenário cada grupo deve apresentar o seu exemplo numa simulação
sendo que um elemento de cada grupo faz de educador e os outros de crianças, os
outros grupos devem observar e no final o que fez de educador deve autoavaliar a
sua simulação e em seguida deve receber as contribuições dos outros elementos do
seu grupo e de toda a turma. No fim devem identificar os métodos exemplificados
nas simulações, e discutir ainda como implementar os outros que não foram
exemplificados.

O formando é capaz de planificar e realizar actividades dirigidas de educação


ambiental com base nos aspectos chave e nos critérios de qualidade duma
actividade dirigida. Também consegue realizar a autoavaliação do seu desempenho
no fim da actividade e descrever o que irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas
actividades. Para tal os formandos com o formador devem assistir a um filme/ver um
livro/um cartaz/fazer uma experiência que aborde um assunto de educação
ambiental. Depois, divididos em dois grupos, devem fazer uma chuva de ideias para
analisar como organizaríam uma actividade dirigida com esse
filme/livro/cartaz/experiência de acordo com os aspectos chave e com os critérios de
qualidade duma actividade dirigida. Devem apresentar o resultado do trabalho de
grupo em plenário e acrescentar as sugestões aparecidas no debate. Depois, os
formandos, em grupos pequenos, devem planificar 2 actividades de educação
ambiental com conteúdos e métodos diferentes e de acordo com os aspectos chave
e os critérios de qualidade das actividades dirigidas. A seguir os grupos devem
trocar os planos de actividades e comentar sobre os planos dos colegas. Cada
grupo deve melhorar os seus planos na base dos comentários feitos. No final, cada
grupo deve apresentar uma actividade à turma, autoavaliar o seu desempenho,
descrever o que irá adoptar ou fazer diferente nas próximas actividades e receber o
feedback dos colegas e do educador.

Finalmente, os formandos em grupos pequenos devem preparar os materiais e


implementar na instituição de prática pelo menos 3 actividades de educação
ambiental avaliando a sua prática no fim da actividade.

Resultado de aprendizagem 4. (Nº de horas estimado: 16 horas)


O formando é capaz de reflectir em equipa sobre situações de desafio, de sucesso,
e de descoberta, nas crianças e nas actividades dirigidas de conhecimento do
249
mundo, durante a semana recente. Para isso, no início deste módulo o formador
deve preparar uma lista das situações referidas para os formandos, quando forem
praticar nas instituições infantis, irem, desde o início, registando as suas
observações sobre situações de desafio, de sucesso e de descoberta nas
actividades de conhecimento do mundo. Se houver formandos que já estão a
trabalhar em centros infantis, pede-lhes que façam listas dessas mesmas situações
de acordo com a sua experiência de trabalho.

A seguir os formandos divididos em pequenos grupos devem fazer um mapa visual


respectivamente de situações de desafio, de sucesso e de descoberta que
observaram nas actividades de conhecimento do mundo, e reflectir o que essas
indicam para a planificação das actividades para a semana seguinte.. O mapa visual
pode ser construído da seguinte forma: no centro de uma folha ou do quadro
escreve-se por exemplo situações de descoberta e rodeia-se com um círculo e à
volta vão-se anotando as contribuições de todos.

Situações de
descoberta

Depois, em plenário, devem apresentar os resultados dos vários grupos e debater as


conclusões que os grupos tiraram das reflexões para planificar actividades da
semana seguinte.

O formando é capaz de identificar objectivos para actividades seguintes do


conhecimento do mundo, planificar em equipa as actividades dirigidas de
conhecimento do mundo para a semana seguinte na base dos passos de
planificação semanal. Durante os encontros de reflexão e planificação, o
formando consegue debater activamente e com respeito as experiências e ideias
dos colegas.

Para isso, os formandos em plenário devem primeiro rever (do Módulo de


actividades dirigidas) o que significa debater activamente e com respeito as
experiências e ideias dos outros no encontro de reflexão e planificação. O formador
deve demonstrar ou dar por escrito algumas situações onde o debate é activo e feito
com respeito, e outras onde não é, e pedir aos formandos para analisar e propôr
qual seria a alternativa, em cada situação negativa.

A seguir, os formandos em pequenos grupos devem praticar identificar objectivos


das actividades de conhecimento do mundo para a semana seguinte, com base na
reflexão feita e no plano trimestral inventado pelo formador. Devem partilhar e
justificar os objectivos perante os outros grupos.

Mais tarde devem em plenário rever os passos de planificação semanal (realizar


uma chuva de ideias sobre as possíveis actividades; melhorar e/ou ampliar as ideias
de actividades; organizar as actividades em sequência lógica; descrever 1-2
actividades desafiadoras passo-a-passo, para todos terem a certeza de como as
realizar) e explicar a lógica de cada passo. A seguir em grupos pequenos devem
planificar 4 actividades dirigidas de conhecimento do mundo para a semana,
seguindo os passos revistos. O formador deve acompanhar e apoiar os grupos, e no
fim deve convidar o melhor grupo a simular o seu encontro de planificação para
todos, solicitando os comentários dos outros. Juntos devem analisar até que ponto o
250
grupo seguiu os passos de planificação, e até que ponto o diálogo no grupo era
activo e respeitoso.

O formando consegue preencher as actividades de conhecimento do mundo na ficha


do plano semanal, ordenando as actividades na sequência adequada e nomeando
os materiais necessários. Para isso, os formandos em pequenos grupos, devem
trabalhar para preencher as 4 actividades concordadas de conhecimento do mundo,
na ficha vazia de planificação semanal. No final cada grupo deve apresentar o seu
plano, receber os comentários dos outros, e melhorar o plano de acordo com os
comentários recebidos.

Finalmente, os formandos na sua instituição de prática devem rever com a equipa


dos educadores os passos de encontro de planificação e reflexão, e orientar um
encontro de planificação e reflexão sobre as actividades de conhecimento do mundo
da semana passada e para a semana seguinte, apresentando o plano semanal
preenchido com actividades de conhecimento do mundo como produto final.

No fim da implementação, devem voltar para o centro de formação e participar numa


sessão de reflexão sobre as suas experiências e aprendizagens durante a prática
deste módulo.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação neste módulo irá focar os conhecimentos básicos do educador sobre as
características das actividades dirigidas de qualidade e das suas habilidades
práticas de planificar, realizar e avaliar as actividades dirigidas em colaboração com
os colegas. A avaliação do módulo pode ser feita de forma integrada, onde se
privilegia a avaliação dos resultados como um conjunto ao invés de resultados
separados. Sempre que possível, os formandos devem fazer autoavaliação das suas
demonstrações, antes da avaliação feita pelo formador.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito onde os formandos elaboram uma lista que descreve e ordena os
conteúdos sobre o conhecimento do mundo seguindo critérios de proximidade da
vida diária da criança; elaboram uma lista sobre as competências chave que as
actividades de conhecimento do mundo desenvolvem na criança. Teste de respostas
abertas sobre as opções dadas de métodos diferentes para abordar o mesmo
conceito de desenvolvimento do mundo e respondem a uma pergunta de resposta
curta dando um exemplo sobre como incluir as ideias das crianças nas actividades
de conhecimento do mundo.

Resultado de Aprendizagem 2 e 3
Teste escrito de respostas curtas onde os formandos descrevem os conteúdos de
educação para a saúde e de educação ambiental;

Teste escrito de respostas curtas onde os formandos elaboram uma lista dos
métodos de educação para a saúde e de educação ambiental; e de respostas
abertas onde os formandos dão exemplos de como usar 5 métodos de cada tema
(educação para a saúde e educação ambiental).

Produto avaliado através duma ficha de verificação, que consiste dos planos de 3
actividades de educação para a saúde e de 3 actividades de educação ambiental

251
com conteúdos e métodos diferentes e de acordo com os aspectos chave e os
critérios de qualidade das actividades dirigidas.

Demonstração avaliada através duma ficha de verificação na instituição de prática


onde o formando prepara os materiais necessários e realiza 1 actividade de
educação para a saúde e 1 actividade de educação ambiental avaliando a sua
prática no fim de cada actividade.
Resultado de Aprendizagem 4
Demonstração simulada avaliada através duma lista de verificação, onde os
formandos em pequeno grupo realizam um encontro de reflexão e planificação sobre
as actividades dirigidas de conhecimento do mundo de acordo com os critérios de
desempenho a) a d).

Produto avaliado através duma ficha de verificação, constituído por uma ficha de
plano semanal onde são preenchidas com detalhe e na sequência adequada 4
actividades de conhecimento do mundo.

Necessidades Especiais
Para evitar que os formandos com necessidades especiais sejam prejudicados,
podem ser produzidas por uma escola ou Centro de ensino as evidências requeridas
modificadas para a certificação destes candidatos. Contudo, para a modificação
ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das especificações do módulo. Em todos os
casos todas as modificações estão sujeitas à aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Ministério da Mulher e da Acção Social. [in press]. Programa Educativo para
crianças do 1o ao 5o ano. Maputo, Moçambique.
2. Hohmann, M, & David Weikart. (1997). Educar a criança. (High Scope
Educational Research Foundation). Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa.
3. Pam Schiller e Joan Rossano (1990). Guia Curricular – 500 actividades
curriculares apropriadas à educação das crianças. Instituto Piaget, Horizontes
Pedagógicos, Portugal, 1996.
4. Fundação Victor Civita, Editora Abril e Abril S.A. (Retirado do internet no dia de
16 de Outubro 2012):
 http://educarparacrescer.abril.com.br/casa-da-ciencia/
 http://educarparacrescer.abril.com.br/blog/isto-da-certo/2011/03/21/7-
experiencias-com-agua-para-fazer-em-casa/

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP.

252
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Promover actividades dirigidas de expressão


Título do módulo: plástica com as crianças

Código do módulo: MO

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 6
A conclusão com êxito de todos os módulos do
certificado vocacional 3 em educação de infância (em
especial do módulo ‘Acompanhar crianças nas
Requisitos de inscrição actividades livres’). A conclusão com êxito dos
no módulo: seguintes módulos do nível 4: ‘Aplicar Educação
Inclusiva’ e ‘Promover actividades dirigidas com as
crianças e os encontros de reflexão e planificação”.

A conclusão com êxito deste módulo é necessária para


a inscrição no módulo “Levar a cabo uma experiência
de trabalho numa instituição de infância” do certificado
Progressão:
vocacional 4 em educação de infância e para a
inscrição em todos os módulos do certificado
vocacional 5 em educação de infância

Após a conclusão deste módulo os formandos serão


capazes de descrever as competências chave que a
criança desenvolve nas actividades de expressão
plástica e a sua importância no desenvolvimento da
criança, de praticar várias técnicas de expressão
Introdução ao módulo: plástica e descrever possíveis formas de actividades
dirigidas de expressão plástica, e de planificar,
preparar, realizar e avaliar actividades dirigidas de
expressão plástica.

Resumo dos resultados


de aprendizagem:
1. Descrever as competências chave que a criança
desenvolve na expressão plástica e a sua
importância no desenvolvimento da criança.

2. Praticar várias técnicas de expressão plástica e


descrever possíveis formas de actividades
dirigidas de expressão plástica.

3. Planificar, preparar, realizar e avaliar actividades


dirigidas de expressão plástica.

253
Descrever as competências chave que a
criança desenvolve na expressão plástica
Resultado de aprendizagem 1: e a sua importância no desenvolvimento
da criança

Critérios de desempenho:
(a) Define o objectivo principal das actividades de expressão
plástica.
(b) Resume as competências chave que as crianças desenvolvem
nas actividades de expressão plástica.
(c) Descreve a importância das competências desenvolvidas na
expressão plástica para o desenvolvimento da criança.

Contextos de aplicação:
O objectivo principal das actividades de expressão plástica é de
permitir a criança expressar os seus sentimentos e pensamentos
através de meios plásticos e não o de atingir certos produtos.

Competências chave que as crianças desenvolvem nas actividades


de expressão plástica:
 Competências sócio-morais
Ex.: seguir regras; ter autonomia; sociabilidade
 Competências pessoais
Ex.: autoconfiança; colocar-se uma meta adequada à sua
capacidade; procurar caminhos para atingir as suas metas;
procurar soluções se tiver problemas; auto-avaliar o seu trabalho;
criatividade; atenção e concentração
 Competências de motricidade fina
Ex.: saber cortar, colar, desenhar, modelar; controlo motor;
ligação vista-mão
 Competências cognitivas
Ex.: conhecimentos sobre formas, tamanhos, quantidades, cores;
imaginação
 Competências linguísticas e de comunicação
Ex.: oralidade; formas de comunicação (ex. como pedir algo);
expressar-se sobre o que faz/fez
Expressar-se usando vários meios

Importância das competências para o desenvolvimento da criança:


 Promove saúde psíquica da criança (tem meios de expressar o
que sente e pensa e o que a atrapalha)
 Estimula o desenvolvimento complexo do cérebro através das
diversas experiências sensoriais
 Permite a criança agir de forma integral e num conjunto entre
ideias e realização das ideias em acção
 Aumenta a auto-estima da criança
 Proporciona competências básicas para a aprendizagem da
escrita
 Proporciona competências elementares para profissões artesãs e
artística

254
Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando…
 Define o objectivo principal da expressão plástica
 Resume as competências chave que as crianças desenvolvem
nas actividades de expressão plástica
 Descreve a importância das competências desenvolvidas na
expressão plástica para o desenvolvimento da criança.

Praticar várias técnicas de expressão


Resultado de aprendizagem 2: plástica e descrever possíveis formas de
actividades dirigidas de expressão plástica

Critérios de desempenho:
(a) Pratica várias técnicas de expressão plástica.
(b) Nomeia dois tipos de actividades dirigidas de expressão plástica
identificando como esses cumprem os critérios de qualidade e
permitem a participação activa da criança.
(c) Descreve como realizar uma actividade dirigida do tipo ‘Exploração
livre de um tema/ duma técnica comum’.
(d) Descreve como realizar uma actividade dirigida do tipo ‘Produção de
um produto comum’.
(e) Resume os critérios sobre como acompanhar as crianças nas
actividades livres da expressão plástica que são relevantes para as
actividades dirigidas.

