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Apostila Completa

1) O documento discute a importância do trabalho na sociedade e para a sobrevivência humana, além de como nem todo trabalho é igualmente valorizado. 2) Aborda os conceitos de cidadania organizacional e responsabilidade social das empresas, incluindo os deveres das organizações para com funcionários, clientes e comunidade. 3) Destaca a necessidade de as empresas adotarem um comportamento ético nas relações de trabalho e produção.

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Apostila Completa

1) O documento discute a importância do trabalho na sociedade e para a sobrevivência humana, além de como nem todo trabalho é igualmente valorizado. 2) Aborda os conceitos de cidadania organizacional e responsabilidade social das empresas, incluindo os deveres das organizações para com funcionários, clientes e comunidade. 3) Destaca a necessidade de as empresas adotarem um comportamento ético nas relações de trabalho e produção.

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1.

Introdução
O ser humano não nasce pronto, isto é, não nasce preparado para seguir normas de
convivência e sobreviver em uma sociedade tão complexa quanto a nossa. O processo de
socialização começa logo depois do nascimento e segue um longo caminho.

Nessa jornada, cada um de nós precisa absorver conhecimentos e desenvolver


habilidades, além de conhecer e utilizar linguagens. Precisa também aprender a
desempenhar papéis sociais e a reconhecer a importância de contribuir com a coletividade.
Essa contribuição pode ser feita de várias maneiras: quando, por exemplo,
produzimos alguma coisa ou prestamos serviços, conservamos ou alteramos valores,
reproduzimos ou inovamos técnicas, defendemos a estrutura da dinâmica social ou
atuamos para alterá-la. O trabalho é uma dessas contribuições. Ele é necessário para
garantir nossa sobrevivência e, para executá-lo, mobilizamos nosso físico, nossa razão e
nossa vontade, utilizando para isso tanto os recursos naturais quanto elementos culturais.

Sem os produtos do trabalho não há sobrevivência humana, cultura, organização


social, civilização e história. Além disso, durante toda a nossa vida, precisamos do nosso
trabalho e do trabalho dos outros para a produção de bens e serviços que são demandados
pelo viver e pelo conviver em sociedade.

Em nosso dia a dia, contamos com o trabalho de muitas pessoas para garantir nossa
alimentação, higiene, locomoção, lazer, segurança. Nem sempre todo o trabalho contido em
um objeto ou serviço é evidente. Algumas etapas costumam ser esquecidas, ou não são
conhecidas. Isso porque nem todo trabalho é igualmente reconhecido e valorizado. Alguns
podem permanecer ocultos, ofuscados por outros, que são super valorizados em
determinado momento histórico.

Por isso, valorizar os direitos do trabalhador se torna uma exigência ética no mundo
do trabalho. Com base nestas reflexões iremos estudar nesta primeira unidade alguns
aspectos importantes para a compreensão das novas relações de trabalho no contexto do
mundo globalizado tais como o conceito de cidadania organizacional e responsabilidade
social.

2. O que é Cidadania organizacional


O conceito de cidadania pode ser estudado a partir de várias abordagens. Por
exemplo, a disciplina Ética e Cidadania aborda o conceito de cidadania a partir de uma
visão política e social, procurando inserir o conceito na construção de uma sociedade mais
justa e democrática. Mas essa não é a única maneira de se compreender o que é
cidadania. Há outras dimensões da vida social que a cidadania também está presente.
Se na vida pessoal somos obrigados a aprender a lidar com a complexa tarefa
própria das relações humanas, no mundo do trabalho os desafios são ainda maiores. É por
isso que, no meio profissional é preciso estar duplamente atento ás exigências de
convivência e competência, a fim de que as duas coisas caminhem lado a lado, sem que
haja conflito entre relacionamento humano e eficácia profissional.
Neste contexto é que se insere o conceito de cidadania organizacional. Ele consiste
na consciência de que a organização tem de cumprir seus deveres em relação aos seus
funcionários, aos seus clientes e à comunidade, deveres esses que se referem à qualidade
do produto ou serviço que oferecem, à remuneração justa ao trabalho, ao preço justo de
venda, à observância aos princípios éticos no que se refere aos concorrentes e ao público e
também no que diz respeito ao marketing e à propaganda.

Se o trabalhador precisa ser cuidadoso com os materiais que usa para trabalhar,
com a qualidade do que produz trabalhando e perceber como é responsável pela
repercussão que tem o seu trabalho na vida social, também são deveres de quem o
emprega, das políticas públicas, dos meios de comunicação, enfim, de toda a sociedade.
2. O que é Cidadania organizacional

2.1. Cidadania organizacional: um compromisso individual ou coletivo

As pessoas, independentes de origens sociais ou grupos, vivem de acordo com


aspectos éticos disseminados na sociedade. Dentre os grupos que disseminam esses
conceitos, citamos a família, a pré-escola, a igreja, o colégio, o clube, a torcida do time
preferido, a universidade, os amigos, o partido político e outros. O convívio com essas
instituições é importante, pois, é por meio dele que os indivíduos acumulam experiências
únicas, enriquecendo seus conhecimentos (Targino, 2006)
Por outro lado, é por meio da profissão que o indivíduo consegue se realizar
plenamente, exercitando sua capacidade, habilidade, sabedoria e inteligência,
comprovando sua personalidade, elevando sua moral, podendo ser útil à comunidade e
nela se elevar e se destacar por vencer obstáculos. Assim, o componente ético nos
indivíduos se manifesta independente do meio no qual estão inseridos, ou seja, tanto no
âmbito privado quanto no ambiente profissional.

Em muitas situações, a ética e a cidadania são comprometidas pela atitude de um


indivíduo, embora não seja ele o único responsável por isso. Nesses casos, por
incompetência, irresponsabilidade, ignorância, displicência, desonestidade ou omissão, são
os comportamentos e ações de organizações dos mais variados tipos e dos próprios
governantes que colaboraram para isso, ou foram os principais responsáveis para que isso
ocorresse.
Em relação as tomadas de decisões éticas no âmbito profissional, estudos sobre o
tema procuram demonstrar que certos fatores influenciam determinantemente as decisões
éticas em uma organização e que alguns fatores são indispensáveis para a compreensão
da conduta ética nas organizações, tais como:

I) Intensidade ética: Preocupação das pessoas em relação a algum assunto ético, onde
cada decisão está atrelada a essa intensidade;

II) Desenvolvimento moral: decisões éticas que resultam da condição de desenvolvimento


moral obtido pela organização ou pessoa;

III) Definição de princípios éticos, princípios estes que muitas organizações utilizam para
direcionar o comportamento de seus parceiros.

Neste contexto acende-se o debate, nos meios empresariais, sobre a questão da


responsabilidade social das empresas. Tal questão refere-se ao fato de que, surge nos
meios empresariais, a exigência de as empresas passarem a adotar um comportamento
mais ético em relação aos seus consumidores e funcionários.
3. Responsabilidade Social das Empresas.

