Fisiologia do Sistema Digestório
ELYZABETH DA CRUZ CARDOSO.
PROFA TITULAR DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF
INSTITUTO DE SAÚDE DE NOVA FRIBURGO.
DISCIPLINAS DE FISIOLOGIA HUMANA
CURSOS DE ODONTOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA
FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO
Degradar os alimentos e
transportar os nutrientes,
água e eletrólitos do meio
externo para o meio interno
Efetuar o balanço de massa
Proteção de invasores
externos
MORFOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO
Sistema tubular (TGI e órgãos anexos)
Cavidade oral Faz a comunicação meio externo/interno
Cada compartimento tem um controle de
Glândulas
v
salivares entrada e de saída
Faringe
MUSCULATURA LISA
Exceção:
Cavidade oral
v
Faringe
Terço ant. do esôfago
Esfincter anal externo
PROCESSOS FUNCIONAIS DO TGI
Secreção: transferência de substâncias liberadas pelas células para o
lúmen do TGI ou para o meio extracelular.
Digestão: processo de
degradação mecânica e
química dos alimentos para se
tornarem absorvíveis pelo
organismo
Absorção: transferência de
substâncias do lumen do TGI
para o liquido extracelular
Excreção: eliminação fecal dos
produtos não digeridos ou não
absorvidos
EXCREÇÃO
Fonte: SILVERTHORN (2010)
O PROCESSO DIGESTÓRIO E A
CIRCULAÇÃO PORTA
RELAÇÃO ENTRE O FÍGADO E O TGI
ESTRUTURA BASICA DO TRATO GASTRO INTESTINAL
Placas de Peyer
Células linfóides da mucosa
GALT (Gut Associated Lymphoid Tissue)
PLEXO SUBMUCOSO ou de MEISSNER
PLEXO MIOENTÉRICO ou de AUERBACH
SISTEMA NERVOSO
AUTÔNOMO
Ação parassimpática
NERVO VAGO E NERVO PÉLVICO
• 75% fibras aferentes
• 25% fibras eferentes
• Fibras eferentes longas
• Fazem sinapse com plexos intramurais
SNE (Submucoso e Mioentérico)
• Fibras colinérgicas (Acetilcolina)
É excitatória, aumenta a motilidade, as
secreções e o fluxo sanguíneo do SGI.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Ação simpática
Fibras eferentes (50%) são curtas e
emergem da medula tóraco-lombar
ATRAVESSAM A CADEIA GANGLIONAR
PARAVERTEBRAL E LANÇAM FIBRAS
PÓS-SINÁPTICAS
• Neurotransmissor: Noradrenalina
Causa diminuição da motilidade, das
secreções e do fluxo sanguíneo do SGI
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO (SNE)
Contém neurônios aferentes (sensitivos) com
estímulos de quimiorreceptores e mecanorreceptores.
Contém interneurônios e neurônios motores
(eferentes).
Mantém comunicação com o Sistema Nervoso
Autônomo que modulam a ação do SNE
O Plexo Mioentérico controla os movimentos do TGI
O Plexo da Submucosa controla a secreção
gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local.
FATORES LIGADOS A DESPOLARIZAÇÃO
Estiramento do músculo
Estímulo parassimpático
Hormônios do TGI
FATORES LIGADOS A HIPERPOLARIZAÇÃO
Estímulo simpático
INTERAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO COM O
ENDÓCRINO, NEURÓCRINO E PARACRINO NO SGI
Fonte: SILVERTHORN (2010)
REFLEXO LONGO VAGO-VAGAL NO SGI
São as vias aferentes e eferentes do nervo vago ou pélvico a partir
do estímulo sensorial (mecano-quimio ou osmo) localizado na
parede do TGI
REFLEXO CURTO OU INTRAMURAL NO SGI
É a resposta aferente e eferente dos plexos mioentéricos e
submucosos a partir do estímulo sensorial (mecano-quimio ou osmo)
localizado na parede do TGI
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO E SUA RELAÇÃO COM
O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Fonte: CURI & PROCÓPIO (2009)
MOVIMENTOS DO TRATO GASTROINTESTINAL
Peristalse (movimento propulsivo)
Contração do músculo liso atrás do bolo
Progressão cefalocaudal do bolo alimentar
Segmentação
Contrações alternadas pequenos segmentos
Mistura e trituração do bolo alimentar
Digestão mecânica
