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50 DICAS DIREITO CONSTITUCIONAL PARA A PROVA DA PRIMEIRA FASE DA OAB
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01 O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, não fica vinculado às
decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no
controle de constitucionalidade, de modo que eventual projeto de lei
apresentado em data posterior ao julgamento poderá ser regularmente
votado e, se aprovado, implicará a superação ou reação legislativa da
jurisprudência.
02 De acordo com a súmula vinculante 49, ofende o princípio da livre
concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos
comerciais do mesmo ramo em determinada área.
03 O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de
dois terços dos membros da Câmara Municipal.
04 O STF firmou entendimento no sentido de que o foro por prerrogativa de
função dos parlamentares federais aplica-se apenas aos crimes cometidos
durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas(AP 937 QO, STF).
05 Os Municípios possuem competência para dispor sobre a proteção do meio
ambiente e o controle da poluição, no limite de seu interesse local e em
harmonia com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados.
06 Podem ser objeto de ADI: leis ou atos normativos federais ou estaduais. A
ADC admite a análise de leis ou atos normativos federais e a ADPF cuida
das normas pré-constitucionais, das leis municipais e dos atos normativos
secundários.
07 As penas de prestação de serviços não podem transcender a pessoa do
condenado, sob pena de ofensa ao princípio da pessoalidade ou
intransmissibilidade da pena, elencado no art. 5°, XLV, da CRFB/88.
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08 Segundo orientação jurisprudencial, não há necessidade de que as ações
do controle concentrado estadual sigam o paralelismo do art. 103, I a IX
quanto aos legitimados ativos, sendo, entretanto, vedado, estabelecer a
legitimidade ativa a apenas uma autoridade.
09 Em havendo uma colisão entre direitos fundamentais, deve-se buscar a
conciliação entre eles, aplicando-se cada um em extensão variável,
conforme a relevância que apresentem no caso concreto específico. Não
há direito fundamental de natureza absoluta.
10 Em razão da natureza personalíssima da ação, somente o titular do dado
pode ajuizar o habeas data, seja pessoa natural ou jurídica, nacional ou
estrangeira. Ressalta-se que, para fins de preservação da memória do de
cujus, a jurisprudência admite a impetração da ação pelos seus herdeiros.
11 O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é
vedado aos Policiais Militares, pois sua atividade é essencial à segurança
da sociedade, aplicando-se o art. 142, § 3º, IV, da CRFB/88.
12 O princípio da reserva de plenário do art. 97, da CRFB/88, que visa
defender o princípio da presunção de constitucionalidade das leis, indica
que somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. O princípio
deve ser respeitado tanto no controle difuso quanto no concentrado.
13 Durante o estado de defesa, podem ser estabelecidas restrições aos
direitos de reunião e ao sigilo de correspondência e comunicação
telefônica.
14 A jurisprudência considera que além do direito ao silêncio, estabelecido no
art. 5°, LXIII, da CRFB/88, o preso tem direito fundamental a ser informado
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de que possui tal direito, e a ausência do aviso poderá gerar também a
nulidade e a desconsideração de todas as informações incriminatórias
obtidas no depoimento do acusado. Esse privilégio contra a
autoincriminação deverá ser respeitado inclusive em sede de CPI,
estendendo-se também às testemunhas.
15 Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente, conforme art. 5°, XVI, da
CRFB/88.
16 A orientação jurisprudencial recente do STF entende que é possível a
análise judicial, ainda que excepcional, dos critérios de relevância e
urgência para a edição de uma medida provisória. Como ato normativo
primário, a MP pode ser objeto tanto do controle difuso quanto do
concentrado.
17 O Presidente da República pode dispor, mediante decreto, sobre a extinção
de funções ou cargos públicos, quando vagos, sendo permitida a
delegação dessa competência aos Ministros de Estado.
18 A decisão do Tribunal de Justiça que declara a inconstitucionalidade de lei
local em face da Constituição Estadual pode ser objeto de Recurso
Extraordinário de competência do STF, na forma do art. 102, III, a, da
CRFB/88. Já as decisões de mérito do STF no controle concentrado de
constitucionalidade são irrecorríveis.
19 A forma federativa de Estado é uma das cláusulas pétreas que norteiam a
ordem constitucional brasileira, o que conduz à conclusão de que se revela
inviável o exercício do direito de secessão por parte de qualquer dos entes
federados, o que pode motivar a intervenção federal.
