Luminar 2018
REVISTA DE CIÊNCIAS E HUMANIDADES Vol. 1 No. 2
Universidade Regional do Cariri – URCA
__________________________
Inteligência emocional
e sua aplicação no
contexto educacional
Marcio Moreira da Silva1 ; Adriana Maria Simião da Silva2
1
Mestrando em Educação pela Unisullivan
Resumo Inc. Bacharel em Psicologia pela UNILEÃO
Centro Universitário. Especialista em
Psicologia Aplicada à Educação pela
Este artigo trata do conceito de Inteligência Emocional (IE) Universidade Regional do Cariri (URCA).
introduzido pela primeira vez na literatura científica nos anos 1990 Endereço para correspondência: Rua Nossa
por Salovey e Mayer. Desde então, os modelos de Inteligência Senhora do Carmo, 140, Franciscanos –
CEP: 63020-180, Juazeiro do Norte –CE. E-
Emocional e sua investigação em diversas áreas tem aumentado
mail: [email protected]
significativamente. O objetivo desta pesquisa é um aprofundamento
teórico sobre o tema observando o papel das emoções no 2 É Doutora em Educação Brasileira pela
aprendizado. Para tanto se utilizou de pesquisa bibliográfica. Como
Universidade Federal do Ceará. É
resultado deste estudo, identifica-se a importância da teoria da professora Adjunta do Departamento de
Inteligência Emocional, que pode ser trabalhada junto aos alunos Ciências Sociais da Universidade Regional
para melhor desempenho na aprendizagem e nas relações do Cariri onde atua na formação de
interpessoais. Sendo também necessário junto à formação docente, professores de Sociologia. Email:
para uma educação das competências socioemocionais na escola. [email protected]
Palavras Chave: Psicologia aplicada à educação. Inteligência
Emocional. Emoções.
Abstract
This article deals with the concept of Emotional Intelligence (IE) first
introduced in the scientific literature in the 1990s by Salovey and
Mayer. Since then, the models of Emotional Intelligence and its
investigation in several areas have increased significantly. The
objective of this research is a theoretical underpinning on the theme
observing the role of emotions in learning. For that, we used
bibliographic research. As a result of this study, we identify the
importance of Emotional Intelligence theory, which can be worked out
with students for better performance in learning and interpersonal
relationships. It is also necessary with the teacher training, for an
education of the social-emotional competences in the school.
Keywords: Psychology applied at education. Emotional Intelligence.
Emotions.
16 Luminar Rev Ciên. e Human.
Introdução
Segundo Coll (1995) o campo da Psicologia que atua na educação é
denominada Psicologia aplicada à educação, ela tem como foco as práticas
educacionais. Nesse campo, estuda-se a teoria da inteligência emocional, e no
presente artigo trabalhou-se a Psicologia aplicada nesta dimensão teórica, através
do modelo de Mayer e Salovey (1997). Como objetivo geral, discutiu-se a
importância da inteligência emocional no contexto educacional. Desta forma,
apresentamos o conceito, a caracterização histórica, seu modelo teórico, além de
termos apresentado os estudos científicos publicados sobre a aplicação deste
conceito no contexto escolar.
O presente artigo estruturou-se mediante pesquisa bibliográfica que para Gil
(2002), tem a vantagem de permitir ao pesquisador a cobertura de uma gama de
fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.
Essa vantagem torna-se de maneira particular, importante quando o problema da
pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço.
Ao desenvolver uma pesquisa bibliográfica, torna-se proeminente a utilização
de um estudo exploratório, este consistindo em dar uma explicação sobre o assunto,
podendo levantar um novo problema que será esclarecido numa pesquisa mais
consistente, ou seja, é o primeiro passo para uma pesquisa aprofundada (OLIVEIRA,
2008).
Pesquisar tal temática implica em contribuições relevantes para a educação,
isto porque, Gonzaga e Monteiro (2011) reconhecem a necessidade de
correlacionarem o conceito a outros construtos relevantes, dentre eles no contexto
educacional. Justifica-se ainda a relevância do tema, devido à escassez de
produções nacionais, contemplando a temática proposta. Desta maneira, outras
pesquisas na área poderão surgir a fim de tentar trazer à tona outros
questionamentos e respostas que de certa forma perpassam a escassez que esta
temática possui.
