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MORAES, Maria Cândida - VALENTE, José Armando. Como Pesquisar em Educação A Partir Da Complexida. São Paulo, Paulus, 2008.

Faz um maravilhosa síntese do pensamento complexo mostrando a diferença para com as outras abordagens epistemológica.

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euliene
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meducardo a part de compleidade do de? Esa tam ido Uma queso afl pos @ maloia dos pesquisadores acostumacos a trabaltay a 8 Dat do cutosreletencolsteonce-epsterollgtes oy tucaste. Neste ra, so abordadas mutas das sooctine ue emvohem a pestusa wansdecpnar © gue aeeees Como pesquisar em educagao a partir da complexidade e da transdisciplinaridade? Rete paar Crt ui PREFACIO E | Sisdecesad torte toro ce acta, Seog eee dinate eines conical Sa FUER na etarnns one netaeY epee pee peers Sharam ech soon feponetiscaceges a eset Foor dbs oeen ane Eas Tica pentose cetacean — Durante esse perfodo, trabalhamos as questies rela cle participa com toda 4 sua inteireza, com sua corpo- reidade, revelando, assim, a biopsicossociogénese do conhecimento humano (Assmann, 1998). Portanto, © ‘onhecimento produido na pesquitsé fato de processos ‘Que envolvem interpretagso, © também ciagso, intui~ (Ho, auto-organiaago e co-determinacio por parte do Eujeito pesquitador em sua relagio como objeto. = para ‘comunicaro sprendide ow o conhecido, o individuo usa § linguager, a0 palavras e or diferentes discursos sobre © tema perquisado, Para Colom (2004), a0 descrever a realidad, narra mos. essa narragio torna-se uma metsfors da relidade Comunicada, E se tora narragio ou explicacto depende Saqucle que conhece, uma explicario ou nerragio pode fer diferente da outra, podendo emergir carregada OW sobrecarregada de subjetividade, da visgo que cada um constroi de objeto de conhecimento. Assim, por meio da palavea e da Hnguagem, crlamos nossa realidade, Crlmos 0 mendo teem inagern ¢ temelhangs, Por mais que tentemos objetivar, qualquer narraqso ser8 empre ima de sins possivels versbes ou interpreta- {Goes de determinacls realidade, reveladora de usm olla® ‘Sepecifico sobre 0 objeto, do exforgo e da tentativa de ‘bjetivar,na esperangadle transmitir wma ealidade mais prOxima possivel do real, Muitas vezes acontece que # ‘Rossa explicagio da reslidade pode nio coineidir com a ‘explicagio do outro, por mais quc se tente ser objetivo € nequivaco, Dees forma,em ver detum rujeito seguro de stat certezas, deveriamos ter, sempre, sim sujeito inter rogante, reflexive; um individuo pensante, que tentasse fencontrar ums nova ordem no meio de tanta desordem, fe que buscasse uma nova base, mesmo sebendo de sua provisoriedade ata. De certa maneira, isso nos aproxima também da construgio tedrica de Maturana (1999), que reconhece cece eater ase 29 ‘existéncis de miltiplae realidades ea legitimidade de {odaselas, pois cada uma representariaa verdade daquele ‘gue nica acredita, Segundo esse autora realidade surge a partirdo que cada um faz e,assim, existiriam tantas ver~ bese tantasrealidades quantasforem as experiencia do Sujelto observacor em suas tentativas de expliear o real. Se ‘Sxstsee uma Snicarealidade independente, toda verdade Serie universelmente aceitae vida para qualquer obser~ aldo, que ela seria independente do que cle faz. Seré que ainda podemos continusr pensando que toda equalquer teoria é sempre objetiva? Ou sera que ela gum fellexe de uina realidade ou de uma objeividade entre Darénteses, uma eonstrucie do expirito humano® De fato, oda e qualquer teoria, por mais bem fandamentada que tstejacrn dados objetivos da ealidade, sempre produto Ga subjetividade e da intersubjetividade humans, ja que impostivel ser totalmente abjetiva em si mesmo. Ela reaulta de um procesto critico e, muitas veres, também Criativo,intuitivo e sensivel,além de uma logies, produto Se umm né gérdio que liga subjetividade e objetividade. Mas ¢ importante tambémm destacar que 0 pesquisador ‘ao esta tzolado de uma comunidade clentfies que Te- ‘conhece ou no a validade de sua pesquite ‘Assim, pasa Morin (1987), objetividade t8o lmejada pela cigncia tradicional ngo deixa de ser uma simpli Resgao dz ciéncia. Teo porque toda operagio mental cnvelve um sistema complexo constituido de objetivacso ‘rubjetivagdo, O conhecimento produzido pela pesquisa Egeradoa partir devsa interaqao,desse dislogo-E também igus Fitica Quintica nos ensina, = partir do Principio {da Incerteza de Heisenberg. Para cle, do mesmo modo ‘Que, na microfisiea, um obvervador perturba o objeto, este também perturba # percepgio do observador, na >medida em que um abre uma brecha no outro,tornando- se, ambos, mutuarnente-constitutives ¢ inclusivos. Essa 30 conopeab erat prt onecins eerste? compreensio também nos levaa reconhecer que sujeito f objeto sio.co-construtores um do outro, 