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20 Se o brasileiro nato vem a perder a sua nacionalidade originária por ter
adquirido voluntariamente, por meio de processo de naturalização, outra
nacionalidade (hipótese em que não incide o disposto no art. 12, § 4º, II,
alienas “a” e “b” da CRFB/88), poderá vir a sofrer extradição, pois terá
havido a renúncia à nacionalidade brasileira diante da adoção de outra
cidadania, hipótese autorizadora da decisão pela extradição.
21 A remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de
serviço militar inicial não viola a Constituição de 1988, de acordo com a
súmula vinculante 6.
22 A mudança formal da Constituição só é feita por meio das emendas
constitucionais com base no art. 60. Já a mutação constitucional é o
fenômeno de mudança informal da Constituição com alteração de sentido
e não do texto da lei, permitindo que a lei maior esteja sempre afinada com
a realidade do país.
23 O Sistema Único de Saúde rege-se pelo princípio da universalidade da
tutela à saúde, direito fundamental do ser humano.
24 Os cidadãos, por força do art. 61, § 2º, da CRFB/88, também poderão
deflagrar o processo legislativo brasileiro apresentando projetos de lei
complementar e ordinária, desde que satisfaçam os seguintes requisitos
constitucionais: o projeto deve ser subscrito por, no mínimo, um por cento
do eleitorado nacional + esses eleitores devem estar distribuídos pelo
menos por cinco Estados brasileiros + e em cada um desses Estados, o
número de eleitores não pode ser inferior a três décimos por cento dos
eleitores locais.
25 A Constituição da República de 1988 dispõe que, nos termos da lei, é
assegurada assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva.
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26 Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de
súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá
reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou
outros meios admissíveis de impugnação.
27 A exploração direta da atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária à segurança nacional ou caracterizado relevante
interesse nacional.
28 Somente o STF tem competência para editar súmulas vinculantes que
devem respeitar aos seguintes requisitos cumulativos para a sua edição,
revisão ou cancelamento: decisão de dois terços dos membros do STF,
reiteradas decisões sobre matéria constitucional e a existência de
controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica.
29 Os órgãos e entidades públicas têm o dever legal de promover, mesmo
sem requerimento, a divulgação, em local de fácil acesso, no âmbito de
suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral que
produzam ou custodiem.
30 Segundo orientação majoritária na doutrina não há hierarquia entre leis
complementares e ordinárias, pois ambas encontram fundamento jurídico
de validade diretamente na Constituição Federal. As normas, entretanto,
se diferenciam com relação à matéria e ao quórum para a sua aprovação.
Leis Complementares são aprovadas por maioria absoluta (art. 69) e leis
ordinárias por maioria simples ou relativa (art. 47).
31 A ADPF tem por objetivo evitar ou reparar lesão a preceito fundamental
resultante de ato do Poder Público, ainda que de efeitos concretos ou
singulares; logo, pode impugnar decisões judiciais que violem preceitos
fundamentais da Constituição, desde que a decisão não tenha transitado
em julgado e seja observada a subsidiariedade no seu uso.
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32 Além dos limites materiais expressos enfrentados pela Medida Provisória
(art. 62, δ1º), em nome da separação e harmonia entre os poderes,
também não se permite a edição de medidas provisórias acerca de
matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49),
privativa da Câmara dos Deputados (art. 51), nem tampouco privativa do
Senado Federal (art. 52).
33 A participação complementar de entidades privadas com fins lucrativos no
Sistema Único de Saúde é admitida, sendo apenas vedada a destinação
de recursos públicos para fins de auxílio ou subvenção às atividades que
desempenhem.
34 A sanção e o veto são atos exclusivos do chefe do Executivo (no prazo de
15 dias úteis). A sanção pode ser tácita ou expressa, mas o veto é sempre
expresso! Não há sanção ou veto no processo de elaboração das emendas
constitucionais, que após aprovadas, serão promulgadas pelas respectivas
Mesas do Congresso Nacional (art. 60, δ3º). A sanção do chefe do
executivo não convalida o vício de iniciativa na apresentação do projeto.
35 São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente
da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,
de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição, conforme art. 14, § 7º, da CRFB/88.
