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Trabalho do Assistente Social e Capital Fetiche

O documento discute o trabalho do assistente social sob a perspectiva do capital fetiche. A autora argumenta que o trabalho do assistente social tem uma dupla dimensão como trabalho útil que atende necessidades sociais e trabalho abstrato igual a qualquer outro trabalhador. O assistente social vende sua força de trabalho especializada aos empregadores em troca de salário, sujeitando seu trabalho aos ditames do capital. Ainda assim, os assistentes sociais podem denunciar violações de direitos e tornar suas ações mais transparentes.

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O documento discute o trabalho do assistente social sob a perspectiva do capital fetiche. A autora argumenta que o trabalho do assistente social tem uma dupla dimensão como trabalho útil que atende necessidades sociais e trabalho abstrato igual a qualquer outro trabalhador. O assistente social vende sua força de trabalho especializada aos empregadores em troca de salário, sujeitando seu trabalho aos ditames do capital. Ainda assim, os assistentes sociais podem denunciar violações de direitos e tornar suas ações mais transparentes.

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIENCIAS SOCIAIS


CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

TRABALHOS PARA COMPLEMENTAÇÃO DE CARGA HORÁRIA DA


DISCIPLINA TRABALHO E SOCIABILIDADE

Rafaela Oliveira

Profa. Mônica Hallak Martins da Costa

Belo Horizonte
2022
Texto: O trabalho do Assistente Social em tempo de capital Fetiche

Referência: IAMAMOTO. Marilda Vilela. Serviço Social em tempo de capital fetiche. São
Paulo: Cortez, 2007. P. 414 -432. (2. O trabalho do assistente social em tempo de capital
fetiche)

De acordo com Iamamoto (2008), “o propósito deste segmento é indicar elementos


para uma análise do trabalho do assistente social em tempo de capital fetiche, considerando o
projeto ético-político e estatuto de assalariado, observando também a produção teórica do
serviço social e sua especialização enquanto trabalho, na divisão social e técnica do trabalho.
Quanto ao projeto profissional e o trabalho assalariado trata-se de uma dupla
determinação do trabalho do assistente social, como trabalho útil e também abstrato.
Considerando que a satisfação do indivíduo produtor passa as ser mediada pelo mercado pelo
valor de troca, uma vez que se produz valor de uso para outros capazes de responder a
necessidades sociais. A mercantilização da força de trabalho do assistente social, pressuposto
do estatuto assalariado, subordina esse trabalho de qualidade particular aos ditames do
trabalho abstrato e o impregna dos dilemas da alienação, impondo condicionamentos
socialmente objetivos à autonomia do assistente social na condução do trabalho e à integral
implementação do projeto profissional.
Criou-se uma tensão entre projeto profissional e condição de assalariado, pois, este
primeiro assegura a liberdade e a teleologia ao assistente social, quando na realização de
projeções que buscam modificar a realidade social, ao passo que o trabalhador assalariado se
submete ao domínio e os limites do empregador, logo às condições internas e externas da
instituição, que está inserido os quais são socialmente forjados, ainda que coletivamente
possam rebelar-se. Contribuindo assim para uma consciência de classe.
Sendo o assistente social um trabalhador assalariado, vende sua força de trabalho
especializada aos empregadores, em troca de um equivalente expresso na forma monetária;
(...) o valor de troca de sua força de trabalho expresso no dinheiro, forma de equivalente geral,
no qual se manifesta o valor de todas as demais mercadorias de qualidades diferentes,
permitindo o seu intercâmbio.
Dessa forma, o caráter social do trabalho do assistente social ganha uma dupla
dimensão: por um lado, atende as necessidades sociais, na condição de trabalho útil; por
outro, se iguala, a qualquer outro trabalhador, público ou privado enquanto trabalho abstrato.
Entendendo que o assistente social é proprietário da sua força de trabalho, após ter
tido sua força de trabalho especializada em universidades e em congressos, seminários, etc.,
dos quais participa, o assistente social passa a fazer parte de um trabalho coletivo,
implementando ações institucionais. Significa que, enquanto trabalha, sua ação é absorvida
por outro sujeito, o empregador. O trabalho do assistente social encontra-se sujeito a um
conjunto de determinantes históricos, que fogem ao seu controle e impõem limites,
socialmente objetivos, à consecução de um projeto profissional coletivo no cotidiano do
mercado de trabalho. O assistente social ao atuar na intermediação entre as demandas da
população usuárias e o acesso aos serviços sociais, coloca-se na linha de interseção das
esferas pública e privada, como um agente pelo qual o estado intervém no espaço doméstico
de conflitos. Dessa forma, o assistente social atua numa zona de fronteira entre o público e o
privado.
O trabalho do assistente social está inserido em outras relações que extrapolam o
universo do capital na sua forma produtiva de mais valia. Dentro da perspectiva do estado, a
alienação enraizada na divisão do trabalho, manifesta-se por forma particulares, com já
indicado, impregnando as atividades dos servidores. Também nos ramos da divisão do
trabalho que o capital assume as formas de mercadorias e de dinheiro como no comércio e nas
atividades financeiras, o trabalho a ele submetido interfere no campo de circulação do capital,
acelerando a sua rotação, mas não atua na criação do mais valia, ainda que o trabalho está
inscrito no universo de valor.
Mas, ainda assim, os assistentes sociais dispõem de um manancial de denúncias
sobre violação de diretos humanos, a socialização de informações, que permite a dimensão
democrática, tornando-se transparente em suas ações e suas intervenções.
Iamamoto (2008), para decifrar o trabalho do assistente social, como trabalho
concreto e abstrato, fala que se torna necessário analisar as particularidades e as condições das
relações sociais, onde ele está inserido e perceber que, diferentes processos de trabalho se
inserem na prática deste profissional.

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