Lista 2 - Mecânica Clássica 1
Raphael Gomes Sousa
February 12, 2022
1 Uma conta de massa m desliza sem atrito ao longo de uma
haste rı́gida de massa desprezı́vel, que gira num plano verti-
cal com velocidade constante . Mostre que, com uma escolha
adequada da coordenada r, a lagrangiana do sistema é
m mω 2 2
L = ṙ + r − mgrsen(ωt)
2 2
Dadas as condições iniciais r(0) = r0 , ṙ (0) = 0, encontre a
solução da equação de Lagrange para r.
A Lagrangiana é dada por
d ∂L ∂L
( )− =0
dt ∂ q̇k ∂qk
Sendo assim, aplicando a função L na Equação acima, temos:
d ∂ mṙ2 mω 2 2 ∂ mṙ2 mω 2 2
[ ( + r − mgrsen(ωt))] − ( + r − mgrsen(ωt)) = 0
dt ∂ ṙ 2 2 ∂r 2 2
Agora resolvendo essa equação para ṙ, temos:
d ∂ mṙ2 mω 2 2
[mṙ] − ( + r − mgrsen(ωt)) = 0
dt ∂r 2 2
Agora, para r:
d
[mṙ] − (mω 2 r − mgsen(ωt)) = 0
dt
Finalmente, derivando a eq pelo tempo, temos:
mr̈ − mω 2 r − mgsen(ωt) = 0
Para uma solução inicial, temos que t = 0, r = 0 e ṙ = r0 ,
mr̈ − mω 2 0 − mgsen(ω0) = 0
Ficamos com,
mr̈ = 0
2 Obtenha a lagrangiana e as equações de Lagrange para um
pêndulo esférico, isto é, uma massa m suspensa por um fio
leve e inextensı́vel de comprimento l cujo movimento não
está restrito a um plano.
Temos que a representação do pêndulo esférico é dado pela figura 1. Sendo assim, temos que as
coordenadas esféricas no plano cartesiano são representadas por:
x = rsen(θ)cos(φ)
1
y = rsen(θ)sen(φ)
z = rcos(θ)
Para o nosso problema, r se torna l, comprimento do fio
x = lsen(θ)cos(φ) (I)
y = lsen(θ)sen(φ) (II)
z = lcos(θ) (III)
Para a energia cinética do sistema temos,
1
T = m(ẋ + ẏ + ż)
2
Através das Eqs. (I), (II) e (III), temos:
1 d d d
T = m( (lsen(θ)cos(φ)) + (lsen(θ)sen(φ)) + (lcos(θ)))
2 dt dt dt
Aplicando as derivações na equação acima, ficamos com,
1
T = m(((−lφ̇sen(θ)sen(φ))+lθ̇cos(θ)cos(φ))2 +((lφ̇sen(θ)cos(φ))+ θ̇cos(θ)sen(φ))2 +(−lθ̇sen(θ))2 )
2
Já a energia potencial é dada por:
V = mglcos(θ)
Sendo assim, a Lagrangiana que é dada por
L=T −V
Pelos T e V encontrados, se torna:
1
L= m(((−lφ̇sen(θ)sen(φ))+lθ̇cos(θ)cos(φ))2 +((lφ̇sen(θ)cos(φ))+θ̇cos(θ)sen(φ))2 +(−lθ̇sen(θ))2 )+mglcos(θ)
2
1
= m[(((−lφ̇sen(θ)sen(φ))2 − 2l2 θ̇φsen(θ)cos(θ)cos(φ)cos(φ)) + (lθ̇cos(θ)cos(φ))2 +
2
(((φ̇ lsen(θ)cos(φ)))2 + θ̇cos(θ)sen(φ))2 + (−lθ̇sen(θ))2 ) + 2l2 θ̇φsen(θ)cos(θ)cos(φ)cos(φ))+
(lcos(θ)sen(φ))2 ] + mglcos(θ)
Resolvendo essa Eq. temos:
ml2
L= [θ̇ + φ̇sen2 (θ)] + mglcos(θ) (IV )
2
Que é a Lagrangiana do pêndulo esférico.
Sendo assim, agora podemos encontrar as Eqs. de Lagrange para (IV), para θ e φ.
d ∂L ∂L
( )− =0 (V )
dt ∂ θ̇ ∂θ
e
d ∂L ∂L
( )− =0 (V I)
dt ∂ φ̇ ∂φ
Resolvendo as Eqs. (V), temos:
d
(θ̇ml2 ) − ml2 φ̇2 sen(θ)cos(θ) − mglsen(θ) = 0
dt
(θ̈ml2 ) − ml2 φ̇2 sen(θ)cos(θ) − mglsen(θ) = 0
Dividindo a Eq acima por ml2 , ficamos com:
gsen(θ)
θ̈ − φ̇2 sen(θ)cos(θ) − =0
l
2
Resolvendo as Eqs. (VI), temos:
d
(2mφ̇2 l2 sen(θ)) = 0
dt
4mφ̇θ̇l2 sen(θ)cos(θ) + 4mφ̇l2 sen2 (θ) = 0
Dividindo a Eq. Acima por 4ml2 sen(θ), ficamos com:
φ̇θ̇cos(θ) + φ̇sen(θ) = 0
Sendo assim,
gsen(θ)
θ̈ − φ̇2 sen(θ)cos(θ) − =0
l
e
φ̇θ̇cos(θ) + φ̇sen(θ) = 0
São as Equações de Lagrange para o pêndulo esférico.
Figure 1: Representação do pêndulo esférico