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Pedra de Roseta

A Pedra de Roseta contém o mesmo decreto escrito em hieróglifos egípcios, demótico e grego antigo. Sua descoberta em 1799 permitiu que Jean-François Champollion decifrasse os hieróglifos egípcios pela primeira vez, possibilitando novos avanços no estudo do Antigo Egito.

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Pedra de Roseta

A Pedra de Roseta contém o mesmo decreto escrito em hieróglifos egípcios, demótico e grego antigo. Sua descoberta em 1799 permitiu que Jean-François Champollion decifrasse os hieróglifos egípcios pela primeira vez, possibilitando novos avanços no estudo do Antigo Egito.

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PEDRA DE ROSETA

A Pedra de Roseta é um fragmento de uma estela de granodiorito erigida no Egito


Ptolemaico, cujo texto foi crucial para a compreensão moderna dos hieróglifos
egípcios e deu início a um novo ramo do conhecimento, a egiptologia. Frequentemente
descrita como "a pedra mais famosa do mundo", sua inscrição guarda um decreto de
um conselho de sacerdotes estabelecendo o culto ao faraó Ptolemeu V, no primeiro
aniversário de sua coroação. Promulgada na cidade de Mênfis, em 196 AEC, essa
deliberação é registrada em três versões com conteúdo em geral equivalente mas
em escritas diferentes: a superior foi registrada na forma hieroglífica do egípcio antigo;
a do meio em demótico, variante escrita do egípcio tardio; e a inferior em grego antigo.
Provavelmente originária de um templo na região de Saís, no delta do Nilo, a Pedra de
Roseta contém um dos chamados Decretos Ptolemaicos, um grupo de textos
legislativos promulgados pela Dinastia ptolemaica entre os séculos II e III AEC
honrando seus faraós reinantes, e que previam que múltiplas cópias suas deviam ser
edificadas nos templos do Egito. Removida mais tarde, ela foi usada como material na
construção de um forte na cidade marítima de Roseta, onde em 1799 foi redescoberta
por um soldado integrando a expedição francesa ao Egito liderada por Napoleão
Bonaparte. Primeira inscrição plurilíngue incluindo a língua egípcia antiga a ser
recuperada na Idade Contemporânea, a Pedra de Roseta logo despertou interesse pela
possibilidade de permitir traduzir a escrita hieroglífica desse idioma, cuja significação se
perdera no final da Antiguidade. Como consequência, rapidamente cópias
litografadas e de gesso suas passaram a circular entre museus e
acadêmicos europeus. Neste ínterim tropas britânicas e otomanas derrotaram os
franceses no Egito, em 1801, e ela acabou na posse do Reino Unido, nos termos
da Capitulação de Alexandria. Transportada para Londres, desde 1802 está em
exibição no Museu Britânico, do qual permanece o objeto mais visitado.
O estudo do Decreto de Mênfis, contido na Pedra de Roseta, já estava em andamento
quando surgiu a primeira tradução completa do seu texto em grego, em 1803. Contudo,
a decifração completa da escrita em hieróglifos levou quase duas décadas adicionais,
sendo anunciada por Jean-François Champollion em 1822. As principais etapas para
essa decodificação foram a descoberta de que a Pedra apresenta três variantes de um
mesmo texto (1799); de que o texto em demótico utiliza caracteres fonéticos para
representar nomes estrangeiros (1802) e que o mesmo se aplica ao texto em
hieróglifos, que também apresenta semelhanças profundas com o demótico (1814); e
de que, além de serem utilizados em nomes, os caracteres fonéticos também podiam
ser utilizados para representar palavras nativas do egípcio (1822–1824).
Desde sua redescoberta, a Pedra tem sido alvo de rivalidades nacionalistas, incluindo
uma disputa sobre o valor relativo das contribuições de Thomas Young e Champollion
para a decifração da escrita hieroglífica e, desde 2003, a reivindicação de sua
repatriação, pelo governo do Egito. Três outras cópias fragmentárias de seu decreto
foram encontradas posteriormente, e diversas inscrições bilíngues ou trilíngues
semelhantes foram descobertas mais recentemente, incluindo dois decretos
ptolemaicos anteriores ao da Pedra de Roseta, o Decreto de Canopo, de 238 AEC, e
o Decreto de Ráfia, de aproximadamente 217 AEC. Não obstante a Pedra de Roseta
ter perdido a sua exclusividade, ao permitir a decifração da escrita hieroglífica ela
tornou possível avanços fundamentais na arqueologia, nos estudos da tradução e na
compreensão contemporânea da literatura e da cultura do Antigo Egito. Em
reconhecimento à sua significância, mais recentemente seu nome passou a ser
utilizado em outros contextos e associado a outros objetos, indicando um elemento
essencial à compreensão de uma escrita desconhecida; uma informação necessária à
evolução de um campo do saber; as noções de tradução e de aprendizagem de
idiomas; e uma chave necessária à decodificação de uma mensagem criptografada.