A pesquisa científica a nível nacional, nesse contexto é escassa. Gonzaga e
Monteiro (2011) listaram estudos científicos sobre Inteligência Emocional através de
levantamento bibliográfico em revistas nas bases de dados INDEX PSI, LILACS,
PEPSIC e SCIELO, tendo encontrado 37 publicações. Destas, encontra-se apenas
17 Luminar Rev Ciên. e Human.
uma, de Rêgo, Brunelli e Rocha (2009), que traz a pesquisa-ação feita envolvendo
14 docentes, coordenadora e pesquisador de uma escola. Partimos então para a
literatura estrangeira acerca do assunto e encontramos na Espanha estudos no
contexto escolar.
Neste estudo com o aporte teórico de autores como Mayer e Salovey (1997)
Fernández-Berrocal e Pacheco (2003), Cassà (2005), Chabot e Chabot (2005)
Alzina (2012), dentre outros, foi possível analisar os achados em Inteligência
emocional no que diz respeito à sua aplicação na educação.
Inteligência e Emoção
A razão e a emoção têm sido tratadas como antagônicas ao longo da
história, e consequentemente na representação social das pessoas. Para Salovey et
al (2008) na Filosofia, Aristóteles, considerava a emoção como inferior ao intelecto.
René Descartes foi responsável pela inauguração do conceito que separava a
emoção da razão, no século XVI. Muitos psicólogos se posicionaram durante
séculos dessa maneira. Charles Darwin em eu livro de 1872, a expressão das
emoções nos homens e nos animais, começou a proporcionar uma mudança acerca
da importância das emoções. Através de observações etológicas da vida animal,
revelou que a emoção tinha vantagens funcionais para o ser humano
(SALOVEY, 1998). Na contemporaneidade, as descobertas da neurociência,
comprovam que a emoção afeta diretamente os conteúdos do pensamento, como
também os processos implicados nele, começando a desfazer a dicotomia
cartesiana, razão versus emoção (CHABOT E CHABOT, 2005).
Para Afonso e Miranda (2007), o conceito de inteligência é múltiplo, levando-
se em conta o contexto cultural, valores de uma sociedade e dado um momento
histórico específico, com enfoque em diferentes perspectivas. Diversos são os
teóricos que se esforçaram por definir o significado de inteligência. Trazemos em
seguida um breve histórico destes.
O primeiro teste de inteligência com o objetivo de prever quais os riscos de
fracasso escolar entre crianças francesas, solicitado pelo ministério da educação, é
atribuído ao psicólogo Alfred Binet e seu colega Simon. Em 1912, o psicólogo
18 Luminar Rev Ciên. e Human.
Whilhelm Stern cunhou o termo e a medida denomina da quociente de inteligência
“QI”, que media a razão entre a idade mental e a idade cronológica do indivíduo
(GARDNER, 2001). Em 1927, Charles Spearman, psicólogo inglês, propôs uma
inteligência geral e única, capaz de ser aplicada a qualquer atividade solicitada
(CHABOT E CHABOT, 2005). Na década de 30, Thurstone sugeriu a teoria de uma
inteligência multifatorial, composta por sete aptidões mentais (FINO, 2011).
Na década de 80, Gardner criou a teoria das inteligências múltiplas,
definindo que não existia apenas um tipo de inteligência, mas diversos. Ele formulou
uma lista com oito tipos de inteligências: linguística e lógico-matemática, musical,
corporal-sinestésica e espacial, interpessoal, intrapessoal, naturalista e
existencialista (AFONSO E MIRANDA, 2007). Como afirma Gardner (2001), a
maioria das inteligências definidas pelos teóricos, tem um caráter psicométrico, que
busca medir a inteligência. De acordo com Fino (2011),
Gardner se inspira um pouco em Thorndike, que na década de 20, referiu-se ao
conceito de inteligência social, sendo a primeira teoria de inteligência que incluía
emoções e sentimentos. Sternberg, diferente de Gardner, cria a inteligência
triárquica, que compreende três aspectos, os quais tratam da relação da inteligência
com o mundo interno da pessoa, com a experiência e com seu mundo externo.
Posteriormente no início da década de 90, Mayer e Salovey, começam a definir o
conceito de inteligência emocional, com o intuito de unir inteligência e emoção.
O conceito de emoção, também não é consensual por ser um fenômeno
complexo, e sua definição depende do viés teórico. De acordo com LeDoux (2011)
existem teorias que determinam as emoções enquanto reações físicas
desenvolvidas através da evolução como parte da luta pela sobrevivência. Para
outra teoria, são considerados estados mentais oriundos das reações corporais são
percebidas pelo cérebro. As emoções são ideias sobre as situações em que as
pessoas se encontram. Para outras teorias as emoções são construções sociais que
ocorrem no relacionamento entre os indivíduos, e não restrita ao pessoal.
