Mediunidade e
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Autoconhecimento
Encontro Itamonte - out/19
Sumário
1. Reflexão...............................................................................................................................3
2. Quem é Médium..................................................................................................................5
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3. Qual o objetivo da mediunidade..........................................................................................6
4. Qual a relação entre mediunidade e autoconhecimento....................................................7
5. Como fazer o autoconhecimento.........................................................................................9
6. De que forma o autoconhecimento reflete na mediunidade.............................................13
6.1. Pela qualidade da sintonia..........................................................................................13
6.2. Pela fé, oração e autovigilância..................................................................................17
6.3. Pelo exercício do amor com Jesus.............................................................................19
8. Constelação de Amor........................................................................................................20
Bibliografia utilizada:..............................................................................................................21
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1. Reflexão
“Não é a simples presença da faculdade mediúnica que eleva ou compromete o indivíduo,
mas sim o uso que se faz dela, mediante o livre-arbítrio.
Toda força psíquica necessita de educação para converter-se em recurso útil. E a educação
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se consolida de dentro para fora, compreendendo fases distintas, quais sejam o registro,
a conscientização, a assimilação e a adoção de hábitos que passam a reger o
comportamento.
No caso da prática mediúnica, esses princípios devem estar alicerçados na ética e na
disciplina. Por isso, educar a mediunidade significa, antes de tudo, reeducar a si mesmo,
de dentro para fora.
Por essa razão, a Doutrina Espírita recomenda que o desenvolvimento mediúnico faça parte
de um programa maior, envolvendo a reforma interior da criatura em todos os aspectos.
Para isso, é necessário um mergulho interno que ultrapasse a superficialidade do fenômeno
e vá além das barreiras do ego.
Conhecer-se melhor para melhor atuar no intercâmbio com o Além.
Conscientizar-se das próprias forças psíquicas a fim de canalizá-las adequadamente, de
maneira que representem elemento útil na obra de construção moral do planeta.
Renovar hábitos para ensejar o clima propício às comunicações úteis.
Assimilar as leis morais que regem o cosmos, fazendo-as vibrar no próprio universo interior.
Exteriorizar o bem por meio de pensamentos e atos, para que o bem, representando nossa
vinculação com a Consciência Cósmica, nos sustente a marcha e nos credencie ao
trabalho junto dos edificadores da Nova Era.
Sem isso, a mediunidade não passará de força fora de controle, cujas consequências serão
sempre imprevisíveis.” (AUGUSTO, 2013, p. 69)
*
Estamos em uma reencarnação derradeira para acertar a rota de nossas vidas.
Erramos muito e prejudicamos várias pessoas, grupos, sociedades…
A mediunidade para a maioria de nós é a porta estreita que precisamos atravessar para corrigir os
desvios do caminho. Ela nos oferece meios de levantarmos àqueles irmãos que deixamos caídos
ao longo de nossa estrada evolutiva. Muitos deles nos perseguiram e hoje estão nos ajudando.
Outros ainda nos perseguem, vigiam, acompanham, causando-nos, às vezes, incômodos para
testar a nossa perseverança na causa que ora abraçamos.
Fundamental o estudo da Doutrina Espírita. Importante a prática mediúnica. Porém, indispensável o
exercício do Evangelho em tudo o que pensamos, sentimos, desejamos e fazemos.
Já erramos muito por exaltarmos o intelecto e desprezarmos a moral. Agora urge voltarmos toda a
nossa atenção à conduta moral. É ela que abrirá as portas para novos e mais importantes
trabalhos com o Cristo.
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Aquele que perseverar em vencer a si mesmo receberá a oportunidade de assumir altas
responsabilidades na Casa de Assis. Aquele que escolher a superficialidade dos fenômenos,
aguardará outra chamada no Mestre para servir na Sua vinha.
*
Que a nossa determinação em estudar a Doutrina Espírita e a nós mesmos prepare-nos
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mediunicamente para:
● Intercâmbio sem misticismo;
● Fenômeno sem espetáculo;
● Prática sem rituais;
● Fé sem fanatismo
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2. Quem é Médium
Médium, define Kardec, é todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos
Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem; [...] raras são as pessoas que não
possuam alguns rudimentos dessa faculdade. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais
ou menos, médiuns.
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Porém, esclarece Kardec que assim só se qualificam pessoas em quem a faculdade
mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa
intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela
ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de
manifestações. - O Livro dos Médiuns, cap. 14, item 159.