0 parceiros t nfo adversérios no ambiente de pesquisa, pois ambos Constituem um sistema ebservante, com suas influencias mituas e recfprocas Essa compreensio também nos confirma © fato de ‘que o objeto existe em relagioa determinado sujelto que © observa, pensa e reflete sobre ele que interfere © atu. Isso também G0 que Maturana ¢ Varela nos ensinam so diner que tuto o que & dito & dito por um observador ox lsbservudora (1995, p- 165). Cariruro 5 A dependéncia ecolégica entre sujeito e objeto vst da obetvidde na pri nt aponta A | secant sae igen: Senn sme depen woes de enema sia nero ures dependence Seager jhe ja epee Secate slp ire Sate te nor ptolatalettatac unto etogeede npn Morn obs «Stee Goth pot ope Cees YEutssomtde nicl do mele aocnter n op at Licttactefeaatmsnessenc bie prnste die Rycguislorgenfelnechacto tenner, SESS al opted clan inert Sana pa aren ees ue ne Hacasodeimrdutanda ne qin sores Tisaciels cloner laedanas mater ‘scemaloner pone nests as $iglindr predate demande oe SeUNES tl aca ou mater essa forma, @ evolugio de qualquer pesquisa, sen~ do esta também compreendida como um sistema de patureza complexa, depende de agbes consensualmente coordenadas, ou seja, depende de acordos rmiituos entre ‘0 pesquisador e 0 objeto pesquisado, para que os Te- Sultados possam ser aleangados. Sem esse acoplarento 32 conopectaren sei ich amoiavec ea wesisophmsace ‘estrutural (Maturans, 1999), 0 processo evolutivo, de~ ‘ortente deseat interagOes, ¢difeultado e, multas vezes, Impossibiltado. Embora sjcito e objeto preserve 2 autonomia © @ identidade propria de cada um, em fungao da dinamica opetacionel que os constitui,neverdade,apbosintegram lima totilidade no momento da pesquisa e, portanto, Coexistem, em fineao da congruéncia estrutural que os tune, sem 2 qual a pesquiss nfo evolu. Esta compreensio é importante e justifica, por sua vyez,aexintencla também de umPrincipio Btico ttrinde {sss relagio, o qual deve estar sempre presente em todo Sto educativo, constituindo-se tumbém como esséncia {da pritica do pesquisndor. F uma etica que se revelt no respeito pelo outro, apeser dasciferengasyna solidarieds oyna cooperasio ¢ na preservagio de uma cultura ética Somumn a todos og envolvidos. Dat a importincia de se Soins como norms, instramentos de pesquisa co tipo Consentimento informado ea necessidade de sempre se daramsctorne dos resultados a pesquisa a comunidade envolvida, nio apenas no Binal, mas tembém durante © proceso. Retomando a anslise das implicagoes relacio- hhadas a0 Principio da Incerteza de Heisenberg (apud Moraes, 1997), como um dos pressupostos episterol6- ficos importantes desta construgso teoriea, vale s pena Sbeervar que s incerteza que se apresenta, tanto no pro- ento deconstrugso do conhecimento como na realidade pescuisada, no decorre dos defeitos nos instrumentos Ee medigio, mas de um principio experimentalmente demonstrado por Heisenberg. Entre oulrosaspectos, esse principio nov revela que as cols exitem em termos de Drobabildade, sts que algo se materialize. essa forma, a incerteza ext4 presente no niveldaagio do pesquisador, que, ao entrar cm conteto com 0 objeto Aiperdinca tigen ee ita exes 3 ‘de pesquisa, entra num jogo de interagoes,retroagoes ou fecursoes, partir da residade ou do contexto no qual ‘la acontece Essa incerteza faz com que determinada Sto ocortente em determinado contexte possa softer ‘onseqinciae imprevisivels, apesar das boas intengoes, ‘do pesquisador,do planejamento elaborado das lecies omedas # prior. Assim toda e qualquer pesquisa esta Sempre sujeita to imprevisto e a0 inesperade. ‘Deess mancira, por mals conscientes que possamos estar dos procedimentos e agbes planejadas, € tam- ‘bem importante cstarmos stentos a possibilidades de Scorséncia de alteragoer, de bifureagoes, bem como da presenga do incerto, do Inesperado e, consequentemen {eda ocorténcia de possfveis emergéncias a pesquiss Daia importincia de saber quando e como estabelecer ‘ag0es covretivas que possam alterar 9 rumo da pesquisa ‘ou alguns aspectos importantes. Tudo isso é de grande Felevincia para o bom resultado dos trabalhos. Hoje, um dos grandes desafios do pesquisador saber como cnfientara diversidade,a instabilidade,eincertees, ‘3 mudanga e 0 indeterminisme, inscritos tanto no.co- ‘thecimento como na realidade. Isso requerflexibilidade strutural por parte do sujeita perquissdor acostumado {trabalhar com certeras ¢ verdades,a postolar hipéteses bpré-planejadas eimutéveis, andamentadas numa raciom Ralidade expecilativa © Hnear que generaliza e projets Conclusoes sesultador sem levar em conta a diversidade Sos contextor ¢ dos sujetos implicados, bem como a5, possivels emergeneias Come continuar trabalhando com os mesmos'eri- trios de rigor centifco estabelecios pelo paradigms ttadicional.se« ciéneia noe diz quenoses realidade 6100 Slindmica, incerta, ida, difusa © no-linear? Ser que. {4s mesmas causas continuardo produzindo os mesmos Ss SS NO a a w ‘faitos em contextos ou realidades educacionais t30 di- Ferentest Como reconhecer o social como sisterna aberto, incerto.esujelto& mudanga,em ques compleaidade,com todas a suas coracteristicas, estd sempre presente! Concordamos com Antoni Cola (2008) a0 explicar que um dos graver problemas da pesquisa, hoje, € que S mloria dos pesquisadores continua trabalhando em Sistemas complexos, como sho 9% educacioneis, com ferramentas intelectuais e heuristicas de outros tempos, solv interferencia de uma mentalsdade evolutiva litear Cdeterminist, Esta contempla o mundo como sendo hhorogénco e estive, screditando na linearidade casa! lato como tima de russ exracteristicas principals, Dai a importincia da frase de Edgar Morin (1957), 0 explicar que tudo o que iols urn objeto destroi a sua Teale, A partir dela, possivel peroeber que compre- tender o objeto de pesquisa ¢ compreender as relagoes ‘que o earacterizam; perceber as interdependéncias, a ‘Omplementaridade dos processos,bem como as interie ‘Enclas que acomtecem, mas lembrando sempre qUe, Por fais que tenhamos um pensamento profundo e abran= fente, nunca conseguiremos compreender © todo, Pols ‘Sole somos também parte. Ne realidad, temos sempre {Ge Pletear a sua busca, mesmo sebendo de antemso da imponibilidade de encontré-lo. “Assim, € importante pensar a pesquisa, fendada na compreensso de uma realldade complexa, aprender 2 Problematizar sempre que necessirio, a contextualizar En religar o que precisa ser religado, pots tudo o que € Compleno-cita sempre relacionado, interconectado com ‘outros subsisteman, Ao mesmo tempo, € algo qur esté Sempre incompleto, inscabado, em conslante Vit-a-ser. CaPtruto 6 Operadores cognitivos da complexidade O | SSeS: xo sho of Instrumentos ou au categorins de pensamento.que nos ajudam a pensar ea com= preender « complexidade © a colocar em pritica este ensamento, S40 principios-guia constitutivos de um pensar complexe, descritos por Edgar Morin em seus ‘irios textos (1999; 2000s) e que colaboram para uma methor compreensio dos fenémenosecicativos, 20 fazer com que reciocinemos de outra maneita © possames religar os saberes oriundos do pensamento linear e do Pensamento eco-stemtico. Tals operadores facta a Compreensio dos processos de intervencio a partir do desenvolvimento da pesquisa. Eles mos ajadam a" pensar ‘ben como nea dis Ege Morin Morin (1999) destaca os seus principios-guia para um pensar complexo, Dentre eles, estacamos 4. Principio Sistémico-Organizacional ~ que nos aju- da # ligar o conhecimento das partes a0 conhecimento do toda. Recorrendo a Pascal, Moria nos fals sobre a Impossibilidade de se conhecer 0 todo sem conhecer 45 partes ¢ de se conhecerem a8 partes tem conhecer 0 todo (Morin, 1999). Pars ele, 0 todo poderia er maior fou menor do que @ soma das partes. Assim, a totalida~ Ge seria algo mais do que uma forma globsl, pois nela ‘stariam também as qualidades emergentes que sargem ‘rams organizagio qualquer partir de um processo de 38 Comeau emeneatonnert deumpleideedh Yt de determinado fenémeno nto requer apenas andlises de suas partes, mas também processos de sinteses. Dai fs necersidade de se inclu, na andlise dos problemas ¢ fas estrategias plancjedas: alguns procedimentos que Drisilegiem tanto a dimensao snalitica como tarsbém @ intéties, pois énfate exclusiva na dimensio analiics nos faz perder as qualidades emergentes provenientes dds dinimica do todo, ou seja,nos faz perder as proprie- ‘dades globais do objeto em estudo. Como resolver isso? Conhecendo a reiagto todo/parte,ou sea, observando as relagdes snalitico-sinteticas, poi, como pesquisadores, ‘ns ndo pocemos tris 9 complesidade dos fenomenos esquisados 2.Um outro plinefpio-guia para um pensar complexo € 0 Principio Hologramatico "que colors emevidencia 0 paradoxo dor sistemas complexor,em queso somente = parte esti no todo, mas o todo esta também inserito nas partes” (Morin, 1999, p. 210). Como um dos exemplos raiscitados,temon a explicagso deque cada célula€ ume parte represcntativa do todo. O mesmo acontece com © DNA, no qual a totalidade clo patrimonio genético ests presente em cada uma das partes. £0 caso tambem do Individuo visto como representante de determinada so" iedade, enquanto esta tambémnse encontra representada fem cada individo, por meio da cultura, da inguagem, Jas normas etc. De que mancira ests presente? Estd Informacional ou culturalmente presente nas falas dos Ssujeitos,na ua participacao no conjunto de urna obra, nas leituras de sua realidade, nas observagbes que realizam, nos valores profersados, por exemple. Assim, 0 todo encontra-se virtualmente presente em cada uma das partes esta compreensto preciaa ser examinads, com ctdado, no momento em uc estamos Plancjands estratégias ou criando procedimentor