0% acharam este documento útil (0 voto)
441 visualizações38 páginas

ENG250 - Balanço de Massa - Aula 06

1) O documento discute os conceitos fundamentais de balanço de massa aplicados em operações unitárias de mineração, incluindo definições de sistema, processo, tipos de balanço, lei da conservação da massa e cálculos de recuperação, teor e concentração. 2) São apresentadas fórmulas para cálculo de umidade, densidade, vazão e balanços de massa, espécies e materiais. 3) O balanço de materiais permite dimensionar equipamentos e otimizar processos de beneficiamento mineral

Enviado por

Ravena Cilibel
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
441 visualizações38 páginas

ENG250 - Balanço de Massa - Aula 06

1) O documento discute os conceitos fundamentais de balanço de massa aplicados em operações unitárias de mineração, incluindo definições de sistema, processo, tipos de balanço, lei da conservação da massa e cálculos de recuperação, teor e concentração. 2) São apresentadas fórmulas para cálculo de umidade, densidade, vazão e balanços de massa, espécies e materiais. 3) O balanço de materiais permite dimensionar equipamentos e otimizar processos de beneficiamento mineral

Enviado por

Ravena Cilibel
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 38

ENG250 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS EM MINERAÇÃO

BALANÇO DE MASSA

Prof. Erisvaldo Bitencourt de Jesus


DCTM / EP / UFBA
2022.1
INTRODUÇÃO

Um dos instrumentos fundamentais da engenharia é o balanço de massa ou


balanço de materiais.

As finalidades do balanço de massa são:


Dar suporte ao dimensionamento de equipamentos;

Proporcionar o controle e otimização de processos;

Acompanhamento dos resultados da produção.


LEI DA CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES

Antoine Laurent Lavoisier (1743 -


1794) propôs a lei da conservação das
espécies, posteriormente batizada de Lei
de Lavoisier, que diz:

“A massa não pode ser criada nem


destruída, porém, pode ser
transformada.”
DEFINIÇÕES

SISTEMA
Espaço selecionado da natureza, que pode ser sujeito a definição e à apreciação de
propriedades físicas, químicas, biológicas ou bioquímicas.

SISTEMA ABERTO
É o sistema que permite o fluxo de matéria através da fronteira do sistema.

SISTEMA FECHADO
Não há transferência de matéria através da fronteira do sistema no intervalo de tempo de
interesse.
dm
=0
dt
FRONTEIRA
Limites reais ou conceituais que separam o sistema do ambiente envolvente.

VOLUME DE CONTROLE
É uma pequena parte do sistema escolhido para se aplicar o balanço de massa.
DEFINIÇÕES

PROCESSO
É cada uma das etapas que promovem mudanças das propriedades do sistema;

PROCESSOS EM BATELADA
A alimentação é introduzida no sistema de uma só vez, no início do processo, e todos os produtos
são retirados algum tempo depois;
Nenhuma massa atravessa a fronteira do sistema no intervalo de tempo decorrido entre a
alimentação e a remoção dos produtos.

PROCESSOS CONTÍNUOS
A alimentação e os produtos fluem continuamente através das fronteiras do sistema enquanto
dura o processo;
TIPOS DE BALANÇO

BALANÇO INTEGRAL
Descreve o que acontece entre dois instantes de tempo.
Ex.: A produção mensal de ouro de uma usina; a produção semanal de brita 1 da Pedreiras
Bahia
Normalmente expressa em kg, t, m3, etc.

BALANÇO DIFERENCIAL
Indica o que está acontecendo em um sistema num determinado instante de tempo.
Ex.: A vazão de sólidos na alimentação do moinho; a produção de ouro na concentração
gravimétrica.
Normalmente expressa em t/h, m3/h, etc.
LEI DA CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES

Sistema

[Acumulação] = [Entra] – [Sai] + [Gerado] – [Consumido]

Sólidos;
Água;
Fração Granulométrica;
Elemento (ouro, prata, cobre,...);
Mineral (magnesita, galena, calcopirita, ...)
FUNDAMENTOS

Teor – é a massa de um elemento ou substância pura, referido à massa total


em consideração.

Ex. 01. Determine o teor de galena (PbS) de um minério cujo teor de Pb é de 5%.
Para tanto, considere que a única fonte de Pb no minério advém da galena.
considere MMPb = 207 e MMS = 32

Polpa – é uma mistura de água e sólidos com características reológicas


particulares.