DESCRIÇÃO
Um dos primeiros documentos relacionados à posse da Pedra de Roseta a descreve
como "uma pedra de granito negro que apresenta três inscrições [...] descoberta em
Roseta".[1] Em algum momento após a sua chegada a Londres ela teve suas inscrições
preenchidas com giz branco, para que se tornassem mais legíveis, e uma camada
de cera de carnaúba foi aplicada sobre o restante da sua superfície, a fim de protegê-la
dos dedos dos visitantes.[2] Isto lhe conferiu uma cor escura, que fez com que fosse
identificada erroneamente como sendo feita de basalto negro.[3] Estas adições foram
removidas quando a sua superfície foi limpa, em 1999, revelando sua tonalidade cinza-
escura original, o brilho de sua estrutura cristalina e um veio rosado que a atravessa no
canto superior esquerdo.[4] Comparações feitas com a Coleção Klemm de fragmentos
de rochas egípcias mostraram uma semelhança com rochas obtidas na pequena
pedreira de granodiorito de Gebel Tingar, na margem ocidental no Nilo, a oeste da ilha
de Elefantina, na região de Assuã, e que seu veio rosado é uma característica típica do
granodiorito da mesma região.[5]
A Pedra de Roseta tem atualmente 112,3 centímetros de altura em seu ponto mais alto,
75,7 centímetros de largura e 28,4 centímetros de espessura, [6] e pesa
aproximadamente 760 quilogramas.[7][8] Sua superfície frontal é polida e traz três
inscrições sucessivas: no topo um registro em hieróglifos egípcios, no centro um outro
em egípcio demótico e, embaixo, um último registro em grego antigo.[9] Os lados da
estela foram desbastados, mas sua parte traseira foi trabalhada de maneira bruta,
presumidamente porque esperava-se que essa face não permaneceria visível no local
onde originalmente a estela seria exibida.

CONSTITUIÇÃO
A Pedra de Roseta, em seu estado atual, é um fragmento de uma estela maior, e,
embora buscas tenham sido realizadas posteriormente, nenhum outro fragmento foi
encontrado em escavações do sítio arqueológico de Roseta. [11] Devido ao estado
precário de conservação em que foi encontrada, nenhum de seus três textos está
totalmente completo. O registro superior, que consiste de hieróglifos egípcios, foi o
mais danificado; restam apenas catorze linhas de texto, todas sem parte do lado direito,
e doze delas sem o lado esquerdo. O registro seguinte, em demótico, é o que se
encontra em melhor estado. Ele tem 32 linhas, das quais apenas as primeiras catorze
estão danificadas no lado direito. O registro final, do texto grego, tem 54 linhas, das
quais as primeiras 27 estão conservadas em relativa integridade, enquanto as demais
estão em estado fragmentário devido à ausência do canto inferior direito da estela. [12][13]
A extensão total do texto em hieróglifos e o tamanho original da estela podem ser
estimados com base em artefatos semelhantes que sobreviveram até a atualidade,
incluindo cópias de outros decretos mais ou menos contemporâneos a ela. Por
exemplo, o Decreto de Canopo, emitido em 238 AEC, durante o reinado de Ptolemeu III
Evérgeta, foi inscrito em uma estela com 219 centímetros de altura e 82 centímetros de
largura, com 36 linhas de texto hieroglífico, 73 de egípcio demótico e 74 de grego
antigo, e apresenta textos com extensões semelhantes. [14] A partir destas comparações
pôde-se concluir que faltam cerca de quatorze ou quinze linhas de inscrições em
hieróglifos no registro superior da Pedra de Roseta, que ocupariam outros 30
centímetros de pedra.[15] Além destas inscrições, é provável que ela fosse encimada por
uma cena mostrando o faraó sendo apresentado aos deuses egípcios, sob um disco
alado, como em outras estelas do mesmo período. Estes paralelos e o formato do
caractere hieroglífico estela,[a] presente na Pedra, sugerem que a sua parte superior
terminava em uma lunette.[9][16] Considerando-se esses elementos perdidos, estima-se
que a altura original da estela fosse 149 centímetros

