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Psicolinguística na Educação a Distância

Este documento apresenta um resumo de um trabalho acadêmico sobre psicolinguística. O trabalho discute o surgimento e objetos de estudo da psicolinguística, as perspectivas de teóricos como Piaget e Vygotsky sobre o desenvolvimento linguístico em diferentes idades, e abordagens para crianças com patologias. O trabalho também demonstra a natureza interdisciplinar da psicolinguística e fornece uma introdução, conclusão e referências bibliográficas.

Enviado por

Gildo Mandaveira
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Psicolinguística na Educação a Distância

Este documento apresenta um resumo de um trabalho acadêmico sobre psicolinguística. O trabalho discute o surgimento e objetos de estudo da psicolinguística, as perspectivas de teóricos como Piaget e Vygotsky sobre o desenvolvimento linguístico em diferentes idades, e abordagens para crianças com patologias. O trabalho também demonstra a natureza interdisciplinar da psicolinguística e fornece uma introdução, conclusão e referências bibliográficas.

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Psicolinguística

Nome do estudante: Macadala António Júlio


Código do estudante: 708192048

Curso: Licenciatura em Ensino da Língua


Portuguesa.
Disciplina: Psicolinguística.
Ano de Frequência: 4° ano.
Regime: Ensino a Distância

Gurúe, Maio 2022

0
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

Psicolinguística

Nome do estudante: Macadala António Júlio

Código do estudante: 708192048

Docente:
Luiz Ramos António
Trabalho da cadeira de Psicolinguística, dirigido ao
Instituto de Educação a Distancia, para fins avaliativos,
em relação a actividade executada na 1ª tutoria.

Licenciatura em Ensino de Português

Disciplina: Psicolinguística

Ano de Frequência: 4º Ano

Gurué, Março de 2020

1
Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuaçã Nota do Subtotal
o máxima tutor
Estrutura Aspectos Capa 0,5
organizaciona Índice 0,5
is Introdução 0,5
Desenvolvimento 0,5
Conclusão 0,5
Bibliográfica 0,5
Introdução Contextualização 1.0
(indicação clara
do problema)
1.0
Metodologia 2.0
adequado ao
Conteúdo objecto do
trabalho
Análise e Articulação e 2.0
discussão domínio do
discurso
Revisão das 2.0
bibliografias
relevantes
Exploração de 2.0
dados
Conclusão Contribuição 2.0
teóricos práticos
Aspectos Formatação Paginação, tipo e 1.0
gerais tamanho de letra,
parágrafos,
espaçamento
entre linhas
Referencias Normas APA Rigor e coerência 4.0
Bibliográfic 6ª edição em das citações ou
as citação e referências
bibliográfico bibliográficas

2
Folha para recomendações de melhoria: A ser Preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução..........................................................................................................................5

1.Psicolinguística...............................................................................................................6

1.1. Conceito Básicos........................................................................................................6

1.2. Contextualização da Psicolinguística.........................................................................6

1.3. Interdisciplinaridade...................................................................................................6

1.4. Objecto de Estudo da psicolinguística........................................................................7

1.5. Surgimento Psicolinguística.......................................................................................7

1.1.0. Evolução da psicolinguista nas diversas faixas etárias............................................9

1.1.1. Perspectiva de Jean Piaget.......................................................................................9

1.1.2. Perspectiva de Lev Vygotsky................................................................................10

1.1.3. Perspectiva de B.F. Skinner...................................................................................11

1.1.4. Perspectiva de Noam Chomsky.............................................................................11

1.1.5. Crianças com Patologias........................................................................................12

1.2.1. O período linguístico.............................................................................................12

1.2.2.O período cognitivo................................................................................................12

Conclusão........................................................................................................................13

Referencia Bibliográfica..................................................................................................14

4
Introdução
A Psicolinguística é uma ciência que começa a se constituir por ocasião das primeiras
preocupações do homem com o pensamento e suas relações com a linguagem.
Gradativamente vai assumindo as marcas do avanço do tempo, do conhecimento, da
ciência. Essas marcas vêm no recorte do objecto de estudo e nos caminhos de
investigação desse objecto.
No entanto, a Psicolinguística tem como objecto de estudo as representações e
processos mentais envolvidos na produção e na compreensão de enunciados
linguísticos. A meta da Psicolinguística é caracterizar o modo como as sentenças são
produzidas e interpretadas pelo processador e prover modelos funcionais explicitando as
unidades e processos que intervêm na produção e compreensão desses enunciados
linguísticos para mostrar como esses processos ocorrem em tempo real e assim
desvendar o funcionamento da mente humana.