A responsabilidade social das empresas pode ser vista como parte de uma nova
cultura organizacional, de forma a produzir riquezas e desenvolvimento que beneficiem a
todos os envolvidos em suas atividades – trabalhadores, consumidores, ambiente e
comunidade. Essa visão inclui a promoção, pela empresa, dos seus valores éticos e
responsáveis na sua cadeia de fornecedores e nos mercados onde atua. Ética e
responsabilidade social são palavras-chave para as organizações contemporâneas.
Nos últimos tempos aconteceu a ampliação da responsabilidade social empresarial e
dos conceitos vinculados ao tema, como sustentabilidade empresarial ou cidadania
empresarial. Talvez isso tenha acontecido em resposta aos novos desafios surgidos como
características da globalização e do advento das tecnologias.
Nesta perspectiva, precisamos então conhecer o significado de termo
Responsabilidade, para então podermos entender como a ideia de responsabilidade social
e profissional se une ao conceito de ética.
Responsabilidade é a condição por ser responsável por algo ou alguém. Segundo
dicionário Aurélio Responsabilidade é: “a condição por ser responsável por algo ou alguém;
a condição de cumprir com suas obrigações ou deveres; Social é: da sociedade (grupos de
pessoas que vivem por vontade própria sob normas comuns); Profissional é: atividade ou
ocupação especializada, da qual se podem tirar os meios de subsistência”. Nesta
perspectiva, ser responsável significa ter a capacidade de cumprir com os seus
compromissos. A responsabilidade, portanto, não está relacionada apenas com o campo
profissional.
Quando nos referimos ao fato de um trabalhador ser ou não responsável,
normalmente enxergamos apenas parte da questão, por exemplo, entende-se que todo e
qualquer trabalhador deve cumprir sua jornada de trabalho de forma eficiente. Também é
um gesto de responsabilidade ter a capacidade de cumprir os compromissos sociais. Por
outro lado, no campo pessoal, é visto como um gesto de irresponsabilidade chegar tarde a
um compromisso com um amigo porque é importante valorizar o tempo do próximo
.O ser humano vive em sociedade, portanto a responsabilidade social decorre da
responsabilidade profissional pessoal. O que rege as atitudes de um profissional é a
consciência, age como se fosse um “Juiz interno”, influencia no comportamento e na
tomada de decisões. Diante disso, o profissional que exerce a profissão que lhe cativa,
certamente terá mais facilidade a se dedicar àquilo que lhe é proposto a fazer. A profissão
escolhida por cada profissional serve-lhe como subsistência, além de atender a sociedade e
trazer a satisfação pessoal.
O conceito de responsabilidade social vai “se disseminando entre as empresas
preocupadas com a imagem e com a garantia de sucesso a longo prazo. Observe-se, por
exemplo, as análises de Ashley (2000), sobre mudança de gestão empresarial, nas quais,
segundo a autora, estaria em curso no meio empresarial uma substituição da visão
antropocêntrica da empresa para a visão ecocêntrica. Neste processo, a autora verifica que
há um intenso movimento, que parte do “público consumidor ético”, aquele que considera
não só a dimensão social do consumo, mas também as dimensões ambientais, econômicas
e sociais (2000:08), em pressionar as empresas a adotar também um procedimento ético e
responsável nas relações de trabalho e produção.
Propõe o conceito de responsabilidade social corporativa pré-lucro, demonstrando
porque as corporações são obrigadas a cumprir suas responsabilidades sociais e morais
antes de tentarem maximizar seus lucros, sendo um meio eficiente de controle social e uma
base para a confiança nas relações humanas e organizacionais”.
Segundo Ashley, a concepção mais ampla de responsabilidade social insere-se no
projeto de “humanização” das empresas, que passam a integrar uma política de médio e
longo prazo, através de investimento na área social. Neste processo, ganha força a ideia de
cidadania empresarial, na medida em que esta surge como perspectiva de encampar a
aplicabilidade operacional dos novos procedimentos éticos e morais do mercado (Lisboa,
2000).
Há a percepção de que a responsabilidade social é um componente fundamental da
estratégia de negócio de uma empresa. Desse modo, mais do que obedecer a uma
tendência do mercado interno, que aponta para a valorização de uma postura mais ética e
comprometida com a solução dos problemas sociais, as empresas obedecem à uma
exigência do mercado globalizado, que define bem as regras do jogo econômico que
determinam a integração ou exclusão neste cenário.
3. Responsabilidade Social das Empresas.

3.1. Como a responsabilidade social se insere na gestão das organizações

Cada vez mais os profissionais tomadores de decisão nas organizações têm sido
cobrados por seu comportamento ético e transparente, levando em consideração as
pessoas e o meio ambiente em seus processos internos e externos.

As organizações invadem e permeiam tanto a sociedade como a vida particular de


cada pessoa. Diariamente estamos em contato com organizações. Se não participamos
delas como membros – no trabalho, na escola, na vida social e cívica, na igreja – somos
afetados como clientes, pacientes, consumidores ou cidadãos. Nossas experiências nas
organizações podem ser boas ou más. Algumas vezes, as organizações podem parecer
adequadas ou ajustadas às nossas necessidades e, outras vezes, nosso contato com elas
pode provocar irritação e frustração. Elas podem até tornar-se um tormento para nós. Mas
são imprescindíveis para a qualidade de nossas vidas e para o nosso sucesso pessoal.
(Chiavenato, 2005, p. 24).

Mesmo com a ciência da responsabilidade social e conduta ética na atualidade e


através dos tempos, muitas empresas ainda têm dificuldade de enxergar tal importância e
mudar sua conduta, ou seja, entender o cenário atual e permanecer com uma política
interna e externa ainda engessada.
Voltando para a relação entre responsabilidade e ética, existem certos atributos do
comportamento humano que ajudam o indivíduo a alcançar resultados favoráveis na sua
vida, quer como ser humano quer como profissional. São leis básicas, naturais e até óbvias
do comportamento que conduzem, em última análise, à satisfação pessoal, profissional e,
por fim, à felicidade íntima.
Dois valores primordiais ao comportamento ético, a honestidade e o respeito, levam
a responsabilidade profissional, que resume as virtudes isoladas e as traduzem em atitudes
práticas.
A responsabilidade profissional é, de fato, inseparável da responsabilidade do
indivíduo como ser humano. Não existe uma pessoa que seja responsável como ser
humano e irresponsável profissionalmente, e vice-versa. A responsabilidade é a virtude
maior que um profissional pode possuir. Isto se reflete na preocupação constante com
quem lhe contrata, com o cliente que encomenda um serviço ou um objeto, preocupação
em cumprir o prazo ou dar satisfação no momento preciso. Em todas as profissões, quando
se alia responsabilidade ao talento, o profissional se torna insuperável. E a cada vez mais
ele se realiza, mais constrói e vê resultados naquilo que gosta de fazer.
4. Responsabilidade social e desenvolvimento sustentável

Esse é um outro tema que invadiu as análises sobre responsabilidade e ética nas
empresas. Atualmente não se pode falar de cidadania e ética sem falar também do conceito
de sustentabilidade.

Se no mundo a discussão da sustentabilidade é marcadamente presente, no Brasil


de hoje há urgência na busca de um modelo de desenvolvimento socialmente inclusivo e
não predatório para que possamos preservar nosso patrimônio e fortalecer a identidade
nacional. Considere-se aqui a pluralidade que marca o povo e a paisagem brasileira. Não
há hoje sustentabilidade nos padrões globais de produção, distribuição e consumo.

Seria importante que toda a sociedade brasileira refletisse sobre si mesma e sobre o
estado de sua riqueza natural e cultural, repensando os caminhos escolhidos na busca por
soluções ligadas às dificuldades econômicas e sociais em que estamos mergulhados. As
escolas particularmente são espaços privilegiados para que essa reflexão ocorra.
Nos dias de hoje, é necessário repensar o modelo de desenvolvimento,
relacionando-o à garantia de sustentabilidade socioambiental, ou seja, só é possível pensar
em crescimento econômico se este contemplar aspectos socialmente justos,
economicamente viáveis e ambientalmente corretos.
É o chamado Triângulo da Sustentabilidade.

A responsabilidade social das instituições públicas ou privadas direciona-se a agir de


forma ética e transparente, com atitudes que revertam em melhoria da qualidade de vida
para seus funcionários e clientes, além de avanços para as comunidades locais em que
estão inseridas, atenuando inclusive os problemas ambientais.
Atuar com responsabilidade social não é apenas agir no marketing da empresa. É ir
além de interesses que visam ao lucro, pois, qualquer organização ou instituição que se
considere responsável, deve ter capacidade para atender aos interesses das diferentes
partes – acionistas, funcionários, prestadores de serviços, fornecedores, consumidores,
comunidade, governo e meio ambiente. Deve também conseguir incorporá-las ao
planejamento de suas atividades.
É fundamental que essas instituições entendam que atitudes socialmente
responsáveis, se transformam em lucro pelo que a imagem positiva lhes proporciona.
Unidade 2 - Relações interpessoais e competência
profissional
1. Introdução

O mundo passa por profundas mudanças de paradigmas e necessita com urgência desenvolver

novas práticas relativas a essas mudanças. Com essas mudanças de paradigma, alguns fatores

ganham importância no mundo globalizado, ao mesmo tempo em que outros têm sua importância

reduzida.

Podemos observar, por exemplo, que ganha importância o investimento em capital humano,

entendido não apenas no seu componente cognitivo, necessário para interagir com as novas

tecnologias, mas também no que diz respeito à ética e à confiabilidade interpessoal.

A crise de valores que se instaurou na sociedade moderna vem sendo combatida ao se adotar

uma postura mais ética em diversas situações. Para isso, muitos segmentos da sociedade unem-

se em movimentos significativos com objetivo de acabar com as injustiças sociais. Essa mesma

tendência à mobilização se verifica no mundo do trabalho. E não são com iniciativas somente

dos trabalhadores. Muitas empresas, preocupadas com a ética no trabalho, têm adotado uma

nova política em relação a funcionários, empregados, chefes e líderes, bem como com o meio

ambiente, buscando o bem-estar de todos.

Tudo isso comprova que a postura ética tem sido, cada vez mais, um requisito para a valorização

do profissional no mundo do trabalho. Daí a necessidade de reconhecer que devemos aprimorar

nossa educação e a das novas gerações, tanto para melhorar a sociedade na qual atuamos como

para sermos mais valorizados no mercado de trabalho, ao apresentarmos algo que hoje é visto

como grande diferencial: nossa integridade moral.