Os dons mediúnicos, ressalta Miramez, são os talentos correspondentes às nossas
responsabilidades perante o próprio Cristo. A cada um ele deu, segundo as suas próprias
condições espirituais, por justiça.
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3. Qual o objetivo da mediunidade
O desenvolvimento da mediunidade guarda relação com o
desenvolvimento moral dos médiuns?
Não; a faculdade propriamente dita se radica no organismo;
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independe do moral. O mesmo, porém, não se dá com o seu uso,
que pode ser bom, ou mau, conforme as qualidades do médium. -
O Livro dos Médiuns, cap. 20 - 226 § 1
A faculdade mediúnica representa importante fator de amadurecimento individual e coletivo,
na medida em que amplia os horizontes do conhecimento do ser em relação a si mesmo,
oferecendo novas perspectivas de progresso e realização interior.
Em mediunidade, não basta estudar o
mecanismo da comunicação.
Necessário, também, conhecer a si
mesmo, uma vez que os resultados
da prática mediúnica estão
diretamente ligados à vida interior dos
É medianeiros. indispensável que os médiuns realizem um
mergulho interior, examinando melhor a si mesmos, a fim de aprimorarem o intercâmbio de
dentro para fora.
O autoexame no campo das emoções, pensamentos e tendências, realizado de forma tranquila e
consciente, representa importante favor de aprendizado, possibilitando o despertamento de
virtudes adormecidas.
À medida que elevarem o padrão de sua conduta ética, os médiuns também promoverão a
qualidade do intercâmbio, que requer equilíbrio espiritual e sinceridade de propósitos.
Mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente,
religiosamente. - O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 26, Item 10.
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4. Qual a relação entre mediunidade e autoconhecimento
Mas graças a Deus porque, outrora escravos do pecado, contudo
viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes
entregues. - Romanos, 6:17
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Miramez adverte que desenvolver a mediunidade é a luta dentro de ti mesmo.
É a limpeza da mente em todos os campos de trabalho, é acender no coração todas as
formas de beneficência que o alcance da tua inteligência achar mais conveniente.
É aprimorar, é servir, é alegrar alegrando; é sentir que os semelhantes constituem parte de ti
mesmo.
É tornar-te um sol desprendendo claridade, sem exigir luz para ti mesmo; é conscientizar-te
de que a Doutrina que escolheste … é a Doutrina do amor.
O médium de valor é aquele que começa a conhecer a si mesmo, e, nesse entender maior,
quando é julgado, não julga; quando ofendido, não ofende; quando maltratado, não
maltrata. E quando odiado, ama em todas as diretrizes.
Quem já avançou um pouco mais na disciplina de si mesmo, isola determinadas influências e
conhece os princípios das forças internas, não deixando que elas se desperdicem por
qualquer uma injúria, por julgamentos apressados ou pela falsa consciência.
Autoconhecimento exige perseverança e disciplina para entender as próprias emoções e o
rigor da disciplina leva os médiuns ao entendimento. O mundo íntimo é um laboratório de
testes diversos que a consciência acumula, estimulando a inteligência e amoldando os
sentimentos.
Toda disciplina, com efeito, no momento
não parece ser motivo de alegria, senão
de tristeza; mas depois, entretanto,
produz fruto pacífico aos que têm sido
por ela exercitados, fruto de justiça. -
Hebreus, 12:11
A mediunidade sem disciplina é um barco a esmo nas ondas de um mar revolto.
Jesus é como que o salva-vidas. O Seu Evangelho é um conjunto de preceitos disciplinares
que, com o tempo, transmutam-se em amor, fazendo parte a nossa vida, pela vida maior.
Não obstante, nunca faças disciplina em ti mesmo com violência, se não queres esquecê-la
de pouco tempo. É necessário que o tempo nos ajude a transformá-la gradativamente,
criando novos métodos de vivência, de maneira que possamos suportar.
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O médium deve buscar todos os meios de se educar. A autoeducação cria um clima
favorável aos bons Espíritos, facilita suas comunicações e os fenômenos se multiplicam,
por encontrarem sintonia na sintonia do amor.
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5. Como fazer o autoconhecimento
Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se
melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
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- Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.
Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a
dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si
mesmo. Qual o meio de consegui-lo?
- Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia,
interrogava a minha consciência, passava revista ao que
fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum
dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar.