Assim sendo este trabalho tem como os seguintes objectivos:

Objectivo geral
 Analisar as abordagens em torno da língua e pensamento (processo decorrente
da mente e reflexo na língua).
Objectivos específicos
 Descrever o surgimento da psicolinguística e o seu objecto de estudo;
 Identificar as evoluções nas diversas faixas etárias incluindo com crianças com
patologias;
 Demonstrar a interdisciplinaridade.

Quanto a metodologia usada para elaboração deste trabalho foi necessária a consulta de
obras bibliográficas e pesquisas feitas na internet, que consistiu na leitura e
interpretação dos dados para compilação da informação para o trabalho.

O trabalho apresenta a seguinte estrutura: Introdução onde contém o tema do trabalho,


objectivos do trabalho, metodologias, em seguida vem o desenvolvimento onde vêm
abordados os conteúdos essenciais do tema em estudo, a conclusão que contem a síntese
em relação ao tema e por fim a referência bibliográfica onde constam as obras usadas
para a elaboração do trabalho.

5
1.Psicolinguística

1.1. Conceito Básicos


Segundo Duarte (1992) define a “Psicolinguística como o estudo dos “processos de
codificação e decodificação no ato da comunicação na medida em que ligam
[relacionam] estados das mensagens e estados dos comunicadores” (p.165).

A Psicolinguística é uma disciplina da linguística, que faz a conexão da língua, com o


processo psicológico e analisa o processo de aquisição da língua materna e também de
uma língua estrangeira. (Brandão, 2003, p.55).

De acordo com Fernández (2005) a Psicolinguística é concebida como um domínio


autónomo e não como ramo de uma das ciências das quais deriva Psicologia ou
Linguística. Essa autonomia é assegurada pela existência de um objecto específico, bem
como de uma metodologia e uma modalidade de interpretação de fatos particulares.

1.2. Contextualização da Psicolinguística


Nesta perspectiva, Marques (1997) afirma que
Psicolinguística é o estudo das conexões entre a linguagem e a mente que começou a se
destacar como uma disciplina autónoma nos anos 1950. Ela não se confunde com a
Psicologia da Linguagem por seu objecto e metodologia, apesar de muitos teóricos
afirmarem que a Psicolinguística é um ramo interdisciplinar da Psicologia e da
Linguística. De alguma maneira, seu aparecimento foi promovido pela insistência com
que o linguista Noam Chomsky defendeu, naquela época, que a linguística precisava ser
encarada como parte da psicologia cognitiva, além de outros factores como o interesse
crescente da Linguística pela questão da aquisição da linguagem .

Santos, (2003) A psicolinguística analisa qualquer processo que diz respeito à


comunicação humana, mediante o uso da linguagem (seja ela de forma oral, escrita,
gestual etc.). Essa ciência também estuda os factores que afectam a decodificação, ou
seja, as estruturas psicológicas que nos capacitam a entender expressões, palavras,
orações, textos. (p.33)

1.3. Interdisciplinaridade
De acordo com Ghiglione e Matalon (2005) a psicolinguística é uma disciplina que tem
origem da relação de outras duas disciplinas, a Psicologia e a Linguística. Sua principal
preocupação e objectivo é analisar os processos mentais e linguísticos na sua junção.
Embasada em experimentações, a psicolinguística irá estudar as habilidades mentais que
culminam na chamada linguagem humana. (p.69)

6
Tudo que envolve processos como a aquisição da linguagem, escrita, memória,
produção e recepção da fala, entre outras questões, são importantes para os estudos
psicolinguísticos. Duarte (1992) “Vastas são as interacções entre a mente e a linguagem,
e com seus representantes, estudos e experimentações, a disciplina irá tentar desbravar
as questões relevantes a ela”. (p.136)

1.4. Objecto de Estudo da psicolinguística


Nesta perspectiva, Marques (1997) seu objecto de estudo “é a produção e compreensão
da linguagem humana. Por isso, analisa qualquer processo que diz respeito à
comunicação humana, mediante o uso da linguagem (oral, escrita, gestual, etc.) ”.