de Pesquisa a serem adotados. pessoas canctnde 29 3. Um outro operador cognitive importante econside: rado também como um dos principios guia estabelecidos por Edgar Morin (1999), €.0 Principio Retroativo, quer por sus vez, rompe com a eausalidade linear: Ele nos {forma que toda eause age sobre o feito e este retroage informacionalmente sobre scatsa em questio,s partir de procesios auto-reguladores que acontecem no sisteme. © fendmeno da retroagao € também compreendide como feedback, rellexo da causalidede circular de natu eza fechada, no espiralada. Indica que 0 efeito wero ‘age sobre a cause, energética ou informecionalmente, ‘edificando-a. Dessa forma, podemos inferir que nem toda causa produr o mesmo eeito experado,} quecxiste Juma eausalidade de natureza complexa, ou seja circular, ‘a quel eausas ¢ efeitos ransformam-se mutuamente B ense circuito retroative que nos ajudars a compre: ‘ender melhor, por exerplo, o aumento da gravidade de Situagoes de conflito ou de violencia nas escolas, onde eterminada agdo pode provocar uma reagio ainda mais violenta por parte daquele que se sentiu Violentado. E ‘mais, em perquiss, precisamos buscar as posiveis coisas de determinados fenomencs de mancira mais ampla, bobservando o maior namero de interagbes possives, pois Imuitas vezes Inferimos o surgimento de determinados feitos gue, em realidade, nao ocorrem na proporgso esperads, podendo vir a ter outror desdobramentor imprevinivets 4.Além desses prineipios, temos também @ Principio -Recursivocomo um dos operedores importantes Este Val lem danogio de auto-regulagem do sistema explicitado pelo principio retroativo, para entrar em outra fase que €0-da auto-organizagio, caracterizade por uma espiral volutiva do sistema, Segundo Edgar Morin (1999), aqui produtos e efeitos sia.ees.pesprias produtores ecausa- 40. ono peer ecaioa i Societe vatican? dores daquilo que os produz. Esse principio ajuda-nos a Compreenclero fato ceo individuo produzit a sociedade Suet por ela ao mesmo tempo produzido, em termes Ge cultara,linguagens c os mais diferentes cbdigos nela presente. ‘A dinamica engendrada partir deste prinepio vai além da pura retroatividade auto-regaladora, pols gera jima dindmica de naturers sutopoicties, ou sea, auto~ produtors de sua organizacio, autoprodutora daquilo ques produz. ‘Assim, 6a partirda manifestagao destes dois principios, oretroativo eo recursive, que se manifesta a causalidade ‘Sos sstemas complexor, ous, a causalidade de naturez Circular nao-lineas, de natareza retroativa ow recursiva Sebemos ques eausalidadelinear exste,mase considera- ‘duexcegio e nto regra. Esra caurclidade circular constitu { base organizacional comum a todos of sistemas vivos, pois esta presente nas interagdes sujelto/melo, sujeito! Sbjeto, educador/educando, em todos of fenémenos, cventos © procentos,revelando a ocorréncia de relagbes Cnussis donaturceas setroativa ou recursive, geradorasde {uma causalidade complexe, essa forma, dependendo dos processos.em sinergia, ssn eausilidade circular pode produzie novas emer” ttncias, a partir de procetsos auto-eco-organizadores, Fegencradores do propria sistema ou criadores de novos ‘stemas emengentes 5. Um outro operador cognitive importante €0 Prin- ciple Diatigicoque, por sunver, 6 tambem uma decorsen- ‘Gis da eausalidade circular retrontiva ou recursiva. Esse Principio levou Edgar Morin a pensar na necessidade de ferem superadas as dicotominsdo tipo ordem/desordem. ino seio des orgenizacies, Segundo Edgar Morin (1999), Che principio une dois aspestos, fendmenor, eventos ou oman gree ceric a noses que, apesar de apsrentemente antagonicos, 0 ta verdade complementares © indissocisveis no seio de lums organizagio, Pars ele, devemes conceber a dislogis ‘ordem/desordem no seio das organizagoes desde 0 nas Cimento do universe, pois ean dialogia esta presente a [Parlirda propria emergencia da vida, mediante invisiveis Inter-retroagbes que constantemente esta0 acontecendlo nos mundos fsico, biologieo e sock Para Morin, a dialégica ocorre para dar conta da associagio do que € aparentemente considerado anta- gonico, a partir da idéia de unigo dos contrarios. Sus Tepresentagio é ¢ eepiral como imagem itinerante de igo que esta sempre ei proceso, de algo inacabado. Ela representa o processo explicativa do dialogico e esta cexplieagso se od er um processo retroative e recursivo ‘Que, em si mesmo, € auto-gerador ou auto-regenersdor de diferentes processos. Portanto, 0 principio dialogico constitui a forma ‘operativa do pensamento complexe, implicando, assim, ‘tastociagso complexa de diferentes instancias necessi- Hast exittncia ¢ a0 funcionamento de tum fendmeno ‘Organizado, Bo que scontece com s dialogica individwo/ Sociedade geradora de um fenOmeno representative do, ‘Organizacao social. Outro exemplo pode ser a dialégiea que se apresenta nas relagdes entre 0 