Controlo orçamental
Após a elaboração do orçamento anual, a empresa deve
proceder à análise da sua execução de forma a assegurar o
seu controlo.
Comparação entre os objetivos, resultados, proveitos e
custos reais com os que se orçamentaram
Informação fundamental à tomada de decisões corretivas
pela gestão
Controlo Orçamental
Controlo orçamental
Os dados reais, fornecidos pelos registos da contabilidade
mensal, são comparados com as previsões que constam no
orçamento anual, numa base mensal
DESVIOS MENSAIS
Significativo – sempre que
exceda a faixa dentro da qual
se consideram normais as “Gestão por excepção”
diferenças entre os dados reais
e previsionais
Medidas corretivas de forma a que a
realização dos objetivos previamente
fixados pela organização não seja
posta em risco.
Controlo orçamental
Da comparação entre as rubricas da demonstração de
resultados por funções real para um dado mês e a
demonstração e resultados por funções prevista no
orçamento anual para o mesmo período
Mapa de Controlo Orçamental
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Mapa do Controlo Orçamental
Análise de desvios
Desvios
Contabilísticos Extracontabilísticos
(de compras, de secções e (de vendas, de custo das
de fabricação) vendas, de custos
variáveis, de custos
administrativos e de
O seu apuramento depende
custos financeiros)
da movimentação das
contas da contabilidade de
gestão.
Análise de desvios contabilísticos
i) Desvio de Compras
Desvio de Compras = Qr x (Pr - Pb)
Sendo,
Pr - custo de compra unitário real (custo de aquisição adicionado
de eventuais prestações internas);
Pb – custo de compra unitário previsto no orçamento anual.
desvio favorável quando o custo de compra real for inferior
ao previsto.
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Análise de desvios contabilísticos
ii) Desvio de Secções
Desvio Total da Secção = Dt = Gr - Gi
Sendo,
Gr - gastos reais de uma secção apurados no mapa mensal do
custo das secções
Gi – gastos imputados ou aplicados da secção
Análise de desvios contabilísticos
ii) Desvio de Secções
• sempre que uma secção tem atividade definida:
Desvio Total da Secção = Dt = Ar x (UOr - UOb)
• no caso de se tratar de uma secção sem atividade definida,
como por exemplo, a secção de “gastos comuns”:
Desvio Total da Secção = Dt = Gr - 1/12 x C. Orçamentados
Análise de desvios contabilísticos
ii) Desvio de Secções
Pode ser decomposto nos desvios de orçamento e atividade:
Desvio Total da Secção = Dt = Gr - Gi = (Gr - Go) + (Go – Gi)
• o desvio de orçamento (Do) corresponde à diferença entre os
gastos reais (Gr) e o orçamento ajustado (Go);
• o desvio de actividade (Da) calcula-se através da diferença
entre o orçamento ajustado e os gastos imputados ou aplicados
da secção (Gi).
Desvio Total da Secção = Dt = Do + Da
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Análise de desvios contabilísticos
- o orçamento ajustado de uma secção respeita ao ajustamento
do valor dos custos unitários previstos no orçamento anual à
atividade real do mês;
- como o custo de uma secção é composto por custos variáveis e
por custos fixos, há que proceder ao ajustamento destas 2
naturezas de forma distinta:
- os custos fixos variam com o tempo e não com o
volume de atividade, o que implica que, para efetuarmos o
ajustamento para o mês, há que dividir o custo fixo global
orçamentado por 12 meses;
- os custos variáveis orçamentados são ajustados ao
volume de atividade real através do seu quociente pela atividade
prevista no orçamento anual seguida da multiplicação pela
atividade real.
Análise de desvios contabilísticos
A expressão de cálculo do orçamento ajustado reflecte o
comportamento diferenciado dos custos fixos e variáveis:
Go = Ar x CV/Ab + CFb/12
Sendo,
Ar – Atividade real;
CVb – Custos variáveis anuais previstos para a secção;
Ab – Atividade anual prevista;
CFb – Custos fixos anuais previstos para a secção.
Análise de desvios contabilísticos
Análise do Desvio de Orçamento
O Do pode ainda ser decomposto em desvio de quantidades e
preços, sempre que as rubricas de custos que estão a ser objeto
de análise se encontram expressas em unidades físicas.
Se se designar por cvb o custo variável médio orçamentado por
unidade de obra:
cvb = CVb/Ab = qb x Pb
sendo,
qb – consumo previsto por unidade de obra;
Pb – preço previsto do input
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Análise de desvios contabilísticos
Análise do Desvio de Orçamento
O Do pode ser calculado como se segue:
Do = Gr* - Go = (Qr x Pr) – (Ar x cvb) = (Qr x Pr) – (Ar x qb x
Pb)
Designando o produto do consumo por unidade de obra previsto
(qb) pela actividade real da secção (Ar) por Q’:
Do = (Qr x Pr) – (Q’ x Pb)
Análise de desvios contabilísticos
Análise do Desvio de Orçamento
Demonstra-se matematicamente que:
Do = (Qr - Q’b) x Pb + (Pr - Pb) x Qr
D. Quantidades D. Preços
Análise de desvios contabilísticos
Análise do Desvio de Atividade
O Da pode ser, igualmente, analisado. Demonstra-se que o Da
respeita exclusivamente a custos fixos, desde que os custos
variáveis da secção sejam proporcionais ao volume de atividade.