Para Goleman (1996) a emoção se refere a um sentimento, estados
psicológicos e também biológicos, com tendências para o agir. Segundo Chabot e
Chabot (2005), a palavra emoção, vem do latino emovere significando por em
movimento, movimentar-se. De acordo com Maturana (2002) nada acontece, ou
fazemos sem que nossa ação seja definida por uma emoção, que nos movimenta.
19 Luminar Rev Ciên. e Human.
Todos esses autores citados anteriormente conceituam a emoção como algo que
produz um movimento para fora.
Salovey e Mayer (1990) conceituam emoções como respostas organizadas
de diversos subsistemas psicológicos, de caráter adaptador e que representam
respostas do indivíduo a eventos internos, externos, positivos ou negativos. Nesse
sentido as emoções podem ser divididas em positivas e negativas. As emoções
positivas, como as negativas afetam todos os nossos processos mentais, desde a
atenção, até os processos intelectuais e cognitivos mais complexos, contribuindo ou
prejudicando para o aprendizado (CHABOT e CHABOT, 2005).
As emoções desempenham diversas funções importantes para a
sobrevivência e o bem-estar dos seres humanos. Dentre elas, a de comunicar a
condição interna da pessoa aos outros e provocar uma resposta, orientando e
regulando o comportamento (PAPALIA, 2006).
Inteligência Emocional.
O termo Inteligência Emocional já vem sendo comentado desde 1985 pelo
estudante de doutorado Wayner Payne, que o trabalhou numa perspectiva filosófica,
porém antes em 1966, B. Leuner alemão traz à tona um estudo acadêmico em
tratamentos psiquiátricos. Em 1989, Greenspan utiliza o termo em capítulo de um
livro remetendo-o a aspectos emocionais como estes servindo de base para a
aprendizagem dos indivíduos (BAR-ON E PARKER, 2002).
O conceito, porém é atribuído a Mayer e Salovey, professores das
Universidades de New Hampisre e Yale nos Estados Unidos, que no início da
década de noventa a princípio definiram-na como “a habilidade de perceber seus
próprios sentimentos e emoções, bem como os sentimentos e emoções dos outros,
de distingui-las e de utilizar essas informações como orientação para suas ações e
seus pensamentos” (MAYER E SALOVEY, 1990. p.189).
Em 1995, Daniel Goleman lançou o livro intitulado Inteligência Emocional: a
teoria revolucionária que define o que é ser inteligente, tornando o termo
popularmente conhecido. Segundo Pacheco e Fernández-Berrocal (2003) após o
sucesso do best-seller de Goleman, a Inteligência Emocional, estava em livros de
20 Luminar Rev Ciên. e Human.
autoajuda, em revistas, em jornais, tornando-se uma moda, dificultando a
credibilidade no meio acadêmico. No ano de 1997, Mayer e Salovey revisam a
definição anterior procurando dar maior aporte científico, propondo o seguinte
conceito de Inteligência Emocional como:
Habilidade que permite perceber, apreciar e expressar corretamente nossas
emoções; a habilidade para acessar e ou gerar sentimentos quando estes
facilitam nossos pensamentos; a habilidade para compreender as emoções e
os conhecimentos emocionais; e a habilidade para regular as próprias
emoções, no intuito de favorecer o crescimento emocional e intelectual.
(1997. p.10).
Sendo assim, a Inteligência Emocional envolve a relação entre emoção e
cognição. Segue uma hierarquia através dos processos psíquicos básicos
(percepção), para os mais complexos, como no caso da regulação e promoção do
crescimento emocional e intelectual. Essa definição é conhecida como o modelo dos
quatro ramos, que representam classes de habilidades.
Descrevendo de maneira breve, a percepção, é a habilidade de detectar e
decifrar as emoções através das expressões faciais, fotos, vozes, e por meio da
consciência das próprias emoções pelas reações fisiológicas, pensamentos e
comportamentos, além da percepção das emoções nos outros, identificando-as
(SALOVEY ET AL, 2008). Essa é, aliás, segundo Chabot e Chabot (2005) uma das
habilidades que surgem muito cedo no ser humano, embora alguns tenham
dificuldade em identificar suas próprias emoções. Essa habilidade permite que
desenvolvamos a empatia, tão necessária nas relações interpessoais. Essa
habilidade de perceber as emoções incorpora também a habilidade de expressá-las
além de ajudar os outros a fazer com exatidão sobre o que realmente estão
sentindo, consequentemente evitando reprimi-las.