Todas essas posturas, tendências e mudanças, movidas por idealismo ou por interesse, indicam o avanço
da cidadania e a reafirmação de antigos valores – adaptados aos tempos atuais – e de novos valores,
decorrentes do desenvolvimento da ciência e dos meios de informação e de comunicação de massa.
Esses conjuntos de valores humanitários apontam para a urgente e constante necessidade de mudanças
radicais nos modelos de conduta social e para a busca por padrões mais generosos e solidários de
convivência, de trabalho, políticos e de relacionar-se com o ambiente.

2. Convivência ética no mundo globalizado.

Para entendermos as exigências éticas contemporâneas em relação ao indivíduo no âmbito

profissional, vamos conhecer um pouco sobre as exigências éticas em relação às empresas e

instituições profissionais nos dias de hoje. Conhecer quais as demandas da população em

relação aos meios éticos empregados. 


A gestão ética e transparente faz parte do processo de relacionamento entre as organizações e

os usuários de seus produtos e/ou serviços. As organizações somente poderão ser vistas como

éticas se as pessoas que nelas trabalham agirem eticamente. Nesse caso, a máxima de que os

fins justificam os meios não vale como referencial para a existência da ética, ou seja, fins éticos

exigem meios éticos.

A percepção da sociedade sobre uma organização é positiva ou negativa de acordo com as

decisões que seus gestores tomam no cotidiano. É assim que escolhemos produtos, serviços e

candidatos. A área pública também tem sido cobrada pela sociedade por uma conduta ética e as

denúncias que se avolumam na mídia demonstram o inconformismo do brasileiro que já não

aceita mais práticas antiéticas, sobretudo com os tributos recolhidos pelo cidadão. As

constantes CPIs – Comissões Parlamentares de Inquérito são um exemplo da ação dos

representantes do povo, neste sentido.

Quando refletimos sobre o exercício do cidadão, vale ressaltar que sua participação na gestão

pública faz parte de seus deveres na busca pela harmonia no convívio em comunidade. A

prestação de serviços envolve a participação do usuário e seu nível de qualidade depende

também daquele que o utiliza. Quando refletimos sobre essas questões, é importante considerar

nossas próprias decisões em nosso cotidiano. Nossas atitudes são fundamentais para qualificar

a dimensão ética que se expressa na sociedade.

A atual transformação do mundo para uma comunidade globalizada, com códigos e deveres

universais, está acontecendo mais rápido do que percebemos. Qualquer País que não se adequar

à novas diretrizes sobre conduta ética e respeito à dignidade humana, corre o sério risco de ficar

à margem da globalização se não houver disposição de todas as partes - Estado, sociedade,

escola e família - de investirem fortemente na educação para a cidadania das novas gerações.

Para ser bem-sucedido nos dias de hoje já não basta o diploma ou outro tipo de formação formal.

Além da formação acadêmica, o homem deste século tem que ser versátil, ter elevada

capacidade de aprendizado contínuo, ser ético e hábil em suas relações interpessoais e

aprender outras línguas.

Nesse aspecto, o fenômeno da globalização aumenta a importância e a responsabilidade da

escola, como referência marcante na vida de crianças e adolescentes. Ela é um espaço onde

valores são vivenciados e compartilhados. A escola não é mais um mundo à parte, desconectado

da realidade e da vida lá fora. Seu papel é conduzir o aluno a desenvolver as habilidades que

evidenciam todo seu potencial. A escola deve se municiar de espírito renovador, de alegria e

integração e juntar todas as disciplinas e todos os valores éticos no mesmo ambiente, ensinando

o ser humano a pensar multiculturalmente. O conhecimento atual aponta para atitudes criativas,

para a busca de soluções inéditas, para a liderança ética, para o resgate dos valores...
Portanto, a preocupação ética torna-se importante em todos os lugares. Vivemos um momento

especialmente paradoxal: ao mesmo tempo em que as mudanças são incentivadas com objetivo

de acompanhar as transformações pelas quais o mundo passa, estamos perdendo de vista os

fins éticos e culturais que a educação deve empreender.

E como fica o impacto no mundo do trabalho? Como as empresas e as profissões tem lidado com

essas mudanças?

E como fica o impacto no mundo do trabalho? Como as empresas e as profissões tem lidado com

essas mudanças?

Em todo o mundo, o volume e a velocidade das mudanças têm causado, nos últimos tempos, um

impacto dramático nas pessoas e em seus locais de trabalho. O ritmo das mudanças é muito

rápido. E o futuro tem acenado com uma aceleração ainda maior em termos de inovação,

tecnologia e globalização. Uma das maiores mudanças é a transformação de uma sociedade

baseada na economia e no capital uma economia baseada em informações e comportamentos.

Todos os trabalhadores, independentemente de trabalharem nas linhas de produção ou nos

escritórios, precisam se ver como um profissional de destaque e que será reconhecido pela sua

capacidade de ter empatia com quem está atendendo.  O que não podemos é agir de forma

descuidada em nossa vida profissional, pois somos responsáveis pelas consequências de nossos

descuidos, tanto sobre nós mesmos como sobre os outros. Por isso, como trabalhadores,

devemos estar sempre nos questionando e nos avaliando sob determinados aspectos, de modo

que nos comportemos sempre de acordo com os nossos deveres, orientados pelos princípios da

ética profissional e conforme os valores da cidadania organizacional.

A cada dia, os profissionais precisam conhecer a si mesmos para saber quais características

possuem, visando fortalecerem suas qualidades e trabalharem os seus defeitos na área

profissional. Atualmente, as organizações procuram profissionais que tenham, entre outras

coisas, integridade, entusiasmo, saúde, iniciativa, responsabilidade, bom humor, competência,

capacidade de planejar, que sejam organizados e, ainda, que consigam ter um bom

relacionamento interpessoal dentro do ambiente de trabalho.

3. Relações humanas e competência profissional


Agora que já aprendemos um pouco mais sobre ética e responsabilidade profissional, vamos

entender como o trabalho passa a ser compreendido em relação às exigências éticas do mundo

moderno. Para isso, é preciso compreender como o atual significado de “emprego” contribui para

a construção das novas diretrizes éticas no meio profissional.

Até meados do século XX, entendia-se emprego como uma relação estável e mais ou menos

duradoura, que existe entre quem organiza o trabalho e quem o realiza. Emprego, portanto,

significava estabilidade e direitos.

O conceito de emprego, tal como conhecemos ao longo de quase todo século XX, já não é mais o

mesmo. A palavra trabalho desvincula-se de emprego; cada vez mais vemos a substituição

gradual do emprego fixo, de longa duração e em tempo integral, por outras formas de prestação

de serviços como o trabalho autônomo, o realizado por meio de cooperativa ou da terceirização

dos serviços, o trabalho temporário ou em tempo parcial, aqueles feitos por projetos etc. As

oportunidades de trabalho crescem, as de emprego se restringem. Para o trabalhador, essas

mudanças têm um significado importante, pois dele se exige uma formação contínua e uma

grande capacidade de adaptação às diferentes situações e novas competências.

A qualidade do trabalho de um profissional pode ser medida a partir de algumas variáveis, que

muitas vezes são definidas pela própria direção da empresa, no entanto, a despeito das variáveis

existentes, alguns elementos se tornam referências para a análise de competências.

Como Augusto Hortal Alonso (2006) comenta em seu livro ‘Ética das Profissões’, os profissionais

não são apenas considerados pela especialidade que possuem, mas, também, por seu

compromisso em prestar serviços de qualidade àqueles que o procuram. Segundo o autor,

existem três níveis na responsabilidade do profissional.

● O primeiro trata da aceitação ou recusa do papel profissional, o que implica em avaliar se o

mesmo está alinhado aos seus valores.

● O segundo nível é seu compromisso com a excelência que se esperam do papel profissional.

● No terceiro está a responsabilidade em contribuir para o bem comum da sociedade, para

melhorar as condições da vida humana individual e social.

Para entender um pouco mais sobre esse assunto, a seguir iremos explorar este conceito, a fim

de perceber como a ideia de convivência e competência se inter-relacionam no campo da

atuação profissional.

