Ministério da Educação
Universidade Federal do Pampa
Campus Alegrete / Laboratório de Física
Prof. Luis E. Gomez Armas
DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECIFICO DE UM SÓLIDO
1) Objetivos
Com estas atividades o aluno deverá ser capaz de: perceber as trocas de calor envolvidas no processo;
Determinar a capacidade térmica do calorímetro;
Determinar o calor específico de um sólido.
2) Fundamentação Teórica
Quando dois sistemas A e B a temperaturas diferentes são postos em contato, estabelece-se um fluxo
de energia térmica daquele à temperatura mais elevada para o que se encontra à temperatura mais baixa. O
processo continua até ser atingido o equilíbrio térmico, em que se igualam as temperaturas dos dois
sistemas. Se esses dois sistemas estão isolados termicamente, o principio de conservação de energia requer
que a energia térmica cedida por um dos sistemas seja igual à energia térmica recebida pelo outro.
Para um dado corpo, a quantidade de energia térmica (na forma de calor) necessária para produzir
determinado acréscimo de temperatura, depende da massa do corpo e da substância de que é feito. Chama-
se capacidade térmica C (cal/g, J/K) de um corpo, o quociente entre a quantidade de calor ΔQ fornecida e
o acréscimo de temperatura ΔT (Tf - Ti), a qual é definida como.
∆Q
C = ∆T (1)
A capacidade térmica por unidade de massa de um corpo é denominada calor específico c (cal/g. oC,
J/kg.K ), o qual depende apenas da natureza da substância de que é constituído o corpo. A rigor, o calor
específico depende também da temperatura. Assim, para elevarmos a temperatura da água de 14,5 oC para
15,5 oC, precisa-se fornecer 1,0 cal para cada grama de água; já para elevarmos a temperatura de 35,5 oC
para 36,5 oC necessitamos da quantidade de calor, ligeiramente menor, de 0,998 cal por grama. O calor
específico é definido como.
∆Q
c = m∆T (2)
Por outro lado, em muitos casos a dependência do calor específico com a temperatura é
suficientemente fraca e pode ser desprezada sem que se incorra em erro apreciável. Por exemplo, o calor
específico da água, já citada, no intervalo de 0 oC a 100 oC, varia menos de 1% de seu valor de 1,000 cal/g
o
C a 15 oC, e o erro advindo da aproximação de tomá-lo como constante, em experimentos calorimétricos,
é em geral largamente superado pelos erros experimentais.
Nesse experimento, vamos determinar o calor específico de um sólido, usando um calorímetro de
capacidade térmica C, constituído por um recipiente, isolado termicamente e acoplado a um termômetro.
Encerra-se no calorímetro uma massa de ma de água a temperatura ambiente T1 e a seguir uma amostra de
massa m de um certo material cujo valor do calor específico c deseja-se determinar, a qual foi previamente
aquecida à temperatura T2. Após estabelecer-se o equilíbrio térmico, a temperatura do conjunto isolado é
Tf. Nesse processo, pelo principio de conservação de energia, a energia térmica perdida pela amostra, na
forma de calor, é absorvida pelo calorímetro. È necessário, pois, começar por determinar a capacidade
térmica do calorímetro, a qual pode ser obtida encerrando-se no calorímetro, ao invés do sólido, uma
quantidade de água previamente aquecida a uma temperatura T e medindo-se a temperatura de equilíbrio.
Usando o principio de conservação de energia e o calor específico da água podemos determinar primeiro a
capacidade térmica C do calorímetro, para depois determinar o calor específico do sólido, tal como será
mostrado a continuação.
3) Material
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Alegrete, RS - CEP: 97546-550. Fone/fax: (55) 3426-1052
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- 01 Calorímetro com água e agitador;
- 01 termómetro -10 a 110 oC;
- 01 copo becker de 250 ml, com água a temperatura ambiente (~ 200 ml);
- 01copo de becker de 250 ml, vazio;
- água quente numa garrafa térmica (para acelerar o experimento);
- 01 proveta graduada;
- 01 tripé delta com haste e sapatas niveladoras amortecedoras;
- 01 haste metálica de 500 mm;
- 01 mufa dupla a 90 graus;
- 01 anel de ferro com mufa;
- 01 tela para aquecimento;
- 01 corpo sólido de prova (Aluminio, latão, cobre etc.), com cordão para transporte e massa conhecida;
- 01 fonte térmica (bico de bunsen, aquecedor etc.;
- 01 pano de limpeza;
- 01 caixa de fósforos;
- 01 Gancho de cobre.