REDESCOBERTA
A Pedra quase certamente não se originou na cidade egípcia de Roseta, onde foi
encontrada, mas provavelmente em um templo situado mais no interior, possivelmente
na cidade real de Saís.[18][13] O templo do qual ela proveio foi fechado por volta do ano
392, quando o imperador romano Teodósio I ordenou o fechamento de todos os
templos pagãos no território sob controle de Roma.[19] Em algum ponto depois disso a
estela se quebrou, e a sua parte maior se tornou o que atualmente é conhecido como a
Pedra de Roseta. Os antigos templos egípcios foram usados como fontes de material
para novas construções, e ela provavelmente foi reutilizada dessa maneira. Mais tarde,
em meados do século XV, ela acabou incorporada às fundações do Forte Julien, uma
fortaleza construída pelo sultão mameluco Qaitbay a alguns quilômetros a nordeste da
cidade portuária egípcia de Roseta e a fim de defender o ramo Bolbitino do Rio Nilo.
Ela permaneceu nessa localidade por pelo menos três séculos. [20]
A campanha de Napoleão no Egito, a partir de 1798, inspirou uma explosão
de egitomania na Europa e, especialmente, na França. Um corpo de 167 especialistas
técnicos, conhecido como Comissão das Ciências e das Artes, acompanhou o Exército
Revolucionário Francês ao Egito. Em 15 de julho de 1799 soldados franceses, sob o
comando do coronel d'Hautpoul, estavam reforçando as defesas do Forte Julien. O
tenente Pierre-François Bouchard avistou uma pedra que os soldados haviam
descoberto, com inscrições em um de seus lados.[21] Ele e d'Hautpoul notaram
imediatamente que esse objeto poderia ser importante e notificaram sua descoberta ao
general Jacques-François Menou, que estava em Roseta. [17] A descoberta foi
anunciada à recém-fundada associação científica de Napoleão Bonaparte no Cairo,
o Institut d'Égypte, por meio de um relatório de um membro da Comissão das Ciências
e das Artes, Michel Ange Lancret, que observou que a estela continha três inscrições, a
primeira em hieróglifos e a terceira em grego, e sugeriu, corretamente, que as três
inscrições eram versões do mesmo texto. O relatório de Lancret, datado de 19 de julho
de 1799, foi lido em uma reunião do Instituto no dia 25 de julho. Enquanto isso,
Bouchard transportou a estela para o Cairo, para que fosse examinada por estudiosos.
Pouco antes de seu retorno à França, em agosto de 1799, o próprio Napoleão
inspecionou o objeto, que já começara a ser chamado Pierre de Rosette.[11]
A descoberta foi noticiada, em setembro, no Courier de l'Egypte, o jornal oficial da
expedição francesa.[22] O repórter anônimo expressou a esperança de que a Pedra
oferecesse a chave para que os hieróglifos fossem enfim decifrados. [23][11] Em 1800 três
dos especialistas da Comissão desenvolveram uma técnica para produzir cópias dos
textos esculpidos na pedra. Um desses especialistas foi Jean-Joseph Marcel, um
impressor e linguista que é creditado com a descoberta de que o texto do meio fora
registrado em demótico egípcio, raramente usado em inscrições em pedras e pouco
conhecido pelo estudiosos da época, e não na língua siríaca, como originalmente se
pensara.[11] O artista e inventor Nicolas-Jacques Conté encontrou uma maneira de usar
a própria Pedra como um bloco de impressão para reproduzir a inscrição, [24] e um
método ligeiramente diferente foi adotado por Antoine Galland. As impressões
resultantes foram levadas à Europa pelo general Charles Dugua, e permitiram a
estudiosos examinar as inscrições e buscar decifrá-las. [25]
Após a partida de Napoleão as tropas francesas resistiram aos ataques britânicos e
otomanos por mais dezoito meses, mas em março de 1801 os britânicos voltaram a
desembarcar no Egito. O general Menou se encontrava no comando da expedição
francesa, incluindo a Comissão das Ciências e das Artes, que transportava consigo
numerosas antiguidades, dentre as quais a Pedra de Roseta. [22] Ele liderou suas tropas
em marcha para o norte, em direção à costa do Mediterrâneo, a fim de encontrar o
inimigo, mas foi derrotado em batalha e se viu obrigado a retirar seu exército para
Alexandria, onde permaneceu cercado e sitiado. Menou rendeu-se em 30 de agosto do
mesmo ano.

