APRESENTACAO....
SEMANTICA — Estudo do significado das palavras ..
Campos (ou familias) lexicais e Campo (ou familia) seméntico (a).
POLISSEMIA ..
AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA.
SINONIMIA E ANTONIMIA..
Tipos de homonimia:
PARONIMIA....
LISTA DE ALGUNS HOMONIMOS E PARONIMOS..
DENOTACAO E CONOTACAO..
FIGURAS DE LINGUAGEM...
Questdes comentadas
Questées sem comentari
Gabarito ..
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296APRESENTACA
Ola, queridos alunos! Tudo bem, vencedores?
Nesta aula vamos estudar sobre varios temas que se entrelacam e que esto sempre presentes
quando falamos em SEMANTICA!! A significag3o das palavras e 0 uso que fazemos delas estSo em
tudo!!
MANTICA — Estubo Do sIGNIFIC
AS Pi
RAS
Um dos estudos mais importantes de uma lingua € 0 do significado que as palavras podem assumir
em variados contextos. O significado das palavras danca como em um espetaculo, surgindo sempre
com novas possibilidades.
Vamos conhecer alguns conceitos da seméntica que facilitarao seu estudo e a resolucdo das
questées.
Campos (OU FAMILIAS) LEXICAIS E CAMPO (OU FAMILIA) SEMANTICO (A).
Os conceitos de campo seméntico e campo lexical frequentemente s4o confundidos por nao estarem
devidamente diferenciados ou definidos. Tanto um quanto outro so utilizados pela linguistica
textual a fim do melhor e mais adequado uso das palavras da lingua portuguesa. Para entendé-los
melhor, proponho alguns esclarecimentos conceituais:
Léxico € 0 conjunto de palavras pertencentes a determinada lingua. Por exemplo, temos um léxico
da lingua portuguesa, que € 0 conjunto de todas as palavras que so compreensiveis em nossa
lingua. Quando essas palavras so materializadas em um texto, oral ou escrito, so chamadas de
vocabulério. © conjunto de palavras utilizadas por um individuo, portanto, constitul o seu
vocabulério.
Nenhum falante consegue dominar TODO o léxico da lingua que fala, jé que o mesmo é modificado
constantemente através de palavras novas e varias outras que nao so mais utilizadas. A quantidade
de palavras que fazem parte do léxico de uma lingua é imensa! Impossivel guardar todas na
meméria!
© campo lexical é 0 conjunto de palavras que pertencem a uma mesma drea de conhecimentoe esta
dentro do léxico de alguma lingua.
S%o exemplos de campos lexical
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-52964) 0 aa meaicina: estetoscopio, cirurgia, esteriizagao, meaicagao exc.
2) oda escola: livros, disciplinas, biblioteca, material escolar etc.
3) 0 da informatica: software, hardware, programas, sites, internet etc.
4) 0 do teatro: expresso, palco, figurino, maquiagem, atuago etc.
5) 0 dos sentimentos: amor, tristeza, édio, carinho, saudade etc.
6) o das relacées interpessoais: amigos, parentes, familia, colegas de trabalho etc.
© campo semntico € 0 conjunto de possibilidades que uma mesma palavra ou conceito pode
assumir em determinados contextos. O conceito de campo semAntico esté ligado ao conceito de
polissemia (veremos ainda nesta aula).
Uma mesma palavra pode assumir varios significados diferentes em um mesmo texto, dependendo
de como ela for empregada e de que palavras a acompanham para tornar claro o seu significado
naquela situaco.
Por exemplo:
1) conhecer: ver, aprofundar-se, saber que existe etc.
2) bacia: utensflio de cozinha, parte do esqueleto humano.
3) brincadeira: divertimento, distrac3o, passatempo, gozacio, piada etc.
4) estado: situacdo, participio de estar, divisdo de um pais etc.
© campo semantico pode também ser o conjunto das expressdes que so utilizadas para expressar
um mesmo conceito.
Exemplos:
1) Campo semantico em torno do conceito de morte: bater as botas, falecer, ir dessa para a
melhor, passar para um plano superior, apagar etc.
2) Campo semantico em torno do conceito de enganar: trapacear, engabelar, fazer de bobo, vacilar
etc.
POLISSEMIA
E a possibilidade de uma palavra ter varios significados, dependendo do contexto de uso.
Poli = varios
Semia = sentido
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296As palavras “fabricar” e “romper” podem ter vérios significados dependendo do contexto em que
esto inseridas.
balas = manufaturar
ninhy onstruir
advogados = engendrar
FABRICAR moedas = cunhar
a propria desgraca = maquinar
um idolo = inventar, forjar
Rompeu a roupa no arame (rasgou)
Romper um segredo (revelar)
ROMPER Romperam as misicas! (participaram)
(O senador rompeu com o governo
(desligou-se / brigou com)
AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Ocorre quando, por falta de clareza, hd duplicidade de sentido da frase.
Exemplos:
Ana disse & amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado € de
Ana ou da amiga?)
O pai falou com o filho caido no cho. (Quem estava caido no chao? Pai ou filho?)
SINONIMIA E ANTONIMIA
SINONIMIA: Duas palavras séo sindnimas quando se identificam exatamente (sinénimos perfeitos)
ou aproximadamente (sinénimos imperfeitos) quanto ao significado. Raramente as palavras
apresentam sinonimia perfeita,
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296exempios:
Cara (vulgar) e rosto (delicada) (perfeitos)
Sal e cloreto de sédio (perfeitos)
Aguardar e esperar (imperfeitos)
Pessoa e individuo (imperfeitos)
Educador, mestre e professor (imperfeitos)
Recompensa, gratificacZo e gorjeta (imperfeitos)
ANTONIMIA: Duas palavras que se opdem pelo significado.
Exemplos:
Amor e édio
Euforia e melancolia
Abrir e fechar
Resistir e ceder
HOMONIMIA E PARONIMIA
HOMONIMIA: trata-se do fendmeno em que duas ou mais palavras sao iguais quanto ao som
(fonemas) ou quanto a forma (grafia) ou até mesmo quanto ao some a grafia ao mesmo tempo, mas
que possuem significados bem diferentes.
Veja o exemplo a seguir:
SAO: pode ser alguém sadio, um santo ou verbo ser.
rapaz esta so, nao sofre de doenca alguma.
0 S80 Domingos ¢ 0 santo da minha devogio.
Eles sio privilegiados!
Ento: so (sadio), so (santo) e so (verbo ser) = homénimos perfeitos
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296[irYs Be HUMUNIVIA:
(Os homénimos podem ser:
a) __ Perfeitos — vocabulos que possuem som e grafia iguais (nao é parecido, é igual!)
RIO (substantivo e verbo rir)
Eu rio 0 tempo todo, sou feliz! — verbo “rir”
O Rio esta alagado com as chuvas. - substantivo
COBRA (substantivo e verbo cobrar)
Acobra é um animal traigoeiro. — substantivo
Ele cobra o pagamento sempre que vem aqui. - verbo “cobrar”
b) _ Homéfonas — vocbulos que possuem som igual e grafia diferente.
ACENTO (sinal grafico) / ASSENTO (banco)
O acento da palavra passaro justifica-se por ser esta uma proparoxitona. — sinal grafico
O assento do carro est sujo. - banco
CESTA (bau, balaio) / SEXTA (numeral)
Guarde o material de costura na cesta. — balaio
‘A advogada de defesa é a sexta na fila. — numeral
c) _ Homégrafas — vocabulos que possuem grafia igual e som diferente.
ATENGAO: para diferenciar aqui, deve-se ficar atento a pronuncia!
SECO (adjetivo) / SECO (verbo secar)
O casaco esté seco. ~ adjetivo de casaco
Eu seco a louga para vocé. — verbo secar. A proniincia é aberta = ‘séco’,
OLHO (substantive) / OLHO (verbo olhar)
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296Eu olho para os lados antes de atravessar. - verbo olhar. A prontncia é aberta = ‘élho’.
Homo = igual
Fonos—fone/som
Graficas = grafia/escrita
Entio....
Homo + graficas = homégrafas
Iguais na grafia
Homo + fonas = homéfonas
Iguais na prontincia
PARONIMIA
PARONIMIA: neste caso, as palavras apresentam grafia e pronuincia semelhantes, apenas parecidas,
NAO iguais, mas significados diferentes.