Contextos de aplicação:
Técnicas usadas em actividades dirigidas de expressão plástica
incluem:
 Desenho, pintura (com pincéis, dedos, mãos, fios, pauzinhos)
 Carimbagem (com as mãos, esponjas, rolhas, vegetais, frutos,
balões, etc,) e estampagem (ex. com areia)
 Rasgagem, machucagem, e recortes
 Colagem com recortes, objectos, arreia etc. (livre e seguindo
padrões, ex. mandalas)
 Modelagem (areia e água, barro, plasticina, massa de farinha,
outros)
 Dobragem
 Tecelagem (esteirinhas, cestas, cercas) e enfiamento (de figuras
na cartolina; no pano, etc.)
 Trabalho com todo o tipo de materiais de desperdício e da
natureza
 Trabalhos simples com madeira (serrar, descascar, martelar,
produção de objectos simples)

Dois tipos de actividades dirigidas de expressão plástica:


 Exploração livre de um tema/ duma técnica comum
 Produção de um produto em conjunto

255
Critérios de qualidade da actividade dirigida:
1. Crianças a expressarem-se sobre o tema
2. Momentos para a criança se movimentar
3. Crianças a usarem os seus sentidos
4. Crianças a agirem
5. Educador a oferecer actividades de vários graus de dificuldade:
 Através de materiais diferentes
 Através de tarefas diferentes
 Através de apoios diferentes
6. Educador a criar um bom ambiente para a aprendizagem (sem
barulho, interrupções ou competição, sendo encorajador etc.)

Promover participação activa da criança:


 Basear-se nas ideias das crianças ou incluir essas ideias
 Estimular participação das crianças com as suas diferentes
capacidades e características
 Estimular participação da criança com a sua criatividade individual
 Estimular a participação activa da criança na angariação dos
materiais primários para as suas actividades, ex., ir procurar
materiais na natureza

Como realizar uma actividade dirigida do tipo ‘Exploração livre de um


tema ou de uma técnica comum’:
 O educador propõe um objecto a produzir na actividade dirigida
(ex.: borboleta, fantoche). A escolha do objecto pode ser resultado
de uma ideia apresentada pelas crianças ou de uma observação
dos interesses das crianças
 O educador demonstra uma possível maneira de produzir o
objecto ou mostra pelo menos dois modelos diferentes já
produzidos
 O educador disponibiliza uma variedade de materiais – não só os
que ele usou ou aqueles usados na produção dos modelos já
existentes
 As crianças produzem um objecto do mesmo tema, mas cada uma
da sua maneira dependendo da sua criatividade e capacidade
 O educador acompanha as crianças de forma adequada

Como realizar uma actividade dirigida do tipo ‘Produção de um


produto comum’:
O educador:
 Propõe um objecto para produzir em grupo/s (ex.: colagem,
casinha, desenho de mãos e pés das crianças). A escolha do
objecto pode ser resultado de uma ideia apresentada pelas
crianças ou de uma observação dos interesses das crianças
 Demonstra acções básicas para as crianças poderem produzir tal
objecto em comum. Ou mostra pelo menos um modelo de tal
objecto
 Acompanha cada grupo no seu trabalho e ajuda-los a cumprir as
regras
 Cria regras básicas para esse trabalho, por ex.:
o Cada criança deve ter a possibilidade de participar
o O grupo deve identificar formas de participação de cada criança
de acordo com as suas características/ capacidades
específicas

256
o Em momentos de confusão parar e consultar em grupo de
forma construtiva e positiva

Critérios sobre como acompanhar as crianças na expressão plástica


relevantes para as actividades dirigidas (ver módulo 8 do nível 3):
 Permitir a escolha livre
o Se quer ou não participar na actividade dirigida (depende da
instituição)
o Do material a usar
o Do parceiro com quem trabalha ou se trabalha sozinho
 Permitir a interacção livre entre as crianças
 Permitir aprendizagem por tentativa e erro e focalizar-se em
processos ao invés de resultados
o Não focar e corrigir o erro da criança
o Não dar primazia ao produto final
 Encorajar o interesse e escolhas da criança
 Distinguir crianças que precisam de ajuda das que não precisam -
é preciso apoiar quando:
o A criança pede ajuda
o A criança não é capaz de resolver um problema sozinha e o
demonstra
o A criança dá sinais de frustração
 Apoiar a criança de uma maneira que as estimula a agir em
autonomia:
o Demonstrar ao invés de explicar
o Com passos pequenos e simples
o Acompanhar cada passo com palavras simples que descrevem
o que se faz
o Não fazer para a criança
o Se a criança não conseguir, repetir a demonstração do passo
difícil ou propor uma actividade mais simples
 Estimular a criança de forma adequada
o Encorajar a criança propondo actividades mais avançadas
o Reconhecer a criatividade da criança
o Expor os trabalhos da criança
o Não comparar entre trabalhos de crianças
o Não louvar ou criticar em frente de outras crianças
o Comentar os trabalhos de forma construtiva estimulando a
auto-avaliação pela criança
 Guardar os trabalhos da criança
 Avisar 10 minutos antes do fim da actividade

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Nomeia e descreve 2 tipos de actividades dirigidas de expressão
plástica de acordo com os critérios de desempenho b) a d)
 Resume os critérios de como acompanhar as crianças nas
actividades livres de expressão plástica que são relevantes para
actividades dirigidas.

Produto
O formando produz 5 obras de artes plásticas utilizando uma nova
técnica da expressão plástica em cada obra.

257
Planificar, preparar, realizar e avaliar
Resultado de aprendizagem 3: actividades dirigidas de expressão plástica

Critérios de desempenho:
(a) Planifica a actividade dirigida de expressão plástica com os seus
aspectos-chave, na base dos critérios de qualidade e de interesses
observados nas crianças.
(b) Identifica formas de diferenciar o grau de dificuldade da actividade
dirigida para permitir a participação de criança com diferentes
capacidades.
(c) Identifica como as crianças nesta actividade podem participar com
criatividade e com as suas ideias.
(d) Prepara materiais de aprendizagem necessários para a actividade
dirigida de expressão plástica.
(e) Realiza dois tipos de actividades dirigidas de expressão plástica
seguindo os critérios de qualidade.
(f) Realiza a auto-avaliação do seu desempenho no fim da actividade e
descreve o que irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas
actividades.

Contextos de aplicação:
Aspectos-chave da planificação duma actividade dirigida:
1. Objectivo/s
2. Actividade passo a passo:
 Motivação/ Introdução
 Demonstração
 Acompanhamento
3. Materiais e local
4. Tempo e seu uso
5. Organização das crianças

Diferenciar o grau de dificuldade:


 Através de materiais pedagógicos diferentes
 Através de tarefas diferentes
 Através de apoios diferentes

Como incluir ideias das crianças nas actividades dirigidas:


1) Escolher temas que interessem as crianças
2) Optar por actividades que interessem as crianças
3) Oferecer materiais que interessem as crianças

Materiais para actividades de expressão plástica podem incluir:


 Todos os tipos de papel: branco, castanho, papel reciclado fino e
grosso, tecidos, madeiras, paredes, chão para pintar, cartões,
caixas, papelões, jornais, revistas
 Água, giz, carvão, lápis, pincel e tintas naturais ou comerciais
 Cola natural ou comercial
 Tesoura de bicos redondos
 Cordas, restos de lãs, linhas e fios
 Objectos para estampar e desenhar por cima
 Massa de modelar

258
 Para enfiar: bases para enfiar, cordas
 Para tecelagem: palha, fios
 Ferramentas para trabalho com madeira
 Outros materiais de desperdício
 Outros materiais de natureza

Auto-avaliação do seu desempenho inclui:


1) Preparação
2) Participação das crianças
3) Dificuldades
4) Sucessos

Evidências requeridas:
Produto
O formando planifica por escrito, em grupo pequeno, uma actividade
dirigida do tipo ‘Exploração livre de um tema ou de uma técnica comum’
e uma do tipo ‘Produção de um produto em conjunto’ com base nos
critérios de qualidade e nos interesses observados nas crianças,
identificando as formas de diferenciar o grau de dificuldade e as formas
de incluir as ideias das crianças.

Demonstração simulada
O formando...
 Prepara os materiais e realiza uma actividade dirigida de expressão
plástica do tipo ‘Exploração livre de um tema ou de uma técnica
comum’ seguindo os critérios de qualidade e os passos de
planificação
 Prepara os materiais e realiza uma actividade dirigida do tipo
‘Produção de um produto em conjunto’ seguindo os critérios de
qualidade e os passos de planificação
 Auto-avalia o seu desempenho no fim de cada actividade e descreve
o que irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas actividades.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de


apoio e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 60 horas

Justificação do módulo
Este módulo tem como objectivo desenvolver os conhecimentos e habilidades que
permitam aos formandos promover actividades dirigidas de expressão plástica com
as crianças. Considerando que o objectivo principal da expressão plástica é de
permitir à criança expressar os seus sentimentos e pensamentos através de meios
não verbais, é essencial que cada educador de uma instituição de infância seja
capaz de reconhecer a importância de artes plásticas na expressão e no
259
desenvolvimento da criança e de planificar actividades dirigidas que permitam que
as crianças se expressem desta forma e desenvolvam competências chave. Na
prática acontece frequentemente que os educadores não desenvolvem diversas
actividades de expressão plástica por falta de conhecimento de técnicas e materiais
adequados, ou por causa de medo que as crianças ‘irão se sujar’. Para ultrapassar
esses obstáculos, neste módulo o formando praticará várias técnicas de expressão
plástica e aprenderá a planificar, preparar, realizar e avaliar actividades dirigidas de
expressão plástica de diferentes tipos.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando, dando sempre ao formando, tempo e possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas. O formando pratica várias técnicas e simula
actividades dirigidas de expressão plástica tais como desenho, pintura carimbagem,
rasgagem e recortes, colagem, modelagem, dobragem, tecelagem, etc. Sendo
assim, devem receber do formador no inicio do módulo uma lista de recursos
(reciclados ou de baixo custo) que devem preparar e trazer para sala de aulas para
praticar diversas técnicas e actividades de expressão plástica. Para simulações,
devem trazer material suficiente para 5-8 ‘criancas’.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 3 horas)


O formando é capaz de definir o objectivo principal da expressão plástica (permitir a
criança expressar os seus sentimentos e pensamentos através de meios plásticos e
não o de atingir certos produtos). Para isso os formandos devem desenvolver uma
chuva de ideias de forma a chegarem a uma conclusão colectiva deste objectivo.

O formando sabe resumir as competências chave que as crianças desenvolvem


nas actividades de expressão plástica. Para isso os formandos em pequenos
grupos devem associar e ligar determinadas actividades com as competências
chave que essas ajudam desenvolver na criança. A seguir devem completar e
melhorar o seu trabalho na turma ao compara-lo com as contribuições dos outros e
com uma solução disponível.

O formando é capaz de descrever a importância das competências desenvolvidas


na expressão plástica para o desenvolvimento da criança (tais como para a saúde
psíquica da criança, o desenvolvimento complexo do cérebro, o aumento da auto-
estima entre outras). Para isso os formandos devem fazer a leitura de um texto
seguido por um exercício em que terão de completar os espaços em branco do
texto dado.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 24 horas)


O formando consegue praticar várias técnicas de expressão plástica tais como
desenho, pintura carimbagem, rasgagem e recortes, colagem, modelagem,
dobragem, tecelagem, etc. Para isso, usando quatro cantos da sala, alguns
formandos devem simular ensinar em cada canto duas técnicas diferentes a um
pequeno grupo de ‘crianças’. As ‘crianças’ são os outros formandos que devem
circular de canto para canto. Ao ensinar as técnicas, os formandos devem seguir o
critério: ‘Apoiar uma criança de maneira a estimula-la a agir em autonomia’ sobre o
qual aprenderam no módulo “Acompanhar crianças nas actividade livres no nível 3
(demonstrar e não explicar, passo a passo, acompanhar cada passo com palavras
simples e claras, se uma criança não consegue: primeiro repetir o passo difícil,
depois simplificar o passo e depois propor um trabalho semelhante mais simples,
não fazer para a criança)
260
NOTA: O formador deve escolher formandos ‘educadores’ para essa actividade
com antecedência, praticar com eles as técnicas escolhidas, e rever como
acompanhar as crianças nas actividades de expressão plástica. Os formandos
devem praticar em casa as técnicas que escolheram e devem trazer material
suficiente para 8-10 crianças.

O formando é capaz de nomear dois tipos de actividades dirigidas de expressão


plástica (‘exploração livre de um tema/ duma técnica comum’ e ‘produção de um
produto em conjunto’), identificando como esses cumprem os critérios de qualidade
(crianças a expressarem-se sobre o tema, momentos para a criança se
movimentar, etc.). Para isso cada formando é sorteado com um exemplo de
actividade de expressão plástica escrito pelo formador. Depois de reflectir sobre a
actividade que tirou deve apresentar ao grupo 1) como esta actividade cumpre, ou
não, com os critérios de qualidade e 2) como esta actividade permite a criança ter
uma participação activa. A seguir devem resumir em conjunto na base dos
exemplos analisados os dois tipos de actividades de expressão plástica que
cumprem bem com os critérios definidos.

O formando conseque descrever como realizar uma actividade dirigida do tipo


‘Exploração livre de um tema/ duma técnica comum’ e do tipo ‘Produção de um
produto comum’. Para isso em relação a cada tipo os formandos devem assistir a
uma simulação do formador, analisar os passos executados e depois simular, por
sua vez, em 5 pequenos grupos como realizar uma actividade dirigida em relação a
cada um dos tipos, utilizando materiais disponibilizados na sala (folhas de papel,
lápis de cores, lápis de cera, utensílios para desenho e pintura, barro, fotos ou
jornais, materiais de reciclagem, materiais de natureza etc., baldes e utensílios de
limpeza). Depois três ou mais grupos devem escolher uma das actividades para
apresentar em turma e debater de forma a avaliar o que fizeram bem e o que
melhorar. NOTA: Os materiais para essa actividade devem ser trazidos pelos
formandos com antecedência, de preferência já no inicio do módulo.

O formando é capaz de resumir os critérios sobre como acompanhar crianças nas


actividades livres na expressão plástica que são relevantes para as actividades
dirigidas. Para isso os formandos primeiro devem nomear todos os critérios de
acompanhamento com os seus aspectos e comparar a lista com uma solução
disponível. A seguir devem em relação a cada critério consultar em conjunto se é
relevante, e de que maneira, também para as actividades livres.

Finalmente devem implementar na sua instituição de prática o que aprenderam no


primeiro critério de desempenho de maneira a realizar por si próprio várias técnicas
de expressão plástica quando acompanham crianças nas actividades livres de
expressão plástica sendo assim uma inspiração para as crianças. Se não for
possível fazer isso, devem implementar o que aprenderam de maneira a ensinar
várias técnicas às colegas na instituição de infância.

Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 32 horas)


O formando é capaz de planificar a actividade dirigida com os seus aspectos chave
(objectivo/s, actividade passo a passo, materiais e local, tempo e seu uso,
organização das crianças), na base dos critérios de qualidade de actividades
dirigidas e na base de interesses observados nas crianças. Para isso os formandos
devem resumir os aspectos chave e os critérios de qualidade de actividades
dirigidas. Depois, a partir de situações escritas pelo formador, os formandos, em
grupos de três pessoas, devem reflectir e identificar o interesse manifesto pela
criança. Com base nisso devem planificar três actividades dirigidas, duas de um
tipo e uma do outro (de acordo com 2 tipos de actividades), garantindo que os
261
aspectos chave e critérios de qualidade estejam em vigor. Cada grupo deve avaliar
a actividade planificada por um outro grupo com base nos aspectos chave e nos
critérios de qualidade.

O formando é capaz de identificar formas de diferenciar o grau de dificuldade da


actividade dirigida (através de materiais pedagógicos diferentes, através de tarefas
diferentes, através de apoios diferentes para permitir a participação da criança em
diferentes capacidades) e consegue identificar como as crianças nesta actividade
podem participar com criatividade e com as suas ideias. Para isso, depois da
explicação do formador sobre como diferenciar os graus de dificuldade, os
formandos devem aplicar o conhecimento usando umas das actividades
anteriormente planificadas para em conjunto identificarem possíveis formas de os
diferenciar e formas como a criança pode participar com criatividade e com as suas
ideias.

O formando é capaz de preparar materiais de aprendizagem necessários para a


actividade dirigida, de realizar dois tipos de actividades dirigidas de expressão
plástica seguindo os critérios de qualidade, e de realizar a auto-avaliação do seu
desempenho no fim da actividade. Para isso, pegando nas actividades planificadas,
cada formando dos grupos pequenos deve preparar e trazer os materiais
necessários para uma das actividades. Em grupos de 9, pelo menos três pessoas
devem simular a sua actividade usando os outros formandos como crianças. No
final de cada simulação, o formando deve fazer a sua auto-avaliação dentro de
cada grupo. O formador tem de circular pelos grupos para acompanhar o processo
de aprendizagem.
NOTA: Os formandos devem ser informados logo no fim das aulas onde aprendem
planificar uma actividade sobre a sua tarefa de organizar o material para uma das
actividades planificadas, para 8-10 ‘crianças’.

Finalmente os formandos devem implementar na sua instituição de prática o que


aprenderam sobre como planificar, preparar, realizar e avaliar actividades dirigidas
de expressão plástica (e sobre o uso de várias técnicas de expressão plástica). No
meio da implementação deve-se realizar uma reflexão na qual os formandos devem
debater sobre as suas experiências na implementação, dúvidas e questões que
ficaram em aberto. Os formandos podem aproveitar dos resultados da reflexão para
melhorar o seu trabalho na segunda parte da implementação.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação deste módulo irá focalizar-se na avaliação dos conhecimentos e
capacidades práticas do educador de promover actividades dirigidas de expressão
plástica. A avaliação do módulo pode ser feita de forma integrada, onde se
privilegia a avaliação dos resultados como um conjunto ao invés de resultados
separados. Sempre que possível, os formandos devem fazer auto-avaliação dos
seus produtos e demonstrações, antes da avaliação feita pelo formador.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste de associação de situações descritas onde o formando tem de identificar as
competências que a criança desenvolve nessas mesmas situações. Teste escrito
de pergunta curta sobre o objectivo de actividades de expressão plástica, e de
perguntas abertas sobre a importância das competências desenvolvidas na
expressão plástica para o desenvolvimento da criança.

262
Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito de curtas respostas sobre dois tipos de actividades dirigidas de
expressão plástica identificando como esses cumprem os critérios de qualidade e
permitem a participação activa da criança; teste de múltiplas respostas sobre os
critérios de como acompanhar as crianças nas actividades livres de expressão
plástica que são relevantes para actividades dirigidas; teste de perguntas abertas
sobre como realizar uma actividade dirigida do tipo ‘Exploração livre de um tema/
duma técnica comum’ e sobre como realizar uma actividade dirigida do tipo
‘Produção de um produto comum’.

Produto constituído por 5 obras de expressão plástica, cada um feito usando uma
técnica diferente, a serem avaliadas consoante a técnica utilizada.

Resultado de Aprendizagem 3
Demonstração simulada avaliada com uma lista de verificação onde o formando a)
prepara os materiais e realiza uma actividade dirigida de expressão plástica do tipo
‘Exploração livre de um tema ou de uma técnica comum’ seguindo os critérios de
qualidade e os passos de planificação; b) prepara os materiais e realiza uma
actividade dirigida de expressão plástica do tipo ‘Produção de um produto em
conjunto’ seguindo os critérios de qualidade e os passos de planificação; e c) auto-
avalia o seu desempenho no fim de cada actividade e descreve o que irá adoptar ou
fazer diferente, nas próximas actividades.

Produto constituído por duas actividades dirigidas planificadas pelo formando, uma
do tipo ‘Exploração livre de um tema ou de uma técnica comum’ e outra do tipo
‘Produção de um produto em conjunto’ com base nos critérios de qualidade e nos
interesses observados nas crianças, identificando as formas de diferenciar o grau
de dificuldade e as formas de incluir as ideias das crianças.

Necessidades Especiais
Para evitar que os formandos, com necessidades especiais sejam prejudicados,
podem ser produzidas por uma escola ou Centro de ensino as evidências
requeridas modificadas para a certificação destes candidatos. Contudo, para a
modificação ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das especificações do módulo.
Em todos os casos todas as modificações estão sujeitas à aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Santos, A.S.(2008). Mediações Arteducacionais. Lisboa: Fundacao Calouste
Gulbenkian.
2. Ministério da Mulher e da Acção Social, Republica de Moçambique. (2011).
Livro de Recursos de Educador. Parte do Programa Educativo para crianças
do 1º ao 5º ano. [Não publicado.]
3. Sousa, A. (2003). Educação Pela Arte e Artes na Educação. Horizontes
Pedagógicos: Lisboa, Instituto Piaget.
4. http://ticposgraduacao.wordpress.com/a-importancia-das-
expressoes/expressao-musical-2/

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP.

263
INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Promover actividades dirigidas de linguagem e


Título do módulo:
literacia com as crianças
Código do módulo: MO
Data da validação:
Nível do QNQP: 4
Número de créditos: 9
Conclusão com êxito dos seguintes módulos do
certificado vocacional 4 em educação de infância:
Requisitos de inscrição
‘Aplicar educação inclusiva’ e ‘Promover actividades
no módulo: dirigidas com as crianças e os encontros de reflexão e
planificação’.
A conclusão, com êxito, deste módulo é necessária para
Progressão: a inscrição no módulo ‘Levar a cabo uma experiência de
trabalho numa instituição de infância’ e em todos os
módulos do certificado vocacional 5 em educação de
infância.

Após a conclusão deste módulo, os formandos serão


capazes de resumir algumas competências de
linguagem e literacia e a sua importância, realizar
actividades dirigidas de pré-escrita e de pré-leitura e
avaliar a sua prática, estimular a criança a criar, ditar, ler
Introdução ao módulo:
e representar as suas histórias e textos, utilizar com
sensibilidade a língua materna e a língua nacional, nas
.
interacções com as crianças, e promover encontros
semanais de reflexão e planificação na área de
linguagem e literacia como base para o plano semanal.

Resumo dos resultados 1. Resumir algumas competências de linguagem e


de aprendizagem: literacia e a sua importância para o
desenvolvimento da criança.
2. Realizar actividades dirigidas de pré-escrita e
autoavaliar a sua prática.
3. Realizar actividades dirigidas de pré-leitura e
autoavaliar a sua prática.
4. Estimular a criança a criar, ditar, ler e representar
as suas histórias, mensagens ou outros textos
escritos.
5. Utilizar com sensibilidade a língua materna e a
língua nacional, nas interacções com as crianças.
6. Promover encontros semanais de reflexão e
planificação na área de linguagem e literacia como
base para o plano semanal.

264
Resultado de aprendizagem 1: Resumir algumas competências de
linguagem e literacia e a sua
importância para o desenvolvimento
da criança

Critérios de desempenho:
(a) Descreve algumas competências de linguagem e literacia (escrita e
leitura) que ocorrem na sequência do desenvolvimento da criança.
(b) Resume a importância de algumas competências de linguagem e
literacia para o desenvolvimento da criança.
(c) Exemplifica alguns dos métodos a utilizar para estimular a criança a
aprender a falar, ‘escrever’, ‘ler’ e ‘ditar’.
(d) Exemplifica como incluir ideias das crianças nas actividades dirigidas
de linguagem e literacia.

Contextos de aplicação:
Competências de linguagem e literacia (competências emergentes
de escrita e leitura) envolvem:
 Capacidades narrativas
 Capacidades de ouvir e participar
 Capacidades analíticas e de resolução de problemas
 Capacidades emocionais e sociais
 Capacidades de discriminação visual e auditiva
 Lateralidade
 Capacidades motoras finas
As diferentes idades revelam diferentes competências que podem
variar com o grau de estimulação que a criança recebe

As competências de linguagem e de literacia são importantes para o


desenvolvimento das crianças porque as estimulam a exprimir as
suas necessidades, desejos, opiniões; a participar e cooperar; a
organizar o pensamento; a desenvolver o prazer e a alegria de
aprender e a autoconfiança; a criar as bases para o sucesso escolar

Métodos a utilizar para estimular a criança a aprender a falar,


escrever, ler e ditar incluem:
 Fazer perguntas e dar respostas (criança/adulto e vice-versa)
 Não repetir o erro mas dar a versão correcta (ex....à minha trás. O
gato está atrás de ti.)
 Expandir o que a criança disse
 Nomear o que se vê em livros, na sala, em casa, ao ar livre
 Comentar o que sentem ao ler livros, em novas experiências,
quando algo inesperado acontece
 Falarem/contarem e ditarem ao educador sobre o que
escreveram, rabiscaram, desenharam, pintaram fazendo livrinhos
com esse material
 Ler livros com as crianças
 Rotular tudo o que for rotulável na sala e ou na instituição
 As crianças a lerem livros sozinhas e com outras crianças ou
adultos

265
 Expôr as crianças à escrita e leitura na vida real (lista de
compras, receitas culinárias, consulta da lista telefónica, ler
jornais e revistas, livros...)
 As crianças a terem acesso a material de escrita para garatujar,
desenhar, pintar escrever como quizerem e fazerem os seus
livrinhos

Como incluir ideias das crianças nas actividades dirigidas:


1) Escolher temas que interessem as crianças
2) Optar por actividades que interessem as crianças
3) Oferecer materiais que interessem as crianças

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando:
 Descreve, exemplifica e resume competências de linguagem e
literacia e sua importância para o desenvolvimento da criança, de
acordo com os critérios de desempenho a) a b)
 Exemplifica pelo menos 2 métodos a utilizar para estimular a
criança a falar, escrever, ler e contar
 Exemplifica como incluir as ideias das crianças, nas actividades
de linguagem e literacia.

Resultado de aprendizagem 2: Realizar actividades dirigidas de pré-


escrita e autoavaliar a sua prática

Critérios de desempenho:
(a) Descreve e explica os objectivos das actividades de pré-escrita na
educação de infância, e relaciona-os a situações pedagógicas
negativas em relação às crenças e práticas familiares comuns no
ensino da escrita.
(b) Identifica as diferentes formas de escrita emergente por parte da
criança e de como encorajá-la a escrever à sua própria maneira.
(c) Planifica e realiza actividades dirigidas de pré-escrita ou de
invenção de ortografia com base nos aspectos chave e nos
critérios de qualidade duma actividade dirigida, arquivando os
trabalhos no portefólio.
(d) Produz e providencia uma boa diversidade de materiais para
estimular o interesse pela escrita.
(e) Autoavalia o seu desempenho no fim da actividade e descreve o
que irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas actividades.

Contextos de aplicação:
Objectivos das actividades de pré-escrita na educação de infância
são principalmente:
 Despertar a curiosidade e o interesse
 Proporcionar um ambiente estimulante
 Demonstrar as práticas de pré-escrita

266
 Ajudar as crianças a criarem as bases necessárias para o início
da escrita
Situações pedagógicas negativas - Crenças e práticas familiares em
relação ao ensino da pré-escrita podem incluir:
 Aprender a escrever é a tarefa mais importante de educação
de infância
 A criança deve desde o início aprender a escrever como um
adulto
 A escrita emergente da criança deve ser corrigida
 A criança só pode aprender a escrever seguindo o exemplo do
adulto
As diferentes formas de escrita emergente incluem escrita não
convencional e original por parte da criança que escreve de
maneiras não reconhecidas convencionalmente (ex., com desenhos,
partes de letras, garatujas, riscos, letras ou partes de palavras em
espelho ou de pernas para o ar, etc.)
Actividades dirigidas de escrita ou de invenção de ortografia podem
incluir escrita em qualquer superfície, mesmo as pouco
convencionais; com diversos tipos de instrumentos, tracejar, saltar
ou andar sobre letras desenhadas, completar partes de letras entre
outras

Aspectos-chave da actividade dirigida incluem:


1. Objectivos e resultados a atingir (por parte da criança –
competências)
2. Actividade passo a passo:
 Motivação/Introdução
 Demonstração
 Acompanhamento
 Arrumação
3. Tempo necessário e seu uso
4. Materiais e local a utilizar
5. Tipo de organização das crianças (em pares, em grupos etc.)

Critérios de qualidade da actividade dirigida incluem:


1. Crianças a expressarem-se sobre o tema
2. Momentos para a criança se movimentar
3. Crianças a usarem os seus sentidos
4. Crianças a agirem
5. Educador a oferecer actividades com vários graus de
dificuldade
 Através de materiais diferentes
 Através de tarefas diferentes
 Através de apoios diferentes
6. Educador a criar um bom ambiente para a aprendizagem (sem
barulho, interrupções ou competição, e sempre encorajador
etc.)

O portefólio da criança inclui exemplos de trabalhos livres e dirigidos


que representam as várias áreas (ex., artes, matemática, linguagem).
É importante…
 Anotar a data e a descrição analítica curta em cada trabalho
 Ordenar os trabalhos para indicar o desenvolvimento de
competências

267
 Guardar o portefólio de diferentes maneiras, ex.: mapas ou
gavetas para cada criança, pasta grande com parte para cada
criança, portefólio com análise do progresso

Tipos de materiais para estimular a pré-escrita variam bastante


e podem incluir desde adultos ou crianças mais velhas como
modelo, que escrevem, sempre que possível, à frente de e com
as crianças e rótulos, livros, bilhetes, notas, receitas, cartazes
ou puzzles e outros jogos com letras, palavras, ou frases e
diversos materiais onde e com os quais se possa “escrever”,
lápis, canetas de feltro, giz, areia, pauzinhos entre outros

Autoavaliação do seu desempenho:


1) Preparação
2) Participação das crianças
3) Dificuldades
4) Sucessos

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Descreve e explica os objectivos de actividades de pré-escrita e
relaciona-os com situações pedagógicas negativas
relativamente às crenças e práticas comuns
 Identifica diferentes formas de escrita emergente por parte da
criança e como encorajá-la a escrever à sua própria maneira.