Seguindo para a habilidade de assimilar e ou gerar sentimentos quando
estes facilitam nossos pensamentos. Para Pacheco e Fernández-Berrocal (2003),
ela foca em como a emoção afeta o sistema cognitivo se servindo dos estados
emocionais podemos facilitar mais efetivamente a resolução de problemas, a tomada
de decisão e obter mais criatividade. Essa habilidade pressupõe redirecionar e
priorizar o pensamento baseado nos sentimentos. Captar as oscilações de humor
tomando múltiplos pontos de vista. Salovey et al (2008) cita um exemplo em relação
a estudantes que são levados por humores negativos, sem autoconfiança, durante
21 Luminar Rev Ciên. e Human.
uma avaliação, focam apenas nas consequências negativas e geralmente obtêm
resultados baixos. Outro estudante pode gerar emoções e cognições positivas,
criando mais autoconfiança, e sendo induzido a um estado emocional positivo,
tornando-se mais perseverante, vindo a obter resultados mais satisfatórios. Isto
porque em função dos estados emocionais, as cognições são alteradas, melhorando
o pensamento criativo, favorecendo o aprendizado. (PACHECO E FERNÁNDEZ-
BERROCAL, 2003).
O terceiro passo é a compreensão das emoções. Ao se compreender as
emoções, pode-se antecipar em determinadas situações que tipos de emoções
poderão se manifestar. E por último a regulação, que é a habilidade mais complexa
de todas as três anteriores. Inclui a capacidade de estar aberto às emoções positivas
e negativas, refletindo sobre as mesmas, moderando as últimas e intensificando as
primeiras (CHABOT E CHABOT, 2005).
Mas, esse não o único modelo de Inteligência Emocional, para Salovey e
Caruso (2000) e Fino (2011), existem os modelos de Daniel Goleman e Bar-on. O
modelo de Mayer e Salovey é reconhecido como o de habilidades relacionadas com
o processamento da informação, mais próximo dos conceitos científicos de
inteligência. Os demais modelos são denominados de mistos, por que mesclam
habilidades mentais, com traços de personalidade, como a empatia, as relações
interpessoais, otimismo, motivação. Salovey et al (2008), afirmam que a Inteligência
Emocional, pode contribuir para com a motivação, o zelo,
a persistência e a empatia, que são traços de personalidade, mas não são a mesma
coisa que inteligência. Pacheco e Fernández-Berrocal (2003) afirmam que o modelo
que constitui um enfoque mais científico e com base teórica mais fundamentada é a
de Mayer e Salovey, que ainda possuem instrumentos de avaliação como os testes
de inteligência comumente aplicados.
Inteligência Emocional aplicada no contexto educativo
A educação não deve se deter apenas a ensinar conteúdos cognitivos, é que
os problemas de aprendizado também têm seus componentes emocionais. As
emoções positivas geram motivação, interesse, colaboração, perseverança e
22 Luminar Rev Ciên. e Human.
criatividade. As emoções negativas, além de atrapalharem a percepção, a atenção e
a memória, são responsáveis pela evasão escolar, absenteísmo, procrastinação,
conflitos interpessoais e insegurança (CHABOT E CHABOT, 2005).
De acordo com Maturana (2002) nos denominamos seres racionais e estamos
enraizados em uma cultura que desvaloriza as emoções em detrimento da razão.
Behrens e Machado (2005) afirmam que a abordagem conservadora, escolanovista
e tecnicista, enfocam na fragmentação do conhecimento, sendo influenciadas pelo
método cartesiano.
Segundo autores como Chabot e Chabot (2005), Cassà (2005), Salguero
(2011) e Alzina e Escoda (2012), Marchesi (2006),esse tipo de educação valoriza
mais o conhecimento racional que as emoções, sem se dar conta de que ambos os
aspectos cognitivos e emocionais são necessários para a aprendizagem. Almeida
(1999) recorda que o indivíduo está presente no espaço educativo como pessoa
completa, cognitiva e emocionalmente, devendo a escola não negligenciar ou
suprimir as emoções em suas atividades. Sendo assim o aspecto emocional e
cognitivo aspectos de uma mesma realidade. Por isso, Pacheco e Fernández-
Berrocal (2003) acreditam que uma das missões da escola no século XXI é educar
emocionalmente as próximas gerações. É aí que entra a Inteligência Emocional no
âmbito educativo.
Goleman (1996) defende a inteligência emocional no currículo padrão das
escolas, e ao falar da alfabetização emocional reconhece que algumas escolas com
o currículo muito intenso, promovem nos Estados Unidos a difusão de lições sobre
sentimentos e relacionamentos mesclados com outras matérias já ensinadas, como
leitura e escrita, saúde, ciência, estudos sociais, entre outros. Marchesi (2006)
acredita que a educação emocional não deva ser reduzida a uma matéria específica
ou a um tempo específico, mas que o funcionamento da escola deva ser na direção
da comunicação afetiva.