36 São características constitucionais do veto na forma do art. 66 da
CRFB/88: I) total, se recair sobre todo o projeto, ou parcial, se atingir
apenas parte do projeto e neste caso somente pode abranger o texto total
de artigo, inciso, alínea ou parágrafo, não havendo mais veto de palavra
ou de expressão; II) é irretratável; III) superável, pela possibilidade de sua
derrubada pelo Congresso Nacional; IV) pode ser formal ou jurídico,
quando ocorrer em razão da inconstitucionalidade do projeto; ou ainda,
material ou político, se o veto for motivado em razão do projeto ser
contrário ao interesse público. @flavia_bahia
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37 Caso determinado cidadão desista da Ação Popular, o Ministério Público
ou qualquer cidadão que esteja no gozo de seus direitos políticos poderá
prosseguir com a demanda.
38 A proposta de emenda constitucional exige um quórum qualificado para
sua aprovação. Será considerada aprovada após discussão e votação em
dois turnos nas duas casas do Congresso Nacional, devendo obter três
quintos dos votos dos seus membros em cada turno de votação.
39 A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios,
far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos
Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da
lei. Não se admite no Brasil o direito de secessão!
40 A Constituição de 1988 atribuiu ao Distrito Federal o status de pessoa
política, integrante da Federação, possuindo competências próprias, que
serão desempenhadas pela Câmara Legislativa, a quem caberá votar,
inclusive, a própria Lei Orgânica do Distrito Federal (art. 32 da CRFB/88).
41 Não cabe habeas corpus em relação às punições disciplinares militares,
conforme art. 142, § 2º, da CRFB/88, exceto para análise de pressupostos
de legalidade, excluída a apreciação de questões referentes ao mérito.
42 Súmula vinculante 38: É competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial.
43 Ao Conselho de Defesa Nacional compete opinar sobre as hipóteses de
declaração de guerra e de celebração de paz. Ao Conselho da República
compete pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e
estado de sítio.
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44 O STF, numa reinterpretação do art. 14, § 5° da CRFB/88, decidiu que um
Prefeito não pode concorrer ao cargo para um terceiro mandato
consecutivo, seja no mesmo município, ou até mesmo em outro município,
impedindo a perpetuação de uma mesma pessoa no Poder em nome do
Princípio Republicano. Trata-se da vedação do denominado “Prefeito
itinerante”.
45 A imunidade parlamentar material abrange quaisquer opiniões, palavras e
votos produzidos no recinto da respectiva casa legislativa, e as
manifestações produzidas fora dali, desde que guardada a relação com o
exercício do mandato parlamentar. E ainda se estende à divulgação pela
imprensa, por iniciativa do congressista ou de terceiros, do fato coberto
pela inviolabilidade.
46 Não há estado de defesa nem estado de sítio no âmbito dos estados
membros ou municípios, apenas no plano federal. Art. 21, V, da CRFB/88.
47 Os Estados-membros não dispõem de competência para instituir, mesmo
em sua própria Constituição, cláusulas tipificadoras de crimes de
responsabilidade, já que tal competência pertence exclusivamente à União
Federal, pois conforme preceitua a súmula vinculante 46, “a definição dos
crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas
de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da
União”.
48 É possível a criação de CPI´s Estaduais, Distritais e Municipais, desde que
haja previsão nas respectivas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas
Municipais. Imperioso destacar que as referidas Comissões devem
obedecer ao princípio da simetria e devem ser abertas para apurar fatos
direcionados ao Estado ou ao Município, conforme o caso, em nome da
preservação do Pacto Federativo.
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49 A obtenção de certidões em repartições públicas, contendo informações de
interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, é direito de todos,
sem o pagamento de taxa, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, de acordo com o art.
5°, XXXIII e XXXIV, “b”, da CRFB/88.
50 Em razão de crime de responsabilidade, quem efetua o impeachment do
Presidente da República é o Senado Federal, na forma do art. 52, I e
parágrafo único, da CRFB/88. Em razão de crime comum, o julgamento
será realizado pelo STF, com base no art. 102, I, b da CRFB/88. Vale
ressaltar que nem o Senado e nem o STF têm autorização para iniciar o
julgamento contra o Presidente se não houver o juízo de admissibilidade
da Câmara dos Deputados favorável ao referido julgamento.
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