Após a rendição de Alexandria, surgiu uma disputa sobre o destino das descobertas
arqueológicas e científicas francesas no Egito, incluindo artefatos, espécimes
biológicos, notas, planos e desenhos coletados pelos membros da Comissão. [26] Menou
se recusou a entregá-los, alegando que eles pertenciam ao Institut d'Égypte. O general
britânico John Hely-Hutchinson recusou-se a encerrar o cerco a não ser que Menou
cedesse. Os estudiosos Edward Daniel Clarke e William Richard Hamilton, recém-
chegados da Inglaterra, concordaram em examinar as coleções em Alexandria e
alegaram ter encontrado muitos artefatos que os franceses não haviam revelado. Em
uma carta contemporânea, Clarke disse ter encontrado "muito mais em seu poder do
que fora informado ou imaginado".
Hutchinson afirmou que todos os materiais eram propriedade da Coroa Britânica, mas o
estudioso francês Étienne Geoffroy Saint-Hilaire disse a Clarke e Hamilton que os
franceses preferiam queimar todas as suas descobertas a entregá-las, referindo-se
ameaçadoramente à destruição da Biblioteca de Alexandria. Clarke e Hamilton
defenderam o caso diante de Hutchinson, que finalmente concordou que itens como
espécimes da história natural seriam considerados propriedade privada dos estudiosos.
[26][29]
 Menou rapidamente reivindicou a Pedra como sua propriedade privada, [26][30] mas
Hutchinson estava ciente de seu valor único e rejeitou a alegação de Menou.
Finalmente chegou-se a um acordo, e a transferência dos objetos foi incorporada
à Capitulação de Alexandria.[22]
Não está realmente claro como a Pedra foi transferida para mãos britânicas, pois
relatos contemporâneos diferem a este respeito. O coronel Tomkyns Hilgrove Turner,
que deveria acompanhá-la até a Inglaterra, alegou mais tarde que a havia retirado
pessoalmente de Menou e em seguida levado em um carro para transporte de armas.
Em um relato muito mais detalhado, Edward Daniel Clarke afirmou que um "oficial e
membro do Instituto" francês secretamente o guiara, junto com seu aluno John Cripps e
Hamilton, às ruas secundárias atrás da residência de Menou, e ali revelado a Pedra,
escondida sob tapetes protetores dentre a bagagem de Menou. De acordo com Clarke,
o informante temia que ela fosse roubada, caso soldados franceses a encontrassem.
Hutchinson foi informado imediatamente, e a Pedra foi removida possivelmente por
Turner e sua carruagem.[31]
Turner transportou a Pedra para a Inglaterra a bordo da fragata francesa
capturada HMS Egyptienne, que ancorou em Portsmouth em fevereiro de 1802.[32] Suas
ordens eram entregá-la, junto com outras antiguidades, a Jorge III do Reino Unido. O
monarca, representado por seu secretário de guerra, ordenou que fosse exposta
no Museu Britânico. De acordo com a narrativa de Turner, ele e Hobart concordaram
que a Pedra deveria ser apresentada aos estudiosos da Sociedade de Antiquários de
Londres, da qual Turner era membro, antes de ser enfim entregue ao museu. Ela foi
inspecionada e discutida pela primeira vez em uma reunião em 11 de março de 1802.
[33][34]

Em 1802 a Sociedade criou quatro moldes de gesso das inscrições na Pedra, que
foram presenteados às universidades de Oxford, Cambridge e Edimburgo, e ao Trinity
College de Dublin. Logo depois, impressões das inscrições foram feitas e distribuídas a
estudiosos europeus.[35] Antes do final de 1802 a Pedra foi transferida para o Museu
Britânico, onde hoje permanece sendo exibida.[32] Em algum momento novas inscrições
foram pintadas de branco em suas bordas esquerda e direita, lembrando que ela fora
"capturada no Egito pelo exército britânico em 1801" e "presenteada ao rei Jorge III". [2]

INCLUSÃO NO MUSEU BRITÂNICO


A Pedra tem sido exibida quase continuamente desde junho de 1802. [6] Em meados
do século XIX ela recebeu o número de inventário "EA 24", sendo que a sigla "EA"
significa "antiguidades egípcias". Ela é parte de uma coleção de monumentos egípcios
antigos capturados da expedição francesa, incluindo o sarcófago de Nectanebo II (EA
10), a estátua de um sumo sacerdote de Amon (EA 81) e um grande punho de granito
(EA 9).[36]
Os objetos logo foram considerados pesados demais para os pisos da Montagu
House (o edifício original do Museu Britânico) e foram transferidos para uma nova
extensão, que foi adicionada à mansão. A Pedra de Roseta foi transferida para a
galeria de esculturas em 1834, logo após a demolição da Montagu House e a
construção do prédio que hoje abriga o Museu Britânico. [37] De acordo com os registros
do museu, a Pedra de Roseta é o seu objeto mais visitado, [38] e por várias décadas uma
imagem sua foi o cartão postal mais vendido no museu. [39]
A Pedra de Roseta foi originalmente exibida reclinada sobre um berço de metal feito
sob medida, cuja instalação exigiu que fossem raspadas pequenas porções laterais
suas, a fim de garantir que ela se encaixasse com segurança. [37] Originalmente ela não
tinha cobertura protetora e, apesar da presença de atendentes para garantir que não
fosse tocada pelos visitantes, em 1847 foi necessário transferi-la para uma estrutura
com proteção.[40] Desde 2004 a Pedra está em exibição em uma caixa de vidro,
especialmente construída no centro da Galeria de Escultura Egípcia. Uma réplica da
Pedra de Roseta é exibida na Biblioteca do Rei no Museu Britânico, desprotegida e
livre para ser tocada, tal qual teria sido exibida aos visitantes do início do século XIX.[41]
O museu tomou precauções para sua proteção durante os pesados bombardeios em
Londres no final da Primeira Guerra Mundial, e em 1917 ela foi transferida para um
local seguro, juntamente com outros objetos de valor passíveis de serem
transportados. A Pedra passou os dois anos seguintes quinze metros abaixo do nível
do solo, em uma estação metroferroviária.[42] Com exceção de conflitos armados, a
Pedra de Roseta deixou o Museu Britânico apenas uma vez, por um mês em outubro
de 1972, para ser exibida no Museu do Louvre, em Paris, ao lado da Lettre à M. Dacier,
de Champollion, no 150º aniversário da publicação da carta. [39] Mesmo quando a Pedra
de Roseta estava passando por medidas de conservação, em 1999, o trabalho foi feito
na galeria do Museu Britânico, a fim de que ela permanecesse visível ao público