Pacheco e Fernández-Berrocal (2004), afirmam que a falta de Inteligência
Emocional facilita o surgimento de problemas nos estudantes, dentre eles os déficits
nos níveis de bem-estar, redução na qualidade das relações interpessoais, queda no
rendimento acadêmico, e o aparecimento das condutas disruptivas. Destacamos
aqui as condutas disruptivas, que são comportamentos inapropriados, tais como
brigar, chamar a atenção em sala de aula, desobedecer, etc, atrapalham a ordem e a
23 Luminar Rev Ciên. e Human.
disciplina na escola, tornando as relações com professores e colegas muito difíceis,
além de dificultarem o aprendizado. (MARCHESI 2006). Esses alunos não sentem
empatia em relação aos colegas e aos professores. O desenvolvimento da
Inteligência Emocional nas escolas favorece a empatia, que favorece o altruísmo e a
condução pró-social. Chabot e Chabot (2005) relatam a partir de várias pesquisas os
efeitos positivos da empatia sobre o aluno, dentre elas, a melhora na qualidade das
relações, resolução de conflitos, favorece o êxito escolar, etc.
Para Salovey (2003), programas de desenvolvimento sócio emocional,
garantem a resolução de conflitos de forma criativa, benefícios como ganhos de
ligação social e emocional das crianças à escola, redução das taxas de abandono
escolar, a redução da incidência de comportamentos agressivos ou de risco e
melhorias no funcionamento cognitivo.
Fernández-Berrocal e Aranda (2008), confirmam que a Inteligência Emocional
colabora para que as relações interpessoais melhorem, tornando-as mais hábeis na
hora de perceber, compreender e manejar suas emoções e ajudando os demais a
compreendê-las, além de melhorar em relação ao rendimento escolar, atuando nos
estados de ânimos, favorecendo a cognição.
Inteligência Emocional aplicada aos alunos
A Inteligência Emocional pode e deve começar desde os primeiros anos de
vida escolar, é o que pensa Cassà (2005), recordando que as emoções estão
presentes desde o nascimento, e tem papel relevante na construção da
personalidade da criança. Os primeiros anos do desenvolvimento emocional infantil
são como um alicerce para as etapas posteriores do crescimento humano, assim, a
escola e a família tem papel importante no desenvolvimento infantil (ALMEIDA,
1999). De acordo com Alzina e Escoda (2012) a educação das emoções deve
começar desde cedo no âmbito familiar, seguindo para o escolar. É verdade que
esse desenvolvimento deve começar na família, através de um clima de confiança e
afeto, transmitindo segurança emocional (MARCHESI 2006), ANO). Porém, nem
sempre os pais são capazes de ajudar nesse sentido (SALGUERO 2011), e é
justamente aí que entra a escola, onde a criança passa boa parte do tempo, sendo
24 Luminar Rev Ciên. e Human.
esse um espaço de experiências emocionais diversas. As crianças de idades
menores, que estão inseridas na educação infantil, principalmente necessitam da
ajuda da professora para serem educadas emocionalmente (CASSÀ, 2005).
Segundo Almeida (1999), a escola é percebida como continuidade da família, sendo
assim, a professora chamada com frequência nessa fase do desenvolvimento infantil
nas salas de aula como tia pelas crianças. Portanto, a escola deve ser um espaço de
acolhimento, de segurança e confiança às crianças, de maneira a garantir
oportunidades para que elas experimentem, e possam expressar suas emoções.
No Brasil não há legislação sobre a necessidade de implantar nas escolas a
educação emocional, como na Espanha que busca integrar as dimensões
cognoscitiva, afetiva e moral, por meios de programas de educação
socioemocionais. No entanto há um referencial curricular nacional para a educação
infantil, que mesmo não trabalhando com o conceito de Inteligência emocional, ou
educação emocional recorda que a criança é um ser social que nasce com
capacidades afetivas, emocionais e cognitivas (BRASIL, 1998).
Cassá (2012) ainda defende programas de educação socioemocionais, para
desenvolver a Inteligência Emocional nas crianças, além de propor algumas
atividades envolvendo recursos didáticos como imagens, fotografias, canções,
contos, jogos, vídeos, como ferramentas práticas.
Inteligência Emocional aplicada aos professores
De acordo com Marchesi (2007), a emoção foi considerada em diversas
ocasiões como inadequada para os professores, mas a partir das descobertas da
neurociência, entendeu-se que as emoções estão intrinsecamente ligadas no
processo de aprendizagem, da motivação.