[...] – Santo Agostinho, em O Livro dos Espíritos, Q. 919 + a
Reconhecemos a necessidade do autoconhecimento, mas temos dificuldade em desenvolver
esse processo.
Ermance Dufaux oferece-nos subsídios de autoavaliação, em seis etapas do progresso da
reforma íntima que podemos utilizar como recurso pessoal:
1ª etapa: Projeção tóxica
A projeção é um mecanismo psicológico.
Como ainda é difícil identificar em nós próprios o que estamos aprendendo, a projeção é uma
forma de alívio. Enxergamos nos outros, com maior intensidade e facilidade, o que não
queremos reconhecer integralmente em nossa vida pessoal.
Durante um período, essa projeção é benéfica porque seria danoso olhar para todas as nossas
imperfeições e corrigi-las de uma só vez. Com o tempo, essa projeção torna-se tóxica,
caminha para a fuga e pode nos trazer um estado interior de intenso mau humor e
inadequação.
2ª etapa: Identificação intelectual das imperfeições
A projeção das nossas imperfeições no outro vai cedendo lugar a um reconhecimento, a um
desejo, inicialmente intelectivo, de se examinar. Começamos a olhar com mais coragem para
as limitações pessoais, ainda que em níveis superficiais, mas, nem por isso, menos
importante.
Informações adquiridas em livros, palestras e estudos, promove uma fermentação de ideias que
cria uma pressão interior para mudanças.
Reconhecer as imperfeições através do autoconhecimento é o primeiro grande passo de
progresso na reforma íntima. Entretanto, quanto mais severidade e autocobrança, menos
possibilidade de acessar de forma construtiva o nosso mundo interior.
3ª etapa: Reconhecimento emocional das imperfeições
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Aqui começamos a olhar para dentro com mais e melhor intensidade, porque iniciamos a
elaboração da vida emocional com mais foco; importa-nos o que sentimentos a respeito do
que sabemos.
Além do medo e da curiosidade da duas etapas anteriores, alia-se agora um clima de dor
psicológica muito intensa, a dor do crescimento. E junto dela, na maioria dos casos, vem a
dor adicional o martírio, porque ainda não sabemos como gerenciar esse mundo emotivo.
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4ª etapa: Desenvolvimento da habilidade de contato com a sombra
A sombra é aquela parte de nosso inconsciente que desconhecemos e para a qual é destinado
todo o conteúdo psíquico que não conseguimos elaborar conscientemente. É nessa sombra
que está nosso homem velho, nossas tendências e nossos hábitos que necessitam ser
transformados.
A angústia da melhora torna-nos focados no que sentimos. Isso nos induz a adquirir condições
de nos relacionar com esse sombrio de forma inteligente e progressista, desenvolvendo
nossa inteligência emocional.
A reforma íntima não significa tirar algo de ruim de nós e colocar algo melhor no lugar, ...
significa ter consciência de valores que podemos educar.
Com a inteligência emocional, seremos compassivos com nossas tendências, usaremos de
autoamor, que é a primeira condição de saúde mental e espiritual para realizar qualquer
esforço de crescimento para construir o homem novo. Com autoestima, avançamos dentro
da realidade. Em contrapartida, quando brigamos com nós mesmos, caminhamos com
ilusões e cansaço.
5ª etapa: Renovação de atitudes
Quanto mais aprendemos sobre as forças inconscientes, mais poder de renovação adquirimos.
Quando estamos em paz com nossa sombra, surgem a lucidez e a serenidade, e, através delas,
reunimos melhores condições para três atitudes básicas para nos transformar:
1- Fazer escolhas mais conscientes;
2- Adiar gratificações sem tombar nas ilusões que nos atraem; e,
3- Ser ais adequado em nossas condutas em cada situação que a vida nos apresenta.
Kardec foi brilhante ao conceituar: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação
moral e pelos esforços que empresa para domar suas inclinações más.”
A transformação interior é individual, processual e singular. Violentar esses quesitos é abrir
caminho para a hipocrisia.
6ª etapa: Singularidade
Como diz Jung: “Nenhuma circunstância exterior substitui a experiência interna. E é só à luz dos
acontecimentos internos que entendo a mim mesmo. São eles que constituem a
singularidade de minha vida.”
Singularidade é o coroamento da reforma íntima. É, por assim dizer, o seu grande objetivo: ser
quem somos, ser o plano de Deus na nossa caminhada individual.