4) Procedimento Experimental
4.1) Determinação da capacidade térmica do calorímetro
1- Coloque o termômetro dentro do calorímetro, tampe-o, e meça a massa do sistema constituído pelo
calorímetro e pelo termômetro acoplado (McT);
2- A seguir encha-o parcialmente com água (aproximadamente 200 ml). Feche o calorímetro e meça a
massa McTa (calorímetro + termômetro + água) novamente para determinar por diferença qual a massa
ma de água introduzida (ma = McTa - McT). Leia a temperatura T1 indicada pelo termômetro. A qual
deve ser próxima à temperatura ambiente.
3- Aqueça certa massa de água (~ 200 ml) até a temperatura de aproximadamente 100 oC (T2) (poderia ser
levemente menor)..
4- Rapidamente verta a água fervente no calorímetro. Você observará que a coluna termométrica sobe
rapidamente e depois começa a descer. Registre a temperatura mais alta atingida (Tf).
5- Meça a massa Mcq do conjunto constituído pelo calorímetro + termômetro + água fria + água quente.
Por diferença determine a massa mq da água quente vertida no calorímetro (observe que ao aquecer a
água uma pequena parte evaporou-se). Lembrando que mq = Mcq - McTa
6- Usando a equação de troca de energia ou conservação de energia térmica, dada por ∑ 𝑄 = 0, determine
o valor da capacidade térmica do calorímetro. Lembre que o calor específico da água é de 1 cal/(g oC).
7- OPCIONAL - repita os passos 1 - 7 por mais 4 vezes e compare seus resultados. Se são diferentes, tire
uma média dos valores encontrados, e considere está média como o valor da capacidade térmica do
calorímetro;
8- Seque o calorímetro com um pano limpo.
4.2) Determinação do calor específico do sólido
1- Coloque o termômetro dentro do calorímetro, tampe-o, e meça a massa McT (calorímetro +
termômetro). Introduza certa quantidade de água (~ 175 ml) à temperatura ambiente no calorímetro.
Pese o conjunto e, por diferença, determine a massa da água (ma). Tal como foi determinado no passo 2
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da seção 4.1. Leia no termômetro a temperatura T1;
2- Meça a massa m do sólido. Coloque o sólido no becker juntamente com uma quantidade de
água para que a amostra fique totalmente submersa e leve ao fogo para ferver durante vários minutos
(para adiantar pode por água já fervendo no becker). Dessa forma a temperatura da amostra será a de
ebulição da água. Anote a temperatura de ebulição (Te);
3- Com a pinça, transfira rapidamente o sólido do becker para o calorímetro e tampe-o. Agite levemente e
constantemente a mistura;
4- Observe que a coluna do termômetro no calorímetro subirá até se estabilizar por algum tempo, para
depois começar lentamente a baixar. Anote a temperatura de estabilização ou equilíbrio Tf;
5- Determine o calor específico c do sólido, usando a equação de conservação de energia térmica (∑ 𝑄 =
0) e compare com o valor tabelado (veja tabela 1). Lembre-se de usar o valor da capacidade térmica
determinada na seção 4.1.
6- Se possível repita o procedimento para outro sólido,
Tabela 1- Calores específicos de alguns sólidos À pressão constante de 1 atm e temperatura ambiente
Substância c (cal/g oC) Substância c (cal/g oC)
Alumínio 0,215 Ferro 0,112
Carbono 0,121 Mercúrio 0,0330
Cobre 0,0923 Prata 0,0564
Chumbo 0,0305 Tungstênio 0,0321
5) Análise de resultados
De sua comparação do calor específico do sólido com o valor tabelado. Se tem alguma diferença,
justifique.
5.1) De seus conhecimentos adquiridos de temperatura e fluxo de energia na forma de calor, explique se
nos dias de inverno os lagos congelam da superfície para o fundo ou do fundo para a superfície. Que
efeitos teria se os lagos congelaram do fundo para a superfície?
6) Conclusões
Tire suas conclusões deste experimento.
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