Vejam os exemplos a seguir:
DESPERCEBIDO (no notado)
DESAPERCEBIDO (despreparado)
O ladrdo passou despercebido pelos policiais. sem ser notado
O policial estava desapercebido na hora do assalto. — despreparado
EMINENTE (ilustre)
IMINENTE (prestes a acontecer)
O eminente cientista foi homenageado pelo presidente. ~ ilustre e importante.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296Para ajudar, analise a lista a seguir:
LISTA DE ALGUNS HOMONIMOS E PARONIMOS
‘Acender — atear fogo / Ascender — subir
Acento ~ sinal gréfico / Assento ~cadeira
Aprecar — tomar preco / Apressar — dar pressa
Acerca de — distancia aproximada / Acerca de ~ a respeito de / Hé cerca de — aproximadamente
Aleatério — eventual / Alheatério— que alheia
Ao invés de — ao contrario / Em vez de ~ em lugar de
A-toa—ruim /& toa—sem rumo.
Assoar — limpar o nariz / Assuar — vaiar
Cagar — apanhar animais / Cassar — suspender
Cela - cubiculo / Sela —arreio
Censo —contagem / Senso —juizo
Cerrar —fechar / Serrar—cortar
CessSo ~ ato de ceder / Se¢3o ~ setor / Sessio ~ atividade / Secc3o— corte
Civel — relativo ao direito civil / Civil — relativo as relagdes do cidadao.
Comprimento — extensao / Cumprimento — saudacao
Cozer — cozinhar / Coser — costurar
Deferir — conceder / Diferir— diferenciar
Descrig&o — descrever / DiscrigS0 ~ reserva
Descriminar — inocentar / Discriminar — separar, diferenciar
Despercebido — no visto / Desapercebido — desprevenido
Eminente — célebre / Iminente — proximo
Emitir — expedir / Imitir — fazer entrar
Esperto — inteligente / Experto — perito
Estada — permanéncia de pessoa / Estadia — permanéncia para carga e descarga
Flagrante — evidente / Fragrante — perfumoso
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296serido
Incerto — duvidoso / Inserto
Indefeso — sem defesa / Indefesso — incansavel
Intimorato — destemido / Intemerato — puro, integro
Locador — proprietério / Locatario — inquilino
Mandado — ato de mandar / Mandato — procuracio
Prescrever — ficar sem efeito, receitar / Proscrever — expulsar da patria, suprimir
Prover — abastecer / Prever — antever
Ratificar — confirmar / Retificar — corrigir
Subscritar —assinar, subscrever / Sobrescritar — enderegar
Tacha — prego / Taxa —juro
Tapar —fechar / Tampar—cobrir com tampa
Vultoso — volumoso, de grande vulto / Vultuoso — rosto vermelho e inchado
HOMONIMOS sao os vocdbulos que possuem algo em comum, seja a grafia, a prontincia ou
as duas coisas, sendo ento homénimos perfeitos.
PARONIMOS so os vocdbulos que no possuem NADA em comum, so apenas parecidos.
DENOTACAO E CONOTACAO
Em determinados contextos, uma palavra pode ser usada no seu sentido préprio, real ou no
(figurado).
SENTIDO DENOTATIVO: é o sentido préprio, real da palavra, o sentido encontrado no dicionério. E
a linguagem comum, objetiva, cientifica.
Exemplo: - 0 leo é um animal feroz.
- leo = animal (sentido préprio, verdadeiro).
SENTIDO CONOTATIVO: é a palavra usada nao no seu sentido esperado, mas de forma figurada. Ea
linguagem poética, literaria, diferente da linguagem comum.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296- leo = pessoa forte, brava (sentido figurade, irreal).
Para ilustrar com mais exemplos, vou marcar C para sentido conotativo e D para sentido denotativo
nas frases a seguir:
(__c__) Meu pai é meu espelho.
(___D__) quebrei o espelho do banheiro.
(___¢__) Essa menina tem um corago de ouro.
(__c¢__) APraga da Sé fica no coraco de Sao Paulo.
(___D__) Fez um transplante de corag3o.
(___c__) Vocé ¢ mesmo mau: tem um coragio de pedra.
(___c___) Para vencer a guerra era preciso alcancar 0 cora¢3o do pais.
(___¢__) Completou vinte primaveras.
(__D__) Na primavera, os campos florescem.
(___¢_) 0 ledo procurou o gerente da Metro.
(___D__) O metro ¢ uma unidade de comprimento.
(___c__) Estava tudo em pé de guerra.
(___D_) Ela estava com os pés inchados.
(__c_) € érflio de afeto.
(___D___) Muito cedo ele ficou érfao de pai.
(__D__) Cairam da escada.
(__¢_) 0 leo caiu num sono profundo.
Pavio do destino
Sérgio Sampaio
01 Obandido e 0 mocinho
So 0s dois do mesmo ninho
Correm nos estreitos trilhos
04 Léno morro dos aflitos
Na Favela do Esqueleto
S40 filhos do primo pobre
(4)
© mocinho agora amarga
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-529634 Um panoo, uma quaarn
‘So 0s dois da mesma safra
Os dois sfo da mesma ilha
37 Dois meninos pelo avesso
Dois perdidos Valentinos
Quem viu 0 pavio aceso do destino?
Policia Civil/DF/2015
Os termos “ninho” (v.2) e “safra” (v.35) foram empregados em sentido denotativo e
correspondem, respectivamente, ao local e a época de nascimento dos meninos.
Comentario: temos aqui uma questo muito interessante sobre uso DENOTATIVO de
duas palavras. J4 vimos que “denotago” significa exatamente aquilo que esté no
diciondrio, o sentido literal da palavra. Vejamos, ent: “ninho” é o lugar construido pelos
passaros para que os filhotes possam nascer e “safra” significa a colheita, sendo assim,
no correspondem a realidade literal dos meninos, pois no nasceram de um “ninho” €
nem de uma “safra”. Logo, estes termos foram usados no sentido conotativo, ou seja, no
sentido literério.
GABARITO:
RRADO.
FIGURAS DE LINGUAGEM
Existe uma parte da Lingua Portuguesa que estuda os processos de manipulaco da linguagem que
permitem a quem fala ou escreve sugerir conteudos emotivos e intuitivos por meio das palavras.
Além disso, estabelece principios capazes de explicar as escolhas particulares feitas por individuos e
grupos sociais no que se refere ao uso da lingua conotativa, ou seja, figurada.
A seguir, as principais figuras de estilo em ordem alfabética, trata-se daquelas que mais aparecem
em provas de concurso:
1 - Anacoluto- interrupg3o na sequéncia légica da orag%o deixando um termo solto, sem funco
sintatica.
Ex.: Mulheres, como viver sem elas?
2- Andfora- repetigo de palavras.
Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela é mae, ela é pai, ela é tudo!
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296mesmo que apelido, alcunha ou cognome.
Exemplos:
Xuxa (Maria das Gragas)
0 Gordo (6 Soares)
4- Antitese - aproximaso de ideias, palavras ou expressdes de sentidos opostos.
Ex.: Os bobos € os espertos convivem no mesmo espaco.
5 - Apéstrofo ou invocacao - invocago ou interpelacdo de ouvinte ou leitor, seres reais ou
imagindrios, presentes ou ausentes.
Exemplos:
Mulher, venha aqui!
O meu Deus! Mereco tanto sofrimento?
6 - Assindeto - auséncia da conjungo aditiva entre palavras da frase ou oragdes de um periodo.
Essas aparecem justapostas ou separadas por virgulas.
Ex.: Nasci, cresci, morri.
(em lugar de: Nasci, cresci e morri.)
7 - Catacrese - metéfora to usada que perdeu seu valor de figura e se tornou cotidiana, néo
representando mais um desvio. Isso ocorre pela inexisténcia das palavras mais apropriadas. Surge
da semelhanca da forma ou da fungdo de seres, fatos ou coisas.
Exemplos: céu da boca; cabeca de prego; asa da xicara; dente de alho.