PARA REFLETIR!! 
1. Como lidamos com os instrumentos e com os recursos físicos que usamos em nosso trabalho, seja produzindo algo
concreto ou prestando serviços?
Somos cuidadosos, parcimoniosos, sensatos e prudentes ao usá-los? Compreendemos a importância de evitar
desperdício, estrago e destruição desses materiais? Temos consciência de que os recursos naturais podem se esgotar
e de que economizar nos custos permite a diminuição dos preços e o aumento dos salários? Sabemos que a qualidade
do nosso trabalho depende também do bom estado e do funcionamento dos instrumentos que utilizamos e da qualidade
da matéria- -prima com que operamos? Passamos, por isso, a ficar atentos aos materiais de que esses instrumentos
são feitos e a seu funcionamento, para empregá-los de forma adequada?
2. Qual a atenção que damos à qualidade do que oferecemos aos consumidores, clientes ou usuários?
Sabemos que devemos tratá-los da mesma forma que gostaríamos de ser tratados? Sabemos que devemos ficar
atentos às condições de higiene e de segurança necessárias tanto para a preparação de um produto quanto para a
prestação de um serviço?
3. Como nos comportamos, considerando a importância de nosso trabalho e sua repercussão tanto no ambiente em
que ele se desenvolve quanto na vida em sociedade?
Estamos conscientes de que tudo de que dispomos é resultado de trabalho coletivo e, portanto, dos esforços de muitas
outras pessoas que aplicaram suas energias, competências, vontade e tempo para oferecer algo à comunidade? Temos
consciência de que somos um elo nessa cadeia de energias e intenções que permite a sociabilidade e garante a
sobrevivência e continuidade de nossa espécie? Ao nos darmos conta disso, atuamos de forma responsável? Sabemos
que, quando falhamos, podemos causar danos físicos ou morais, prejuízos materiais, desconforto, descontentamento,
comprometimento de patrimônio e da imagem de pessoas, categorias profissionais, marcas e organizações?
Respeitamos o ambiente, conservando a natureza e evitando a poluição? Exigimos o mesmo comportamento de todos?
Reconhecemos a importância de aprender mais e nos atualizar para melhorar nossa prática profissional e a dos que
nos cercam?
4. Qual a nossa disposição para trabalhar em equipe de forma cooperativa, oferecendo e recebendo ajuda, dividindo
responsabilidades, respeitando direitos e compartilhando poder e sucesso?
Reconhecemos o valor da contribuição de cada um em nosso grupo? Expressamos esse reconhecimento elogiando
esforços e talentos dos demais, orientando-os e indicando caminhos que os façam melhorar? Solicitamos sua opinião e
colaboração quando precisamos de ajuda? Divulgamos informações e conhecimentos que possam ajudá-los?
Estimulamos seu desenvolvimento, sua autonomia e seu protagonismo? Ficamos atentos às condições de segurança e
salubridade do ambiente que partilhamos com os outros e também às maneiras de preservar nossa saúde e a dos
demais? Ao tomarmos esses cuidados, exigimos que os outros também o façam, para que toda a comunidade seja
respeitada?
Vamos então conhecer, com base no Caderno Núcleo básico: ética profissional e cidadania

organizacional, da Fundação Padre Anchieta, SP (2011), algumas exigências para os trabalhadores que

buscam se estabelecer no mercado de trabalho nas empresas e organizações profissionais.

3. Relações humanas e competência profissional

3.1. Competências pessoais e sociais

São competências referentes a saber ser  e a saber viver com outros, as quais todos nós,

independentemente de idade, gênero, nacionalidade, religião, profissão, trabalho exercido etc.,

devemos desenvolver desde muito cedo e aprimorar durante toda a nossa vida. As competências

pessoais e sociais são as seguintes:

• Praticar a observação, a análise, a reflexão, o debate e a argumentação consistente diante de

situações-problema que demandam avaliações e opções, sem nos deixarmos conduzir por

preconceitos ou conceitos ultrapassados na escolha dos caminhos a serem percorridos.

• Analisar e avaliar si mesmo, pessoas, fatos e atos, interpretando-os do ponto de vista da ética

e da cidadania, ou seja: sob a luz de critérios de diferenciação entre o que é ou expressa o bem e

o mal e o que impede ou não que todos sejam tratados com os mesmos direitos à igualdade, à

liberdade, à autonomia e à felicidade, entre outros preceitos universais.

• Interpretar e analisar costumes, regras, leis, sistemas, processos, organizações e instituições

sociais do ponto de vista dos diversos grupos envolvidos e situados no seu tempo, espaço e

cultura. Ou seja, compreender que, diferentemente dos outros animais, os seres humanos são

criativos tanto nas formas como se adaptaram à vida em espaços e épocas diferentes quanto na

forma de explicar sua existência e suas diferenças e também de expressar ideias e sentimentos.

• Reconhecer e enfrentar situações-problema ocorridas no meio social, participando de modo a

intervir solidária e democraticamente na realidade, considerando que todos têm direito a uma

vida de boa qualidade, mas que nem todos têm as mesmas oportunidades de consegui-las, o que

faz de cada um de nós responsável pela garantia da justiça e da equidade.

• Manter-se atento para reconhecer, prevenir e prever situações que representem riscos ou

desrespeito à integridade física, mental, moral e social dos cidadãos.


3. Relações humanas e competência profissional
3.2. Competências profissionais

Além das competências pessoais e sociais, há outras especialmente importantes no mundo do

trabalho que se aplicam de forma geral a qualquer campo, profissão ou função. A seguir,

relacionamos algumas delas:


 

• Conscientizar-se da importância do valor e da responsabilidade no trabalho em relação à

qualidade do produto ou serviço a ser oferecido, às condições de higiene e segurança tanto

durante o processo de produção quanto no ambiente onde se atua, ao ambiente local e global, ao

patrimônio público e ao patrimônio da instituição ou organização onde se trabalha.

• Reconhecer as regras básicas de convivência e respeitar as legislações que disciplinam as

ações da organização em que se trabalha.

• Trabalhar em equipe e cooperativamente, respeitando e valorizando a autonomia, a

contribuição e a diversidade de cada um.

• Guiar-se pela racionalidade e pela sustentabilidade no uso dos recursos materiais, pela

solidariedade no trato com as pessoas e pela prudência, sensatez e cuidado em ambos os casos.

3. Relações humanas e competência profissional


3.3. Competências corporativas ou organizacionais

As profissões específicas também requerem alguns cuidados especiais do ponto de vista ético e

que precisam ser tomados pelo profissional – seja ele o proprietário ou o empregado. São

cuidados, atitudes e comportamentos específicos e que devem ser adequados ao tipo, à

estrutura, à área de atuação e ao segmento de mercado ao qual se dirige, da organização em

que trabalha e aos tipos de relação que ele estabelece, enquanto nela atua, com as pessoas, os

materiais, o ambiente, as comunidades. Algumas dessas competências corporativas mais

importantes são as seguintes:

• Identificar e respeitar, na organização onde se atua, os direitos e deveres inerentes às

condições e às relações entre produtor e consumidor; empregador e empregado; parceiros e

colaboradores; representantes da organização e clientes; consumidores e fornecedores;

concorrentes e competidores; membros da comunidade interna e da comunidade externa; a

organização e o entorno onde está situada.

• Atualizar-se continuamente, incorporando conhecimentos, técnicas e atitudes relacionadas ao

seu desenvolvimento profissional e relacional.

• Estimular, no grupo que lidera ou com o qual colabora, a autonomia, a criatividade,

a proatividade e o protagonismo.

• Perceber o momento propício e a situação adequada e justa para oferecer ou pedir ajuda,

aprender ou ensinar, cooperar ou competir, sempre de acordo com os princípios da

responsabilidade e da solidariedade.
 

Com base nestas competências assinaladas, pode-se perceber que o mundo do trabalho

apresenta, de fato, novas diretrizes e exigências que atualmente constituem o rol de

características necessárias para aferir qualidade tanto do empregado (funcionário) quanto do

empregador (empresas).
 

Na próxima Unidade iremos aprofundar o tema sobre os dilemas éticos nas relações entre o

público e o privado e na construção das relações humanas no meio profissional. 


Unidade 3 -Dilemas éticos: conflito entre o público e o privado
1. Introdução
A construção de uma cultura, de crenças e valores propícios à consolidação da
dimensão ética na empresa e na sociedade como um todo passa pela reflexão sobre o
papel do próprio trabalhador. 
Se a própria dinâmica do capitalismo cria espaços de maior participação do
trabalhador, cabe a este levar às últimas consequências tal tendência, buscando uma
participação crescente nas decisões, nos processos de negociação, de modo a viabilizar
salários mais dignos, a qualificação para todos e, enfim, a humanização do mundo do
trabalho.