Massa de sólidos Vazão de sólidos

m p = ms + ma Q p = Qs + Qa
Massa de água Vazão de água
FUNDAMENTOS

Umidade base seca - é quantidade de água presente no sólido dividida pela


massa seca de sólido.

massa úmida − massa seca


Umidade ( base seca ) =
massa seca

Umidade (base úmida) - é quantidade de água presente no sólido dividida


pela massa úmida.

massa úmida − massa seca


Umidade ( base úmida ) =
massa úmida
FUNDAMENTOS

Percentagem de sólidos ou Concentração de sólidos – é a massa de sólidos


contida na polpa.

ms S
Cw = ou Cw =
ms + ma S +W

Ex. 02. Um equipamento é alimentado com uma taxa de 920 t/h de polpa com 85%
de sólidos. Qual quantidade de água é necessária adicionar para condicionar a polpa
à 60% de sólidos.

Ex. 03. Um hidrociclone é alimentado com uma polpa com 20 t/h de sólidos. A
concentração mássica de sólidos na alimentação é de 30%, no underflow de 50% e
no overflow de 15%. Calcule as vazões de sólidos das correntes do underflow e do
overflow.
FUNDAMENTOS

Concentração volumétrica

 
 
1
Cv =  
 ρs  1 
 1 + − 1
 Cw  
 ρ l  

Densidade da polpa

 
 
1
dp =  
 (1 − Cw ) Cw 
 + 
 ρ l ρ s 

FUNDAMENTOS

Ex. 04. Numa operação, em usina piloto, tomou-se uma amostra (1 L em 7 s) do


fluxo de polpa de quartzo. A densidade de polpa (dp = 1.400 kg/m3) foi determinada
por meio de uma balança de Marcy. Determine a percentagem de sólidos (Cw) em
peso e o fluxo de sólidos da polpa. Considere a densidade (ds) do quartzo e da água
2.650 kg/m3 e 1.000 kg/m3, respectivamente.
BALANÇO DE MATERIAIS

B, b
Balanço de massa

A, a
A=B+C Operação
unitária

Balanço de espécies ou metalúrgico


C, c

Aa = Bb + Cc Vazão de sólidos / teor


A, a – alimentação;
C, c – concentrado;
B, b – rejeito
BALANÇO DE MATERIAIS

Recuperação mássica ou Rendimento B, b

RM = C A A, a Operação

R M = (a − b) (c − b)
unitária

C, c

Vazão de sólidos / teor


A, a – alimentação;
C, c – concentrado;
B, b – rejeito
BALANÇO DE MATERIAIS

Recuperação metalúrgica B, b

R = Cc Aa
A, a Operação

R = c(a − b) a (c − b)
unitária

C, c

Vazão de sólidos / teor


A, a – alimentação;
C, c – concentrado;
B, b – rejeito
BALANÇO DE MATERIAIS

Razão de concentração B, b

RC = A C A, a Operação
unitária

Razão de enriquecimento
C, c
Re = c a
Vazão de sólidos / teor
A, a – alimentação;
C, c – concentrado;
B, b – rejeito
BALANÇO DE MATERIAIS

Eficiência B, b

E = [ Cc Aa ] ×  B (1 − b ) A (1 − a ) 
A, a Operação
unitária
 c ( a − b )( c − a )(1 − b ) 
E=
 a ( c − b )2 (1 − a ) 
  C, c

Vazão de sólidos / teor


A, a – alimentação;
C, c – concentrado;
B, b – rejeito
BALANÇO DE MATERIAIS
BALANÇO DE MATERIAIS

1) Obtemos um concentrado com 100% B (teor máximo). A recuperação mássica será


de 30%, a recuperação metalúrgica será de 60% e o teor do concentrado, 100%.

2) Obtemos um concentrado contendo as partículas de mais altos teores: 100% e 80% de


B. A recuperação mássica será de 40%, a recuperação metalúrgica de 76% e o teor do
concentrado, 95%.
BALANÇO DE MATERIAIS

3) Obtemos um concentrado com teor mais baixo, e temos uma recuperação um pouco
melhor. A recuperação mássica será de 50%, a recuperação metalúrgica de 88% e o
teor do concentrado, 88%.

4) Obtemos um concentrado teor mais baixo ainda, recuperando até as partículas com
40% B. A recuperação mássica será de 60%, a recuperação metalúrgica de 96% e o
teor do concentrado, 80%.
BALANÇO DE MATERIAIS

5) Obtemos um concentrado com recuperação total de B (máxima recuperação


metalúrgica). A recuperação mássica será de 70%, a recuperação metalúrgica de
100% mas o teor do concentrado cai para 71,4%.