Fonte: SILVERTHORN (2010)
Complexo de Migração Motora (CMM)
FASES DA DIGESTÃO
FASE CEFÁLICA DA DIGESTÃO
Cavidade oral
Saliva
água, íons, muco e
proteínas
Amilase salivar
(Ptialina)
quebra do amido em
maltose
Lisozima e
imunoglobulinas
Submandibular
bactericida
MECANISMOS NEURO-HORMONAIS REGULADORES DA
FASE CEFÁLICA DA DIGESTÃO: ESTÔMAGO
SNA
Reflexo Longo Vago-Vagal
GRP
Peptídeo liberador de gastrina
Fonte: CURI & PROCÓPIO (2009)
MECANISMOS NEURO-
HORMONAIS REGULADORES DA
FASE CEFÁLICA DA DIGESTÃO:
INTESTINO
VIP – Peptídeo vasoativo intestinal
Aumenta a motilidade intestinal
Fonte: CURI & PROCÓPIO (2009)
FUNÇÃO DIGESTÓRIA DA BOCA
Via de ingresso do alimento
Função mastigatória
Sucção
Deglutição
Secreção salivar
Sensações de fome e sede
CAVIDADE ORAL
Trituração (mastigação): Reflexo de natureza alimentar
ATUAÇÃO DA SALIVA
secreção basal = 1ml/min. (1,2 L dia)
SOLVENTE – ENZIMÁTICA – PROTETORA
SUCÇÃO = fenômeno nato
MASTIGAÇÃO = adquirido
CARACTERÍSTICAS DA SALIVA HUMANA
Hipotônica em relação ao plasma
Elevada [ ] de bicarbonato
pH próximo de 8,0
Fluxo elevado – 1 a 1,5 litros\dia
Parassimpático aumenta secreção, estímulos psíquicos,
reflexos condicionados, olfação, gustação, audição e
ânsia de vômito
Medo, fadiga e sono diminuem o fluxo salivar
FASES MECÂNICAS DA MASTIGAÇÃO
Incisão (dentes incisivos)
Trituração (dentes pré-molares)
Pulverização (dentes molares)
Obs.: ocorre secreção salivar simultaneamente as
três fases
DEGLUTIÇÃO É A TRANSFERÊNCIA DO CONTEÚDO
INTRA-ORAL PARA A REGIÃO DA FARINGE
É uma ação reflexa do bolo
alimentar no palato mole
onde ocorre o fechamento da
laringe pela epiglote
Esfíncter esofágico proximal (anterior): tensão muscular elevada
Esfíncter esofágico distal (inferior): contração tonica (vagal) e
relaxamento na deglutição (parassimpáticos não colinérgicos com
ação de óxido nítrico e peptídio vasoativo intestinal - VIP)
REGULAÇÃO NEURO-HORMONAL DA FASE GÁSTRICA
DA SECREÇÃO DO ESTOMAGO
SNGI
Reflexo Curto
ou
Intramural
Peptídeo liberador
de gastrina
Fonte: CURI & PROCÓPIO (2009)
SECREÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL
ÍONS E H2O
7 litros de íons Na+ , K+ , Cl- , HCO3 _ e H+
Secreção ácida - Estômago
Células parietais para o lúmen pH = 1
Secreção bicarbonato – Intestino e Pâncreas
No duodeno com ação neutralizante do acido gástrico
REGIÕES DO ESTÔMAGO E O ASPECTO DE SUA
PAREDE INTERNA
SUBSTÂNCIAS PRODUZIDAS NO
ESTOMAGO E SUAS CÉLULAS
HCO3-
Pepsinogênio
CÉLULAS DA SECREÇÃO GÁSTRICA
Cla Mucosa MUCO + HCO3-
+
Cla Principal PEPSINOGÊNIO PEPSINA Peptídeos
+ _
Cla Parietal HCl-
ACo + +
+
Cla G GASTRINA
+
+
+
Cla Enterocromafina HISTAMINA
Cla D SOMATOSTATINA +
CÉLULAS SECRETORAS DA MUCOSA GASTRICA
Tipo de secreção:
Células da mucosa muco e bicarbonato
do colo
Estímulo liberação:
secreção tônica e
irritação da mucosa
Barreira mucosa gástrica
Função:
barreira física entre o
lúmen e o epitélio e
tamponamento do
acido gástrico
Fonte: SILVERTHORN (2010)
QUIMO= ALIMENTO + HCl
HCl e
Fator intrínseco
Muco e HCO3-
Gastrina
Pepsinogênio Enterocromafina
MOTILIDADE GÁSTRICA :Digestão de 3 a 5 horas
“Sístole Antral”
Secreção glandular, Adrenalina e Aco promovem a contração do piloro
Quimo tamponado e isotônico é fator de relaxamento do piloro
Complexo Migratório Mioelétrico – CMM – “limpeza gástrica”
É a retirada de todo conteúdo do órgão. Tem duração de 10 minutos
RELAÇÃO ANATÔMICA ENTRE O DUODENO O DUCTO
BILIAR E O DUCTO PANCREÁTICO
Secreção exógena do pâncreas formada pelo
componente protéico e componente aquoso
FASE INTESTINAL
Passagem do quimo pela abertura do esfíncter pilórico
Intestino delgado: maior parte da digestão e da absorção
Padrão de motilidade é a segmentação otimizando a digestão.
