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Técnicas Cromatográficas em Química

Este documento descreve três experimentos de separação de misturas realizados por estudantes de Farmácia: 1) Cromatografia em camada delgada da fotoisomerização do azobenzeno; 2) Extração e separação dos pigmentos da folha de espinafre por cromatografia em coluna; 3) Isolamento da cafeína do pó de guaraná por extração com solventes e filtração.

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Técnicas Cromatográficas em Química

Este documento descreve três experimentos de separação de misturas realizados por estudantes de Farmácia: 1) Cromatografia em camada delgada da fotoisomerização do azobenzeno; 2) Extração e separação dos pigmentos da folha de espinafre por cromatografia em coluna; 3) Isolamento da cafeína do pó de guaraná por extração com solventes e filtração.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS - ICEX


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
BELO HORIZONTE, MG, BRASIL

Química Orgânica Experimental - Farmácia

RELATÓRIO No 001

TÍTULO: Método de separação de mistura de substâncias

AUTORES:
Eliza Cristina Santos Souza – 2019115578
Polyanne Alves Rodrigues – 2019108393
Yan Fernandes de Oliveira – 2019111882

Belo Horizonte, 03 de maio de 2022.


1. INTRODUÇÃO

O método de separação de mistura de substâncias consiste em extrair substâncias


isoladas da composição de uma mistura homogenia.
Aplicando a química orgânica experimental, esse método consiste em técnicas
cromatográficas para separar misturas, obter substancia pura, isolar o produto de uma
reação com finalidade preparativa e verificação da pureza, confirmação da substância
existente em uma amostra, monitoramento de uma reação química e determinação do
número e identidade de componentes de uma mistura, com finalidade analítica.
Entre os diversos tipos de cromatografia, abordaremos apenas dois tipos em especifico,
a Cromatografia em Camada Delgada (CCD) e Cromatografia em Coluna (CC).
Cromatografia em Camada Delgada (CCD): Fundamenta-se de forma analítica
comparando dois analitos, determinando o número de componentes de uma mistura e o
solvente adequado a ser utilizado na cromatografia em coluna, monitorando uma
separação por cromatografia em coluna e o progresso de uma reação química.
Realizado na prática a comparação da fotoisomerização cis-trans do azobenzeno.

Imagem 01: Estrutura molecular Cis-trans do


Azobenzeno Fonte: Apostila de química Orgânica
Experimental
Cromatografia em Coluna (CC): Possui finalidade preparativa onde podemos fazer a
separação de uma mistura obtendo cada componente de uma mistura pura, tanto
quanto purificar o produto de uma reação ou substâncias obtidas de vegetais.
Na prática foi realizado a extração dos pigmentos vegetais da folha de espinafre.

Imagem 02: Estrutura molecular dos carotenos –


Representação da estrutura do β-caroteno e α-caroteno Fonte:
Ribeiro, E.  P. (2007). Química de alimentos.  Brasil:  Blucher.
Imagem 03: Estrutura molecular da clorofila- Representação
da estrutura das clorofilas. Onde R = -CH 3 na clorofila (a) e
R= -HC=O na clorofila (b) Fonte:
Ribeiro, E. P.  (2007).  Química de alimentos. Brasil: Blucher.

2. OBJETIVOS
Os experimentos práticos consistiram em introduzir a técnica da cromatografia em
camada delgada (CCD); estudando a fotoisomerização cis-trans do azobenzeno.
Introduzir a técnica da cromatografia de adsorção em coluna; extraindo pigmentos
vegetais como Carotenos e clorofilas, fracionando por meio de CC, da folha de
espinafre.
Introduzir conceitos e técnicas de fitoquímica e recristalização; isolando produto
natural por extração com aquecimento – extração da cafeína do pó de guaraná.