Entretanto, Estudo factores que afectam a decodificação, ou seja, as estruturas


psicológicas que nos capacitam a entenderem expressões, palavras, orações, textos.
Interessa a esta ciência questões quanto a origem da linguagem humana, os processos de
aquisição da língua materna e os da aquisição da língua estrangeira.

A Psicolinguística tem como objecto o estudo das representações e processos mentais


que fazem parte da produção e compreensão da linguagem com o objectivo de decifrar a
configuração desses processos, prover modelos descritivos deles e detalhar os factores
que estão envolvidos nesse processo. Além do mais, a Psicolinguística pretende
desvendar a natureza da mente humana através da linguagem; isto é, mostrar como o
cérebro funciona, a partir de como processa a linguagem. (Ferreira, 1988. P.54)

1.5. Surgimento Psicolinguística


De acordo com Ghiglione e Matalon (2005) a psicolinguística teve origem a partir da
psicologia e da linguística, passando, posteriormente, a configurar como um campo
interdisciplinar. Com o passar do tempo, se consolida como uma disciplina, e, a partir
desse ponto, faz-se necessário reconhecê-la tanto em seus aspectos teóricos quanto
práticos (P.29).

Normalmente se diz que a Psicolinguística nasceu na década de 50, quando o linguista


Noam Chomsky e o Psicólogo George Armitage Miller passaram a trabalhar juntos,
buscando uma teoria que desse conta de como a linguagem funciona e buscando
evidências que corroborassem os achados teóricos.

Porém, Ferreira, (1988) aponta dois pontos que precisam ser observados:
 O termo psicolinguística foi utilizado diversas vezes antes do encontro de
Chomsky e Miller, especialmente nos encontros interdisciplinares entre

7
linguistas estruturalistas e psicólogos behavioristas nas universidades de Cornell
e de Indiana em 1951 e 1953;
 Após alguns avanços na Psicolinguística Cognitiva (subparte da psicologia
cognitiva que utiliza métodos cronométricos psicofísicos de medida), os achados
da psicolinguística de Miller passaram a ir contra a teoria padrão de Chomsky,
resultando numa crise da Teoria da Complexidade Derivacional (DTC).

Ainda, assim, por seu caminho histórico independente, a psicolinguística não utiliza
necessariamente o modelo gerativo, podendo utilizar outros modelos como os
cognitivos e funcionais, além de poder se utilizar apenas do aparato teórico
desenvolvido dentro da própria disciplina ou de comparações com modelos de
processamento de informação.

Segundo Duarte (1992) “o termo psicolinguístico surgiu, pela primeira vez,


provavelmente em um artigo de N. H. Poncko, em que é sugerido que se trata de um
campo interdisciplinar para o qual colaboram a Psicologia e a Linguística” (p.136). É
importante relembrarmos agora a área de actuação dessas duas ciências: de que trata a
psicologia? De que trata a linguística? Já mencionamos acima que a psicolinguística
estuda a relação entre mente e linguagem, portanto, nada mais natural do que
colaborarem para a mesma as duas ciências acima.

No entanto, os estudos típicos da colaboração da psicologia e da linguística eram


originalmente denominados Psicologia da linguagem, e abordavam a questão: o
relacionamento entre o pensamento (ou o comportamento) e a linguagem.

Inicialmente, segundo Ferreira (1988) relata que tais estudos eram mais uma tentativa
de responder questões comuns a duas disciplinas ainda em vias de afirmação como
disciplinas autónomas do que um programa de pesquisas comum que partisse de bases
filosóficas e epistemológicas consistentes (p.24).
De acordo com o autor acima citado, havia, na pré-história da Psicolinguística dois
movimentos opostos: um que caminhava da Psicologia para a linguística e outro da
Linguística para a Psicologia. O primeiro movimento trazia duas concepções diferentes:
uma oriunda da tradição europeia, essencialmente mentalista e outra oriunda da tradição
norte-americana, essencialmente comportamentalista. Após a primeira Guerra Mundial,
a corrente mentalista declinou de importância em função da desorganização intelectual
europeia.