Este desvio resulta do facto de a atividade real do mês não
coincidir com o duodécimo da atividade prevista para o ano.
Da = CFb/12 – cfb x Ar = cfb x (Ab/12 – Ar)
sendo,
cfb – custo fixo médio orçamentado por unidade de obra.
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Análise de desvios contabilísticos
Análise do Desvio de Actividade
• para as secções com atividade definida, o desvio de atividade
pode ser calculado através desta fórmula;
• se a secção em análise não tiver atividade definida e se só tiver
custos fixos (como é normalmente o caso da secção de “gastos
comuns”), o desvio de atividade é nulo;
• o Da é favorável sempre que se verifique que a Ar > (Ab/12): se
a atividade real da secção for superior a um duodécimo da
atividade anual prevista no orçamento anual, tal significa que
existe uma sobreimputação de custos fixos e, consequentemente,
que o custo fixo médio é inferior ao que seria de esperar –
sobreaproveitamento da capacidade instalada
Análise de desvios contabilísticos
iii) Desvio de Fabricação
Desvio de Fabricação = Qr x (CIPA unit. r - CIPA unit. b)
sendo,
Qr – quantidade real produzida.
O desvio de fabricação é um desvio de quantidades e que se
deve ao facto de os consumos unitários reais e previstos no
orçamento anual diferirem.
D. Fabricação = Qr x Pb x (cons. unit. r – cons. unit. b)
O d. de fabricação será favorável se se verificar que o consumo
unitário real foi inferior ao consumo unitário previsto.
Análise de desvios contabilísticos
iii) Desvio de Fabricação
O d. de fabricação pode ser decomposto num desvio de rendimento
(sempre que existam diferenças entre os consumos unitários de
matérias reais e previstos) e num desvio de eficiência (caso existam
discrepâncias nos consumos unitários de atividade das secções reais e
previstos).
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Análise de desvios extracontabilísticos
i) Desvio de Vendas
Resulta da comparação das vendas reais do mês com as vendas
previstas para o mesmo período no orçamento das vendas.
Desvio Total de Vendas = Qr x Pr – Qp x Pb
sendo,
Qr – quantidades reais vendidas no mês;
Pr – preço real praticado pela empresa;
Qp – quantidades previstas das vendas expressas no programa
de vendas;
Pb – preço previsto de vendas.
Análise de desvios extracontabilísticos
i) Desvio de Vendas
Desvio Total de Vendas = (Qr – Qp) x Pb + (Pr – Pb) x Qr
Pode ser decomposto em 2 subdesvios:
• desvio de quantidades vendidas dada pela expressão (Qr –
Qp) x Pb;
• desvio de preços de venda: (Pr – Pb) x Qr.
Análise de desvios extracontabilísticos
ii) Desvio de Custo das Vendas
Resulta da comparação entre o custo das vendas apurado pela
contabilidade do mês com o custo das vendas mensal que consta
da demonstração de resultados previsional:
D. Custo das Vendas = Qr x CIPA unit. b – Qp x CIPA unit. b
ou
D. Custo das Vendas = (Qr – Qp) x CIPA unit. b
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Análise de desvios extracontabilísticos
iii) Desvio de Custos Comerciais variáveis
D. Custos Comerciais Variáveis = Qr x CCr – Qp x CCb
Pode ser decomposto em 2 subdesvios:
• o desvio de quantidades vendidas (também designado por
desvio de orçamento);
• desvio de preços (também designado por desvio de
orçamento.
D. C. C. Variáveis = (Qr – Qp) x CCb – (CCr x CCb) x Qr
Análise de desvios extracontabilísticos
iv) Desvio de Margem de Contribuição
Apurado através da diferença entre o desvio de vendas e a soma
dos desvios de custo das vendas e custos comerciais variáveis.
D. Margem de Contribuição = D. Vendas – (D. Custo das
Vendas + D. CCVariáveis)
D. Margem de Contribuição = (Qr – Qp) x (Pb – CIPA unit. b –
CCb) + Qr x (Pr - Pb) – Qr X (CCr – CCb)
desvio de quantidades desvio de orçamento
Demonstração de Resultados Ajustada
Resulta do ajustamento das previsões de preços, custos e
resultados, a volumes reais.
Os desvios extracontabilísticos podem ser analisados através da
elaboração de uma demonstração de resultados ajustada e da
sua comparação com a demonstração de resultados do mês, bem
como com a demonstração de resultados previsional para o
mesmo período.
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Demonstração de Resultados Ajustada
Demonstração de Resultados Ajustada
• o desvio de preços resulta da diferença entre os valores da
demonstração de resultados real e da demonstração de
resultados ajustada;
• o desvio de quantidades (ou de volume) é resultado da
diferença entre os valores registados na demonstração ajustada e
os da demonstração de resultados previsional;
• o desvio total resulta da comparação da demonstração de
resultados real e previsional.