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MODELO - Peticao Inicial Direitos Autorais

O autor entrou com uma ação contra a demandada por uso indevido de sua fotografia registrada na Biblioteca Nacional sem sua autorização ou pagamento. Ele pede indenização por danos materiais no valor que normalmente cobraria pelo uso da foto (R$1.500) e danos morais pela violação de seus direitos autorais e dano à sua reputação profissional.

Enviado por

Geraldo Trindade
Direitos autorais
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Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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MODELO - Peticao Inicial Direitos Autorais

O autor entrou com uma ação contra a demandada por uso indevido de sua fotografia registrada na Biblioteca Nacional sem sua autorização ou pagamento. Ele pede indenização por danos materiais no valor que normalmente cobraria pelo uso da foto (R$1.500) e danos morais pela violação de seus direitos autorais e dano à sua reputação profissional.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE SÃO PAULO/SP.

NOME DO AUTOR, nacionalidade, estado civil, profissã o, devidamente inscrito no


RG________ e no CPF _______, e-mail: (correio eletrô nico), por intermédio dos seus advogados
legalmente habilitados (procuraçã o anexa) com endereço profissional na Rua ______, nº
______, Bairro ____, Sã o Paulo/SP, vem, perante este juízo, ingressar, com fulcro na Lei
9.610/1998 e no artigo 319 do CPC, com
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C REPARAÇÃO POR DANOS COM PEDIDO DE
TUTELA ESPECÍFICA
Em face de NOME, (qualificaçã o completa) pessoa jurídica de direito privado, CNPJ
XXXXXX, com sede na (ENDEREÇO) pelos fundamentos que passa a aduzir:

JUSTIÇA GRATUITA                   Inicialmente, o
promovente requer os benefícios da Justiça Gratuita (Art. 3º da Lei nº. 1060/1950) para
ficar isento do pagamento das custas processuais, uma vez que, conforme declaração de
pobreza, nã o tem como arcar com as custas e despesas relativas ao processo.
FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA                    O demandante
é fotó grafo profissional com experiência no ramo fotográ fico como pode ser visto em seu
site profissional (endereço do site), e recentemente, fotografou belíssimas paisagens, com
enorme apelo visual e comercial da __________, a seguir:
(FOTOGRAFIA DO AUTOR UTILIZADA INDEVIDAMENTE)
Para devida utilizaçã o, suas fotos sã o ofertadas, como permite o artigo 79 da Lei de Direitos
Autorais e o inciso XXVII do Art5º da CF/88. Ressalte-se que o autor cobra o valor de
R$1.000,00 a R$2.000,00 para a utilizaçã o de uma de suas fotografias para confecçã o de um
painel fotográ fico ou campanha publicitá ria, por exemplo, dependendo para que fim se
destina a utilizaçã o de tais materiais publicitá rios, logo o autor perceberia um valor médio
de R$1.500,00 (mil e quinhentos reais) por fotografia.
No entanto, recentemente, o autor se deparou com a contrafaçã o de sua fotografia retro
destacada no site da primeira demandada no link (URL da CONTRAFAÇÃ O), utilizando-se
indevidamente de 01 (uma) da fotografia da _______ de autoria do demandante, para
promover pacotes turísticos no Facebook da empresa demandada, sem a sua devida
autorizaçã o e/ou remuneraçã o, o que abalou o autor tanto moral quanto materialmente,
tendo em vista que nada recebeu pela utilizaçã o de sua fotografia tã o desejada para fins
publicitá rios. Lucros estã o sendo auferidos com a violaçã o dos direitos autorais, visto que
se promove uma paisagem para atrair mais turistas.
FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Fotografia – Registro na Biblioteca Nacional – Titularidade dos Direitos – Fotógrafo
responsável pela obra – Direitos Autorais
Inicialmente cabe deixar claro que, conforme previsã o legal estipulada no artigo 17 da Lei
nº 5.988/1973, a fotografia em questã o foi registrada pelo promovente na Biblioteca
Nacional, como consta em anexo:
Art. 17. Para segurança de seus direitos, o autor da obra intelectual poderá registrá-Ia, conforme sua natureza, na
Biblioteca Nacional, na Escola de Música, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no
Instituto Nacional do Cinema, ou no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.§ 1º Se a obra for
de natureza que comporte registro em mais de um desses órgãos, deverá ser registrada naquele com que tiver
maior afinidade.§ 2º O Poder Executivo, mediante Decreto, poderá, a qualquer tempo, reorganizar os serviços de
registro, conferindo a outros Órgãos as atribuições a que se refere este artigo.