6) Obtemos um concentrado igual a alimentação (máximas recuperações mássicas e


metalúrgicas). A recuperação mássica será de 100%, a recuperação metalúrgica de
100% e o teor do concentrado, 50%.
Recuperação Mássica

Recuperação Metalúrgica BALANÇO DE MATERIAIS


BALANÇO DE MATERIAIS
Operação com alto enriquecimento
BALANÇO DE MATERIAIS
Operação com alta recuperação
BALANÇO DE MATERIAIS

Operação com alta recuperação

Operação com alto enriquecimento


BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS

Exemplo 06

Um banco de flotação é alimentado com 25 t/h de minério com 5% de Pb.


O concentrado da primeira etapa tem 45% de Pb e seu rejeito tem 0,7% de
Pb, que alimenta a segunda etapa da flotação. A segunda etapa produz um
concentrado contendo 7% de Pb e um rejeito contendo 0,2% de Pb.
Determine a vazão das correntes de concentrado e rejeito deste processo.
BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS

Exemplo 05

Um banco de flotação é alimentado com 25 t/h de minério com 5% de Pb.


O concentrado da primeira etapa tem 45% de Pb e seu rejeito tem 0,7% de
Pb, que alimenta a segunda etapa da flotação. A segunda etapa produz um
concentrado contendo 7% de Pb e um rejeito contendo 0,2% de Pb.
Determine a vazão das correntes de concentrado e rejeito deste processo.

Cs3 = 0,7% Cs5 = 0,2%


CV CV
S1 = 25 t/h
Cs1 = 5%

Cs2 = 45% Cs4 = 7%


BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS

Balanço de Sólidos
QS 1 − QS 2 − QS 3 = 0
QS 3 − QS 4 − QS 5 = 0

Balanço de Metalúrgico (Chumbo)


QS 1CS 1 − QS 2CS 2 − QS 3CS 3 = 0
QS 3CS 3 − QS 4CS 4 − QS 5CS 5 = 0

−1 −1 0 0 QS 2 −QS 1
0 1 −1 −1 QS 3 0
× =
−CS 2 −C S 3 0 0 QS 4 −QS 1CS 1
0 CS 3 −CS 4 −CS 5 QS 5 0
144444244444 3 { 1
424 3
COEFICIENTES VARIÁVEIS COEF. INDEPENDENTES
BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS

(Smith e Frew, 1983)


BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS

Número de correntes de alimentação


Número de correntes de produto
BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS
BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS
BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS
BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS

Considere o circuito de flotação


representado pelo diagrama de grafo ao
lado. O resultado de uma campanha de
amostragem no circuito é apresentado na
Tabela. Confirme, através do uso da matriz
de conexão, se os dados fornecidos são
suficientes para estimar as vazões de sólidos
do circuito. Para tanto, considere a vazão de
alimentação do circuito conhecida e
unitária.
BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS
BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS

Exemplo 06

A Figura ao lado apresenta o circuito de


flotação da Mineração Mirabela. Sabendo
que a vazão de sólidos da alimentação do
circuito é medida/controlada e que
amostras de polpa podem ser coletadas ao
longo do circuito, determine o número
mínimo de pontos para a coleta de
amostras a serem utilizadas para o
fechamento do balanço de massa do
circuito.
BALANÇO DE MATERIAIS EM CIRCUITOS COMPLEXOS

Exemplo 07

A Figura ao lado apresenta um circuito de


moagem classificação. Sabendo que a
vazão de sólidos da alimentação do
circuito é 150 t/h e que são conhecidas as
concentrações mássicas de sólidos das
correntes do circuito, verifique se os
dados medidos e apresentados no
fluxograma são suficientes para o
fechamento do balanço de massa. Em
caso positivo, proceda os cálculos para
determinar as vazões de sólidos e de água
nas correntes do circuito.
REFERÊNCIAS

Chaves, A. P. (1996). Teoria e Prática de Tratamento de Minérios, vol.1, Signus


Editora, São Paulo.

Himmelblau, D. M. (1984). Engenharia Química Princípios e Cálculos, PHB.

Wills, B. A. (1997). Mineral Processing Technology, Butterworth-Heinneman, 6a


edição.

Smith, H. W., Frew, J. A. (1983). Design and analysis of sampling experiments - a


sensitivity approach, Int. J. Min. Proc., v. 11, 267.

Você também pode gostar