Para que a Inteligência Emocional, seja conhecida entre os professores,
requer que tenham formação acerca das emoções e de acordo com o modelo de
Salovey e Mayer (1997) consigam perceber, apreciar e expressar corretamente suas
emoções; tenham a habilidade de gerar sentimentos os pensamentos, a habilidade
em compreender as emoções e os conhecimentos emocionais além da habilidade
para regular suas próprias emoções e as dos alunos.
25 Luminar Rev Ciên. e Human.
Palomera, Fernández-Berrocal e Brackett (2008), Fernández-Berrocal e
Aranda (2010), além de Alzina e Escoda (2012) defendem a formação inicial e
permanente de professores. Os professores devem ser exemplo principalmente para
as crianças pequenas que são introduzidas cada vez mais cedo na escola, e
passam, muito mais tempo nela do que com a família, e acrescenta que quer
queiram ou não, eles são agentes do desenvolvimento emocional de seus alunos
(FERNÁNDEZ-BERROCAL 2010).
Melero (2000), Cassà (2005), Fernández-Berrocal, Cabello, e Alzina (2005),
concordam que deve haver uma formação prévia dos educadores. Para Fernández-
Berrocal (2010), os professores devem ter a capacidade de reconhecer,
compreender e regular as próprias emoções e desenvolver essas habilidades em
seus alunos. Almeida (1999) acredita que o professor deve aprendera ler as
emoções como um pré-requisito para poder regulá-las.
Para Alzina (2005) essa formação deve ser permanente, e deve englobar
aspectos teóricos sobre a educação emocional, as inteligências múltiplas de
Gardner, e a teoria da Inteligência Emocional. Segundo Marchesi (2006), o professor
precisa tomar consciência da importância do valor educativo das emoções, e de que
há um mundo de relações e afetos na sala de aula, e que ele é um dos pontos de
referência. A maneira como ele se comunica, sua organização, maneira de atender
os alunos, traz grande repercussão sobre os alunos.Chabot e Chabot (2005),
afirmam que os professores tem papel fundamental na estimulação das
competências emocionais de seus alunos, se utilizando de meios que permitam eles
sentirem as coisas que aprendem.
Considerações finais
A Inteligência Emocional é um conceito que tem sido aplicado à educação
com sucesso em países como Estados Unidos e Espanha. O conceito de Mayer e
Salovey (1996) que a reconhece como habilidade de perceber suas próprias
emoções e dos outros além de distingui-las utilizando as informações como
orientação para suas ações e seus pensamentos, é muito importante para a
educação, que não mais, pode focar unicamente nos conteúdos cognitivos, pois se
26 Luminar Rev Ciên. e Human.
sabe através das pesquisas e programas de Inteligência Emocional, que o
aprendizado tem seus componentes emocionais.
Encontramos na pesquisa que a Inteligência Emocional, pode prevenir
problemas nos estudantes no aspecto das relações interpessoais, desde queda no
rendimento escolar, como no surgimento de comportamentos inapropriados, como a
violência, a indisciplina até a dificuldade no aprendizado. Trabalhada desde os
primeiros anos de vida, pode favorecer o desenvolvimento socioemocional, desde
que a escola permita que seja um espaço de acolhimento, garantindo que elas
possam descobrir e possam expressar suas emoções de maneira ajustada.
Finalmente, existem evidências a partir de vários autores (Palomera,
Fernández-Berrocal e Brackett, 2008), (Fernández-Berrocal e Aranda 2010), Alzina e
Escoda (2012), que a Inteligência Emocional também é importante na formação dos
docentes, tanto inicial como continuada. Permitindo que o professor conheça valor
educativo das emoções, e das relações e afetos, repercutindo junto a seus alunos
na sala de aula, de maneira positiva. Acredita-se que o presente estudo servirá para
fornecer elementos teórico-práticos em investigações, e fomentar discussões acerca
de sua aplicação em contexto educacional.
Referências
AFONSO, Maria; MIRANDA, Maria. Paradigmas diferencial e sistêmico de
investigação da inteligência humana: perspectivas sobre o lugar e o sentido do
construto. Tese de Doutorado. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação;
Universidade de Lisboa. 2007. Disponível em: http://hdl.handle.net/10451/3987.
Acesso em: 16 fev.2014.
ALMEIDA, Ana. Emoção na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999. 6ª ed.
ALZINA, Bisquerra; ESCODA, Núria. Educación emocional: estrategias para su
puesta en práctica. Revista de la Asociación de Inspectores de Educación
de España. Revista nº 16 - Maio 2012. Disponível
em:http://www.adide.org/revista/index.php?option=com_content&task=view&id=448&
Itemid=465Acesso em: 20 abr.2014.