Esse registro garante ao autor, por ter sido o fotó grafo responsá vel pela criaçã o artística, a
paternidade inconteste sobre a obra registrada e lhe permite reivindicar os direitos morais
e materiais inerentes a sua produçã o, esta que é incontroversa, tanto pelo depó sito nos
ó rgã os pú blicos oficiais, quanto pela apresentaçã o dos originais, do registro em cartó rio
(em anexo), publicaçõ es em Facebook e da Biblioteca Nacional.
Nesse sentido, o promovente, que é fotó grafo profissional, criou a obra fotográ fica
registrando a beleza da paisagem, como prova a versã o original da foto, caracterizando-se,
entã o, como autor intelectual e tendo todos os direitos autorais, mormente os imateriais e
materiais, que estã o elencados a partir do artigo 22 do título III da lei 9.610/1997:
Art. 22. Pertencem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou.

Uso indevido de fotografia – Cessão não concedida – Contrafação – Direito de


Reivindicar – Ilícito Civil – Danos Materiais e Morais.

Como pode ser observado do registro do site, a promovida utilizou, sem autorizaçã o e
pagamento, a fotografia de propriedade intelectual do autor. Existiu, dessa maneira, a
prá tica de contrafaçã o, ilícito autoral constante no inciso VII do artigo 5 da Lei 9.610/1997.
Só quem tem, nos termos do inciso XVII do artigo 5º da CF/88, direito ao uso exclusivo da
foto é o promovente, salvo nas hipó teses de licença ou venda, que nã o aconteceram na
hipó tese.
Entretanto, como essas exceçõ es nã o aconteceram no caso em comento, o demandante teve
que suportar prejuízos, seja na ó rbita material, já que ele nã o percebeu os valores que
cobra para o uso da foto, bem como morais, pois os créditos nã o lhe foram conferidos.
Esses prejuízos, consoante será exposto, devem ser devidamente reparados.
Danos materiais – Valor cobrado pelo uso da foto – Dever de indenizar
De acordo com o artigo28 da Lei de Direitos Autorais, só quem pode dispor, utilizar e fruir
de uma foto é o seu autor. Somente com a concessã o prévia e expressa deste é que terceiros
podem utilizar o registro. Isso na situaçã o em tela nã o aconteceu. A foto foi publicada com
finalidade econô mica pela demandada, justamente para, ao mostrar as belezas locais
extraídas pela perspectiva visual do autor, vender mais pacotes turísticos.
Em detrimento do autor, a promovida lucrou, pois fez propaganda sem pagar pela foto e
ainda conseguiu angariar mais clientes com o visual retratado na foto do autor. E, para que
isso acontecesse corretamente, a foto do autor teria que ter tido o seu uso licenciado, razã o
pela qual este é o seu prejuízo material, ou seja, no importe de R$1.500,00 (mil e
quinhentos reais), valor que uma foto sua é licenciada no mercado.
Dessa maneira, a título de danos materiais, este juízo deve condenar a demandada a pagar
ao autor a quantia de R$1.500,00 (mil e quinhentos reais), devidamente atualizada com
correçã o monetá ria e juros.
Danos morais
Além dos prejuízos materiais, o autor também teve lesõ es extra patrimoniais, no que tange,
em especial a sua moral, bem jurídico que também é protegido pela Lei de Direitos
Autorais, em seu artigo 24:
Art. 24. São direitos morais do autor: I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; II - o de ter seu
nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua
obra; III - o de conservar a obra inédita; IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer
modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua
reputação ou honra; V - o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada; VI - o de retirar de circulação a obra
ou de suspender qualquer forma de utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem
afronta à sua reputação e imagem; VII - o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre
legitimamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo fotográfico ou assemelhado, ou
audiovisual, preservar sua memória, de forma que cause o menor inconveniente possível a seu detentor, que,
em todo caso, será indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado. § 1º Por morte do autor,
transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se referem os incisos I a IV. § 2º Compete ao Estado a defesa
da integridade e autoria da obra caída em domínio público. § 3º Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-se as
prévias indenizações a terceiros, quando couberem.