Produto
O formando...
 Produz ou recolhe pelo menos 2 tipos de materiais diferentes
para actividades das crianças com a escrita e descreve outros
tipos de materiais que estimulam o interesse pela escrita nas
crianças
 Planifica 2 actividades dirigidas de pré-escrita de acordo com o
critério de desempenho c)
 Recolhe e organiza exemplos de escrita emergente da criança
para o portefólio.

Demonstração real ou simulada


O formando desenvolve uma actividade dirigida de pré-escrita de
acordo com o critério de desempenho c), avaliando a sua prática no
fim da actividade.

Resultado de aprendizagem 3: Realizar actividades dirigidas de pré-


leitura e autoavaliar a sua prática

Critérios de desempenho:
(a) Descreve e explica os objectivos de actividades de pré-leitura na
educação de infância e a ligação entre a aprendizagem da leitura e a
da escrita na criança.

268
(b) Descreve as abordagens para a criação de hábitos de leitura através
da partilha e criação de livros, fantasias, entre outros.
(c) Planifica e realiza actividades dirigidas que despertam as crianças
para o som e para a relação som/símbolo(letra), com base nos
aspectos chave e nos critérios de qualidade, duma actividade dirigida.
(d) Planifica e realiza actividades dirigidas com histórias com base nos
aspectos chave e nos critérios de qualidade, duma actividade dirigida.
(e) Autoavalia o seu desempenho no fim da actividade e descreve o que
irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas actividades.

Contextos de aplicação:
Objectivos de actividades de pré-leitura na educação de infância são
principalmente:
 Despertar a curiosidade e interesse pela leitura
 Proporcionar um ambiente estimulante
 Demonstrar as práticas de pré-leitura
 Ajudar as crianças a criar as bases necessárias para o inicio da leitura

Ligação entre a aprendizagem da leitura e a da escrita na criança:


A criança aprende a ler:
 Quando é imersa num ambiente de leitura-escrita
 Quando escreve ou lê por iniciativa própria

Ao escrever/ler ou ao ver alguém a escrever/ler, a criança...


 Aprende que as palavras podem ser escritas e lidas
 Aprende que se escrevem e lêem da esquerda para a direita
 Presta atenção às formas das letras e à composição das palavras
 Mais tarde ‘aproveita’ esses conhecimentos para ler/escrever

Criação de hábitos de leitura acontece através de:


 Leitura individual pela criança
 Leitura para o grupo
 Discussão dos livros (partilha do que sabem e construção dos novos
conhecimentos)
 Produção de livrinhos
 Encenação das histórias ouvidas ou criadas pelas crianças

Actividades que despertam as crianças para o som incluem: adivinhar e


imitar sons, lengalengas, trava-línguas, rimas, procurar palavras que
começam com o mesmo som

Actividades que ensinam a ligação entre o símbolo e o som da letra, e


promovem a divisão silábica, são por exemplo, escolher
objectos/imagens que começam com certa letra, juntar letras com
palavras que começam com essas letras, saltar duma letra (consoante)
para as vogais, dizendo cada sílaba e explorar as capacidades
sensoriais da criança para concretizar o abstracto do símbolo

Actividades dirigidas com histórias incluem ler a história de maneira


interactiva, levantando questões, predizendo o que vai acontecer a
seguir, comparando com algo na sua vida, criar ou mudar a história ou
partes dela, fazer actividades na base da história, com desenhos,
jogos, passeios, etc.

269
Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando...
 Descreve e explica os objectivos das actividades de pré-leitura, a
ligação entre a aprendizagem da leitura e da escrita
 Descreve as abordagens para a criação de hábitos de leitura nas
crianças.

Produto
O formando...
 Planifica duas actividades dirigidas com sons ou sons/letras, e duas
actividades com histórias com base nos critérios de desempenho c)
e d).

Demonstração real ou simulada


O formando...
 Realiza uma actividade dirigida com os sons avaliando a sua prática
no fim da actividade
 Realiza uma actividade dirigida de ligação da letra com o som ou de
divisão silábica avaliando a sua prática no fim da actividade
 Realiza uma actividade dirigida com histórias avaliando a sua prática
no fim.

Resultado de aprendizagem 4: Estimular a criança a criar, ditar, ler e


representar as suas histórias,
mensagens ou outros textos escritos

Critérios de desempenho:
(a) Descreve e explica a importância da criança criar, ditar, ler e
representar as suas histórias, mensagens, e outros textos escritos.
(b) Estimula as crianças ditar suas histórias, mensagens, listas, ou
pensamentos e anota os ditados delas.
(c) Lê, para as crianças, e estimula-as a ‘ler’ as histórias, mensagens, e
outros textos ditados por elas, reforçando a ligação entre a leitura e
escrita.
(d) Encoraja as crianças a representar as suas histórias, mensagens e
outros textos.
(e) Expõe os ditados escritos nas paredes, encorajando as crianças a
“lê-los” de vez em quando e arquiva os ditados escritos da criança
no portefólio.

Contextos de aplicação:
Importância da criança criar, ditar, ler e utilizar as suas histórias,
mensagens, e outros textos escritos:
 Valoriza as ideias e a criatividade da criança
 Reforça a ligação entre palavra dita, escrita, e lida

Anota as histórias, mensagens, listas ou pensamentos ditados pelas


crianças individualmente ou em grupo sempre na presença das

270
crianças e deixando-as ilustrar o que ditaram, podendo ser utilizado em
vários momentos importantes do dia como a hora do círculo

Representar as suas histórias:


 Visualmente através duma ilustração ou de recorte e colagem
 Através de faz-de-conta, jogo de papéis ou dramatização

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando descreve e explica a importância da criança criar, ditar, ler
e representar suas histórias e outros textos.

Demonstração real ou simulada


O formando desenvolve duas formas de estimular a criança a ditar, ler,
e representar vários textos, que abrangem os critérios b), c) e d).

Produto
O formando expõe trabalhos com escrita ditada ou criada pelas
crianças, nas paredes da sala, e arquiva outros - no portefólio da
criança.

Resultado de aprendizagem 5: Utilizar com sensibilidade a língua


materna e a língua nacional, nas
interacções com as crianças

Critérios de desempenho:
(a) Explica a importância de usar a língua materna (L1) na interacção
com as crianças.
(b) Fala e ensina na língua materna para promover o desenvolvimento
harmonioso da criança.
(c) Introduz a língua nacional (L2) no pré-escolar através de técnicas
didácticas de educação bilingue aproveitando o período chave de
aquisição da linguagem.

Contextos de aplicação:
Língua materna (L1) é a base para todo o desenvolvimento da criança,
incluindo a aprendizagem de outras línguas porque baseada no
conhecimento e experiências das crianças e da sua comunidade
Efeitos negativos de apenas usar a L2 no ensino pré-escolar: impede
ou limita a participação plena da criança por não se basear no seu
conhecimento linguístico-cultural

Técnicas didácticas na educação bilingue promovem a utilização de


palavras chave em ambas as línguas, ex.:
 Nomear tudo o que vê no ambiente, na sala, em livros, etc. em L1
e depois em L2

271
 Contar histórias em língua materna e depois em L2, com apoio de
imagens e gestos, chamando pais ou outros familiares para virem
contar uma história
 Usar canções como meio educativo para L2
 Associar certas acções diárias com as frases em L2
 Não misturar as 2 línguas na mesma frase
 Usar escrita na sala em língua materna e em L2
 Utilizar cartazes de matemática, conhecimento do mundo e outros
que através das imagens promovam a aprendizagem de palavras e
frases em ambas as línguas
 Utilizar jogos de memória de imagens com palavras em ambas as
línguas
 Utilizar puzzles de sequência com palavras em ambas as línguas

Período chave de aquisição da linguagem vai dos 0 aos 5 anos.

Evidências requeridas:
Evidência escrita
O formando justifica a importância da língua materna na educação
bilingue.

Demonstração real ou simulada


O formando...
 Utiliza a língua materna das crianças nas interacções e actividades
com crianças
 Implementa pelo menos 3 técnicas de educação bilingue nas
actividades com crianças.

Resultado de aprendizagem 6: Promover encontros semanais de


reflexão e planificação na área de
linguagem e literacia como base para
o plano semanal

Critérios de desempenho:
(a) Reflecte em equipa sobre situações de desafio e de sucesso/
descoberta nas actividades de linguagem e literacia realizadas
durante a semana.
(b) Identifica objectivos para actividades pedagógicas seguintes de
linguagem e literacia.
(c) Planifica em equipa as actividades dirigidas de linguagem e literacia
para a semana seguinte na base dos passos de planificação
semanal.
(d) Debate activamente e com respeito, as experiências e ideias de
actividades de linguagem e literacia para atingir os objectivos.
(e) Preenche o plano semanal ordenando as actividades dirigidas na
sequência adequada e nomeando os materiais pedagógicos
necessários.

272
Contextos de aplicação:
Situações de desafio são aquelas onde ou a criança ou o próprio
educador tiveram certas dificuldades ou reacções negativas

Situações de sucesso e descoberta são aquelas onde a criança ou o


próprio educador aprenderam ou conseguiram fazer algo novo para
eles

Objectivos e técnicas para actividades pedagógicas seguintes


identificam-se na base de:
 Aproveitamento das actividades pedagógicas realizadas
anteriormente
 Progresso das crianças em relação às competências chave
 Plano trimestral e plano anual das actividades pedagógicas da
instituição de infância
 Interesses das crianças
 Sugestões dos pais

Passos da planificação semanal das actividades dirigidas:


1) Realizar uma chuva de ideias sobre as possíveis actividades
dirigidas
2) Melhorar e /ou ampliar as ideias de actividades (na base dos
critérios de qualidade, objectivos relevantes e competências da
criança)
3) Organizar as actividades em sequência lógica
4) Descrever as actividades desafiadores passo-a-passo, para todos
terem a certeza de como as realizar
5) Preencher a ficha do plano semanal e partilhá-la com os pais (pode
ser feito por um educador já fora do encontro)

O plano semanal contém:


 Sequência das actividades
 Materiais necessários para cada actividade
 Alguns conteúdos da hora do circulo e materiais para
actividades livres

Sequência adequada das actividades dirigidas orienta-se por:


 Sequência lógica das competências chave atingidas
 Aumento do grau de complexidade
 Exigências de concentração (nível alto é melhor para a 1ª
actividade do dia)
 Explorar um conteúdo com mais envolvimento motor antes da
exploração mais abstracta
 Disponibilidade dos materiais pedagógicos (no caso duma
instituição com mais do que um grupo)

Evidências requeridas:
Demonstração simulada
O formando realiza em grupo uma reflexão e planificação semanal
sobre actividades de linguagem e literacia, seguindo os passos
principais (ou de acordo com os critérios de desempenho a) a d).

273
Produto
O formando apresenta a ficha de plano semanal onde são preenchidas
com detalhe suficiente e na sequência adequada 4 actividades de
linguagem/ literacia.
______________________________________________________________

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 90 horas

Justificação do módulo
Este módulo é o primeiro dedicado à literacia (competências emergentes de leitura e
escrita) nas crianças. As crianças nascem curiosas, tudo é alvo de pesquisa, de
experimentação e dessas actividades - todas as crianças retiram alegria e se nós
não as impedirmos a leitura e a escrita também vão seguir esse caminho. No pré-
escolar não nos concentramos na leitura e escrita por si próprias. Cada educador
duma instituição de infância deve ser capaz de interagir com as crianças e promover
o desenvolvimento de competências e atitudes positivas em relação ao
desenvolvimento da linguagem (oral e escrita) que são a ferramenta base de
comunicação e participação. Para isso devem sempre partir e responder às
interrogações das crianças e deixá-las experimentar, comparar, aprender. Neste
módulo os formandos aprenderão a identificar conteúdos, métodos e competências
chave da linguagem e literacia a desenvolver e ainda a preparar materiais e
experiências que estimulem as crianças a se apropriarem do conhecimento partindo
sempre do nível em que estão e tendo em consideração os seus interesses de modo
a que aprendam a aprender com alegria.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O processo de ensino-aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e
centrado no formando dando ao formando sempre tempo e possibilidade para
apresentar dúvidas e perguntas abertas.

No início de cada assunto deste módulo o formador deve preparar um resumo sobre
os resultados que se espera que os formandos vão atingir e afixa-o na parede
fazendo um pequeno debate sobre o que os formandos acham que está incluído em
cada subtema e registando as suas contribuições. No fim de cada tema o formador
afixa o resultado do primeiro debate e em conjunto com os formandos acrescenta o
que foi aprendido ao longo do processo e arquiva no portefólio da turma.

O formador deve ainda avisar os formandos que, quando forem praticar nas
instituições de infância, devem, desde o início, registar as suas observações sobre
situações de desafio, de sucesso e de descoberta nas actividades de linguagem e
literacia. Se houver formandos que já estão a trabalhar em centros de infância o
formador pede-lhes para fazerem listas dessas mesmas situações de acordo com a
sua experiência de trabalho. Também devem observar actividades dirigidas e livres
de pré-leitura e pré-escrita na instituição de prática registando tudo o que vêem que
pensem ser importante para os temas que vão ser abordados neste módulo, na base

274
duma lista fornecida pelo formador e recolhendo os exemplos de escrita emergente
das crianças e anotações de textos ditados pelas crianças.

Por último o formador deve arquivar todo o material produzido ou recolhido ao longo
deste módulo no portefólio da turma que servirá para a reflexão final sobre como
decorreu o módulo e também como exemplos para futuras formações.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimado: 6 horas)


O formando é capaz de descrever algumas competências de linguagem e literacia
(escrita e leitura) que ocorrem na sequência do desenvolvimento da criança.
Também consegue resumir a importância de competências de linguagem e literacia
para o desenvolvimento da criança. Para isso os formandos devem dividir-se em
dois grandes grupos e devem, nos respectivos grupos, relembrar o que já
aprenderam sobre desenvolvimento da criança e fazer uma chuva de ideias, cada
grupo sobre um dos dois subtemas (descrever algumas competências de linguagem
e literacia e resumir a importância dessas competências para o desenvolvimento da
criança) e registar em papel grande a ser afixado na parede ou escrevê-los no
quadro. Em plenário (turma) os dois grupos devem apresentar o seu trabalho aos
colegas e receber mais contribuições dos colegas do outro grupo, com a supervisão
do formador, para garantir a diversidade das ideias. O resultado do debate deve ser
guardado no portefólio ou pasta da turma.