pesquisador © 0 objeto pesquisado, que, no cio, produz » organizagao pesquisa. Assitn, foda © qualquer pesguita ¢ expreseto ou materalizagao também desve principio, nos mais diferentes nivels. Isso ppodeser observado nos diferentes didloges ocorrentes en~ tre sujeto/abjeto do conhecimento, ndividuoreontexto, Iocal/global, teoriafpratica ec. Assim, o conhecimento, ‘gerado na pesquisa depende da dialogica que acontece Shite os diferentes elementos integrantesdestes processos. | | “ eosin eae #906 eae aesecatede? ‘que vive numa cultura enum tempo determinado” (Mo- Hin, 19968, p. 212). (Como visto anteriormente:na pesquisa, a objetividade seria concebida como algo entre parenteses. Como pro- rocessos, dos diferentes oltares sobre um abjeto ou sobre Ssdemeis sujetos implicados, Ar relagdes intersubjetivas privilegisdas sto de naturesa critic, eflexiva, mas tam- ém intuitive, senavel etransformadora de processos Ao utilizarmos estratégias de pesquisa que colocam 2 inteigto ea sensibiidade em dislogo coma racionalidade Cientifies, como criadoras de conceltor ¢ geradoras de ldeias que enriquecem or nosso olhares sabre o objet, ns esteremos trabalhando ou utilizando a logiea ter- héri, Estaremor, neste caso, zeconhecendo a presengs do terceiro incluide na pesquisa, de uma tereeira via, lnterformente nao pereebida, que se expressa em outro nivel de realidade e exige outro grat de percepsao por parte do sujelto tranedisciptinar ‘Assim, @ conhecimento de natureza transdisciplinar revelado pela pesquisa € ur conhecimento que implies blhares amplos e profundos sobre o objeto investigado pera que posta perceber a prevenga de outraalternativa, {Gm terecia inclaide que s6'0 uso da logica ternsria per- nite, pois a logics bindria exclai o que € aparentemente contraditerio, A légics do terecito ineluido, fruto de {Gm penste complexo nutride pelos prinespios descritos fnterlormente, manifesta-ie « partir da percepeso do {gue & postive ocorrer em am outro nivel de realidade, Bum tipo de conhecimento que expresss ¢ reconhece ‘multidimensionalidade do ser humane. essa forma, a complexidade, com seus principios « caracterlsticas principais, come, por exemplo, a 64 compare enstute soho cnet nen bighidade e « ambivaléncia, articula « interliga 0 que ;contece nos diferentes nivels de realidade para que 0 terceiroincluide posse emergira partiede uma dialogica (que acontece entre os clementes envolvidos. Por outs ido, a percepsio do nivel de realidad, pelo sujeito pes uisidor, depende também do seu grau de consciencla, em evolusie. ‘Assim, a pesquisa transditeiplinar pressupoe habiids- des para pensar tilizando as categorias ou os operadores cognitivos da complexidade e que nos ajudam a associar coneeitose categoriss aparentemente excludentes, s0b 0 ponte de vista de um logica bindria, mas que, quando, ‘Sesociedos, produzem oulra reelidade, a partir de uma Iogica teria, importante esignifcatva Poroutro lado, pesquisa transdisciplinar, procurando tratar dasmilltplasrealidades simultiness, acaba gerando uma grande quantidade de dedos, cuja sndlise © com- Preensio do que scontece com essa realidades € quase Impossivel. Para entender o que emerge desses dados na pesquisa de naturezs comploxa e transdisciplinar,é ne ‘ossirio utilizar ferramentas poderoeas que nos svsiem nessa tarefa, como, por exemplo, alguns softwares que ‘sto sendo desenvolvidor com essa finalidade. Como épossivel pereeber,intimerassi0.as implicagses esses principios na pesquisa eduescional. Por exemplo, {quando estamos trabalhando em uma pesquisi-aga0, Misando a melhoris ou & transformagao de determinads realidade social, estamos, na verdade, tendo como base fo causalidedes de neturces retrowtfre ou recursive, {que neste ipo de pesquisa.acio existe um anel recursive fou retrontivo entre a agao desenvolvida © a pesquiss, ‘Que se nutrem mutuamente. Ambar estio imbricadas na “ndimica procesrual que acontece, pois, para erarconhe- ‘imento 4 respeito de determinada situagio; 8 pesquisa pecesita de um pritica ot de uma ago transformadors, Como forgs moti eapat de madar ou de influenciar = Srunteplo envolvida, Aquslidade em eficicia dessa 3g30 Gunsformadora, por stave, dependem doconhecimento ferado na pesquisa, assim por disnte Durante o processo de pesqsaracto,exsecirculto vai se epeinds continusmente, ariculando a atividade re Hooda da pesquisa com aagio tranaformadora. O mesmo contece na flags toe patie, em que, para evalua Ss proceayo,ambas ose hutsindo matuamente. Eure pratce grivide de teoriae uma teoria impregada do Uonhetittento geredo na prities transformadors. Agu Sentara ¢ mais importuntedo.quea outra. Amos dia IBgam entre ss nutrem-se, enriquecem ae enwentam 128De pratca, masce wmne nova tworiaagSo ou uma nove Paspettiva crriquecedora de outrasagbes, dando enseio Tin proceso evolutivo em constante renovagso Em relagio & pesquisa, por