8 - Comparaso ou simile - aproximag3o de dois elementos pela sua semelhanca. Conectivos
comparativos so usados: como, feito, tal qual, que nem.
Ex.: Aquela crianga era delicada como uma flor.
9 - Elipse - omisso de palavras ou oracdes que ficam subentendidas.
Ex.: Marta trabalhou durante varios dias e ele, (trabalhou) durante horas.
10 - Eufemismo - atenuaso de algum fato ou expresso com objetivo de amenizar alguma verdade
triste, chocante ou desagradavel.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296(Evitando dizer: Ele morreu.)
11 - Hipérbole - exagero proposital com objetivo expressivo.
Ex.: Estou morrendo de cansada.
2 - Ironia - forma intencional de dizer o contrario da ideia que se pretendia exprimir de forma
sarcéstica ou depreciativa.
Ex.: Que belo presente de aniversario! Minha casa foi assaltada.
13 - Metafora - é um tipo de comparacio em que o conectivo esta subentendido. © segundo termo
é usado com 0 valor do primeiro.
&x.: Aquela crianga é uma flor.
14 - Metonimia - uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de
sentido.
Ametonimia pode ocorrer quando usamos:
a-o autor pela obra
Ex.: Nas horas vagas, |é Machado.
(a obra de Machado de Assis)
b-o continente pelo contetido
&x.: Conseguiria comer toda a marmita.
Comeria a comida (contetido) endo a marmita (continente)
c-a causa pelo efeito e vice-versa
Ex.: A falta de trabalho é a causa da desnutri¢0 naquela comunidade.
A fome gerada pela falta de trabalho que causa a desnutri¢io.
d-o lugar pelo produto feito no lugar
Ex.: O Porto é o mais vendido naquela loja.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296e- a parte pelo todo
Ex.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando.
Nio eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo.
f-a matéria pelo objeto
€x.: A porcelana chinesa é belissima.
Porcelana é a matéria dos objetos.
g-a marca pelo produto
Ex.: - Gostaria de um pacote de BomBril, por favor.
BomBril é a marca, o produto é esponja de Id de aco.
h-concreto pelo abstrato e vice-versa
Ex.: Carlos é uma pessoa de bom coragio.
Corago (concreto) estd no lugar de sentimentos (abstrato).
15 - Onomatopeia — uso de palavras que imitam sons ou ruidos.
Ex.: Psiu! Venha aqui!
16 - Paradoxo ou oximoro - Aproximagao de palavras ou ideias de sentido oposto em apenas uma
figura.
"Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo." (Carlos Drummond de Andrade)
17 - Personificago, prosopopeia ou animismo — atribui¢ao de caracteristicas humanas a seres
inanimados, imaginarios ou irracionais.
Ex.: A vida ensinou-me a ser humilde.
18 - Pleonasmo ou redundéncia - repeticao da mesma ideia com objetivo de realce. A redundancia
pode ser positiva ou negativa. Quando é proposital, usada como recurso expressivo, enriquecera o
texto:
Ex.: Posso afirmar que escutei com meus préprios ouvidos aquela declaracio fatal.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296Quando é inconsciente, chamada de “pleonasmo vicioso”, empobrece o texto, sendo considerado
um vicio de linguagem: Iré reler a prova de novo.
Outros: subir para cima; entrar para dentro; monocultura exclusiva; hemorragia de sangue.
19 - Polissindeto - repeticao de conjunges (sindetos).
Ex.: Estudou e casou e trabalhou e trabalhou..
20 - Silepse - concordancia com a ideia, nao com a forma.
Ex.: Os brasileiros (38 pessoa) somos (12 pessoa) massacrados — Silepse de pessoa.
Vossa Santidade (fem.) seré homenageado (masc.) -Silepse de género.
Havia muita gente (sing.) na rua, corriam (plur.) desesperadamente — Silepse de nimero.
21 - Sinestesia - mistura das sensagdes em uma Unica expresso.
Ex.: Aquele choro amargo e frio me espetava.
Mistura de paladar (amargo) e tato (frio, espetava)
"(Instituto Rio Branco/2011/Diplomata/Cespe)
Nos dois primeiros verses, o eu lirico alude ao sigilo dos inconfidentes por meio de paradoxo €
| sinestesia.
Comentério: Paradoxo é a figura que marca uma contradi¢o, ou seja, que aproxima duas ideias
de sentidos opostos. Observem que as expressdes “através de grossas portas” e “sentem-se
luzes acessas” marcam o seguinte paradoxo: como é possivel ver as luzes através de grossas
portas?
Asinestesia também esta presente nos dois primeiros versos, j4 que houve mistura de sentidos
(tato e visio), 0 eu lirico sente algo que na verdade ¢ visto, as luzes.
GABARITO: CERTO
UESTOES COMENTADAS
Familia
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296Familia, familia
Papai, mamée, titia,
Familia, familia
Almoga junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pio
Filha de familia se nao casa
Papai, mame, ndo dio nenhum tosto
Familia éh!
Familia 4h!
01. (MGS - 2017 - Técnico contabil - IBFC) No sétimo verso, a palavra “ganha-pao” pertence a
uma modalidade mais informal da lingua e deve ser entendida como sinénimo de:
a) refeigao.
b) educag3o.
¢) trabalho.
d) diversio.
‘Comentario: com uso Informal, “ganha-pao” significa o sustento da familia, fruto do trabalho. O trabalho
representa a possibilidade de refeicdo, educagao e de diversdo.
GABARITO:
Oretrato
(Ivan Angelo)
© homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balco do botequim e ficou esperando sem pressa que
© rapaz viesse atendé-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o mecnico que comia uma
coxa de frango fria. © homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma
fotografia e pés-se a olhé-ta. Olhou-a tanto e to fixamente que seus olhos ficaram vermelhos.
Contraiu os Idbios, segurando-se para no chorar; a cara contraiu-se como uma mascara de
teatro tragico. O rapaz serviu 0 suco e perguntou ao homem o que ele queria. O homem disse
“nada nao, obrigado”, guardou a foto, saiu do botequim e desapareceu.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296sinénimas empregadas no texto.
a) “camisa” e “jaqueta”.
b) “retrato” e “fotografia”.
c) “mascara” e “trégico”.
d) "bale3o” e “botequim”
Comentario: palavras sinénimas séio aquelas que possuem o mesmo significado ou algo préximo disso.
0 caso das palavras “retrato” e “fotografia’, ambas representas a mesma coisa.
GABARITO: B
(tonte rp orarara blogspot com br2013/07icharge-do-aa-anda-estam-
lemtrancas hin)
03. (SES-PR — 2016 ~ Técnico Admin. ~ 1BFC) A charge emprega duas situagGes distintas e, nas
falas, faz uso de um paralelismo de construgdes. A distingSo, nessas falas, é marcada pelo
emprego de duas palavras que, contextualmente, so:
a) antagénicas
b) polivalentes
c) equivalentes
d) complementares
Comentario: a charge traz representadas duas realidades: a daqueles que tém como “enfrentar” o frio
com agasalhos e a daquelas que no tém. Isso por si s6 j4 é um antagonismo que foi marcado ainda mais
pelo uso das palavras lindo e horror, que no so anténimas fora de contexto, mas que, na charge, foram
usadas como tal.
GABARITO: A
Encontro
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho diferente, e o batom mi
escuro. Impossivel negar uma ténue, fina ruga — quase estimavel. Mas naquele instante, diante
da amiga amada que no via hé muito tempo, n3o eram essas pequenas coisas que intrigavam
© seu olhar afetuoso e melancélico. Havia certa mudanca imponderdvel, e dificil de localizar —
‘a voz ou 0 jeito de falar, o tom ao mesmo tempo mais desembaracado e mais sereno?
E mesmo no talhe do corpo (0 pequeno cinto vermelho era, pensou ele, uma inabilidade:
aumentava-lhe a cintura), na relacao entre 0 corpo e os membros, havia uma sutil mudanga.
Sim, ela estava mais elegante, mais precisa em seu desenho, mas perdera alguma indizivel
graca eldstica do tempo em que no precisava fazer regime para emagrecer e era menos
consciente de seu préprio corpo, como que o abandonava com certa moleza, distraida das
préprias linhas e dos gestos cuja beleza imprevista ele fora descobrindo devagar, com uma
longa delicia.
Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas presentes assuntos sem
importancia, ele tentou imaginar que impressio teria agora se a visse pela primeira vez, se
aquela imagem nfo estivesse, dentro de seus olhos e de sua alma, fundida a tantas outras
imagens dela mesma perdidas no espaco e no tempo. Nao tinha diivida de que a acharia muito
bonita, pois ela continuava bela, talvez mais bem vestida; no tinha divida mesmo de que,
como da primeira vez que avira, receberia sua beleza como um choque, uma béng3oe um leve
nico, tanto a sua radiosa formosura da uma vida e um sentido novo a qualquer ambiente,
traz essa vibrago especial que sé certas mulheres realmente belas produzem. Mas de algum
modo esse deslumbramento seria diferente do antigo — como se ela estivesse mais pessoa,
com mais graga e finura de mulher, menos graca e abandono de animal jovem.
grupo moveu-se para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar. Ele andou a seu lado um
instante (como tinham andado lado a lado!) mas nao quis sentar, recusou o convite gentil,
sentia-se quase um estranho naquela roda. Despediuse. E quando estendeu a m&o aquela que
‘tanto amara, e recebeu, como antigamente, seu olhar claro e amigo, quase carinhoso, sentiu
uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo se perde na confusao da vida e que
uma vaga mas imperecivel ternura € 0 prémio dos que muito souberam amar.
(BRAGA, Rubem. O vero eas mulheres. Rio de Janeiro, ed. Record, 108 ed., 2008)
(04. (Prefeitura de Jandira — SP — 2016 — Enfermeiro do Trabalho — IBFC) O sentido de algumas
palavras pode ser inferido pelo contexto. Assim, em “E mesmo no talhe do corpo” (296), 0
vocabulo em destaque deve ser entendido como:
a) charme
b) animo
c) porte
d) cuidado
Comentério: no segundo parégrafo, a palavra “talhe” pode ser compreendida como algo referente ao
formato do corpo, ao porte que o corpo tem.
GABARITO:
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296Minhas maturidade
Circunspecgo, siso, prudéncia.
Mario Prata
€ 0 que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Ja estd perto dos 50 e a pergunta
ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que nao é necessério escovar os dentes com tanta rapidez, tenha
certeza, ele virou um homem maduro. $6 sendo mesmo muito imaturo para escovar os dentes
com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranqliilo, arrumando-se uma posi¢3o menos incémoda,
acertando as pontas.
Nao sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas jé € capaz de assistir 4 sesso
da tarde sem a culpa a Ihe desviar a atenco.
E um homem mais bonito, nao resta a menor duvida.
Homem maduro nao bebe, vai & praia.
No malha: a malhaco denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir 0 corpo é ligeiramente
imaturo.
()
Sorri tranqiiilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
‘O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o qué? Muda muito de opiniaio. Essa coisa
de ter sempre a mesma opiniao, ele jd foi assim.
()
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se vocé observar bem, ele comega a implicar com horérios.
‘A maturidade faz com que ele no possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando: sou um
homem maduro. Um homem maduro no pode fazer isso.
© homem maduro comega, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que estd comecando é a sentir inveja dos imaturos.
Seré que os imaturos so mais felizes?, pensa, enquanto comesa a escovar os dentes depressa,
mais depressa, mais depressa ainda.
© homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, 0 que serd de nés, os maduros?
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-52962001, pig. 99.
05. (Camara de Franca — SP — 2016 — Advogado — IBFC) Leia a frase abaixo e assinale a
alternativa que substitui adequadamente a palavra em destaque, sem alterar o sentido do
texto,
“N3o malha: a malhacSo denota toda a imaturidade de quem a faz”.
a) Expressa
b) Esconde
¢) Transforma
d) Corrige
Comentério: denotar € 0 mesmo que expressar, mostrar, deixar claro, exatamente 0 que temos no
enunciado eno texto.
GABARITO: A
Violéncia e naturalidade
Ha na ficglio do grande Machado de Assis paginas t3o admiraveis quanto duras ~ ou mesmo
cinicas, preferem alguns.
Lembremos este trecho famoso do romance Quincas Borba: " - Nao hd morte. 0 encontro de
duas expansées, ou a expansio de duas formas, pode determinar a supresso de uma delas;
mas, rigorosamente, no ha morte, hd vida, porque a supressio de uma é a condiclo da
sobrevivéncia de outra, e a destruic3o no atinge o principio universal e comum., Daf o carter
conservador e benéfico da guerra. Supde tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As
batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forcas para transpor
a montanha e ir & outra vertente, onde ha batatas em abundancia; mas, se as duas tribos
dividirem em paz as batatas do campo, nao chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de
inanic&o. A paz, nesse caso, é a destruicao; a guerra é a conservacao. Uma das tribos extermina
a outra e recolhe os despojos. Dai a alegria e ousadia da vitéria, os hinos, aclamacées,
recompensas pubblicas e todos os demais efeitos das aces bélicas. Se a guerra nao fosse isso,
tais demonstragdes nao chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem sé comemora
ama o que Ihe € aprazivel ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa
canoniza uma ago que virtualmente a destréi. Ao vencido, ddio ou compaixio; ao vencedor,
as batatas.”
‘Aqui, Machado leva ao extremo a tese que chancela a lei do mais forte, a competitividade
brutal que esmaga 0 perdedor. Parece concordar com ela, apesar do tom extremamente
ir6nico, e talvez concorde mesmo ~ mas a caprichosa naturalidade com que o nosso escritor
aborda as violéncias mais radicais faz desconfiar que ele também nos esteja provocando.
Machado sabe que uma das formas mais eficazes de mostrar a barbarie esté em naturalizé-la.
€ uma operagao sutil, em que ele prefere apresentar os atos mais selvagens como se fizessem
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296pergunta tremenda: se tanta violencia decorre com tamanha naturalidade, que sentido teré
aquilo que os homens vém chamando de civilizaco?
{Diego Munhor, inédito)
06. (CETAM - 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito - FCC)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:
(A) nao chegam a nutrir-se suficientemente (2° pardgrafo) = mal conseguem locupletar-se.
(B) recolhe os despojos (22pardgrafo) = assenhora-se dos galardées.
(C) virtualmente a destréi (2° pardgrafo) = imaginariamente a perpetra.
(D) apesar do tom extremamente irénico (32 pardgrafo) = malgrado a tonalidade de um enorme
sarcasmo.
(E) E uma operacao sutil (32 paragrafo) = trata-se de uma intervencao displicente.
Comentario: esta questo quer saber sobre o seu conhecimento lexical, além da interpretacdo textual. E
possivel que vocé ndo conheca todas as palavras envolvidas nas alternativas, entdo, vamos recorrer a
um diciondrio para chegarmos ao gabarito! A seguir val um glossdrlo com algumas das palavras.
Glossario:
Locupletar = v.td. e v.pron. Ocasionar sua prépria riqueza; aumentar fortuna; enriquecer; v.t.d. v.bit. €
v.pron. Fazer ficar chelo; ocasionar o actimulo ou preenchimento de; encher ou encher-se.
Despojos = s.m.pl. Restos ou fragmentos; tudo o que pode ser considerado sobra; aquilo que resta.
Galardao = s.m, Reconhecimento e/ou compensasdo por servicos de um valor muito elevado. Figurado.
Em que hé premiagao; homenagem ou gléria.
Perpetra = do verbo Perpetrar: v.t. Cometer, praticar, realizar (ato condendvel).
Malgrado = s.m. Quem esta em desagrado com; auséncia de agrado; desprazer: o jantar, a malgrado do
cozinheiro, esteve fora dos padrées.
prep. Nao obstante; apesar de.
Displicente = pessoa descuidada.
GABARITO:
Fundas cancdes
“Existirmos, a que seré que se destina?” - pergunta um verso de Caetano Veloso em sua bela
cango “Cajuina”, nascida numa visita a amigo em Teresina. Que faz numa cang3o popular essa
pergunta fundamental sobre o propésito mesmo da vida humana? - perguntarao aqueles que
preferem separar bem as coisas, julgando que somente os géneros “sérios” podem querer dar
conta das questdes “sérias”. O preconceito estd em nao admitir que haja inteligéncia - e das
fulgurantes, como a de Caetano Veloso - entre artistas populares. O fato é que a pergunta
dessa cango, téo sintética e pungente, incide sobre o primeiro dos nossos enigmas: o da
finalidade da nossa existéncia.