O formando é capaz de exemplificar alguns dos métodos a utilizar para estimular a


criança a aprender a falar, ‘escrever’, ‘ler’ e ‘ditar’. Para isso os formandos em
plenário, devem fazer uma reflexão/debate sobre como os seus filhos, sobrinhos,
netos ou outras crianças próximas aprenderam a falar, em seguida fazem uma
chuva de ideias sobre como é que as crianças aprendem a escrever, ditar e a ler.
Depois devem dividir-se em grupos e cada grupo deve escolher duas competências
a desenvolver, uma de linguagem e uma de literacia, e, da listagem de métodos
(para estimular a criança) devem debater e escolher os que mais se adequam às
competências escolhidas. Depois, devem preparar um exemplo de uma aula para
cada um dos temas escolhidos e simular uma das aulas entre si (um formando é o
educador e os outros do grupo são as crianças). No fim da simulação o formando
que fazia de educador deve fazer a sua autoavaliação e depois os colegas do grupo
devem acrescentar as suas contribuições.

O formando consegue exemplificar como incluir ideias das crianças nas actividades
dirigidas de linguagem e literacia. Para isso os formandos devem fazer um debate
do estilo “pró e contra” em que um grupo dá sugestões e defende a inclusão de
ideias das crianças nas actividades dirigidas e o outro grupo defende que isso não é
possível para assim recordarem o que aprenderam sobre inclusão das ideias das
crianças no módulo sobre actividades dirigidas. Terminado o debate os formandos
devem, em pequenos grupos, preparar uma actividade dirigida que contenha
actividades, temas ou materiais que incluam o interesse das crianças (cada grupo
escolhe uma das três possibilidades). Devem apresentar os planos ao formador, e
melhorar na base do feedback recebido.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 23 horas)


O formando é capaz de descrever e explicar os objectivos das actividades de pré-
escrita na educação de infância, e relacioná-los a situações pedagógicas negativas
em relação às crenças e práticas familiares comuns no ensino da escrita. O
formando também consegue identificar as diferentes formas de escrita emergente
por parte da criança e como encorajar a criança a escrever à sua própria maneira.

275
Para isso os formandos devem observar actividades dirigidas e livres de pré-escrita
na instituição de prática registando tudo o que vêem que pensem ser importante
para os assuntos que vão ser abordados neste resultado de aprendizagem e
recolhendo os exemplos de pré-escrita das crianças. Depois, já no centro de
formação e divididos em dois grupos, devem fazer uma chuva de ideias sobre os
dois assuntos (um por grupo), nomeadamente, sobre 1) os objectivos das
actividades de pré-escrita na educação de infância, e as situações pedagógicas
negativas em relação às crenças e práticas familiares comuns no ensino da escrita;
e, 2) as diferentes formas de escrita emergente por parte da criança e como
encorajá-la a escrever à sua própria maneira. Devem apontar os resultados em
papel grande para colocar na parede da sala de formação ou escrever no quadro.
Em plenário devem apresentar o resultado e receber as contribuições dos colegas
do outro grupo e do formador para garantir uma boa exploração do tema. Depois da
discussão do primeiro assunto, o formador deve oferecer filmes ou simulações que
mostram mais objectivos e práticas comuns nas actividades de pré-escrita, e
convidar os formandos a analisá-las, completando as suas notas. O mesmo deve
ser feito em relação à escrita emergente – o formador deve proporcionar exemplos
adicionais da escrita emergente para os formandos analisarem e discutirem, e
completarem as suas notas sobre este assunto.

O formando é capaz de planificar e realizar actividades dirigidas de pré-escrita ou de


invenção de ortografia com base nos aspectos chave e nos critérios de qualidade,
duma actividade dirigida, arquivando os trabalhos da criança no portefólio. O
formando também consegue realizar a autoavaliação do seu desempenho no fim da
actividade e descrever o que irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas
actividades.

Para tal, os formandos, divididos em dois grupos, devem recordar seleccionando, de


um conjunto de frases preparado pelo formador, num grupo os aspectos chave de
planificação duma actividade e no outro os critérios de qualidade duma actividade
dirigida. Depois, os formandos, devem debater em plenário sobre quais as melhores
formas de fazer actividades dirigidas de pré-escrita ou de invenção de ortografia
recorrendo também às observações que fizeram na instituição de prática, e aos
subsídios do formador. Depois, em pequenos grupos, devem planificar 2 actividades
dirigidas de pré-escrita de acordo com os aspectos chave e os critérios de qualidade
duma actividade dirigida. A seguir os grupos devem trocar os planos de actividades
e comentar sobre os planos dos colegas. Cada grupo deve melhorar os seus planos
na base dos comentários feitos. Os 3 grupos seleccionados pelo formador devem
simular uma actividade, autoavaliar o seu desempenho, descrever o que irá adoptar
ou fazer diferente nas próximas actividades, e receber o feedback dos colegas e do
formador. No final, o formador deve simular e convidar os formandos a analisar
outras actividades de pré-escrita que os grupos não sugeriram/demonstraram.
Finalmente, o formador deve explicar os princípios de arquivar os trabalhos das
crianças no portefólio e colocar os grupos a praticar como organizar os trabalhos das
crianças fornecidos pelo formador ou recolhidos por eles, de acordo com esses
princípios.

O formando é capaz de produzir e providenciar uma boa diversidade de materiais


para estimular o interesse pela acção da escrita. Para isso os formandos divididos
em pequenos grupos devem debater que tipos de materiais estimulam o interesse
pela escrita e criar uma lista conjunta em plenário. O formador deve demonstrar
alguns modelos de materiais que os formandos podem produzir por si próprios,
explicando as técnicas de produção. A seguir cada formando deve produzir um
material e preparar pelo menos mais um para estimular o interesse na criança pela
escrita, e deve ser capaz de explicar o uso desses materiais. No fim, o formador
deve convidar alguns formandos com materiais diferentes a apresentá-los e a
explicar como poderiam ser usados nas actividades com as crianças.
276
Finalmente, os formandos em pares ou grupos de 3 devem preparar os materiais e
implementar na instituição de prática pelo menos 4 actividades dirigidas de pré-
escrita de acordo com os aspectos chave e os critérios de qualidade duma
actividade dirigida, encorajando as crianças a escrever à sua própria maneira e
avaliando a sua prática no fim de cada actividade.

Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 24 horas)


O formando é capaz de descrever e explicar os objectivos de actividades de pré-
leitura na educação de infância e a ligação entre a aprendizagem da leitura e a da
escrita na criança. O formando também consegue descrever as abordagens para
criação de hábitos de leitura nas crianças através da partilha e criação de livros,
fantasias, entre outros.

Para isso os formandos devem observar actividades dirigidas e livres de pré-leitura


na instituição de prática registando tudo o que vêem que pensam ser importante
para os assuntos que vão ser abordados neste resultado de aprendizagem. Depois,
usando o registo das observações que fizeram e divididos em dois grupos, devem
fazer uma chuva de ideias sobre 1) os objectivos de actividades de pré-leitura e a
ligação entre a aprendizagem da leitura e a da escrita e 2) abordagens para a
criação de hábitos de leitura (um por grupo). Devem apontar os resultados em papel
grande para colocar na parede ou escrever no quadro. Em plenário devem
apresentar os resultados para melhor explicar os aspectos do seu trabalho e receber
as contribuições dos colegas do outro grupo.

Depois da discussão do primeiro assunto, o formador deve mostrar filmes ou


simulações que mostram mais objectivos e práticas para as actividades de pré-
leitura, e convidar os formandos a analisá-las, completando as suas notas. Em
relação às abordagens para a criação de hábitos de leitura, o formador deve
primeiro pedir aos formandos para reflectir individualmente e depois partilhar em
grupos como eles adquiriram (ou não) o gosto pela leitura e quais eram os hábitos
de leitura na sua infância. O formador deve estar pronto a dar exemplos concretos
de práticas na família que promovem os hábitos da leitura, incluindo as práticas de
tradição oral (ex., contar histórias ao fim do dia à volta da fogueira, ou relatos sobre
as vidas e feitos dos antepassados, etc.). Na base desta reflexão devem construir
em conjunto uma lista de práticas que promovem os hábitos de leitura nas crianças.
Finalmente, formandos voluntários devem simular algumas das práticas de criar
hábitos de leitura (ex., encorajar as crianças a lerem umas às outras, criar suas
histórias, etc.), que em seguida devem ser analisadas por todos.

O formando é capaz de planificar e realizar actividades dirigidas que despertam as


crianças para o som e para a relação som/símbolo(letra), com base nos aspectos
chave e nos critérios de qualidade, duma actividade dirigida. O formando também
conseque planificar e realizar actividades dirigidas com histórias com base nos
aspectos chave e nos critérios de qualidade, duma actividade dirigida. Em ambos os
casos, o formando é capaz de autoavaliar o seu desempenho no fim da actividade e
descrever o que irá adoptar ou fazer diferente, nas próximas actividades.

Para isso os formandos em pequenos grupos devem debater que tipo de actividades
podem fazer para despertar as crianças para o som e para a relação som/letra.
Depois, em pequenos grupos, cada formando deve planificar 2 actividades dirigidas
uma de sons e uma de sons/letras de acordo com os aspectos chave e os critérios
de qualidade, duma actividade dirigida, depois trocar os planos de actividades e
comentar sobre os planos dos colegas. Cada grupo deve eleger os melhores planos
e melhorá-los na base dos comentários feitos. No final, os 3 grupos seleccionados
pelo formador devem simular uma actividade de som e uma de som/letra à turma,
277
autoavaliar o seu desempenho, descrever o que irá adoptar ou fazer diferente nas
próximas actividades, receber o feedback dos colegas e do formador.

Os formandos, em pequenos grupos, devem debater que tipo de actividades


dirigidas podem fazer para despertar as crianças para a leitura com histórias. Devem
começar por simular uma sessão de leitura de história onde o ‘educador’ lê, sempre
no mesmo tom e sem expressão, uma história para ‘as crianças’. Depois devem
debater sobre como se sentiram e se essa é a melhor maneira de estimular as
crianças a gostarem de ler. A seguir devem criar uma lista, com apoio do formador,
de várias actividades possíveis de fazer com histórias. O formador deve solicitar
exemplos de cada actividade ou demonstrar as práticas que são novas para os
formandos.

Cada formando no seu pequeno grupo deve planificar duas actividades dirigidas
com histórias, de acordo com os aspectos chave e os critérios de qualidade, duma
actividade dirigida. A seguir os formandos no grupo devem trocar os planos de
actividades e comentar sobre os planos dos colegas. Cada formando deve melhorar
os seus planos na base dos comentários feitos e depois devem escolher os
melhores planos. No final, os 3 grupos seleccionados pelo formador devem simular
uma actividade com histórias à turma, autoavaliar o seu desempenho, descrever o
que irão adoptar ou fazer diferente nas próximas actividades, receber o feedback
dos colegas e do formador.

Os formandos em pares ou grupos de 3 devem preparar os materiais e implementar


na instituição de prática pelo menos 3 actividades dirigidas de sons ou de
sons/letras e pelo menos 3 actividade de histórias, avaliando a sua prática no fim de
cada actividade.

Resultado de aprendizagem 4. (Nº de horas estimado: 14 horas)


O formando é capaz de descrever e explicar a importância da criança criar, ditar, ler
e representar as suas histórias, mensagens, e outros textos escritos. Para isso os
formandos em plenário devem fazer uma revisão rápida sobre os aspectos
observados e tratados nos resultados de aprendizagem 1, 2 e 3. Depois, divididos
em pequenos grupos devem fazer um mapa visual sobre a importância da criança
criar, ditar, ler e representar as suas histórias, mensagens e outros textos escritos
(cada grupo deve só trabalhar um tema). O mapa visual pode ser construído da
seguinte forma: no centro de uma folha ou do quadro escreve-se por exemplo “criar”,
ou “ditar” e rodeia-se com um círculo e à volta vão-se anotando as contribuições de
todos sobre a importância dessa actividade para criança.

Criar

Depois, em plenário, devem apresentar os resultados dos vários grupos e debater


para cada um como estimular a realização dessas actividades pela criança. Devem
fazer um resumo para cada actividade em papel grande e afixar na parede ou
escrever no quadro.

O formando é capaz de estimular as crianças a ditar as suas histórias, mensagens,


listas, ou pensamentos e anotar os ditados deles. Adicionalmente, o formando

278
consegue ler para as crianças, e estimulá-lasa ‘ler’ elas próprias as histórias,
mensagens, e outros textos ditados por elas, reforçando a ligação entre a leitura e
escrita. O formando também é capaz de encorajar as crianças a representar as suas
histórias, mensagens e outros textos.

Para isso os formandos devem assistir a 2-3 exemplos (em forma de filmes,
simulações do formador, ou exemplos escritos) do formador a estimular as crianças
a ditar algo, a anotar os textos deles, a estimulá-las a ler o que foi escrito, e a
representar as suas ideias, histórias etc. Devem analisar os exemplos em grupos,
com base numa ficha disponibilizada pelo formador, identificando as acções
concretas do formador e as reacções das crianças. Em plenário, devem ainda propôr
e simular outras formas de estimular as crianças a ditar, ler, e representar as suas
mensagens e outros textos, chegando a uma lista de boas práticas para cada uma
dessas actividades.

Em grupos pequenos devem preparar 2 actividades diferentes para estimular a


criança a ditar, ler, ou representar as suas mensagens, histórias etc., e a seguir o
formador deve escolher os 3 melhores grupos para simular uma das suas
actividades em plenário e incentivar o feedback da turma sobre como melhorar as
actividades.

O formando é capaz de expôr os ditados escritos e representados de outras


maneiras, nas paredes, encorajando as crianças a ‘lê-los’ de vez em quando, e
arquivar os ditados escritos da criança no portefólio. Para tal os formandos,
organizados em grupos por local de prática, devem colocar nas paredes, de maneira
adequada, alguns exemplos recolhidos da prática (colocar ao nível das crianças,
com nome escrito ao lado, juntos por tema, por história etc.) e simular pequenas
conversas com as crianças a volta desses trabalhos com acompanhamento de
formador. Devem observar se todos colocaram os trabalhos de acordo com os
critérios mencionados e melhorar as exposições se fôr necessário. Por fim devem
organizar no portefólio os trabalhos expostos de acordo com a lista de critérios que
aprenderam noutra aula. O formador deve convidar 2 grupos que fizeram as
melhores simulações de conversas /organizaram bem o portefólio, a apresentar o
seu trabalho a todos.