O DECRETO DE MENFIS
A estela foi criada após a coroação do faraó Ptolemeu V Epifânio, inscrita com um
decreto emitido por um congresso de sacerdotes reunido em Mênfis com o objetivo de
estabelecer o culto ao jovem soberano.[44] A data registrada no texto em grego da
Pedra é "ano 9, Xandikos, dia 4" no antigo calendário macedônico e "18 de Mechir"
no calendário egípcio, ambos correspondentes a 27 de março de 196 AEC. [45] O ano
citado é o nono do reinado de Ptolemeu V,[46] o que é confirmado pela menção de
quatro sacerdotes que se sabe foram nomeados para seus cargos no mesmo ano: Aeto
III foi sacerdote dos cultos divinos de Alexandre Magno e de cinco Ptolemeus, inclusive
o do próprio Ptolemeu V, e seus três colegas, também citados nominalmente na
inscrição, iniciaram o culto a Berenice II (esposa de Ptolemeu III), Arsínoe II (esposa e
irmã de Ptolemeu II) e Arsínoe III (mãe de Ptolemeu V).[47] Uma segunda data é
mencionada nos textos em grego e egípcio hieroglífico, que corresponde a 27 de
novembro de 197 AEC, dia da coroação de Ptolemeu. [48] A inscrição em egípcio
demótico conflita com as datas em grego antigo e egípcio hieroglífico, enumerando dias
consecutivos em março para o decreto e o aniversário. [48] Embora os motivos para
estas discrepâncias permaneçam incertos, há consenso de que o decreto data de 196
AEC e tinha como intenção restabelecer o domínio dos reis ptolemaicos sobre o Egito.
O decreto foi promulgado durante um período turbulento da história egípcia. Ptolemeu
V Epifânio, que reinou entre 205 e 180 AEC, havia herdado o trono com cinco anos de
idade, após a morte repentina de seus pais, Ptolemeu IV Filópator e Arsínoe III. De
acordo com fontes contemporâneas, seus pais foram assassinados por uma
conspiração que contara com a participação de uma concubina de Ptolemeu IV,
Agatocleia, irmã de um de seus ministros, Agátocles. Os conspiradores efetivamente
governaram o Egito como guardiães de Ptolemeu V, [50][51] até que, dois anos mais tarde,
uma revolta eclodiu sob o comando do general Tlepólemo, e Agatocleia, juntamente
com sua família, foi linchada por uma multidão em Alexandria. Tlepólemo, por sua vez,
em 201 AEC foi substituído como regente e guardião do jovem rei por Aristómenes de
Alízia, principal dentre os ministros do período do Decreto de Mênfis. [52]
Forças políticas externas às fronteiras do Egito exacerbaram os problemas internos do
reino ptolemaico. Antíoco III Magno e Filipe V da Macedônia aliaram-se para dividir os
territórios ultramarinos egípcios ao redor do Mar Mediterrâneo; Filipe havia capturado
diversas ilhas e cidades da Cária e Trácia, e a Batalha de Banias (198 AEC) resultara
na transferência da Celessíria (incluindo a Judeia) dos ptolemeus para os selêucidas.
Enquanto isso o sul do Egito passava por uma duradoura revolta, iniciada já durante o
reinado de Ptolemeu IV,[48] liderada por Hugronafor e, posteriormente, pelo seu
sucessor, Adicalamani.[53] Tanto a guerra quanto a revolta ainda ocorriam quando o
jovem Ptolemeu V foi coroado em Mênfis, aos doze anos de idade, [51] cerca de um ano
antes da promulgação do Decreto de Mênfis.[46]
A Pedra de Roseta é um exemplar tardio de "estelas donativas", nas quais os
monarcas reinantes concediam isenções de impostos e presentes aos templos e
sacerdotes residentes.[54] Os faraós vinham erigindo essas estelas desde pelo menos
dois mil anos antes, e seus exemplos mais antigos datam do período do Império
Antigo.[55] Por outro lado, estelas estabelecidas por sínodos sacerdotais, e não pelo rei,
eram uma exclusividade do Egito ptolemaico, iniciada possivelmente no reinado
de Ptolemeu III Evérgeta e difundidas no reinado de seu neto, Ptolemeu V. [56] No
período faraônico anterior seria impensável qualquer pessoa, exceto os próprios
governantes divinos, tomar decisões com implicações em todo o reino.
[57]
 Diferentemente, esse modo de honrar um rei era uma característica das cidades
gregas. Em vez de fazer seu próprio elogio, como no Egito anterior, no mundo helênico
o rei era glorificado e deificado por seus súditos ou grupos representativos de seus
súditos.