Para enfrentar esse desafio, caberá ao trabalhador apropriar-se das bases científicas e
tecnológicas de sua ocupação, desenvolver as competências comunicativas básicas que
lhe permitam negociar os interesses individuais e coletivos, dentro e fora do mundo do
trabalho.
2. Conduta ética e reputação: o dilema moral no trabalho
Quando nos referimos ao comportamento ético do profissional estamos também
nos referindo aos aspectos que influenciam na construção de sua imagem e,
consequentemente, sua reputação. Muitas vezes falar de reputação parece algo muito
subjetivo e difícil de definir. Afinal, o que vem a ser a reputação de uma pessoa? Ela está
relacionada a quais aspectos do comportamento? É estético? É moral? É emocional?
Enfim, é difícil encontrar uma regra que abarque todas essas dimensões do
comportamento.
Ao falar sobre a reputação como ativo intangível, Srour (2003, p. 345) menciona
algumas características que você precisa conhecer para compreender os vários
significados deste termo. Trata-se de perceber o sentido que a sociedade dá a
determinados comportamentos e de como se reconhece alguns atibutos: obter prestígio;
traços marcantes percebidos pelas pessoas; resultado do ‘imaginário social’; percepção
que se tem de alguém ou de uma organização a partir do julgamento da qualidade do
relacionamento, de seus serviços e/ou produtos.
Observe que todas estas características levam o conceito da reputação para o
resultado do julgamento que se faz de alguém, de alguma coisa ou de uma organização.
Ou seja, trata-se de algo sobre o que se tem pouco controle e, além de tudo, é preciso
prestar permanente atenção. Reputação está associada à confiança e à credibilidade que
se conquista
Você sabe, é necessário muito tempo para se conquistar a confiança das pessoas
e um segundo para perdê-la! Serem respeitadas é tudo que as empresas querem de seus
consumidores, pois com isso, têm caminho aberto para conquistarem sua lealdade à
marca. Contudo, basta uma notícia ruim na mídia ou uma opinião negativa de alguém do
grupo de referência para que tudo se perca.
A ética é elemento fundamental na construção da reputação de um indivíduo, de
um profissional, de uma marca ou de uma organização. Da mesma maneira um
profissional que direciona sua conduta profissional dentro de padrões éticos e se beneficia
do marketing pessoal que é uma ferramenta que auxilia a percepção da postura ética
profissional contribuindo para a construção de uma reputação que inspire credibilidade na
sua área de atuação.
No quadro abaixo, estão descritas algumas dicas de conduta ética para serem
observadas no ambiente de trabalho:
Trate todas as pessoas com respeito
Trate todas as pessoas com respeito. Assuma atitude imparcial, impessoal e com
isenção; Exerça suas funções com zelo, competência e eficiência. Demonstre confiança e
energia (conheça suas forças e fraquezas).
● Conheça os aspectos legais dos seus direitos e deveres
Seja honesto/a em qualquer situação. Não faça algo que você não possa assumir
em público.
● Seja tolerante e flexível
Seja tolerante e flexível. Muitas ideias aparentemente absurdas podem ser a
solução para um problema. Ser ético significa muitas vezes perder dinheiro, status e
benefícios.
● Seja assíduo e pontual. Se você se atrasar, sem justificativa, poderá perder boas
oportunidades.
Evite criticar os/as colegas de trabalho ou culpar um/a subordinado/a pelas costas.
Se tiver que repreender alguém, faça-o em particular. Se tiver que elogiar, faça-o em
público. Evite criticar os/as colegas de trabalho ou culpar um/a subordinado/a pelas
costas. Se tiver que repreender alguém, faça-o em particular. Se tiver que elogiar, faça-o
em público. Ofereça apoio aos colegas. Se souber que alguém está em dificuldades,
espere que a pessoa mencione o assunto e ouça-a com atenção.
● Faça o que disse e/ou prometeu. Quebrar promessas é imperdoável.
Aja de acordo com seus princípios e assuma suas decisões, mesmo que isso
implique ficar contra a maioria. Respeite a hierarquia. A relação de trabalho é mediada por
ela. Caso trabalhe com alguém de quem não gosta, troque cumprimentos, mantenha
distância e não comente a antipatia que sente. Afaste-se das fofocas e maledicências. Só
o fato de prestar atenção nelas pode lhe dar a fama de fofoqueiro/a.
● Reconheça os erros, mas não exagere no arrependimento nem na culpa.
Dê crédito a quem merece. Não aceite elogios pelo trabalho de outra pessoa. Cedo
ou tarde será reconhecido o/a autor/a da ideia e você ficará com fama de mau caráter.
● Respeite a privacidade das pessoas, não mexa nos pertences dos/as colegas.
O cumprimento é obrigatório tanto ao chegar quanto ao sair do seu ambiente de
trabalho. Um “bom dia” dito num tom agradável e atencioso é suficiente para começar
bem seu dia de trabalho.
● Seja organizado/a, mantenha seu ambiente de trabalho sempre limpo.
Uma boa aparência mostra o quanto a pessoa se preocupa com si mesma e com
suas atividades profissionais. Ter uma aparência saudável e natural demonstra confiança.
3. Dilemas éticos na prática cotidiana
Um dilema é causado quando temos duas soluções possíveis para apenas um
problema, mas nenhuma das duas é plenamente satisfatória. Os dilemas
éticos acontecem quando se faz necessário tomar decisões difíceis levando em conta os
valores morais e cujas consequências podem impactar na vida de terceiros. Por mais
desafiador que pareça decidir como agir perante esses dilemas, é fato que fazer a coisa
certa é sempre o melhor caminho a ser seguido. Nesse sentido, é importante que os
indivíduos tenham sempre certeza a respeito de seus valores morais, para que
consigam tomar decisões de forma tranquila e consciente em relação ao que acreditam.
No decorrer da vida pessoal e profissional, é bastante comum que você se veja
diante de situações delicadas, em que precise pensar nas consequências e, também,
considerar os seus valores éticos e morais para agir. Veja, a seguir, alguns exemplos de
dilemas éticos.
Presenciar Atitudes Antiéticas de Outras Pessoas: um dos dilemas mais comuns é
aquele que envolve presenciar outras pessoas tomando atitudes antiéticas. Isso pode
acontecer entre amigos, na família e, principalmente, no trabalho. O dilema envolvido é se
deve ou não denunciar o indivíduo que está agindo desonestamente ou intervir
diretamente naquela situação.
Convivência Com Atos Antiéticos: muitos profissionais lidam diariamente com atos
antiéticos no trabalho, como sonegação de impostos, desrespeito aos direitos do
trabalhador e concorrência desleal. Esse é um exemplo de dilema porque a grande
maioria das pessoas não sabe como agir, já que o seu emprego pode estar em jogo.
Utilizar Atalhos Para Atingir Objetivos: quando se tem um objetivo, é necessário
batalhar para alcançá-lo. Contudo, muitos indivíduos se sentem em dúvida quando se
deparam com a oportunidade de conseguir o que desejam mais rapidamente, porém, o
preço a se pagar é agir de forma antiética.
Furtar: muitas pessoas, seja na vida pessoal ou profissional têm acesso a dinheiro
e objetos, de grande ou menor valor, que pertencem aos outros ou a empresas e que
acreditam que poderiam furtar “sem serem descobertos”. Muitos agem de tal forma sem
considerar que se trata de um furto por crerem que são itens de valor baixo. Contudo,
independente do valor, se apossar de algo que pertence a terceiros sempre é uma atitude
antiética.
Se Permitir Ser Subornado: o suborno é o ato de oferecer dinheiro a alguém em
troca de um favor ou para obter vantagens. Assim como subornar é considerado uma
atitude antiética, aceitar a situação também é.
Agir Com Parcialidade: em situações como escolher um candidato a uma vaga de
emprego, por exemplo, o correto é agir com imparcialidade, para eleger o profissional
mais qualificado e que melhor se encaixe no cargo. Agir com parcialidade, considerando
relações de amizade, gênero, raça ou por ter recebido alguma vantagem é sinal de falta
de ética.
Se Beneficiar de Informações Confidenciais: esse exemplo é bastante comum em
empresas, especialmente entre funcionários que tenham acesso a informações
confidenciais. O ato de obter vantagens pessoais ao se valer de dados privilegiados da
organização em que trabalha é considerado antiético.
4. Como Lidar Com Dilemas Éticos
Não existe uma fórmula pronta de como lidar com dilemas éticos, afinal cada
situação tem suas características e consequências. Contudo, o meu conselho é que
procure sempre se pautar pela ética e pelos seus valores morais. Obter vantagens tendo
que passar por cima daquilo que acredita pode até se mostrar uma boa opção no início,
mas pode lhe custar muito no futuro.
Procure sempre conquistar os seus objetivos através de trabalho e esforço e verá
o quanto isso será recompensador. A tranquilidade de agir sempre de forma honesta e
ética não tem preço. Mesmo que a política do nosso país e algumas pessoas com as
quais convive tentem mostrar o contrário, a melhor forma de lidar com dilemas éticos é
sendo ético e fiel às suas convicções morais.
Neste sentido, para tomar a melhor decisão, é importante considerar os seguintes
pontos:
1.  O primeiro passo deve ser pensar na decisão que pretende tomar e em como se
sente em relação a ela. Considere a sua intuição e o que ela te diz sobre a situação em
questão.
2. 'É importante analisar o fato com cautela, a fim de se certificar de que se trata de
algo verídico e não de um boato. Caso tenha testemunhas confiáveis que possam
confirmar as informações, poderá tomar a sua decisão com mais tranquilidade.
3. Caso tivesse que contar sobre essa decisão para uma pessoa da sua família,
sentiria vergonha ou orgulho? Se a resposta for vergonha, é um grande sinal de que
precisa repensar a atitude que pretende ter.
4. Se essa história vier a público, como acredita que ficará a sua imagem, a de
alguém que agiu de forma ética ou antiética? Se a resposta for a segunda opção, é sinal
de que sua decisão é, no mínimo, questionável e precisa ser revista.
5. Faça um exercício de empatia e imagine como se sentiria se fosse a parte
prejudicada da situação. Então, verifique se agiria da mesma maneira caso fosse o
principal envolvido.
 A fim de minimizar conflitos e distorções, algumas empresas elaboram um código
de ética próprio, descrevendo quais os comportamentos adequados e esperados dos
seus funcionários. No entanto, para que seja legítimo em uma organização, o código de
ética precisa ser discutido, compreendido e conhecido internamente por todos os
funcionários. Considerar a diversidade é fundamental para que a construção do código de
ética contemple as diferentes situações enfrentadas pelas pessoas que trabalham numa
organização.
Por outro lado, os dilemas éticos nos mostram que a vida real exige de nós
constantemente tomadas de decisões desafiadoras. Nesse sentido, é importante que os
indivíduos tenham sempre certeza a respeito de seus valores morais, para que
consigam tomar decisões de forma tranquila e consciente em relação ao que acreditam.
5. Boas práticas na secretaria escolar
No ambiente escolar, a secretaria é a base de uma instituição educacional. É o
setor responsável por diversos registros burocráticos, operacionais e legais da escola,
sendo também essencial no relacionamento com pais, alunos, funcionários e outros
gestores. Há um constante fluxo de documentos e pessoas, além de serviços
administrativos intermináveis.
Diante tamanha importância para o funcionamento e para a imagem da escola, é
primordial que o profissional que atua na secretaria escolar adquira boas práticas e tenha
uma conduta adequada.
A seguir você vai conferir quais são as boas práticas e como elas podem te ajudar
a se aperfeiçoar na área de atuação e melhorar o ambiente de trabalho.
1) Bom relacionamento interpessoal
O profissional deve possuir uma habilidade diferenciada para se relacionar com as mais
diversas pessoas, sejam elas pais, alunos, professores, gestores, diretores e outros
funcionários. Isso inclui ter empatia, mas, ao mesmo tempo, saber adequar sua postura e
seu discurso ao interlocutor e a situações específicas. Isso o auxiliará em reuniões e na
elaboração de propostas, assim como criará um ambiente de bem-estar e confiança em
sua administração.
2) Capacidade de organização e controle do tempo
A secretaria escolar é um dos setores mais movimentados e dinâmicos, e para não se
perder em meio a tantos documentos importantes, você, como secretária, deve ser capaz
de se organizar muito bem. Faça planilhas, programe-se, mantenha uma rotina, crie listas
com afazeres por ordem de prioridade e o mais importante, organize seu ambiente.
Além de organizado, uma boa secretária deve saber gerir seu tempo, de forma a deixar
seu trabalho mais eficiente, aperfeiçoar suas tarefas e garantir fluidez para o
funcionamento da secretaria e de todos os outros setores escolares que dela dependem.
3) Capacidade de liderança
É esperado que o profissional da secretaria escolar, como parte integrante de uma rede
de órgãos e setores da instituição, saiba se posicionar. Saiba exigir um bom
funcionamento de sua administração, com altos padrões de qualidade. É essencial ter os
papéis de coordenar, executar, orientar e avaliar, colaborando e trabalhando junto aos
colegas.
Com tantas responsabilidades, a secretária escolar também deve possuir outras
qualidades, como capacidade de decisão e delegação de funções.
4) Excelente padrão ético-moral
O profissional da secretaria escolar é também responsável pela parte legal, controlando a
elaboração e emissão de documentos escolares, realizando arquivamento de atas,
informações de alunos, registro de ponto dos funcionários, entre diversos outros. Assim, é
importantíssimo e imprescindível que o secretário mantenha uma postura ética e moral
exemplar.
5) Avaliação de desempenho
Esteja constantemente avaliando seu desempenho, seja solicitando feedbacks de seus
colegas e superiores, ou, ainda, se auto-avaliando. Essa prática é essencial para seu
crescimento e aperfeiçoamento na área, bem como para se destacar como uma
profissional diferenciada, eficiente e ética.
6. Encerramento do Módulo
Neste módulo estudamos alguns princípios básicos sobre comportamento e
conduta ética e como esses valores atualmente estão presentes no meio profissional.