3. MATERIAIS EM GERAL (apenas os usados na aula prática)


Pratica 1
Béquer de 50 mL, tubos capilares, placas cromatográficas previamente preparadas,
cubas de vidro, vidros de “penicilina”, iodo sólido, papel de filtro, espátula.
Pratica 2
Coluna com torneira, algodão, folhas de espinafre, água destilada, papel absorvente,
Sílica Gel 60, pipeta conta-gotas, erlenmeyer de 125 mL, proveta de 25 mL, bastão ou
tubo de vidro, béqueres de 50 e 250 mL, almofariz com pistilo, suporte, garras e mufas,
espátula, tela de amianto, aro ou tripé, bico de gás, conjunto para evaporador
rotatório, funil de haste longa, bastão de vidro com borracha.
Pratica 3
Béquer de 500 e 50 mL, erlenmeyer de 250 mL, funil simples, bastão de vidro, espátula,
funil de separação, suporte universal, anel de ferro, garras, mufas, tubos de ensaio,
pinça de madeira, balão de fundo redondo com junta esmerilhada, vidro de relógio,
placas de vidro, sílica gel, papel de filtro, evaporador rotativo, sistema de
aquecimento, iodo, cubas para cromatografia, capilares, gelo, balança, sistema de
filtração a vácuo, água e metanol.

4. REAGENTES E SOLVENTES
Pratica 1
Tolueno, azobenzeno, benzidrol, benzofenona, acetona.
Pratica 2
Folhas de espinafre, água destilada, sílica Gel 60, hexano, acetona.
Pratica 3
Guaraná em pó, clorofórmio (ou diclorometano), sulfato de sódio, cafeína, carbonato
de potássio ou sódio.

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Pratica 1
Em uma cromatoplaca aplicou-se com auxílio de um tubo capilar, uma gota de
azobenzeno a uma altura de aproximadamente de 1,0 Cm, logo após a aplicação a
cromatoplaca foi deixada exposta a luz por 15min (conforme imagem 04 e 05)

Imagem 05
Imagem 04

Em uma cuba de eluição, com papel filtro para saturar de vapor a cuba, foi adicionado
uma quantidade menor que 1 Cm de altura do solvente Tolueno (conforme imagem 06)

Imagem 06
Após os 15 min de exposição da cromatoplaca a luz, foi aplicado na mesma altura da
aplicação anterior, com o auxílio de um capilar, outro ponto do azobenzeno que
permaneceu ao abrigo da luz (conforme imagem 07).
A cromatoplaca foi introduzida na cuba de eluição, que permaneceu tampada até o
solvente atingir uma altura mais ou menos de 1 Cm da extremidade superior da placa
(conforme imagem 08)

Imagem 07 Imagem 08

Após a eluição a placa foi removida de dentro da cuba e imediatamente com o auxílio
de um lápis realizou-se a marcação da posição atingida pelo eluente (conforme a
imagem 09 e 10).

Imagem 09

Imagem 10
Pratica 2

1) Empacotamento da coluna
Fixou-se a coluna de vidro verticalmente em um suporte. Fechou-se a torneira e
introduziu-se um pequeno chumaço de algodão até a conexão do tubo com a torneira e
em seguida adicionou 10mL de hexano. Adicionou-se, com o auxílio de um funil,
rapidamente, uma suspensão contendo cerca de 10g de sílica gel e hexano na coluna.
Abriu-se a torneira e deixou o líquido escoar, recolhendo-o e reutilizando para acertar
o enchimento da coluna, até que fique 5 cm acima do topo da fase estacionária.
2) Preparo do extrato
Retirou-se toda a nervura das folhas de espinafre e pesou 20g (A). Ferveu-se as folhas
com 200 mL de água destilada, por 2 minutos contados após a fervura, num béquer de
250 mL(B). Desprezou-se a água e resfriou-se rapidamente as folhas com água gelada.
Enxugou-se as folhas (C). Macerou-se com o auxílio do almofariz e pistilo contendo 15
mL de uma mistura de acetona/hexano (1:1) até obter uma solução verde (D). Retirou-
se uma alíquota dessa solução verde e transferiu-se para um béquer pequeno e
adicionou 1 ponta de espátula de sílica para incorporar ao extrato. Evaporou-se o
solvente, em uma chapa aquecedora, agitando sempre com o bastão para não projetar.
Assim obteve-se um pó fino de cor verde oliva. (E)

(A – pesagem das folhas de espinafre. B – fervura das folhas em manta de aquecimento)


(C- secagem das folhas em papel absorvente. D - maceração das folhas com hexano e acetona)

(E – obtenção de pó fino verde oliva)