8
1.1.0. Evolução da psicolinguista nas diversas faixas etárias
A aquisição de linguagem fora bastante discutida em décadas passadas. Diversos
teóricos analisaram e apresentaram teorias que procuravam explicar como se dá o
desenvolvimento da fala em crianças. Nesse cenário, a Psicolinguística foi o ponto de
partida para que novas possibilidades fossem descobertas e inovadas. Com a finalidade
de reflectir sobre a aquisição de linguagem, apresentamos aspectos teóricos de trabalhos
de pesquisadores interessados em explicar o fenómeno da linguagem em crianças:
Piaget, Vygotsky, Skinner e Chomsky.

1.1.1. Perspectiva de Jean Piaget


Jean Piaget (1999) baseia-se no cognitivismo, segundo o qual o desenvolvimento da
linguagem em crianças se dá pela capacidade de interacção entre ela e o mundo externo,
os instrumentos. Preocupado em traçar uma ponte entre o pensamento e a linguagem,
Piaget afirma que há uma conexão entre o sujeito que realiza as acções e as experiências
vividas.
Logo, a criança, por meio de experiências, consegue interagir socialmente e activar sua
comunicação efectivamente. Entretanto, Piaget adverte que, ao mesmo tempo em que a
criança consegue ficar exposta a isso, ela também deve estar preparada para atingir o
sucesso. Para isso, é necessário passar por estágios para conseguir uma perfeita
sincronização entre ela e o ambiente.

Piaget formulou sua hipótese a partir do fato de que a criança não necessita da
interacção com o outro, já que sua evolução cognitiva se dá por ela mesma, de forma
individual; é um processo egocêntrico. Nesse aspecto, a linguagem passa a ter um papel
fundamental de forma individual, em que o interlocutor não aparece como agente
transformador no papel comunicativo da criança.
Os estágios pelos quais a criança passa para entender como a sociedade é regida são:
 Sensório-motor, de 0 a 18/24 meses, que precede a linguagem;
 Pré-operatório, de 1/2 a 6/7 anos, fase das representações, dos símbolos;
 Operatório-concreto, de 7/8 a 11/12 anos, estágio da construção da lógica;
 Operatório-formal, de 11/12 anos em diante, fase em que a criança raciocina,
deduz etc.

Entre os dois, de 8 a 11 anos mais ou menos, encontramos, pelo contrário, várias formas
de explicações intermediárias entre o animismo artificialista dos menores e o

9
mecanismo dos maiores; é o caso particular de um dinamismo bastante sistemático, do
qual várias manifestações lembram a física de Aristóteles, e que prolonga a física da
criança enquanto prepara as ligações mais racionais. (Piaget, 1982, p.173-4)

O primeiro estágio caracteriza-se pela assimilação e o contacto por meio das


sensações. A criança usa seus sentidos para interagir com o meio, isto é, com os
objectos que proporcionam o desenvolvimento da linguagem e da inteligência;
No pré-operatório, surge o conceito de função simbólica, em que a criança
articula os objectos em seu redor e começa a representá-los por meio de sua
intuição e consegue ter percepção dos acontecimentos que acontecem perto dela;
O último estágio se aplica à adolescência, período dedicado ao mundo real, onde
há uma independência em relação às suas atitudes; há hipóteses, deduções, e não
se baseia em objectos e sim em experiências e realidades.
Para Piaget, o desenvolvimento da linguagem da criança é o produto da interacção com
o objecto. Está biologicamente determinado em sua mente o quanto, quando e como
deve entender certos tipos de percepções relacionados à realidade.

1.1.2. Perspectiva de Lev Vygotsky


Na óptica Lev Vygotsky (1929) “com sua teoria interacionista, partiu dos estudos de
Piaget e formulou conceitos próprios a partir da aquisição da linguagem das crianças
em interacção com os adultos”.
O interaccionismo faz com que a criança estabeleça relações entre as acções dos adultos
e sua capacidade de entendimento acerca delas. É por meio da interacção com o adulto
que a criança aprende como se portar no mundo futuramente, quando conseguir,
sozinha, realizar comportamentos e atitudes reais de acordo com sua percepção.