Finalmente, os formandos devem implementar aquilo que aprenderam sobre como


encorajar as crianças a criar, ditar, ler e representar os seus textos e expôr e
arrumar os trabalhos das crianças no local de prática.

Resultado de aprendizagem 5 (Nº de horas estimado: 13 horas)


O formando é capaz de explicar a importância de usar a língua materna (L1)na
interacção com as crianças. Para isso o formador deve procurar um formando ou
outra pessoa que saiba falar uma língua que a maioria dos formandos não conhece
e pedir-lhe que prepare uma apresentação de 5 minutos sobre qualquer coisa que
saiba fazer, ou sobre uma experiência da sua vida. A seguir em plenário deve
debater-se sobre o que os colegas sentiram, especialmente os que não falam nem
entendem essa língua; devem também debater sobre o que aprenderam e qual a
relevância da experiência para o tema em estudo. Durante o debate a pessoa que
fez a apresentação pode fazer um resumo da sua apresentação mas desta vez
usando mímica e algumas palavras chave na sua língua e depois em Português.

Em grupos os formandos devem fazer um resumo para afixar na parede ou escrever


no quadro sobre a importância 1) de usar a L1 e 2) de se fazer a abordagem à L2
através de tècnicas de educação bilingue. Depois, devem apresentar em plenário,
receber o feedback dos colegas e do formador e acrescentar as contribuições que
receberam.
279
O formando consegue falar e ensinar na língua materna da maioria das crianças
para promover o desenvolvimento harmonioso da criança. Para isso os formandos
devem, primeiro, formar pares onde ambos têm a mesma língua materna. Devem
simular uma conversa sobre algo que poderia ser falado no centro infantil, em
língua materna desta ‘criança’. Depois devem trocar os papéis, e no fim discutir
como se sentiram como crianças, e como educadores, ao ouvir e usar a língua
materna. Em plenário devem partilhar as constatações e depois devem praticar em
grupos pequenos fazendo uma actividade simples na língua materna da maioria das
‘crianças’. No fim também devem discutir como se sentiram nesta actividade.

O formando é capaz de introduzir a língua nacional (L2) no pré-escolar através de


técnicas didácticas de educação bilingue aproveitando o período chave de aquisição
da linguagem. Para isso e em plenário os formandos devem sugerir uma definição
para educação bilingue. A seguir e ainda em plenário devem fazer uma chuva de
ideias sobre as técnicas possíveis de educação bilingue registando em papel grande
para colar na parede ou escrevendo no quadro. Depois devem observar um filme ou
uma simulação de algumas técnicas pelo formador, ou ler exemplos concretos
preparados pelo formador. Em pequenos grupos devem anotar as técnicas
observadas e simular o uso de cada uma das técnicas recolhidas. No fim, devem
debater sobre aspectos a ter em conta na educação bilingue, tais como dar atenção
e tempo a ambas as línguas, não misturar as duas línguas numa mesma frase, usar
meios não-verbais etc.

Finalmente, os formandos, nas instituições de prática, devem falar e ensinar as


crianças na língua materna da maioria das crianças, aplicando ao mesmo tempo
pelo menos 3 técnicas de educação bilingue nas actividades com as crianças. É
essencial que o formador negoceie essa prática com o director da instituição de
infância nos casos onde o uso da língua materna das crianças não é uma
abordagem comum ou aceitável. Se na instituição de prática a maioria das crianças
falam a língua nacional, os formandos devem fazer uma simulação entre eles de
práticas de usar a língua materna com as crianças.

Resultado de aprendizagem 6. (Nº de horas estimado: 10 horas)


O formando é capaz de reflectir em equipa sobre situações de desafio, de sucesso e
de descoberta pelas crianças nas actividades dirigidas de linguagem e literacia, que
ocurreram durante as suas observações no centro de prática. Para isso, no início
deste módulo, o formador deve preparar uma lista das situações referidas para os
formandos, quando forem praticar nas instituições de infância, irem, desde o início,
registando as suas observações sobre situações de desafio, de sucesso e de
descoberta nas actividades de linguagem e literacia. Se houver formandos que já
estão a trabalhar em centros infantis, pede-lhes que façam listas dessas mesmas
situações de acordo com a sua experiência de trabalho.

Em grupos pequenos, devem alistar e reflectir sobre os exemplos concretos de cada


situação (de desafio, de sucesso, e de descoberta) nas actividades de linguagem e
literacia, e identificar os aspectos que são relevantes para a planificação das
actividades de linguagem para a próxima semana. Devem partilhar as suas
conclusões em plenário.

O formando é capaz de identificar objectivos para as próximas actividades


pedagógicas e de planificar em equipa actividades dirigidas de linguagem e literacia
para a semana seguinte na base dos passos de planificação semanal. Durante os
encontros de reflexão e planificação, o formando consegue debater activamente e
com respeito as experiências e ideias dos colegas.

280
Para isso os formandos, em plenário, devem primeiro rever (do módulo de
actividades dirigidas) o que significa debater activamente e com respeito as
experiências e ideias dos outros no encontro de reflexão e planificação. A seguir os
formandos, em pequenos grupos, devem identificar objectivos para as actividades
de linguagem e literacia da semana seguinte, com base na reflexão feita e no plano
trimestral inventado pelo formador. Devem partilhar e justificar os objectivos perante
os outros grupos.

Mais tarde devem, em plenário, devem rever os passos de planificação semanal


(realizar uma chuva de ideias sobre as possíveis actividades; melhorar e/ou ampliar
as ideias de actividades, etc.) e explicar a lógica de cada passo. A seguir em
pequenos grupos devem planificar 4 actividades dirigidas de linguagem e literacia
para a semana seguinte, seguindo os passos revistos e as práticas dum debate
activo e respeitoso. O formador deve acompanhar e apoiar os grupos, e no fim deve
convidar o melhor grupo a simular o seu encontro de planificação para todos,
solicitando os comentários dos outros. Juntos devem analisar até que ponto o grupo
seguiu os passos de planificação, e até que ponto o diálogo no grupo era activo e
feito com respeito.

O formando consegue preencher as actividades de linguagem e literacia na ficha do


plano semanal, ordenando as actividades na sequência adequada e nomeando os
materiais necessários. Para isso os formandos, em pequenos grupos, devem
preencher as 4 actividades concordadas de linguagem e literacia na ficha vazia de
planificação semanal. No final cada grupo deve apresentar o seu plano, receber os
comentários dos outros, e melhorar o plano de acordo com os comentários
recebidos.

Finalmente, os formandos na sua instituição de prática devem rever com a equipa


dos educadores os passos dum encontro de planificação e reflexão, e orientar um
encontro de planificação e reflexão sobre as actividades de linguagem e literacia da
semana anterior, apresentando o plano semanal preenchido com 4 actividades de
linguagem e literacia para a semana seguinte como produto final.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação neste módulo irá focar os conhecimentos básicos do educador sobre as
características das actividades dirigidas de linguagem e literacia e as suas
habilidades práticas de planificar, realizar e avaliar essas actividades em
colaboração com os colegas. A avaliação do módulo pode ser feita de forma
integrada, onde se privilegia a avaliação dos resultados como um conjunto ao invés
de resultados separados. Sempre que possível, os formandos devem fazer
autoavaliação das suas demonstrações, antes da avaliação feita pelo formador.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Teste escrito com perguntas de resposta curta sobre pelo menos 5 competências de
linguagem e literacia e sobre a importância das competências de linguagem para o
desenvolvimento da criança.

Teste escrito com perguntas de resposta aberta sobre os exemplos de pelo menos 2
métodos a utilizar para estimular a criança a falar, ler, escrever e contar histórias; e,

281
sobre os exemplos de como incluir as ideias das crianças nas actividades de
linguagem e literacia.

Resultado de Aprendizagem 2
Teste escrito de respostas abertas sobre os objectivos das actividades de pré-
escrita; teste de associação entre os objectivos das actividades de pré-escrita e as
situações pedagógicas negativas que contradizem esses objectivos. Teste escrito
com frases verdadeiras e falsas sobre as diferentes formas de escrita emergente
das crianças; teste escrito com perguntas de resposta curta sobre como encorajar a
criança a escrever à sua própria maneira.

Produto avaliado através duma ficha de verificação, que consiste de 1) pelo menos 2
tipos de materiais diferentes para actividades das crianças com a escrita produzidos
ou recolhidos pelo formando, acompanhados por uma descrição sobre os outros
tipos de materiais que estimulam o interesse pela escrita nas crianças; 2) planos de
2 actividades dirigidas de pré-escrita de acordo com o critério de desempenho c); e
3) pelo menos 4 exemplos de escrita emergente duma criança organizados num
portefólio da criança.

Demonstração real avaliada através duma ficha de verificação, onde o formando


prepara os materiais e realiza 1 actividade dirigida de pré-escrita de acordo com o
critério de desempenho c), avaliando a sua prática no fim da actividade.

Resultado de Aprendizagem 3
Teste escrito de respostas abertas sobre os objectivos das actividades de pré-
leitura, a ligação entre a aprendizagem da leitura e da escrita, e as abordagens para
a criação de hábitos de leitura e partilha.

Produto avaliado através duma ficha de verificação, que consiste de planos de 2


actividades dirigidas com sons ou sons/letras, e 2 actividades com histórias com
base nos critérios de desempenho c) e d).

Demonstração real ou simulada avaliada através duma ficha de verificação onde o


formando realiza 1 actividade dirigida com sons, de ligação da letra com o som, ou
de divisão silábica, e 1 actividade dirigida com histórias avaliando a sua prática no
fim.

Resultado de Aprendizagem 4
Teste escrito de respostas abertas sobre a importância da criança criar, ditar, ler e
representar as suas histórias e outros textos.

Produto avaliado através duma ficha de verificação, constituído por 1) trabalhos com
escrita ditada ou criada pelas crianças expostos nas paredes da sala de actividades;
2) outros trabalhos devidamente organizados no portefólio duma criança. A primeira
parte do produto pode ser preparado em conjunto pelos 2-3 formandos que
estagíam no mesmo centro de prática.

Demonstração real ou simulada, avaliada através duma ficha de verificação, onde o


formando demonstra 2 formas de estimular a criança a ditar, ler, e representar vários
textos, que abrangem os critérios b), c) e d), descrevendo pelo menos mais 3 formas
possíveis no fim.

Resultado de Aprendizagem 5
Teste escrito de pergunta aberta sobre a importância da língua materna na
educação bilingue.

282
Demonstração real ou simulada, avaliada através duma ficha de verificação, onde o
formando utiliza a língua materna das crianças nas interacções e actividades com
crianças e implementa pelo menos 3 técnicas de educação bilingue nas actividades
com crianças.

Resultado de Aprendizagem 6
Produto avaliado através duma ficha de verificação, que consiste duma ficha de
plano semanal onde são preenchidas com detalhe suficiente e na sequência
adequada 4 actividades de linguagem/ literacia.

Demonstração simulada avaliada através duma ficha de verificação, onde os


formandos em pequenos grupos realizam uma reflexão e planificação semanal sobre
actividades de linguagem e literacia, seguindo os passos principais (ou de acordo
com os critérios de desempenho a) a d).

Necessidades Especiais
Para evitar que os formandos com necessidades especiais sejam prejudicados,
podem ser produzidas por uma escola ou Centro de ensino as evidências requeridas
modificadas para a certificação destes candidatos. Contudo, para a modificação
ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das especificações do módulo. Em todos os
casos todas as modificações estão sujeitas à aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Ministério da Mulher e da Acção Social. [in press]. Programa Educativo para
crianças do 1o ao 5o ano. Maputo, Moçambique.
2. Hohmann, M, & Weikart,D. (1997). Educar a criança. (High Scope Educational
Research Foundation). Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa.
3. Schiller, P., & Rossano, J. (1990). Guia Curricular – 500 actividades curriculares
apropriadas à educação das crianças. Instituto Piaget, Horizontes Pedagógicos,
Portugal, 1996.
4. Waddington, Clotilde e Neves, Angelina. (2007). As Sandálias – Fala Coração!
Nº 6. Livro para crianças dos 5 aos 6 anos. Coopimagem. Maputo,
Moçambique.
5. Fundação Victor Civita, Editora Abril e Abril S.A. (16 de Outubro 2012)
http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/incentivar-leitura-624840.shtml

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP.

283
6. Módulo de Experiência de Trabalho

INFORMAÇÃO GERAL DO MÓDULO

Levar a cabo uma experiência de trabalho numa


Título do módulo: instituição de infância

Código do módulo: MO

Data da validação:

Nível do QNQP: 4

Número de créditos: 16

Conclusão com êxito da qualificação do certificado


Requisitos de
vocacional 3 em educação de infância assim como de
inscrição no módulo: todos os módulos de nível 4.

A conclusão com êxito deste módulo é necessária para a


Progressão: inscrição em todos os módulos de certificado vocacional
do nível 5 em educação de infância.

Após a conclusão deste módulo os formandos serão


capazes de preparar uma experiência de trabalho
(estágio), de realizar com qualidade as tarefas alocadas e
as metas pessoais para o estágio de acordo com a
Introdução ao Educação Inclusiva e Centrada na Criança (EICC), de
módulo: rever a contribuição do conhecimento e habilidades
ganhas para o seu próprio desenvolvimento, e de reflectir
criticamente sobre as suas experiências, conhecimentos,
e percepções adquiridas ao longo do curso.

1. Preparar uma experiência de trabalho (estágio).

2. Realizar com qualidade as tarefas alocadas e as


metas pessoais para o estágio de acordo com a
Educação Inclusiva e Centrada na Criança (EICC).
Resumo dos
resultados de
3. Rever a contribuição do conhecimento e habilidades
aprendizagem: ganhas para o seu próprio desenvolvimento pessoal
e profissional

4. Reflectir criticamente sobre as suas experiências,


conhecimentos, e percepções adquiridas ao longo
do curso.

284
Resultado de aprendizagem 1: Preparar uma experiência de trabalho
(estágio)

Critérios de desempenho:
(a) Faz autoavaliação das qualidades e habilidades requeridas para o
trabalho de educador de infância, e define as metas pessoais para o
estágio baseando-se na lista de verificação das competências
atingidas do nível 4.
(b) Prepara-se para realizar com qualidade as tarefas definidas para o
estágio dentro do curso.
(c) Encontra-se com o responsável da instituição de infância e
concorda sobre os objectivos, as actividades e a monitoria do
estágio.