Nao seria dificil encontrarmos em nosso cancioneiro exemplos outros de pontos de reflexio
essencial sobre nossa condig&o no mundo. Em “A vida é um moinho”, de Cartola, ou em “Esses
mosos’, de Lupicinio Rodrigues, ou ainda em “Juizo final”, de Nelson Cavaquinho, ha agudos
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296popular”: é sabedoria mesmo, sem adjetivo, filtrada por espiritos sensiveis que encontraram
na cango os meios para decantar a maturidade de suas emogGes. Até mesmo numa marchinha
de carnaval, como “A jardineira”, do Braguinha, perguntamos: “O jardineira, por que estas tao
triste? Mas 0 que foi que te aconteceu?” - para saber que a tristeza dela vem da morte de uma
camélia, Essa pequena tragédia, cantada enquanto se dana, mistura-se & alegria de todos e
funde no canto da vida o advento natural da morte: “Foi a camélia que caiu do galho, deu dois
suspiros e depois morreu...”
Mesmo em nosso folclore, compositores anénimos alcancaram um tom elevado na dic¢3o
aparentemente ingénua de uma cantiga de roda. Enquanto se brinca, canta-se: “Menina,
minha menina / Faz favor de entrar na roda / Cante um verso bem bonito / Diga adeus e vé-se
embora”. Nao seré essa uma expresso justa do sentido mesmo de nossa vida: entrar na roda,
dizer a que veio e ir-se embora? € o que cantam as alegres criangas de mos dadas, muito antes
de se preocuparem com a metafisica ou o destino da humanidade.
(BARROSO, Silvio, inédito)
07. (TCE/PI - 2014 - Médico - FCC) O sentido essencial desse texto, considerado
no conjunto e na perspectiva adotada pelo autor, esté adequadamente expresso
na seguinte formulacao:
(A) é da natureza mesma da arte popular expressar, em linguagem rebuscada e hermetica, os
temas que perturbam os filésofos e costumam ecoar nos seus mais altos tratados.
(8) a cango popular encontra a justificativa mesma da sua existéncia no fato de responder em
linguagem altissonante as questdes que costumam afligir nossas vidas.
(Cc) muitas vezes ocorre que se encontre numa cangao popular a expresso de uma grande
sabedoria, nascida e decantada a partir de uma funda experiéncia.
(0) 0s artistas populares habilitados a tratar dos mais profundos temas em suas cancdes no
deixam de acusar a formaco académica que Ihes dé respaldo.
(E) a sabedoria popular dispensa esse adjetivo toda vez que surpreendemos, na letra de uma
cango, uma versio facilitada dos classicos e folcléricos ditados.
Comentario: existe um preconceito de que os autores de misicas populares nao tém inteligéncia
suficiente para falar sobre temas tidos como “filosdficos”. 0 autor do texto se coloca contra tal
reconceito, afirmando que nas misicas populares podemos encontrar expressées da sabedoria e fruto
das experiéncias de quem escreve.
‘Quando os autores populares falam sobre questdes existencials, no fazem isso de maneira rebuscada e
hermética, como afirma na alternativa A, e ndo fazem suas reflexes de maneira alta e intensa
(altissonante), como sugere a alternativa B. A alternativa D esté totalmente fora do que foi tratado no
texto, bem come a alternativa E.
GABARITO:
08. (TCE/PI - 2014 - Médico — FCC) Atente para as seguintes afirmacées:
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296,___) a»
|. No primeiro pardgrafo, o autor estranha a presenca de uma reflexio to aguda, em tom
conclusivo, na letra de compositor popular, que melhor faria se viesse a dar voz a questes
menos complexas
Il. No segundo pardgrafo, os exemplos de cangdes elencados pelo autor do texto servem-lhe
como argumento para contestar a relevancia do questionamento expresso no verso de
Caetano Veloso, citado no pardgrafo anterior.
Ill, No terceiro pardgrafo, os versos de uma conhecida cantiga de roda sto lembrados como
exemplo do alcance tragico que se pode reconhecer nas palavras que as criangas cantam
enquanto brincam.
Em relago ao texto, esté correto o que se afirma em
(A)1, Weill.
{B) 1 el, apenas.
(C) leit, apenas.
(0) 1e lll, apenas.
{E) Ill, apenas.
Comentario: Apenas a assertiva Ill estd correta. Vamos ver 0 que hd de errado nas outras.
1. No primeiro pardgrafo, 0 autor estranha a presenca de uma reflexio tao aguda, em tom
conclusivo, na letra de compositor popular, que melhor faria se viesse a dar voz a questées
menos complexas. — ERRADA. O autor NAO estranha tal reflexo na voz popular.
1. No segundo pardgrafo, os exemplos de cangées elencados pelo autor do texto servem-Ihe
como argumento para contestar a relevancia do questionamento expresso no verso de Caetano
Veloso, citado no pardgrafo anterior. - ERRADA. Os exemplos dados pelo autor servem para
provar que ndo cabe o preconceito intelectual contra os artistas populares.
GABARITO: E
09. (TCE/PI - 2014 - Médico — FCC) Considerando-se 0 contexto, traduz-se adequadamente o
sentido de um segmento e1
(A) preconceito est em nao admitir (12 pardgrafo) = a raz4o alegada leva & incluso.
(8) agudos lampejos reflexivos (22 pardgrafo) = subitas e cortantes reflexdes.
(C) experiéncias curtidas e assimiladas (2° parégrafo) = vivéncias prazerosas e alienadas.
(0) filtrada por espiritos sensiveis (22 parégrafo) = purificada por mentes pragmiticas.
(E) dicco aparentemente ingénua (3 parégrafo) = pronuncia supostamente engenhosa.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296=
um leltor ativo, mais palavras conheceré da lingua e teré mais facilidade com questées desse tipo. No
caso desta aula, vou colocar a seguir um glossdrio para ajudar a fazer esta questdo. Procure todas as
palavras que nao souber o significado no dicionario!
Lampejos = Brilho ou clardo repentino. Breve, de curta duracdo, que passa répido.
Suibitas = Flexdo de subito. Aquilo que acontece sem previsdo, que é repentino ou inesperado.
Pragmatica: ADJ. Caracteristica das pessoas que sio realistas, praticas, objetivas.
Engenhosa = ADJ. pessoa dotada de engenho, talento.
GABARITO:
Pobres palavras
Lendo um romance, tropecei na palavra inexoravel. E uma das que mantenho desconhecidas,
desde rapazola, quando peguei gosto de ler. Desconhecida porque, mesmo jé tendo lido
inexorével muitas vezes, nunca quis saber o sentido. Parece uma palavra em desuso, dessas
que ficam Id nos velhos armazéns da lingua, coberta de poeira, até que alguém pega e coloca
numa frase como uma roupa no varal. © leitor € quem recolhe essas roupas, uma por uma,
menos as que, como inexordvel, a gente no sabe o que é, deixa ld, para que volte sozinha 20
armazém e fique ld mofando até que...
Bem, desta vez fiquei com pena da pobre inexoravel e fui ao diciondrio. E inexoravel é
implacavel. Eu ja desconfiava disso, tantas vezes li que o destino é inexoravel, e fiquei feliz
porque o significado justifica a pompa da palavra. Porque a primeira vez que fui ao dicionario
desvendar uma palavra, fol uma inenarrdvel (olha outra pomposa al) deceps&o. Era a palavra
inconsuttil. Em prosa e poesia, volta e meia Id vinhaa inconsttil. Um dia, jd na casa dos quarenta,
a barba comesando a grisalhar, ndo aguentei mais as décadas de ignorancia e fui ao dicionario.
E inconsutil é apenas “sem costura”.
Tantos mantos inconstiteis e eu n3o conseguia ver algo em comum entre eles para achar o
sentido da palavra, e eram apenas mantos sem costura. Fiquei acabrunhado (esta nem
pomposa, é atrapalhada mesmo).