Nessa ordem de ideias, as honras objetivas e subjetivas do autor foram violadas,


mormente o fato do autor ser um fotógrafo nacionalmente conhecido, em que o site
demandado, na usurpação da foto, não deu os créditos devidos ao responsável pelo
registro, além de ter se furtado do pagamento.
Esse desrespeito põ e em xeque a atividade do fotó grafo, que despendeu inú meras horas de
trabalho e dedicaçã o para fazer o registro da paisagem em discussã o. E tudo isso foi em vã o
com a contrafaçã o feita pela promovida, que, apenas pensando no lucro fá cil, pegou a foto e
a publicou indevidamente, tudo para expandir mais ainda suas atividades e em detrimento
do trabalho do autor, que acaba tendo a sua reputaçã o profissional destruída, pois a
aclamaçã o pelo registro foi tomada pela contrafaçã o.
Ve-se, entã o, que a demandada usurpou a foto, nã o pagou pelo uso e omitiu as informaçõ es
sobre o responsá vel pelo registro, negando os créditos. O ilícito foi triplicado, dando
proporçõ es vultosas aos danos sofridos, que nã o podem ser confundidos com mero
constrangimento ou simples aborrecimento.
O autor nã o recebeu pelo seu trabalho e ainda viu o mesmo ser divulgado indevidamente.
Há , inquestionavelmente, ofensa moral. A honra subjetiva foi gravemente violada. O
promovente se sentiu consternado e constrangido, pois sempre se dedicou a sua paixã o
pela fotografia, em que, até entã o, nunca havia tido esse tipo de problema, ao contrá rio,
suas fotos sempre foram elogiadas pelo pú blico e vendidas corretamente. Ele nunca
esperava que isso acontecesse, razã o pela qual está muito amargurado com a situaçã o e
desacreditado, em que um á rduo trabalho profissional foi desprezado, banalizando a foto e
incentivando também mais contrafaçõ es, pois outras empresas vã o seguir o mesmo
caminho para poder divulgar a foto em comento.
A honra objetiva ou externa também fora atacada. Todas as pessoas que viram a foto acham
que o site promovido é o verdadeiro autor, quando na verdade nã o teve nenhum trabalho, a
nã o ser usar um conjunto de teclas do seu computador, ou seja, o famoso copiar e colar.
Atitude reprová vel e indigna para qualquer pessoa.
Por fim, o nexo causal está presente. A contrafaçã o foi a responsá vel pelos danos sofridos
pelo autor. Se a usurpaçã o da foto nã o tivesse sido realizada, o fotó grafo promovente teria
recebido os valores cobrados pela foto e os créditos teriam sido concedidos em seu nome.
Assim, inconcussos o ilícito, os danos e o nexo causal, a promovida deve ser condenada a
reparar o autor por todos os danos sofridos.
Tutela específica – Retirada da fotografia da internet – Pressupostos preenchidos
Nos termos do pará grafo ú nico e caput do artigo 497 do Có digo de Processo Civil, sempre
que presentes o fundamento relevante da demanda e a probabilidade de ineficá cia de
medida final, o ó rgã o julgador pode antecipar o pleito requerido pelo demandante, ou seja,
impedir que a demandada continue utilizando indevidamente a foto capturada pelo autor,
pois a suspensã o da divulgaçã o é um direito garantido aos autores das obras intelectuais,
consoante preconiza o artigo 102 da lei de direitos autorais.
Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada, poderá
requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização
cabível.