Contextos de aplicação:
Qualidades e habilidades são:
 Pessoais
 Interpessoais

O formando deve definir 2 metas pessoais para o estágio


baseando-se na seguinte lista:
Lista de verificação de competências atingidas no nível 4:
 Explica como a criança aprende e se desenvolve
 Acompanha as actividades livres das crianças no canto de
materiais didácticos
 Respeita as necessidades, deveres e direitos da criança
 Aplica a Educação Inclusiva
 Observa as competências da criança e comunica com as
famílias
 Cuida dos bebés
 Estimula o desenvolvimento dos bebés
 Realiza actividades dirigidas com as crianças (de
matemática, de conhecimento de mundo, de expressão
plástica, de linguagem e literacia.)

3 tarefas definidas para o estágio que devem ser realizadas com


qualidade:
1) Promover e participar nos encontros semanais de
planificação e de reflexão comunicando e colaborando
respeitosamente com os colegas
2) Realizar actividades dirigidas
3) Preparar portefólios de crianças

Evidências requeridas:
Produto
O formando define as qualidades e habilidades através de uma
autoavaliação, estabelece pelo menos 2 metas pessoais realísticas
para o estágio, e descreve acções específicas dentro das tarefas
definidas para o estágio.

285
Desempenho no local de trabalho
O formando confirma os resultados pretendidos e os objectivos,
assim como os procedimentos relativos ao estágio com o
responsável da instituição de infância.

Resultado de aprendizagem 2: Realizar com qualidade as tarefas


alocadas e as metas pessoais para o
estágio de acordo com a Educação
Inclusiva e Centrada na Criança
(EICC)

Critérios de desempenho:
(a) Leva a cabo as responsabilidades alocadas de uma forma
profissional, aproximando cada vez mais as competências atingidas
no Nível 4.
(b) Realiza as metas pessoais para o estágio.
(c) Promove os encontros semanais de reflexão e planificação na
instituição de infância.
(d) Planifica e realiza as actividades dirigidas com base nos aspectos-
chave e de acordo com os critérios de qualidade e usando métodos
activos.
(e) Faz a autoavaliação da implementação das actividades dirigidas e
identifica aspectos para melhorar.
(f) Prepara os portefólios de trabalhos das crianças.

Contextos de aplicação:
Promover encontros de reflexão e planificação através de:
 Propostas ao director da instituição de infância
 Convites à equipa para participar em novas formas de
colaboração
 Implementação dalgumas ou de todas as partes dos encontros

Passos da reflexão e planificação semanal em equipa para as


actividades dirigidas:
1) Reflectir em equipa sobre situações de desafio, de sucesso, e
de descoberta, nas crianças e nas actividades dirigidas e livres,
durante a semana recente
2) Analisar os conteúdos do plano trimestral para a semana
seguinte
3) Realizar uma chuva de ideias sobre possíveis actividades
dirigidas
4) Melhorar e /ou ampliar as ideias de actividades (na base dos
critérios de qualidade e objectivos relevantes)
5) Organizar as actividades em sequência lógica
6) Descrever as actividades passo-a-passo desafiadores, para
todos terem a certeza de como realizá-las
7) Preencher a ficha do plano semanal (pode ser feito por um
educador já fora do encontro)

286
Aspectos-chave para planificar uma actividade dirigida incluem:
 Objectivos e resultados a atingir (por parte da criança)
 Actividade passo a passo (motivação/introdução;
demonstração; acompanhamento)
 Tempo necessário
 Materiais e local a utilizar
 Tipo de organização das crianças

Critérios de qualidade da actividade dirigida incluem:


1. Crianças a expressarem-se sobre o tema
2. Momentos para a criança movimentar-se
3. Crianças a usarem os seus sentidos
4. Crianças a agirem
5. Educador a oferecer actividades com vários graus de
dificuldade:
 Através de materiais diferentes
 Através de tarefas diferentes
 Através de apoios diferentes
6. Educador a criar um bom ambiente para a aprendizagem (sem
barulho, interrupções ou competição, e sempre encorajador,
etc.)

Métodos activos principais nas actividades dirigidas incluem:


 Jogos (ex.: de adivinha, de contagem, de agrupar e ordenar…)
 Actividades na base de histórias(ex.: dramatizações,
desenhos, histórias com bonecas, etc.)
 Actividades de produção e experiências (ex.: produção
artística; experiências científicas; experiencias sensoriais)
 Passeios e visitas (ex.: visita à clinica veterinária ou ao
mercado)
 Actividades com mapas, diagramas, fichas (ex.: agrupar
alimentos bons e alimentos ‘maus’)
 Resolução de problemas (ex.: problemas inventados que
incluem noções de matemática)
 Actividade de movimentos (ex.: saltar a forma duma letra
pintado no chão)

Autoavaliação do decorrer das actividades dirigidas:


1) Preparação
2) Participação das crianças
3) Dificuldades
4) Sucessos

Preparar o portefólio da criança inclui:


 Incluir exemplos de trabalhos livres e dirigidos; que
representam as várias áreas (ex., artes, matemática,
linguagem)
 Anotar a data e a descrição analítica curta em cada trabalho
 Nas artes plásticas, anotar as palavras da própria criança
sobre o seu trabalho
 Ordenar os trabalhos para indicar o desenvolvimento de
competências
 Guardar o portefólio de diferentes maneiras, ex.: mapas ou
gavetas para cada criança, pasta grande com parte para cada
criança, portefólio com análise do progresso

287
Evidências requeridas:
Desempenho no local de trabalho
O formando...
 Leva a cabo as tarefas planificadas durante a experiência no
trabalho na instituição de infância
 Promove e participa com qualidade em pelo menos 2
encontros de reflexão e planificação
 Planifica e realiza actividades dirigidas de acordo com os
critérios de qualidade e utilizando métodos activos
 Faz autoavaliação do decorrer das actividades dirigidas
identificando aspectos para melhorar.

Produto
O formando prepara o portefólio duma criança de acordo com os
critérios exigidos.

Resultado de aprendizagem 3: Rever a contribuição do


conhecimento e habilidades ganhas
para o seu próprio desenvolvimento
pessoal e profissional

Critérios de desempenho:
(a) Reexamina a autoavaliação inicial em termos de pontos fortes e
fracos e revê o seu progresso rumo às metas pessoais e aos
objectivos definidos para o estágio.
(b) Comenta de forma crítica o relatório do supervisor.
(c) Revê o valor da aprendizagem ganha, em relação a metas pessoais
e profissionais futuras.

Contextos de aplicação:
Rever o seu progresso pode incluir:
 Identificar e admitir os seus pontos fracos, suas próprias
dificuldades, erros (fraquezas)
 Identificar os seus lados fortes e sucessos (forças) atingidos
 Analisar razões para as suas dificuldades
 Deixar cada pessoa exprimir a sua opinião, e ajudar e chegar
a um acordo

Evidências requeridas:
Produto
O formando…
 Reexamina a sua autoavaliação inicial e identifica as forças e
as fraquezas ainda existentes rumo às metas pessoais e às
tarefas definidas para o estágio
 Critica o relatório do supervisor
 Revê o valor da aprendizagem ganha e define algumas metas
pessoais e profissionais futuras.

288
Resultado de aprendizagem 4: Reflectir criticamente sobre as suas
experiências, conhecimentos, e
percepções adquiridas ao longo do
curso

Critérios de desempenho:
(a) Reflecte criticamente sobre as suas experiências e as situações de
desafio que vivenciou durante a implementação da EICC ao longo
do curso.
(b) Reflecte sobre a sua aprendizagem e suas dúvidas em relação a
novos conhecimentos adquiridos durante o curso.
(c) Reflecte sobre o seu processo de aprendizagem em relação às
suas percepções sobre a criança.

Contextos de aplicação:
Aspectos da EICC (Educação Inclusiva e Centrada na Criança) que
implementou durante o curso:
 Trabalhar com as crianças na base de percepções sobre a
criança, atitudes, métodos e princípios de prática pedagógica
da EICC
 Promover uma interacção respeitosa com e entre as crianças
e agir com base nos direitos e necessidades das crianças
 Promover a Educação inclusiva
 Promover comportamento social nas crianças e lidar com
comportamentos desviantes
 Preparar um ambiente estimulante para actividades livres
 Acompanhar crianças nas actividades livres em geral, na
oficina de expressão plástica, no parque infantil e na sala de
material didáctico
 Realizar os processos diários
 Realizar actividades dirigidas nas áreas de música e drama,
linguagem, conhecimento do mundo, matemática e expressão
plástica
 Cuidar dos bebés e estimular o seu desenvolvimento
 Realizar em equipa encontros de reflexão e planificação
 Colaborar com a família

Situações de desafio:
Situações durante a implementação nas quais o formando sentiu
tensão ou emoções fortes (como medo, insegurança, raiva etc.)

O que no nível 3 foi recomendado para saber lidar com situações de


desafio:
1) se possível, lidar com a tensão e agir como aprendeu
2) observar o que acontece na criança e em si próprio ao agir de
dada maneira
3) tentar identificar o que está por detrás da sua tensão e das
emoções

Exemplos de percepções sobre a criança na EICC:


 Igual valor aos adultos
 Cheio de potencialidades

289
 Possui características que são diferentes das do adulto
 Quer aprender e desenvolver-se
 Actor do seu próprio desenvolvimento
 Individual e integrado
 Social e cooperativo desde o nascimento
 Necessidades como força motriz do seu desenvolvimento

Evidências requeridas:
Demonstração real (na sala de aulas)
O formando reflecte criticamente sobre as suas experiências e
situações de desafio que vivenciou durante a implementação da
EICC ao longo do curso.

Produto
O formando entrega um trabalho por escrito onde…
 Apresenta e argumenta sobre as suas dúvidas em relação aos
conhecimentos adquiridos durante o curso sobre a EICC
 Argumenta sobre as suas percepções actuais sobre a criança,
apresentando as mudanças que sofreu a partir do contacto
com os conhecimentos sobre o desenvolvimento da criança,
assim como as dúvidas que surgiram deste processo.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Esta parte da especificação do módulo deve ser considerada como um guia de apoio
e nenhuma das secções é obrigatória.

Número de horas normativas: 160 horas

Justificação do módulo
Este módulo é essencial, porque apoia o formando a aperfeiçoar as suas
competências pessoais e produtivas através das tarefas alocadas e as metas
pessoais para o estágio. O formando aprende também a saber preparar uma
experiência de trabalho na forma de estágio. Tendo os seus objectivos delineados
(pelas tarefas e metas pessoais),o formando implementa de forma intensiva como
planificar e realizar com qualidade as atrefas alocadas assim como as metas
pessoais para o estágio de acordo com a abordagem de educação inclusiva e
centrada na criança (EICC) e a rever periódicamente a contribuição do
conhecimento e habilidades ganhas para o seu próprio desenvolvimento pessoal e
profissional. De forma sistemática o formando contribui pela sua reflexão crítica
sobre as suas experiências, conhecimentos e percepções adquiridas ao longo do
curso, treinando assim uma reflexão regular que é essencial para o desempenho do
educador. Espera-se que neste módulo pela aquisição de novos conhecimentos e da
reflexão ao longo do curso de nível 4, a percepção sobre a criança ganhe novos
significados contribuindo para uma melhor prática do educador no espaço educativo.
Além disso, este módulo é requisito para o nível 5 e em geral, neste âmbito, o

290
módulo pretende não só ir ao encontro das necessidades técnicas de
implementação relativas ao nível 4 mas também de aprofundar e melhorar as
competências gerais de educador de infância.

Orientações sobre o conteúdo e contexto de aprendizagem


O formando deve participar activamente em todas as tarefas definidas para o
estágio. Deve ter a oportunidade de planificar e tomar decisões, de mostrar iniciativa
e independência e de trabalhar cooperativamente em grupo. É importante fazer-se
sempre uma introdução às tarefas e centrar os métodos no formando para garantir
que ele tenha a compreensão clara da natureza e dos objectivos das tarefas que vai
realizar. Por isso é importante proporcionar aos formandos materiais de apoio já
utilizados ao longo do curso para promover no formando a capacidade memorização
visual e auditiva para que ele seja capaz de sistematizar e reflectir assim como
realizar a autoavaliação em relação às várias competências do Nível 4.

Duma forma geral a distribuição do tempo do módulo é para (1) o tempo na sala de
aulas na preparação da implementação e na reflexão da implementação, (2) o tempo
para a implementação na instituição de infância.

Em relação a questões do género, sempre que for relevante as questões sociais


relacionadas com o género serão abordadas para se perceber como o
desenvolvimento da criança assim como a sua aprendizagem são influenciadas
pelos estímulos externos relacionados com a questão do género.

Resultado de aprendizagem 1. (Nº de horas estimadas: 18 horas)


O formando é capaz de fazer a autoavaliação das qualidades e habilidades pessoais
requeridas para o trabalho de educador de infância, e definir as metas pessoais para
o estágio baseando-se na lista de verificação das competências atingidas do nível 4.
Este é um momento de preparação para desenvolver e ter consciência das suas
competências pessoais (e interpessoais) e produtivas como profissional de
educação – tanto as actuais como as futuras. Para isso os formandos devem
primeiro reflectir em grupos pequenos sobre o que aprenderam durante o curso do
nível 4, e o que acharam de relevante e que tiveram maior dificuldade (tanto a nível
de percepção dos conceitos como a nível de implementação), em seguida devem
partilhar os resumos das suas reflexões à turma. Devem fazer uma chuva de ideias
sobre a importância da auto-avaliação. A seguir devem com o apoio do formador, 1)
analisar a matriz pré-estipulada para realizar a autoavaliação, e 2) rever a lista das
competências a atingir no nível 4 para determinar duas metas pessoais. Devem
auto-avaliar, individualmente e com base na matriz as suas competências, sucessos
e desafios no contexto de cada uma das competências chave do nível 4 e em pares
partilhar as suas reflexões.

O formando é capaz de se preparar para realizar dentro do curso e com qualidade


as tarefas definidas para o estágio (1. promover e planificar encontros semanais de
planificação e de reflexão, 2. realizar actividades dirigidas, 3. preparar os portefólios
da criança). Para isso os formandos devem receber as 3 tarefas numa folha A4, para
ser acrescentado e utilizado no momento seguinte com o responsável da instituição.
O formador deve discutir com os formandos, cada uma das tarefas, falando
sobretudo sobre os critérios que são utilizados para avaliar o trabalho dos
formandos.