(PELLEGRINI, Domingos. Ligdes de gramética para quem gosta de literatura. S30 Paulo: Panda Books, 2007, p. 40-41)
10. (TCE/PI - 2014 - Médico - FCC) Depreende-se corretamente da leitura do texto que, para o
autor,
(A) 0 aspecto sonoro das palavras nao permite que se facam suposigées acerca de seu sentido.
{B) © dicionario é um armazém de decepges, tal como Ihe pareceu no caso do termo
inexoravel.
(C) palavras como inconsttil apenas confirmam, no dicionério, a significago que ja era
previsivel.
(D) odicionério pode frustrar a quem atribuia a uma palavra a grandiosidade que o sentido nao
confirma.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296inexoravel
Comentario:
(A) 0 aspecto sonero das palavras ndo permite que se fasam suposicées acerca de seu sentido. - Ao
contrario, foi assim que ele passou anos sem saber exatamente o que era inexordvel, mas imaginando.
(8) 0 dicionério é um armazém de decepses, tal como Ihe pareceu no caso do termo inexoravel. - Nao!
Oautor ndo afirmou que o diciondrio é um armazém de decepsées, a frustagdo pode acontecer, mas ndo
éregra.
(€) palavras como inconsitil apenas confirmam, no dicionério, a significagao que jé era previsivel. - Ndo!
Apalavra inconsitil, para 0 autor, ndo era previsivel.
(0) 0 dicionério pode frustrar a quem atribuia a uma palavra a grandiosidade que 0 sentido nao
confirma. — EIS 0 GABARITO!
(E) palavras como acabrunhado podem atrair um leitor pela mesma razdo que ocorre com inexordvel. ~
0 texto ndo trouxe essa afirmacao.
GABARITO: D
11. (TCE/PI - 2014 - Médico — FCC) Atente para as seguintes afirmagdes:
|, Para o autor do texto, o desuso a que se condenam muitas palavras é comparavel a um
depésito de coisas inuteis, que s6 voltam a ter valor quando alguém as investiga e Ihes
reconhece a utilidade.
II Muitas vezes rogamos o real sentido de uma palavra pelo contexto em que surge, pelas
expressdes em que fol empregada, como no caso de destino inexordvel.
Ill, A frustraco sentida pelo autor quando pesquisou 0 vocébulo inconsiitil deveu-se ao fato
de que a pompa dessa palavra nao correspondia a trivialidade de seu sentido.
Em relago ao texto, esté correto o que se afirma em
(A)1, Hell
(B) le ll, apenas.
(C) le lll, apenas.
(D) tle til, apenas.
(E) Il, apenas.
Comentério: estd correto o que se afirma em todas as assertivas.
GABARITO:
12. (TCE/PI - 2014 - Médico — FCC) Atente para estes trés emparelhamentos de frases:
|. € uma das que mantenho desconhecidas desde rapazola
Quando rapazinho, dei por desconhecidas palavras como essa.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296(...) fez-me feliz o fato de a solenidade da palavra legitimar-se no seu sentido.
Ul, (..) no aguentei mais as décadas de ignorancia.
.) tornou-se inécuo para mim ignorar aquelas décadas.
Considerando-se 0 contexto, hé equivaléncia de sentido entre as frases emparelhadas em
(a), weit.
(B) le ll, apenas.
(C) le lll, apenas.
{D) let, apenas.
{E) Il apenas.
Comentério: vamos analisar os casos:
1. Euma das que mantenho desconhecidas desde rapazola.
‘Quando rapazinho, dei por desconhecidas palavras como essa.
Houve alteragtio no sentido, pols a expresso “Quando rapazinho” indica que ele deu como
desconhecidas as palavras no passado, nao no presente da escrita, como entende na primeira frase.
I. (..) no aguentei mais as décadas de ignoréncia.
.) tornou-se inécuo para mim ignorar aquelas décadas.
‘importante saber que inécuo = Que ndo causa dano NEM BENEFICIO. Assim observa-se a alteracao de
sentido, pois, na segunda frase, ignorar aquelas décadas ndo faz diferenca, enquanto na primeira faz.
GABARITO: E
Nosso jeitinho
Um amigo meu, estrangeiro, jd hd uns seis anos morando no Brasil, lembrava-me outro dia qual
fora sua principal dificuldade - entre varias - de se adaptar aos nossos costumes.
“Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”, explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil
nada esta perdido, nenhum impasse é definitivo: sempre haverd como se dar um jeitinho em
tudo, desde fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaco de arame até conseguir
que 0 primo do amigo do chefe da seco regional da Secretaria de Alimentos convenga este
liltimo a influenciar 0 Diretor no despacho de um proceso”.
Meu amigo estrangeiro estava, como se vé, reconhecendo a nossa “informalidade” - que € 0
nome chique do tal do jeitinho. O sistema — também batizado pelos socidlogos como o do
“favor” — nfo deixa de ser simpatico, embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca
reclamam, e os que jamais foram morrem de inveja e mantém esperancas. Até o poeta
Drummond tratou da questo no poema “Explicag30”, em que diz a certa altura: “E no fim da
certo”. Essa conclusdo aponta para uma espécie de providencialismo mistico, contrapartida
divina do jeitinho: tudo se hé de arranjar, porque Deus ¢ brasileiro, Entre a piada e a seriedade,
muita gente segue contando com nosso modo tao jeitoso de viver.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296informatizago de tudo, a rapidez da midia, a divulgago instantanea nas redes socials, tudo se
encaminha para alguma transparéncia, que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se
documenta, se registra, se formaliza de algum modo — e o jeitinho passa a ser facilmente
desmascarado, comprometido o seu anonimato e perdendo forca aquela simpatica
clandestinidade que sempre o protegeu. Mas hé ainda muita gente que acha que nés, os
brasileiros, com nossa indiscutivel criatividade, daremos um jeito de contornar esse problema.
Meu amigo estrangeiro, por exemplo, nao perdeu a esperanca.
(Abelardo Trabulsi, inédito)
13. (TCE/RS - 2014 - Auditor Publico Externo - Engenharia Civil - FCC) A singular
condig&o que é a marca do jeitinho brasileiro esta caracterizada no seguinte
segmento:
(A) Se adaptar aos nossos costumes (12 pardgrafo).
(B) Os beneficiados nunca reclamam (22 parégrafo).
(C) Comprometido 0 seu anonimato (32 paragrafo).
{D) Aquela simpatica clandestinidade (32 pardgrafo).
(E) Se encaminha para alguma transparéncia (32 paragrafo).
Comentario: releia 0 seguinte trecho “{..) e 0 jeitinho passa a ser facilmente desmascarado,
comprometido o seu anonimato e perdendo forga aquela simpética clandestinidade que sempre 0
protegeu.” 0 nosso jeitinho estd condicionado a essa tal simpatica clandestinidade que pode estar
‘ameagada.
GABARITO: D
14. (TCE/RS - 2014 - Auditor Publico Externo - Engenharia Civil - FCC) Atente
para as seguintes afirmaces:
1. O amigo estrangeiro justifica ao autor do texto por que no Ihe fora possivel
adaptar-se aos nossos costumes, dado que nao chegou a entender perfeitamente
como é que funciona o chamado jeitinho brasileiro.
Il. A pratica do jeitinho brasileiro é vista como informal porque no se tornou, propriamente,
um fenémeno social marcante, a ser analisado no ambito dos costumes coletivos de fato
representativos de um modo de agir.
Ill. O fato de os tempos modernos favorecerem a transparéncia, a divulgago instantdnea e 0
registro dos nossos atos vem acarretando algum entrave & pratica do favor, que depende
bastante do anonimato que a cerca.
Em relaco ao texto, estd correto o que se afirma APENAS em
(ay.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296(cy.
(D)lell.
(E)iletl.
Comentério: apenas all esté correta. Vejamos as outras:
1. 0 amigo estrangeiro justifica ao autor do texto por que ndo Ihe fora possivel adaptar-se aos nossos
costumes, dado que nao chegou a entender perfeitamente como é que funciona o chamado jeitinho
brasileiro. - ERRADA. O amigo estrangeiro adaptou-se sim, mas depois de entender 0 nosso jeitinho.
