FACULDADE BET-HAKAM
Acadêmico: Adalberto Pinto Junior
Disciplina: Eclesiologia
Curso de Bacharel em Teologia
Turno Noturno
RESENHA DO LIVRO IGREJA SINFÔNICA
DULCI, Pedro Lucas. [org.]... et al. Igreja sinfônica: um chamado radical pela unidade dos
cristãos. 1. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2016.
Sobre os autores; Carlos Henrique de Paula É pastor, designer, artista visual e plantador
de igrejas. Guilherme de Carvalho É pastor, teólogo e escritor. Guilherme Franco É graduado
em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte, pastor da Igreja A Ponte, em Recife (PE).
Igor Miguel É teólogo, pedagogo e mestre em língua hebraica pela FFLCH/USP. Marcos
Almeida É cantor e compositor. Membro fundador da banda brasileira de rock Palavrantiga.
Pedro Lucas Dulci É pastor, filósofo, teólogo e escritor. Rafael Balestra Cassiano É presbítero
na Igreja Sal da Terra, em Goiânia (GO). Graduado em marketing pela Universidade Cambury.
O livro igreja sinfônica se propõe a ser um chamado pela unidade da fé cristã por meio
do vínculo da paz e do esforço necessário para conservá-la. O livro tem esse título em analogia
da igreja como uma orquestra sinfônica. Diferentes ministérios, denominações, dons e visões
teológicas seriam diferentes instrumentos em uma orquestra, sendo que cada um possui pontos
fortes que precisam, além de desempenharem bem suas funções individualmente, tocarem em
harmonia com os outros, não buscando destaque à revelia do resultado final pretendido pelo
maestro. O capítulo 1, expõe que a falta de uma transição planejada e o distanciamento entre
gerações evidenciados pela departamentalização são dois dos muitos pontos que contribui para
a insustentabilidade dos relacionamentos dentro da igreja evangélica do Brasil. E para
solucionar o problema, é apresentado o princípio bíblico do relacionamento que está no centro
de todo e qualquer contato entre as gerações das famílias a igreja, o princípio que conecta
tradução, transição e sustentabilidade. O capítulo 2, apresenta uma prática que está se tornando
comum; acoplar uma ideologia política ao evangelho e não reconhecer como irmão mais
ninguém que esteja fora de sua chave ideológica, isso tem sido uma das principais razões que
fazem líderes e comunidades cristãs inteiras se afastem, se odeiem e não se relacionem. Por
isso, é preciso fazer uma crítica semelhante à dos profetas bíblicos para denunciar esse
problema. O capítulo 3, trata as diferentes tradições teológicas, litúrgicas e denominacionais
dos evangélicos como uma das grandes dificuldades para harmonia no seio do corpo de Cristo.
Aconselha que é preciso pensar em um ambiente em que essas diferenças sejam não apenas
vividas em harmonia, mas celebradas como expressões da multiforme graça de Deus, e para
isso acontecer deve se adotar uma forma plural de encarar a ação da Trindade no mundo e a sua
relação com o indivíduo. O capítulo 4, mostra que quando se fala em unidade da igreja não quer
dizer que qualquer igreja ou denominação que se assume evangélica sendo herética ou crendo
em alguma heresia pode fazer parte do corpo de Cristo, pelo contrário heresia divide o corpo
de Cristo é um problema que deve ser rejeitado. A unidade da igreja está baseado em dois
aspectos, o trinitário que crer no Deus triuno e o aspecto cristocêntrico tudo é para a glória de
Cristo. A igreja verdadeiramente cristã tem dois aspectos principais; a catolicidade e a
apostalicidade. O capítulo 5, apresenta o verdadeiro significado do termo “católico”
desassociando das denominações que conhecemos hoje. Mostra que a fé não pode ser
verdadeira se não for católica, Jesus era católico, a igreja é católica, a fé é católica e, por isso,
a missão cristã também é católica. Assim, a linguagem teológica da catolicidade é mais uma
condição para a unidade harmônica da igreja. O capítulo 6, expõe a realidade desarmônica que
a igreja brasileira vive hoje, por falta de entendimento da missão apostólica e isso tem se
refletido em diferentes tensões e desequilíbrios por meio de dicotomias, muitas vezes refletem
a filosofia dualista herética do gnosticismo. Apresenta que a doutrina da igreja primitiva veio
dos apóstolos, que por sua vez, a receberam diretamente de Deus. É imperativo, portanto, que
resgatarmos o conceito de apostalicidade como direcionador do propósito e da missão das
nossas igrejas. O capítulo 7, trata a igreja como a janela pelo qual o mundo pode ver e
contemplar a glória de Deus, com o objetivo de influenciar a sociedade manifestando a beleza
de Cristo, isso em aspectos culturais. Pontua que não haverá mais divergências entre cristãos
quanto ao tema “ igreja e cultura” se começarmos a entender que as liturgias denominacionais
devem se estender a liturgias sociais.
Ao longo das páginas do livro, encontramos um chamado à unidade dos cristãos em
torno dos pilares fundamentais da fé. Os autores de lugares diversos, formações e denominações
diversas propõe uma reflexão sobre aspectos e perspectivas da igreja evangélica brasileira,
apontando para aspectos de uma identidade alinhada e harmônica com os propósitos bíblicos.
Na minha opinião, está obra deveria ser leitura obrigatória para todos os cristãos! Não
que tenhamos que concordar com tudo, mas creio que seja necessário refletirmos acerca dos
pontos levantados.