Em relação à tarefa de promover os encontros semanais, os formandos devem fazer


em grupo grande, a revisão dos aspectos chaves e os passos dos encontros de
reflexão e planificação (do Módulo 9), e apontar os mesmos na folha recebida.

291
Devem ainda reflectir individualmente e debater sobre as experiências dos encontros
semanais realizados nas instituições de infância e como ultrapassar os desafios
encontrados. Depois devem fazer uma chuva de ideias recolhendo as formas
possíveis de promover estes encontros na sua instituição de prática, e simular
alguns aspectos dos encontros onde ainda têm dificuldades.

O mesmo método deve ser utilizado em relação a realizar actividades dirigidas,


nomeadamente, os formandos devem rever os aspectos chave da planificação da
actividade dirigida e os critérios de qualidade da mesma. A seguir devem reflectir
individualmente e depois debater em grande grupo sobre as suas experiências na
prática (realizada nos módulos anteriores) ligadas à planificação e realização de
actividades dirigidas, discutindo como ultrapassar os desafios encontrados.
Finalmente, devem rever os passos para a autoavaliação de actividades dirigidas.
Formandos voluntários devem contar sobre os aspectos identificados a melhorar
após a realização de actividades dirigidas e de que forma a auto-avaliação os ajudou
a melhorar a sua prática.

Finalmente os formandos devem realizar uma chuva de ideias sobre a utilidade dos
portefólios para as crianças e quais os passos iniciais para a recolha de materiais
(ex: anotar nome, data e descrição breve nos trabalhos das crianças), para criar o
hábito – caso seja novo – de a instituição elaborar os portefólios. A seguir uns
formandos voluntários devem simular a utilização dum dossier ou uma caixa onde
colocam organizadamente e ordenadamente os trabalhos colectados das crianças.
O formador deve sublinhar que os formandos devem escolher exemplos concretos
de trabalhos realizados pela criança que exemplifiquem o progresso das várias
competências adquiridas pela criança no processo de ensino/aprendizagem
promovido pelo formando.

Os formandos devem ser ensinados e encorajados a completar um diário de


actividades relatando cada actividade que desempenharam (sua planificação e
preparação, realização, e avaliação), e relacionando as suas acções e
aprendizagens com os objectivos e metas pessoais e gerais do estágio.

O formando é capaz de se encontrar com o responsável da instituição de infância e


concordar sobre os objectivos, as actividades e a monitoria do estágio. Para isso os
formandos devem recolher os aspectos importantes para a conversa com o
responsável da instituição, e simular uma conversa deste tipo baseada na sua folha
de metas pessoais e tarefas definidas. Depois devem combinar e realizar o encontro
com o responsável para preencher o plano de actividades que inclui objectivos, as
actividades e a monitoria do estágio. Antes disso, o formador deve elucidar os
responsáveis das instituições /os supervisores dos formandos sobre os objectivos do
estágio e o que se espera deles em termos de observação dos formandos e
preenchimento da lista de verificação. Os responsáveis que irão monitorar o trabalho
dos formandos devem estar familiarizados com a lista de competências de educador
do Nível 4 e contribuir para que as listas de verificação sejam seguidas e produzir
um relatório (seguindo a matriz de orientação do relatório) sobre a actuação do
formando.

Resultado de aprendizagem 2. (Nº de horas estimado: 126 horas)


O formando é capaz de 1) levar a cabo as responsabilidades alocadas de uma forma
profissional, aproximando cada vez mais as competências atingidas no Nível 4;
2) realizar as metas pessoais para o estágio; 3) promover e participar nos encontros
semanais de reflexão e planificação na instituição de infância; 4) planificar e realizar
as actividades dirigidas com base nos aspectos chave e de acordo com os critérios
de qualidade e usando métodos activos; 5) fazer a autoavaliação da implementação

292
das actividades dirigidas realizadas e identifica aspectos para melhorar; e 6)
preparar os portefólios de trabalhos das crianças.

Este resultado de aprendizagem completa-se na instituição de infância, com base


nos critérios aprendidos nos respectivos módulos. O formador deve alertar os
formandos que, além das responsabilidades alocadas pelo supervisor e das metas
pessoais, os formandos devem realizar pelo menos dois encontros de reflexão e
planificação na instituição de infância, planificar e realizar regularlmente actividades
dirigidas em cada das áreas de aprendizagem, avaliando regularmente o seu
desempenho, e preparar o portefólio de trabalhos de pelo menos uma criança.

Resultado de aprendizagem 3. (Nº de horas estimado: 9 horas)


O formando é capaz (1) de reexaminar a autoavaliação inicial em termos de pontos
fortes e fracos e revê o seu progresso rumo às metas pessoais e aos objectivos
definidos para o estágio. Ele consegue (2) comentar de forma crítica o relatório do
supervisor, e (3) rever o valor da aprendizagem ganha, em relação a metas pessoais
e profissionais futuras. Para isso os formandos devem rever de forma
individualizada, a sua autoavaliação inicial e reflectem sobre as suas forças recém-
adquiridas e sobre as fraquezas ainda existentes no contexto das metas pessoais
definidas no início deste módulo, e apontar os mesmos. A seguir os formandos
devem receber um formulário sobre o relatório de Experiência de Trabalho que
contém questões para se focalizar a reflexão do formando à volta dos 3 pontos
descritos encima. O formador deve explicar através de exemplos concretos, como
preencher o formulário do relatório. Os formandos também devem receber a cópia
do relatório do seu supervisor na instituição de infância, que será necessário para
preencher o seu relatório.

Os formandos devem discutir primeiro através dum exemplo a forma como podem
comentar de forma crítica e aberta sobre qualquer comentário sobre o seu
desempenho. Na base desta discussão devem fazer o mesmo exercício agora com
alguns pontos no relatório do seu supervisor e apresentar as suas críticas ao seu
colega sentado ao lado. Os formandos devem produzir um esboço do relatório e
depois o próprio relatório, e o formador deve rever e criticar construtivamente tanto o
esboço como o relatório final. No fim, os formandos devem partilhar as suas
experiências durante a ET em grande grupo, identificando e discutindo as novas
aprendizagens que tiveram, os desafios que enfrentaram, e como lidaram com os
mesmos.

Resultado de aprendizagem 4. (Nº de horas estimado: 7 horas)


O formando é capaz de reflectir críticamente sobre as suas experiências e as
situações de desafio que vivenciou durante a implementação da EICC ao longo do
curso. Para isso os formandos devem rever os aspectos de EICC que
implementaram durante o curso. Em pares devem reflectir sobre cada um dos
aspectos, descrevendo experiências e situações de desafio que tiveram ao logo do
curso. Nesta base devem marcar individualmente os aspectos com os quais sentem
que tiveram maior progresso de aprendizagem e onde ainda têm dúvidas,
descrevendo-os através de exemplos concretos. A seguir, em pequenos grupos,
devem partilhar e debater sobre as suas reflexões, e trazer as conclusões e dúvidas
mais importantes para a discussão em plenário.

O formando é também capaz de reflectir sobre a sua aprendizagem e suas dúvidas


em relação a novos conhecimentos adquiridos durante o curso, e de reflectir sobre o
seu processo de aprendizagem em relação às suas percepções sobre a criança.
Para isso devem receber do formador a ficha com partes definidas para facilitar a
reflexão. A parte I da ficha deve alistar os conhecimentos chave proporcionados aos
293
formandos durante o curso, e as questões para estimular a reflexão sobre os
mesmos. A parte II da ficha deve estimular o formando a reflectir sobre as suas
percepções sobre a criança e o processo da sua mudança ao longo do ano. Cada
formando deve preencher a ficha com base nas explicações do formador. No fim,
uns formandos voluntários devem ser convidados para apresentar ao grande grupo
as suas reflexões.

Abordagem na geração das evidências de avaliação


A avaliação neste módulo irá focalizar-se na avaliação dos conhecimentos
adquiridos pelo formando ao longo do ano e sobretudo na sua aplicação e
habilidades expressas na experiência num ambiente de trabalho (estágio), e a
reflexão e auto-avaliação sobre a sua implementação na prática. O formato utilizado
será através de produtos ou avaliação no local de trabalho, pelo que será importante
a utilização de assistentes para apoiar o formador nesta tarefa. A avaliação é
realizada em 3 formatos: (1) produtos21 a serem realizados ou na sala de aula ou no
local de trabalho para depois ser entregue ao formador ou discutido em momentos
de reflexão; (2) demonstração na sala de aula22 e (3) desempenho no local de
trabalho23 que será avaliado no local pelo formador e sua equipa de assistentes. A
avaliação do módulo pode ser feita de forma integrada, onde se privilegia a
avaliação dos resultados como um conjunto ao invés de resultados em separado.

Métodos e instrumentos de avaliação

Resultado de Aprendizagem 1
Produto escrito, avaliado através duma lista de verificação onde o formando define
as qualidades e habilidades através de uma autoavaliação; estabelece pelo menos 2
metas pessoais realísticas para o estágio, e descreve acções específicas dentro das
tarefas definidas para o estágio.

Desempenho no local de trabalho, avaliado através duma ficha de verificação


preenchida pelo formando e o seu supervisor e confirmada através dum contacto do
formador com o supervisor. A ficha contém os resultados pretendidos e os
objectivos, assim como os procedimentos relativos ao estágio.

Resultado de Aprendizagem 2
Desempenho no local de trabalho avaliado através de várias fichas de verificação,
onde o formando realiza as suas responsabilidades com qualidade, promove suas 2
metas pessoais, promove pelo menos 2 encontros de reflexão e planificação com os
outros colegas durante a experiência de trabalho na instituição de infância, e
planifica, realiza, e auto-avalia actividades dirigidas realizadas.
Além disso, o formando irá apresentar o diário que estava a preencher durante o
estágio, onde 1) estão descritas as acções e actividades que realizou; e 2) está
anotado como algumas dessas acções e actividades contribuíram para atingir as
metas pessoais e gerais do estágio. O diário será avaliado através de uma lista de
verificação.

Produto avaliado através duma ficha der verificação em que o formando prepara o
portefólio duma criança de acordo com os critérios exigidos.

21 Trabalhos escritos, autoavaliação, crítica ao relatório do formador, portefólio,plano de acção de


actividades
22 Reflexão com apresentação visual das vivências pedagógicas
23 Encontro com o responsável da instituição de infância, realização do plano de acção das

actividades, encontros de reflexão, autoavaliação.

294
Resultado de Aprendizagem 3
Produto em forma do relatório do Estágio de Trabalho, avaliado através duma ficha
de verificação, em que o formando 1) reexamina a sua autoavaliação inicial e
identifica as forças (progresso) e as fraquezas (regressão) ainda existentes rumo às
metas pessoais e às tarefas definidas para o estágio; 2) critica o relatório do
supervisor e 3) revê o valor da aprendizagem ganha e define algumas metas
pessoais e profissionais futuras.

Resultado de Aprendizagem 4
Demonstração real, dentro da sala de aula, avaliada através duma ficha de
verificação onde os formandos reflectem criticamente sobre as suas experiências e
situações de desafio que vivenciaram durante a implementação da EICC ao longo
do curso.

Produto , avaliado através duma ficha de verificação, onde o formando 1) apresenta


e argumenta sobre as suas dúvidas em relação aos conhecimentos adquiridos
durante o curso sobre a EICC, e 2) argumenta sobre as suas percepções actuais
sobre a criança, apresentando as mudanças que sofreu a partir do contacto com os
conhecimentos sobre o desenvolvimento da criança, assim como as dúvidas que
surgiram deste processo.

Necessidades Especiais
Para evitar que os formandos com necessidades especiais sejam prejudicados,
podem ser produzidas as evidências requeridas modificadas para a certificação
destes candidatos por uma escola ou Centro de ensino. Contudo, para a
modificação ocorrer, ela não deve diluir a qualidade das especificações do módulo.
Em todos os casos todas as modificações estão sujeitas à aprovação pelo PIREP.

Referências
1. Hohmann, M., & Weikart, D. (1997). Educar a criança. Fundação Calouste
Gulbenkian: Lisboa.
2. Ministério da Educação – SEOP – Portugal (1982). Texto de Apoio para o
ensino secundário – A Psicologia como ciência

Glossário
1. Metas pessoais – as metas pessoais dão a conhecer claramente quais são os
marcos (balizas) que se quer obter em acções préviamente determinadas.
Estas metas reflectem a finalidade ou o alvo da acção que se quer realizar.
Com as metas torna-se fácil monitorar ou medir o resultado dos objectivos.

2. Habilidades e Competências pessoais e produtivas – Competências ou


habilidades são em psicologia os traços de personalidade que permitem ao
indivíduo atingir determinada realização ou desempenho. A habilidade não
deve, no entanto, ser confundida com o desempenho em si, que pode variar
com a motivação. As competências de uma pessoa são um realizado da sua
aprendizagem e revelam as suas potencialidades inatas e genes mais apurados
e mais trabalhados pelas experiências da vida. Competências pessoais têm a
ver com o que a pessoa aprendeu e mostra SER e a competência produtiva tem
a ver com o que a pessoa aprendeu e mostra saber FAZER.

3. Monitoria do estágio - A acção de monitoria exige que se reflicta sobre o que


se sabe àcerca das acções realizadas dum plano com resultados e metas
préviamente estabelecidos. Assim monitorar o estágio é trazer conselhos para o

295
caminho escolhido de acção e mostrar se está perto ou longe do que se
planeou e qual o desvio que se fez desse plano. Ao monitorar, dá-se conselhos
e sugestões sobre se deve manter a acção ou se deve realizar uma mudança
específica para regular a acção e atingir os resultados previstos.

Fontes:
1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Monitoria
2. Moçambique Editora (2001) Diccionário Universal da Língua Portuguesa.

© Copyright PIREP 2012


Este módulo é um esboço para uso apenas pelo PIREP durante a fase piloto de
desenvolvimento do programa em Moçambique. Não deve ser usado para outros
fins ou motivos sem a autorização expressa do Director do PIREP

296
7. Equipa técnica

Elaboração:
Svetlana Karuskina-Drivdale – Consultora em Educação de Infância (líder do grupo)
Suzana Duarte - Consultora em Educação de Infância
Gesine Grosse Ruse - Associação Nhapupwe
Kordula Mulhanga – UP
Clotilde Waddington – Centro Infantil Xi Coração
Camilo Bernardo – UP
Raquel Silvestre – USTM

Revisão:
Felix Mulhanga - UP

Coordenador do Projecto:
Chiara Gargano, FORSSAS Project - Fortalecimento dos Sistemas de Saúde e Acção Social
Deloitte Consulting LLP Maputo, Mozambique

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