*
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A jornada de amadurecimento emocional do médium pode, então, ser resumida em três
etapas distintas que se integram entre si formando o estado interior de quietude:
1- Autoconhecimento
O médium descobre e examina o mapa de suas sombras interiores e da luz ofuscada à
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espera de uma abertura para irradiar paz, cura e libertação.
2- Autotransformação
O médium se aplica a explorar o território de seu próprio aprimoramento, escalando novos
hábitos, desbravando os terrenos da riqueza emocional e aplainando novas
conquistas na direção de sua consciência.
3- Autoamor
O médium encontra-se consigo próprio, preenchendo-se de estima, alegria, entusiasmo e
discernimento, o que lhe permite um novo olhar sobre a vida e sobre as pessoas que
o rodeiam seja onde for.
Ermance lista também alguns exercícios e aprendizados emocionais importantes na tarefa de
melhoramento espiritual:
Evitar as expectativas muito elevadas. Elas costumam ser a causa principal da
presença de mágoa. Podemos esperar o melhor, mas com aceitação e perdão quando
não conseguirmos atingir as metas que tanto almejamos.
Ter um olhar educativo para os conflitos. Eles representam sintomas íntimos de
que temos algo essencial a resolver pelo nosso bem. O conflito é a mola de propulsão
para avançarmos na direção da nossa melhoria e amadurecimento
Aceitar que ninguém consegue ter controle sobre tudo na vida. A vida é um fluxo
que nos convida a sincronizar nossa mente com o ritmo dos acontecimentos e da
realidade.
Observar a irritação com um novo olhar. Ela emite um recado do coração: “Você
está ultrapassando seus limites, algo está em desacordo com suas necessidades.
Observe, reflita e corrija o que está acontecendo.” Frases indicadoras de ausência de
limites: “tenho que...”. “deveria ter...”; que devem ser substituídas por: “...eu escolhi...”,
“eu necessito...”, “eu quero...”. Respeito aos limites é um processo de educação de
nossas forças e habilidades que alinham nossa mente ao equilíbrio e à serenidade.
Evitar fixação prolongada nos aspectos sombrios. Ao destacarmos os aspectos
desagradáveis (nossos ou dos outros), fortalecemos esses traços em nós ou
passamos a carregar as mesmas dores e necessidades das pessoas que criticamos.
O exercício de olhar a vida de uma forma mais otimista e destacar o luminoso na vida
e nas pessoas é uma atitude imunizadora em nosso favor, metabolizando fluidos
elevados responsáveis pela serenidade na vida psíquica.
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*
Por fim, podemos aplicar diariamente a orientação de Santo Agostinho:
● Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a
qualificaríeis, se praticada por outra pessoa.
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● Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis
a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a
verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que
sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo.
● Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do
desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu
jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no seu dia moral […]. Se puder dizer
que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na
outra vida.
● Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais
multiplicá-las.
Kardec acrescenta que a forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que qualquer
máxima, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós mesmos. Aquela exige respostas
categóricas, por um sim ou um não, que não abrem lugar para qualquer alternativa e que não
outros tantos argumentos pessoais. E, pela soma que derem as respostas, poderemos
computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.
6. De que forma o autoconhecimento reflete na mediunidade
6.1. Pela qualidade da sintonia
Mediunidade é sintonia.
Sintonia significa conjugação de ondas.
E as ondas brotam das profundezas do ser, onde se
localiza o foco de forças psíquicas, responsável
pela atmosfera fluídica que caracteriza cada um.
Logo, a prática mediúnica exigirá não apenas o estudo teórico, mediante o qual se pode
conhecer o mecanismo e a natureza do fenômeno, mas também o estudo do médium em
relação a si próprio, através do qual se poderá realizar o levantamento de emoções e
pensamentos que compõem o relevo da alma.
Estudar o espiritismo e conhecer a si mesmo.
Meditar sobre os apontamentos doutrinários e examinar o próprio mundo interior.
Assimilar conhecimento e trabalhar o caráter.
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Para que um Espírito possa comunicar-se é necessário haver entre
eles e o médium relações fluídicas que nem sempre se
estabelecem de maneira instantânea. - O Livro dos Médiuns, cap. 17 - 203
A qualidade, na comunicação mediúnica, requer tempo, disciplina, estudo e exercícios.
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Por essa razão, além do devido preparo no campo teórico, caberá ao medianeiro analisar o seu
mundo interior, a fim de avaliar as condições fluídicas que oferece ao intercâmbio.