Vimos, na unidade 1 os conceitos de cidadania organizacional e responsabilidade social,


trazendo para o debate a questão do desenvolvimento sustentável, como um novo padrão
de comportamento ético das empresas.
Na unidade 2 tratamos o tema da convivência social e quais os aspectos do
relacionamento interpessoal são determinantes para aferir o grau de competência
profissional de um indivíduo.

A unidade 3 trouxe o debate sobre o conflito entre o público e o privado, na medida em


que procurou discutir os dilemas éticos que constituem a vida social. Saber lidar com tais
dilemas, fazer as escolhas certas requer uma visão mais humana e sensível em relação
ao outro.
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Ética, Cidadania e Relações interpessoais

Unidade 4 – Pesquisa empírica sobre questões éticas na sociedade


brasileira

Objetivo: Conhecer e comparar as visões da sociedade sobre ética


no Brasil

► Pesquisas de opinião sobre dilemas e conflitos éticos.

O dia 2 de maio é considerado o Dia Nacional da Ética. Conforme já


estudamos nas Unidades anteriores, o conceito envolve um conjunto
de regras e preceitos que norteiam um indivíduo ou grupo social dentro
da sociedade. O termo - apesar de antigo - ainda hoje gera
controvérsias devido às diferenças culturais, sociais, políticas e
pessoais de cada indivíduo.

Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social,


existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos.
Neste sentido, podemos citar: ética profissional (trabalho), ética
empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética jornalística,
ética na política, etc. Uma pessoa que não segue a ética da sociedade
a qual pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado.

Ao falar de ética estamos falando de nós mesmos, dos grupos dos quais
participamos e da sociedade em que vivemos. Podemos analisar vários
tipos de ética como, por exemplo:

Ética pessoal que diz respeito à ação individual. Ter ética é ter
consciência ou caráter. É ter seus valores e princípios fundamentados
nas suas convicções e particularidades.
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Ética Pública (ou social) que diz respeito à responsabilidade da


sociedade como um todo pelo bem comum.
Ética Profissional que diz respeito à forma particular de agir da
pessoa em sua atividade profissional em benefício da comunidade a
que pertence.
A Ética do consenso é um conjunto de práticas exercidas pelo
individuo com a consciência de sua inclusão social, em seus múltiplos
papéis e funções, objetivando a sua realização pessoal. Para a ética do
consenso, só há aperfeiçoamento, quando surgem resultados
proveitosos para si, com um mínimo de prejuízo para o outro, havendo
um máximo de melhoria na vida alheia.

Com base nesses preceitos sobre moral e ética nos mais variados
segmentos da nossa sociedade, fizemos um levantamento acerca de
algumas pesquisas de opinião realizadas por institutos de pesquisas
reconhecidos e confiáveis, a fim de identificarmos como as pessoas
enxergam e se posicionam em relação aos dilemas éticos enfrentados
no campo profissional.

Leia e analise com atenção os resultados obtidos nas pesquisas


apresentadas. A partir destas análises você poderá perceber em que
medida as mudanças vividas em sociedade no campo político, as
denúncias de corrupção e o apelo por atitudes ética, por mais justiça,
honestidade e solidariedade alteraram a forma como os indivíduos
pesam e agem no meio social.
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PESQUISA 1
“Como se proteger de um chefe antiético”
Para afastar as solicitações imorais, aprenda com os vampiros

Disponível:https://exame.abril.com.br/carreira/como-se-proteger-de-um-chefe-antietico/

Você já se sentiu pressionado a arriscar sua ética no trabalho? Talvez seu chefe lhe peça

para mentir e dizer que está em reunião quando na verdade foi jogar golfe, ou um supervisor

lhe pede para fazer de conta que não viu quando faltar dinheiro no caixa?