Secreção de bicarbonato pelo pâncreas e células do duodeno
Secreção de muco – células caliciformes
Adição do suco pancreático, secreção exógena do pâncreas
Adição da bile secretada pela vesícula biliar e produzida no
fígado
Complexo Migratório Mioelétrico (CMM) tem função de faxina e
de prevenção da migração bacteriana para as porções proximais
do delgado
FASE INTESTINAL DA SECREÇÃO PANCREÁTICA
CCK – Colecistocinina
Secretina
Células I e S – Células enteroendócrinas
VIP: PEPTÍDEO INTESTINAL VASOATIVO
SNGI
Reflexo Curto ou Intramural Fonte: CURI & PROCÓPIO (2009)
AÇÃO DA SECRETINA E COLECISTOCININA (CCK) NOS
DUCTOS BILIARES
SNGI
Fonte: CURI & PROCÓPIO (2009)
Reflexo Curto ou Intramural
SECREÇÃO/ABSORÇÃO
HOMEOSTASE DOS LÍQUIDOS
Fonte: SILVERTHORN (2010)
ACIDIFICAÇÃO NO LÚMEN – ALCALINIZAÇÃO NO SANGUE
(Anidrase carbônica)
Cotransporte
(Canal de cloreto CFTR)
Fonte: SILVERTHORN (2010)
ALCALINIZAÇÃO NO LÚMEN – ACIDIFICAÇÃO NO SANGUE
(Anidrase carbônica)
(Canal de cloreto CFTR)
Fonte: SILVERTHORN (2010)
FASE INTESTINAL
A motilidade é lenta
para que ocorra a
mistura e a absorção
do quimo pelos
enterócitos
Fonte: SILVERTHORN (2010)
FASE INTESTINAL
Carboidratos: monossacarídeos
Proteínas: aminoácidos e peptídeos
Gorduras: ácidos graxos, monoglicerídeos, colesterol,
fosfolipídeos
Vitaminas
Sais minerais
FASE INTESTINAL – DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS
AMILASE PANCREÁTICA
Pancreática
FASE INTESTINAL – ABSORÇÃO DOS DI E MONOSSACRÍDEOS
e glicose
Fonte: SILVERTHORN (2010)
FASE INTESTINAL - SECREÇÃO ENZIMÁTICA
Proteínas e polipeptídeos Fonte:
Peptídeos SILVERTHORN
Ação da lipase (lípídeos) (2010)
Fosfolipídeos
FASE INTESTINAL – EXO E ENDOPEPTIDASES
ENDOPEPTIDASE
FASE INTESTINAL – LIPASE E COLIPASE
DIGESTÃO DAS GORDURAS
FASE INTESTINAL – EMULSÃO DOS LIPÍDEOS
ABSORÇÃO DAS VITAMINAS E MINERAIS
FASE INTESTINAL
Intestino grosso: concentra resíduos para excreção
Superfície sem vilosidades e enzimas luminais
Microvilosidades
Células absortivas e mucosas
Microorganismos – fermentação e formação de AGV
Formação de vitamina K
Absorção de água e eletrólitos (NaCl)
Secreção de K+ e HCO3-
FASE INTESTINAL
HAUSTRAÇÕES (SEGMENTAÇÃO) E MOVIMENTO EM MASSA (PERISTALSE)
REFLEXOS
REFLEXO ENTEROGÁSTRICO
Inibe atividade gástrica
Quimo – CCK – Secretina – GIP (Peptídeo inibitório gástrico)
REFLEXO ÍLEOGÁSTRICO
Inibe atividade gástrica e duodenal
Gorduras e Carboidratos no íleo distal
REFLEXO INTESTINOINTESTINAL
Inibe atividade gástrica e entérica
Distensão exagerada dos intestinos
OUTROS: MEDO E RAIVA
REFLEXOS GASTROCÓLICO E DUENOCÓLICO
Ativa movimentação do colon
Alimento no estômago, no duodeno e no colo
CONCLUSÕES
Sistema gastrointestinal é responsável pela degradação do alimento e
absorção dos nutrientes.
Todo trato gastrointestinal segue um padrão de musculatura lisa, salvo
as estruturas da cavidade oral, da faringe, do terço anterior do esôfago
e esfíncter anal externo.
O Sistema Nervoso Autônomo atua em conjunto com o Sistema
Nervoso Entérico estimulados por fatores mecânicos e químicos além
da acetilcolina e noradrenalina.
Existe todo um preparo do trato gastrointestinal para receber o
alimento.
No estomago o alimento se mistura com o suco gástrico e forma o
quimo.
O suco pancreático e os sais biliares são importantes para continuação
da digestão química do alimento e absorção dos nutrientes pelo
intestino.
Intestino grosso é responsável pela absorção de água e eletrólitos
DUVIDAS?