C O decreto foi promulgado durante um período turbulento da história egípcia.


Ptolemeu V Epifânio, que reinou entre 205 e 180 AEC, havia herdado o trono com
cinco anos de idade, após a morte repentina de seus pais, Ptolemeu IV Filópator e
Arsínoe III. De acordo com fontes contemporâneas, seus pais foram assassinados por
uma conspiração que contara com a participação de uma concubina de Ptolemeu IV,
Agatocleia, irmã de um de seus ministros, Agátocles. Os conspiradores efetivamente
governaram o Egito como guardiães de Ptolemeu V, [50][51] até que, dois anos mais tarde,
uma revolta eclodiu sob o comando do general Tlepólemo, e Agatocleia, juntamente
com sua família, foi linchada por uma multidão em Alexandria. Tlepólemo, por sua vez,
em 201 AEC foi substituído como regente e guardião do jovem rei por Aristómenes de
Alízia, principal dentre os ministros do período do Decreto de Mênfis. [52]
Forças políticas externas às fronteiras do Egito exacerbaram os problemas internos do
reino ptolemaico. Antíoco III Magno e Filipe V da Macedônia aliaram-se para dividir os
territórios ultramarinos egípcios ao redor do Mar Mediterrâneo; Filipe havia capturado
diversas ilhas e cidades da Cária e Trácia, e a Batalha de Banias (198 AEC) resultara
na transferência da Celessíria (incluindo a Judeia) dos ptolemeus para os selêucidas.
Enquanto isso o sul do Egito passava por uma duradoura revolta, iniciada já durante o
reinado de Ptolemeu IV,[48] liderada por Hugronafor e, posteriormente, pelo seu
sucessor, Adicalamani.[53] Tanto a guerra quanto a revolta ainda ocorriam quando o
jovem Ptolemeu V foi coroado em Mênfis, aos doze anos de idade, [51] cerca de um ano
antes da promulgação do Decreto de Mênfis.[46]
A Pedra de Roseta é um exemplar tardio de "estelas donativas", nas quais os
monarcas reinantes concediam isenções de impostos e presentes aos templos e
sacerdotes residentes.[54] Os faraós vinham erigindo essas estelas desde pelo menos
dois mil anos antes, e seus exemplos mais antigos datam do período do Império
Antigo.[55] Por outro lado, estelas estabelecidas por sínodos sacerdotais, e não pelo rei,
eram uma exclusividade do Egito ptolemaico, iniciada possivelmente no reinado
de Ptolemeu III Evérgeta e difundidas no reinado de seu neto, Ptolemeu V. [56] No
período faraônico anterior seria impensável qualquer pessoa, exceto os próprios
governantes divinos, tomar decisões com implicações em todo o reino.
[57]
 Diferentemente, esse modo de honrar um rei era uma característica das cidades
gregas. Em vez de fazer seu próprio elogio, como no Egito anterior, no mundo helênico
o rei era glorificado e deificado por seus súditos ou grupos representativos de seus
súditos.

CONTEÚDO
O decreto registra que Ptolemeu V dotara os templos do reino com prata e grãos, e
também que houve inundações particularmente altas no Nilo no oitavo ano de seu
reinado, e que ele providenciara para que o excesso de águas fosse represado para o
benefício dos agricultores.[60] Em troca destas concessões, o conselho de sacerdotes
prometeu que os aniversários de nascimento e de coroação do faraó seriam
comemorados anualmente e que todos os sacerdotes do Egito prestariam culto a ele e
o serviriam juntamente com os demais deuses do panteão egípcio. O decreto conclui
com a instrução de que uma cópia sua deveria ser erigida em cada templo, inscrita na
"linguagem dos deuses" (hieróglifos egípcios), na "linguagem dos documentos" (egípcio
demótico) e na "linguagem dos gregos" tal qual usada pelo governo ptolemaico. [61][62]
Conquistar o apoio dos sacerdotes era essencial para os planos da dinastia
ptolemaica de estabelecer um domínio efetivo sobre a população egípcia. Os sumos
sacerdotes de Mênfis, onde os faraós vinham sendo coroados, eram particularmente
importantes, na medida em que eram a mais alta autoridade da época e gozavam de
influência que se estendia por todo o reino. [63] Como o Decreto foi promulgado em
Mênfis, antiga capital do Egito, e não em Alexandria, centro do governo durante o
período dos ptolemeus, parece evidente que o jovem rei estava ansioso por conquistar
o apoio ativo destes sacerdotes.[64] Assim, embora o governo do Egito tivesse adotado
oficialmente o grego antigo desde as conquistas de Alexandre Magno, o Decreto de
Mênfis, como os dois decretos que o precederam na série, trazia textos em egípcio
demótico como forma de assegurar que a sua importância seria transmitida para a
população por intermédio dos sacerdotes alfabetizados nessa linguagem.