Il. A prética do jeitinho brasileiro é vista como informal porque ndo se tornou, propriamente, um
fenémeno social marcante, a ser analisado no dmbito dos costumes coletivos de fato representativos de
um modo de agir. ~ ERRADA. Na verdade, tornou-se um fenémeno social marcante no Brasil sim, mas
precisa ser informal porque nem sempre é licito.
GABARITO: C
15. (TCE/RS - 2014 - Auditor PUblico Externo - Engenharia Civil - FCC)
Considerando-se 0 contexto, traduz-se INADEQUADAMENTE o sentido de um
segmento em:
(A) nenhum impasse é definitivo (12 paragrafo) = nenhuma instancia € peremptéria.
(B) Os beneficiados nunca reclamam (22 pardgrafo) = os favorecidos jamais protestam.
(C) uma espécie de providencialismo (22 pardgrafo) = algo como uma intervencio da
Providéncia.
(D) comprometido o seu anonimato (32 pardgrafo) = prejudicada sua condi¢o anénima
(E) contornar esse problema (32 pardgrafo) = se esquivar dessa dificuldade
Comentério: nesta questdo ¢ importante voltar ao texto e ter um diciondrio em maos! Atengao! Cuidado
com a palavra INADEQUADAMENTE no enunciado! Pegadinha! E para marcar a ERRADA.
De acordo com as definigées abaixo, podemos concluir que a alternativa que ndo corresponde a A.
Insténcia = s.f. Qualidade daquilo que é iminente; particularidade do que pode acontecer a qualquer
momento; atributo do que esté prestes a acontecer; iminéncia. Qualidade daquilo que é realizado de
‘modo perseverante; em que ha perseveranca; persisténcia.
Peremptéria = adj. Que permite; que se consegue colocar fim; que tende a se extingulr ou terminar. Que
€ determinante; que define; definitivo.
GABARITO: A
16. (TCE/RS - 2014 - Auditor Puiblico Externo - Engenharia Civil - FCC) E correto
inferir da leitura do texto que a pratica do jeitinho, no Brasil,
(A) é vista como piada pela totalidade da populacio, que a considera folclérica, embora muita
gente ainda busque levé-la a sério.
(B) predomina entre os setores menos favorecidos da populago, uma vez que os demais so
atendidos por um sistema de valores mais justo.
(C) vem perdendo forca por conta da informalidade maior de outras praticas sociais, menos
democraticas, mas mais difundidas pela internet.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296se aqueles cuja fé em Deus se mostra inabalével.
(E) conta com alguma simpatia do amigo estrangeiro, que espera seja ela capaz de sobreviver
aos desafios dos tempos modernos.
Comentario: Vejamos o que hé de ERRADO em cada uma das alternativas:
A~Completamente ERRADA. O jeitinho brasileiro nao é visto como piada nem folclore.
B- Nao sé os menos favorecidos utilizam o jeltinho brasileiro para tirar vantagem e conseguir algo.
C-Ojeitinho ndo vem perdendo forca nem espaco para outras préticas (que nem so citadas)
D-O que se falou sobre Deus ser brasileiro néo quer dizer que s6 se vale do jeitinho para conseguir algo
aqueles que possuem fé e conviccdes religiosas.
GABARITO: E
Estava mal chegando a Sao Paulo, quando um repérter me provocou: "Mas como, Chico, mais
um samba? Vocé no acha que isso jd esta superado?" Nao tive tempo de me defender ou de
atacar os outros, coisa que anda muito em voga. J4 era hora de enfrentar o drago, como diz 0
Tom, enfrentar as luzes, os cartazes, e a plateia, onde distingui um caro colega regendo um
coro pra frente, de franca oposi¢o. Fiquei um pouco desconcertado pela atitude do meu
amigo, um homem sabidamente isento de preconceitos. Foi-se 0 tempo em que ele me
censurava amargamente, numa roda revoluciondria, pelo meu desinteresse em participar de
uma passeata civica contra a guitarra elétrica. Nunca tive nada contra esse instrumento, como
nada tenho contra o tamborim. O importante é Mutantes e Martinho da Vila no mesmo palco.
Mas, como eu ia dizendo, estava voltando da Europa e de sua musica estereotipada, onde
samba, toada etc. so ritmos virgens para seus melhores musicos, indecifraveis para seus
cérebros eletrénicos. "S6 tenho uma opco, confessou-me um italiano - sangue novo ou a
antimtsica. Veja, os Beatles, foram & India..." Donde se conclui como precipitada a opiniao,
entre nds, de que estaria morto o nosso ritmo, o lirismo e a malicia, a malemoléncia. E certo
que se deve romper com as estruturas. Mas a musica brasileira, ao contrario de outras artes,
jd traz dentro de si os elementos de renovagio. Nao se trata de defender a tradi¢o, familia ou
propriedade de ninguém. Mas foi com o samba que Jodo Gilberto rompeu as estruturas da
nossa can¢3o. E se o rompimento no fol universal, culpa é do brasileiro, que no tem vocago
pra exportar coisa alguma.
Quanto a festival, acho justo que estejam todos ansiosos por um primeiro prémio. Mas nao é
bom usar de qualquer recurso, nem se deve correr com estrondo atras do sucesso, senio ele
se assusta e foge logo. E nao precisa dar muito tempo para se perceber "que nem toda loucura
€ genial, como nem toda lucidez é velha".
(Adaptado de: HOLANDA, Chico Buarque de, apud Adélia B. de Menezes, Desenho Magico: Poesia e Politica em
Chico Buarque, So Paulo, Atelié, 2002, p. 28-29)
17. (TRF - 32 REGIAO — 2016 — Analista Judicidrio — FCC) No segment ... nem se deve correr
com estrondo atrds do sucesso, senio ele se assusta e foge logo (3° pardgrafo), o termo
sublinhado pode ser substituido, mantendo-se a lgica e o sentido original, por:
a) exceto se
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296¢) do contrario
d) no obstante
e) por mais que
Comentario: observem que a questdo quer um outro conective com 0 mesmo sentido do “sendo” na
frase. Mas que sentido € esse? Contrariedade, oposigao! Vejam que a unica opgao possivel é a da
alternativa C:
«»- nem se deve correr com estrondo atrés do sucesso, caso contrério ele se assusta e foge logo
Um detalhe, enquanto “sendo”, junto, indica contrério, 0 “se ndo”, separado, indica uma condi¢do.
GABARITO: C
Revolucio
Noticias de homens processados nos Estados Unidos por assédio sexual quando sé 0 que
fizeram foi uma gracinha ou um gesto so vistas aqui como muito escandalo por pouca coisa e
mais uma prova da hipocrisia americana em matéria de sexo. A hipocrisia existe, mas 0
aparente exagero tem a ver com a luta da mulher americana para mudar um quadro de
pressupostos e tabus to machistas Id quanto em qualquer pais latino, e que sé nos parece
exagerada porque ainda nao chegou aqui com a mesma forca. As mulheres americanas nao
esto mais para brincadeira, em nenhum sentido.
A definicio de estupro é a grande questo atual. Discute-se, por exemplo, o que chamam de
date rape, que nao é o ataque sexual de um estranho ou sexo & forca, mas o programa entre
namorados ou conhecidos que acaba em sexo com o consentimento relutante da mulher. Ou
seja, seducdo também pode ser estupro. Isso ndo apenas uma novidade, é uma revolugdo. O
homem que se criou convencido de que a mulher resiste apenas para no parecer “facil" no
esta preparado para aceitar que a insisténcia, a promessa e a chantagem sentimental ou
profissional s8o etapas numa escalada em que o uso da forca, se tudo o mais falhar, esté
implicito. E que muitas vezes ele esta estuprando quem pensava estar convencionalmente
conquistando, No dia em que o homem brasileiro aceitar isso, @ revolugao estaré feita e sé
teremos de dar gracas a Deus por ela nao ser retroativa.
A verdadeira questo para as mulheres americanas € que o homem pode recorrer a tudo na
sociedade - desde a moral dominante até as estruturas corporativas e de poder - para seduzi-
las, que toda essa civilizacao é no fundo um alibi montado para o estupro, e que elas sé contam
com um “nao” desacreditado para se defender. Esto certas.