ALZINA, Bisquerra. La educación emocional en la formación del profesorado.
Revista Interuniversitaria de Formación del Profesorado. 19(3), (2005), 95-114.
27 Luminar Rev Ciên. e Human.
Disponível em:http://www.redalyc.org/pdf/274/27411927006.pdfAcesso em: 23
mai.2014.
BAR-ON, Reuven; PARKER, James (org.). Manual da inteligência emocional: teoria
e aplicação em casa, na escola e no trabalho.Trad. Ronaldo Cataldo Costa. Porto
Alegre, RS: Artmed, 2002.
BEHRENS, Marilda; MACHADO, Iliana. Os saberes docentes na educação
emocional. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 5, n.16, p. 269-280, set./dez.
2005.Disponível em:http://www.redalyc.org/pdf/1891/189116175016.pdfAcesso em:
13jun.2014.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Formação
pessoal e social.
Volume 2. Brasília: MEC/SEF, 1998.
________. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil /
Conhecimento de mundo.
Volume 3. Brasília: MEC/SEF, 1998.
FERNÁNDEZ-BERROCAL, Pablo; ARANDA, Desirée. La inteligencia emocional en
la educación. Revista electrónica de Investigación Psicoeducativa. 1696-2095. Nº 15,
Vol
6(2) 2008, pp: 421-436. Disponível em:http://www.investigacion-
psicopedagogica.org/revista/new/ContadorArticulo.php?256. Acesso em: 22abr.2014.
FERNÁNDEZ-BERROCAL, Pablo; PACHECO, Natalio. La inteligencia Emocional y
la educación de las emociones desde el Modelo de Mayer e Salovey. Revista
Electrónica Interuniversitaria de Formación del Profesorado, 19(3), (2005), 63-93.
Disponível em:http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=27411927005.Acesso em:
02mai.2014.
CABELLO, Rosario; ARANDA, Desirée; FERNÁNDEZ-BERROCAL, Pablo. Docentes
emocionalmente inteligentes. Revista Electrónica Interuniversitaria de Formación del
Profesorado, 13 (1), 2010, p. 41-49. Disponível
em:http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=217014922005. Acesso em: 23 dez.2014.
CASSÀ, Èlia. La educación emocional en la educación infantil. Revista
interuniversitaria de Formación del Profesorado, 19(3), 2005, p.153-167. Disponível
em:http://www.redalyc.org/pdf/274/27411927006.pdfAcesso em: 21fev.2014.
___________.Inteligencia Emocional en el aula. In: ¿Cómo educar las emociones?
La inteligencia emocional en la infancia y adolescencia. Alzina (Coord.). Hospital
Sant Joan de Déu. Barcelona, 2012. Disponível em: www.faroshsjd.net. Acesso em:
01 jan. 2014.
CHABOT, Daniel; CHABOT, Michel. Pedagogia emocional, sentir para aprender.Trad.
de Diego Ambrosini e Juliana Montoia de Lima.São Paulo: Sá, 2005.
28 Luminar Rev Ciên. e Human.
COLL, Cezar.; PALACIOS, Jesus.;MARCHESI (2006), Álvaro. Desenvolvimento
psicológico e educação: psicologia evolutiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
FINO, Mafalda. A Inteligência Emocional na Prática Educativa do Pré-escolar: Um
estudo etnográfico. 2011. 60p. Dissertação de Mestrado em Psicologia da Educação.
Universidade da Madeira, Portugal, 2011. Disponível
em:http://digituma.uma.pt/bitstream/10400.13/344/3/MestradoMafaldaQuintanilha.pdf
. Acesso em: 24 dez.2013.
GARDNER, Howard. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.edição. São Paulo: atlas, 2002.
GOLEMAN, Daniel (1996). Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que define
o que é ser inteligente. Trad. Marcos Santarrita. Ed. rev. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva,
2001.
GONZAGA, Alessandra; MONTEIRO, Janine. Inteligência Emocional no Brasil: Um
Panorama da Pesquisa Científica. Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa Abr-Jun
2011, Vol. 27 n. 2, pp. 225-232. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Disponível
em:http://www.scielo.br/pdf/ptp/v27n2/a13v27n2.pdf. Acesso em: 18 dez.2013.
LEDOUX, Joseph. O cérebro emocional: os misteriosos alicerces da vida emocional.
Tradução Terezinha Batista dos Santos. - Rio deJaneiro: Objetiva, 2011.
MARCHESI, Álvaro (2006). O que será de nós, os maus alunos? 2006. São Paulo,
Artmed.