HIERÓGLIFOS
Antes da descoberta da Pedra de Roseta e sua eventual decifração, as antigas língua e
escrita egípcias deixaram de ser compreendidas pouco antes da queda do Império
Romano. O uso da escrita hieroglífica tornou-se cada vez mais especializado, mesmo
no período faraônico posterior, e já no século IV EC poucos egípcios eram capazes de
lê-la. O uso frequente de hieróglifos cessou após o fechamento de todos os templos
não cristãos em 391, por ordem do imperador romano Teodósio I, e a última inscrição
de que se tem notícia, encontrada em Filas e conhecida como Grafito de Esmet-
Akhom, é datada de 24 de agosto de 394. [76]
A aparência pictórica dos hieróglifos foi notada e enfatizada por autores clássicos, em
nítido contraste com os alfabetos grego e latino. No século V supostamente o
clérigo Horapolo escreveu a obra Hieroglífica, contendo uma explicação de quase
duzentos glifos egípcios. Durante muito tempo acreditou-se que essa obra continha
apontamentos precisos, mas ela mostrou-se enganosa de várias maneiras e, junto com
outros trabalhos, constituiu uma armadilha duradoura para o entendimento da escrita
egípcia.[77]
Tentativas posteriores de decifração foram feitas por historiadores árabes no Egito
medieval, durante os séculos IX e X. Dulnune do Egito e Ibn Wahshiyya foram os
primeiros historiadores a estudar os hieróglifos, comparando-os com a língua
copta usada pelos clérigos coptas do seu tempo.[78][79] O estudo dos hieróglifos
continuou com tentativas infrutíferas de decifração por estudiosos europeus,
principalmente João Gorópio Becano no século XVI, Athanasius Kircher no século
XVII e Georg Zoëga no século XVIII.[80] A descoberta da Pedra de Roseta em 1799
forneceu informações críticas até então ausentes, e que gradualmente foram reveladas
por uma sucessão de estudiosos que, afinal, permitiram a Jean-François Champollion
resolver o mistério que Kircher havia batizado "enigma da Esfinge"

PEDIDO DE REPRATIAÇÃO
Em julho de 2003 Zahi Hawass, então secretário-geral do Conselho Supremo de
Antiguidades, expressou pedidos de devolução da Pedra de Roseta ao Egito. Esse
pedido, noticiado na mídia egípcia e internacional, buscava que a estela fosse
repatriada para o Egito, e argumentava que ela constitui um "ícone" da identidade
nacional egípcia.[111] Hawass repetiu a proposta dois anos depois, em Paris, listando a
Pedra como um dos seis objetos principais da herança cultural do Egito em posse de
museus estrangeiros,[112] uma lista que também incluía o icônico Busto de Nefertiti,
no Museu Egípcio de Berlim; uma estátua do arquiteto da Pirâmide de
Quéops, Hemiunu, no Museu Roemer-und-Pelizaeus, em Hildesheim, na Alemanha;
o Zodíaco de Dendera, no Museu do Louvre, em Paris; e o Busto de Ankhaf, no Museu
de Belas Artes de Boston.[113][114]
Em 2005 o Museu Britânico doou ao Egito uma réplica em tamanho real da estela, em
fibra de vidro, que foi exibida inicialmente no Museu Nacional Raxide, uma casa
otomana em Roseta, a cidade mais próxima do local onde a Pedra foi encontrada. Em
novembro de 2005 Hawass sugeriu um empréstimo de três meses da Pedra de Roseta,
reiterando o objetivo final de um retorno permanente. [115] Mais tarde ele sugeriu que
poderia abandonar sua reivindicação pelo retorno permanente da Pedra de Roseta,
caso o Museu Britânico emprestasse a Pedra ao Egito por três meses para a abertura
do Grande Museu Egípcio de Gizé, em 2013, mas por fim reiterou que um eventual
empréstimo não afetaria seu pedido de repatriação definitiva. [112]
Como John Ray observou, "pode chegar o dia em que a Pedra tenha passado mais
tempo no Museu Britânico do que em Roseta". [116] Existe uma forte oposição dos
museus dos países desenvolvidos à repatriação de objetos de importância cultural
internacional, como a Pedra de Roseta. Em resposta a repetidos pedidos gregos de
retorno dos Mármores de Elgin, retirados do Partenon no século XIX, e a pedidos
semelhantes recebidos por outros museus, em 2002 mais de trinta dos principais
museus do mundo - incluindo o Museu Britânico; o Louvre; o Museu de Pérgamo, de
Berlim; e o Museu Metropolitano de Arte, de Nova Iorque - emitiram uma declaração
conjunta argumentando que "objetos adquiridos em épocas anteriores devem ser vistos
à luz de diferentes sensibilidades e valores que refletem aquela época anterior" e que
"os museus servem não apenas aos cidadãos de uma nação, mas também às pessoas
de todas as nações.