Sua teoria, também focaliza fases, isto é, estágios (1986): O desenvolvimento da fala
segue o curso das demais operações mentais, as quais ocorrem em quatro estágios:
 Estágio natural ou primitivo, que corresponde à fala pré-intelectual e ao
pensamento pré-verbal;
 Estágio da psicologia ingénua, no qual acontece o exercício da inteligência
prática em virtude da experiência da criança com as propriedades físicas do seu
corpo e dos objectos que a circundam;

10
 Estágio do crescimento interior. Neste, as operações externas se interiorizam e
passam por mudança no processo, a criança passa a operar com relações
intrínsecas e signos interiores.
Como se vê, há sempre uma transição significativa entre as fases, ocorrendo, de maneira
espontânea e gradual, o processo de internalização entre o mediador e a criança. Assim,
a fala é desenvolvida a partir de estágios que facilitam a percepção de mundo por meio
de jogos, brincadeiras e gestos. Além disso, a criança tende a copiar e a imitar as acções
dos adultos, gerando atitudes novas e significativas, cabendo ao mediador explicá-las da
melhor maneira. (Brandão, 2003, p.55)

1.1.3. Perspectiva de B.F. Skinner


Segundo Skinner (1953) também analisou o processo de aquisição de linguagem em
crianças. Com base no Behaviorismo, desenvolveu análise minuciosa, caracterizada em
primeira instância por estímulos e respostas. Pela sua teoria, a criança só consegue
desenvolver o ato da fala a partir de influência externa e pautada no “certo” e “errado”.
A cada estímulo dado, há uma resposta e a cada resposta certa, a lição é aprendida; a
cada resposta errada, a “Pergunta” é repetida, até estar completamente preenchida na
mente.
Assim, para Skinner, a aprendizagem necessita desses três conceitos juntos, já que, a
partir de um condicionamento operante dirigido à criança, o resultado pode ter duas
perspectivas: o correto e o errado. Skinner acreditava que a aquisição da linguagem se
dava desse jeito, e as crianças aprendiam conforme suas tentativas, os estímulos que
eram dados e os reforços obtidos. A partir disso, a criança consegue definir suas
escolhas, dependendo do tipo de castigo que lhe foi dado por conta de um
comportamento errado.

1.1.4. Perspectiva de Noam Chomsky


Na perspectiva de Chomksy (1957) procurou desenvolver uma teoria que explicasse a
origem da fala humana. Para tanto, elaborou a teoria inatista ou teoria gerativista, que se
relaciona corrente racionalista desenvolvida por Platão (séc. IV a.C.), em que há três
tipos de ideias que permeiam nossa mente: ideias fictícias (criadas), ideias adventícias
(de fora) e ideias inatas (pré-determinadas).
Na visão de Chomsky focaliza o último conceito, formulando as bases de uma
Gramática Universal (G.U), isto é, inata e pré-determinada, capaz de proporcionar o
desenvolvimento da linguagem de maneira universal e eficaz. Afirmando que a criança
possui uma Gramática Universal, sendo capaz de realizar funções cognitivas acerca da
linguagem de forma altamente efectiva e coerente, o autor acredita que a mente é

11
responsável pelo desenvolvimento da fala, e que nós temos um dispositivo inato para
ligar essa “chave”.
Em 1981, Chomsky reformula sua teoria, que passa a ser conhecida como Teoria dos
Princípios e Parâmetros. Chomsky relaciona o processo de aquisição de linguagem com
uma faculdade que já temos em nossa mente, e que só precisa ser estimulada e
desenvolvida para ser accionada de maneira eficaz e eficiente.

1.1.5. Crianças com Patologias da Linguagem


Na opinião de Stroud (1997) sustenta que:
Os estudos indicam que os problemas e patologias da linguagem, pertencem a
neuropsicologia cognitiva da linguagem, que já vem sendo estudada desde o século
XlX, com o intuito de conhecer os efeitos causados por lesões no cérebro humano e
transtornos linguísticos como, a linguagem dos esquizofrénicos, deficiências mentais
gerais ou neurológicas e deficiências anatómicas e fisiológicas, como a linguagem dos
surdos (Psicolinguística em foco: linguagem-aquisição e aprendizagem), (p.13-14)
Entretanto algumas dessas patologias eram consideradas de menor interesse para a
psicolinguística, pois não influenciavam nos níveis tradicionais da linguagem
(fonologia, fonética, morfossintaxe, semântica). Um exemplo é a esquizofrenia, que
significa mente dividida, em que o indivíduo vive na fantasia, tendo alucinações que
substituem a realidade. Ele é emocionalmente desligado das pessoas e não se importa
mais em criar qualquer tipo de comunicação para seu convívio em família ou sociedade.