Todo médium é responsável pela sintonia que estabelece.
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Tenta, pois, responder a essas questões e saberás se os resultados colhidos externamente
conduzem a uma reflexão capaz de ensejar paz, consolação e luz.
● Que pensamentos cultivas?
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● Que emoções carregas?
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● Que desejos alimentas?
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Estuda e estuda-te.
Aprende a fazer silêncio interior, para que a sintonia mediúnica se consolide de forma natural,
espontânea e segura. Assim, “ouvirás” melhor os Espíritos que buscam sintonizar contigo
para as tarefas edificantes.
E por vontade não entendemos aqui um desejo efêmero e
inconsequente, a cada momento interrompido por outras
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preocupações, mas uma vontade séria, perseverante, sustentada
com firmeza, sem impaciência nem ansiedade.
- O Livro dos Médiuns, cap. 17 – 204
Constatarás que a tua personalidade resulta de experiências muito particulares no ciclo
constante de amadurecimento espiritual, o que faz de ti um ser único, portador de ritmo
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próprio no campo mental e emocional.
*
Experiência! Qual o futuro de um médium sem experiência? Quais os caminhos que necessita percorrer
um médium para chegar a desenvolver sua mediunidade?
Em geral a dor aparece à sua porta (do médium), e o obriga a procurar um Centro para se “aliviar”. Doce
início de aflição para uma imensa caminhada de expansão. Expansão do ser que se é e que se forma
cada vez mais firme, mais capaz, mais resoluto, desde que munido do aproveitar de suas
experiências; experiências essas que vêm de várias formas e de vários lados e que no unir de todos,
faz do médium o que ele é.
Pode o médium desejar apenas adentrar ao domínio de sua faculdade mediúnica porém, sem adentrar às
suas faculdades morais torna-se apenas repetidor de Espíritos zombeteiros ou embusteiros.
A Casa de Assis de longa data adverte aos médiuns que aqui estão reunidos, da importância de se
desenvolver de forma plena, aproveitando suas experiências mediúnicas para se tornar melhor
médium, visto que único é o ser e não se pode separar o médium do indivíduo.
Adentramos a uma nova geração de médiuns, não perfeitos moralmente pois que isso ainda demorará a
ser plenamente encontrado, porém médiuns munidos da vontade sincera da transformação.
Queridos médiuns um convite já foi feito a tempos atrás e podemos dizer que apesar dos percalços que
encontram pelo caminho muitas serão as alegrias para àquele que aceitar e perseverar. Não nos
esqueçamos que todo aquele que mais é dado mais será cobrado.
Aproveitemos para abraçar a causa com a responsabilidade e seriedade exigidas para o momento e
oportunizemos nossa participação nos trabalhos da Casa, através da vontade sincera de servir o
Cristo.
6.2. Pela fé, oração e autovigilância
A primeira precaução é armar-se o médium
de uma fé sincera, sob a proteção de
Deus, pedindo a assistência do seu
anjo guardião. - O Livro dos Médiuns,
cap. 17 - 211
Imbuído de fé sincera e de objetivos elevados, o tarefeiro atrairá para si, de forma natural, a
presença de amigos espirituais que o circundarão em suas atividades, conferindo-lhe
segurança e orientação.
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A fé raciocinada atua como agente indutor predispondo o médium para a liberação das forças
psíquicas necessárias ao fenômeno.
● Abrir-se para receber;
● Receber para transmitir;
● Transmitir para auxiliar.
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E, qualquer intercâmbio espiritual deve se assentar, em primeiro lugar, no ambiente da oração.
A súplica é um arroio, sem o qual a mediunidade cristã não pode subsistir.
Esquecer a oração é ficar sujeito ao longo inverno das tentações, é se expor à mercê de
frequentes lutas com as trevas, sem meios para vencê-las.
Orai para que isso não suceda no inverno.
- Marcos, 3:18
O vigiar e orar, para o médium, é sentença luminosa. A oração cria ambiente favorável à
presença dos Espíritos bons, e a vigilância é a parte que toca ao medianeiro, para que o
ciúme não estrague a oportunidade de servir, a maldade não perturbe o bom senso e a
imprudência não moleste a fraternidade.
Depois da concentração com o mundo visível, passamos a outra dimensão da prece.
