COMPLEXIDADE: É uma textura conjunta do uno e do múltiplo.
Trama de acções,
acontecimentos, interacções, retroacções, determinantes, acasos, que constituem o nosso
mundo fenomenológico que se apresenta com traços de confusão, de desordem, de
ambiguidade, de incerteza...
O PARADIGMA DA SIMPLICIDADE: O paradigma da simplicidade adotada pela ciência quer
separar o que está ligado – disjunção - e unificar o que está disperso – princípio da redução.
Segundo Morin, neste paradigma a ciência vê o uno e o múltiplo, mas não vê que o uno pode
ser múltiplo.
O PARADIGMA DA COMPLEXIDADE: "Julgo impossível conhecer as partes sem conhecer o todo,
como conhecer o todo sem conhecer particularmente as partes" (Pascal).
ORDEM E DESORDEM: A complexidade de relação ordem-desordem-organização surge quando
se verifica, empiricamente, que fenômenos desordenados são necessários em certos casos e
condições, para produção de fenômenos organizados que vão contribuir para o aumento da
ordem.
AUTO-ORGANIZAÇÃO: Na visão tradicional da ciência tudo é determinismo, não existe sujeito,
consciência, nem autonomia. Porém, numa perspectiva em que concebemos um universo que
se cria não apenas no acaso e na desordem, mas nos processo auto-organizadores, nos quais
cada sistema cria as suas próprias determinações e as suas próprias finalidades, o sujeito
apresenta-se como um ser autônomo, mesmo sendo dependente em alguns aspectos.
COMPLEXIDADE E COMPLETUDE: Complexidade é diferente de completude, uma vez que no
sentido de complexidade está implícito o sentido de solidariedade e o sentido do caráter
multidimensional de qualquer realidade, que nos conduz a ideia de que a visão
unidimensional, visão especializada é pobre.
TEORIA E MÉTODO: Aqui, a teoria não é nada sem o método, a teoria quase se confunde com o
método ou, melhor, teoria e método são os dois componentes indispensáveis do conhecimento
complexo... Assim, o método torna-se central e vital:
— quando a lógica perde seu valor perfeito e absoluto;
ESTRATÉGIA: A estratégia é a arte de utilizar as informações que aparecem na ação, de integrá-
las, de formular esquemas de ação e de estar apto para reunir o máximo de certezas para
enfrentar a incerteza
ORGANIZAÇÃO RECURSIVA: Porque a ideia de recursão, no sentido que eu uso, indica um
processo cujos efeitos ou produtos se tornam produtores e causas. É, exatamente, o problema
de autoprodução e de auto-organização. (p182)
PRINCÍPIO HOLOGRAMÁTICO: Nesse sentido, podemos dizer que não só a parte está no todo,
mas também que o todo está na parte. (p181)
PRINCÍPIO DIALÓGICO: é a eliminação da dificuldade do combate com o real. (p190)
CRISE: crise, ou seja, que descubram as contradições fundamentais em que desembocam as
atividades científicas modernas (p35).... são as condições sine qua non do progresso da
consciência. (p35). E.M: Acho que uma crise acontece, numa teoria científica ou num meio
científico, a partir do momento em que a dita teoria, em vez de integrar os dados, não pode
mais fazê-lo e quando as anomalias (o que é reputado como anomalia e que separamos
esperando resolvê-la mais tarde) se multiplicam tanto que, decididamente, questionam a
teoria. Esse é o caso em que uma teoria está em crise. (p70) + de 40 citações.
ERRO: o erro está ligado à vida, e, portanto, à morte. Em todos os níveis, uma quantidade
muito grande de erros provoca a morte. A ideia de verdade é a maior fonte de erro que pode
ser considerada; o erro fundamental reside na apropriação monopolista da verdade.
CERTEZA/INCERTEZA: o progresso das certezas científicas produz, portanto, o progresso da
incerteza, uma incerteza "boa", entretanto, que nos liberta de uma ilusão ingênua e nos
desperta de um sonho lendário: é uma ignorância que se reconhece como ignorância.