1.2.1. O período linguístico


A Psicolinguística herda de Chomsky, em 1957, o modelo gerativo, propondo, assim,
uma abordagem racionalista e dedutiva para esta ciência, contrapondo-se, desse jeito,
com as teorias de Skinner, criticando-o pelo carácter, predominantemente,
operacionaliza (concepção da psicologia como operações comportamentalistas,
desprezando-se, desta forma, os aspectos exteriores à consciência) de suas teorias.

1.2.2.O período cognitivo


Para Brandão (2003) neste período as teorias linguísticas não perderam sua importância,
mas, perderam o carácter exclusivista do período anterior, por isso, os “cognitivistas”
postulavam que a linguagem humana estaria subordinada a factores cognitivos mais
fundamentais, dos quais ela (a linguagem) seria apenas mais um factor (p.59).
A aquisição da linguagem é explicada como resultado da interacção entre vários
factores, de tal forma que os sistemas linguísticos são, em última análise, um produto de
estruturas cognitivas mais básicas ou profundas. Cognitivistas trabalham com o
processamento linguístico tornado o campo mais ecléctico interdisciplinaridade.
12
Conclusão
Assim se conclui que a Psicolinguística procede a uma síntese dos elementos do
conhecimento que lhe advêm das ciências conexas, os quais constituem a base e o ponto
de apoio das experiências e análises no campo linguístico e psicológico. Enfim, ela está
em condições de responder, de maneira bastante fundamentada, aos problemas que lhe
são propostos pela metodologia do ensino de línguas.  Salientar que a Psicolinguística é
uma ciência responsável por estudar como adquirimos, entendemos, produzimos e
elaboramos a linguagem. Além disso, estuda os ganhos e perdas relacionadas com a
linguagem. Também enfatiza os mecanismos cognitivos que intervêm quando a
informação linguística é processada.
Em síntese, a psicolinguística nasceu nos anos cinquenta e está intimamente ligada ao
aparecimento de novas ciências a partir de algumas já existentes. Através desses
estudos, descobriu que o ser humano é dotado de uma série de sistemas
neurofisiológicos, que possibilitam a actividade verbal e que através disso, a linguagem
pode ser dominante no hemisfério esquerdo e em outros aspectos no hemisfério direito.
Em resumo, a psicolinguística é uma ciência actual. Além disso, graças a sua constante
paixão pela pesquisa, especialmente no campo experimental, nos ajudará a decifrar a
complexidade da linguagem nos seres humanos.

13
Referencia Bibliográfica
Brandão, L.R. (2003) No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística. São
Paulo: Ática,

Duarte, I. (2000), Língua Portuguesa, Instrumentos de Análise, Universidade


Aberta, Lisboa.

Fernández, S. (1997), Interlengua y Análises de Errores, 1ª Edición, Edelsa Grupo


Didascálica, S.A. Espanha.

Ferreira, M. (1988), Fundamentals of Psycholinguistics. I, Paralelo Lda, Lisboa.

Ghiglioni, R. & Matalon, B. (2005), History of Psycholinguistics., 4ª Edição, Celta


Editora, Oeiras.

Marques, R. (1995), Sobre o Valor do Modo Conjuntivo e Indicativo em Português,


Tese de Mestrado em Linguística Portuguesa Descritiva, Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa.

Santos, Mª J. A. Vieira, (2003), Os Usos do Conjuntivo em Língua Portuguesa, Uma


Proposta Sintáctica, Semântico - pragmática, Fundação Calouste Gulbenkian,
Lisboa.

Skinner, B. F. (1957), Verbal Behavior : Appleton-Century-Crofts, Nova Iorque.

Stroud, C. e Gonçalves, P. (1997), Introdução à psicolinguística., Moçambique,


CLUL.

Vygotsky, L.S. (1934), Pensamento e Linguagem, Martins Fontes, São Paulo.

14

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