LEGADO

Por vezes descrita como "a pedra mais famosa do mundo" [118] e uma das "maravilhas
do mundo",[119] com o tempo a Pedra de Roseta viu seu papel científico ser
compartilhado com outras estelas e inscrições. Outras versões parciais de seu decreto
e diversas inscrições bilíngues ou trilíngues semelhantes foram descobertas mais
recentemente, incluindo dois decretos ptolemaicos mais antigos, o Decreto de Canopo,
de 238 AEC, e o Decreto de Ráfia, de aproximadamente 217 AEC.[120] Não obstante, a
Pedra de Roseta permanece um símbolo cultural amplamente difundido, por ter
permitido avanços fundamentais na arqueologia, nos estudos da tradução e na
compreensão contemporânea da literatura e da cultura do Antigo Egito. Como
consequência disso, ao longo do tempo ela viu seu nome associado a outros objetos e
em outros contextos, em alusão à sua significância científica e cultural. Vários
documentos epigráficos bilíngues ou trilíngues antigos foram descritos como "Pedras
de Roseta", pois contribuíram decisivamente para a decifração de escritas antigas. Por
exemplo, as moedas bilíngues greco-brâmanes do rei greco-bactriano Agátocles foram
descritas como "pequenas Pedras de Roseta", pois permitiram os primeiros passos em
direção à decifração da escrita brâmane por Christian Lassen e, portanto, o acesso à
epigrafia indiana antiga.[121] A Inscrição de Beistum também foi comparada à Pedra de
Roseta, por apresentar conteúdo em três línguas antigas do Oriente Médio: persa
antigo, elamita e assiro-babilônio.[122]
O termo Pedra de Roseta também foi usado para representar uma chave crucial no
processo de descriptografia de informações codificadas, especialmente quando uma
amostra pequena, mas representativa, é reconhecida como pista para entender um
todo maior.[123] Consta que o primeiro uso figurativo do termo apareceu na edição de
1902 da Encyclopædia Britannica, em um artigo relacionado à análise química da
glucose.[123] Outro uso da frase é encontrado no romance de 1933 de H. G. Wells, The
Shape of Things to Come, no qual o protagonista encontra um manuscrito
contendo signos taquigráficos, que fornece uma chave para decifrar outros documentos
redigidos à mão e em máquina de escrever.[123]
Desde então o termo tem sido amplamente utilizado em outros contextos. Por exemplo,
em 1979 o ganhador do Prêmio Nobel Theodor Hänsch, em um artigo
sobre espectroscopia publicado na Scientific American, escreveu com colaboradores
que "o espectro dos átomos de hidrogênio provou ser a Pedra de Roseta da física
moderna: uma vez que esse padrão de linhas fosse decifrado, muito mais poderia ser
compreendido".[124] O entendimento completo do conjunto-chave de genes para
o antígeno leucocitário humano foi descrito como "a Pedra de Roseta da imunologia".
[125]
 A planta Arabidopsis thaliana tem sido chamada de "Pedra de Roseta da época da
floração".[126] Uma erupção de raios gama (ERG) encontrada em conjunto com
uma supernova foi chamada de "Pedra de Roseta", por seu papel na compreensão da
origem dos ERG.[127] A técnica Doppler de ecocardiografia foi chamada de "Pedra de
Roseta" para os médicos que tentam entender o complexo processo pelo qual
o ventrículo esquerdo do coração humano pode ser preenchido durante processos de
disfunção diastólica.[128] Referências ao nome da Pedra de Roseta, indicando
elementos capazes de trazer grandes avanços, aparecem em numerosas outras áreas
do conhecimento ou de atuação profissional, da gestão de pessoas[129] à conservação
da natureza.[130]
O nome "Pedra de Roseta" também foi usado em vários softwares de
tradução. Rosetta Stone é uma marca de software de aprendizado de idiomas
pertencente à empresa Rosetta Stone Ltd.[131] "Rosetta" é o nome de um "tradutor
dinâmico leve" que permite que aplicativos compilados para processadores PowerPC
sejam executados em sistemas Apple usando um processador x86. [132] "Rosetta" é uma
ferramenta de tradução de idiomas on-line para ajudar na localização de software,
desenvolvido e mantido pela Canonical como parte do projeto Launchpad. [133] Da
mesma forma, o Rosetta@home é um projeto de processamento
distribuído da Universidade de Washington para prever estruturas de proteínas a partir
de sequências de aminoácidos (ou traduzir sequências em estruturas).[134] O Projeto
Roseta, da Fundação Long Now, reúne especialistas em idiomas e falantes nativos
para desenvolver pesquisas e mantém um arquivo de mais de 2,5 mil idiomas
registrados em documentos e gravações depositados em mídias projetadas para durar
mais de mil anos.[135] A sonda espacial Rosetta, da Agência Espacial Europeia, foi
enviada em 2 de março de 2004 para estudar o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko,
na esperança de que a determinação de sua composição revele a origem do Sistema
Solar. Às 16h03min UTC de 12 de novembro de 2014, seu módulo Philae tornou-se o
primeiro objeto artificial a pousar na superfície de um cometa.

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