O fundamento relevante da demanda advém da indiscutível contrafaçã o e da natureza


alimentar das fotos, eis que é através da venda delas que o fotó grafo demandante tem a sua
ú nica fonte de subsistência, pois, como profissional, trabalha unicamente com a
comercializaçã o dos seus registros.
Já a ineficá cia da medida final emana do fato de que a foto, como está publicada na internet,
poderá ser copiada e publicada em outros portais, tudo isso sem a devida autorizaçã o e
remuneraçã o, pois, certamente, acharã o que a foto é de domínio pú blico, quando nã o o é. Se
a foto somente for retirada com a final da demanda, o autor terá vultosos prejuízos, eis que
as contrafaçõ es serã o multiplicadas, permitindo-se mais ilícitos autorais.
Imperioso, dessa maneira, que este juízo conceda a tutela específica para que a empresa
demandada seja obrigada a retirar a foto do autor que está sendo publicada indevidamente
em seu portal eletrô nico.
Publicação da violação autoral no site institucional – Retratação
Nos termos do artigo 108 da Lei de Direitos Autorais, a promovida, como realizou a
contrafaçã o e nã o indicou o nome do promovente, deve ser condenada a divulgar em seu
site institucional e em três jornais de grande circulaçã o nacional, a informaçã o que o
promovente é o autor intelectual da foto em discussã o, sendo o responsá vel pelo seu
registro e ú nico detentor de todos os direitos autorais a ela inerentes.
PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se:                       O
deferimento dos benefícios da justiça gratuita, já que, conforme a declaraçã o acostada, a
parte autora é pobre na forma da lei;
Em cará ter de decisã o interlocutó ria, através de tutela específica em obrigaçã o de
fazer:                              a) A
DETERMINAÇÃO para que a DEMANDADA RETIRE/EXCLUA do seu SITE o registro
fotográ fico do autor publicado no link (URL), sob pena de aplicaçã o de multa diá ria de
R$____, eis que preenchidos todos os pressupostos indispensá veis para a concessã o da
tutela específica;
Em cará ter de sentença definitiva:
b) A DECLARAÇÃO que a obra fotográ fica publicada no seu Facebook, link: URL , é de
propriedade intelectual do autor, restando unicamente a este a exploraçã o e uso do
referido trabalho;                  c) A DETERMINAÇÃO
DEFINITIVA para que as DEMANDADA RETIRE/EXCLUA do seu Facebook fotografia do
autor, link: URL, sob pena de aplicaçã o de multa diá ria de R$____, eis que preenchidos todos
os pressupostos indispensá veis para a concessã o da tutela
específica;                              d) A
CONDENAÇÃO da (s) EMPRESA (S) DEMANDADA (S) a PAGAR (EM) ao autor, a título de
reparaçã o por danos materiais, a quantia de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), valor
inerente ao preço que uma foto é licenciada no mercado fotográ fico, devendo, igualmente,
haver a devida atualizaçã o com juros de mora e correçã o monetá ria;        e) A
CONDENAÇÃO da EMPRESA DEMANDADA a REPARAR o autor pelos danos morais
sofridos, no valor de R$ _____ ou em quantia superior a ser arbitrada por este juízo, devendo
ser um valor capaz de figurar como sançã o e penalidade à s graves violaçõ es aos direitos
autorais, inibindo-a de possíveis reiteraçõ es de tal comportamento danoso e com
atualizaçã o monetá ria e juros de mora a partir da data do evento (Sú mula 43 e 54 do
Superior Tribunal de Justiça);                     f) A
CONDENAÇÃO da (s) EMPRESA (S) DEMANDADA (S) a PUBLICAR (EM) na pá gina
principal do seu site institucional e em três jornais de grande publicaçã o, a informaçã o que
o promovente é o autor intelectual da foto em discussã o, sendo o responsá vel pelo seu
registro e ú nico detentor de todos os seus direitos autorais a ela inerentes, sob pena de
aplicaçã o de multa diá ria de R$ ____;                 g) A
CONDENAÇÃO da DEMANDADA a arcar com as custas processuais e honorá rios
sucumbências;
REQUERIMENTOS FINAIS                    Por fim, requer a
citaçã o da ré, para querendo, contestar a presente, sob pena de revelia e confissã o, ex vi
arts. 250 do Có digo de Processo Civil, fazendo-se constar no Mandado de Citaçã o a
advertência dos efeitos da revelia que consta no art. 334 e 344 do CPC;
PROVAS                              Protesta e
requer, por fim, pela produçã o das provas de todos os gêneros de provas admitidas em
direito e moralmente legítimos, especialmente pela perícia, juntada de novos documentos,
oitiva de testemunhas e etc.
VALOR DA CAUSA                       Atribui à causa o
valor de _______.
Nestes termos, Pede Deferimento.
Sã o Paulo/SP- Data
Advogada OAB

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