exemplo, analisando to dos exes sapecton ¢ importante combinar diferentes tipos de estratepis; pots exstem aqulas que fvorecem predominantements vim tipo de causalidede, como 4 Fincen algo male prsvisive ordenado e deterinista © tue, por sua ver, io d conta de explicar« realidade Mcdcional dc naturecs complexs: £0 que acontece Por, SSitapiover uma nasracao snaitca.A complexdade da foalldede exge também outras formas de explengi0 08 Er imerpretagio da relic incentive « combinagso {Ue dutezminados tpos de procedimentos ou técnicas de Gitta de dadow, epstemoldgics « metodologicamente SSmmpativelo, que privilegiam ema dinarnies nso-linesr Gtraaldede, Bem como expreto de sua mulidimen- Snalidade: Na inenrdade niowhs exspagosabertos para Sincerter, para o inesperado ou para as emergencias. Sattomos que incertns esta presents tanto.na realidad ‘enulsadacomo nes procesios de construgio do conhe- 66 Compmatren eis por argent dons iment, Ea na categoria gue devera eer sempre Presente no dessnwolvimento de pesqusas nan ices Ser ciéneias humanas e sociais. = ' Portanto, a pesquisa necessta adatar procedimentos abertos 2s fluttagdes, is bifurcagdes, ts incertezas ‘maudangas sempre que necersiio, Isto faz com quco sea planejamento teoha de er flesibilidade estrutural je que ‘a previsibilidade nto estaia, assim, cto asregurada, Desea forms, todo projeto de pesquisa precisa ter Nendbiidade E.semre estar cm coosieuszo reconstagio quando {Um outro aspecto importante das implieagoes da inamica nao linesr quando leveda esérv'bs pessuica, fefere-sed necessade de entetdermos queancarategies de pesquits ow os procedimmentos adotados nao pocken somente fe para a frente ou s6 para tds, Ou shes pnaoy ‘eres dotamos certos procedinsentos de penguin que noe obrigama thar somente ema una anieaditesto, esmso ‘uando as colsas nto estio dando muito carte ow en Eindo agbesretroativas que nos agen reer sobre algo impreviste oeorrente no procerso Multan veesae ecto observaralgo que est acontecendotcm certa deo, bem comoas expoes posteriores a determinads agi Bitaoe tema decorrtneia do fato de gue toda ago éintinscees mente dinamicaeecologizads. Ease postura mais stenta Permite ue possamostever © nosso plancjumento pane sue, ao peretber que lgo sa ferent do Plancjado, ossamos-voltar pars trés para rever ou cotrigi lgasmes as atividades empreensides para queossesltedoronen mais condizentes coma ruliiade ponquiseda Carirute 10 Uso de software na pesquisa transdisciplinar Pa aaa en camara cies pace ee rcee pe ree ered Pesci mmm rer Se oe eka © programa CHIC (Classification Hitrarchique Implicative ot Cohésitive ~ Classificagho Hicrarqutca Implicativa Coerivs) foi desenvolvido iniclalmente por Régis Gras, Profesor Emérito da Escola Politéenica dda Universidade de Nantes, atualmente vineulado 20 ARDM (Avsociation pour la Recherche en Didactique des Mathematiques), (Chic, 2007). No Brasil, 6 CHIC fem sido ulllizado gragas 20 exforgo do Prof. Sedo, ‘alualmente membro do Departamento de Matemstica, do Centro de Ciencias Matemstices, Fisicas e Tecnol6- fgieas da PUCISP e que fez parte de desenvolvimento esse software (Chie, 2007). 68 Coney esata ete om © CHIC tem como fangao extrair de um conjunto de dados, regres de associagio entre variaveis, ruzando [ujeltos c varivess, fornecer um indice de qualidade de ‘efocingio e reprerentar uma estruturagio das varlivels ‘obtidas por meio dessas regras. Como resultado, pro- fgrama fornece {rds tipos de tepresentagoes dos dados Snallsados: drvare de similaridade, rvace cocsiva ¢ brafo de implieagso. A érvore de similaridade tem sido a ‘ais utilizada nas pesquisas que temos realizado e seré ceseolhida pars ilustrar o sso do software CHIC. O artigo fle Couturier, Bodin e Gras (2003) explica como imple- mentar eusar 0 software A obtengio dessas representagoes érelativamente fic, tuma ver que 9 CHIC ¢ alimentado com una planillbe ‘Excel, contendo 2er0s e uns, indicando a presenga ou N&O ide determinadas variaveis, que poser ser tanto catego Fins ou respostas oriundas a aplicagao de questionarios, ‘Quando o pesquisador estiver trabalhando com varisvels ‘consltuidas por categoria identificadas (emergentes) 3 [partir da andlise dos registros documentados'na perques 6 fluxo de atividades queo pesquissdor deve realizar para Usar o CHIC é mostedo na Sgura 1 Sage SS ae See mp mae Primeiramente, © pesquisador coloca em pritica os procedimentos de wcordo com a metodologia da pesqu $2, Esses procedimentos geram os dador, em termos de resultados das atividadese de instrumentos de coleta de ‘dados, Esse material éanslisada de acordo como referen- ial tedricoe dessa andlise emergem categorias que e730 lullizadas para eategorizaros dados. Eseacategorizagio& reprerentada em uma planilha tipo Excel, que contea na primeira caluna os registros (sujeitos, ou depoimentos) {a primeira linke os cédigos (aamero ou nome) das \eraveis, A presenga ou ni dasvariavels corresponden= {es aos registror sho marcadas, atribuindo-se em cada Cua correspondente 0 valor 1 (urn) 000 (zero). ApOs Completar a planilhs do Exesl, os dados sao carregados tno software CHIC, gerando gréficos, cue podem ser i Sualizados por drvores de similaridades, arvores coesivas Cerafos de implicasto. Para lustrar este flaxo,faremos a anilise do frum “Soclaizando experiénciae come TIC, que fol realizado comp parte das atividades do curso "Formagio de Gesto- ter Exeolarcs para o uso das Tecnologise de Informagso CComunicasie’, do Projeto Gestao Escolar e Tecnolo- igas O Projeto Gettio Escolar ¢ Teenologias resultou de time parceria entre Secretarias Estaduais de Educasa0, 0 Programa de Pos: Gradungso em Educagto, Curriculoda, PUCISHea Microwof Bras Agradecemos colaboras80 Ga luna de doutorado do Programa de Pés-Graduagio ‘Gm Educaeio, Marllene A.F Borges, que ealizoa aanilise ‘doe dados por meio do CHIC. ‘Durantea realizagio desse curso, em ume das tarmas participaram do forum 48 professores em formagso com base no que cles descreveram no forum, foram Slecionados 106 registros que continham informagoes flevantes, de acorda coin a ubordagem eteoria utilizada to process de formagso.Asndlive desses restos per~ nite identiicar 13 categorias, consideradas categorias- ‘Cmergentes,jique clas sto identiicedas a partir daansise {terpretativa dos registrastextuais dos sueitos, com base hos pressupostos tebricos que embasararm 0 curso. Elas ‘nia tio definidas a prior ‘Assim, com base nas contribuigdes que cada um dos 48 participantes ferno forum, fol verifieads a presen ga ou nto das categorias-emergenter, gerando a planilha Excel {quese encontra na Agura 2. Na primeira cohen da pla tha, temos as iniciais dos nomesdos 48 participantes ena primeira linha da planilha as 13 categorias-emergentes. ‘ids céluls €atribaiclo zero ow um, dependendo ou nae dda presenca da categoria-cmergente hos repisizos dos participantes, expressos no forum. A planitha a seguir éfornecida a0 CHIC € ¢ solictado que seja gerada uma drvore desimilaridade, que éenibida na figura 3. (Os nds da drvore de simllaridade, na forma de U,s80 chamados de classes. Geralmente, a andlise das similar Gades inicia-te pela lasre mais forts, ou sea, 018 com bmaior graude similaridade, indicado pela menor distin ia da altura do U. Em nosso caso,mayeaion esse corn lama elipse: cle & definido pelas categorias-emergenter socializazdo ~ conhecimento e difuldades ~ operacions Iizagio, #ssa forte relagio pode ser interpretada core 2 existncia de tuma forte relagio entre as dificuldader {de operacionalizazzo das teenologias 9 socializagio {fo conhecimento. O extrato textual da participaste JM exemplifies essa rlagt. ‘Apesa das diiculdadesercortrodas, nossa enulpe de gestores tena ober junto or dems gertores sugetbes que poarh nos ajuda a superar nossos dfeldades, pls toda Sua ser8 Demnda ON) Essa relagfo foi acrescida por outro né da eategoria afetividade = processo ~aprendizagem, permitindo enten- der que ofatode compartilhar conhecimentor,atividaces 6 contato com 0 colega, spoio do outro, do Enpo, fortalecem a busca de Solucdes pars os problemas de operacionelizagso das tecnologias no mbito da escols Bisa interpretagio 6 exemplifcads pelo regisiro textual ds participante CR fuascdefseucgv< zonesees32 ose somes eu¥s seed evevstanannase 18 camopenvr en ecco np argent recat) ATIC er senda 2 minha melhor expendi em informatie, na ‘rea do educacia Teno to oporrigode de corhece’ melhor tmevs coages, suas exoarncien asjulinde roves conhecimen fos, gue sem vido inflvescindo no misha escola @ Mo Mev ‘semper (F). Assim, cada classe € interpretada pelo pesquisador, procurando entender as relagbes evidenciades pela Ervore de similaridade, © CHIC somente representa as Similaridaces, cabende ao pesquisador explicar «justifi- ‘cir 1a interpretsqao 3 luz do eonbecimento contextual ‘do cacopo da pesquisa ¢ das teorias que fundamentam ‘Sanaliee dos registror (dados) textusis produzido pelos articipantes. (© CHIC permite desenvolver a andlise quantitativa de dados qualitativos, 9 visualizagio de processos e de Stividades complexes, © trabalha com as categorise: femergentes, caracteristicat importantes na perspectiva teorico-metodologica da complexidade « da transdisc ‘Plinaridade. Esse software tem também otras splicagoes Eomo pode ser visto no site do programa. No Bras, © ‘CHIC tem sido usado na anilise Ge stividades relacio nadas com Educaedo, principalments na formasio de ‘cducadores, como nos trabalhosde doutorado de Almeida (000; 2003), Prado (2003a; 2003b) e Canales (2007). € no de formagao de profissionais da érea de comunicagao (ons, 2007);Saddo sea 0 CHIC pars estudara formega0, de profestores de materatiea (Sado, 2003). Captruro x, Concluindo, mesmo que provisoriamente Bo Fe