(VERISSIMO, Luis Fernando, Sexo na cabea. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p. 143)
18. (TRT - 142 Regido (RO e AC) ~ 2016 — Analista Judiciério - FCC) Considerando-se o contexto,
traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:
a) uma prova da hipocrisia americana (12 pardgrafo) = um atestado da maledicéncia
estadunidense.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296c) so etapas numa escalada (22 pardgrafo) = constituem signos de uma reversio.
d) 0 uso da forga (...) esta implicito (2° pardgrafo) = 0 emprego da coacio (...) fica tacito.
e) estruturas corporativas e de poder (32 pardgrafo) = possantes associacées sindicais.
Comentario: tratando da sinonimia entre as palavras, encontramos na alternativa D correspondéncia
entre forca e coagdo, bem como entre implicito e tacito.
Lembrando...
Coagdo: Eo ato de exercer pressdo psicolégica ou constrangimento no individuo a fim de fazé-lo praticar,
independente se por ago ou omissdo, ato que nao deseje.
Tacito: Silencioso; que néo se exprime por palavras; secreto; implicito; subentendido.
‘Nas outras alternativas, as palavras a serem substituidas ndo estéo em conformidade quanto ao
significado:
A) Hipocrisia: caracteristica do que é hipécrita; falsidade, dissimulagao.
Maledicéncia: agao ou habito de dizer mal dos outros; difamagao, detragao, maldizer.
B) Relutante: que opée resisténcia; resiste.
Explicita: bem explicado, conhecimento profundo sobre aquilo. Claro.
©) Escalada: etapas
Reverso: ato ou efeito de reverter; regresso ao estado primitivo; devolucdo.
£) Possantes: que tem forca.
GABARITO:
Era uma vez...
As criangas de hoje parecem nascer jé familiarizadas com todas as engenhocas eletrénicas que
estaro no centro de suas vidas. Jogos, internet, e-mails, misicas, textos, fotos, tudo esta a
disposigZo & qualquer hora do dia e da noite, ao alcance dos dedos. Era de se esperar que um
velho recurso para se entreter e ensinar criangas como adultos - contar histérias - estivesse
vencido, morto e enterrado. Ledo engano. Ndo incomum que meninos abandonem
subitamente sua conexo digital para ouvirem da viva voz de alguém uma histéria anunciada
pela vetusta entrada do “Era uma vez.
Nas narrativas orais - talvez o mais antigo e proveitoso deleite da nossa civilizaco—a presenca
do narrador faz toda a diferenca. As inflexdes da vor, os gestos, os trejeitos faciais, os siléncios
estratégicos, o ritmo das palavras — tudo € vivo, sensivel e vibrante. A conexdo se estabelece
diretamente entre pessoas de carne e 0sso, a situaco € Unica e os momentos decorrem em
tempo real e bem marcado. O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta, o
narrador sabe-se valorizado pela atencao de quem o ouve, a narrativa os une como num
caloroso lago de vozes e de palavras.
As histérias classicas ganham novo sabor a cada modo de contar, na arte de cada intérprete.
Nao é isso, também, o que se busca num teatro? Nas narragSes, as palavras suscitam imagens
intimas em quem as ouve, € esse ouvinte pode, se quiser, interromper o narrador para
esclarecer um detalhe, emitir um juizo ou simplesmente uma interjeico. Havendo varios
‘ouvintes, forma-se uma roda viva, uma cadeia de atengdes que dé ainda mais corpo a histéria
narrada. Nesses momentos, é como se o fogo das nossas primitivas cavernas se acendesse,
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296histérias. Na época da informatica, a voz milenar dos narradores parece se fazer atual e eterna.
(Demécrito Serapio, inédito)
19. (TRT - 142 Regio (RO e AC) — 2016 — Analista Judicidrio — FCC) Atente para as seguintes
afirmagSes:
|. No 12 paragrafo, @ adverténcia Ledo engano segue-se a convicgao de que a atracdo das
criangas por histérias contadas diretamente a elas ndo é menor do que a que sentem pelas
desenvolvidas com recursos eletrénicos.
II, No 22 pardgrafo, a expresséo caloroso lago de vozes e de palavras reafirma a importancia jé
ressaltada pela afirmago de que a presenca do narrador faz toda a diferenca.
Ill, No 32 pardgrafo, depreende-se que a analogia entre anarrativa oral e a arte do teatro ocorre
por forga de um elemento comum: a interpretaco pessoal e atualizada que se pode dar a
narrativas tradicionais.
Em relac3o ao texto, estd correto o que se afirma em
a)I,tell.
b) le ll, apenas.
c) le lll, apenas.
d) tle ll, apenas.
e) Il, apenas.
Comentario: entendendo a palavra “ledo” em seu sentido denotativo (Ingénuo, sutil, tolo) percebemos
@ corregtio da expressio “ledo engano” referente a ideia de que as criangas ndo sentem atragdo por
historias contadas diretamente a elas, preferindo os eletrénicos.
A expressio figurativa “caloraso laco de vozes e de palavras” aposta realmente para a relaao entre
narrador e ouvinte/leitor.
A expresso “novo sabor” no trecho “As historias cldssicas ganham novo sabor a cada modo de contar,
na arte de cada intérprete” demonstra figurativamente que os cldssicos podem ser atualizados para
novas leituras e interpretacao.
Confirma-se, entéo, os tépicos I, Ile Ill como corretos.
GABARITO:
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296referem que nasci dois dias depois, a 18: foi gracas a esta pequena fraude que a familia escapou
a0 pagamento da multa por falta de declaraco do nascimento no prazo legal.
(SARAMAGO, José. Disponivel em: http://josesaramago blogs.sapo.pt/95061. html. Acesso em 23/03/2014)
20. (SEDU-ES — 2016 - Professor - FCC) No texto acima, verifica-se que o emprego da
preposi¢io em “a 18” € indicativo da variedade linguistica
a) histérica, que se refere & dinamicidade da lingua, que muda permanentemente com os seus
falantes.
b) social, que depende do contexto de comunicagao, de quem so os interlocutores e seus
objetivos.
) relativa & faixa etéria: criangas, jovens, adultos e velhos podem ter um vocabulério diverso.
d) geogrsfica, pois se refere ao uso da mesma lingua em diferentes paises.
e) de registro, relacionada ao maior grau de informalidade entre os interlocutores.
Comentario: nao é comum no Brasil utilizarmos a preposicdo “a” antes do dia em que a pessoa nasceu,
como em “a 18”, no texto. Devemos considerar que o autor em questdo é José Saramago, um Portugués.
Essa variacdo ocorre, portanto, em Portugal, sendo, para nés, uma variagdo geogréfica.
GABARITO: D
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-5296Familia
(Titas, fragmento)
Familia, familia
Papai, mamie, titia,
Familia, familia
Almoga junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-plo
Filha de familia se nao casa
Papai, mamée, no dao nenhum tostao
Familia éh!
Familia ah!
01. (MGS — 2017 - Técnico contabil - IBFC) No sétimo verso, a palavra “ganha-pao” pertence a
uma modalidade mais informal da lingua e deve ser entendida como sinénimo de:
a) refeigao.
b) educagao.
) trabalho.
d) diversSo.
Oretrato
(van Angelo)
‘O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balco do botequim e ficou esperando sem pressa que
© rapaz viesse atendé-Io. O rapaz fazia um suco de laranjas para o mecdnico que comia uma
coxa de frango fria. © homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma
fotografia e pés-se a olhé-ta. Olhou-a tanto e to fixamente que seus olhos ficaram vermelhos.
Contraiu os Idbios, segurando-se para nao chorar; a cara contraiu-se como uma mascara de
teatro tragico. O rapaz serviu 0 suco e perguntou ao homem o que ele queria. O homem disse
“nada no, obrigado”, guardou a foto, saiu do botequim e desapareceu.
WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 99111-529602. (MGS -2017- Técnico contabil - IBFC) Assinale a op¢o em que se indica um par de palavras
sinénimas empregadas no texto.
a) “camisa” e “jaqueta”.
b) “retrato” e “fotografia”.
¢) “mascara” e “tragico”.
d) “balcdo” e “botequim”.
fae - x 6
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