3) Eluição da coluna cromatográfica
Com a torneira ainda fechada, colocou-se o extrato no topo da coluna, com o auxílio
do funil. Abriu-se a torneira e deixou escoar o solvente (Hexano) até atingir a base da
coluna. Fechou-se e lavou-se as paredes da coluna com o auxílio de uma pipeta conta-
gotas. Abriu-se a coluna novamente, recolheu-se o liquido, e repetiu-se o processo até
que o solvente esteja límpido. Iniciou-se a eluição adicionando hexano até completar a
coluna. Abriu-se a torneira e recolheu-se a primeira fração, até o aparecimento da
primeira banda próximo à torneira. Em outro frasco, recolheu-se a banda amarela,
recolheu-se o solvente até atingir a base da coluna e trocou-se o solvente. Adicionou-se
acetona e recolheu-se, em outro frasco, a terceira fração. Repetiu-se o processo até o
aparecimento da segunda banda. Recolheu-se a quarta fração e finalizou-se a coluna.

(Montagem completa da CC, com algodão, fase estacionaria de sílica, extrato e solvente)
(Recolhimento das quatro frações. Da esquerda pra direita temos, hexano, betacaroteno,
acetona e clorofila.

Prática 3

Extrato aquoso:

Pesado 15 g de guaraná em pó, com auxílio de um papel filtro, que foi dobrado de
modo a obter um envelope, o mesmo foi colocado num béquer de 500 mL.

Figura 1
Adicionado 1 g de carbonato de sódio e 200 mL de água destilada. Em seguida, foi
colocado a mistura para aquecimento permitindo sua ebulição por cerca de 10
minutos, com um vidro relógio para a vedação do béquer. (figura1)

Transferido o líquido ainda quente, para um Erlenmeyer de 250 mL, e lavado o


envelope duas vezes com 20 mL de água previamente aquecida. Em seguida foi juntado
a fase aquosa ao extrato obtido anteriormente.

Produto obtido foi decantado por alguns minutos e foi transferido lentamente o líquido
para outro Erlenmeyer, virando cuidadosamente para evitar a passagem do pó.

Extração com clorofórmio:

Adaptado um funil de separação a um anel de ferro preso a um suporte para a


transferência do extrato aquoso para o funil (com auxílio de um funil simples).

Figura 2

Lavou-se o Erlenmeyer com 20 mL de clorofórmio e também, o mesmo, foi para o funil


de separação. Feito sua agitação suavemente. Após sua agitação, foi deixado o funil
sob repouso até a separação das fases. (Figura2)

Figura 3
Recolheu-se a fase orgânica (inferior) num Erlenmeyer seco. Este procedimento de
extração foi feito duas outras vezes com as porções de clorofórmio e em seguida,
descartado a fase aquosa.

Adicionou-se sulfato de sódio anidro ao Erlenmeyer até cobrir o fundo do mesmo e


agitado até obter uma solução límpida.

Figura 4

Resultado 1
Resultado 2

Transferido, o líquido para um balão de fundo redondo com boca esmerilhada tarado.
Foi feita à remoção completa do solvente em evaporador rotatório. Após seu
resfriamento foi anotado o peso obtido. (figura 4, resultado 1 e 2)

Observação- Foram obtidos dois resultados diferentes, pois foram feitos dois
experimentos independentes.
- Adicionado um pouco de clorofórmio no balão e transferido o líquido para um vidro
de penicilina pequeno que foi identificado.

Resultado 1

Resultado 2

Feito a caracterização do produto obtido através da CCD da mesma forma que o


experimento 1.

Observação: Obtido dois resultados, pois foram feitos 2 procedimentos independentes.

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Relatório 1
Placa 1 Placa 2

*Resultado a1 - 1,2 * Resultado b1 - 2,0

*Resultado a2 - 3,7 * Resultado b2 - 2,3

*Resultado Ci - 5,9 * Resultado Cii - 6,0

RF1- RF2-

Z= 0,203 (c/luz) Benzidrol= 0,333

E= 0,627 (s/ luz) Benzofenona= 0,383

Placa 1 - O azobenzeno é um composto fotoquimicamente sensível na luz visível, isto


muda sua estrutura e consequentemente sua polaridade.

Foi analisado a diferença de arraste no composto cis e trans do azobenzeno, tendo


assim a diferença no cálculo RF. Isto se dá pelo fato de a isomeria ter correlação
direta com a polaridade do composto.