aeecerrnietnczerion doen oot (© que queremos ainda destacas, ma finaizagto deste teabaho, 2 que a maior dow cursos de metodologia Sihufex nae sborde esee dimensio ontologies do sere Sie realideds, noms peeocupa em clrifiar as relagdes {pias exntentes cntrecsseedmnensbes esas ienplicaget tr metedologin ds peso. Erob o nosso pont de vista, Boo € muito importante, pois 0 educador/pesquisador pouco mbes respeito desist selagbese come elas infen Tame seu olner de perguisador as tas Observasoes, 2 ‘italia dos metodosmaiadequados a0 seu probleme de wsgjuina eo encontro de possvcs solugdes. Enfirmy ele Fo tem idela de como tudo ito influencia a qualidade Ao trabalho de pesgulss. ‘Na meioria dos curtos académicos, mesmo naqueles em nivel de pos-graduagio, slieita-se eo alae que ex plicit o seu problema de pesquisa, que o contextualize € descubra com que metodo pretende trabalhar, bem ‘como quais serdo as estrategias os instruments para & Produsio dainformario, em que ele tenha = menor cls ezaa respeito da realidade educacional a ser trabalhada Sebentdo, hoje, que nosta realidade ¢ complesa, mutante, difuss, ambigta, nio-linear e muitas veues ambivalente, continuamos trabalhando com pressupostos epistemo Togicos que privilegiam a linearidade, 0 determinisino, ss fepmentayao ea exclusio, Continuamos forcando felegao deste ou daquele metodo com qual estamos mais familiarizades, generalizando dados e transferindo-os pars outras situagdes ou contextos diversifieados ‘Neise momento, o que ainda desejamos slfentar éque tanto os procedimentor de pesquiss como of metodas e suas respectivas estrategias de agao sofrem influéncias das novar dercobertas centifieer que nos trazem™m Novas interrogages novasmanciras de construir conhecimento ¢ de compresnder 0 funcionamento da realidade, scja ‘la social ou no. Hoje, a evolugi da cigncia ressalta a ‘complexidade como parte consitutiva de nossa realidad, ‘como algo presente no mundo da materia, no proceso de constrogio do conhecimento e na dinamica da vide, ‘© quc vem exigindo novos enfoques eplstemolégicos ¢ ‘ctodologicos para quc realmente postames conhectr ‘melhor a realidade edueacional que nos interes. Esta ‘mesma evolugdo permite avangos tecnologicos em termos de recursos computacionais, como 0 software CHIC, {Qbe facilitam = antlise de ume grande quantidade de Gados, como as gersdat pelos estucos dessas realidades commpleran Por outro lado, assumir 0s prinetplos da complexida- de e ds tranudiaciplinaridade também signifiea que no podemoe aprisionars realicade ern tuma nica explicags0 Ou dimensto, Toda e qualquer integragio metodologica endnote ” epende necessuriamente da naturezs do problema a [SF ineudgado © do conhecimento a ser constatdo, 0 Gue cnige malor stengéo, por parte do pesquisadon, & SRtureas do objeto de pespuise es diverens relagses Cconrentes entre os diferente elementos estruturantes Se'mctodo wiilizado, Complexidads implica, ortento, SCerturesdialogicidade de processos,recureividadeyerer” gencles, complementaridade, co-implieagso, mudanc=, Intersubjctvidede; procestos auto-organizadores © @ prosenga da ncerteca do acasoedo inesperado que pode Shresentarse também na pesquisa. Todos esses aspectos Invern definidvamente os teuleados, na produgao © Interpretagte dor dadow na leiturs dos faton, eventos, Fendmenor © processos caracterizadores dx realidede Complore, Ey ome perguisadores, nbs temor de estar ‘nis bom preparacos pare perceber fudo 180. ara finalizar, merecem destaque especial as explica- ses de Varela ede seus colaboradores (1997) a respeito ‘ds cognigdo humans. O fato de resultar de agdes per~ ‘eptivamente guiadas © de processos insepardveis que Corevoluein nos confirma a idéis de que 6-sujetio néo ‘SSadapts a um mundo pré-dado. Tanto a vida como 0 ‘Shnhecimento tem tude a ver com ox processes de"deriva fatural”, com a abertura a um devir nS0-previsto,a um ‘pir mals proximo a uma Rstuagao em rede de configu Tagdes auto-reguladoras, do que a um ajusie preciso a ‘determinada realidade previamente dada. Essa compreensio tebricaratifis mais uma vez visto ide que pesquisa em edueagto e 2 seleqao e 0 uso de ‘ecermninadas estrategias tem muito mais a ver com algo {que te constr no processo, om o desenvolvimento e™m “Geriva natural, cuja agao perceptivamente gulada ests sujeita Bs bifurcagoes © ts Nutuagdes auto-reguladoras, Estas, por sua vez, requerem pequenos e constantes sjuster nas relagdes do rajeito comm sua realidade, sendo, 78 comapecuneneduace a esta co-construida durante todo o procesto. Assim, a8 Implicagdea teGricas, epistemoldgicas © metodologicas dese principio enativo na pesquisa 230 extremamente ‘Signifistivas, mas delxaremos sa andlise mais profunda para outra oportunidad Referéncias bibliogréficas ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini. 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