● O bem, em toda a sua dinâmica;
● O comedimento, em todos os nossos atos;
● O esforço permanente em perdoar as possíveis ofensas;
● O dom da alegria, exercitado sem mesquinhos interesses;
● A caridade: é a prece altamente dignificada pela presença do Cristo em nós.
“Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver
caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; - ainda quando tivesse o dom de
profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda
quando tivesse toda a fé possível, até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada
sou. - E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado
meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.
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A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é injubilosa; não é temerária, nem
precipitada; não se enche de orgulho; não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se
agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se
rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. Agora, estas três virtudes: a
fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade.”
- Paulo, 1a Epístola aos Coríntios, 13:1 a 7 e 13.
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6.3. Pelo exercício do amor com Jesus
A caridade é o advento do amor, é o embrião divino que revela Deus nas criaturas.
O amor é uma ciência profunda, constitui fruto de milênios trabalhados na fraternidade, em todas
as suas variações.
Médium do amor é quando o ser humano coloca seus dons a serviço do bem universal,
compreendendo que poderá começar por simples traços de gentileza.
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos Anjos, se não tiver
amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
- I Coríntios, 13:1
Porém, a mediunidade sem educação não alcançará o amor, e ela, sem amor, é qual o rio que
secou, um livro sem letras, ou um planeta sem gravidade.
E, educar-se com amor é acompanhar Jesus Cristo em todos os seus ensinos, pois Ele é o
Caminho, a Verdade e a Vida.
O médium, perante o Cristo, deve observar
todos os Seus preceitos, alinhar, com
todas as forças disponíveis, sua vida com
a vida d’Ele, dar o sinal de que já
despertou, aceitando e procurando viver o
que Ele ensinou e viveu.
Médium que nasceu e procura viver no bem, não vive sem Jesus, pois Ele é o símbolo de
todo o amor na Terra, e ainda nos céus, que tem a ventura de comandar, depois de Deus.
O medianeiro, perante o Cristo, é um servo que amplia condições para ser mais útil, e
compreende que o Mestre reflete Deus na sua mais alta pureza espiritual.
8. Constelação de Amor
Cada estrela que paira no céu é portadora de brilho próprio,
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luz no ritmo e frequência que a caracterizam.
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O mesmo ocorre nos grupos dedicados ao intercâmbio mediúnico.
Quando te reúnes com os companheiros de ideal para a prática da comunicação com os
Espíritos, carregas tudo quanto trazes no coração; teus pensamentos, emoções e ideais
compõem a atmosfera que te caracteriza por dentro.
É o coração, sobretudo, que atrai os bons Espíritos.
- O Livro dos Espíritos, cap. 21 - 233
O ser humano é, essencialmente, o que pensa, sente e deseja.
Por esse motivo, um dos teus principais desafios será o de te equilibrares, buscando a
harmonia interna, a partir do autoconhecimento, a fim de que a tua presença signifique
fator favorável ao intercâmbio superior.
Como herdeiro natural da divindade, é necessário exercites tuas potencialidades superiores,
a fim de expandi-las de dentro para fora, de forma natural e consciente, até que
preencham totalmente a tua personalidade.
Descobrirás, então, que no grupo em que serves, és uma estrela fulgurante, dotada de luz
própria e que, unido à luminosidade de teus companheiros de ideal, compões uma
constelação de amor, sorrindo para a humanidade em nome de Deus.
Que a paz do Cristo seja presente em nós hoje e sempre!
Bibliografia:
1- AUGUSTO. Mediunidade e Autoconhecimento. [Psicografado por] Clayton Levy. Ed.
Allan Kardec, SP, 2017. Capítulos: Reflexão, 1, 2, 3, 4, 11, 12, 13, 14, 19, 20, 22, 25.
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2- MIRAMEZ. Médium. [Psicografado por] João Nunes Maia. 18ª. edição. Ed. Fonte Viva,
Belo Horizonte, 2013. Capítulos: 1, 6, 19, 30 35, 37, 40, 49, 80, 86, 96.
3- DUFAUX, Ermance. Emoções que Curam. [Psicografado por] Wanderley Oliveira. Ed.
Dufaux, Belo Horizonte, 2013. Capítulos: 14, 15, 18.
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4- KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Evandro Noleto
Bezerra. Ed.FEB, Rio de Janeiro, 2008. Capítulo: 26
5- KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Ed. FEB,
Rio de Janeiro, 2008. Capítulo: 14, 20,
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