Placa 2 - O benzidrol é mais polar que a benzofenona, por isso observamos uma
diferença no cáculo RF da placa 2. As duas substâncias colocadas junto a um eluente
apolar (tolueno), é possível ver a diferença de arraste e consequentemente a diferença
de RF.

Relatório 2 - A coluna cromatográfica realizada a partir do extrato do espinafre, possibilitou


a separação de duas substâncias, uma verde e uma amarela. A ordem de isolamento das
substâncias na coluna, está diretamente ligada à polaridade de cada uma delas. A sílica gel é
polar, sendo assim a substância mais polar irá interagir mais com as partículas da sílica e será
mais difícil a sua retirada, já a substância menos polar, será isolada mais facilmente, sendo a
primeira a ser isolada. Sendo assim, observou-se a saída da substância amarela e
posteriormente da substância verde. De acordo com os conhecimentos e com a literatura,
sabemos que as duas principais substâncias do espinafre são o caroteno e a clorofila, sendo
eles amarelo e verde, respectivamente.

Relatório 3 -

1Resultado Resultado 2

Procedimento 1 (G5 – A Granel)

3,,12 -73,02 = 0,1

15gr___ 100%

0,1___ X%

X= 0,6

Procedimento 2 (G1 - Grão Ação)


79,37 - 79,29 = 0,08

15gr___ 100%

0,08gr___ x%

x= 0,53

7. CONCLUSÕES

Relatório 1 - Foi possível observar o cálculo RF com valor maior para as substâncias
com caráter apolar, pois o eluente usado (tolueno) de caráter apolar, faz com que o
arraste da substância seja maior, do que as outras amostras colocadas na placa de
CCD que foram analisadas.
Relatório 2 - Conclui-se, através da separação dos dois pigmentos presentes nas folhas de
espinafre, que a técnica de cromatografia em coluna para separação de substâncias em uma
mistura é bastante eficiente. Além disso, observou-se que é necessário a escolha correta dos
eluentes da coluna cromatográfica para que a separação das substâncias seja feita
corretamente. Sendo assim, pode-se separar a mistura das substâncias do extrato da folha do
espinafre e comprovar que os pigmentos amarelos e verdes extraídos, eram o caroteno e a
clorofila, respectivamente. Dados que são comprovados pela literatura.

Relatório 3 -

Na análise cromatográfica do relatório 3, não foi possível identificar RF sobre CCD do


primeiro experimento.

Análise comparativa dos resultados:

Grupos Cafeína mg/g Fonte do pó guaraná


G1 5,2 Guará ação
G2 2,3 Viver bem
G3 2,6 Guará ação
G4 2,0 Guará ação
G5 6,6 A granel

Foi possível analisar, que os resultados obtidos a partir dos experimentos dos grupos 1
e 5, teve um desvio padrão se comparado com as demais fontes.

Questionário Relatório 3
Estrutura do Betacaroteno e Alfaroteno. Estrutura da Alfa Clorofila e
Beta clorofila
Através da estrutura das substâncias podemos confirmar a polaridade das mesmas. O
caroteno é um hidrocarboneto, composto muito pouco polar; já a clorofila contém
diversos átomos de oxigênio capazes de fazer pontes de hidrogênio, tornando o
composto mais polar que o caroteno. Sendo assim, comprovamos que o composto
amarelo, primeiro a ser retirado é o caroteno e o verde, a clorofila.
É necessário que se inicie a coluna com o solvente menos polar, no caso hexano, para
que o composto menos polar seja arrastado primeiro e seja separado dos demais
compostos. Caso seja usado o solvente mais polar, acetona, ao recolher-se as frações,
os compostos apolares seriam arrastados juntos com os compostos polares, e a
separação não ocorreria.
Supondo que se tenham três compostos a serem separados, um álcool, um
hidrocarboneto e uma cetona, o hidrocarboneto, por ser o menos polar seria o
primeiro a ser retirado da coluna, posteriormente a cetona e por último o álcool,
composto mais polar. Para a retirada dos três compostos algumas sequências de
eluentes poderiam ser utilizados, como hexano, diclorometano e acetato de etila,
respectivamente.

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