Você não está sozinho: cerca de 10% dos funcionários relataram que se sentiram assim em

uma pesquisa do Centro de Recursos Éticos em 2013.

Maryam Kouchaki, da Kellogg School, quer ajudar as pessoas que trabalham a se sentirem

menos impotentes nestas situações: não oferendo uma maneira perfeita de recusar pedidos

antiéticos, mas impedindo que os mesmos cheguem a ocorrer.

Sua nova pesquisa mostra que exibir um “símbolo moral” como por exemplo um ícone

religioso, um poster de uma figura espiritual como Gandhi, ou uma citação eticamente

relevante podem servir como uma espécie de amuleto contra a corrupção no local de

trabalho.

Este recurso funciona tanto para estimular a consciência moral nas outras pessoas quanto

para criar a percepção de que a pessoa que o exibe possui um elevado caráter moral.

“A ideia é a de que ao ser autenticamente moral, ter orgulho disso e demonstrar esse

comportamento pode ter consequências positivas”, diz Kouchaki, professora assistente de

gestão e organizações.

Um “colar de alho”
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Este é o mesmo raciocínio utilizado pelos moradores de vilarejos medievais que, em vez de

esperar passivamente que Drácula aterrisasse com suas enormes asas, eles se adornavam

com totens mágicos para afastar os vampiros.

Embora ninguém tenha elaborado ainda um estudo avaliado por pares sobre a eficácia

protetora de crucifixos e da água benta, Kouchaki e Sreedhari Desai, da Kenan-Flagler

Business School da UNC, realizaram seis estudos para testar essa hipótese. As autoras

publicaram os resultados em um novo estudo na Academy of Management Journal, “Símbolos

morais: Um colar de alho contra solicitações antiéticas”.

“Ouvimos diversas histórias de pessoas dizendo que tinham que agir de forma antiética para

manter seus empregos. Era pedido a essas pessoas que agissem anti-eticamente e não viam

forma de recusar”, diz Kouchaki. “Queríamos descobrir se existe uma maneira de alguém dizer

não de forma sutil, porém eficaz, evitando assim a ocorrência destas situações difíceis”.

Quando o dinheiro e a moralidade vão de encontro em si

Em uma das análises do estudo, 148 universitários foram convidados a jogar um jogo com

prêmios em dinheiro. Foi dito a cada participante de que ele iria supervisionar outros dois

companheiros de equipe, “Pat” e “Sam”. (Na realidade, Pat e Sam eram fictícios.)

Em seguida, os participantes tiveram acesso a e-mails em que seus companheiros se

apresentaram. Para alguns participantes, o e-mail de apresentação de Pat continha uma

citação com temática moral. Para outros, não. O e-mail de Sam não continha nenhuma citação.

“É melhor o fracasso com honra do que o sucesso pela fraude” foi a citação cuidadosamente

escolhida para parecer ao mesmo tempo discreta e adequada para um ambiente empresarial,

diz Kouchaki.

“Não é super virtuosa, porque não queríamos que a pessoa inspirasse desprezo nas demais

se passando pela mais certinha, e porque queríamos que parecesse realista e natural”.
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No jogo, os participantes tiveram que decidir se um companheiro da equipe enviaria uma

mensagem honesta ou enganosa para a outra equipe, bem como qual companheiro da equipe

a enviaria.

Os participantes foram informados de que a mensagem honesta provavelmente faria com que

a equipe perdesse US$18 dos seus ganhos, enquanto a mensagem enganosa provavelmente

resultaria em uma perda de apenas US$3 para a equipe. Em ambos os casos, o subordinado

que enviaria a mensagem não saberia se era enganosa ou não.

64% dos participantes não expostos à citação ética optaram por enviar a mensagem

enganosa, enquanto apenas 46% das pessoas que viram a citação ética fizeram o mesmo.

Não só isso, mas aqueles que viram a citação ética e ainda assim decidiram enviar a

mensagem enganosa eram mais propensos a escolher Sam (cujo e-mail não continha citação)

como mensageiro.

A experiência subsequente encontrou efeitos protetores semelhantes para avatares, quando

usaram camisetas com os nomes de sites de Internet (YourMorals.org, por exemplo)

impressos nelas.

Isso significa que o colar de alho funcionou.

“Temos a tendência de evitar sujar coisas limpas”, diz Kouchaki, apontando para a literatura

antropológica e psicológica que sugere que as pessoas acham intrinsecamente imoral

danificar objetos ou seres tidos como puros.

Os participantes do estudo podem ter evitado pedir ao subordinado que consideravam

moralista realizar uma tarefa imoral porque isso teria sido duplamente imoral.

Ou, ela salienta, simplesmente pode ser que, ver um símbolo moral, de forma consciente ou

inconsciente, aumenta a consciência moral na pessoa que o vê.

Levando para o mundo real


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Para testar essas descobertas em campo, Kouchaki e Desai realizaram uma pesquisa com

104 pares de chefes-subordinados de uma variedade de organizações na Índia, onde ícones

religiosos são frequentemente exibidos no trabalho.

A pesquisa perguntou aos chefes sobre o desempenho do seu subordinado no trabalho, o

relacionamento com o chefe, a tendência a exibir símbolos morais e o caráter moral.

Enquanto isso, os subordinados foram questionados sobre a frequência com que seus chefes

os orientavam de forma antiética, bem como a frequência com que seus chefes paravam em

suas mesas.

As autoras descobriram que os subordinados que exibiam símbolos morais eram mais

propensos a serem considerados pelos seus supervisores como tendo caráter moral elevado,

e tinham menos probabilidade de serem requisitados a comprometer seus padrões morais no

trabalho.

Não só isso, mas “nós não descobrimos nenhuma possível reação adversa e nenhuma

diferença nas avaliações de desempenho”, diz Kouchaki.

Em outras palavras, exibir símbolos morais não parece ter afetado negativamente os

sentimentos dos chefes em relação ao subordinado.

Da mesma forma, quando os participantes da experiência do e-mail foram questionados se

achavam que os e-mails de Sam e Pat tinham afetado sua decisão de repassar mensagens

éticas ou antiéticas, nenhum dos participantes disse que os e-mails tinham sido um fator

relevante.

Isso não deve ser ignorado. A pesquisa do Centro de Recursos Éticos descobriu que 21% dos

funcionários que relataram má conduta disseram que sofreram retaliação.


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E qual a amplitude da proteção de um crucifixo ou de um poster de Ghandi? Kouchaki

observou rapidamente que a pesquisa se concentra principalmente em comportamentos

antiéticos relacionados a dinheiro.

É necessário mais pesquisa para determinar se os símbolos morais podem proteger contra

outros tipos de corrupção, como a discriminação racial ou assédio sexual. Ela acredita que

eles podem proteger.

“Não há pesquisas suficientes sobre como pessoas sem poder podem fazer a diferença”, diz

Kouchaki.

“Queremos que as pessoas sintam que, independente do que aconteça, elas têm controle

sobre estas situações, e que elas podem fazer algumas coisas para evitar comportamentos

questionáveis por parte de outras pessoas”.

Texto publicado com a permissão da Northwestern University (em representação da Kellogg

School of Management). Publicado originalmente no Kellogg Insight.

PESQUISA 2

“Brasileiro ficou mais ético no trabalho após Lava Jato?


Estudo explica as mudanças”
As empresas devem utilizar todos os recursos disponíveis
para potencializarem essa mudança

Disponível em: https://www.infomoney.com.br/carreira/brasileiro-ficou-mais-etico-no-


trabalho-apos-lava-jato-estudo-explica-as-mudancas/

A implementação da Lei Anticorrupção e o andamento das investigações da Lava Jato reforçaram a

preocupação das empresas com as questões éticas. Mas, na prática, como reage o profissional

brasileiro diante da corrupção, fraude, desvios e má-conduta? Segundo um estudo realizado pela
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consultoria global Protiviti, houve impacto positivo sobre as atitudes dos brasileiros no ambiente

corporativo.

A pesquisa indica como os funcionários se posicionam quando estão expostos a dilemas éticos

existentes no seu dia a dia do trabalho. De acordo com o levantamento, 47% dos trabalhadores

denunciam atos irregulares no ambiente organizacional, enquanto 53% apresentam resistências por

medo das possíveis consequências.