___________.(2007) O bem-estar dos professores. Competências, emoções e
valores.
São Paulo, Artmed.
MAYER, John; SALOVEY, Peter. Emotional Intelligence. In: Imagination, Cognition,
and Personality, 9(1990), pp. 185-211. Disponível em:
http://www.unh.edu/emotional_intelligence/EIAssets/EmotionalIntelligenceProper/EI1
990%20Emotional%20Intelligence.pdf. Acesso em: 22jan.2014.
___________.What is emotional intelligence – Emotional development and emotional
intelligence, implications for educators. New York, Basic Books, 1997. Disponível
em:
http://www.unh.edu/emotional_intelligence/EI%20Assets/Reprints...EI%20Proper/EI1
997MSWhatIsEI.pdf. Acesso em: 17 jan.2014.
MAYER, John; SALOVEY, Peter.; CARUSO David R. Inteligência emocional como
Zeitgeist, como personalidade e como aptidão mental. In: BAR-ON, Reuven;
PARKER, James D. A. (org.). Manual da inteligência emocional: teoria e aplicação
em casa, na escola e no trabalho. Trad. Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre, RS:
Artmed, 2002.
29 Luminar Rev Ciên. e Human.
___________. (2000). Models of emotional intelligence. In. R.J. Sternberg (Ed.).
Handbook of human intelligence. Chapter eighteen. 2ª edition. New York: Cambridge
University Press.
MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Tradução:
José Fernando Campos Fortes. Velo Horizonte. Edições UFMG, 2002. 3ª
reimpressão.
OLIVEIRA, M. M. Como Fazer Pesquisa Qualitativa. 2ª Ed. Petrópolis, Rio de
Janeiro: vozes, 2008.
PACHECO, Natalio; FERNÁNDEZ-BERROCAL, Pablo. La inteligencia emocional en
el contexto educativo: hallazgos científicos de sus efectos en el aula. Revista de
Educación,
Nº. 332 (2003), pp. 97-116. Disponível em: http://www.mecd.gob.es/dctm/revista-de-
educacion/articulosre332/re3320611443.pdf?documentId=0901e72b81256ae3.Acess
o em: 20 mar.2014.
___________. El papel de la inteligencia emocional en el alumnado: evidencias
empíricas. Revista Electrónica de Investigación Educativa,Vol. 6, Nº. 2
(2004).Disponível em: http://www.redie.uabc.mx/vol6no2/contenido-extremera.html
Acesso em: 10 abr.2014.
PALOMERA, Raquel; FERNÁNDEZ-BERROCAL, Pablo. & BRACKETT, M. A.
(2008).
“La inteligencia emocional como una competencia básica en la formación
inicialde los docentes: algunas evidencias”. Revista Electrónica de
Investigación Psicoeducativa, 15, 437–454. Disponível
em:http://www.erevistas.csic.es/ficha_articulo.php?url=oai_revista92:195&oai_iden=o
ai_revista92. Acesso em: 16 fev.2014.
PAPALIA, Diane; OLDS, Sally; FELDMAN, Ruth. Desenvolvimento humano. 8ª
edição. Tradução Daniel Bueno. Artmed, 2006.
RÊGO, C., BRUNELLI, C. A., & ROCHA, N. M. (2009). Avaliando a educação
emocional: subsídios para um repensar da sala de aula. Ensaio: Avaliação e
Políticas
Públicas em Educação, 17(62), 135-152. Disponível
em:http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v17n62/a07v1762.pdf.Acesso em: 15jun.2014.
SALGUERO, María. Importancia de la Inteligencia Emocional como contribución al
desarrollo integral de los niño/as de educación infantil. Revista Pedagogia
Magna. N.º 11. Fev.2011. P. 178-188. Disponível em:
http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3629180.Acesso em: 12mai.2014.
SALOVEY, Peter. Emotional Intelligence. Encyclopedia of Education. Volume 4.
In Guthrie, James (Org.)Second edition. 2003. Macmillan reference. USA. Disponível
em: http://ei.yale.edu/wp-
content/uploads/2013/12/pub272_Salovey_Lopes.pdf.Acesso em: 29 de mai.2014.
30 Luminar Rev Ciên. e Human.
___________. Peter et al. Emotional Intelligence. Chapter 33; In: Lewis,
Michael(Org.) Handbook of Emotions. The Guilford press. New York London,
2008.Disponível em:http://raulkoffman.com/wp-content/uploads/2012/07/Handbook-
of-Emotions.pdf. Acesso em: 23 mar.2014.
31 Luminar Rev Ciên. e Human.