Na pesquisa anterior, de 2015, os números apresentados eram de 40% e 60% respectivamente. Esse

crescimento de 17,5% de pessoas que denunciam atos ilícitos mostra que as pessoas começam a

enxergar que a conveniência a atos antiéticos tem causas externas.

“Embora as empresas estejam cada vez menos tolerantes a atos antiéticos e o profissional sinta que

pode ser prejudicado por saber da ocorrência de ilicitudes e se omitir, o medo de exposição e retaliação

por denunciar ainda está presente, mas a divulgação constante da Lava Jato promove a

conscientização sobre a queda da impunidade em relação a atitudes não éticas”, explica Antonio Carlos

Hencsey, líder da prática de Ética & Compliance na Protiviti.

O estudo também observa que 15% dos profissionais avaliados têm baixa flexibilidade moral, ou seja,

apresentam valores morais internalizados e sólidos. Já 35% tem uma flexibilidade moral média baixa,

ou seja, seus valores morais ainda são sólidos e estão ancorados num contexto afetivo-social maior,

como família e amigos.


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Outros 36% apresentam média flexibilidade, o que indica que possuem tendência a agir de forma

correta, porém, em situações de pressão e não identificação de uma saída correta podem flexibilizar

sua conduta.

“Esses percentuais mostram que, caso a empresa estimule e dê condições para que ações éticas

sejam tomadas, como um canal de denúncia anônimo, que contempla processos investigativos e

tratamentos adequados, políticas claras e reflexões sobre ética frequentes, 86% da população interna

tenderiam a agir de acordo com o que é correto.

Neste cenário, apenas 14% da população apresentaria um perfil somado de média alta e alta

flexibilidades apresentando maior probabilidade de riscos. Porém, em empresas que não oferecem

condições para que as pessoas se posicionem em relação a atitudes ilícitas, os 36% com média

flexibilidade tenderiam a compactuar com atitudes ilícitas mesmo que não concordando com elas,

elevando para 50% o potencial de risco vindo dos colaboradores”, explica Hencsey.

Outros índices positivos trazidos na pesquisa são que 63% dos respondentes não repassam dados

sigilosos por medo de serem prejudicados no mercado de trabalho ou pegos atuando de forma

irregular. Esse mesmo percentual (63%) dos entrevistados também não furtariam ou fariam mau uso

dos bens materiais da empresa com receio de forte condenação social.

No quesito pagamentos e recebimentos ilícitos, 57% dos trabalhadores respondentes afirmaram que

esta prática não faz parte de suas relações profissionais por receio de serem punidos, sem, contudo,

demonstrarem um distanciamento moral relevante com essa prática. Além disso, a gratificação indevida

é vista com maus olhos para 56% dos profissionais entrevistados pela Protiviti.
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Vale ressaltar que quando abordados sobre o receio da punição em reportar aos superiores os erros

próprios ou de terceiros, 66% dos profissionais deixam de denunciar. Isso mostra que ainda há falta de

visão do colaborador sobre as consequências futuras pela omissão do ato e o descomprometimento

em não se envolver com a missão e os valores da empresa.

A consultoria afirma que a análise deste ano traz duas conclusões inéditas. A primeira delas é que os

profissionais brasileiros estão mais atentos a este momento nacional, e as empresas devem utilizar

todos os recursos disponíveis para potencializarem essa mudança.

O segundo ponto está relacionado a uma nova maneira das companhias avaliarem os candidatos e

colaboradores frente a dilemas éticos por meio de metodologias diferenciadas.

PESQUISA 3

“Ações antiéticas tendem a ser aceitas por brasileiros”

Teste de integridade mostra que 46% desviariam bens de suas companhias


ou não denunciariam colegas

Disponível em: http://www.3gconsultoria.com.br/noticias/acoes-antieticas-tendem-a-ser-


aceitas-por-brasileiros/

Pesquisa divulgada nesse começo de ano pelo jornal Valor Econômico joga um balde de água

fria em quem imaginava um resultado mais promissor para as lições anticorrupção da já

histórica Operação Lava-Jato. Ela mostra que ações antiéticas tendem a ser aceitas por

brasileiros. Quase metade dos profissionais (46%) submetidos a um teste de integridade

demonstra ter tendência a sucumbir a desvios ou a não denunciar colegas que desviam bens
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da empresa. Além disso, 48% manipulariam relatórios de despesas pagas pela companhia

com o intuito de ganhar mais.

Na mesma pesquisa, realizada pelo Instituto de Pesquisa do Risco Comportamental (IPRC),

dois terços dos entrevistas (66%) demonstraram ter tendência a realizar pagamentos

indevidos para beneficiar fornecedores, e somente 29% percebem que pagamentos indevidos

a terceiros são uma modalidade de fraude.

O jeitinho sobrevive

“Muitas pessoas não cometem a fraude diretamente, mas se percebem um colega fazendo

não interferem. Isso tem muito a ver com a nossa cultura, a ideia do jeitinho brasileiro, de

aceitar ações antiéticas desde que elas não afetem diretamente a vida da pessoa”, comenta

Renato Santos, diretor acadêmico do IPRC e professor de compliance no Ibmec, Gipecafi,

Fecap, FIA e Trevisan Escola de Negócios.

Lançado em 2018, o instituto é resultado de uma parceria entre a S2 Consultoria e a Meu

Estúdio, produtora de conteúdo de comunicação corporativa e reúne especialistas da

academia e do mercado. Para chegar aos números da pesquisa, o instituto aplicou um teste

desenvolvido por Santos chamado Potencial de Integridade Resiliente (PIR), em 2.435

profissionais de 24 empresas. Eles foram submetidos a um extenso questionário que simula

dilemas éticos e expõe o entrevistado a diferentes situações de corrupção, apropriação

indevida e fraudes.

Cultura do suborno

Santos explica que as perguntas não são diretas, do tipo “você aceitaria suborno?”. Os temas

são abordados de forma sutil – como na pergunta “se você recebesse presente de um

fornecedor na sua casa como você se sentiria? Feliz ou irritado?” Questões nessa linha são
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feitas repetidas vezes para que se consiga realmente identificar a visão do entrevistado sobre

o assunto. A precisão do PIR é de 82%.

Em outra questão, o entrevistado responde à pergunta “o que te impediria de aceitar suborno”.

“Se a pessoa colocar o medo de ser pega ou fato de ter um bom salário, isso indica que

dependendo da situação ela pode aceitar”, diz.

Regras claras

Nesse cenário de índices tão elevados de tendência a aceitar desvios éticos no trabalho, a

saída é a empresa ter um conjunto de regras de compliance e apresentá-lo ao funcionário logo

que ele entra. “Às vezes, ele vem de uma empresa onde essa cultura é aceita, então é

importante alinhar com ele o que a empresa não tolera em termos de política de compliance”,

afirma.

Além disso, é necessário trabalhar o tema continuamente na organização. Por fim, um terceiro

ponto é a manutenção de um canal de denúncias seguro e confidencial. “É fundamental dar

ao funcionário a possibilidade de denunciar de forma anônima e sem qualquer tipo de

retaliação.”

Longo caminho

Para Gino Oyamada, diretor da 3G Consultoria, o país avançou de forma importante nos

últimos anos, em direção a um ambiente corporativo e político mais ético. Foram vitais para

isso instrumentos como a Lei Anticorrupção, que acaba de completar três anos de vigência, e

a Lei das Estatais.

Também cabem méritos aos esforços da força-tarefa que levou a cabo a gigantesca

investigação conhecida como Operação Lava-Jato, responsável por desbaratar quadrilhas de


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corruptores e corruptos na esfera pública e na privada, por dezenas de prisões e pela

recuperação de grandes valores para os cofres públicos.

Mas ainda há muito por fazer e para conquistar. “Esse é um esforço que cabe à toda

sociedade. Mas sem dúvida as empresas e seus gestores têm uma grande responsabilidade

em suas mãos, pela capacidade de construir bons exemplos e gerar resultados que sirvam de

exemplo para todos. Só as empresas com boa governança serão capazes de reverter essa

tendência perniciosa, e de sobreviver em um mundo que cobra cada vez mais caro pela licença

social para atuar”, alerta Oyamada.

Leia mais em https://glo.bo/36tMjAB

Sobre a falta de ética que assola a nossa sociedade, Leonardo Boff


(2016) explica que essa “se revela nas mínimas coisas, desde as
mentirinhas ditas em casa aos pais, a cola na escola ou nos concursos,
o suborno de agentes da polícia rodoviária quando alguém é
surpreendido numa infração de trânsito até em fazer pipi na rua”.
Segundo o autor, para superarmos a crise da ética não bastam apelos,
mas uma transformação da sociedade.

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